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1 Unidade metodos e tecnas de avaliação

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Unidade 1 
1-Unidade 
Conceitos 
fundamentais de 
avaliação 
muscuoesquelética 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
 
- Apresentar os conceitos fundamentais da 
avaliação fisioterapêutica; 
 
- Caracterizar as etapas da avaliação - 
fisioterapêutica; 
 
- Compreender o método de avaliação das 
funções musculares; 
 
- Compreender a perimetria de membros 
superiores e inferiores. 
 
TÓPICOS DE ESTUDO 
 Introdução do estudo da avaliação 
fisioterapêutica 
 
 Definição, importância e 
características da avaliação 
fisioterapêutica 
- Anamnese 
- Exame físico 
-Escalas funcionais e de qualidade de vida 
 
 Avaliação das funções musculares 
-Testes musculares dos membros inferiores 
- Testes musculares dos membros superiores 
- Testes musculares da coluna vertebral 
- Testes musculares da face e olhos 
 
 Perimetria de membros superiores 
e inferiores 
- Perimetria dos membros superiores 
- Perimetria dos membros inferiores 
 
 
Introdução e alguns conceitos 
básicos 
 
 
A avaliação é parte essencial do trabalho do 
profissional de fisioterapia. É a partir dela que 
ele terá condições de delinear os objetivos do 
seu trabalho e definir estratégias, baseadas 
em seu repertório de conhecimentos, para 
atender às necessidades de assistência de 
seu paciente. 
O estudo desse conteúdo deve ser 
abrangente, tendo em vista a complexidade 
do ser humano. Por isso, o estudante deve 
ser capaz de compreender o indivíduo que 
buscou atendimento e identificar suas 
habilidades, limitações, a presença de 
sintomas associados a doenças e o impacto 
disso nos seus diversos órgãos e sistemas 
(RONCHI et al., 2012). 
Ter conhecimentos prévios em fisiologia 
humana, anatomia e biomecânica é 
importante para que o estudante possa 
correlacionar os achados encontrados na sua 
avaliação com os parâmetros de normalidade 
(CIPRIANO, 2012). 
Diante das informações obtidas na avaliação, 
o profissional de fisioterapia terá condições 
de elaborar o diagnóstico e prognóstico deste 
paciente. Neste contexto, a doença ou queixa 
que trouxe o indivíduo ao atendimento 
fisioterapêutico é apenas mais um dado e 
não deve ser tomada como diagnóstico 
principal. Ou seja, ao fisioterapeuta, mais 
importante do que um diagnóstico etiológico, 
anatômico ou sindrômico (comumente 
utilizados na área médica), é a elaboração 
do diagnóstico 
fisioterapêutico ou cinesiológico 
funcional. 
 
Este diagnóstico é elaborado ao final do 
processo de avaliação, e leva em 
consideração a funcionalidade do paciente e 
as disfunções do movimento que impactam 
essa função de maneira individual. Podemos 
compreender que dois indivíduos com o 
mesmo diagnóstico etiológico podem ter 
comportamentos distintos com relação a sua 
função e, portanto, a condução do trabalho 
fisioterapêutico também deverá ser 
diferenciada (MOTA; MELLO; FERREIRA, 
2013) 
 
 
A avaliação deve seguir uma sequência de 
procedimentos, iniciando com uma etapa em 
formato de entrevista, em que serão 
coletadas informações para a identificação 
deste indivíduo, seus dados clínicos e 
histórico de saúde. A seguir, deve-se realizar 
o exame físico, a partir de testes específicos 
para avaliação dos sistemas corporais e da 
sua funcionalidade. 
 
O fisioterapeuta deve desenvolver a 
capacidade de interpretar exames 
complementares trazidos por seu paciente e 
correlacioná-los com as informações obtidas 
na sua avaliação. O processo de avaliação 
deve ser contínuo, e o desenvolvimento e 
treino de habilidades específicas é 
fundamental para a formação de um bom 
profissional 
 
Desenvolver uma boa comunicação, 
permitirá ao profissional extrair do paciente 
os dados relevantes durante a entrevista, ou 
anamnese, considerando, não apenas os 
dados clínicos relacionados ao histórico da 
 
lesão, mas suas correlações psicossociais 
(LLANO et al., 2013). 
 
O registro destas informações é tão 
importante quanto sua coleta e deve ser 
realizado de forma clara e que permita a sua 
reprodutibilidade, bem como a continuidade 
de condução terapêutica por outro 
profissional, caso necessário (RONCHI et al., 
2012). 
 
A atualização baseada em evidências 
científicas deve ser constante, acrescentando 
ao repertório de recursos de avaliação, 
escalas de avaliação funcional e de 
qualidade de vida validadas 
internacionalmente, permitindo que o 
profissional esteja inserido no cenário global 
da fisioterapia e em permanente 
aprimoramento (MEAD, 2005). 
 
O treino das habilidades práticas, a repetição 
dos testes específicos e o domínio dos 
instrumentos de avaliação permitem que o 
profissional minimize erros durante o 
procedimento, tenha uma melhor 
organização da sequência desses 
procedimentos e deixem o paciente mais 
seguro e confortável durante o processo 
avaliativo 
 
O conhecimento e respeito ao código de 
ética profissional deve ser inerente ao 
exercício da profissão. Deve haver respeito à 
confidencialidade das informações coletadas, 
e que serão utilizadas somente no contexto 
profissional ou multiprofissional, sempre com 
o objetivo de oferecer a melhor assistência 
ao seu paciente. 
A repetição dos procedimentos avaliativos 
deve ocorrer de forma sistemática para 
revisão do programa terapêutico, verificação 
da evolução do paciente, planejamento de 
alta e elaboração de orientações para 
manutenção do quadro do paciente pós alta. 
Veja o Quadro : 
 
 
A correta coleta e registro dos dados permite 
a elaboração de laudos, pareceres, atestados 
e relatórios sempre que se fizer necessário. 
Vale ressaltar que a etapa avaliativa é 
procedimento indispensável da rotina do 
fisioterapeuta, não devendo ser substituída 
pela avaliação de outro profissional. Além de 
garantir sua autonomia como profissional de 
saúde, ela permite o planejamento de ações 
adequadas de prevenção, promoção, 
proteção e reabilitação da saúde. 
 
Definição, importância e 
características da avaliação 
fisioterapêutica 
 
 
 
A avaliação fisioterapêutica é o primeiro 
contato do fisioterapeuta com o paciente. É 
muito comum que este paciente venha 
encaminhado por um outro profissional, em 
geral um médico, porém o fisioterapeuta tem 
autonomia para atender qualquer paciente 
que o procurar, desde que respeite os 
parâmetros assistenciais fisioterapêuticos 
estabelecidos pelos Conselho Federal de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (BRASIL, 
2012). 
A avaliação é dividida em duas etapas 
principais: anamnese e exame físico. 
 
ANAMNESE 
 
 
A anamnese é a primeira fase do processo, e 
consiste em uma entrevista para coleta de 
dados que permitirão a identificação de 
problemas, definição de diagnóstico e 
planejamento da assistência (SANTOS; 
VEIGA; ANDRADE, 2011). O termo 
anamnese, em sua origem, significa trazer 
de volta à mente, portanto pretende-se, 
nessa etapa, rememorar os fatos 
relacionados com o indivíduo e suas 
manifestações de doença (BALDUÍNO et al., 
2012). 
O fisioterapeuta pode utilizar uma ficha 
estruturada com os tópicos a serem 
abordados, no entanto, mais do que um 
procedimento sistemático e rígido, é 
extremamente importante que o profissional 
saiba realizá-la de maneira fluente e fale de 
maneira eficaz, demonstrando empatia e 
habilidade para incentivar o paciente a contar 
os fatos relevantes ao processo terapêutico 
(ENGELHORN, 2019). 
Essas informações devem ser registradas no 
prontuário do paciente, que é um documento 
obrigatório de registro das informações. Este 
documento deve ser armazenado pelo 
fisioterapeuta ou serviço de saúde, mas as 
informações contidas nele são de 
propriedade do paciente. Dessa forma, deve 
ser mantido em local que respeite o sigilo e 
confidencialidade das informações, que só 
podem ser divulgadas com a autorização do 
paciente ou seu representante legal 
(BRASIL, 2012). 
 
 - Identificação do paciente 
 
Devem constar nome completo do paciente, 
naturalidade, gênero, estado civil, data de 
nascimento, profissão e endereço. 
Estas informações são pessoais e dão 
individualidade ao prontuário.Além disso, 
elas podem contribuir com a construção da 
história da moléstia que será elaborada a 
partir da queixa do paciente. Algumas 
doenças podem ser mais comuns a 
indivíduos do sexo masculino do que do 
feminino, por exemplo, ou serem mais 
comuns a determinadas profissões, como é o 
caso de certas doenças pulmonares 
decorrentes da exposição do indivíduo a 
 
substâncias nocivas, como o amianto e a 
silicose. 
 
- Queixa principal (QP) 
 
Deve-se questionar o paciente sobre o 
motivo pelo qual ele está procurando o 
serviço de fisioterapia. Alguns sintomas 
comuns são dor, fraqueza, rigidez, 
hipersensibilidade e dificuldade de realizar 
movimento (SAUNDERS, 1993). 
O paciente pode ter dificuldade em definir 
essa queixa, bem como pode ter mais de 
uma queixa. Procure ser sintético nesta 
informação, maior detalhamento deve ser 
deixado para a história da moléstia. 
 
- História da moléstia 
 
As informações relacionadas à queixa do 
paciente devem ser organizadas de forma 
cronológica, considerando-se os fatos 
anteriores ao surgimento do problema 
(história da moléstia pregressa) até fatos 
atuais que interferem na intensidade ou alívio 
do sintoma, bem como suas características 
(história da moléstia atual). 
O fisioterapeuta deve fazer perguntas que 
conduzam o paciente e que auxiliem na 
organização dos fatos: 
 
 Em que momento a queixa se iniciou? 
 
 Ela se iniciou de maneira súbita, após 
um trauma ou acidente? 
 
 O início foi insidioso, sem causa 
aparente? 
 
 É a primeira vez que esses sintomas 
aparecem ou eles se repetem de 
tempos em tempos? 
 
 Quais são os fatores de melhora ou de 
piora destes sintomas? 
 
 Eles estão relacionados a algum 
posicionamento específico ou a algum 
estado emocional? 
 
No caso de dor, é importante diferenciar se a 
dor é aguda, contínua ou intermitente, 
profunda, em pontadas, queimação, bem 
localizada ou difusa. 
Ao coletar essas informações, o 
profissionalcomeça a compreender o 
mecanismo da lesão que originou os 
sintomas e, à medida que ganha mais 
experiência e adquire mais conhecimentos 
técnicos, será capas de associar os sintomas 
a doenças específicas. 
É importante saber se o paciente já realizou 
algum tratamento prévio, não apenas 
fisioterapêutico, e quais os resultados 
obtidos. 
 
- Antecedentes pessoais 
 
Registros de doenças crônicas, fraturas, 
cirurgias e implantes devem ser anotados, 
tanto para complementação da história, como 
para direcionar a terapêutica e determinar o 
prognóstico do paciente. É importante 
questionar o paciente sobre os diversos 
aspectos de saúde, incluindo sono e 
aspectos emocionais. 
 
- Antecedentes familiares 
 
Informações sobre doenças de parentes 
consanguíneos. 
 
- Atividade de vida diária (AVDs) e 
atividades de vida prática ou profissional 
(AVPs) 
 
Conhecer um pouco a respeito do cotidiano 
do paciente, atividades que costuma realizar 
e aquelas que apresentam dificuldade em 
função de sua queixa principal, permitem que 
o planejamento do tratamento vá de encontro 
às necessidades do paciente. 
Informações sobre a prática de esportes e 
hobbies devem ser consideradas. 
 
-Medicamentos em uso 
 
Registrar os nomes dos medicamentos em 
uso. É bastante comum que o paciente 
chegue ao fisioterapeuta após consulta com 
médico e início do tratamento 
medicamentoso e, portanto, pode haver 
mudança na intensidade dos sintomas ao 
longo das sessões iniciais em função dos 
 
medicamentos. O fisioterapeuta deve estar 
ciente disso para poder avaliar a eficácia do 
seu plano de tratamento. 
Em alguns casos, o paciente não refere à 
presença de doenças em seus antecedentes 
pessoais, mas relata uso de medicamento 
contínuo para determinada doença como 
hipertensão arterial sistêmica, por exemplo. 
Diante destas informações, o fisioterapeuta 
tem a responsabilidade de verificar a 
coerência destes fatos, sempre com o 
objetivo de oferecer uma melhor assistência 
ao seu paciente. O desconhecimento da 
presença de doenças crônicas pode 
comprometer a escolha dos recursos 
terapêuticos e colocar a vida do paciente em 
risco. 
 
-Exames complementares 
 
Devem ser registrados os resultados ou 
laudos dos exames complementares trazidos 
pelo paciente e que tenham relevância para o 
quadro apresentado por ele. 
O fisioterapeuta tem autonomia para solicitar 
exames complementares, mas eles devem 
ser solicitados somente quando ele 
considerar que há uma real necessidade. 
Como o próprio nome diz, os exames devem 
complementar as informações obtidas na 
avaliação clínica e não trazer informações 
que podem confundir o profissional. 
 
EXAME FÍSICO 
 
Na etapa do exame físico, o fisioterapeuta vai 
buscar os sinais relacionados às queixas do 
paciente. Estes sinais são observáveis e não 
relatados pelo paciente. 
É importante informar o paciente sobre cada 
procedimento que será realizado, recebendo 
sua autorização para a realização deles. Isso 
aumenta a segurança do paciente e estreita 
o vínculo com o fisioterapeuta. 
Como o examinador irá tocar o paciente, é 
fundamental a higienização das mãos antes 
de iniciar o exame físico. 
Para alguns procedimentos, como avaliação 
postural, é necessário o uso de roupas 
específicas, como traje de banho. O paciente 
deve ser informado antes da avaliação, para 
não haver constrangimento. 
A inspeção permite a identificação de sinais 
visíveis, como inchaço, vermelhidão, 
hematomas, alterações na pele 
(descamações), manchas, palidez, cicatrizes 
e alterações de volume. É por meio da 
inspeção que será realizada a avaliação 
postural. Devido à sua complexidade, ela 
costuma ser colocada separadamente na 
ficha do paciente. 
Pela palpação são percebidos os sinais 
adquiridos pelo toque, como presença de 
calor, características do edema, alteração de 
sensibilidade, presença de nódulos e dor. O 
movimento do paciente deve ser avaliado 
identificando-se a amplitude de movimento 
(ADM) e a força muscular. Testes específicos 
para confirmação do diagnóstico também 
fazem parte do exame físico (CIPRIANO, 
2012). 
 
ESCALAS FUNCIONAIS E DE 
QUALIDADE DE VIDA 
 
 
 
Diversas escalas ou questionários podem ser 
utilizados para complementar a avaliação 
fisioterapêutica. 
Uma das escalas mais utilizadas no meio 
médico é a Escala Visual Analógica (EVA), 
que pode ser usada para quantificar a dor ou 
outro sintoma do paciente. Apresentada 
como uma linha de 10 cm, com a 
frase ausência de sintoma, no extremo 
inferior (0 cm), e máximo do sintoma, no 
extremo superior (10 cm), serve para que o 
paciente localize, ao longo da linha, a 
intensidade do sintoma apresentado 
(MARTINEZ; GRASSI; MARQUES, 2011). 
 
 
 
Ao ser questionado sobre sua dor, o paciente 
deve assinalar na régua de 10 cm o número 
que representa a intensidade da sua dor, 
sendo a nota 0 a ausência de dor e 10 a 
maior intensidade da dor. 
A EVA é um instrumento objetivo para avaliar 
a dor, uma queixa com muitos componentes 
subjetivos. Uma nota alta atribuída nessa 
escala pode ter impactos diferentes na 
qualidade de vida e funcionalidade dos 
pacientes. Por isso, existem outros 
instrumentos para avaliar a dor em mais de 
uma dimensão, sendo o questionário McGill 
de dor um dos mais utilizados. 
 
Questionários padronizados, já testados e 
validados na literatura, são utilizados para 
mensurar vários aspectos da saúde do 
indivíduo. As respostas obtidas por meio do 
questionário são traduzidas para um score 
numérico, e esta informação pode ser usada 
para a comparação da condição do indivíduo 
ao longo do tratamento. 
Existem inúmeros questionários para avaliar 
qualidade de vida, sono e impacto funcional 
de doenças nas atividades cotidianas do 
paciente. Escolha questionários que já sejam 
 
 
traduzidos e validados em português. Uma 
busca cuidadosa na literatura irá mostrar 
muitas possibilidades. 
 
Avaliação das funções musculares 
 
 
O movimento humano depende da 
integridade e bom funcionamento dos 
músculos. A fraquezaou o desequilíbrio 
muscular são comuns a diversos distúrbios 
neuromusculares. Portanto, a mensuração da 
força muscular será fundamental para a 
avaliação funcional do paciente, permitindo 
identificar se essa fraqueza tem origem em 
déficit neurológio ou desuso (KENDALL et 
al., 2007). 
Os testes de força muscular podem ser 
realizados de forma manual, mecânica com 
uso de dinamômetros ou de forma dinâmica 
por meio de testes de performance. 
Os dinamômetros oferecem uma precisão 
maior no quesito de quantificação da força, 
no entanto, além do custo elevado, 
apresentam limitações no ajuste do 
posicionamento do paciente e não são 
adaptáveis para todas as partes do corpo. 
Dessa forma, são mais indicados para 
situações controladas de pesquisa e para 
grupos musculares específicos, como a força 
de preensão e pinça manuais. 
Os testes de performance muscular podem 
ser bastante úteis no ambiente esportivo, 
mas com menor utilidade no contexto de 
reabilitação. Os testes de força manual são 
 
de baixo custo e sua execução depende da 
experiência do examinador e demanda 
conhecimento, habilidade e precisão. 
A boa escolha do teste muscular é aquela 
que auxilia na resolução de problemas e 
direciona a terapêutica. Para a realização 
adequada dos testes de força manual, é 
necessária a compreensão de alguns termos 
utilizados na sua descrição: 
 
- Posição de teste: o paciente será 
posicionado de maneira que possa realizar o 
movimento livremente e com o máximo de 
estabilidade, porém deve iniciar em uma 
posição em que a gravidade seja anulada. 
Caso o paciente não consiga realizar o 
movimento nesta condição, o examinador irá 
palpar a musculatura com o intuito de 
perceber a contração. Se o paciente for 
capaz de realizar o movimento, a contração 
deverá ser realizada em oposição à força de 
gravidade, de forma a ter sua força 
desafiada; 
 
- Movimento de teste: solicita-se ao 
paciente a ação do músculo ou grupo 
muscular que está sendo testado. Deve-se 
sempre utilizar um comando verbal adequado 
à compreensão do paciente como: dobre o 
braço ou levante a perna, ao invés dos 
termos técnicos, como flexione seu 
cotovelo ou flexione seu quadril; 
 
- Fixação: para uma boa acurácia do teste, 
deve haver uma boa estabilidade do corpo ou 
segmento corporal a ser testado. Essa 
firmeza ou estabilidade pode ser oferecida 
pela mesa de exame, pelo examinador ou 
pelo próprio peso corporal do paciente. A 
fixação evita o surgimento dos movimentos 
compensatórios; 
 
- Compensação ou substituição: na 
presença de fraqueza ou ausência de força 
muscular, é muito comum que o paciente 
tente compensar com a utilização de outros 
músculos. O examinador deve tentar evitar 
essa substituição com a fixação adequada, e 
ser minucioso ao observar a presença 
dessas substituições. Outra razão para o 
surgimento das compensações é o excesso 
de força utilizada erroneamente pelo 
 
 
examinador na colocação da pressão e 
resistência; 
 
- Pressão e resistência: nos casos em que 
o paciente é capaz de realizar um movimento 
adequadamente contra a força da gravidade, 
é necessário aplicar uma força externa, 
oferecida pelo examinador, para avaliar a 
força além do grau regular. Em geral, a 
pressão é aplicada próxima da extremidade 
distal do segmento em que o musculo 
testado está inserido. 
 
- Graduação: para uma padronização da 
mensuração muscular, foram criadas escalas 
que classificam o indivíduo de acordo com 
sua capacidade de realizar a contração 
muscular e vencer uma resistência externa. 
O Quadro 2 mostra a escala de Oxford que é 
amplamente utilizada no Brasil: 
 
 
Os músculos podem ser testados em grupos 
que realizam uma função, ou de maneira 
individual, considerando a ação muscular 
específica. A escolha da realização do teste 
de uma ou outra forma dependerá da 
finalidade da avaliação, bem como das 
condições clínicas e cognitivas do paciente 
na hora da realização do exame. 
Devemos considerar que o paciente a ser 
avaliado encontra-se fragilizado e, por isso, o 
examinador deve ter cuidado ao manipular a 
área lesada. Ele deve posicionar o paciente 
de maneira a evitar desconforto e dor. Deve 
haver delicadeza no teste de músculos 
fracos, e habilidade ao aplicar pressão ou 
 
resistência, de maneira que permita ao 
indivíduo produzir a resposta ideal. 
Dessa forma, a sequência dos testes a 
serem realizados deve ser escolhida de 
forma a evitar mudanças de decúbito 
desnecessárias. A sugestão é aproveitar a 
posição em que o paciente se encontra na 
entrevista para iniciar os testes. Em seguida, 
fazer todos na posição em pé, e só então 
solicitar que o paciente sente na maca para 
depois se deitar em decúbito dorsal, lateral e 
ventral, para os demais testes. 
Lembrando que não é necessário realizar 
todos os testes de todos os grupos 
musculares do corpo para todos os 
pacientes. Os músculos a serem testados 
estão relacionados com a condição clínica 
apresentada pelo paciente. 
Para fins didáticos, neste material, os testes 
serão apresentados por região. 
 
TESTES MUSCULARES 
DOS MEMBROS 
INFERIORES 
 
 - Quadril 
Os movimentos realizados pelo quadril são 
flexão, extensão, adução, abdução, rotação 
lateral e rotação medial. A flexão do quadril é 
realizada pelos músculos iliopsoas e reto 
femoral. A extensão é realizada pelo glúteo 
máximo e pelos isquiotibiais. A abdução fica 
por conta dos glúteos médio e mínimo. O 
grupo dos adutores é composto pelos 
adutores longo, curto, magno, pectíneo e 
grácil. A rotação externa é realizada pelo 
piriforme, obturador interno, gêmeo superior 
e inferior, quadrado femoral e a rotação 
interna pelo obturador externo. Os principais 
testes musculares da região do quadril são 
- Iliopsoas: o paciente deve ser colocado em 
decúbito dorsal. O examinador estabiliza a 
crista ilíaca oposta. O examinador solicita ao 
paciente uma flexão do quadril em posição 
de abdução e rotação lateral discretas. O 
paciente deve manter o joelho estendido para 
estabilidade da patela. Para resistência, o 
examinador deve colocar uma pressão contra 
a face ântero-medial da perna, na direção da 
extensão e discreta abdução; 
- Adutores: o paciente deve ser colocado em 
decúbito lateral sobre o lado direito, para 
testar esse lado (e vice-versa), com o corpo 
em linha reta e os membros inferiores (MMII) 
e a coluna lombar retas. O examinador 
mantém a coxa que está em cima em 
abdução. O paciente deve segurar-se à mesa 
para manter-se estável. O examinador deve 
solicitar ao paciente a adução para cima do 
membro inferior de baixo, sem rotação, 
flexão ou extensão do quadril nem inclinação 
da pelve. Para resistência, o examinador 
deve colocar uma pressão contra a face 
medial da extremidade distal da coxa, na 
direção da abdução; 
- Glúteo máximo: o paciente deve ser 
colocado em decúbito ventral, com o joelho 
flexionado a 90°. Esta posição minimiza a 
participação dos músculos isquiotibiais, que 
além de extensores do quadril, são, também, 
flexores de joelho. Nesta posição, os 
músculos das costas e laterais do abdome do 
paciente costumam ser suficientes para dar 
estabilidade ao movimento. Se for 
necessário, o terapeuta estabiliza a pelve do 
paciente. O examinador deve solicitar ao 
paciente a extensão do quadril com o joelho 
flexionado. Para resistência, o examinador 
deve colocar pressão contra a parte inferior 
da região posterior da coxa, na direção da 
flexão do quadril. 
 
- Glúteo médio: o paciente deve ser 
posicionado em decúbito lateral com a perna 
de baixo flexionada e a pelve discretamente 
rodada lateralmente. O examinador deve 
estabilizar a pelve e solicitar ao paciente a 
abdução do quadril, com extensão e rotação 
lateral discretas. Para resistência, a pressão 
deve ser colocada contra a perna, próximo 
ao tornozelo, na direção da adução e de uma 
discreta flexão; 
- Glúteo mínimo: para realização desse 
teste,o paciente deve manter a mesma 
posição do teste do glúteo médio, mas 
solicitar ao paciente que mantenha a posição 
neutra do membro inferior a ser testado 
durante a abdução. A resistência deve ser no 
sentido da adução. 
Joelho 
A articulação do joelho realiza os 
movimentos de flexão e extensão. O 
quadríceps é responsável pela extensão. Os 
músculos bíceps femoral, semitendíneo e 
semimembranáceo são conhecidos por 
isquiotibiais, devido a sua origem e inserção, 
e são responsáveis pela flexão do joelho. Os 
testes destes dois grupos musculares são: 
- Quadríceps femoral: o paciente deve estar 
sentado com os joelhos fletidos na lateral da 
mesa. O examinador pode manter a coxa 
firmemente para baixo sobre a mesa e 
solicitar a extensão total do joelho, sem 
rotação da coxa. Para resistência, deve-se 
colocar pressão contra a perna, acima do 
tornozelo, na direção da flexão; 
- Semitendíneo e 
semimembranáceo: devido a sua 
localização, estes músculos não podem ser 
testados separadamente. O paciente deve 
ser colocado em decúbito ventral. O 
examinador deve manter a coxa firmemente 
para baixo sobre a mesa e solicitar a flexão 
do joelho entre 50° e 70°, com a coxa em 
rotação medial e a perna rodada 
medialmente sobre a coxa. Para resistência, 
deve-se colocar uma pressão contra a perna, 
de forma proximal ao tornozelo, na direção 
da extensão do joelho; 
- Bíceps femoral: o paciente deve ser 
colocado em decúbito ventral. O examinador 
deve manter a coxa firmemente para baixo 
sobre a mesa, e solicitar a flexão do joelho 
entre 50° e 70°, com a coxa em discreta 
rotação lateral e a perna rodada lateralmente 
sobre a coxa. Para resistência, deve-se 
colocar pressão contra a perna, de forma 
proximal ao tornozelo, na direção da 
extensão do joelho 
. Tornozelo e pé 
 
Os movimentos de flexão plantar e extensão, 
ou dorsiflexão, ocorrem na articulação do 
tornozelo. Já os movimentos do pé são 
movimentos combinados que ocorrem em 
três planos, e são chamados de pronação 
(abdução, eversão e extensão) e supinação 
(adução, inversão e flexão plantar). Os testes 
dos principais grupos musculares da região 
são: 
 
- Gastrocnêmio: o paciente deve manter-se 
em pé, e pode se equilibrar colocando uma 
mão sobre a mesa, mas não deve transferir 
peso para a mão. Ele deve retirar um dos pés 
do chão e fazer a elevação do corpo a partir 
dos dedos do pé, empurrando o peso 
corporal diretamente para cima. A resistência 
externa para este movimento será o próprio 
peso corporal. A inclinação do tronco para 
frente e a flexão dos joelhos são indicativos 
de fraqueza muscular 
 
- Sóleo: o paciente deve ser colocado em 
decúbito ventral, com o joelho flexionado pelo 
menos a 90°. O examinador segura o 
membro inferior em ponto proximal ao 
tornozelo e solicita a flexão plantar da 
articulação do tornozelo, sem inversão ou 
eversão do pé. Para resistência, coloca-se 
uma pressão contra o calcâneo, tracionando 
o calcanhar na direção caudal (na direção da 
dorsiflexão); 
 
- Tibial anterior: o paciente pode ficar em 
decúbito dorsal ou sentado (com o joelho 
flexionado se houver contração do 
 
gastrocnêmio). O examinador segura o 
membro inferior, logo acima da articulação do 
tornozelo, e solicita a dorsiflexão do tornozelo 
e inversão do pé, sem extensão do hálux. 
Para resistência, deve-se colocar a pressão 
contra o lado medial, superfície dorsal do pé, 
na direção da flexão plantar e eversão do pé; 
 
- Extensores longo e curto do hálux: o 
paciente pode ficar em decúbito dorsal ou 
sentado. O examinador estabiliza o pé em 
discreta flexão plantar e solicita que o 
paciente puxe o dedo para cima. Para 
resistência, a pressão deve ser colocada 
contra a superfície dorsal das falanges distal 
e proximal do hálux, na direção da flexão 
(empurrar o dedo para baixo). 
 
 
TESTES MUSCULARES DOS 
MEMBROS SUPERIORES 
 
Ombro 
O ombro é uma articulação complexa, e de 
grande mobilidade. Sua estabilidade 
depende do equilíbrio muscular. Os 
movimentos dessa região acontecem em 
todos os planos de movimento. A flexão do 
ombro envolve os músculos bíceps braquial, 
coracobraquial e fibras anteriores do deltoide. 
A extensão fica por conta do tríceps braquial 
e fibras posteriores do deltoide. Na abdução 
temos a participação fundamental do 
supraespinal e a ação das fibras médias do 
deltoide. 
Na adução temos o peitoral maior com a 
participação do coracobraquial. O manguito 
rotador é um grupo de músculos responsável 
pelas rotações e é composto pelo 
 
subescapular e redondo maior, que rodam o 
ombro medialmente, o infraespinal e o 
redondo menor rodam o ombro lateralmente. 
Existe uma relação íntima entre a ação 
destes músculos e os músculos responsáveis 
pela estabilização da escápula, sendo os 
principais o levantador da escápula, 
romboides e fibras inferiores e médias do 
trapézio, bem como alguns músculos que 
atuam na região cervical da coluna vertebral, 
sendo o mais importante o trapézio superior. 
Por esta razão, didaticamente os testes 
destes músculos serão apresentados juntos: 
- Coracobraquial: o paciente pode ficar 
sentado ou em pé. Ele deve manter o 
cotovelo totalmente flexionado, com o 
antebraço supinado e o úmero rodado 
lateralmente. Deve-se solicitar ao paciente a 
flexão do ombro. Para resistência, o 
examinador deve colocar pressão no terço 
distal do úmero no sentido da extensão e 
abdução discreta; 
- Supraespinal: o paciente pode ficar 
sentado ou em pé, com o membro superior a 
ser testado na lateral do corpo. A cabeça 
deve estar virada para o lado oposto, e o 
paciente deve inclinar a cabeça 
discretamente e olhar para cima. Deve-se 
solicitar que o paciente faça uma abdução do 
úmero, sendo que o supraespinal participará 
dos primeiros graus do movimento, 
estabilizando a cabeça do úmero na 
cavidade glenóide. Para resistência, deve-se 
aplicar uma pressão contra o antebraço, na 
direção da adução; 
- Deltoide: este músculo possui três porções 
que devem ser testadas separadamente. O 
paciente deve permanecer sentado. Para 
testar as fibras médias, solicita-se uma 
abdução do ombro sem rotação. Uma 
pressão deve ser colocada no sentido da 
adução para resistência ao movimento. Para 
testar as fibras anteriores, adiciona-se uma 
discreta flexão à abdução, e a resistência 
será no sentido da adução com extensão. 
Para testar as fibras posteriores, adiciona-
se uma discreta extensão ao movimento da 
abdução, e a resistência será no sentido da 
adução com flexão; 
- Peitoral maior: possui duas porções. O 
paciente deve estar deitado em decúbito 
dorsal. Para testar as fibras superiores, o 
examinador deve estabilizar o ombro oposto 
mantendo-o firmemente sobre a mesa. Deve-
se solicitar que o paciente mantenha o 
cotovelo estendido e, com o ombro a 90º de 
flexão, faça uma adução horizontal do úmero. 
Para resistência, deve ser aplicada uma 
pressão contra o antebraço na direção da 
abdução. Para testar as fibras inferiores, o 
examinador deve estabilizar a crista ilíaca 
oposta, mantendo-a firmemente contra a 
mesa. Deve-se solicitar que o paciente 
mantenha o cotovelo estendido e, com o 
ombro fletido a 90º realize uma adução do 
ombro, levando o mesmo em direção à crista 
ilíaca oposta. A pressão para resistência 
deve ser feita no antebraço no sentido da 
extensão e abdução; 
- Rotadores laterais (infraespinal e 
redondo menor): deve-se deitar o paciente 
em decúbito ventral. O paciente deve manter 
o ombro abduzido a 90º e o cotovelo 
flexionado. O examinador coloca uma das 
mãos embaixo do braço do paciente para 
estabilizá-lo, enquanto solicita a rotação 
lateral do úmero, com o cotovelo mantido em 
ângulo reto. A outra mão do examinador 
coloca pressão no antebraço no sentido da 
rotação medial, para resistência; 
- Rotadores mediais (subescapular e 
redondo maior): deve-se deitar o paciente 
em decúbito ventral. O pacientedeve manter 
o ombro abduzido a 90º e o cotovelo 
flexionado. O examinador coloca uma das 
mãos embaixo do braço do paciente para 
estabilizá-lo, enquanto solicita a rotação 
medial do úmero com o cotovelo mantido em 
ângulo reto. A outra mão do examinador 
coloca pressão no antebraço no sentido da 
rotação lateral, para resistência. 
- Levantador da escápula e 
romboides: deite o paciente em decúbito 
ventral. Peça a ele que faça uma adução e 
elevação da escápula, com rotação medial 
do ângulo inferior (cotovelo flexionado). Para 
conseguir essa posição, um comando verbal 
eficiente seria: dobre seu cotovelo e 
mantenha-o junto ao seu corpo enquanto 
manda sua escápula para trás. Para 
resistência, uma pressão é colocada na 
direção da abdução da escápula, da rotação 
lateral do ângulo inferior e contra o ombro do 
paciente, com a outra mão na direção da 
depressão. De maneira simplificada, o 
examinador tenta afastar o cotovelo do 
paciente para longe do tronco, enquanto 
mantém seu ombro para baixo; 
- Trapézio fibras médias: coloque o 
paciente em decúbito ventral. O membro 
superior a ser testado deve estar com o 
ombro em abdução de 90º, rotação lateral e 
com o cotovelo estendido. Deve-se pedir ao 
paciente que faça uma adução da escápula. 
Para resistência, coloca-se uma pressão 
contra o antebraço em uma direção 
descendente à mesa; 
- Trapézio fibras inferiores: coloque o 
paciente em decúbito ventral, com o membro 
superior a ser testado posicionado 
diagonalmente acima da cabeça, alinhado 
com as fibras inferiores do trapézio. Deve-se 
pedir que o paciente faça uma adução com 
depressão da escápula. Para resistência, 
coloca-se pressão contra o antebraço em 
uma direção descendente à mesa; 
- Trapézio fibras superiores: o paciente 
deve estar sentado, e o examinador 
posicionado atrás dele. O paciente deve ser 
orientado a aproximar a nuca do ombro, 
mantendo a face virada na direção oposta. O 
examinador coloca uma pressão contra o 
ombro na direção da depressão e contra a 
cabeça, na direção da flexão anterolateral. 
 
 
 Cotovelo 
 
Os movimentos que acontecem na 
articulação do cotovelo são a flexão e a 
extensão. Os músculos flexores são o bíceps 
braquial, braquial e braquiorradial. A 
extensão é realizada pelo tríceps braquial. 
Os movimentos de pronação e supinação 
não acontecem na região do cotovelo, mas 
na articulação radioulnar. Estes, associam-se 
tanto à articulação de cotovelo quanto à 
articulação do punho e, didaticamente, são 
abordados juntos. O bíceps braquial é o 
principal músculo responsável pela 
supinação, auxiliado pelo músculo supinador. 
A pronação fica por conta dos músculos 
pronador quadrado e pronador redondo: 
 
- Bíceps braquial e braquial: o paciente 
pode estar posicionado em decúbito dorsal 
ou sentado. O examinador coloca a mão sob 
o cotovelo do paciente para protegê-lo contra 
a pressão da mesa. O examinador deve 
solicitar ao paciente uma flexão do cotovelo 
em ângulo reto ou levemente inferior, 
mantendo a supinação. Para resistência, 
deve-se colocar uma pressão contra a 
porção inferior do antebraço, na direção da 
extensão. A supinação favorece a ação do 
músculo bíceps, devido à direção de suas 
fibras. No caso do músculo braquial, a 
supinação ou pronação não afetam sua ação. 
Não é possível isolar a ação destes músculos 
devido à sua localização; 
 
- Braquiorradial: coloca-se o paciente em 
decúbito dorsal ou sentado. O examinador 
coloca a mão sob o cotovelo do paciente 
para protegê-lo contra a pressão da mesa. 
Deve-se solicitar ao paciente a flexão do 
cotovelo, com o antebraço em posição 
neutra, entre a pronação e a supinação. Para 
resistência, deve-se colocar uma pressão 
contra a porção inferior do antebraço na 
direção da extensão; 
 
- Tríceps braquial: deve-se colocar o 
paciente em decúbito ventral, com o ombro 
em abdução de 90º. Peça ao paciente que 
faça a extensão do cotovelo até uma posição 
levemente inferior à extensão completa. Para 
resistência, coloca-se pressão contra o 
antebraço, na direção da flexão. Pode-se, 
também, testar esse músculo em decúbito 
dorsal, com o ombro em aproximadamente 
90º de flexão, com o membro superior 
perpendicular à mesa. Pede-se ao paciente 
uma extensão do cotovelo até uma posição 
levemente inferior à extensão completa. Para 
resistência, coloca-se uma pressão contra o 
antebraço, na direção da flexão; 
 
- Pronadores redondo e quadrado: coloque 
o paciente sentado ou em decúbito dorsal. O 
cotovelo deve ser mantido bem ao lado do 
paciente ou ser estabilizado, para evitar a 
abdução do ombro. Pedir ao paciente a 
pronação do antebraço, com o cotovelo 
parcialmente flexionado. Para resistência, 
coloca-se pressão na porção inferior do 
antebraço, acima do punho (para evitar a 
torção do punho) e na direção da supinação 
do antebraço. Se quisermos testar o 
pronador quadrado isoladamente, repetimos 
o teste com o cotovelo completamente 
flexionado para tornar a cabeça umeral do 
pronador redondo menos eficaz, por ficar em 
uma posição encurtada; 
 
- Supinador: para diminuir a participação do 
músculo bíceps braquial, podemos colocar o 
músculo em uma posição de alongamento ou 
de encurtamento. Para testar o supinador 
com o bíceps alongado, o paciente deve 
estar sentado ou em pé e o examinador deve 
manter o ombro e o cotovelo do paciente 
estendidos. Deve-se pedir ao paciente que 
faça a supinação do antebraço, colocando 
uma pressão na extremidade distal do 
antebraço, acima do punho, na direção da 
pronação. Para testar o músculo com o 
bíceps em uma posição encurtada, o 
paciente deve estar em decúbito dorsal, 
enquanto mantém o ombro em flexão, com o 
cotovelo completamente flexionado. Deve-se 
pedir ao paciente que faça a supinação do 
antebraço, enquanto o examinador coloca 
pressão na extremidade distal do antebraço, 
acima do punho, na direção da pronação. 
 
Punho e dedos 
 
O punho realiza os movimentos de flexão, 
extensão, abdução ou desvio radial e adução 
ou desvio ulnar. Os dedos fazem movimentos 
de flexão, extensão, adução e abdução, e o 
polegar diferencia-se dos demais dedos por 
realizar também a oponência. Os principais 
músculos dessa região são: 
 
- Flexor ulnar do carpo: coloque o paciente 
sentado ou em decúbito dorsal. Mantenha o 
antebraço dele em supinação, apoiado na 
mesa ou sustentado por você (o 
examinador). Solicite ao paciente a flexão do 
punho em direção ao lado ulnar. Para 
resistência, coloque pressão contra a 
eminência hipotenar, na direção da extensão 
ao lado radial; 
 
- Flexor radial do carpo: coloque o paciente 
sentado ou em decúbito dorsal. Mantenha o 
antebraço dele em posição um pouco antes 
da supinação completa, apoiado na mesa ou 
sustentado por você (o examinador). Peça ao 
paciente a flexão do punho em direção ao 
lado radial. Coloque pressão contra a 
eminência tenar, na direção da extensão ao 
lado ulnar; 
 
- Extensores radiais longo e curto do 
carpo: coloque o paciente sentado com o 
cotovelo a aproximadamente 30º de flexão. 
Mantenha o antebraço dele apoiado sobre a 
mesa em posição pouco abaixo da pronação 
completa. O paciente deve fazer uma 
extensão do punho em direção ao lado radial 
com os dedos fletidos. Aplique uma pressão 
contra o dorso da mão, ao longo dos 2º e 3º 
metacarpos, na direção da flexão no lado 
ulnar 
 
- Extensor radial curto do carpo: coloque o 
paciente sentado, com o cotovelo totalmente 
flexionado e com o tronco inclinado para 
frente. O antebraço deve estar apoiado em 
posição pouco abaixo da pronação completa. 
Deve-se pedir ao paciente a extensão do 
punho em direção ao lado radial. O 
examinador deve colocar pressão contra o 
dorso da mão, ao longo do 2º e 3º 
metacarpos, na direção da flexão do lado 
ulnar; 
 
- Extensor ulnar do carpo: coloque o 
paciente sentado ou em decúbito dorsal. 
Mantenha o antebraço dele em pronação 
completa, apoiado na mesa ou sustentado 
por você. O paciente deve fazer a extensão 
do punho emdireção ao lado ulnar. O 
examinador coloca pressão contra o dorso da 
mão, ao longo do 5º metacarpo, na direção 
da flexão para o lado radial; 
 
- Flexor profundo dos dedos: o paciente 
deve estar sentado ou em decúbito dorsal. 
Mantenha o punho dele em discreta 
extensão. O examinador estabiliza as 
falanges proximal e média. O paciente realiza 
a flexão da articulação interfalangeana distal 
(IFD) do 2º, 3º, 4º e 5º dedos da mão, uma 
por vez. A pressão dever ser colocada contra 
a superfície palmar da falange distal, na 
direção da extensão; 
 
- Flexor superficial dos dedos: o paciente 
deve estar sentado ou em decúbito dorsal. O 
examinador estabiliza a mão do paciente 
com o punho em posição neutra ou em 
discreta extensão. Deve-se realizar a flexão 
da interfalangeana proximal com a 
interfalangeana distal estendida, do 2º, 3º, 4º 
e 5º dedos, testando uma de cada vez. A 
pressão deve ser feita contra a superfície 
palmar da falange média, na direção da 
extensão; 
 
- Extensor dos dedos: coloque o paciente 
sentado ou em decúbito dorsal. O 
examinador estabiliza o punho, evitando a 
extensão completa. O paciente realiza a 
extensão das metacarpofalangeanas do 2º 
ao 5º dedos da mão, com as 
interfalangeanas relaxadas. A pressão deve 
ser colocada contra as superfícies dorsais 
das falanges proximais, na direção da flexão. 
 
TESTES MUSCULARES DA 
COLUNA VERTEBRAL 
Na região cervical da coluna vertebral estão 
presentes músculos que permitem 
movimentos da cabeça em todas as 
direções, e garantem estabilidade em várias 
posições. Os movimentos realizados pela 
região cervical são flexão, extensão, flexão 
lateral ou inclinação e rotação. 
As regiões torácica e lombar compõem as 
partes superior e inferior do tronco, 
respectivamente. Os músculos dessa região 
são responsáveis pela estabilidade e bom 
alinhamento da coluna vertebral e atuam em 
conjunto com os músculos da pelve 
 
Flexores anteriores do pescoço: neste 
grupo, temos os músculos longo da cabeça, 
longo do pescoço e reto anterior da cabeça. 
Participam como auxiliares desse movimento 
o esternocleidomastoideo, escaleno anterior, 
supra-hioídeos e infra-hioídeos. Para testá-
los, o paciente deve estar em decúbito 
dorsal, com os cotovelos flexionados e mãos 
acima da cabeça, repousando sobre a mesa. 
Os músculos abdominais devem estar 
contraídos para dar estabilização ao 
movimento. No entanto, se for necessário, o 
examinador deve estabilizar o tórax. Ele deve 
solicitar a flexão da coluna cervical pela 
elevação da cabeça da mesa, com o queixo 
deprimido e levado em direção ao esterno. A 
resistência é realizada contra a fronte, na 
direção posterior; 
 
- Flexores anterolaterais do pescoço: os 
músculos testados são o 
esternocleidomastoideo e os escalenos. O 
paciente deve estar em decúbito dorsal, com 
os cotovelos flexionados e as mãosao lado 
da cabeça, repousando sobre a mesa. Se os 
músculos abdominais não forem suficientes 
para estabilizar o movimento, o examinador 
deve apoiar o tórax do paciente. Solicita-se o 
movimento de flexão ântero-lateral do 
pescoço (flexão com a cabeça virada para o 
lado). A resistência deve ser oferecida contra 
a região temporal da cabeça, obliquamente 
na direção posterior; 
 
- Flexores póstero-laterais do pescoço: os 
músculos que participam deste teste são, 
principalmente, o esplênio da cabeça, 
esplênio do pescoço, semiespinal da cabeça, 
semiespinal do pescoço e eretor da espinha 
cervical. O paciente deve estar deitado em 
decúbito ventral, com os cotovelos 
flexionados e as mãos acima da cabeça, 
repousando sobre a mesa. O paciente deve 
fazer a extensão póstero-lateral do pescoço, 
com a face virada para o lado que estiver 
sendo testado. Para resistência, é colocada 
pressão contra a face póstero-lateral da 
cabeça, na direção ântero-lateral; 
 
- Quadrado do lombo: o paciente deve estar 
em decúbito ventral e, do lado a ser testado, 
o membro inferior deve ser posicionado em 
discreta extensão e abdução suficiente para 
ficar alinhado com as fibras do músculo 
quadrado do lombo. O paciente deve realizar 
a elevação da pelve, enquanto o examinador 
traciona o membro inferior, opondo-se 
diretamente à linha de tração do músculo; 
 
- Extensores do tronco: neste teste, atuam 
os músculos eretores da espinha, auxiliados 
pelo latíssimo do dorso, quadrado lombar e 
trapézio. O paciente deve estar em decúbito 
ventral, com as mãos cruzadas atrás das 
nádegas ou atrás da cabeça. O examinador 
estabiliza os membros inferiores contra a 
mesa. Solicita-se ao paciente a extensão do 
tronco até a amplitude de movimento total do 
indivíduo. A resistência é oferecida pela força 
da gravidade e pela posição das mãos; 
 
- Abdominais superiores: são os músculos 
responsáveis pela flexão do tronco. O 
paciente deve estar deitado em decúbito 
dorsal com os membros inferiores 
estendidos. A falta de flexibilidade da 
musculatura posterior do tronco pode 
restringir a mobilidade e, por isso, deve ser 
examinada para que não seja interpretada 
como fraqueza muscular. O paciente deve 
iniciar o enrolamento do tronco, mantendo a 
pelve retificada até o ponto máximo de ação 
dos músculos abdominais e, sem interromper 
o movimento, iniciar a flexão do quadril até 
sentar-se. A resistência ao movimento é 
oferecida, inicialmente, pelo peso da cabeça, 
parte superior do tronco e pelos membros 
superiores colocados em várias posições. A 
flexão do quadril oferece forte resistência aos 
músculos abdominais. A graduação é um 
pouco diferente da encontrada na escala de 
Oxford, citada anteriormente: 
 
 o Grau normal: com a mãos 
cruzadas atrás da cabeça, o paciente é 
capaz de flexionar a coluna vertebral e 
mantê-la flexionada, enquanto entra na fase 
de flexão do quadril e chega à posição 
sentada. Se necessário, os pés podem ser 
mantidos para baixo, pelo examinador, 
durante a fase de flexão de quadril; 
 o Grau bom: com os membros 
superiores cruzados no tórax, o paciente é 
capaz de flexionar a coluna vertebral e 
mantê-la flexionada, enquanto entra na fase 
de flexão do quadril e atinge a posição 
sentada. O momento que exige mais força é 
justamente quando os músculos flexores do 
quadril começam a elevar o tronco; 
 o Grau regular (+): com os membros 
superiores estendidos para frente, o paciente 
é capaz de flexionar a coluna vertebral e 
mantê-la flexionada, enquanto entra na fase 
de flexão do quadril e atinge a posição 
sentada; 
 o Grau regular (-): com os membros 
superiores estendidos para frente, o paciente 
é capaz de flexionar a coluna vertebral, mas 
é incapaz de manter a flexão enquanto entra 
na fase de flexão do quadril. 
 
Abominais inferiores: os músculos 
abdominais inferiores são responsáveis pela 
manutenção da retificação da pelve durante a 
elevação dos membros inferiores, a partir do 
decúbito dorsal. Participam dessa ação o reto 
abdominal e as fibras laterais do obliquo 
externo. O paciente deve estar deitado em 
decúbito dorsal, e o examinador o auxilia a 
elevar os membros inferiores até a posição 
vertical, mantendo os joelhos esticados. 
Deve-se solicitar ao paciente que retifique a 
pelve e mantenha a retificação enquanto 
desce as pernas lentamente. A força será 
graduada de acordo com a capacidade de 
manter a região lombar retificada sobre a 
mesa, durante o abaixamento lento dos 
membros inferiores. 
A Figura 2 ilustra a graduação da força dos 
músculos abdominais inferiores. O paciente 
inicia com as pernas a 90º e vai descendo 
até próximo de zero: 
 
 
 
 
TESTES MUSCULARES DA FACE E 
OLHOS
 
Os músculos faciais também são 
denominados músculos da expressão ou da 
mímica. A maioria destes músculos é 
inervada pelo nervo facial. Eles trabalham em 
conjunto e são responsáveis por 
movimentos, como fazer careta, levantar a 
sobrancelha, sorrir, franzir a testa, olhar de 
surpresa etc. (KENDALL et al., 2007). 
Os testes desses músculos diferenciam-se 
dos demais e, por essarazão, não são 
necessárias posição de teste, fixação e 
resistência por parte do examinador. Em vez 
disso, solicita-se que o paciente imite 
expressões faciais do examinador ou de uma 
fotografia. 
Os principais testes dos músculos faciais e 
oculares são ilustrados na Figura : 
 
 
 
 
 
 
Perimetria de membros superiores e 
inferiores 
 
 
A perimetria, ou medida de perímetros, 
consiste na medida da circunferência de um 
membro a partir de um ponto anatômico 
previamente estabelecido. É um método 
simples e barato, que permite a identificação 
de mudanças na dimensão dos membros. Tal 
mudança pode ocorrer em função de edemas 
e de alterações no trofismo muscular 
(CARVALHO et al., 2006). 
Essa medida deve ser realizada de forma 
simétrica, de modo a permitir a comparação 
entre os membros e a evolução ao longo do 
tratamento. É indicado que as medidas sejam 
feitas pelo mesmo examinador, para 
minimizar erros de medida entre 
observadores. No entanto, na impossibilidade 
de manter o examinador, é fundamental a 
padronização e registro dos locais a serem 
medidos no prontuário do paciente. 
Para a realização do procedimento, deve-se 
utilizar uma fita métrica com medida em 
centímetros. A partir do ponto de referência, 
deve-se envolver toda a circunferência e 
registar o valor obtido no prontuário. Orienta-
se esticar a fita métrica e passá-la por trás do 
segmento a ser medido, apoiar uma ponta de 
fita e fechar a circunferência deixando justo, 
mas sem apertar demais. 
 
O conhecimento da anatomia palpatória é 
necessário, já que os pontos de referência 
são medidos a partir das estruturas ósseas. 
São utilizadas de duas a três medidas ao 
longo de cada segmento corporal. 
A escolha de qual segmento corporal medir 
está relacionada à queixa e ao quadro clínico 
do paciente. Por exemplo, se um paciente 
estiver com uma lesão nos joelhos, será 
importante fazer a perimetria de MMII, mais 
especificamente de coxa. Já em um edema 
pós mastectomia, será necessária a 
perimetria de MMSS. 
 
Além da perimetria, a técnica de 
deslocamento de água (DA) é amplamente 
utilizada para avaliação do edema, sendo 
considerada um método bastante confiável. 
Ela se baseia no princípio de Arquimedes, 
que determina que um objeto imerso na água 
desloca uma quantidade de líquido 
semelhante ao volume daquele objeto. Para 
o procedimento, o membro será imerso em 
um reservatório com água de tamanho 
compatível com o tamanho de membro a ser 
avaliado. Um recipiente com demarcações é 
acoplado a ele para coletar a água deslocada 
(OLIVEIRA et al., 2006). 
 
PERIMETRIA DE MEMBROS SUPERIORES 
 
 
As medidas podem ser feitas com o paciente 
sentado. Deve-se pedir para o paciente 
despir o membro superior, inclusive tirar 
pulseiras e relógio. O examinador deve 
buscar palpar o olécrano (Figura 4). Ele é 
facilmente visualizado e palpado com a 
flexão total da articulação do cotovelo. Trata-
se da projeção óssea da porção terminal da 
ulna, de contorno cônico e ápice 
relativamente agudo (HOPPENFELD, 1987). 
A partir deste ponto, deve-se usar um lápis 
dermatográfico para fazer marcações. Dez 
centímetros acima e teremos a medida do 
braço mínimo; vinte centímetros acima e 
teremos a medida do braço máximo. Se 
voltarmos para o ponto inicial e marcarmos 
dez centímetros abaixo, teremos a medida do 
antebraço máximo. Em seguida, deve-se 
localizar os processos estiloides do rádio e 
da ulna. Para localizar o processo estiloide 
do rádio, palpe a extremidade distal do 
antebraço na porção lateral. Observe um 
pequeno sulco que delimita o início da mão. 
Retorne ao ponto mais proeminente que 
corresponde ao processo estiloide do rádio. 
O processo estiloide da ulna localiza-se na 
porção medial, próximo ao dedo mínimo do 
paciente. Trata-se de uma estrutura mais 
grosseira e proeminente que o processo 
estiloide do rádio, sendo facilmente palpada 
e visualizada. A partir do processo estiloide 
do rádio, marque 10 cm acima e teremos a 
medida do antebraço mínimo. E, finalmente, 
o último ponto avalia a região articular e fica 
abaixo dos processos estiloides do rádio e da 
ulna. 
 
 
 
Portanto, a partir dos pontos marcados, o 
examinador deve usar a fita métrica e medir 
a circunferência: 
 
- Braço máximo: 20 cm acima do olecrano; 
- Braço mínimo: 10 cm acima do olecrano; 
- Antebraço máximo: 10 cm abaixo do 
olecrano; 
- Antebraço mínimo: 10 cm acima do 
processo estiloide do rádio; 
- Punho: abaixo dos processos estiloides do 
rádio e da ulna. 
 
PERIMETRIA DE MEMBROS 
INFERIORES 
 
Para a realização destas medidas, o paciente 
deve estar, idealmente, em trajes de banho. 
As medidas podem ser feitas com o 
pacientedeitado ou em pé. No entanto, 
devido a contração muscular presente na 
postura em pé, há diferença entre as duas 
medidas. 
Por isso, deve ser registrado no prontuário do 
paciente qual a posição escolhida, para que 
ela possa ser repetida nas avaliações 
seguintes. Inicialmente o examinador deve 
localizar o trocânter maior (Figura 6). Para 
chegar até ele, inicialmente, deve-se localizar 
as cristas ilíacas (Figura 6). Para isso, com o 
paciente em pé, fique em frente a ele, com as 
mãos ao redor da cintura, e faça uma suave 
pressão para baixo. 
A estrutura óssea percebida bilateralmente é 
a crista ilíaca. O trocânter maior pode ser 
palpado cerca de 10 cm abaixo da crista 
ilíaca, na região lateral da coxa 
(HOPPENFELD, 1987). Assinale esse ponto 
para realizar a perimetria do quadril. 
 
O próximo ponto a ser localizado é a patela . 
Ela é uma proeminência óssea facilmente 
visualizada na face anterior do joelho. A partir 
da patela, fazemos as medidas de perimetria 
de coxa, marcando de 10 em 10 cm acima 
dela. Essa é a medida mais indicada para 
medir o trofismo do músculo quadríceps. 
 
Em seguida, identifique a fossa poplítea . Ela 
se localiza na face posterior do joelho, e é 
delimitada superiormente pelos tendões dos 
músculos isquiotibiais e inferiormente pelo 
gastrocnemio. Faça uma marcação 10 cm 
abaixo da fossa poplítea, para realização da 
perimetria da perna máxima. 
 
As últimas estruturas a serem localizadas 
são os maléolos lateral e medial (Figura 9). 
Essas estruturas são bastante proeminentes 
e se localizam nas extremidades da fíbula e 
da tíbia, respectivamente, sendo que o 
maléolo lateral é mais distal que o maléolo 
medial. A medida da circunferência ao redor 
dos maléolos é denominada perimetria de 
tornozelo, e é importante para identificação 
da presença de edema. 
 
 
Diante da localização dos pontos, portanto, o 
examinador pode fazer a perimetria dos 
membros inferiores conforme: 
- Quadril: toda a circunferência do quadril na 
altura dos trocânteres 
- Coxa: de 10 cm em 10 cm acima da patela 
- Perna máxima: 10 cm abaixo da fossa 
poplítea 
- Tornozelo: menor circunferência acima dos 
maléolos. 
SINTETIZANDO 
 
A avaliação fisioterapêutica é uma etapa 
muito importante do processo de trabalho do 
fisioterapeuta. Ela é realizada no primeiro 
encontro do fisioterapeuta com o paciente e 
deve se repetir integralmente, ou em partes, 
sempre que houver necessidade de rever 
aspectos importantes, verificar se o paciente 
evoluiu, ou não, e se já se encontra em 
condições de ter alta terapêutica 
 
A primeira etapa da avaliação se chama 
anamnese, e é uma entrevista em que 
devem ser coletadas informações 
relacionadas ao problema trazido pelo 
paciente e sobre sua saúde em geral. Na 
segunda etapa da avaliação, o fisioterapeuta 
irá examinar o paciente por meio de 
procedimentos específicos. 
 
Os testes de força muscular fazem parte do 
exame físico e irão ajudar na compreensão 
dos distúrbios do movimento apresentados 
pelos pacientes. Para isso, deve-se seguir 
uma técnica cuidadosa, para que não haja 
erros na interpretação dos seus resultados. 
Alterações nos volumes dos membros podem 
ocorrer em função das alterações do trofismo 
muscular,que são o aumento ou diminuição 
da massa muscular e da presença de 
edemas. Para avaliação dessas alterações, 
podemos usar a perimetria que é um método 
acessível e de fácil reprodutibilidade.

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