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Prévia do material em texto

Burnout em estudantes de medicina nas Américas:
relação entre vida acadêmica e saúde mental
BARBAROW, M. R¹., BOZA, A. J. B.¹, FERREIRA, L. S.¹, FERREIRA, V. D. S.¹, IGLESIAS, R.¹,
IKEDA, R. K.¹, NASCIMENTO, P. S¹., VITORETTI, M. , MANSO, M. E. G.²1
Resumo: A Síndrome de Burnout é caracterizada pela despersonalização do indivíduo e é
desencadeada por condições dificultosas em seu local de trabalho ou estudo. Este artigo sintetiza as
relações entre a qualidade da saúde mental de estudantes de medicina nas Américas, fatores
culturais e o estresse durante os anos acadêmicos. O aumento do estresse fez com que a empatia e a
emotividade dos estudantes fossem prejudicadas. Isso é intensificado ao longo dos anos de estudo,
já que com a chegada da formatura a pressão em exercer a medicina efetivamente aumenta. Com
isso, explicita-se que o número de estudantes com burnout que não buscam ajuda é elevado, por
receio de sofrerem discriminação. A falta de sentido para a profissão faz com que o estudante
torne-se apático no ambiente social, o que culmina nas taxas ascendentes de estresse, depressão e
suicídio, podendo ter como facilitador a Síndrome de Burnout. Concluiu-se que, nas Américas, os
estudantes de medicina estão suscetíveis a essa síndrome por condições adversas em seu ambiente
de convivência social, além de fatores culturais e estresse que viabilizam esse distúrbio. Desta
forma, a empatia e a emotividade são substituídos pela despersonalização, havendo necessidade de
ações que auxiliem os estudantes a reconhecerem e tratarem do Burnout sem qualquer
discriminação.
Palavras-chave: saúde mental. burnout. estudantes de medicina.
Abstract: The Burnout Syndrome is characterized by depersonalization of the subject and it is
triggered by the difficult conditions in its place of work or study. This article sums up the relations
between mental health quality of medicine students in Americas, cultural factors and stress during
academic years, where the stress increase made students' empathy and emotivity damaged and it is
intensified along the years, as the graduation comes closer, the pressure in practise medicine raises.
With these factors, it is explicitly that the number of students with burnout whom doesn't look up
for help is high, by the cause of discrimination. The feeling of lack of meaning for the profession
makes the student becomes apathetic in the social ambient, culminating in raising rates of stress,
depression and suicide, and it's facilitated by the Burnout Syndrome. It is concluded that, in
Americas, medical students are susceptible to have this syndrome because of adverse conditions in
its social living ambience, besides cultural factors and stress that enables this disturb. Therefore, the
empathy and emotivity are replaced by depersonalization, having the need of actions that assists the
students to recognize and treat Burnout without any discrimination.
Keywords: mental health. burnout. medicine students.
1 INTRODUÇÃO
A síndrome de burnout consiste em uma reação psicológica vivenciada por diversos grupos
na sociedade atual. A illness dessa síndrome é caracterizada por sentimentos de exaustão física e
emocional, isto é, o indivíduo é levado a níveis extremos de cansaço e estresse, devido a situações
cotidianas somadas a uma sensação de frustração e fracasso intimamente relacionada à vida
profissional (YOUSSEF, 2016). Estes sintomas levam o indivíduo a uma crise de despersonalização
que pode ocasionar problemas psicológicos, como depressão e ansiedade, uma vez que esses
1 Estudantes de medicina do Centro Universitário São Camilo - 2019.
distúrbios psicológicos possuem percepções individuais semelhantes, de modo que essas doenças
podem ser confundidas em diagnósticos. (FINOTTI; LEITE, 2019).
Essa revisão, entretanto, não aborda a síndrome de burnout em um contexto geral, mas em
estudantes de medicina, uma vez que um estudo realizado pelo Psychological Reports em 2008
mostrou que, em um grupo isolado de médicos, 40% apresentavam algum grau da síndrome. Esses
dados devem-se ao estresse diário a que esse grupo é exposto, como por exemplo a intensa cobrança
por uma postura idealizada frente à sociedade, provas excessivas, contato com situações de extrema
fragilidade, interação com equipes e profissionais variados, contato com pessoas em sofrimento
intenso, cargas estafantes de trabalho, doação de si próprio aos doentes, pouco retorno afetivo no
ambiente de trabalho, escassez de descanso e rotina diária com imprevistos inerentes à profissão.
(FINOTTI ; LEITE, 2019).
Dessa forma, é importante conhecer as causas e os estágios da síndrome adequadamente para
que as consequências que assolam a sociedade possam ser compreendidas de forma efetiva, para
prevenir e tratar a ocorrência de burnout, que apresenta crescimentos progressivos entre 50% e 70%
do número de casos mundiais. Porém, só a partir do ano de 2022, a síndrome de burnout será
incorporada ao CID 11, o que facilitará a realização de estudos e pesquisas mais aprofundados.
(FINOTTI; LEITE, 2019).
Apesar disso, o aumento crescente desse distúrbio na área da saúde ocasionou trabalhos que
buscam defini-lo. Foi, então, descoberta a existência de estágios característicos do burnout, os quais
são:
i. Necessidade de autoafirmação, isto é, o indivíduo apresenta a necessidade de obter e exibir os
melhores resultados, além de assumir mais responsabilidades do que ele é capaz.
ii. Trabalho árduo, que aparece como uma resposta a alta quantidade de responsabilidades
assumidas e evolui para jornadas de trabalho compulsivas.
iii. Ignorar suas próprias necessidades, uma vez que a alta carga horária fragiliza as relações desse
indivíduo com a família e os amigos e o tempo para exercícios físicos, sono e alimentação correta
torna-se insuficiente.
iv. Distância dos conflitos devido a não recompensa, o profissional evita se envolver em situações
que antes o agradavam, dando início aos problemas físicos e de ansiedade.
v .Avaliação dos valores como a reorganização das prioridades do indivíduo que apresenta a
síndrome, de modo que a vida pessoal e as necessidades individuais são negligenciadas devido à
falta de motivação e energia.
vi. Negação de problemas, isto é, como uma resposta a intolerância aos sintomas, surgem o
sarcasmo, a agressividade e o cinismo.
vii. Isolamento, a vida social torna-se comprometida, fazendo com que álcool, drogas e atividades
ilícitas sejam usadas como mecanismo de escape.
viii. Comportamento estranho notado pelas pessoas à volta.
ix. Despersonalização, ou seja, as atividades e as relações do cotidiano perdem a singularidade,
de tal forma que se tornam mecânicas e impessoais.
1
x. Vazio interior, caracterizado pela falta de realização que impulsiona comportamentos
exagerados, provocando compulsões, insatisfações extremas e sentimentos de desamparo.
xi .Depressão, o indivíduo perde o propósito e torna-se exausto, desesperançoso e indiferente,
chegando ao ponto de considerar desistir de tudo.
xii. Síndrome de burnout, na qual o indivíduo alcança o colapso físico e mental, pensando na
demissão, fuga e suicídio.
(FINOTTI; LEITE, 2019)
2 METODOLOGIA
Nesta revisão foram utilizadas as seguintes bases de dados: Medline, Lilacs e Bireme. As
buscas foram orientadas pelos descritores: Burnout, Estudantes de medicina; O operador booleano
utilizado para relacionar os descritores foi o AND. Como critérios de inclusão selecionaram-se
apenas artigos com referência a burnout em estudantes de medicina de países das Américas
(América do Norte, Central e Sul), de 5 anos ou menos, nos idiomas inglês, espanhol e português.
Já os critérios de exclusão foram: problemas de saúde mental a não ser burnout, estudantes que não
sejam de medicina nas América, artigos com mais de 5 anos de publicação, idiomas além de inglês,
espanhol e português.
2
3 METODOLOGIA:
Os resultados dessa revisão sistemática estão apresentados no quadro abaixo:
autores título revista método resultado
Lucchetti, G.
Damiano, R.F.
DiLalla, L.F
Moutinho,I. L. D
Ezequiel, O. Da
Silva
Cross-cutural
differences in
mental health,
quality of life,
empathy, and
burnout between
US and Brazilian
medical students.
Academic
Psychiatry
Cross - cultural Há uma
complexa relação
entre fatores
culturais na
saúde mental dos
estudantes
Dorsey, J.K.
Dyrbye, L.N.
Eacker, A.
Durning, S.J.
Brazeau, C.
Moutier, C.
Massie, F.S.
Satele, D.
Sloan, J.A.
Shanafelt, T.D.
The impact of
stigma and
personal
experiences on
the help-seeking
behaviors of
medical students
with burnout
Acad med Survey Estudantes com
burnout não
pedem ajuda
frequentemente
devido receios de
discriminação
Dyrbye, L.N.
Shanafelt, T.D.
Werner, L.
Satele, D.
Wolanskyj, A.P
The impact of a
required
longitudinal
stress
management and
resilience
training course
for first-year
medical students
Society of
general
international
medicine
Estudo
observacional
A qualidade de
vida mental
média e a
fecilicidade
diminuiram em
alunos de
medicina, ao
longo do
primeiro ano do
curso. O estresse
aumentou, a
empatia
cognitiva e
emotiva
declinou. E não
foram
encontados
resultados
significativos
para burnout e
resiliência
3
Slavin, S. J.
Chibnall, J. T.
Finding the why,
changing the
how: Improving
the mental health
of medical
students,
residents and
physicians
Acad Med Comentários do
editor
Estudantes de
medicina não
enxergam sentido
para a profissão.
Ludwig, A.B.
Burton, W.
Weingarten, J.
Milan, F.
Myers, D. C.
Kligler, B.
Depression and
stress amongst
undergraduate
medical students
BMC medical
education
survey Foi percebido um
aumento
significativo do
stress do
primeiro ano ao
terceiro ano de
medicina.
Meija, C. R.
Valladares-Garrid
o, M.J.
Talledo-Ulfe, L.
Sanchez-Arteaga,
K.
Rojas, C.
Ruiz arimuya, J.J
Cruz, B.
Vilca, Z. P.
Síndrome de
Burnout y
factores
asociados en
estudiantes de
medicina. Estudo
multicéntrico en
siete facultades
de medicina
peruanas
Revista chilena
de
neuro-psiquiatr
ia (versao
online)
Santiago
Estudo analítico,
transversal e
multicêntrico
Dos 557
participantes do
teste, 47
apresentaram
syndrome de
burnout positive,
aumentando sua
prevalencia à
medida que o ano
de estudos
aumenta
Youssef, F. F Medical students
stress, burnout
and depression in
Trindad and
Tobago
Academic
Psychiatry
Estudo de campo A maioria dos
estudantes de
medicina estão
passando por
altos níveis de
estresse e
apresentam
sintomas de
burnout e
depressão
Paula Gómez H. ,
Cristhian Pérez
V. , Paula Parra P.
Relación entre el
bienestar y el
rendimiento
Rev Med Chile Estudo descritivo,
quantitative, não
experimental
O impacto
negativo da
qualidade de vida
4
, Liliana Ortiz M.
, Olga Matus B. ,
Peter McColl C. ,
Graciela Torres
A. , Andrea
Meyer K.
académico en
alumnos de
primer año de
medicina
do estudante no
redimento
academic0 de
alunos do
primeiro ano de
faculdade
4 DISCUSSÃO
4.1 Depressão
Os precursores responsáveis pelos sintomas de depressão e da síndrome de burnout são os
mesmos. Alunos no ciclo do internato médico que apresentam previamente sintomas de depressão
são mais propensos a apresentar sintomas de exaustão e estresse, enquanto pacientes que se mantêm
positivos apresentam melhores interações com pacientes e colegas de trabalho, de tal forma que
esses são menos suscetíveis a desenvolver burnout. Pesquisas com estudantes de medicina chilenos
demonstraram a identificação de três grupos com características diferentes: o primeiro apresenta um
alto índice de bem estar, comprometimento com o estudo e baixo índice de depressão; o segundo,
médio índice de bem estar, diminuição do comprometimento do aluno ao estudo e aumento dos
índices de depressão; o terceiro, baixo índice de bem estar, baixo comprometimento com o estudo e
altos índices de depressão . Dessa forma, o autor evidencia uma relação de consequência do bem
estar em relação a depressão e o comprometimento do aluno na graduação (GOMEZ et al, 2015).
4.2 Relação médico-paciente
Síndromes psicológicas como burnout estão crescendo tanto na graduação médica quanto no
trabalho. Contudo, não afeta apenas os estudantes e profissionais, pois há implicações diretas nos
cuidados dos pacientes, apresentando baixa satisfação destes em relação ao atendimento e uma
conduta não profissional por parte do médico .Além disso, estima-se que 60% dos estudantes de
medicina entrevistados em seis faculdades de medicina nos EUA concordam que seus pacientes não
os escolheriam para uma consulta caso eles estivessem cientes de um problema de saúde mental do
profissional da saúde, reforçando o estigma social de doenças mentais (DYRBYE et al, 2015).
4.3 Comparação entre estudantes de medicina da América Latina e Estados Unidos
Ao comparar estudantes de medicina do Brasil e dos Estados Unidos da América, foram
considerados sintomas de depressão, ansiedade, estresse, empatia, qualidade de vida e “abertura à
espiritualidade” para o estudo. Além disso, observou-se que a idade que os estudantes ingressam na
universidade interfere na saúde mental e no bem-estar. Desta forma, foram evidentes sequelas na
educação médica como diminuição da empatia, rendimento acadêmico e profissionalismo, e
aumento do cinismo. Esses resultados estavam presentes em maior parte nos estudantes de medicina
e residentes que reportaram burnout. Entre as razões destacadas para essas mudanças
comportamentais estão a exposição à morte e ao sofrimento, eventos na vida pessoal e aspectos
culturais e sociais no processo de aprendizagem (LUCCHETTI et al, 2016).
A idade dos estudantes é influenciadora em aspectos que trazem benefícios, assim como
perigos para a saúde mental dos estudantes de medicina. Nesse âmbito, nos Estados Unidos, os
estudantes entram mais velhos na faculdade quando comparados aos do Brasil. Somado a isso, por
5
terem contato mais cedo com os pacientes, os primeiros anos de faculdade no método de ensino
PBL (problem-based learning) e suporte psicológico nessa instituição, os índices de sintomas de
depressão e estresse entre os estudantes norte americanos são menores, quando comparado aos
brasileiros (LUCCHETTI et al, 2016).
Todavia, pela pesquisa realizada por Lucchetti et al (2016), foi constatado que estudantes
brasileiros que atingiram altas notas nos testes de saúde mental reportaram maior qualidade de vida.
Essas distinções nos resultados podem refletir as diferenças culturais entre os países, assim como
diferenças na maturidade por conta da idade. Considerando as diferentes culturas, o artigo aponta
que latinos possuem tendência a serem mais emocionais, o que poderia explicar maior emotividade
nos estudantes brasileiros.
Durante a pesquisa, o Brasil enfrentava crise política e econômica e acredita-se que esses
fatores impactaram na saúde mental dos estudantes e influenciaram no aumento de respostas
negativas sobre a qualidade de vida. Nos Estados Unidos, centros de recreação tiveram uma
repercussão positiva no bem estar dos estudantes. Ademais, as faculdades auxiliam os estudantes a
terem menor dependência do suporte governamental, o que resulta em menor estresse e qualidade
de vida para estudantes preocupados com o débito estudantil. As faculdades norte americanas
oferecem suporte psicológico gratuito no campus, que é essencial para prevenir condições que
podem impactar na performance acadêmica (LUCCHETTI et al, 2016).
4.4 Rendimento acadêmico na área da saúde
O ingresso na faculdade de medicina traz consigo uma mudança complexa na vida dos
jovens, com o aumento da responsabilidade e aumento da exigência do ritmo de vida dos
estudantes. O bem estar e a qualidade de vida do estudante são importantes na medida que o ajuda
a conseguir superar momentos de dificuldades em relação à faculdade, e o previne de sintomas de
burnout entre outros sintomas de transtornos mentais. No caso da síndrome de burnout, ocasionada
e agravada pela baixa qualidade de vida e relacionando-se negativamente com o rendimento
acadêmico, pode gerar profissionais com baixas qualificações, devido ao baixo empenho e
entendimento do aluno durante as aulas desde o primeiro ano de faculdade(GOMEZ et al, 2015).
Visando solucionar esses problemas acadêmicos e sociais entre os estudantes de medicina na
Saint Louis University School, foi feito um experimento de modificar algumas condições
curriculares dos estudantes do primeiro e segundo ano desse curso, que podem servir como modelo
para outras instituições. Entre elas estão a redução de 10% da carga horária do curso, mudanças na
disciplina de anatomia para torná-la menos densa,momentos de meditação oferecidos pela própria
faculdade e a implementação da possibilidade de um tratamento confidencial para depressão e
ansiedade.(SLAVIN; CHIBNALL, 2016)
Esse estudo mostrou-se efetivo pois houve adesão dos alunos da faculdade e no final
conseguiu-se reduzir níveis de depressão, ansiedade e síndrome de burnout entre esses. Alguns dos
dados desse estudo podem ser vistos abaixo:
Tabela 1: Tendência de sintomas de ansiedade e depressão em estudantes antes e depois da
mudança de ano, na Saint Louis University School of Medicine.
6
fonte: SLAVIN, S.J. e CHIBNALL, J.T., 2016
5 CONCLUSÃO
Nessa revisão, foi observada forte relação entre a depressão e a síndrome de burnout, devido
a esses transtornos mentais possuírem precursores em comum. Além disso, outras consequências
dessa síndrome crescente em estudantes de medicina e profissionais da área são o impacto na
relação médico-paciente que se torna abalada por falta de confiança e humanização por parte do
profissional.
Ademais, observou-se que os aspectos culturais impactam na qualidade de vida, saúde
mental, empatia e na síndrome de burnout. Tais aspectos são influenciadores do rendimento
acadêmico e da saúde dos estudantes de medicina. Em uma análise mais detalhada, foi evidenciada
uma relação de causa e consequência entre o mal estar e o burnout, sendo esse uma provável
consequência da baixa qualidade de vida. Essa situação pode interferir negativamente na relação do
aluno com a faculdade e no comprometimento do seu desenvolvimento profissional.
Dessa forma, com o intuito de reduzir tais danos da síndrome de burnout nos estudantes de
medicina, algumas mudanças curriculares foram implementadas. Dentre elas pode-se citar a
diminuição na carga horária do curso, o acréscimo de atividades como meditação, além de
oferecimento de apoio sigiloso a alunos com sintomas de ansiedade e depressão. No experimento,w
as medidas mostraram-se efetivas e satisfatórias, indicando, assim, um modo possível de reduzir os
danos acometidos por essa síndrome.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DYRBYE, Liselotte N.; EACKER, Anne; DURNING, Steven J. ; BRAZEAU, Chantal D; MOUTIER,
Christine; MASSIE, F. Stanford; SATELE, Daniel; SLOAN, Jeff A.; SHANAFELT, Tait D. The Impact of
7
Stigma and Personal Experiences on the Help-Seeking Behaviors of Medical Students With
Burnout. Academic Medicine: July 2015 - Volume 90 - Issue 7 - p 961–969. Acesso em 13 de nov.
2019. Disponível em:
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FINOTTI, Vivian; LEITE, Rodrigo F. M. Síndrome de Burnout. Associação brasileira de
enfermeiros de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização
(SOBECC NACIONAL). São Paulo. v.6, n.20, p. 20-23, abr./jun.2019.
GOMEZ, Paula H.; PEREZ, Cristhian V.; PARRA, Paula P.; ORTIZ, Liliana M; MATUS, Olga B.;
MCCOLL, Peter C.; TORRES, Graciela A.; MEYER, Andrea K. Relación entre el bienestar y el
rendimiento académico en alumnos de primer año de medicina. Rev. méd. Chile, Santiago , v.
143, n. 7, p. 930-937, jul. 2015 . acesso em 13 nov. 2019. Disponível em
<https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-98872015000700015>.
LUCCHETTI, Giancarlo.; DAMIANO, Rodrigo F.; DILALLA, Lisabeth, F.; GRANERO,
Alessandra L.; MOUTINHO, Ivana L. D.; EZEQUIEL, Oscarina S.; DORSEY, John K..
Cross-cultural differences in Mental Health, Quality of Life, Empathy, and Burnout between
US and Brazilian Medical Students. Academic psychiatry. Novembro de 2016. Acesso em 01 de
novembro de 2019. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/28861884/> .
SLAVIN, J. Stuart; CHIBNALL, T. John. Finding the way, Changing the How: Improving the
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Disponível em
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YOUSSEF, F. F. Medical student stress, burnout and depression in Trinidad and Tobago.
Periodic Acad Psychiatry. Fevereiro de 2016; n 40. V (1): p. 69-75. doi: 10.1007 /
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8
https://journals.lww.com/academicmedicine/toc/2015/07000
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