Buscar

UCA001_Sociedade_Contemporanea_Tema2


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revolução industrial e 
revoluções burguesas
Márcio Mendes da Luz
Introdução
Nesta aula estudaremos as revoluções dos séculos XVII e XVIII que ajudaram na formação 
da sociedade contemporânea. O termo “Revolução” ganhou espaço na política ao referir-se a uma 
mudança em um sistema político, cultural, econômico e/ou social. Vamos conhecê-las? Então, 
Acompanhe-nos!
Objetivos de aprendizagem:
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • Compreender a importância da Revolução Industrial e os fatores que levaram a este 
fenômeno histórico; 
 • Entender os diferentes modos de produção: doméstico, artesanal e manufatureiro;
 • Compreender a importância das revoluções burguesas.
1 Revolução Industrial
Se você der uma olhada ao redor, certamente o que irá visualizar é fruto de um longo pro-
cesso que foi a Revolução Industrial, a partir do século XVIII na Inglaterra, determinada pela evolu-
ção dos meios de produção que vinha ocorrendo desde a Antiguidade.
FIQUE ATENTO!
Os modos de produção referem-se à maneira de fabricar um produto, que varia 
conforme os séculos.
De forma geral, a produção humana passou por três processos de produção: modo artesanal, 
manufatureiro e maquinofatura. Mas qual a distinção entre eles?
Quadro 1 – Modos de produção e suas características
Meio de produção Artesanal Manufatura Maquinofatura
Características
Um dos meios mais 
antigos surgiu na An-
tiguidade e é quando 
apenas uma pessoa 
detém todas etapas de 
produção. 
Do latim “feito à mão”, sur-
giu no final da Idade Média 
com o Renascimento Co-
mercial. Diferencia-se do 
artesanal devido à divisão 
de tarefas. 
Surgiu no século XVIII, 
mantém a divisão de 
tarefas, mas agora temos a 
introdução das máquinas. 
É o modo de produção da 
Revolução Industrial.
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado de Adam Smith, 1778.
Com a mudança nos meios de produção, a Revolução Industrial afetou a vida dos trabalhado-
res. Suas condições de moradia, trabalho e saúde degradaram rapidamente, enquanto a burguesia 
industrial lucrava cada vez mais. O cenário social da época era marcado por baixos salários, con-
dições insalubres, exploração do trabalho infantil e nenhum direito trabalhista.
Figura 1 – Modo de produção industrial inglês
Fonte: Everett Historical/Shutterstock.com.
A seguir, vejamos outra importante revolução histórica para a Inglaterra.
2 Revolução Puritana
A Guerra Civil Inglesa, conhecida como Revolução Puritana, ocorreu entre 1642 e 1649 como 
resultado do longo processo de conflito entre o Rei e o Parlamento - a Câmera dos Comuns.
O conflito entre as duas instituições (Coroa e Parlamento) tinha características políticas, reli-
giosas e sociais. Do ponto de vista político, a condução do Império Inglês iniciava sua expansão 
com a colonização das Treze Colônias na América; da perspectiva religiosa, era o conflito entre os 
reis católicos que contavam com apoio da nobreza anglicana e os representantes da câmera dos 
comuns puritanos e sociais - nobreza e burgueses.
FIQUE ATENTO!
Hoje, na Inglaterra, há a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, que podem 
ser comparadas com a de deputados e senadores para a nossa realidade.
Por não concordar com a interferência do Parlamento, o Rei Carlos I mandou fechar o Parla-
mento (1629) sem previsão de reabertura. Quando chamou o Parlamento novamente para resolver 
um conflito na Escócia (1641), a Câmara dos Comuns exigiu respeito ao Parlamento, o que foi 
nega do pelo monarca, iniciando o conflito. Após sete anos de embate, ele chegou ao fim após a 
prisão e a decapitação do rei. 
A burguesia chegou ao poder e controlou os destinos políticos e econômicos de uma nação. 
Ficou no poder entre 1649 e 1659, e Oliver Cromwell era o líder. Após a sua morte e inaptidão do 
filho Ricardo, o Parlamento aceitou o retorno da monarquia desde que o novo rei, Carlos II, respei-
tasse as suas decisões.
SAIBA MAIS!
O período entre 1649 e 1659, quando Oliver e Richard Cromwell ficaram no poder, 
foi o único período na história inglesa sem monarquia. Leia mais: <http://ler.letras.
up.pt/uploads/ficheiros/1671.pdf>.
Não bastando o que representou a Revolução Puritana, a Inglaterra ainda foi palco de mais 
um conflito: a Revolução Gloriosa. 
3 Revolução Gloriosa
Também ocorrida no século XVII, podemos afirmar que esta revolução foi a complementação 
da anterior. Após a morte de Carlos II e sem herdeiros, o seu irmão mais novo, James II, assumiu 
o trono inglês, o qual contrariou o Parlamento ao não renunciar da fé católica. Em um momento 
após a Reforma Protestante e a Guerra dos Trinta Anos, a existência de um rei católico em um país 
protestante poderia ser um risco à soberania. 
O monarca vinha constantemente desrespeitando o Parlamento e suas decisões. Para evitar 
outro conflito sangrento em 1688, o Parlamento decidiu depor o rei e chamou para seu lugar o 
seu sobrinho e genro Guilherme III de Orange, que era anglicano, e exigiu que assinasse a Lei de 
Direitos (Bill of Rights), a qual retirou totalmente o poder real e o entregou ao Parlamento e seu 
representante, o primeiro-ministro. 
A Inglaterra foi o primeiro país a adotar a Monarquia parlamentarista e isto serviu de exemplo 
à burguesia dos demais países, pois agora controlava um país politicamente e, assim, poderia 
fazer leis que atendessem aos seus interesses econômicos. 
EXEMPLO
Assim como a Inglaterra, Espanha, Bélgica, Holanda, Noruega, Suécia, Dinamarca, 
Tailândia e Japão são exemplo de Monarquias parlamentaristas na atualidade.
O controle burguês na política inglesa permitiu a Revolução Industrial no século XIX e tornou 
a Inglaterra uma potência econômica, que dominou um terço de todo território mundial no início 
do século XX, influenciando o mundo inteiro com sua cultura e costumes.
4 Independência das 13 Colônias
No final do século XVI, na dinastia Tudor, quando buscavam uma passagem pelo Noroeste 
para chegar às Índias e, assim, fazer o comércio de especiarias, os ingleses descobriram terras na 
América do Norte. Foram criadas as Treze Colônias, hoje Estados Unidos, divididas de acordo com 
sua localização geográfica:
 • norte– New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut; 
 • centrais– Nova Iorque, Nova Jersey, Pensilvânia, Delaware; 
 • sul– Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.
Figura 2 – Mapa das 13 Colônias
Fonte: I. Pilon/Shutterstock.com.
Com exceção das colônias do Sul, as do Norte e Centrais não interessaram à Inglaterra 
devido ao clima parecido ao da metrópole. Isso significava que teriam produtos parecidos com os 
que eram obtidos na Inglaterra. As províncias do Sul foram mais exploradas em virtude do algodão, 
cana-de-açúcar e tabaco. 
Porém, a situação mudou após a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763), que reuniu duas for-
ças antagônicas, lideradas por Inglaterra e França, e resultou na vitória inglesa. Apesar da vitória, 
devido à extensão do conflito, a Inglaterra teve gastos exorbitantes e precisava repor os custos da 
guerra. Então, o Parlamento inglês decidiu cobrar taxas dos colonos na América, representadas 
pela Lei do Selo, Lei do Chá, Lei do Açúcar. Com isso, aumentou a repressão sobre os colonos. 
As lideranças coloniais, muitos dos quais seguidores da filosofia iluminista, questionaram o 
domínio inglês na América. Criticando, principalmente, a intervenção inglesa na economia ame-
ricana, por meio da repressão (atos intoleráveis), desejam a liberdade política. Por isso, em 4 de 
julho de 1776, na Filadélfia, as lideranças coloniais declararam a Independência das 13 Colônias. 
O conflito aconteceu entre 1776 e 1783, terminando com a vitória americana, com ajuda do 
exército francês e a assinatura do Tratado de Paris, em que a Inglaterra reconheceu a indepen-
dência. Em 1787, foi aprovada a Constituição Americana, claramente iluminista, isto é, a divisão 
tripartite do seu governo, a existência de um Estado Mínimo e o direito inviolável da liberdade de 
seus cidadãos. 
FIQUE ATENTO!
No Brasil, aconstituição de inspiração iluminista só veio após a Proclamação da 
República, em 1889. Já a nossa Constituição é de 1988.
O governo americano dos Estados Unidos é considerado capitalista liberal, de Estado Mínimo, 
isto é, ele não interfere tanto nas questões econômicas, promovendo relações econômicas mais 
livres, deixando mais livre a própria iniciativa privada. 
EXEMPLO
No Brasil não há o Estado Mínimo, pois o governo garante serviços para a popula-
ção, como saúde e educação pública, por meio dos impostos. Mas, por ser também 
um país de tendência liberal, as relações comerciais se tornem cada vez mais autô-
nomas com relação ao Estado.
A importância do processo de independência das 13 Colônias está no fato de ser o primeiro 
país com uma constituição iluminista, a qual será exemplo a ser seguido por quase todas as ex-co-
lônias americanas, repúblicas e monarquias parlamentaristas na Europa. 
5 Revolução Francesa
Nos séculos XVII e XVIII, a França era considerada o país onde o absolutismo foi exercido de 
forma plena, isto é, onde os reis governavam absolutos. Mas no governo de Luís XVI, a situação 
econômica na França deteriorou-se muito. Para piorar, a seca de 1787 e 1790 ocasionou fome na 
população camponesa.
Além disso, o sistema tributário francês ainda mantinha as características medievais de pri-
vilegiar os nobres com isenção fiscal e com salários pagos pela Coroa e direitos à propriedade, 
mesmo que improdutivas. Em 1789, a situação da economia francesa beirava o colapso. Para 
evitar a ruína, o rei francês convocou, após 150 anos, a Assembleia dos Estados Gerais, a qual era 
composta por três Estados: 1º Estado – Clero; 2º Estado – Nobreza; e 3º Estado – burgueses e 
trabalhadores. Estes três Estados deveriam auxiliar o rei a superar a crise econômica. 
O 3º Estado propôs tributar o 1º e o 2º Estado, que detinham grande parte da renda e dos 
gastos do governo francês. No entanto, estes Estados contestarama ideia e tiveram o apoio do Rei. 
Devido à impossibilidade de reverter a situação, o 3º Estado, com o apoio da população, iniciou 
uma revolta contra a Coroa francesa, que resultou na Revolução Francesa, a qual durou, oficial-
mente, de 1789 a 1799.
Figura 3 – Tomada da Bastilha
Fonte: Everett Historical/Shutterstock.com.
A Revolução Francesa foi marcante, pois o Iluminismo foi posto em prática sem restrição. 
Criou-se uma constituição que abolia os privilégios da nobreza, dividia os poderes, separava Estado 
e Igreja, dava a liberdade econômica, de expressão e política para a população. Nosso destaque 
é para a Declaração dos Diretos do Homem e do cidadão em 1789, que reconhecia a todos como 
cidadãos, assim como assegurava seus direitos. 
SAIBA MAIS!
Para conhecer mais sobre esta revolução, sugerimos a leitura do artigo “A Revolução 
Francesa e seu eco”, de Michel Vovelle, disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141989000200003&lng=pt&nrm=iso>.
A Revolução Francesa foi importante, pois ao abolir a monarquia no país símbolo do Absolu-
tismo, a burguesia demonstrou que poderia subir ao poder e, com isso, garantir aquilo que ela con-
sidera seus direitos: liberdade (econômica e de expressão), igualdade (de direitos) e fraternidade 
(tolerância entre todos os cidadãos), palavras que compunham o lema da revolução.
Fechamento
Chegamos ao fim desta aula sobre as principais revoluções que ocorreram nos séculos XVII 
e XVIII. Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender a importância da Revolução Industrial e os fatores que levaram a este 
fenômeno;
 • entender os diferentes modos de produção: doméstico, artesanal e manufatureiro;
 • compreender a importância das revoluções burguesas.
Referências
BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: SéculosXV – XVIII.São Pau-
lo:Martins Fontes, 1995.
FERREIRA, J.Carlos Viana. Cromwell: Puritanismo, providencialismo e pragmatismo. Disponível 
em: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1671.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2017.
KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI.São Paulo:Con-
texto, 2007.
THOMPSON, Edward Palmer. A Formação da Classe Operária Inglesa. Rio de Janeiro:Paz e Terra, 
1987. 
VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa e seu eco. Estud. av., São Paulo, v. 3, n. 6, p. 25-45, ago. 
1989. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-401419890 
00200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 07 fev. 2017.

Continue navegando