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: Pneus de carro cantam thuru Narrador: Rebeca, amiga de infância de Natasha, colega de faculdade Sujeito: Natasha, 22 anos estudante de direito Condição socioeconômica: classe social C Natasha sempre foi intensa, mas acredito que algo mudou depois de terminar o namoro c/ o Felipe. Nas ultimas semanas ela tem se mostrado + ousada, vem p/ faculdade c/ roupas provocativas e uma maquiagem muito pesada. E olha que eu nem estou falando daqueles decotes. Tudo bem que terminar um namoro ñ é fácil, mas ñ precisa querer chamar tanta atenção. Eu nem ia falar nada, só que ela está exagerando muito, toda hora fica chamando p/ sair. Tentei acompanha-la nos últimos dias, afinal amiga é p/ essas coisas, mas apesar de muito esforço ñ consegui. Amiga, ela está bebendo muito e pegando geral, ligada no 220v. pior é que as notas dela caíram muito, mas ela fala como se fosse o próprio Einstein, parece que ñ está nem aí. Na última vez que saímos ela viu o Felipe c/ a Claudia, achei que ia rolar um barraco, mas ela foi toda plena, abraçou e beijou os dois, ali na frente de todo mundo. Nem a morte da Dona Lucia, avó dela, que era louca por ela, fez ela descer do salto. Amiga, climão...nem precisei ligar. Tia Patrícia que ligou, perguntou se eu sabia o que estava acontecendo c/ a Natasha, tive que falar né? Ela pediu p/ eu ir lá, que a Natasha ñ estava bem, agitada perguntou se a gente estava usando drogas acredita? Cheguei no apartamento dela e a Natasha estava fora de si, falava que nem uma metralhadora, ñ respeitava nem ponto, nem virgula, mal conseguia entender. Estava tudo fora do lugar e ela muito expansiva, nunca vi ela assim, a expressão dela estava acabada, parecia que ñ dormia há dias. Resolvi ligar p/ Luciano, aquele meu pegue-te que faz medicina, p/ vir socorrer, ele na hora disse que tínhamos que procurar um médico. A Tia Patrícia conseguiu uma consulta p/ o mesmo dia, só que sei que depois de muita conversa ela saiu c/ uns pedidos de exame e um remedinho acho que o nome é lítio. PONTOS IMPORTANTES -Nas últimas semanas ela tem se mostrado + ousada, vem p/ faculdade c/ roupas provocativas e uma maquiagem muito pesada, toda hora fica chamando p/ sair, Natasha estava fora de si, falava que nem uma metralhadora, ñ respeitava nem ponto, nem virgula, mal conseguia entender → mania? -E olha que eu nem estou falando daqueles decotes→ sexualização exarcebada -Tudo bem que terminar um namoro ñ é fácil, mas ñ precisa querer chamar tanta atenção → Fator estressor/desencadeante? -Amiga, ela está bebendo muito e pegando geral,ligada no 220v→ Abuso de álcool ligado a fase maníaca -pior é que as notas dela caíram muito, mas ela fala como se fosse o próprio Einstein, parece que ñ está nem ai → delírios de grandeza? -Nem a morte da Dona Lucia, avó dela, que era louca por ela, fez ela descer do salto. → Sentimento inibido LISTA DE PROBLEMAS • Bebendo muito, exarcebação da sexualidade, apresenta distúrbio do sono • ↓ do desempenho acadêmico, pensa que é o próprio Einstein • Agitada, fora de si, fala e discurso acelerado, expansiva • Ñ expressou sobre a morte da avó HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS • Transtorno bipolar? • Transtornos da personalidade? • Transtorno Bordeline? • Doença orgânica(hipotireoidismo)? • Uso de drogas? • Medicamento(antidepressivo)? -O transtorno bipolar vem sendo, cada vez + , considerado um problema de saúde pública, seja pela enorme prevalência, seja pelas consequências econômico-sociais que acarreta -Deve-se ressalvar que as classificações atuais, como o DSM-5, são ainda muito restritivas quanto à caracterização dos episódios de hipomania e dos estados mistos. P/ a hipomania, o DSM-5 ainda requer a duração mínima de 4 dias. No que concerne à caracterização dos estados mistos, o DSM-5, exclui da definição as características + importantes para o seu diagnóstico (agitação psicomotora, angústia acentuada e irritabilidade) - TAB: a alternância de estados depressivos c/ maníacos caracteriza tal distúrbio Uma pessoa c/ depressão e que, 10 anos depois, tenha um episódio maníaco, apresenta, na verdade, o transtorno bipolar; no entanto, seu diagnóstico só poderia ser possível c/ o surgimento da fase maníaca. -A depressão do transtorno bipolar é igual à depressão comum, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar ñ recebe o mesmo tratamento do paciente unipolar. EPIDEMIOLOGIA -De acordo c/ a DMDA, 70% dos pacientes bipolares ñ receberam o diagnóstico no 1º ano que se seguiu ao desenvolvimento da doença;+ ainda, 35% dos pacientes procuraram tratamento por 10 anos antes de receber o adequado diagnóstico. -Estudos epidemiológicos nos EUA, estimam a prevalência, p/ o tempo de vida (, do transtorno bipolar em 1,6% p/ o tipo I, e de 0,5% p/ o tipo II - A idade média de início dos quadros bipolares situa-se logo após os 20 anos, embora uma porcentagem dos casos se inicie ainda na infância e na adolescência, e outros possam começar + tardiamente (após os 50 anos). Os episódios maníacos costumam ter início súbito, c/ rápida progressão dos sintomas -Frequentemente, os 1º episódios ocorrem associados a estressores psicossociais; c/ a evolução da doença, os episódios podem se tornar + comuns, e os intervalos livres se encurtam -Em algumas mulheres, o 1º episódio maníaco pode acontecer no período puerperal. QUADRO CLÍNICO -Geralmente se inicia em torno dos 20 a 30 anos, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já c/ sintomas psicóticos, o que, muitas vezes, faz confundir com síndromes psicóticas puras. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos), muitas vezes confundindo os médicos e retardando o diagnóstico da fase em atividade. -Transtorno bipolar de tipo I: caracteriza-se pela ocorrência de episódios de “mania” (caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada, da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente alternados c/ períodos de depressão e c/ períodos de normalidadeC/ certa frequência, os episódios maníacos incluem também irritabilidade, agressividade e incapacidade de controlar adequadamente os impulsos. -Fases maníacas: caracterizam-se ainda pela aceleração do pensamento (sensação de que os pensamentos estão fluindo + rapidamente), distraibilidade e incapacidade de dirigir a atividade p/ metas definidas (embora haja da atividade, a pessoa ñ consegue ordenar as ações de modo a alcançar objetivos precisos). As fases maníacas, quando em seu quadro típico, prejudicam ou impedem o desempenho profissional e as atividades sociais, não raramente expondo os pacientes a situações embaraçosas e a riscos variados (dirigir sem cuidado, fazer gastos excessivos, indiscrições sexuais etc.). Em casos + graves, o paciente pode apresentar delírios (de grandeza ou de poder, acompanhando a exaltação do humor; ou delírios de perseguição, entre outros), e ainda alucinações, embora + raramente. Nesses casos, muitas vezes, o quadro clínico é confundido c/ a esquizofrenia; o diagnóstico diferencial deve ser feito c/ base na história pessoal (na doença bipolar, os quadros são agudos e seguidos por períodos de depressão ou de remissão) e familiar (c/ certa frequência, podem ser identificados quadros de mania e depressão nas família) Nos últimos anos, tem-se reconhecido a importância dos -Quadros de hipomania: são quadros de mania mitigada, que ñ se apresentam com a gravidade dos quadros de mania propriamente dita). Os quadros caracterizados por hipomania e pela ocorrência de episódios depressivos maiores têm sido chamados de “transtorno bipolar de tipo II”. O reconhecimento destes quadros é importante, visto que o uso de antidepressivos pode agravar seu curso, assim como ocorre na doença bipolar com fasesmaníacas típicas (tipo I) TIPOS DE TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR FASE MANÍACA -O estado de humor está elevado, há alegria contagiante ou irritação agressiva. É acompanhada de elevação da autoestima e de sentimentos de grandiosidade, podendo chegar à manifestação delirante de grandeza, considerando-se uma pessoa dotada de poderes especiais. -Há ↑da atividade motora c/ grande vigor físico e c/ ↓da necessidade de sono e dificuldade de ficar parado e de concentrar-se nas tarefas. Nessa fase, o paciente literalmente “ri da própria desgraça”. -Inicialmente, quando os sintomas ainda ñ se aprofundaram, o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; c/ o aprofundamento do quadro, tal ideia torna-se uma convicção delirante. -O senso de perigo fica comprometido, e o indivíduo envolve-se em atividades que apresentam risco tanto p/ integridade física como patrimonial -O comportamento sexual torna-se excessivamente desinibido, mesmo promíscuo, c/ numerosos parceiros em um curto espaço de tempo. -Os pensamentos são incontroláveis p/ o próprio paciente; p/ as outras pessoas, a grande confusão de ideias, na verdade, diz respeito à interrupção de temas p/ que se iniciem outros, os quais, por sua vez, também não são concluídos, e assim por diante. Essa aceleração do pensamento, com consequente perda da lógica, denomina-se fuga de ideias. -Pelo DSM-5, um episódio de mania é caracterizado por período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e ↑anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, c/ duração mínima de 1 semana e presente na > parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). Durante o período de perturbação do humor e ↑da energia ou atividade, 3 (ou +) dos sintomas que serão descritos a seguir (4 se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam mudança notável do comportamento habitual. -Principais características da fase maníaca e hipomaníaca (DSM-5): 1. ↓do sono; 2. Hiperatividade; 3. Aceleração do pensamento; 4. Ideias de grandiosidade; 5. Sintomas psicóticos; 6. Pressão de discurso; 7. ↑da autoestima Marc 07 Carolina Ferreira FASE HIPOMANÍACA -Pelo DSM-5, o episódio de hipomania é caracterizada por um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e ↑anormal e persistente da atividade ou energia, c/ duração mínima de 4 dias consecutivos e presente na > parte do dia, quase todos os dias. Também são necessários 3 ou + dos sintomas listados na fase maníaca, porém o episódio ñ é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. -Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco. CICLOTIMIA -Flutuação crônica (2 ou mais anos) do humor, c/ vários períodos c/ sintomas hipomaníacos que ñ satisfazem os critérios p/ episódio hipomaníaco e diversos outros períodos c/ sintomas depressivos que ñ satisfazem os critérios p/ episódio depressivo maior. Os sintomas não são suficientes e duradouros p/ que se considere transtorno afetivo bipolar, e a pessoa permanece dessa maneira a > parte do tempo. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -São: esquizofrenia, psicoses esquizoafetivas, psicoses cicloides, quadros orgânicos cerebrais (esclerose múltipla, quadros demenciais, a sífilis, Aids e além de certas formas de epilepsia), quadros associados a condições clínicas gerais (Cushing, hipertireoidismo), uso de substâncias ilícitas (anfetaminas, cocaína ) e ainda síndromes desencadeadas por medicamentos (corticosteroides, antidepressivos) -Os quadros + leves (de tipo II) são muitas vezes classificados erroneamente como “transtornos da personalidade”, + frequentemente o transtorno borderline de personalidade, e, assim, permanecem sem tratamento + específico. -Deve-se mencionar também que o abuso/dependência de substâncias ilícitas e álcool é muito + comum em pacientes bipolares que na população geral TRATAMENTO -Tratamento tem 4 objetivos primários: o tratamento da mania aguda; o tratamento da depressão aguda; a prevenção das recorrências de mania; e a prevenção das recorrências de depressão. -Naturalmente, a melhora do quadro não se restringe à melhora dos sintomas, mas visa a reintegração plena do paciente à sociedade, objetivando a plena recuperação funcional e a melhora de sua qualidade de vida. -Além do tratamento farmacológico, enfatizam-se as intervenções psicoterápicas (p/ o paciente e sua família), assim como a chamada “psicoeducação”, destinada a dar informações objetivas sobre a doença aos pacientes e familiares. -Na maioria das vezes, um único agente farmacológico é incapaz de preencher todos esses objetivos p/ o mesmo paciente. Dessa maneira, a doença bipolar frequentemente requer a cuidadosa associação de medicamentos. -Tratamento farmacológico: é realizado c/ estabilizadores de humor. Na presença de agitação e psicose, deve-se associar um antipsicótico Podem ser necessárias internação e contenção física p/ preservar o paciente. -No transtorno bipolar, são recomendados os estabilizadores do humor, associados ou ñ a antipsicóticos atípicos (como olanzapina, risperidona, aripiprazol, quetiapina, paliperidona, asenapina, lurasidona), e, nos casos refratários, até mesmo a clozapina, apesar dos cuidados especiais inerentes à sua utilização. -O tratamento da depressão bipolar requer cuidados específicos, que serão abordados na sequência. -Medicações utilizadas: Carbonato de lítio: é o tratamento de escolha p/ a maioria dos casos de mania aguda e p/ a profilaxia das recorrências das fases maníaco-depressivas. As manias típicas, assim como os episódios de mania seguidos por eutimia e depressão respondem Marc 07 Carolina Ferreira particularmente bem ao lítio. A dosagem do lítio deve ser feita sempre 12 h após a última ingestão do comprimido de lítio. Em geral, dosam-se os níveis séricos 5 a 7 dias após o início, depois a cada 7 ou 14 dias, passando-se ao controle posterior a cada 2 ou 3 meses nos primeiros 6 meses e a cada 4 ou no mínimo a cada 6 meses posteriormente. Os níveis recomendados p/ o tratamento situam-se entre 0,6 e 1,2 mEq/l. Em geral, inicia-se o tratamento c/ 300 mg à noite, aumentando-se as doses gradativamente até alcançar os níveis séricos desejados, levando-se em conta a tolerabilidade do paciente aos efeitos colaterais. A dosagem dos hormônios tireoidianos deve ser feita a cada 6 ou 12 meses, assim como o monitoramento da função renal. As preparações convencionais são ministradas 2 vezes ao dia, podendo as de liberação lenta ser utilizadas em dose única, geralmente à noite. Antipsicóticos atípicos: utilizados no tratamento da mania aguda, pela rapidez da ação e controle da agitação psicomotora. As diretrizes enumeram os seguintes antipsicóticos atípicos como tratamento de 1º linha: olanzapina, quetiapina, risperidona de ação prolongada e aripiprazol (estes 2 últimos principalmente p/ a prevenção das fases maníacas). Como tratamento de manutenção, de 2º linha, estão citados os antipsicóticos atípicos: paliperidona ER e, como 3º linha, asenapina. Os antipsicóticos atípicos, entre outros efeitos colaterais, podem facilitar o desenvolvimento da síndrome metabólica, dislipidemia e diabetes melito. Recomenda- se monitoramento periódico de glicemia e perfil lipídico. Anticolvusivantes: ❖ Divalproato: tem sido amplamente utilizado p/ o tratamento do transtorno bipolar, na fase de mania aguda. O valproato ou o divalproato podem ser combinados c/ o lítio. Efeitos colaterais comuns do valproato incluem: sedação, perturbações gastrintestinais,náuseas, vômitos, diarreia, elevação benigna das transaminases e tremores. Leucopenia assintomática e trombocitopenia podem ocorrer. O valproato deve ser iniciado c/ doses baixas (250 mg/dia), titulando-se a dose em graduais de 250 mg com intervalo de alguns dias, até a concentração sérica de 50 a 100 mg/mℓ (não excedendo a dose de 60 mg/kg/dia). Os níveis séricos do valproato podem ser pela CBZ e por medicações como a fluoxetina e o ácido acetilsalicílico. Recomenda- se cuidado na associação do ácido acetilsalicílico ao ácido valproico. O valproato os níveis séricos do fenobarbital, da fenitoína e dos tricíclicos ❖ Carbamazepina: tem sido utilizada como tratamento de 2º linha p/ a mania e como tratamento de 3º linha p/ depressão bipolar. Como a carbamazepina induz ao de seu próprio metabolismo, suas doses devem ser ajustadas depois de algum tempo, p/ que os níveis no sangue sejam mantidos. Deve-se lembrar que a indução de enzimas hepáticas pela CBZ reduz os níveis de várias outras substâncias (como os hormônios tireoidianos) e medicamentos, entre os quais os anticoncepcionais, cujas doses devem ser reajustadas, em acordo com o ginecologista. Entre os efeitos colaterais da CBZ estão: diplopia, visão borrada, fadiga, náuseas e ataxia. As doses devem ser iniciadas aos poucos (100 a 200 mg/dia, inicialmente), gradualmente até atingir níveis séricos compatíveis ou melhora terapêutica; as doses devem ser divididas em 3 ou 4 vezes, aumentando-se o intervalo para as preparações de liberação lenta. Inicialmente, monitoram-se o hemograma e a função hepática a cada 2 semanas, nos primeiros 2 meses, espaçando-se depois os controles p/ fazê-los a cada 3 meses. ❖ Lamotrigina: utilizada no tratamento de depressão bipolar e profilaxia das fases depressivas da doença bipolar. Seus efeitos colaterais incluem: tonturas, ataxia, sonolência, cefaleia, diplopia, náuseas, vômitos e rash cutâneo. A lamotrigina pode reduzir a [ ] do ácido fólico; a do ácido fólico, por sua vez, tem sido relacionada com teratogênese. Recomenda-se iniciar a lamotrigina em doses baixas (25 mg/dia durante 1 semana, seguida por 50 mg/dia durante mais 2 semanas); se necessário, aumenta-se a dose, depois de mais 2 semanas, para 100 mg/dia, em 2 vezes; posteriormente, pode-se aumentar a dose em 50 a 100 mg a cada 1 ou 2 semanas. Em geral, usam-se doses diárias de 50 a 250 mg/dia. Caso o paciente esteja em uso de ácido valproico, as Marc 07 Carolina Ferreira doses devem ser reduzidas à metade, sendo a titulação da dose iniciada com 25 mg a cada 2 dias; a associação com ácido valproico o risco de rash cutâneo. Caso haja associação com carbamazepina, as doses devem ser , em função da indução enzimática que ocorre. -Eletroconvulsoterapia (ECT): mantém um lugar de destaque no tratamento dos casos resistentes, mostrando ação antidepressiva, antimaníaca e estabilizadora do humor. Em casos refratários, chega a ser utilizada, dentro de certos limites, até como tratamento de manutenção (em aplicações mensais, por tempo limitado). Deve sempre ser realizada c/ relaxantes musculares (geralmente succinilcolina), anestesia e oxigenação; além da oximetria, deve-se monitorar o eletroencefalograma (EEG) e o ECG. Recomenda-se que a ECT seja feita c/ corrente de pulsos breves ou ultrabreves e aplicada somente por médicos com treinamento especializado. -Exames laboratoriais que são solicitados durante o tratamento: dosagem do lítio, dosagem dos hormônios tireoidianos, glicemia, perfil lipídico, hemograma, função hepática Você sabe como diagnosticar um transtorno de humor? O diagnóstico de um transtorno de humor é clínico, baseado na psicopatologia observada no exame psíquico e no histórico da patologia do paciente. Não esquecer que alterações de humor podem ser secundárias a patologias clínicas ou uso de medicamentos ou substâncias psicoativas. -A personalidade consiste em todas as características próprias de um indivíduo, como seus estilos cognitivos, afetivos, de interesses e no modo com que este se relaciona c/ o mundo e os demais indivíduos. Sua formação é multifatorial, dependendo de fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais. A personalidade tem como pano de fundo o temperamento, fortemente influenciado por características genéticas e hereditárias, sobre o qual se desenvolve o caráter, predominantemente influenciado por fatores psicológicos e de desenvolvimento. -Personalidade = temperamento + caráter -O distúrbio de personalidade resulta de interações complexas entre constituição pessoal, temperamento, experiências pessoais, relacionamento familiar e oportunidades de aquisição de modelos comportamentais (fatores constitucionais e ambientais). -Definição e sintomas do transtorno de personalidade: -Vale ressaltar que ao falar de TP ñ estamos nos referindo a traços de personalidade, mas sim comportamentos rígidos e mal- adaptativos que trazem prejuízo funcional ou sofrimento p/ o paciente -C/ isso, o DSM-V define transtornos de personalidade a partir dos seguintes critérios, mostrados na imagem ao lado -A partir destes critérios, o DSM-V classifica 3 subgrupos de TP: ➢ o grupo A: que inclui transtornos c/ características estranhas ou de afastamento, como: paranoide, esquizoide e esquizotípica ➢ o grupo B: que são aqueles transtornos c/ características dramáticas ou impulsivas como: borderline, antissocial, narcisista e histriônica ➢ o grupo C: que inclui transtornos c/ característica de ansiedade e medo como: evitativo, dependente e obsessivo-compulsivo Marc 07 Carolina Ferreira -No total são 10 transtornos que veremos a seguir algumas características e critérios de cada um deles, mas vale ressaltar que os mesmos podem acontecer mutuamente no mesmo indivíduo EPIDEMIOLOGIA -Dados norte-americanos indicam que os transtornos da personalidade afetam cerca de 10 a 15% da população, sendo 50% + frequentes na população que utiliza serviços psiquiátricos -Os transtornos da personalidade histriônica, borderline e dependente são + comuns em mulheres, enquanto o transtorno da personalidade antissocial é + comum em homens ETIOLOGIA -Os transtornos do grupo A, sobretudo, o de personalidade esquizotípica, mostram-se + frequentes em pacientes que possuem parentes c/ esquizofrenia. Enquanto que no grupo B, a depressão é comum em parentes de indivíduos c/ personalidade borderline. E no grupo C, traços obsessivo-compulsivo são + comuns em gêmeos monozigóticos. -Etiologia: fatores geneticos+ biologicos+ meio ambiente -São condições médicas + comuns que podem causar alteração na personalidade: 1. Epilepsia 2. Doenças endócrinas 3. Doenças cerebrovasculares 4. AIDS 5. Traumatismos cranianos 6. Tumores cerebrais 7. Esclerose múltipla 8. Doença de Huntington 9. Envenenamento por metais pesados (manganês, mercúrio) 10. Neurossífilis DIAGNÓSTICO -Diagnóstico: é eminentemente clínico -Uma boa anamnese é essencial p/ um diagnóstico apurado. Deve-se investigar, além da sintomatologia atual que motiva o paciente a procurar ajuda psiquiátrica, dados sobre a sua história de vida e características do seu funcionamento no âmbito pessoal, íntimo, sociocultural e ocupacional. É importante que o médico estabeleça um contato empático c/ o paciente, mostrando compreender seu estado emocional e evitando agir contratransferencialmente, de maneira hostil, preconceituosa ou castigadora -Justamente por estar relacionado c/ a personalidade do indivíduo ñ é um transtorno que possui períodos de crise ou remissão, mas costuma ser estável e presente em diversas situações da vida da pessoa, além disso, pelo mesmo motivo, só é possível diagnosticar tais transtornos quando a pessoajá formou sua personalidade, o que costuma se firmar a partir dos 18 anos, permitindo o diagnóstico na adolescência e início da idade adulta. TIPOS DE TRANSTORNOS ➢ Paranoide ➢ Esquizoide ➢ Esquizotipica ➢ Narcisista ➢ Antissocial ➢ Histriônico ➢ Bordeline ➢ Obssesivo ➢ Ansioso ➢ Dependente ➢ Evitativa Marc 07 Carolina Ferreira TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE-A -Epidemiologia: pode atingir cerca de 2-4% da população em geral, + frequente em homens do que em mulheres, é + frequente também em pacientes internados -É um transtorno caracterizado, no âmbito interpessoal, por um estilo desconfiado, c/ suspeita de intenções malevolentes (tais indivíduos costumam sentir-se explorados e maltratados, duvidam da lealdade, da fidelidade e da confiabilidade dos colegas e parceiros conjugais, interpretam situações cotidianas e interpessoais banais com significados ocultos e humilhantes, guardam rancores e reagem a suspeitas com raiva e fúria). Os relacionamentos c/ indivíduos c/ esse perfil costumam se dar sempre da mesma maneira rígida e invariável. Eles apresentam intenso estado de vigilância, são incapazes de relaxar e podem aparentar indiferença e frieza emocional. Apresentam características egossintônicas -No exame clínico: o paciente mostra-se tenso, vasculhando o ambiente em busca de “pistas”, costumam estar sério e apresentar base de argumentação por vezes falsas, mas sua fala é lógica e seu conteúdo de pensamento costuma possuir evidências de preconceitos. Têm afeto restrito, parecendo pessoas frias e mostrando se orgulharem se sua racionalidade e objetividade, desdenhando daqueles que consideram fracos -Os critérios clínicos designados pelo DSM-V são: -Este transtorno costuma ser vitalício, ou seja, permanecer deste modo por toda a vida do paciente inclusive nos seus ambientes de trabalho e relações interpessoais e em outros casos é um “prenuncio” da esquizofrenia. Inclusive, vale ressaltar que, caso o paciente apresente o diagnóstico de TP paranoide antes do surgimento da esquizofrenia, é preciso acrescentar ao diagnóstico de esquizofrenia o TP paranoide como “pré- mórbido”. -Tratamento: pode ser realizado por meio de psicoterapia individual, a terapia em grupo auxilia no desenvolvimento de habilidades sociais e sentimento de desconfiança, mas nem todos os pacientes costumam se sair bem -Tratamento medicamentoso: pode ser utilizado p/ quadros de agitação e ansiedade, podendo ser utilizados ansiolíticos como o diazepam e, antipsicóticos em doses baixas quando quadros de agitação ou pensamentos delirantes. -Palavras-chaves desse transtorno: desconfiança, rancor e ciúme -Segundo a CID-10, os transtornos de personalidade são agrupados em: 1. Excessiva sensibilidade em ser desprezado; 2. Tendência a guardar rancores, recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças cometidas; 3. Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas; 4. Tendência a distorcer os atos dos outros; 5. Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real; 6. Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal; 7. Tendência a valorizar-se em excesso; 8. Preocupações c/ fofocas, intrigas e conspirações infundadas, c/ base nos acontecimentos circundantes. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE -A -Características principais: é caracterizado por um padrão de desapego de relações sociais e familiares c/ pouca expressão emocional nos contextos interpessoais. Tais indivíduos Marc 07 Carolina Ferreira costumam preferir atividades solitárias a relacionamentos íntimos (nas esferas pessoal, familiar e sexual) e raramente demonstram fortes emoções, como raiva e prazer, aparentando certa frieza emocional e indiferença a elogios ou críticas. Seu mundo interno, entretanto, pode diferir substancialmente da sua aparente frieza emocional, visto que costumam experimentar intensa carência afetiva e marcada sensibilidade ao ambiente externo. Têm dificuldade em dizer quem são e sentem-se assolados por pensamentos, sentimentos, desejos e anseios altamente conflitantes, o que torna difícil o relacionamento com os outros Diferente do paranoide, neste caso o paciente tem dificuldade em expressar a raiva. -Epidemiologia: possui a prevalência de até 5% da população em geral, sendo + frequente nas populações de rua -No exame clínico: nota-se dificuldade em realizar contato visual e o paciente parece pouco à vontade, comportando-se de maneira séria, c/ afeto distante e até mesmo indiferente sendo em alguns casos possível identificar o medo. Na fala em alguns momentos o paciente pode usar figuras de linguagem incomuns, interpretando de forma abstrata algumas falas -Os critérios do DSM-V p/ diagnosticar TP esquizoide: -Este transtorno nem sempre é vitalício -Tratamento: pode ser realizado psicoterapia, sendo possível um bom desenvolvimento em terapia de grupo onde os membros do grupo podem se tornar importantes p/ este paciente, possibilitando a interação social entre os mesmos -Tratamento farmacológico: podem ser utilizados antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes, podendo inclusive utilizar benzodiazepínicos p/ tentar a ansiedade interpessoal. -Palavras chaves desse transtorno: distância emocional, solidão e indiferença. -Pontos importante p/ lembrar desse transtorno: 1. Pouca ou nenhuma atividade produz prazer; 2. Frieza emocional, afetividade distante; 3. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva p/ c/ os outros; 4. Indiferença a elogios ou críticas; 5. Pouco interesse em relações afetivas ou sexuais; 6. Preferência quase invariável por atividades solitárias; 7. Tendência à vida introspectiva e fantasias pessoais; 8. Falta de amigos íntimos e de interesse em fazer amizades; 9. Insensibilidade a normas sociais predominantes, como atitude respeitosa p/ c/ idosos ou c/ aqueles que perderam uma pessoa querida recentemente. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA -A -Características clínicas: são um grande desconforto e representam reduzida capacidade p/ as relações interpessoais. Tais indivíduos podem apresentar pensamentos c/ forma estereotipada e circunstancial, bem como conteúdos mágicos, bizarros ou de referência (porém ñ delirante), além de distorções cognitivas e perceptuais (incluindo ilusões somáticas). Seu comportamento pode parecer bizarro aos outros, sendo frequentemente chamados de excêntricos e peculiares. Costumam experimentar intensa ansiedade social, ligada + a aspectos paranoides do que a preocupações de julgamentos negativos a seu respeito Marc 07 Carolina Ferreira - Os critérios diagnósticos de acordo c/ o DSM- V são: -Tratamento: pode ser realizado por meio de psicoterapia e a terapia farmacológica pode ser feita através de antipsicóticos em conjunto c/ a psicoterapia p/ lidar c/ as ilusões, por exemplo. Além disso, na presença de sintomas depressivos pode-se lançar mão dos antidepressivos. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL- B -Características clínicas: este transtorno vincula-se a dificuldade de a pessoa adequar-se às regras sociais, c/atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa. Diferente de um comportamento ilegal, as pessoas c/ TP antissocial costumam ter todas as áreas da vida englobando aqueles critérios de caráter rígido, mal-adaptativo e persistente. Além disso, muitas vezes apresentam irritabilidade e agressividade, comportam-se como sedutores, manipuladores e ausência de remorso quando comete atosde abusos e outros atos ilegais. -Epidemiologia: é + comum em homens e a prevalência do TP antissocial é acima de 70% em homens que possuem transtorno por abuso de álcool e acima de 75% na população carcerária. Além disso, nota-se um padrão familiar, pois o transtorno é 5 vezes + comum em parentes de 1º grau c/ TP antissocial. Esses pacientes costumam ter perturbação no funcionamento das suas vidas relacionados a mentiras, fugas de casa, roubos, abuso de substâncias na maioria das vezes já iniciados na infância. -Curso: parece ininterrupto (alguns relatos citam redução dos sintomas c/ a idade), c/ auge na fase da adolescência, estando associado a transtornos depressivos, abuso de álcool e outras substâncias. -Critérios diagnósticos no DSM-V: -Tratamento: consiste em psicoterapia a qual costuma ser bem aceita pelo paciente, sobretudo, quando o mesmo está entre seus pares o que o estimula para a mudança. -Tratamento farmacológico: pode ser utilizado p/ tratamento de ansiedade, raiva, depressão, sendo os fármacos usados c/ cautelada pelo fato de muitas vezes o paciente fazer uso e abuso de outras substâncias -Palavras chaves desse transtorno: violação de regras, mentira e ausência de aprendizado c/ punição. -Pontos importantes: 1. Atitude de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente; 2. Estabelecimento de relacionamentos c/ facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas c/ dificuldade em mantê-los; 3. Baixa tolerância à frustração e fácil “explosão” em atitudes agressivas e violentas; 4. Incapacidade de assumir a culpa pelo que fez de errado ou de aprender c/ as punições; 5. Tendência a culpar os outros ou defender-se c/ raciocínios lógicos, porém improváveis. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA-B -Características: o comportamento de uma pessoa c/ TP histriônica caracteriza-se por ser extrovertido, dramático, emotivo e excitável. Costumam exagerar no discurso acerca de seus pensamentos e sentimentos ao passo que exibe ataques de raiva e choro quando deixam de ser o centro das atenções. Porém, estas pessoas possuem incapacidade de manter relações profundas e duradouras, possuindo relacionamentos superficiais ao mesmo tempo em que sua extrema dependência pelo outro pode lhe tornar ingênuo nas relações Marc 07 Carolina Ferreira -Epidemiologia: sua prevalência é de cerca de 1-3% c/ > frequência em mulheres -Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: -C/ o passar da idade estas pessoas costumam apresentar menos sintomas -Tratamento: pode ser feito por meio de psicoterapia e orientação psicanalítica em grupo ou individual. -Palavras chaves desse transtorno: são teatralidade, emotividade e busca por atenção. -Pontos importantes: 1. Busca frequente por elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa; 1. Comportamento e aparência sedutores e inadequados na esfera sexual; 2. Preocupação c/ aparência e atratividade físicas; 3. Expressão de emoções c/ exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro emotivo em situações de pouca importância; 4. Desconforto nas situações em que ñ é o centro das atenções; 5. Emoções, apesar de intensamente expressadas, superficiais e que mudam facilmente; 6. Imediatismo, pouca tolerância a adiamentos e atrasos; 7. Estilo de conversa superficial e vago, c/ dificuldades p/ detalhar o que pensa. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE-B -Epidemiologia: pode estar presente em1-2% da população e é + comum em mulheres, além de ser um fator familiar importante p/ o desenvolvimento de transtorno depressivo, por uso de álcool e abuso de substância em parentes de 1º grau de pessoas c/ TP borderline -Características principais: pcts c/ este transtorno encontram-se no “limiar entre neurose e psicose” c/ características instáveis no que diz respeito ao afeto, humor, comportamento e autoimagem. É comum a automutilação nestes pacientes além de relacionamentos tumultuosos, pois ñ toleram a ideia de ficar sozinhas ao passo que ao se frustarem dirigem uma grande raiva à pessoa. Inclusive é comum que haja uma classificação entre seus relacionamentos separando as pessoas entre totalmente boas e totalmente más. Esta busca incessante por companhia leva muitas vezes ao comportamento promíscuo e relacionamentos c/ estranhos. Outra característica relevante é a queixa frequente de sensação de vazio, costumando referir-se deprimidas apesar do excesso de afetos. É importante diferenciar a sensação de vazio do paciente c/ TP borderline do humor hipotímico e sensação de tristeza referida pelos pacientes c/ transtorno depressivo. No entanto, pode acontecer associação entre ambos os transtornos, inclusive havendo grande incidência de transtorno depressivo maior nesses pacientes -Diagnóstico: costuma ser estabelecido na idade adulta e a pessoa parece sempre estar em crise, uma vez que oscila de humor de forma muito comum e apresenta episódios psicóticos de curta duração e de caráter limitado. Abaixo estão os critérios diagnóstico de acordo c/ DSM-V: Marc 07 Carolina Ferreira -Tratamento: a psicoterapia é o principal tratamento recomendado, podendo utilizar a terapia comportamental p/ controlar os impulsos de raiva. Outra alternativa que também tem sido sugerida é a Terapia Baseada na Mentalização (TBM) que permite a pessoa estar atenta ao seu estado mental e dos outros, ajudando a construir habilidades de relacionamento ao aprender regular melhor os pensamentos e sentimentos. Também são opções a Terapia Dialética Comportamental (TDC) e Psicoterapia Focada na Transferência (PFT), a 1º busca promover motivação p/ mudança no comportamento do paciente a partir da solução de desafios cotidianos, enquanto que a 2º se pauta na releitura dos relacionamentos interpessoais. -Tratamento medicamentoso: podem ser utilizados antipsicóticos p/ controlar raiva, hostilidade e aqueles episódios psicóticos breves, além de antidepressivos c/ o objetivo de melhorar o humor deprimido e inibidores da MAO que modulam o comportamento impulsivo em alguns pacientes. -Palavras chaves desse transtorno: sensação de vazio, instabilidade, suicídio e automutilação -Pontos importantes: 1. Padrão de relacionamento instável, que varia rapidamente entre grande apreço por certa pessoa p/ logo depois desprezá-la; 1. Comportamento impulsivo, principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, irresponsabilidade ao volante; 2. Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação p/ angústia e, depois, p/ depressão (não necessariamente nessa ordem); 3. Sentimento de raiva frequente e falta de controle desse sentimento, chegando a lutas corpóreas; 4. Comportamento suicida ou automutilante 5. Sentimentos persistentes de vazio e tédio; 6. Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA-B -Características: é caracterizado por um senso aguçado de autoimportância, sentimentos grandiosos e ausência de empatia, associado a autoestima frágil (suscetibilidade a depressão) e vulnerável a pequenas críticas. A pessoa c/ este transtorno espera receber tratamento especial, c/ grande sentimento de merecimento e muitas vezes demonstram ambição em obter fama e muito dinheiro. Por ñ conseguir demonstrar empatia, essas pessoas costumam inclusive fingir simpatia p/ atingir seus objetivos -Epidemiologia: prevalência estimada é de 1- 6% sendo que filhos de pais c/ esse transtorno tem risco de também o desenvolverem -Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: -Estetranstorno é crônico e difícil de tratar pela dificuldade de aceitação em decorrência do narcisismo o qual é necessário que a pessoa renuncie p/ conseguir ingressar no tratamento da psicoterapia, por exemplo TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA-C Marc 07 Carolina Ferreira -Características: pessoas c/ este transtorno são extremamente sensíveis a rejeição o que as faz evitar relacionamentos por medo de serem rejeitadas, ansiosas por agradar, tímidas e têm um desejo por companhia desde que esta lhe dê a garantia de aceitação sem críticas. Por este conjunto de características ñ aceitam falar em público e costumam estar em empregos que ñ recebam muita atenção. Estas pessoas costumam ter seu prejuízo reduzido quando tem uma rede de apoio, no geral a família, que lhe acolha reduzindo a sensação de rejeição, por exemplo. Porém, caso esta rede falhe a pessoa fica sujeita a depressão, raiva e ansiedade, de modo que é comum fobia social ao longo da vida. -Epidemiologia: prevalência de 2-3% na população em geral, ñ há informações sobre prevalência por sexo ou padrão familiar. -Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: -Tratamento: consiste em psicoterapia, c/ treinamento de assertividade que permite a expressão aberta de suas necessidades e sua autoestima -Tratamento farmacológico: é utilizado p/ o manejo da depressão e ansiedade associados TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA-C -Características: caracteriza-se por constrição emocional, perfeccionismo e inflexibilidade A pessoa costuma se apresentar c/ humor sério, atitude rígida e costumam ser obcecadas por regras, limpeza e organização, sendo intolerantes e exigindo que os outros submetam-se as suas necessidades. Conseguem desenvolver-se no trabalho se o mesmo tiver uma rotina rígida, sem mudanças, temem cometer erros e chegam a submeter-se a desejos de outra pessoa caso esta seja + poderosa, uma vez que anseia por agradar. O curso do transtorno é variável indo desde adolescentes que tornam-se adultos afetuosos e simpáticos até pacientes que desenvolvem o quadro de esquizofrenia ou transtorno depressivo maior. -Epidemiologia: possui prevalência estimada entre 2-8%, sendo + comum em homens e + observado em parentes de 1º grau de pessoas c/ o transtorno -Os critérios diagnósticos são: Na presença de obsessões ou compulsões recorrentes é prudente considerar o diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) -Tratamento: a psicoterapia costuma auxiliar estes pacientes, uma vez que, diferente dos outros TP, neste caso o paciente é ciente de seu sofrimento e costuma buscar tratamento, possuindo boas respostas c/ terapias em grupo e comportamental. -Palavras-chaves: perfeccionismo, indecisão e rigidez -Pontos importantes: 1. Perfeccionismo que pode atrapalhar o cumprimento das tarefas, porque, muitas vezes, o indivíduo se detém nos detalhes enquanto atrasa o essencial; 2. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou preferência por fazer tudo por achar que os outros o farão errado; 3. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer e da família; 4. Expressividade afetiva fria; 5. Comportamento rígido (ñ se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia); 6. Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade; 7. Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental); 8. Indecisão constante, prejudicando seu próprio trabalho ou estudo; Marc 07 Carolina Ferreira 9. Consciência e escrúpulo excessivos com relação às normas sociais. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANSIOSA -Palavras-chave são: insegurança, fácil ofensa e tensão social -Características principais: 1. Fácil ofensa por críticas e desaprovações 2. Ausência de costume de ter amigos íntimos, além dos parentes + próximos; 3. Aceitação de relacionamento apenas quando tem certeza de que é querido; 4. Fuga de atividades sociais ou profissionais em que o contato c/ outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso; 5. Sentimentos de tensão e apreensão enquanto está exposto socialmente; 6. Exagero nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora da rotina. Por exemplo, cancelamento de encontros sociais por achar que estará muito cansado, antes de chegar. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE-C -Características: indivíduos c/ este transtorno subordinam suas ações e necessidades aos outros, designando a responsabilidade pela sua vida à outra pessoa, demonstrando intenso desconforto por ficar sozinha por longos períodos. O padrão de comportamento destas pessoas é um comportamento submisso e dependente, ñ conseguindo tomar decisões sem aconselhamento ou supervisão o que interfere diretamente no seu funcionamento ocupacional. Em seus relacionamentos interpessoais vinculam-se pela necessidade de estar apegado a alguém, podendo desenvolver transtorno depressivo caso o relacionamento termine. No caso do TP Dependente a pessoa tem um medo > de ser abandonado ou ñ amado do que aquela c/ TP Evitativa, no entanto, o quadro clínico pode ser difícil distinguir. -Epidemiologia: é + comum em mulher sua prevalência estimada é de 0,6%, além de ser + comum em crianças pequenas, sobretudo, naquelas que tiveram doenças crônicas na infância as quais são + suscetíveis ao transtorno -Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: -Tratamento: c/ psicoterapia é o + indicado por ser bem-sucedido ao possibilitar que o paciente compreenda os antecedentes do seu comportamento, tanto as terapias em grupo e comportamental apresentam bons resultados em diversos casos. -Tratamento farmacológico: é utilizado p/ tratamento de ansiedade e depressão e, aqueles pacientes que apresentam ataques de pânico podem ser beneficiados do uso de imipramina -Palavras chaves: são sensação de desamparo, submissão e medo do abandono. -Pontos importantes: 1. Incapacidade de tomar decisões do dia a dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas; 2. Permissão p/ que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida, como onde morar, que profissão exercer; 3. Submissão de suas próprias necessidades às dos outros; 4. Preferência por não fazer exigências, ainda que em seu direito; 5. Sentimento de desamparo quando sozinho, por medos infundados; 6. Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo; 7. Fácil ofensa por crítica ou desaprovação. TRATAMENTO -Tratamento psicoterápico: deve sempre ser indicado e incentivado. Independentemente do tipo de psicoterapia (psicodinâmica, de suporte ou cognitivo-comportamental), é o tratamento que + beneficia o paciente, melhorando seu comportamento em médio e longo prazos. Marc 07 Carolina Ferreira -Tratamento medicamentoso: é reservado para emergências e comorbidades c/ doenças psiquiátricas (ansiedade, transtornos de humor e psicoses). O que são transtornos de personalidade e como diferenciá-los? Transtornos de personalidade são diagnosticados pela curva de vida do paciente. São evidenciados por comportamentos disfuncionais, que tendem a persistir e são a expressão característica da maneira de viver do indivíduo e de seu modo de estabelecer relações consigo próprio e com os outros. A diferença entre os diversos transtornos está em suas características clínicas, e o paciente pode inclusive ter traços de 2 ou +
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