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TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

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: Pneus de carro cantam thuru 
 
Narrador: Rebeca, amiga de infância de Natasha, colega de faculdade 
Sujeito: Natasha, 22 anos estudante de direito 
Condição socioeconômica: classe social C 
Natasha sempre foi intensa, mas acredito que algo mudou depois de terminar o namoro c/ o 
Felipe. Nas ultimas semanas ela tem se mostrado + ousada, vem p/ faculdade c/ roupas provocativas e 
uma maquiagem muito pesada. E olha que eu nem estou falando daqueles decotes. Tudo bem que 
terminar um namoro ñ é fácil, mas ñ precisa querer chamar tanta atenção. Eu nem ia falar nada, só que 
ela está exagerando muito, toda hora fica chamando p/ sair. Tentei acompanha-la nos últimos dias, 
afinal amiga é p/ essas coisas, mas apesar de muito esforço ñ consegui. 
Amiga, ela está bebendo muito e pegando geral, ligada no 220v. pior é que as notas dela 
caíram muito, mas ela fala como se fosse o próprio Einstein, parece que ñ está nem aí. Na última vez que 
saímos ela viu o Felipe c/ a Claudia, achei que ia rolar um barraco, mas ela foi toda plena, abraçou e 
beijou os dois, ali na frente de todo mundo. Nem a morte da Dona Lucia, avó dela, que era louca por ela, 
fez ela descer do salto. 
Amiga, climão...nem precisei ligar. Tia Patrícia que ligou, perguntou se eu sabia o que estava 
acontecendo c/ a Natasha, tive que falar né? Ela pediu p/ eu ir lá, que a Natasha ñ estava bem, agitada 
perguntou se a gente estava usando drogas acredita? Cheguei no apartamento dela e a Natasha estava 
fora de si, falava que nem uma metralhadora, ñ respeitava nem ponto, nem virgula, mal conseguia 
entender. 
Estava tudo fora do lugar e ela muito expansiva, nunca vi ela assim, a expressão dela estava 
acabada, parecia que ñ dormia há dias. Resolvi ligar p/ Luciano, aquele meu pegue-te que faz medicina, 
p/ vir socorrer, ele na hora disse que tínhamos que procurar um médico. A Tia Patrícia conseguiu uma 
consulta p/ o mesmo dia, só que sei que depois de muita conversa ela saiu c/ uns pedidos de exame e um 
remedinho acho que o nome é lítio. 
PONTOS IMPORTANTES 
-Nas últimas semanas ela tem se mostrado + ousada, vem p/ faculdade c/ roupas provocativas e uma 
maquiagem muito pesada, toda hora fica chamando p/ sair, Natasha estava fora de si, falava que nem 
uma metralhadora, ñ respeitava nem ponto, nem virgula, mal conseguia entender → mania? 
-E olha que eu nem estou falando daqueles decotes→ sexualização exarcebada 
-Tudo bem que terminar um namoro ñ é fácil, mas ñ precisa querer chamar tanta atenção → Fator 
estressor/desencadeante? 
-Amiga, ela está bebendo muito e pegando geral,ligada no 220v→ Abuso de álcool ligado a fase 
maníaca 
-pior é que as notas dela caíram muito, mas ela fala como se fosse o próprio Einstein, parece que ñ está 
nem ai → delírios de grandeza? 
-Nem a morte da Dona Lucia, avó dela, que era louca por ela, fez ela descer do salto. → Sentimento 
inibido 
LISTA DE PROBLEMAS 
• Bebendo muito, exarcebação da sexualidade, apresenta distúrbio do sono 
• ↓ do desempenho acadêmico, pensa que é o próprio Einstein 
• Agitada, fora de si, fala e discurso acelerado, expansiva 
• Ñ expressou sobre a morte da avó 
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS 
• Transtorno bipolar? 
• Transtornos da personalidade? 
• Transtorno Bordeline? 
• Doença orgânica(hipotireoidismo)? 
• Uso de drogas? 
• Medicamento(antidepressivo)? 
 
-O transtorno bipolar vem sendo, cada vez + , considerado um problema de saúde pública, 
seja pela enorme prevalência, seja pelas consequências econômico-sociais que acarreta 
-Deve-se ressalvar que as classificações atuais, como o DSM-5, são ainda muito restritivas 
quanto à caracterização dos episódios de hipomania e dos estados mistos. P/ a hipomania, o 
DSM-5 ainda requer a duração mínima de 4 dias. No que concerne à caracterização dos 
estados mistos, o DSM-5, exclui da definição as características + importantes para o seu 
diagnóstico (agitação psicomotora, angústia acentuada e irritabilidade) 
- TAB: a alternância de estados depressivos c/ maníacos caracteriza tal distúrbio 
 Uma pessoa c/ depressão e que, 10 anos depois, tenha um episódio maníaco, apresenta, na 
verdade, o transtorno bipolar; no entanto, seu diagnóstico só poderia ser possível c/ o 
surgimento da fase maníaca. 
-A depressão do transtorno bipolar é igual à depressão comum, mas uma pessoa deprimida do 
transtorno bipolar ñ recebe o mesmo tratamento do paciente unipolar. 
EPIDEMIOLOGIA 
-De acordo c/ a DMDA, 70% dos pacientes bipolares ñ receberam o diagnóstico no 1º ano que 
se seguiu ao desenvolvimento da doença;+ ainda, 35% dos pacientes procuraram tratamento 
por 10 anos antes de receber o adequado diagnóstico. 
-Estudos epidemiológicos nos EUA, estimam a prevalência, p/ o tempo de vida (, do transtorno 
bipolar em 1,6% p/ o tipo I, e de 0,5% p/ o tipo II 
- A idade média de início dos quadros bipolares situa-se logo após os 20 anos, embora uma 
porcentagem dos casos se inicie ainda na infância e na adolescência, e outros possam começar 
+ tardiamente (após os 50 anos). Os episódios maníacos costumam ter início súbito, c/ rápida 
progressão dos sintomas 
-Frequentemente, os 1º episódios ocorrem associados a estressores psicossociais; c/ a 
evolução da doença, os episódios podem se tornar + comuns, e os intervalos livres se 
encurtam 
-Em algumas mulheres, o 1º episódio maníaco pode acontecer no período puerperal. 
QUADRO CLÍNICO 
-Geralmente se inicia em torno dos 20 a 30 anos, mas pode começar mesmo após os 70 anos. 
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, gradualmente ao longo 
de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já c/ sintomas psicóticos, o que, muitas 
vezes, faz confundir com síndromes psicóticas puras. Além dos quadros depressivos e 
maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos), 
muitas vezes confundindo os médicos e retardando o diagnóstico da fase em atividade. 
-Transtorno bipolar de tipo I: caracteriza-se pela ocorrência de episódios de “mania” 
(caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada,  da 
necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente 
alternados c/ períodos de depressão e c/ períodos de normalidadeC/ certa frequência, os 
episódios maníacos incluem também irritabilidade, agressividade e incapacidade de controlar 
adequadamente os impulsos. 
-Fases maníacas: caracterizam-se ainda pela aceleração do pensamento (sensação de que os 
pensamentos estão fluindo + rapidamente), distraibilidade e incapacidade de dirigir a atividade 
p/ metas definidas (embora haja  da atividade, a pessoa ñ consegue ordenar as ações de 
modo a alcançar objetivos precisos). As fases maníacas, quando em seu quadro típico, 
prejudicam ou impedem o desempenho profissional e as atividades sociais, não raramente 
expondo os pacientes a situações embaraçosas e a riscos variados (dirigir sem cuidado, fazer 
gastos excessivos, indiscrições sexuais etc.). Em casos + graves, o paciente pode apresentar 
delírios (de grandeza ou de poder, acompanhando a exaltação do humor; ou delírios de 
perseguição, entre outros), e ainda alucinações, embora + raramente. 
 Nesses casos, muitas vezes, o quadro clínico é confundido c/ a esquizofrenia; o diagnóstico 
diferencial deve ser feito c/ base na história pessoal (na doença bipolar, os quadros são agudos 
e seguidos por períodos de depressão ou de remissão) e familiar (c/ certa frequência, podem 
ser identificados quadros de mania e depressão nas família) 
Nos últimos anos, tem-se reconhecido a importância dos 
-Quadros de hipomania: são quadros de mania mitigada, que ñ se apresentam com a 
gravidade dos quadros de mania propriamente dita). Os quadros caracterizados por hipomania 
e pela ocorrência de episódios depressivos maiores têm sido chamados de “transtorno bipolar 
de tipo II”. O reconhecimento destes quadros é importante, visto que o uso de antidepressivos 
pode agravar seu curso, assim como ocorre na doença bipolar com fasesmaníacas típicas (tipo 
I) 
TIPOS DE TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR 
 
FASE MANÍACA 
-O estado de humor está elevado, há alegria contagiante ou irritação agressiva. É 
acompanhada de elevação da autoestima e de sentimentos de grandiosidade, podendo chegar 
à manifestação delirante de grandeza, considerando-se uma pessoa dotada de poderes 
especiais. 
-Há ↑da atividade motora c/ grande vigor físico e c/ ↓da necessidade de sono e dificuldade 
de ficar parado e de concentrar-se nas tarefas. Nessa fase, o paciente literalmente “ri da 
própria desgraça”. 
-Inicialmente, quando os sintomas ainda ñ se aprofundaram, o paciente sente-se como se 
fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; c/ o aprofundamento do quadro, tal ideia 
torna-se uma convicção delirante. 
-O senso de perigo fica comprometido, e o indivíduo envolve-se em atividades que apresentam 
risco tanto p/ integridade física como patrimonial 
-O comportamento sexual torna-se excessivamente desinibido, mesmo promíscuo, c/ 
numerosos parceiros em um curto espaço de tempo. 
-Os pensamentos são incontroláveis p/ o próprio paciente; p/ as outras pessoas, a grande 
confusão de ideias, na verdade, diz respeito à interrupção de temas p/ que se iniciem outros, 
os quais, por sua vez, também não são concluídos, e assim por diante. Essa aceleração do 
pensamento, com consequente perda da lógica, denomina-se fuga de ideias. 
-Pelo DSM-5, um episódio de mania é caracterizado por período distinto de humor anormal e 
persistentemente elevado, expansivo ou irritável e ↑anormal e persistente da atividade 
dirigida a objetivos ou da energia, c/ duração mínima de 1 semana e presente na > parte do 
dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). Durante 
o período de perturbação do humor e ↑da energia ou atividade, 3 (ou +) dos sintomas que 
serão descritos a seguir (4 se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo 
e representam mudança notável do comportamento habitual. 
-Principais características da fase maníaca e hipomaníaca (DSM-5): 
1. ↓do sono; 
2. Hiperatividade; 
3. Aceleração do pensamento; 
4. Ideias de grandiosidade; 
5. Sintomas psicóticos; 
6. Pressão de discurso; 
7. ↑da autoestima 
Marc 07 Carolina Ferreira 
FASE HIPOMANÍACA 
-Pelo DSM-5, o episódio de hipomania é caracterizada por um período distinto de humor 
anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e ↑anormal e persistente da 
atividade ou energia, c/ duração mínima de 4 dias consecutivos e presente na > parte do dia, 
quase todos os dias. Também são necessários 3 ou + dos sintomas listados na fase maníaca, 
porém o episódio ñ é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no 
funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. 
-Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco. 
CICLOTIMIA 
-Flutuação crônica (2 ou mais anos) do humor, c/ vários períodos c/ sintomas hipomaníacos 
que ñ satisfazem os critérios p/ episódio hipomaníaco e diversos outros períodos c/ sintomas 
depressivos que ñ satisfazem os critérios p/ episódio depressivo maior. Os sintomas não são 
suficientes e duradouros p/ que se considere transtorno afetivo bipolar, e a pessoa permanece 
dessa maneira a > parte do tempo. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
-São: esquizofrenia, psicoses esquizoafetivas, psicoses cicloides, quadros orgânicos cerebrais 
(esclerose múltipla, quadros demenciais, a sífilis, Aids e além de certas formas de epilepsia), 
quadros associados a condições clínicas gerais (Cushing, hipertireoidismo), uso de substâncias 
ilícitas (anfetaminas, cocaína ) e ainda síndromes desencadeadas por medicamentos 
(corticosteroides, antidepressivos) 
-Os quadros + leves (de tipo II) são muitas vezes classificados erroneamente como 
“transtornos da personalidade”, + frequentemente o transtorno borderline de personalidade, 
e, assim, permanecem sem tratamento + específico. 
-Deve-se mencionar também que o abuso/dependência de substâncias ilícitas e álcool é muito 
+ comum em pacientes bipolares que na população geral 
TRATAMENTO 
-Tratamento tem 4 objetivos primários: o tratamento da mania aguda; o tratamento da 
depressão aguda; a prevenção das recorrências de mania; e a prevenção das recorrências de 
depressão. 
-Naturalmente, a melhora do quadro não se restringe à melhora dos sintomas, mas visa a 
reintegração plena do paciente à sociedade, objetivando a plena recuperação funcional e a 
melhora de sua qualidade de vida. 
-Além do tratamento farmacológico, enfatizam-se as intervenções psicoterápicas (p/ o 
paciente e sua família), assim como a chamada “psicoeducação”, destinada a dar informações 
objetivas sobre a doença aos pacientes e familiares. 
-Na maioria das vezes, um único agente farmacológico é incapaz de preencher todos esses 
objetivos p/ o mesmo paciente. Dessa maneira, a doença bipolar frequentemente requer a 
cuidadosa associação de medicamentos. 
-Tratamento farmacológico: é realizado c/ estabilizadores de humor. Na presença de agitação 
e psicose, deve-se associar um antipsicótico 
 Podem ser necessárias internação e contenção física p/ preservar o paciente. 
-No transtorno bipolar, são recomendados os estabilizadores do humor, associados ou ñ a 
antipsicóticos atípicos (como olanzapina, risperidona, aripiprazol, quetiapina, paliperidona, 
asenapina, lurasidona), e, nos casos refratários, até mesmo a clozapina, apesar dos cuidados 
especiais inerentes à sua utilização. 
-O tratamento da depressão bipolar requer cuidados específicos, que serão abordados na 
sequência. 
-Medicações utilizadas: 
 Carbonato de lítio: é o tratamento de escolha p/ a maioria dos casos de mania aguda e 
p/ a profilaxia das recorrências das fases maníaco-depressivas. As manias típicas, assim 
como os episódios de mania seguidos por eutimia e depressão respondem 
Marc 07 Carolina Ferreira 
particularmente bem ao lítio. A dosagem do lítio deve ser feita sempre 12 h após a 
última ingestão do comprimido de lítio. Em geral, dosam-se os níveis séricos 5 a 7 dias 
após o início, depois a cada 7 ou 14 dias, passando-se ao controle posterior a cada 2 ou 
3 meses nos primeiros 6 meses e a cada 4 ou no mínimo a cada 6 meses 
posteriormente. Os níveis recomendados p/ o tratamento situam-se entre 0,6 e 1,2 
mEq/l. Em geral, inicia-se o tratamento c/ 300 mg à noite, aumentando-se as doses 
gradativamente até alcançar os níveis séricos desejados, levando-se em conta a 
tolerabilidade do paciente aos efeitos colaterais. A dosagem dos hormônios 
tireoidianos deve ser feita a cada 6 ou 12 meses, assim como o monitoramento da 
função renal. As preparações convencionais são ministradas 2 vezes ao dia, podendo 
as de liberação lenta ser utilizadas em dose única, geralmente à noite. 
 Antipsicóticos atípicos: utilizados no tratamento da mania aguda, pela rapidez da ação 
e controle da agitação psicomotora. As diretrizes enumeram os seguintes 
antipsicóticos atípicos como tratamento de 1º linha: olanzapina, quetiapina, 
risperidona de ação prolongada e aripiprazol (estes 2 últimos principalmente p/ a 
prevenção das fases maníacas). Como tratamento de manutenção, de 2º linha, estão 
citados os antipsicóticos atípicos: paliperidona ER e, como 3º linha, asenapina. Os 
antipsicóticos atípicos, entre outros efeitos colaterais, podem facilitar o 
desenvolvimento da síndrome metabólica, dislipidemia e diabetes melito. Recomenda-
se monitoramento periódico de glicemia e perfil lipídico. 
 Anticolvusivantes: 
❖ Divalproato: tem sido amplamente utilizado p/ o tratamento do transtorno bipolar, 
na fase de mania aguda. O valproato ou o divalproato podem ser combinados c/ o 
lítio. Efeitos colaterais comuns do valproato incluem: sedação, perturbações 
gastrintestinais,náuseas, vômitos, diarreia, elevação benigna das transaminases e 
tremores. Leucopenia assintomática e trombocitopenia podem ocorrer. O valproato 
deve ser iniciado c/ doses baixas (250 mg/dia), titulando-se a dose em graduais de 
250 mg com intervalo de alguns dias, até a concentração sérica de 50 a 100 mg/mℓ 
(não excedendo a dose de 60 mg/kg/dia). Os níveis séricos do valproato podem ser 
pela CBZ e por medicações como a fluoxetina e o ácido acetilsalicílico. Recomenda-
se cuidado na associação do ácido acetilsalicílico ao ácido valproico. O valproato os 
níveis séricos do fenobarbital, da fenitoína e dos tricíclicos 
❖ Carbamazepina: tem sido utilizada como tratamento de 2º linha p/ a mania e como 
tratamento de 3º linha p/ depressão bipolar. Como a carbamazepina induz ao de seu 
próprio metabolismo, suas doses devem ser ajustadas depois de algum tempo, p/ que 
os níveis no sangue sejam mantidos. Deve-se lembrar que a indução de enzimas 
hepáticas pela CBZ reduz os níveis de várias outras substâncias (como os hormônios 
tireoidianos) e medicamentos, entre os quais os anticoncepcionais, cujas doses devem 
ser reajustadas, em acordo com o ginecologista. Entre os efeitos colaterais da CBZ 
estão: diplopia, visão borrada, fadiga, náuseas e ataxia. As doses devem ser iniciadas 
aos poucos (100 a 200 mg/dia, inicialmente),  gradualmente até atingir níveis séricos 
compatíveis ou melhora terapêutica; as doses devem ser divididas em 3 ou 4 vezes, 
aumentando-se o intervalo para as preparações de liberação lenta. Inicialmente, 
monitoram-se o hemograma e a função hepática a cada 2 semanas, nos primeiros 2 
meses, espaçando-se depois os controles p/ fazê-los a cada 3 meses. 
❖ Lamotrigina: utilizada no tratamento de depressão bipolar e profilaxia das fases 
depressivas da doença bipolar. Seus efeitos colaterais incluem: tonturas, ataxia, 
sonolência, cefaleia, diplopia, náuseas, vômitos e rash cutâneo. A lamotrigina pode 
reduzir a [ ] do ácido fólico; a do ácido fólico, por sua vez, tem sido relacionada com 
teratogênese. Recomenda-se iniciar a lamotrigina em doses baixas (25 mg/dia durante 
1 semana, seguida por 50 mg/dia durante mais 2 semanas); se necessário, aumenta-se 
a dose, depois de mais 2 semanas, para 100 mg/dia, em 2 vezes; posteriormente, 
pode-se aumentar a dose em 50 a 100 mg a cada 1 ou 2 semanas. Em geral, usam-se 
doses diárias de 50 a 250 mg/dia. Caso o paciente esteja em uso de ácido valproico, as 
Marc 07 Carolina Ferreira 
doses devem ser reduzidas à metade, sendo a titulação da dose iniciada com 25 mg a 
cada 2 dias; a associação com ácido valproico o risco de rash cutâneo. Caso haja 
associação com carbamazepina, as doses devem ser , em função da indução 
enzimática que ocorre. 
-Eletroconvulsoterapia (ECT): mantém um lugar de destaque no tratamento dos casos 
resistentes, mostrando ação antidepressiva, antimaníaca e estabilizadora do humor. Em casos 
refratários, chega a ser utilizada, dentro de certos limites, até como tratamento de 
manutenção (em aplicações mensais, por tempo limitado). Deve sempre ser realizada c/ 
relaxantes musculares (geralmente succinilcolina), anestesia e oxigenação; além da oximetria, 
deve-se monitorar o eletroencefalograma (EEG) e o ECG. Recomenda-se que a ECT seja feita c/ 
corrente de pulsos breves ou ultrabreves e aplicada somente por médicos com treinamento 
especializado. 
-Exames laboratoriais que são solicitados durante o tratamento: dosagem do lítio, dosagem 
dos hormônios tireoidianos, glicemia, perfil lipídico, hemograma, função hepática 
 
Você sabe como diagnosticar um transtorno de humor? O diagnóstico de um transtorno de 
humor é clínico, baseado na psicopatologia observada no exame psíquico e no histórico da patologia do 
paciente. Não esquecer que alterações de humor podem ser secundárias a patologias clínicas ou uso de 
medicamentos ou substâncias psicoativas. 
 
-A personalidade consiste em todas as características próprias de um indivíduo, como seus 
estilos cognitivos, afetivos, de interesses e no modo com que este 
se relaciona c/ o mundo e os demais indivíduos. Sua formação é 
multifatorial, dependendo de fatores físicos, biológicos, psíquicos 
e socioculturais. A personalidade tem como pano de fundo o 
temperamento, fortemente influenciado por características 
genéticas e hereditárias, sobre o qual se desenvolve o caráter, 
predominantemente influenciado por fatores psicológicos e de 
desenvolvimento. 
-Personalidade = temperamento + caráter 
-O distúrbio de personalidade resulta de interações complexas 
entre constituição pessoal, temperamento, experiências pessoais, 
relacionamento familiar e oportunidades de aquisição de modelos 
comportamentais (fatores constitucionais e ambientais). 
-Definição e sintomas do transtorno de personalidade: 
 -Vale ressaltar que ao falar de TP ñ estamos nos referindo a traços 
de personalidade, mas sim comportamentos rígidos e mal-
adaptativos que trazem prejuízo funcional ou sofrimento p/ o 
paciente 
-C/ isso, o DSM-V define transtornos de personalidade a partir dos 
seguintes critérios, mostrados na imagem ao lado 
-A partir destes critérios, o DSM-V classifica 3 subgrupos de TP: 
➢ o grupo A: que inclui transtornos c/ características estranhas ou de afastamento, como: 
paranoide, esquizoide e esquizotípica 
➢ o grupo B: que são aqueles transtornos c/ características dramáticas ou impulsivas como: 
borderline, antissocial, narcisista e histriônica 
➢ o grupo C: que inclui transtornos c/ característica de ansiedade e medo como: evitativo, 
dependente e obsessivo-compulsivo 
Marc 07 Carolina Ferreira 
-No total são 10 transtornos que veremos a 
seguir algumas características e critérios de 
cada um deles, mas vale ressaltar que os 
mesmos podem acontecer mutuamente no 
mesmo indivíduo 
EPIDEMIOLOGIA 
-Dados norte-americanos indicam que 
os transtornos da personalidade 
afetam cerca de 10 a 15% da população, sendo 50% + frequentes na população que utiliza 
serviços psiquiátricos 
-Os transtornos da personalidade histriônica, borderline e dependente são + comuns em 
mulheres, enquanto o transtorno da personalidade antissocial é + comum em homens 
 
 
 
 
ETIOLOGIA 
-Os transtornos do grupo A, sobretudo, o de personalidade esquizotípica, mostram-se + 
frequentes em pacientes que possuem parentes c/ 
esquizofrenia. Enquanto que no grupo B, a depressão é comum 
em parentes de indivíduos c/ personalidade borderline. E no 
grupo C, traços obsessivo-compulsivo são + comuns em gêmeos 
monozigóticos. 
-Etiologia: fatores geneticos+ biologicos+ meio ambiente 
-São condições médicas + comuns que podem causar alteração 
na personalidade: 
1. Epilepsia 
2. Doenças endócrinas 
3. Doenças cerebrovasculares 
4. AIDS 
5. Traumatismos cranianos 
6. Tumores cerebrais 
7. Esclerose múltipla 
8. Doença de Huntington 
9. Envenenamento por metais pesados 
(manganês, mercúrio) 
10. Neurossífilis 
DIAGNÓSTICO 
-Diagnóstico: é eminentemente clínico 
-Uma boa anamnese é essencial p/ um diagnóstico apurado. Deve-se investigar, além da 
sintomatologia atual que motiva o paciente a procurar ajuda psiquiátrica, dados sobre a sua 
história de vida e características do seu funcionamento no âmbito pessoal, íntimo, 
sociocultural e ocupacional. É importante que o médico estabeleça um contato empático c/ o 
paciente, mostrando compreender seu estado emocional e evitando agir 
contratransferencialmente, de maneira hostil, preconceituosa ou castigadora 
-Justamente por estar relacionado c/ a personalidade do indivíduo ñ é um transtorno que 
possui períodos de crise ou remissão, mas costuma ser estável e presente em diversas 
situações da vida da pessoa, além disso, pelo mesmo motivo, só é possível diagnosticar tais 
transtornos quando a pessoajá formou sua personalidade, o que costuma se firmar a partir 
dos 18 anos, permitindo o diagnóstico na adolescência e início da idade adulta. 
TIPOS DE TRANSTORNOS 
➢ Paranoide 
➢ Esquizoide 
➢ Esquizotipica 
➢ Narcisista 
➢ Antissocial 
➢ Histriônico 
➢ Bordeline 
➢ Obssesivo 
➢ Ansioso 
➢ Dependente 
➢ Evitativa 
 
Marc 07 Carolina Ferreira 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE-A 
-Epidemiologia: pode atingir cerca de 2-4% da população em geral, + frequente em homens do 
que em mulheres, é + frequente também em pacientes internados 
-É um transtorno caracterizado, no âmbito interpessoal, por um estilo desconfiado, c/ suspeita 
de intenções malevolentes (tais indivíduos costumam sentir-se explorados e maltratados, 
duvidam da lealdade, da fidelidade e da confiabilidade dos colegas e parceiros conjugais, 
interpretam situações cotidianas e interpessoais banais com significados ocultos e 
humilhantes, guardam rancores e reagem a suspeitas com raiva e fúria). Os relacionamentos c/ 
indivíduos c/ esse perfil costumam se dar sempre da mesma maneira rígida e invariável. Eles 
apresentam intenso estado de vigilância, são incapazes de relaxar e podem aparentar 
indiferença e frieza emocional. Apresentam características egossintônicas 
-No exame clínico: o paciente mostra-se tenso, vasculhando o ambiente em busca de “pistas”, 
costumam estar sério e apresentar base de argumentação por vezes falsas, mas sua fala é 
lógica e seu conteúdo de pensamento costuma possuir evidências de preconceitos. Têm afeto 
restrito, parecendo pessoas frias e mostrando se orgulharem se sua racionalidade e 
objetividade, desdenhando daqueles que consideram fracos 
-Os critérios clínicos designados pelo DSM-V são: 
-Este transtorno costuma ser 
vitalício, ou seja, permanecer 
deste modo por toda a vida 
do paciente inclusive nos seus 
ambientes de trabalho e 
relações interpessoais e em 
outros casos é um 
“prenuncio” da esquizofrenia. 
 Inclusive, vale ressaltar 
que, caso o paciente apresente o 
diagnóstico de TP paranoide 
antes do surgimento da 
esquizofrenia, é preciso acrescentar ao diagnóstico de esquizofrenia o TP paranoide como “pré-
mórbido”. 
-Tratamento: pode ser realizado por meio de psicoterapia individual, a terapia em grupo 
auxilia no desenvolvimento de habilidades sociais e sentimento de desconfiança, mas nem 
todos os pacientes costumam se sair bem 
-Tratamento medicamentoso: pode ser utilizado p/ quadros de agitação e ansiedade, podendo 
ser utilizados ansiolíticos como o diazepam e, antipsicóticos em doses baixas quando quadros 
de agitação ou pensamentos delirantes. 
-Palavras-chaves desse transtorno: desconfiança, rancor e ciúme 
-Segundo a CID-10, os transtornos de personalidade são agrupados em: 
1. Excessiva sensibilidade em ser desprezado; 
2. Tendência a guardar rancores, recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças 
cometidas; 
3. Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas 
hostis ou desdenhosas; 
4. Tendência a distorcer os atos dos outros; 
5. Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real; 
6. Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal; 
7. Tendência a valorizar-se em excesso; 
8. Preocupações c/ fofocas, intrigas e conspirações infundadas, c/ base nos acontecimentos 
circundantes. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE -A 
-Características principais: é caracterizado por um padrão de desapego de relações sociais e 
familiares c/ pouca expressão emocional nos contextos interpessoais. Tais indivíduos 
Marc 07 Carolina Ferreira 
costumam preferir atividades solitárias a relacionamentos íntimos (nas esferas pessoal, 
familiar e sexual) e raramente demonstram fortes emoções, como raiva e prazer, aparentando 
certa frieza emocional e indiferença a elogios ou críticas. Seu mundo interno, entretanto, pode 
diferir substancialmente da sua aparente frieza emocional, visto que costumam experimentar 
intensa carência afetiva e marcada sensibilidade ao ambiente externo. Têm dificuldade em 
dizer quem são e sentem-se assolados por pensamentos, sentimentos, desejos e anseios 
altamente conflitantes, o que torna difícil o relacionamento com os outros 
 Diferente do paranoide, neste caso o paciente tem dificuldade em expressar a raiva. 
-Epidemiologia: possui a prevalência de até 5% da população em geral, sendo + frequente nas 
populações de rua 
-No exame clínico: nota-se dificuldade em realizar contato visual e o paciente parece pouco à 
vontade, comportando-se de maneira séria, c/ 
afeto distante e até mesmo indiferente sendo 
em alguns casos possível identificar o medo. Na 
fala em alguns momentos o paciente pode usar 
figuras de linguagem incomuns, interpretando 
de forma abstrata algumas falas 
-Os critérios do DSM-V p/ diagnosticar TP 
esquizoide: 
-Este transtorno nem sempre é vitalício 
-Tratamento: pode ser realizado psicoterapia, 
sendo possível um bom desenvolvimento em 
terapia de grupo onde os membros do grupo 
podem se tornar importantes p/ este paciente, possibilitando a interação social entre os 
mesmos 
-Tratamento farmacológico: podem ser utilizados antipsicóticos, antidepressivos e 
psicoestimulantes, podendo inclusive utilizar benzodiazepínicos p/ tentar  a ansiedade 
interpessoal. 
-Palavras chaves desse transtorno: distância emocional, solidão e indiferença. 
-Pontos importante p/ lembrar desse transtorno: 
1. Pouca ou nenhuma atividade produz prazer; 
2. Frieza emocional, afetividade distante; 
3. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva p/ c/ os outros; 
4. Indiferença a elogios ou críticas; 
5. Pouco interesse em relações afetivas ou sexuais; 
6. Preferência quase invariável por atividades solitárias; 
7. Tendência à vida introspectiva e fantasias pessoais; 
8. Falta de amigos íntimos e de interesse em fazer amizades; 
9. Insensibilidade a normas sociais predominantes, como atitude respeitosa p/ c/ idosos ou c/ 
aqueles que perderam uma pessoa querida recentemente. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA -A 
-Características clínicas: são um grande desconforto e representam reduzida capacidade p/ as 
relações interpessoais. Tais indivíduos podem apresentar pensamentos c/ forma estereotipada 
e circunstancial, bem como conteúdos mágicos, bizarros ou de referência (porém ñ delirante), 
além de distorções cognitivas e perceptuais (incluindo ilusões somáticas). Seu comportamento 
pode parecer bizarro aos outros, sendo frequentemente chamados de excêntricos e 
peculiares. Costumam experimentar intensa ansiedade social, ligada + a aspectos paranoides 
do que a preocupações de julgamentos negativos a seu respeito 
Marc 07 Carolina Ferreira 
- Os critérios diagnósticos de acordo c/ o DSM-
V são: 
-Tratamento: pode ser realizado por meio de 
psicoterapia e a terapia farmacológica pode 
ser feita através de antipsicóticos em conjunto 
c/ a psicoterapia p/ lidar c/ as ilusões, por 
exemplo. Além disso, na presença de sintomas 
depressivos pode-se lançar mão dos 
antidepressivos. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE 
ANTISSOCIAL- B 
-Características clínicas: este transtorno vincula-se a dificuldade de a pessoa adequar-se às 
regras sociais, c/atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa. Diferente de um 
comportamento ilegal, as pessoas c/ TP antissocial costumam ter todas as áreas da vida 
englobando aqueles critérios de caráter rígido, mal-adaptativo e persistente. Além disso, 
muitas vezes apresentam irritabilidade e agressividade, comportam-se como sedutores, 
manipuladores e ausência de remorso quando comete atosde abusos e outros atos ilegais. 
-Epidemiologia: é + comum em homens e a prevalência do TP antissocial é acima de 70% em 
homens que possuem transtorno por abuso de álcool e acima de 75% na população carcerária. 
Além disso, nota-se um padrão familiar, pois o transtorno é 5 vezes + comum em parentes de 
1º grau c/ TP antissocial. Esses pacientes costumam ter perturbação no funcionamento das 
suas vidas relacionados a mentiras, fugas de casa, roubos, abuso de substâncias na maioria das 
vezes já iniciados na infância. 
-Curso: parece ininterrupto (alguns relatos citam redução dos sintomas c/ a idade), c/ auge na 
fase da adolescência, estando associado a transtornos depressivos, abuso de álcool e outras 
substâncias. 
-Critérios diagnósticos no DSM-V: 
-Tratamento: consiste em psicoterapia a qual 
costuma ser bem aceita pelo paciente, 
sobretudo, quando o mesmo está entre seus 
pares o que o estimula para a mudança. 
-Tratamento farmacológico: pode ser utilizado 
p/ tratamento de ansiedade, raiva, depressão, 
sendo os fármacos usados c/ cautelada pelo fato 
de muitas vezes o paciente fazer uso e abuso de 
outras substâncias 
-Palavras chaves desse transtorno: violação de regras, mentira e ausência de aprendizado c/ 
punição. 
-Pontos importantes: 
1. Atitude de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente; 
2. Estabelecimento de relacionamentos c/ facilidade, principalmente quando é do seu interesse, 
mas c/ dificuldade em mantê-los; 
3. Baixa tolerância à frustração e fácil “explosão” em atitudes agressivas e violentas; 
4. Incapacidade de assumir a culpa pelo que fez de errado ou de aprender c/ as punições; 
5. Tendência a culpar os outros ou defender-se c/ raciocínios lógicos, porém improváveis. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA-B 
-Características: o comportamento de uma pessoa c/ TP histriônica caracteriza-se por ser 
extrovertido, dramático, emotivo e excitável. Costumam exagerar no discurso acerca de seus 
pensamentos e sentimentos ao passo que exibe ataques de raiva e choro quando deixam de 
ser o centro das atenções. Porém, estas pessoas possuem incapacidade de manter relações 
profundas e duradouras, possuindo relacionamentos superficiais ao mesmo tempo em que sua 
extrema dependência pelo outro pode lhe tornar ingênuo nas relações 
Marc 07 Carolina Ferreira 
-Epidemiologia: sua prevalência é de cerca de 1-3% c/ > frequência em mulheres 
-Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: 
-C/ o passar da idade 
estas pessoas 
costumam apresentar 
menos sintomas 
-Tratamento: pode ser 
feito por meio de 
psicoterapia e 
orientação 
psicanalítica em grupo 
ou individual. 
-Palavras chaves desse transtorno: são teatralidade, emotividade e busca por atenção. 
-Pontos importantes: 
1. Busca frequente por elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou 
pensa; 
1. Comportamento e aparência sedutores e inadequados na esfera sexual; 
2. Preocupação c/ aparência e atratividade físicas; 
3. Expressão de emoções c/ exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com 
desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro emotivo em situações de pouca 
importância; 
4. Desconforto nas situações em que ñ é o centro das atenções; 
5. Emoções, apesar de intensamente expressadas, superficiais e que mudam facilmente; 
6. Imediatismo, pouca tolerância a adiamentos e atrasos; 
7. Estilo de conversa superficial e vago, c/ dificuldades p/ detalhar o que pensa. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE-B 
-Epidemiologia: pode estar presente em1-2% da população e é + comum em mulheres, além 
de ser um fator familiar importante p/ o desenvolvimento de transtorno depressivo, por uso 
de álcool e abuso de substância em parentes de 1º grau de pessoas c/ TP borderline 
-Características principais: pcts c/ este transtorno encontram-se no “limiar entre neurose e 
psicose” c/ características instáveis no que diz respeito ao afeto, humor, comportamento e 
autoimagem. É comum a automutilação nestes pacientes além de relacionamentos 
tumultuosos, pois ñ toleram a ideia de ficar sozinhas ao passo que ao se frustarem dirigem 
uma grande raiva à pessoa. Inclusive é comum que haja uma classificação entre seus 
relacionamentos separando as pessoas entre totalmente boas e totalmente más. Esta busca 
incessante por companhia leva muitas vezes ao comportamento promíscuo e relacionamentos 
c/ estranhos. Outra característica relevante é a queixa frequente de sensação de vazio, 
costumando referir-se deprimidas apesar do excesso de afetos. 
 É importante diferenciar a sensação de vazio do paciente c/ TP borderline do humor hipotímico 
e sensação de tristeza referida pelos pacientes c/ transtorno depressivo. No entanto, pode 
acontecer associação entre ambos os transtornos, inclusive havendo grande incidência de 
transtorno depressivo maior nesses pacientes 
-Diagnóstico: costuma ser estabelecido na idade adulta e a pessoa parece sempre estar em 
crise, uma vez que oscila de humor de forma muito comum e apresenta episódios psicóticos 
de curta duração e de caráter limitado. Abaixo estão os critérios diagnóstico de acordo c/ 
DSM-V: 
Marc 07 Carolina Ferreira 
-Tratamento: a psicoterapia é o 
principal tratamento 
recomendado, podendo utilizar a 
terapia comportamental p/ 
controlar os impulsos de raiva. 
Outra alternativa que também tem 
sido sugerida é a Terapia Baseada 
na Mentalização (TBM) que 
permite a pessoa estar atenta ao 
seu estado mental e dos outros, 
ajudando a construir habilidades de 
relacionamento ao aprender 
regular melhor os pensamentos e sentimentos. Também são opções a Terapia Dialética 
Comportamental (TDC) e Psicoterapia Focada na Transferência (PFT), a 1º busca promover 
motivação p/ mudança no comportamento do paciente a partir da solução de desafios 
cotidianos, enquanto que a 2º se pauta na releitura dos relacionamentos interpessoais. 
-Tratamento medicamentoso: podem ser utilizados antipsicóticos p/ controlar raiva, 
hostilidade e aqueles episódios psicóticos breves, além de antidepressivos c/ o objetivo de 
melhorar o humor deprimido e inibidores da MAO que modulam o comportamento impulsivo 
em alguns pacientes. 
-Palavras chaves desse transtorno: sensação de vazio, instabilidade, suicídio e automutilação 
-Pontos importantes: 
1. Padrão de relacionamento instável, que varia rapidamente entre grande apreço por certa 
pessoa p/ logo depois desprezá-la; 
1. Comportamento impulsivo, principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de 
substâncias psicoativas, pequenos furtos, irresponsabilidade ao volante; 
2. Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação p/ angústia e, depois, p/ 
depressão (não necessariamente nessa ordem); 
3. Sentimento de raiva frequente e falta de controle desse sentimento, chegando a lutas 
corpóreas; 
4. Comportamento suicida ou automutilante 
5. Sentimentos persistentes de vazio e tédio; 
6. Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento 
sexual, de sua carreira profissional. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA-B 
-Características: é caracterizado por um senso aguçado de autoimportância, sentimentos 
grandiosos e ausência de empatia, associado a autoestima frágil (suscetibilidade a depressão) 
e vulnerável a pequenas críticas. A pessoa c/ este transtorno espera receber tratamento 
especial, c/ grande sentimento de merecimento e muitas vezes demonstram ambição em 
obter fama e muito dinheiro. Por ñ conseguir demonstrar empatia, essas pessoas costumam 
inclusive fingir simpatia p/ atingir seus 
objetivos 
-Epidemiologia: prevalência estimada é de 1-
6% sendo que filhos de pais c/ esse 
transtorno tem risco  de também o 
desenvolverem 
-Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: 
-Estetranstorno é crônico e difícil de tratar 
pela dificuldade de aceitação em decorrência 
do narcisismo o qual é necessário que a 
pessoa renuncie p/ conseguir ingressar no tratamento da psicoterapia, por exemplo 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA-C 
Marc 07 Carolina Ferreira 
-Características: pessoas c/ este transtorno são extremamente sensíveis a rejeição o que as faz 
evitar relacionamentos por medo de serem rejeitadas, ansiosas por agradar, tímidas e têm um 
desejo por companhia desde que esta lhe dê a garantia de aceitação sem críticas. Por este 
conjunto de características ñ aceitam falar em público e costumam estar em empregos que ñ 
recebam muita atenção. Estas pessoas costumam ter seu prejuízo reduzido quando tem uma 
rede de apoio, no geral a família, que lhe acolha reduzindo a sensação de rejeição, por 
exemplo. Porém, caso esta rede falhe a pessoa fica sujeita a depressão, raiva e ansiedade, de 
modo que é comum fobia social ao longo da vida. 
-Epidemiologia: prevalência de 2-3% na 
população em geral, ñ há informações sobre 
prevalência por sexo ou padrão familiar. 
-Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: 
-Tratamento: consiste em psicoterapia, c/ 
treinamento de assertividade que permite a 
expressão aberta de suas necessidades e  
sua autoestima 
-Tratamento farmacológico: é utilizado p/ o manejo da depressão e ansiedade associados 
 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA-C 
-Características: caracteriza-se por constrição emocional, perfeccionismo e inflexibilidade A 
pessoa costuma se apresentar c/ humor sério, atitude rígida e costumam ser obcecadas por 
regras, limpeza e organização, sendo intolerantes e exigindo que os outros submetam-se as 
suas necessidades. Conseguem desenvolver-se no trabalho se o mesmo tiver uma rotina rígida, 
sem mudanças, temem cometer erros e chegam a submeter-se a desejos de outra pessoa caso 
esta seja + poderosa, uma vez que anseia por agradar. O curso do transtorno é variável indo 
desde adolescentes que tornam-se adultos afetuosos e simpáticos até pacientes que 
desenvolvem o quadro de esquizofrenia ou transtorno depressivo maior. 
-Epidemiologia: possui prevalência estimada entre 2-8%, sendo + comum em homens e + 
observado em parentes de 1º grau de pessoas c/ o transtorno 
-Os critérios diagnósticos são: 
 Na presença de obsessões ou compulsões 
recorrentes é prudente considerar o diagnóstico de 
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) 
-Tratamento: a psicoterapia costuma auxiliar 
estes pacientes, uma vez que, diferente dos 
outros TP, neste caso o paciente é ciente de seu 
sofrimento e costuma buscar tratamento, 
possuindo boas respostas c/ terapias em grupo e 
comportamental. 
-Palavras-chaves: perfeccionismo, indecisão e rigidez 
-Pontos importantes: 
1. Perfeccionismo que pode atrapalhar o cumprimento das tarefas, porque, muitas vezes, o 
indivíduo se detém nos detalhes enquanto atrasa o essencial; 
2. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou preferência por fazer tudo por achar 
que os outros o farão errado; 
3. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer e da família; 
4. Expressividade afetiva fria; 
5. Comportamento rígido (ñ se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional 
(teimosia); 
6. Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade; 
7. Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor 
sentimental); 
8. Indecisão constante, prejudicando seu próprio trabalho ou estudo; 
Marc 07 Carolina Ferreira 
9. Consciência e escrúpulo excessivos com relação às normas sociais. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANSIOSA 
-Palavras-chave são: insegurança, fácil ofensa e tensão social 
-Características principais: 
1. Fácil ofensa por críticas e desaprovações 
2. Ausência de costume de ter amigos íntimos, além dos parentes + próximos; 
3. Aceitação de relacionamento apenas quando tem certeza de que é querido; 
4. Fuga de atividades sociais ou profissionais em que o contato c/ outras pessoas seja intenso, 
mesmo que venha a ter benefícios com isso; 
5. Sentimentos de tensão e apreensão enquanto está exposto socialmente; 
6. Exagero nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora da rotina. 
Por exemplo, cancelamento de encontros sociais por achar que estará muito cansado, antes de 
chegar. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE-C 
-Características: indivíduos c/ este transtorno subordinam suas ações e necessidades aos 
outros, designando a responsabilidade pela sua vida à outra pessoa, demonstrando intenso 
desconforto por ficar sozinha por longos períodos. O padrão de comportamento destas 
pessoas é um comportamento submisso e dependente, ñ conseguindo tomar decisões sem 
aconselhamento ou supervisão o que interfere diretamente no seu funcionamento 
ocupacional. Em seus relacionamentos interpessoais vinculam-se pela necessidade de estar 
apegado a alguém, podendo desenvolver transtorno depressivo caso o relacionamento 
termine. 
 No caso do TP Dependente a pessoa tem um medo > de ser abandonado ou ñ amado do que 
aquela c/ TP Evitativa, no entanto, o quadro clínico pode ser difícil distinguir. 
-Epidemiologia: é + comum em mulher sua prevalência estimada é de 0,6%, além de ser + 
comum em crianças pequenas, sobretudo, naquelas que tiveram doenças crônicas na infância 
as quais são + suscetíveis ao transtorno 
-Critérios diagnósticos de acordo c/ DSM-V: 
-Tratamento: c/ psicoterapia é o + indicado 
por ser bem-sucedido ao possibilitar que o 
paciente compreenda os antecedentes do seu 
comportamento, tanto as terapias em grupo e 
comportamental apresentam bons resultados 
em diversos casos. 
-Tratamento farmacológico: é utilizado p/ 
tratamento de ansiedade e depressão e, 
aqueles pacientes que apresentam ataques de pânico podem ser beneficiados do uso de 
imipramina 
-Palavras chaves: são sensação de desamparo, submissão e medo do abandono. 
-Pontos importantes: 
1. Incapacidade de tomar decisões do dia a dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou 
reafirmações de outras pessoas; 
2. Permissão p/ que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida, como onde morar, 
que profissão exercer; 
3. Submissão de suas próprias necessidades às dos outros; 
4. Preferência por não fazer exigências, ainda que em seu direito; 
5. Sentimento de desamparo quando sozinho, por medos infundados; 
6. Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo; 
7. Fácil ofensa por crítica ou desaprovação. 
TRATAMENTO 
-Tratamento psicoterápico: deve sempre ser indicado e incentivado. Independentemente do 
tipo de psicoterapia (psicodinâmica, de suporte ou cognitivo-comportamental), é o tratamento 
que + beneficia o paciente, melhorando seu comportamento em médio e longo prazos. 
Marc 07 Carolina Ferreira 
-Tratamento medicamentoso: é reservado para emergências e comorbidades c/ doenças 
psiquiátricas (ansiedade, transtornos de humor e psicoses). 
 
 
O que são transtornos de personalidade e como diferenciá-los? Transtornos de personalidade 
são diagnosticados pela curva de vida do paciente. São evidenciados por comportamentos disfuncionais, 
que tendem a persistir e são a expressão característica da maneira de viver do indivíduo e de seu modo 
de estabelecer relações consigo próprio e com os outros. A diferença entre os diversos transtornos está 
em suas características clínicas, e o paciente pode inclusive ter traços de 2 ou +

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