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ANATOMOFISIOLOGIA DO FÍGADO

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27/09/2021 10:39 OneNote
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(16/11/2020) Aula 39-FÍGADO - PROCESSAMENTO DE
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS - HISTOFISIOANATOMIA 
quarta-feira, 18 de novembro de 2020 15:21 
 
 
Anatomorfologia do fígado sua ação no processamento de substâncias tóxicas 
Objetivo da aula: Descrever a formação da veia porta para compreender que a
maior parte dos agentes tóxicos ingeridos são absorvidos pela mucosa do
digestório, passando pelo fígado. Rever a morfologia do fígado a fim de
correlacionar com a função do órgão. 
Objetivos específicos da aula 
• Descrever os aspectos anatômicos do reto e canal anal 
• Descrever a localização e relações anatômicas do fígado 
• Estudar sobre a drenagem venosa do fígado 
• Compreender a formação da veia porta (Tríade Portal) 
• Estudar as diversas funções do fígado 
• Relembrar as funções metabólicas do fígado 
• Estudar as estruturas organizacionais do fígado, correlacionando com suas
funções 
• Compreender os diferentes tipos celulares que compõem o fígado, bem
como suas funções 
• Estudar como ocorre o processamento de xenobióticos no fígado, através
das reações de fase I e II 
• Identificar o fígado nos exames de radiografia, tomografia computadorizada
e ressonância magnética 
 
1 - De acordo com a ilustração abaixo, descreva a anatomia de superfície e faces
do fígado. 
 
FÍGADO: O fígado é a maior glândula do corpo e, depois da pele, o maior órgão. Pesa
cerca de 1.500 g e representa aproximadamente 2,5% do peso corporal do adulto. No
feto maduro – no qual também atua como órgão hematopoético – é proporcionalmente
duas vezes maior (5% do peso corporal). Com exceção da gordura, todos os nutrientes
absorvidos pelo sistema digestório são levados primeiro ao fígado pelo sistema venoso
porta. Além de suas muitas atividades metabólicas, o fígado armazena glicogênio e
secreta bile, um líquido amarelo-acastanhado ou verde que ajuda na emulsificação das
gorduras. A bile sai do fígado pelos ductos biliares – ductos hepáticos
direito e esquerdo – que se unem para formar o ducto hepático comum, que se une
ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. A produção hepática de bile é contínua;
no entanto, entre as refeições ela se acumula e é armazenada na vesícula biliar, que
também concentra a bile por meio da absorção de água e sais. Quando o alimento
chega ao duodeno, a vesícula biliar envia a bile concentrada pelas vias biliares até o
duodeno. O fígado está situado principalmente no quadrante superior direito do
abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma. O fígado normal situa-
se profundamente às costelas VII a XI no lado direito e cruza a linha mediana em
direção à papila mamária esquerda. O fígado ocupa a maior parte do hipocôndrio
direito e do epigástrio superior e estende-se até o hipocôndrio esquerdo. O fígado
move-se com as excursões do diafragma e na postura ereta sua posição é mais baixa
devido à gravidade. Essa mobilidade facilita a palpação (ver “Palpação do fígado” no
boxe Anatomia Clínica, mais adiante). 
 
• A face diafragmática do fígado é lisa e tem forma de cúpula, onde se relaciona
com a concavidade da face inferior do diafragma, que a separa das pleuras,
pulmões, pericárdio e coração. Existem recessos subfrênicos – extensões
superiores da cavidade peritoneal – entre o diafragma e as faces anterior e
superior da face diafragmática do fígado. Os recessos subfrênicos são separados
em recessos direito e esquerdo pelo ligamento falciforme, que se estende entre o
fígado e a parede anterior do abdome. A parte do compartimento supracólico da
cavidade peritoneal imediatamente inferior ao fígado é o recesso sub-hepático. A
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face diafragmática do fígado é coberta por peritônio visceral, exceto
posteriormente na área nua do fígado, onde está em contato direto com o
diafragma. A área nua é demarcada pela reflexão do peritônio do diafragma para o
fígado, como as lâminas anterior (superior) e posterior (inferior) do ligamento
coronário. Essas lâminas encontram-se à direita para formar o ligamento triangular
direito e divergem para a esquerda a fim de envolver a área nua triangular. A
lâmina anterior do ligamento coronário é contínua à esquerda com a lâmina direita
do ligamento falciforme, e a lâmina posterior é contínua com a lâmina direita do
omento menor. Próximo ao ápice (a extremidade esquerda) do fígado cuneiforme,
as lâminas anterior e posterior da parte esquerda do ligamento coronário se
encontram para formar o ligamento triangular esquerdo. A VCI atravessa um
profundo sulco da veia cava na área nua do fígado. 
 
• A face visceral do fígado também é coberta por peritônio, exceto na fossa da
vesícula biliar e na porta do fígado – uma fissura transversal por onde entram e
saem os vasos (veia porta, artéria hepática e vasos linfáticos), o plexo nervoso
hepático e os ductos hepáticos que suprem e drenam o fígado. Ao contrário da
face diafragmática lisa, a face visceral tem muitas fissuras e impressões
resultantes do contato com outros órgãos. 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição.
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014. 
 
2 - Comente sobre Recesso Hepatorrenal (Bolsa de Morison), associando com as
relações anatômicas do fígado. 
 
RECESSO HEPATORRENAL: O recesso hepatorrenal (bolsa de Morison) é a extensão
posterossuperior do recesso sub-hepático, situada entre a parte direita da face visceral
do fígado e o rim e a glândula suprarrenal direitos. O recesso hepatorrenal é uma parte
da cavidade peritoneal dependente da gravidade em decúbito dorsal; o líquido que
drena da bolsa omental flui para esse recesso. O recesso hepatorrenal comunica-se
anteriormente com o recesso subfrênico direito. 
 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
 
 
3 - Defina a subdivisão funcional do fígado. 
 
SUBDIVISÃO DO FÍGADO: Embora não haja demarcação distinta interna, onde o
parênquima parece contínuo, existe uma divisão em partes independentes do ponto de
vista funcional, a parte direita e a parte esquerda do fígado (partes ou lobos portais),
cujos tamanhos são muito mais semelhantes do que os dos lobos anatômicos; a parte
direita do fígado, porém, ainda é um pouco maior. Cada parte recebe seu próprio ramo
primário da artéria hepática e veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático.
Na verdade, o lobo caudado pode ser considerado um terceiro fígado; sua
vascularização é independente da bifurcação da tríade portal (recebe vasos de ambos
os feixes) e é drenado por uma ou duas pequenas veias hepáticas, que entram
diretamente na VCI distalmente às veias hepáticas principais. O fígado pode ser ainda
subdividido em quatro divisões e depois em oito segmentos cirurgicamente ressecáveis,
sendo cada um deles servido independentemente por um ramo
secundário ou terciário da tríade portal, respectivamente. 
 
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• Segmentos hepáticos: Exceto pelo lobo caudado (segmento I), o fígado é dividido
em partes direita e esquerda com base na divisão primária (1a) da tríade portal em
ramos direito e esquerdo, sendo o plano entre as partes direita e esquerda
a fissura portal principal, na qual está a veia hepática média. Na face visceral,
esse plano é demarcado pela fissura sagital direita. O plano é demarcado na face
diafragmática mediante extrapolação de uma linha imaginária – a linha de Cantlie 
– que segue da fossa da vesícula biliar até a VCI. As partes direita e esquerda do
fígado são subdivididas verticalmente em divisões medial elateral pelas fissura
portal direita e fissura umbilical, nas quais estão as veias hepáticas direita e
esquerda. A fissura portal direita não apresenta demarcação externa. Cada uma
das quatro divisões recebe um ramo secundário (2o) da tríade portal. (Nota: a
divisão medial da parte esquerda do fígado – divisão medial esquerda – é parte do
lobo anatômico direito; a divisão lateral esquerda corresponde ao lobo anatômico
esquerdo.) Um plano hepático transverso no nível das partes horizontais dos
ramos direito e esquerdo da tríade portal subdivide três das quatro divisões (todas,
com exceção da divisão medial esquerda), criando seis segmentos hepáticos, que
recebem ramos terciários da tríade. A divisão medial esquerda também é contada
como um segmento hepático, de modo que a parte principal do fígado tem sete
segmentos (segmentos II a VIII, numerados em sentido horário), que também
recebem um nome descritivo. O lobo caudado (segmento I, levando o número total
de segmentos a oito) é suprido por ramos das duas divisões e é drenado por suas
próprias veias hepáticas menores. Embora o padrão de segmentação descrito
seja o mais comum, os segmentos variam muito em tamanho e formato em razão
da variação individual na ramificação dos vasos hepáticos e portas.  
 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
 
4 - Sobre os vasos sanguíneos do fígado, demonstrado na imagem abaixo,
responda. 
 
VEIA PORTA: A veia porta do fígado, curta e larga, é formada pela união das veias
mesentérica superior e esplênica, posteriormente ao colo do pâncreas. Ascende
anteriormente à VCI como parte da tríade portal no ligamento hepatoduodenal. A artéria
hepática, um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em artéria hepática comum, do
tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal, e artéria hepática própria, da
origem da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria hepática própria. Na porta
do fígado, ou perto dela, a artéria hepática própria e a veia porta terminam dividindo-se
em ramos direito e esquerdo; esses ramos primários suprem as partes direita e
esquerda do fígado, respectivamente. Nas partes direita e esquerda do fígado, as
ramificações secundárias simultâneas da veia porta e da artéria hepática suprem as
divisões medial e lateral das partes direita e esquerda do fígado, com três dos quatro
ramos secundários sofrendo ramificações adicionais (terciárias) para suprirem
independentemente sete dos oito segmentos hepáticos. 
 
 
TRÍADE PORTAL:  Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e
veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático. Na verdade, o lobo
caudado pode ser considerado um terceiro fígado; sua vascularização é independente
da bifurcação da tríade portal (recebe vasos de ambos os feixes) e é drenado por uma
ou duas pequenas veias hepáticas, que entram diretamente na VCI distalmente às
veias hepáticas principais. O fígado pode ser ainda subdividido em quatro divisões e
depois em oito segmentos cirurgicamente ressecáveis, sendo cada um deles servido
independentemente por um ramo secundário ou terciário da tríade portal. 
 
DRENAGEM VENOSA CANAL ANAL: O sangue do reto drena pelas veias retais
superiores, médias e inferiores. Há anastomoses entre as veias portas e sistêmicas na
parede do canal anal. Como a veia retal superior drena para o sistema venoso porta e
as veias retais média e inferior drenam para o sistema sistêmico, essas anastomoses
são áreas clinicamente importantes de anastomose portocava. O plexo venoso retal
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submucoso circunda o reto e comunica-se com o plexo venoso vesical nos homens e
com o plexo venoso uterovaginal nas mulheres. O plexo venoso retal tem duas partes:
o plexo venoso retal interno, imediatamente profundo à túnica mucosa da junção
anorretal, e o plexo venoso retal externo subcutâneo, externamente à parede muscular
do reto. Embora esses plexos levem o nome retal, são basicamente “anais” em termos
de localização, função e importância clínica (ver “Drenagem venosa e linfática do canal
anal”). 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
 
 
5 - Descreva sobre os aspectos anatômicos e funcionais do reto e canal anal. 
 
RETO: O reto é a parte pélvica do sistema digestório, mantendo continuidade proximal
com o colo sigmoide e distal com o canal anal. A junção retossigmóidea situa-se
anteriormente à vértebra S III. Nesse ponto, as tênias do colo sigmoide afastam-se
para formar uma lâmina longitudinal externa contínua de músculo liso, e os apêndices
omentais adiposos são interrompidos. Embora seu nome seja derivado do termo em
latim que significa “sem curvas” (rectus), o termo foi criado durante estudos antigos em
animais para descrever a parte distal do colo. O reto humano é caracterizado por várias
flexuras. O reto segue a curva do sacro e do cóccix, formando a flexura sacral do reto.
O reto termina anteroinferiormente à extremidade do cóccix, imediatamente antes de
um ângulo posteroinferior agudo (a flexura anorretal do canal anal) encontrado no
ponto em que o intestino perfura o diafragma da pelve (músculo levantador do ânus). A
flexura anorretal de aproximadamente 80° é um importante mecanismo para a
continência fecal, sendo mantida durante o estado de repouso pelo tônus do músculo
puborretal e por sua contração ativa durante as contrações peristálticas se o momento
não for adequado para a defecação. Com as flexuras da junção retossigmoide
superiormente e a junção anorretal inferiormente, o reto tem formato de S quando visto
lateralmente. Três flexuras laterais do reto (superior e inferior no lado esquerdo,
e intermediária à direita) agudas podem ser observadas ao se olhar o reto
anteriormente. As flexuras são formadas em relação a três invaginações internas
(pregas transversas do reto): duas à esquerda e uma à direita. As pregas situam-se
sobre partes espessas da lâmina muscular circular da parede retal. A parte terminal
dilatada do reto, situada diretamente superior ao diafragma da pelve (músculo
levantador do ânus) e corpo anococcígeo, e sustentada por eles, é a ampola do reto. A
ampola do reto recebe e retém a massa fecal que se acumula até que seja expelida
durante a defecação. A capacidade de relaxamento da ampola do reto para acomodar
a chegada inicial e subsequente de material fecal é outro elemento essencial para
manter a continência fecal. 
 
 
 
CANAL ANAL: O canal anal é a parte terminal do intestino grosso e de todo o sistema
digestório. Estende-se da face superior do diafragma da pelve até o ânus. O canal anal
(2,5 a 3,5 cm de comprimento) começa onde a ampola do reto se estreita próximo ao
nível da alça em formato de U formada pelo músculo puborretal. O canal anal termina
no ânus, a abertura de saída do sistema digestório. O canal anal, circundado pelos
músculos esfíncteres interno e externo do ânus, desce posteroinferiormente entre o
corpo anococcígeo e o corpo do períneo. O canal apresenta-se colapsado, exceto
durante a passagem de fezes. 
 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
 
 
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6 - Em relação ao espaço hepatodiafragmático, observe as imagens e
resumidamente comente sobre o “sinal de Chilaiditi” associado a localização
anatômica do intestino delgado, fígado e diafragma. 
 
 
SINAL DE CHILAIDITI: A interposição temporária ou permanente do cólon, intestino
delgado (raro) ou estômago (raríssimo) no espaço hepatodiafragmático é conhecida
como sinal de Chilaiditi, sendo geralmente assintomática. É evidenciada normalmente
em um exame radiológico de abdome de rotina. A sua incidência éde 0,025% nos
exames de raios-X em qualquer faixa etária, aumentando levemente nos maiores de 60
anos, sendo mais comum em homens do que em mulheres na relação de 4:1. 
 
• A associação do sinal de Chilaiditi com sintomas, como dor abdominal, náuseas,
dor retroesternal, sintomas respiratórios, vômitos, distensão abdominal, obstrução
ou suboclusão intestinal caracteriza a Síndrome de Chilaiditi. 
 
• São descritos muitos fatores predisponentes, os mais freqüentes relacionados
com possíveis alterações anatômicas entre fígado, cólon e diafragma, como:
diminuição do tamanho do fígado, defeitos congênitos dos ligamentos hepáticos,
má-rotação ou mobilidade anormal do intestino, alongamento do cólon ou
estreitamento da inserção no mesentério, alteração do nervo frênico, eventração
diafragmática e aumento do diâmetro torácico. Outros fatores também relatados:
constipação crônica, cirurgia abdominal prévia, obesidade e aerofagia. 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
https://www.scielo.br/pdf/rbc/v26n4/13.pdf 
 
 
# PARTE 2 - HISTOFISIOLOGIA 
 
1 - Descreva as principais funções do fígado. 
 
FÍGADO: Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo sistema
digestório são levados primeiro ao fígado pelo sistema venoso porta. Além de suas
muitas atividades metabólicas, o fígado armazena glicogênio e secreta bile, um líquido
amarelo-acastanhado ou verde que ajuda na emulsificação das gorduras. 
 
• Os hepatócitos secretam diariamente de 800 a 1.000 mℓ de bile, um líquido
amarelo, marrom ou verde-oliva. Ele tem um pH entre 7,6 e 8,6 e é constituído
principalmente por água, sais biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado lecitina,
pigmentos biliares e vários íons. 
 
• O principal pigmento biliar é a bilirrubina. A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos
libera ferro, globina e bilirrubina (derivada do heme). O ferro e a globina são
reciclados; a bilirrubina é secretada na bile e, por fim, é decomposta no intestino.
Um de seus produtos de degradação – a estercobilina– dá às fezes a sua
coloração marrom normal. 
 
• Metabolismo de carboidratos. O fígado é especialmente importante na
manutenção de um nível normal de glicose no sangue. Quando a glicose no
sangue está baixa, o fígado cliva o glicogênio em glicose e libera glicose para a
corrente sanguínea. O fígado também pode converter determinados aminoácidos
e o ácido láctico em glicose, e pode converter outros açúcares, como a frutose e a
galactose, em glicose. Quando a glicemia está elevada, como ocorre logo depois
de uma refeição, o fígado converte a glicose em glicogênio e triglicerídios para
armazenamento. 
https://www.scielo.br/pdf/rbc/v26n4/13.pdf
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• Metabolismo de lipídios. Os hepatócitos armazenam alguns triglicerídios; clivam
ácidos graxos para gerar ATP; sintetizam lipoproteínas, que transportam ácidos
graxos, triglicerídios e colesterol de e para as células do corpo; sintetizam
colesterol; e utilizam o colesterol para produzir sais biliares. 
 
• Metabolismo de proteínas. Os hepatócitos desaminam (removem o grupo amino,
NH2) dos aminoácidos, de modo que eles possam ser utilizados para a produção
de ATP ou ser convertidos em carboidratos ou gorduras. A amônia (NH3)
resultante é então convertida em ureia, que é muito menos tóxica e é excretada na
urina. Os hepatócitos também sintetizam a maior parte das proteínas plasmáticas,
como a alfaglobulina e betaglobulina, a albumina, a protrombina e o fibrinogênio. 
 
• Processamento de fármacos e hormônios. O fígado desintoxica substâncias, como
o álcool etílico, e excreta medicamentos como a penicilina, a eritromicina e as
sulfonamidas na bile. Também pode alterar quimicamente ou excretar hormônios
tireóideos e esteroides, como estrogênio e aldosterona. 
 
• Excreção de bilirrubina. Conforme observado anteriormente, a bilirrubina, derivada
do grupo heme de eritrócitos envelhecidos, é absorvida pelo fígado a partir do
sangue e secretada na bile. A maior parte da bilirrubina da bile é metabolizada no
intestino delgado por bactérias e eliminada nas fezes. 
 
• Síntese de sais biliares. Os sais biliares são utilizados no intestino delgado
durante a emulsificação e absorção de lipídios. 
 
• Armazenamento. Além do glicogênio, o fígado é o principal local de
armazenamento de determinadas vitaminas (A, B12, D, E e K) e minerais (ferro e
cobre), que são liberadas do fígado quando necessárias em outras partes do
corpo. 
 
• Fagocitose. As células estreladas do fígado fagocitam eritrócitos envelhecidos,
leucócitos e algumas bactérias. 
 
• Ativação da vitamina D. A pele, o fígado e os rins participam na síntese da forma
ativa da vitamina D. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
 
2 - O fígado é um órgão estruturalmente complexo, podendo ter sua visão
estrutural organizada de acordo com diferentes parâmetros. O lóbulo clássico é a
visão organizacional, sendo caracterizado principalmente pelo seu formato
hexagonal. O lóbulo porta dá o enfoque à função endócrina do fígado, colocando
no centro organizacional a tríade porta. Já o ácino hepático é a representação em
formato de losango, representando a menor unidade funcional do parênquima
hepático. Sabendo disso, descreva estruturalmente: 
 
 
 
LÓBULO CLÁSSICO: Durante anos, os anatomistas descreveram o lóbulo hepático
como sendo a unidade funcional do fígado. De acordo com este modelo, cada lóbulo
hepático tem o formato de um hexágono (estrutura de seis lados). No seu centro está a
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veia central, e irradiando para fora dele estão fileiras de hepatócitos e sinusoides
hepáticos. Localizada nos três cantos do hexágono está uma tríade portal. Este modelo
baseia-se em uma descrição do fígado de porcos adultos. No fígado humano é difícil
encontrar estes lóbulos hepáticos bem definidos circundados por camadas espessas
de tecido conjuntivo. 
 
 
LÓBULO PORTA: Lóbulo portal. Este modelo enfatiza a função exócrina do fígado, isto
é, a secreção biliar. Por conseguinte, o ducto biliar de uma tríade portal é considerado
o centro do lóbulo portal. O lóbulo portal tem uma forma triangular e é definido por três
linhas retas imaginárias que ligam três veias centrais que estão mais próximas à tríade
portal. Este modelo não ganhou ampla aceitação. 
 
 
ÁCINO HEPÁTICO: Nos últimos anos, a unidade estrutural e funcional preferida do
fígado é o ácino hepático. Cada ácino hepático é uma massa ligeiramente oval que
inclui partes de dois lóbulos hepáticos vizinhos. O eixo curto do ácino hepático é
definido por ramos da tríade portal – ramos da artéria hepática, veia e ductos biliares –
que correm ao longo da margem dos lóbulos hepáticos. O eixo longo do ácino é
definido por duas linhas curvas imaginárias, que ligam duas veias centrais mais
próximas ao eixo curto. Os hepatócitos do ácino hepático estão dispostos em três
zonas ao redor do eixo curto, sem fronteiras nítidas entre eles. As células na zona 1
são as mais próximas aos ramos da tríade portal e as primeiras a receber oxigênio,
nutrientes e toxinas que chegam pelo sangue que entra. Estas células são as primeiras
a captar a glicose e armazená-la como glicogênio após uma refeição e clivam o
glicogênio em glicose durante o jejum. Também são as primeiras a mostrar alterações
morfológicas após a obstrução do canal biliar ou exposição a substâncias tóxicas. As
células da zona 1 são as últimas a morrer se a circulação for prejudicada e as primeiras
a se regenerar. As células da zona 3 são as mais distantes dos ramos da tríade portal e
são as últimas a mostrar os efeitos da obstrução biliar ou exposição a toxinas, as
primeiras a mostrar os efeitos da circulação prejudicada, e as últimas a se regenerar.
As células da zona 3são também as primeiras a mostrar evidências de acúmulo de
gordura. As células da zona 2 têm características estruturais e funcionais
intermediárias entre as células das zonas 1 e 3. O ácino hepático é a menor unidade
estrutural e funcional do fígado. Sua popularidade e apelo se baseiam no fato de
proporcionar uma descrição e interpretação de (1) padrões lógicos de armazenamento
e liberação de glicogênio e (2) efeitos tóxicos, degeneração e regeneração em relação
à proximidade das zonas acinares com os ramos da tríade portal. 
 
REFERÊNCIA: 
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan .
Rio de Janeiro, 2013. 
JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013. 
 
3 - Diversas proteínas plasmáticas são sintetizadas pelo fígado. Liste-as, falando
de sua importância para o organismo. 
 
ALBUMINA: que estão envolvidas na regulação do volume plasmático e do equilíbrio
do líquido tecidual, mantendo a pressão coloidosmótica do plasma. 
 
LIPOPROTEÍNAS: em particular as VLDLs. O fígado sintetiza a maioria das VLDLs,
que participam no transporte de triglicerídios do fígado para outros órgãos. O fígado
também produz pequenas quantidades de outras proteínas plasmáticas, como
as lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) e as lipoproteínas de alta densidade
(HDLs). As LDLs transportam ésteres de colesterol do fígado para outros tecidos. As
HDLs removem o colesterol dos tecidos periféricos e o transportam para o fígado. 
 
GLICOPROTEÍNAS: que incluem proteínas envolvidas no transporte do ferro, como a
haptoglobina, a transferrina e a hemopexina. 
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PROTOTOMBRINA E FIBRINOGÊNIO: que são componentes importantes da cascata
da coagulação sanguínea. 
 
GLOBULINAS: que também ajudam a manter a pressão coloidosmótica do plasma e
atuam como proteínas carreadoras para várias substâncias. 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
Ross, Histologia Texto e Atlas, 7ª ed, 2016. 
 
4 - O fígado está envolvido com diversas funções metabólicas essenciais, como
por exemplo a glicólise, a glicogenólise, a β-oxidação e a formação de corpos
cetônicos. Descreva cada um desses processos. 
 
 
GLICÓLISE: A glicose é, quantitativamente, o principal substrato oxidável para a
maioria dos organismos. Sua utilização como fonte de energia pode ser considerada
universal e, dos microrganismos aos seres humanos, quase todas as células são
capazes de atender a suas demandas energéticas apenas a partir deste açúcar. Para
algumas células e órgãos, como hemácias e cérebro, a glicose é imprescindível, por
ser o único substrato a partir do qual podem sintetizar ATP. Apesar de a dieta humana
conter pouca glicose livre, quantidades consideráveis deste açúcar são ingeridas sob a
forma de amido, sacarose e lactose. Nas dietas mais comuns, 55% dos carboidratos
aparecem como amido, 35% como sacarose, 5% como lactose e 5% como glicose e
outros monossacarídios. O amido é digerido no trato digestório até glicose, o açúcar
que será afinal absorvido e distribuído para os tecidos. A digestão de sacarose e
lactose origina, além de glicose, frutose e galactose. A oxidação total da glicose é um
processo exergônico, que libera uma quantidade de energia equivalente a 2.870 kJ ·
mol–1. Nas células, esta transformação é estritamente acoplada à síntese de ATP a
partir de ADP e Pi, um processo endergônico (ΔGo′ = + 31 kJ · mol–1). A glicose
constitui, então, uma fonte de energia livre, que pode ser conservada como ATP, a
principal forma de energia utilizável pelos seres vivos. 
A oxidação anaeróbia de glicose a piruvato rende apenas uma pequena parcela —
menos de 10% — do total de ATP obtido pela oxidação aeróbia de glicose. Ainda
assim, os organismos e as células anaeróbios conseguem suprir, com este processo,
toda a sua demanda energética. Nas células aeróbias, o piruvato pode ser totalmente
oxidado, trazendo um enorme ganho na formação de ATP.  A etapa inicial, que se
processa no citosol, consiste na conversão de uma molécula de glicose (C6) a duas
moléculas de piruvato (2 C3) por meio de uma sequência de reações
denominada glicólise, uma via metabólica encontrada em praticamente todos os seres
vivos. Seus produtos são, além das duas moléculas de piruvato, ATP e prótons e
elétrons (H+ + e–), que são recebidos por coenzimas. A posterior oxidação do piruvato
é feita no interior da mitocôndria, nas células que dispõem desta organela. Na
mitocôndria, o piruvato sofre uma descarboxilação, transformando-se em um composto
com dois carbonos (C2). Este combina-se com um composto de quatro carbonos (C4),
formando um composto de seis carbonos (C6). Por meio de uma sequência cíclica de
reações (ciclo de Krebs), C6 perde dois carbonos sob a forma de CO2 e regenera C4. A
oxidação do piruvato a CO2 é acompanhada da produção de grande quantidade de
prótons e elétrons (H+ + e–), sempre recebidos por coenzimas. Da oxidação destas
coenzimas pelo oxigênio na cadeia respiratória , deriva-se a grande produção de ATP
conseguida pela oxidação do piruvato e que perfaz cerca de 90% do total obtido com a
oxidação completa da glicose. Nas três etapas da oxidação da glicose — glicólise,
descarboxilação do piruvato e ciclo de Krebs — os (H+ + e–) são produzidos em
reações catalisadas por desidrogenases. Algumas desidrogenases utilizam como
coenzima a nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD+), e outras, a flavina adenina
dinucleotídio (FAD) derivadas, respectivamente, das vitaminas nicotinamida (B3) e
riboflavina (B2). FAD, diferentemente de NAD+, liga-se covalentemente à molécula
proteica, consistindo em um grupo prostético. As proteínas que contêm coenzimas
provenientes de riboflavina (FAD ou FMN — são designadas flavoproteínas. 
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GLICOGENÓLISE: A degradação do glicogênio, a glicogenólise, consiste na remoção
sucessiva de resíduos de glicose, a partir das suas extremidades não redutoras , por
ação da glicogênio fosforilase, uma enzima que tem piridoxal fosfato, um derivado da
vitamina B6, como grupo prostético. Esta enzima catalisa a fosforólise da ligação α-1,4,
liberando um resíduo de glicose como glicose 1-fosfato. A ação da glicogênio
fosforilase prossegue ao longo da cadeia, liberando um a um os resíduos de glicose,
mas termina 4 resíduos antes de uma ramificação. A degradação pode continuar por
ação de outra enzima, a enzima desramificadora, que atua como glicosiltransferase,
transferindo 3 dos 4 resíduos de glicose remanescentes na ramificação para uma
extremidade não redutora da cadeia de glicogênio, formando uma ligação α-1,4. O
resíduo de glicose restante está ligado à cadeia principal por ligação α-1,6; esta ligação
é hidrolisada pela segunda atividade da enzima desramificadora, de α-1,6 glicosidase.
É interessante que, neste caso, ocorre uma hidrólise, em lugar da fosforólise produzida
pela glicogênio fosforilase — cerca de 10% dos resíduos de glicose do glicogênio são
liberados como glicose e o restante como glicose 1-fosfato. A glicose 1-fosfato é
convertida pela fosfoglicomutase a glicose 6-fosfato. No músculo, a glicose 6-fosfato
pode ser degradada pela glicólise anaeróbia, formando lactato, o destino metabólico
preponderante nas fibras rápidas, ou pelo metabolismo oxidativo aeróbio (glicólise
aeróbia, ciclo de Krebs, cadeia respiratória), produzindo CO2 e H2O, típico das fibras
lentas. Como o glicogênio é degradado por fosforólise, o produto formado é a glicose
fosforilada: para originar glicose livre, o fosfato tem de ser removido. No fígado, a
glicose 6-fosfato é hidrolisada por ação da glicose 6-fosfatase, produzindo glicose .A
glicose, ao contrário da glicose fosforilada, pode atravessar a membrana plasmática
por meio de permeases específicas. A glicose 6-fosfatase fica inserida na membrana
do retículo endoplasmático,com o sítio catalítico voltado para o lúmen da organela e
requer transportadores para o substrato (glicose 6-fosfato) e os produtos da reação
(glicose e fosfato inorgânico). A deficiência de glicose 6-fosfatase causa a doença
hereditária do metabolismo de glicogênio tipo I (GSD I, de Glycogen Storage Disease
type I) ou doença de von Gierke caracterizada principalmente por hipoglicemia grave no
jejum, grande aumento do depósito de glicogênio hepático, hiperlipidemia etc. A falta
do transportador de glicose 6-fosfato é a causa de uma variante de GSD I, denominada
GSD Ib. A glicose 6-fosfatase ocorre nos rins, além do fígado, onde participa também
da gliconeogênese. A degradação de glicogênio é um processo rápido e eficiente,
graças à sua própria estrutura e à presença das enzimas de degradação intimamente
associadas aos grânulos de glicogênio: o grande número de ramificações da cadeia
possibilita a ação simultânea de muitas moléculas de fosforilase a partir de cada
extremidade não redutora. Assim, cerca de 50% das ramificações da cadeia de
glicogênio muscular são degradadas em poucos segundos. O processo atende à
demanda energética muscular intensa indicada pela liberação de adrenalina; no caso
da glicogenólisehepática, ativada por glucagon, a rapidez do processo corrige o nível
glicêmico, evitando a hipoglicemia. A degradação do glicogênio geralmente não é
completa, restando um núcleo não degradado que serve de ponto de partida para a
ressíntese. 
 
CORPOS CETÔNICOS: A regulação da lipólise nos adipócitos, descrita no início desta
seção, determina a mobilização do depósito de triacilgliceróis em situações de jejum.
Simultaneamente, no fígado, a síntese de ácidos graxos — já dificultada pela
impossibilidade de produzir acetil-CoA a partir de glicose, devido à falta do açúcar e à
inibição da glicólise e do complexo piruvato desidrogenase — é bloqueada pela
inativação da acetil-CoA carboxilase. Como consequência, há diminuição da
concentração de malonil-CoA e ativação da carnitina acil transferase I, o que possibilita
o transporte dos grupos acila dos ácidos graxos para a matriz mitocondrial, onde
podem ser oxidados. Assim, no jejum, o ciclo da β-oxidação funciona ativamente,
alimentado pelos ácidos graxos liberados do tecido adiposo. Adicionalmente, como a
glicólise e o ciclo de Krebs estão desativados, por falta de substrato e por todos os
mecanismos inibitórios então desencadeados, as coenzimas oxidadas pela cadeia de
transporte de elétrons destinam-se exclusivamente ao ciclo de Lynen. A coenzima A
utilizada por este ciclo provém da conversão de acetil-CoA a corpos cetônicos. A acetil-
CoA produzida na β-oxidação é desviada para a formação de corpos cetônicos, já que
não pode ser quantitativamente oxidada pelo ciclo de Krebs, uma vez que o
oxaloacetato está sendo sequestrado pela gliconeogênese estimulada por glucagon —
a obtenção de ATP pelo fígado depende da oxidação, na fosforilação oxidativa, das
coenzimas reduzidas na conversão de ácidos graxos a acetil-CoA pelo ciclo de Lynen.
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Deste modo, o glucagon, além de promover a manutenção da glicemia, provê o aporte
de ácidos graxos e corpos cetônicos para satisfazer as necessidades energéticas dos
tecidos que podem oxidá-los. As sínteses de ácidos graxos e de triacilgliceróis, como já
assinalado, ficam inibidas no jejum, devido aos efeitos do glucagon, antagônicos aos
da insulina, sobre a atividade e a concentração de enzimas. No estado diabético, o
bloqueio da produção de ácidos graxos e o aumento de sua degradação estabelecem
níveis plasmáticos aumentados destes compostos, que poderiam induzir resistência à
insulina. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica. 3a Edição. Editora Guanabara
Koogan.2007 
https://w2.fop.unicamp.br/dcf/bioquimica/downloads/db210-2007-T04-Metabolismo.pdf 
 
 
5 - Diversos tipos celulares estão envolvidos no funcionamento hepático.
Descreva a função, distribuição e organização dos seguintes tipos: 
 
HEPATÓCITOS: Os hepatócitos constituem as placas celulares anastomosadas do
lóbulo hepático. Os hepatócitos são grandes células poligonais, que medem entre 20 e
30 μm em cada dimensão. Constituem cerca de 80% da população de células do
fígado. Os núcleos dos hepatócitos são grandes e esféricos e ocupam o centro da
célula. Muitas células no fígado adulto são binucleadas, e a maioria é tetraploide (i. e.,
contém uma quantidade 4d de DNA). A heterocromatina é vista como agregados
dispersos no nucleoplasma e como faixa distinta sob o envoltório nuclear. Em cada
núcleo, observa-se a existência de dois ou mais nucléolos bem desenvolvidos. Os
hepatócitos têm uma vida relativamente longa para células associadas ao sistema
digestório; o seu tempo de sobrevida médio é de cerca de 5 meses. Além disso, as
células hepáticas são capazes de regeneração apreciável quando a substância
hepática é perdida, devido a processos hepatotóxicos, doença ou cirurgia. O citoplasma
do hepatócito é geralmente acidofílico. Podem ser identificados componentes
citoplasmáticos específicos por procedimentos de coloração de rotina e especiais.
Conforme assinalado anteriormente, o hepatócito é uma célula poliédrica; para
conveniência, são descritas seis superfícies, embora possa ter mais. Duas de suas
superfícies estão voltadas para o espaço perissinusoidal. A membrana plasmática de
duas superfícies está voltada para um hepatócito vizinho e um canalículo biliar.
Pressupondo que a célula seja cuboide, as duas superfícies remanescentes, que não
podem ser observadas no diagrama, também estariam voltadas para as células
vizinhas e para os canalículos biliares. As superfícies voltadas para o espaço
perissinusoidal correspondem à superfície basal de outras células epiteliais; as
superfícies em frente das células vizinhas e dos canalículos biliares correspondem às
superfícies lateral e apical, respectivamente, de outras células epiteliais. 
 
 
CÉLULAS DE KUPFFER: As células de Kupffer pertencem ao sistema fagocítico
mononuclear. Assim como outros membros do sistema fagocítico mononuclear,
as células de Kupffer originam-se a partir de monócitos. O microscópio eletrônico de
varredura (MEV) e o microscópio eletrônico de transmissão (MET) mostram claramente
que as células de Kupffer fazem parte da parede de revestimento do sinusoide.
Antigamente, acreditava-se que essas células se localizassem sobre a superfície
luminal das células endoteliais. Essa antiga descrição histológica provavelmente teve
como base o fato de que, algumas vezes, os prolongamentos das células de Kupffer se
sobrepõem aos prolongamentos endoteliais no lado luminal. As células de Kupffer não
formam junções com as células endoteliais vizinhas. Os prolongamentos das células de
Kupffer frequentemente parecem se estender pelo lúmen sinusoidal, podendo até
mesmo ocluí-lo parcialmente. A existência de fragmentos de eritrócitos e de ferro na
forma de ferritina no plasma das células de Kupffer sugere que elas podem estar
envolvidas na degradação final de alguns eritrócitos danificados ou senis que alcançam
https://w2.fop.unicamp.br/dcf/bioquimica/downloads/db210-2007-T04-Metabolismo.pdf
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o fígado, provenientes do baço. Parte do ferro da ferritina pode ser convertida
em grânulos de hemossiderina, que são armazenados nas células. Essa função
aumenta acentuadamente após a esplenectomia, quando então passa a ser essencial
para a eliminação dos eritrócitos. 
 
 
CÉLULAS ESTRELADAS HEPÁTICAS: As células estreladas hepáticas (células de
Ito) armazenam vitamina A; no entanto, em condições patológicas, diferenciam-se em
miofibroblastos e sintetizam colágeno. O outro tipo de célula encontrado no espaço
perissinusoidal é a célula estrelada hepática (comumente denominada célula de Ito).Essas células de origem mesenquimatosa constituem o principal local de
armazenamento da vitamina A hepática na forma de ésteres de retinil nas gotículas
lipídicas citoplasmáticas. A vitamina A é liberada da célula estrelada hepática na forma
de retinol (forma de álcool) ligada à proteína de ligação do retinol (RBP). Em seguida, é
transportado do fígado para a retina, em que o seu estereoisômero, o 11-cis-retinal,
liga-se à proteína oxina para formar rodopsina, o pigmento visual dos bastonetes e dos
cones da retina. Durante muitos anos, os óleos de fígado de peixe (p. ex., óleo de
fígado de bacalhau) constituíram fontes nutricionais clínica e economicamente
importantes de vitamina A. Em determinadas condições patológicas, como inflamação
crônica ou cirrose hepática, as células estreladas hepáticas perdem a sua capacidade
de armazenamento de lipídios e de vitamina A e sofrem diferenciação em células que
exibem características de miofibroblastos. Essas células parecem desempenhar papel
significativo na fibrogênese hepática; sintetizam e depositam colágeno do tipo I e do
tipo III no espaço perissinusoidal, resultando em fibrose hepática. Esse colágeno é
contínuo com o tecido conjuntivo do espaço porta e o tecido conjuntivo que circunda a
veia central. A observação de uma quantidade aumentada de estroma fibroso
perissinusoidal constitui um sinal precoce de resposta hepática a substâncias tóxicas.
O citoplasma das células estreladas hepáticas contém elementos contráteis, como a
desmina e os filamentos de α-actina do músculo liso. Durante a contração celular, eles
aumentam a resistência vascular nos sinusoides pela contração dos canais vasculares,
resultando em hipertensão porta. Além disso, as células estreladas hepáticas
desempenham papel na remodelação da matriz extracelular durante a recuperação da
lesão hepática. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
Ross, Histologia Texto e Atlas, 7ª ed, 2016. 
 
6 - Defina a estrutura e função dos seguintes componentes hepáticos: 
 
PARÊNQUIMA: O parênquima, que consiste em placas organizadas de hepatócitos
que, no adulto, têm geralmente a espessura de uma célula e são limitados por capilares
sinusoidais. Em indivíduos de até 6 anos de idade, as células hepáticas estão
dispostas em placas com espessura de duas células. 
 
• O estroma de tecido conjuntivo, que é contínuo com a cápsula fibrosa de Glisson.
Vasos sanguíneos, nervos, vasos linfáticos e ductos biliares seguem o seu trajeto
no estroma do tecido conjuntivo 
• Os capilares sinusoidais (sinusoides), que são os canais vasculares entre as
placas de hepatócitos 
• Os espaços perissinusoidais (espaços de Disse), que se localizam entre o
endotélio sinusoidal e os hepatócitos. 
 
 
 
SINUSÓIDE: Os sinusoides estão em íntimo contato com os hepatócitos e
proporcionam a troca de substâncias entre o sangue e as células hepáticas. Os
sinusoides levam a uma vênula hepática terminal (veia central), que, por sua vez,
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desemboca nas veias sublobulares. O sangue deixa o fígado através das veias
hepáticas, que desembocam na veia cava inferior. 
 
 
ESPAÇO DE DISSE: O espaço perissinusoidal (espaço de Disse) é o local de troca de
materiais entre o sangue e as células hepáticas. O espaço perissinusoidal fica entre as
superfícies basais dos hepatócitos e as superfícies basais das células endoteliais e das
células de Kupffer que revestem os sinusoides. Pequenas microvilosidades irregulares
projetam-se para dentro desse espaço a partir da superfície basal dos hepatócitos. As
microvilosidades aumentam em até seis vezes a área de superfície disponível para a
troca de materiais entre os hepatócitos e o plasma. Devido às grandes lacunas na
camada endotelial e à ausência de uma lâmina basal contínua, não há barreira
significativa entre o plasma sanguíneo no sinusoide e a membrana plasmática do
hepatócito. As proteínas e lipoproteínas sintetizadas pelo hepatócito são transferidas
para o sangue no espaço perissinusoidal; essa via é para outras secreções hepáticas
além da bile. No fígado fetal, o espaço entre os vasos sanguíneos e os hepatócitos
contém ilhotas de células formadoras de sangue. Nos casos de anemia crônica no
adulto, as células formadoras de sangue novamente podem aparecer no espaço
perissinusoidal. 
 
REFERÊNCIA: 
Ross, Histologia Texto e Atlas, 7ª ed, 2016. 
 
7 - O fígado tem função essencial da degradação de xenobióticos. Como
discutimos nas últimas aulas, uma substância toxicante lipofílica pode mais
facilmente ser absorvida pelo organismo, mas a hidrofobia torna complexa sua
eliminação. O fígado realiza o processamento dos xenobióticos, tornando-os
mais hidrofílicos, facilitando assim sua excreção. Para que isso ocorra de
maneira efetiva, os hepatócitos realizam o processo em duas fases principais: a
fase I, que envolve hidrólise, redução e oxidação; e a fase II, que envolve a
conjugação. Assim sendo, descreva como ocorre a hidrólise, redução, oxidação
e conjugação de toxicantes. 
 
 
HEPATÓCITOS: Os hepatócitos estão envolvidos na degradação de
fármacos, toxinas e outras proteínas estranhas ao corpo (xenobióticos). Muitos
fármacos e toxinas não são hidrofílicos; por conseguinte, não podem ser eliminados de
modo efetivo da circulação pelos rins. O fígado converte essas substâncias em formas
mais solúveis. Esse processo é realizado pelos hepatócitos em duas fases: 
 
• A fase I (oxidação) inclui a hidroxilação (adição de um grupo –OH) e a
carboxilação (adição de um grupo –COOH) a um composto estranho. Essa fase é
realizada no retículo endoplasmático liso (REL) e nas mitocôndrias dos
hepatócitos. Envolve uma série de reações bioquímicas com proteínas,
coletivamente denominadas citocromo P450. 
 
• A fase II (conjugação) inclui a conjugação com ácido glicurônico, glicina ou taurina.
Esse processo torna o produto da fase I mais hidrossolúvel, de modo que possa
ser facilmente removido pelos rins. 
 
 
REFERÊNCIA: 
Ross, Histologia Texto e Atlas, 7ª ed, 2016.

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