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HISTOLOGIA DO FÍGADO

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O fígado, pesando aproximadamente 1.500g, é a maior glândula do corpo. Similarmente 
ao pâncreas, o fígado possui funções endócrinas e exócrinas, mas, ao contrário do pâncreas, 
mesma célula (hepatócito) é responsável pela secreção exócrina do fígado – a bile – e pela 
formação de seus produtos endócrinos. Além disso, os hepatócitos convertem substâncias 
nocivas em materiais não tóxicos que são secretados na bile. 
O fígado é anatomicamente dividido por sulcos profundos em dois grandes lobos (os lobos 
direito e esquerdo) e em dois lobos menores (os lobos quadrado e caudado). Essa divisão 
anatômica apenas relaciona os lobos do fígado com outros órgãos abdominais e apresenta 
apenas importância topográfica. Do ponto de vista clínico, é mais importante a divisão em 
segmentos funcionais ou cirúrgicos que correspondem ao suprimento sanguíneo e à drenagem 
biliar. 
Com excesso da área nua, o fígado é completamente envolvido pelo peritônio, que 
forma um epitélio simples pavimentoso por sobre a cápsula de Glisson (cápsula de tecido 
conjuntivo denso modelado). Essa cápsula é fracamente presa ao longo de toda a 
circunferência do fígado, exceto na porta do fígado, onde penetra no fígado formando um 
conduto para os vasos sanguíneos e linfáticos e para os ductos biliares. Contudo, a maior parte 
do fígado é composta por células parenquimatosas (hepatócitos) e não por tecido conjuntivo, 
que é escasso. 
No embrião, o fígado desenvolve-se como uma evaginação endodérmica a partir da 
parede do intestino anterior (local que se tornará o duodeno) para formar o divertículo hepático. 
O divertículo prolifera, dando origem aos hepatócitos, que se dispõem em cordões celulares 
(hepáticos), formando o parênquima do fígado. O pedículo original do divertículo hepático 
torna-se o ducto colédoco. Uma evaginação do ducto colédoco forma o divertículo cístico, que 
origina a vesícula biliar e o ducto cístico. 
Suprimento sanguíneo para o Fígado 
O fígado possui um suprimento sanguíneo duplo, que consiste em suprimento venoso, 
através da veia porta do fígado, e em um suprimento arterial, através da artéria hepática. 
Ambos os vasos entram no fígado, no hilo ou espaço porta do fígado. Pelo mesmo espaço porta 
o ducto colédoco e os vasos linfáticos deixam o fígado. 
Cerca de 75% do suprimento sanguíneo hepático é proveniente da veia porta, que 
transporta sangue venosos em grande parte desprovido de O2. Esse sangue liberado no fígado 
pela veia porta provém do trato gastrointestinal e dos principais órgãos abdominais, como o 
pâncreas e o baço. 
O sangue transportado até o fígado contém: 
 Nutrientes e materiais tóxicos absorvidos no intestino; 
 Células anguíneas e produtos de degradação das células sanguíneas pelo baço; 
 Secreções endócrinas do pâncreas e das células enteroendócrinas do trato 
gastrointestinal; 
Assim, o fígado está localizado no caminho dos vasos sanguíneos que transportam 
substâncias absorvidas pelo trato gastrointestinal. Embora o fígado seja o primeiro órgão a 
receber substratos metabólicos e nutrientes, ele também é o primeiro a ficar exposto a 
substâncias tóxicas. 
A artéria hepática, um ramo do tronco celíaco, transporta sangue oxigenado ao fígado, 
fornecendo os 25% restantes de 
seu suprimento sanguíneo. 
Como o sangue das duas fontes 
se mistura pouco antes de 
perfundir os hepatócitos do 
parênquima hepático, esses 
hepatócitos nunca são expostos 
a um sangue totalmente 
oxigenado. 
A tríade porta consiste nos 
ramos de distribuição da veia 
porta e da artéria hepática, os 
quais suprem os capilares 
sinusoidais (sinusoides) que banham os hepatócitos, e os ramos de drenagem do sistema de 
ductos biliares (que levam ao ducto hepático comum). É trata-se de uma designação incorreta, 
visto que um ou mais vasos do sistema de drenagem linfática do fígado sempre seguem o seu 
percurso com a veia, a artéria e o ducto biliar. 
Os sinusoides estão em íntimo contato com os hepatócitos e proporcionam a troca de 
substâncias entre o sangue e as células hepáticas. Esses levam a uma vênula hepática terminal 
(veia central), a qual desemboca nas veias sublobulares. O sangue deixa o fígado através das 
veias hepáticas, que desembocam na veia cava inferior (VCI). 
 
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO FÍGADO 
 Os componentes estruturais do fígado são os seguintes: 
Parênquima placas organizadas de hepatócitos que, no adulto, têm 
geralmente a espessura de uma célula e são limitados por capilares sinusoidais. Em indivíduos de 
até 6 anos de idade, as células hepáticas estão dispostas e, placas com espessura duas células. 
Estroma de Tecido Conjuntivo é contínuo com a cápsula fibrosa 
de Glisson. Vasos sanguíneos, nervos, vasos linfáticos e ductos biliares seguem o seu trajeto no 
estroma do tecido conjuntivo. 
Sinusoides ou canais sinusoidais são os canais vasculares entre as placas de 
hepatócitos. 
Espaços de Disse ou espaços perisinusoidais se localizam entre o endotélio 
sinusoidal e os hepatócitos. 
LÓBULOS HEPÁTICOS 
O fígado pode ser visto como uma unidade funcional composta de três elementos 
fundamentais: o lóbulo clássico, o lóbulo porta e o ácino hepático. 
O lóbulo clássico foi o primeiro a ser definido histologicamente, formado por massa de 
tecido com formato aproximadamente hexagonal. Neste conceito, o sangue flui da periferia 
(ângulos do hexágono) para o centro do lóbulo em direção à veia centrolobular (vênula 
hepática termianal). A bile entra em pequenos espaços intracelulares dos hepatócitos que a 
produzem, os canalículos biliares, e flui para a periferia do lóbulo, onde estão os ductos biliares 
interlobulares dos espaços porta. Assim, as placas de células e os sinusoides irradiam-se a partir 
da veia central para a periferia dos lóbulos, onde estão as áreas porta (canais porta), que 
consistem em um estroma de tecido conjuntivo e os hepatócitos mais externos do lóbulo. Entre o 
estroma do tecido conjuntivo e os hepatócitos, nas margens do canal porta, fica o pequeno 
espaço periportal ou de Möll (acredita-se que constitua um dos locais de origem da linfa). 
O lóbulo porta enfatiza as funções 
exócrinas do fígado, definido com a região 
triangular cujo centro é o espaço porta e cuja 
periferia é limitada pelas linhas retas imaginárias 
que unem as três veias centrolobulares, que 
formam os três ápices do triângulo. Sendo a 
principal função exócrina do fígado a secreção 
de bile, o eixo morfológico desse lóbulo é o 
ducto biliar interlobular, componente da tríade 
portal do lóbulo clássico. 
O ácino hepático ou (ácino de Rappaport) 
constitui a unidade estrutural que fornece a 
melhor correlação entre a perfusão sanguínea, 
a atividade metabólica e a existência de doença hepática. Tem formato ovoide ou de um 
losango, representando a menor unidade funcional do parênquima hepático. O eixo curto do 
ácino é definido pelos ramos terminais da tríade porta (lóbulos clássicos). O eixo longo do ácino 
é uma linha traçada entre as duas veias centrais mais próximas do eixo curto. Assim, em uma 
vista bidimensional, o ácino ocupa partes de lóbulos clássicos adjscentes. Esse conceito permite 
uma descrição da função secretora exócrina comparável com a do lóbulo porta. 
Os hepatócitos em cada ácino hepático são descritos como dispostos em três zonas elípticas 
concêntricas circundando o eixo curto. 
 está mais próxima do eixo curto e do suprimento sanguíneo a partir dos ramos da 
veia porta e da artéria hepática; corresponde à periferia dos lóbulos clássicos 
 fica entre as zonas 1 e 3, mas não tem limites bem-definidos. 
 33 é a mais distante do eixo curto e a mais próxima da veia hepática terminal (veia 
central); corresponde à parte mais central do lóbulo clássico que circunda a veia 
hepática terminal. 
O zoneamento é importante na descrição e na interpretação dos padrões de degeneração, 
regeneração e efeitos tóxicos específicos no parênquima hepático com relaçãoao grau ou à 
qualidade da perfusão vascular das células hepáticas. Em consequência do fluxo sanguíneo 
sinusoidal, o gradiente de oxigênio, a atividade metabólica dos hepatócitos e a distribuição das 
enzimas hepáticas variam nas três zonas. A distribuição do dano hepático em consequência de 
isquemia e exposição a substâncias tóxicas pode ser explicada quando se utiliza essa 
interpretação zonal. 
 
 
 
VASOS SANGUÍNEOS DO PARÊNQUIMA 
Os vasos sanguíneos que ocupam os canais porta são denominados vasos interlobulares e, 
apenas esses vasos que formam as tríades porta menores, enviam sangue para os sinusoides. Os 
vasos interlobulares maiores ramificam-se em vasos 
distribuidores localizados na periferia do lóbulo, os 
quais enviam vasos aferentes para os sinusoides. 
Nos sinusoides, o sangue flui para a região 
centrípeta onde está a veia cental, que segue o 
seu trajeto através do eixo central do lóbulo 
hepático clássico, tronando-se maior a mediade 
que avança pelo lóbulo e desemboca em uma 
veia sublobular. Várias veias sublobulares 
convergem para formação de veias hepáticas 
maiores, que desembocam na veia cava inferior. 
O lúmen da veia porta é muito maior que o 
da artéria associada a ela. A artéria hepática 
assemelha-se em estrutura a outras artérias 
(parede muscular espessa). Fornece sangue 
arterial diretamente aos sinusoides, ao tecido conjuntivo e à outras estruturas dos canais porta 
maiores. Os capilares inseridos nesses canais porta maiores retornam o sangue às veias 
interlobulares antes de esvaziar o sinusoide. 
A veia central é um vaso de parede fina que recebe sangue dos sinusoides. O endotélio 
dessa veia é circundado por pequenas quantidades de fibras de tecido conjuntivo dispostas em 
espiral. Assim, em virtude de sua posição central no lóbulo clássico, e de sua função termial em 
relação ao sistema de veias hepáticas, é denominada vênula hepática terminal. 
A veia sublobular, que recebe sangue das vênulas hepáticas terminais, tem um camada 
distinta de fibras de tecido conjuntivo, tanto colágenas quanto elásticas imediatamente externas 
ao endotélio. As veias e sublobulares drenam para as veias hepáticas, contudo, seguem trajetos 
isolados. Por serem vasos solitários, essas veias podem ser facilmente distinguidas em um corte 
histológico das veias portas que são membros de uma tríade. As veias hepáticas são desprovidas 
de válvulas. 
 Placas de hepatócitos, que se anastomosam, irradiam-se a partir da veia centrolobular em 
direção à periferia dos lóbulos clássicos. Os espaços entre essas placas são ocupados por 
sinusoides hepáticos, e o sangue que flui nesses espaços não pode entrar em contato com os 
hepatócitos pela existência de um endotélio descontínuo e fino, composto por células de 
revestimento sinusoidal. Essas células de revestimento não realizam contato entre si, deixando 
aberturas de até 0,5μm entre elas. As células de revestimento 
sinusoidal também possuem janelas presentes em grupos 
conhecidos como placas em peneira. Dessa forma, 
substâncias com partículas menores que 0,5μm de diâmetro 
podem deixar o lúmen do sinusoide com facilidade. 
 Macrófagos residentes (células de Kupffer) estão 
associados às células de revestimento sinusoidal. Essas células, 
originadas a partir de monócitos, fazem parte da parede de 
revestimento do sinusoide, mas, algumas vezes, os seus 
prolongamentos se sobrepõem aos prolongamentos 
endoteliais no lado luminal – porém as células de Kupffer não 
formam junções com as células endoteliais vizinhas. Os 
prolongamentos das células de Kupffer frequentemente 
parecem se estender pelo lúmen sinusoidal, podendo até 
mesmo ocluí-lo parcialmente. 
 A existência de fragmentos de eritrócitos e de ferro 
(como ferritina) no plasma das células de Kupffer sugere seu 
envolvimento na degradação final de alguns eritrócitos 
danificados ou senescentes que alcançam o fígado, 
provenientes do baço. Parte do ferro da ferritina pode ser 
convertida em grânulos de hemossiderina, que são 
armazenados nas células. Essa função aumenta 
acentuadamente e torna-se essencial após a esplenectomia. 
O espaço de Disse fica entre as superfícies basais do hepatócitos e as superfícies basais 
das células endoteliais e das células de Kupffer. As células de revestimento sinusoidal são 
separadas dos hepatócitos pelo estreito espaço de Disse, ao qual o plasma que extravasa dos 
sinusoides tem livre acesso. Microvilosidades dos hepatócitos, que se projetam sobre esse 
espaço, ocupam grande parte dele e permitem grande área de superfície disponível para troca 
de materiais entre os hepatócitos e o plasma sanguíneo. Assim, os hepatócitos não entram em 
contato com a circulação, agindo o espaço de Disse como compartimento intermédio entre 
eles. 
Devido às grandes lacunas na camada endotelial e à ausência de uma lâmina basal 
contínua, não há barreira significativa entre o plasma sanguíneo no sinusoide e a membrana 
plasmática do hepatócito. As proteínas e lipoproteínas sintetizadas pelos hepatócitos são 
transferidas para o sangue no espaço perissinusoidal (essa via é para outras secreções hepáticas 
além da bile). 
Embora o espaço perissinusoidal contenha fibras colágenas tipo III (reticulares) que 
supoertam os sinusóides, junto a uma quantidade limitada decolágenos dos tipos I e IV, não há 
uma lâmina basal. 
No fígado fetal, o espaço entre os vasos sanguíneos e os hepatócitos contém ilhotas de 
células formadoras de sangue. Nos casos de anemia crônica no adulto, as células formadoras de 
sangue novamente podem aparecer no espaço perissinusoidal. 
 
 Fibras mielínicas e células hepáticas estreladas (células de Ito e células de 
armazenamento de lipídios) têm sido observadas no espaço de Disse. As células de Ito, de 
origem mesenquimatosa, constituem o principal local de armazenamento da vitamina 
Ahepática na forma de ésteres de retinil nas gotículas lipídicas citoplasmáticas. A vitamina A é 
liberada da célula estrelada como retinol (forma de álcool) ligada à proteína de ligação do 
retinol (RBP) e, em seguida, é transportada do fígado para a retina, onde seu esteroisômero liga-
se à proteína oxina para formar radopsina, o pigmento visual dos bastonetes e cones da retina. 
 Além de armazenar vitamina A, as células estreladas produzem e liberam colágeno tipo III 
no espaço de Disse, secretam fatores de crescimento necessários na formação de hepatócitos e 
formam tecido conjuntivo fibroso para substituição de hepatócitos danificados por toxinas. De 
maneira adicional, células semelhantes a linfócitos (pit cells), que apresentam curtos 
pseudópodos e grânulos sitoplasmáticos, têm sido observadas no espaço perissinusoidal e talvez 
sejam natural killer do fígado humano. 
 
VIA LINFÁTICA 
O plasma que permanece no espaço perissinusoidal drena para o tecido conjuntivo 
periportal, em que há o pequeno espaço periportal (espaço de Möll), entre o estroma do canal 
porta e os hepatócitos mais externos. A partir desse local, o líquido adentra nos capilares 
linfáticos que transitam com os outros componentes da tríade porta. 
A linfa move-se em vasos progressivamente maiores, na mesma direção da bile (do nível 
dos hepatócitos, em direção aos canais porta e, por fim, ao hilo do fígado). Cerca de 80% da 
linfa hepática segue esse trajeto e drena para o ducto torácico, formando a principal parte da 
linfa do ducto torácico. 
Ductos hepáticos 
O sistema de ductos hepáticos é constituído de colangíolos, canais de Hering e ductos 
biliares, que conduzem a ductos biliares cada vez maiores e finalmente terminam nos ductos 
hepáticos direito e esquerdo. 
Colangiócitos são células epiteliais que revestem a árvore biliar. O domínio apical dos 
colangiócitos é semelhante ao dos hepatócitos, com projeção das microvilosidades no lúmen. 
Cada colangiócito apresenta um cílio primário que identifica mudanças no fluxo de bile, 
alterando a secreção dos colangiócitos.Os pequenos ductos biliares são revestidos por 
pequenos colangiócitos, predominantemente cuboides; e, à medida que aumenta o diâmetro 
dos ductos, tornam-se cada vez maiores, adquirindo um formato mais colunar. 
 
 
Os canalículos biliares se anastomosam entre si, formando túneis entre os hepatócitos e, 
à medida que chegam à periferia dos lóbulos clássicos, se unem com colangíolos – curtos 
túbulos constituídos de hepatócitos, células cuboides baixas e, ocasionalmente, células ovais. A 
bile desses colangíolos entra nos canais de Hering – ramificações finas dos ductos biliares 
interlobulares – que se irradiam paralelamente às arteríolas e vênulas de entrada. Os ductos 
biliares interlobulares se unem para formar canais cada vez maiores que, depois, formam o 
ducto hepático direito e o ducto hepático esquerdo. 
As células epiteliais cubóides dos colangíolos, canais de Hering e ductos biliares 
interlobulares secretam um fluido rico em bicarbonato semelhante àquele produzido pelo 
sistema de ductos do pâncreas. A formação e a liberação deste tampão alcalino são 
controladas pelo hormônio secretina, produzido por células do sistema neuroendócrino difuso 
(SNED) do duodeno. Este fluido atua, juntamente com o fluido do pâncreas, neutralizando o 
quimo ácido que entra no duodeno. 
HEPATÓCITOS 
Os hepatócitos são grandes células poligonais, com cerca de 5 a 12 faces e que medem 
entre 20 e 30 μm de diâmetro. Constituem cerca de 80% da população de células do fígado. 
Ficam bem próximas umas das outras formando placas anastomosadas. Essas células exibem 
variações em suas propriedades estruturais, histoquímicas e bioquímicas, dependendo de sua 
localização nos lóbulos hepáticos. 
Domínios da Membrana Plasmática 
Os hepatócitos estão organizados de modo a estarem tanto em contato um entre os 
outros quanto a fazer limite com um espaço de Disse. Assim considera-se dois domínios: laterais e 
sinusoidais. 
Domínios Laterais 
Os domínios laterais são responsáveis pela formação dos canalículos biliares. Formam 
espaços celulares elaborados, como labirintos, com 1 a 2μm de diâmetro – são os canalículos 
biliares – canais que conduzem a bile entre os hepatócitos para a periferia dos lóbulos clássicos. 
O vazamento de bile dos canalículos é impedido pela formação de zônulas de oclusão entre os 
hepatócitos adjacentes, isolando esses canais do restante do espaço extracelular. 
Microvilosidades se projetam para dentro dos canalículos biliares, aumentando a área de 
superfície para secreção da bile. Os eixos de actina dessas microvilosidades se misturam com a 
espessa rede de actia e filamentos intermediários que reforçam a região da membrana 
plasmática do hepatócitos (que participa da formação dos canalículos biliares). 
As membranas plasmáticas que formam as paredes dos canalículos biliares mostram altos 
níveis de atividade de Na+ ,K+-ATPase e da enzima adenilatociclase. Os domínios laterais 
também possuem junções comunicantes isoladas, através das quais os hepatócitos podem se 
comunicar entre si. 
 
 
Domínios Sinusoidais 
Os Domínios sinusoidais dos 
hepatócitos também possuem 
microvilosidades que se projetam para 
o espaço perissinusoidal de Disse. 
Calculou-se que essas 
microvilosidades aumentaram a área 
de superfície dessa membrana em 6 
vezes, facilitando a troca de materiais 
entre hepatócito e o plasma contido 
no espaço perissinusoidal. Esta 
membrana plasmática é rica em 
receptores de manose-6-fosfato, Na+, 
K+-ATPase e adenilatociclase, porque 
é nela que as secreções endócrinas 
do hepatócito são lançadas e entram 
no sangue sinusoidal, e que o material 
levado pela corrente sanguínea é 
transportado para o interior do 
citoplasma do hepatócito. 
Os núcleos dos hepatócitos são grandes e esféricos e ocupam o centro da célula. Muitas 
células no fígado adulto são binucleadas, e a maioria é tetraploide. A heterocromatina é vista 
como agregados dispersos no nucleoplasma e como faixa distinta sob o envoltório nuclear. Em 
cada núcleo, observa-se a existência de dois ou mais nucléolos bem desenvolvidos. 
O citoplasma do hepatócito é geralmente acidofílico. Podem ser identificados 
componentes citoplasmáticos específicos por procedimentos de coloração de rotina e 
especiais, como regiões basófilas, que representam o retículo endoplasmático rugoso (RER) e 
ribossomos livres, numerosas mitocôndrias, múltiplos complexos de Golgi pequenos, numerosos 
peroxissomos, depósitos de glicogênio, gotículas lipídicas de vários tamanho (Em cortes 
histológicos preparados de rotina, são observados, eventualmente, espaços arredondados que 
representam os espaços deixados por gotículas lipídicas que foram dissolvidas. O número de 
gotículas lipídicas aumenta após a injeção ou a ingestão de certas hepatotoxinas, incluindo 
etanol) e lisossomos observados em quantidades variáveis. 
Os hepatócitos sintetizam ativamente as proteínas para seu próprio uso assim como para a 
exportação. Portanto, eles possuem abundantes ribossomos livres, REG, e aparelho de Golgi. 
Cada célula possui vários conjuntos de aparelhos de Golgi, localizados preferencialmente na 
vizinhança dos canalículos biliares. 
Os hepatócitos contêm quantidades variáveis de inclusões sob a forma de gotículas 
lipídicas e glicogênio. As gotículas lipídicas são, em sua maioria, lipoproteínas de densidade 
muito baixa (VLDLs) e são especialmente proeminentes após o consumo de uma refeição 
gordurosa. 
Os peroxissomos dão numerosos nos hepatócitos. Sua importância está como local de 
uso de oxigênio, desempenhando papel semelhante ao das mitocôndrias. Contêm grande 
quantidade de oxidase, gerando peróxido de hidrogênio (H2O2), o qual é degradado em O2 e 
água pela enzima catalase também presente nos peroxissomos. Essas reações estão envolvidas 
em muitos processos de desintoxicação realizados pelo fígado, como a degradação do etanol. 
Além disso, também estão envolvidos na degradação dos ácidos graxos (β­oxidação), bem 
como na gliconeogênese e no metabolismo das purinas. 
O REL pode ser extenso nos hepatócitos, dependendo da atividade metabólica. Contém 
enzimas envolvidas na degradação e conjugação de toxinas e fármacos e na síntese de 
colesterol e da porção lipídica das lipoproteínas. Diante da exposição dos hepatócitos a toxinas 
ou estimilantes metabólicos, o REL pode se tornar a organela predominante na células. Além do 
estímulo metabólico do REL, alguns hormônios e substâncias estimulam síntese de novas 
membranas e enzimas associadas a ele. O REL sofre hipertrofia após a administração de álcool, 
fármacos e certos agentes quimioterápicos usados no tratamento do câncer. 
 
A quantidade de retículo endoplasmático liso (REL) dos hepatócitos varia não somente 
com a região, mas também com a função. As células na zona 3 do ácino hepático são muito 
mais ricas em REL que aquelas da área periportal. Além disso, a presença de certas drogas e 
toxinas no sangue induz o aumento do conteúdo de REL dos hepatócitos, porque a 
detoxificação ocorre dentro das cisternas desta organela. 
Observa-se grande extensão da rede de Golgi presente nos hepatócitos, com até 50 
unidades de Golgi consistindo, cada uma delas, em três a cinco cisternas estreitamente 
empilhadas, com numerosas vesículas grandes e pequenas. A concentração de complexos de 
Golgi próxima do canalículo biliar está associada à secreção exócrina de bile. Contudo, sua 
aglomeração próxima das superfícies sinusoidais da célula contêm grânulos elétron-densos de 25 
a 80 nm de diâmetro, que se acredita que sejam precursores das VLDL e de outras lipoproteínas. 
Essas substâncias são liberadas subsequentemente na circulação como parte da função 
secretora endócrina dos hepatócitos. São observados glóbulos densos semelhantes nas porções 
dilatadas do REL e, em certas ocasiões, nas extremidades dilatadas das cisternas do RER, em que 
são sintetizados. 
 Os lisossomos dos hepatócitos são muito heterogêneos,dando-se sua identificação a 
partir de meios histoquímicos. Além das enzimas lisossômicas usuais, há grânulos de pigmento 
(lipofuscina), organelas citoplasmáticas parcialmente digeridas e figuras de mielina. Também 
podem constituir local de armazenamento normal para o ferro (como ferritina) e local de 
acúmulo quando em certas doenças de armazenamento de ferro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fígado tem importante participação no metabolismo dos lipídios, onde ocorre a 
oxidação dos ácidos graxos para suprir energia para outras funções corporais, síntese de 
grandes quantidades de colesterol, fosfolipídios e da maior parte das lipoproteínas e síntese de 
gorduras a partir de carboidratos e proteínas em excesso.

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