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27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 1/12 (05/10/2020) Aula 36- UCXI -Aspectos anatômicos da genitália externa feminina e clínica das vulvovaginites/Aspectos morfológicos do endométrio e a patofisiologia da endometriose segunda-feira, 12 de outubro de 2020 17:14 Aula 36 – UCXI: Aspectos anatômicos da genitália externa feminina e clínica das vulvovaginites/Aspectos morfológicos do endométrio e a patofisiologia da endometriose 1. De acordo com o sistema genital feminino externo, cite e caracterize as estruturas envolvidas, e suas respectivas disposições anatômicas: Monte pubiano O monte do púbis é a eminência adiposa, arredondada, anterior à sínfise púbica, tubérculos púbicos e ramo superior do púbis. A eminência é formada por massa de tecido adiposo subcutâneo. A quantidade de tecido adiposo aumenta na puberdade e diminui após a menopausa. A superfície do monte é contínua com a parede anterior do abdome. Após a puberdade, o monte do púbis é coberto por pelos pubianos encrespados. Grandes lábios Os lábios maiores do pudendo são pregas cutâneas proeminentes que proporcionam proteção indireta para o clitóris e para os óstios da uretra e da vagina . Cada lábio maior do pudendo é preenchido principalmente por um “prolongamento digital” de tecido subcutâneo frouxo contendo músculo liso e a extremidade do ligamento redondo do útero. Os lábios maiores do pudendo seguem em sentido inferoposterior a partir do monte do púbis em direção ao ânus Pequenos lábios Os lábios menores do pudendo são pregas arredondadas de pele sem pelos e sem tecido adiposo. Estão situados na rima do pudendo, circundam imediatamente e fecham o vestíbulo da vagina, no qual se abrem os óstios externo da uretra e da vagina. Eles têm um núcleo de tecido conjuntivo esponjoso contendo tecido erétil em sua base e muitos pequenos vasos sanguíneos. Anteriormente, os lábios menores formam duas lâminas. As lâminas mediais de cada lado se unem e formam o frênulo do clitóris. As lâminas laterais unem-se anteriormente à glande do clitóris (ou muitas vezes anterior e inferiormente, assim superpondo-se à glande e encobrindo-a), e 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 2/12 formam o prepúcio do clitóris. Nas mulheres jovens, sobretudo as virgens, os lábios menores estão unidos posteriormente por uma pequena prega transversal, o frênulo dos lábios do pudendo. Embora a face interna de cada lábio menor seja formada por pele fina e úmida, tem a cor rosa típica da túnica mucosa e contém muitas glândulas sebáceas e terminações nervosas sensitivas (ver “Circuncisão feminina” no boxe Anatomia Clínica, mais adiante). Clitoris O clitoris é um órgão erétil responsável pelas sensações sexuais. É análogo ao pênis masculino. Localizado na parte mais superior do vestíbulo vulvar, o clitoris é circundado pela parte anterior dos pequenos lábios. Tem três partes: base, corpo e glande. O corpo é composto por dois corpos cavernosos e dois pontos de fixação (crura). Vestíbulo A região entre os pequenos lábios é chamada de vestíbulo. Esta área perineal contém o orifício vaginal, a abertura da uretra feminina e as aberturas dos ductos excretores das glândulas vestibulares maiores e menores. Glândulas vestibulares As glândulas vestibulares maiores (glândulas de Bartholin), com cerca de 0,5 cm de diâmetro, estão situadas no espaço superficial do períneo. Situam-se de cada lado do vestíbulo da vagina, posterolateralmente ao óstio da vagina e inferiormente à membrana do períneo; assim, estão no espaço superficial do períneo. As glândulas vestibulares maiores são redondas ou ovais, sendo parcialmente superpostas posteriormente pelos bulbos do vestíbulo. Como os bulbos, são parcialmente circundadas pelos músculos bulboesponjosos. Os ductos delgados dessas glândulas seguem profundamente aos bulbos do vestíbulo e se abrem no vestíbulo de cada lado do óstio vaginal. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo da vagina durante a excitação sexual (ver “Infecção das glândulas vestibulares maiores” no boxe Anatomia Clínica, mais adiante). As glândulas vestibulares menores são pequenas glândulas de cada lado do vestíbulo da vagina que se abrem nele entre os óstios da uretra e da vagina. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo da vagina, o que umedece os lábios do pudendo e o vestíbulo da vagina. Bulbo vestibular Os bulbos vestibulares são um par de tecidos eréteis subcutâneos análogos ao bulbo peniano e ao corpo esponjoso no sexo masculino. Eles se estendem de cada lado do vestíbulo e se unem na frente do orifício uretral. Vascularização sanguínea e inervação A genitália externa é irrigada pelas artérias pudendas (internas e externas), que são ramos das artérias ilíacas internas e das artérias femorais, respetivamente. A drenagem venosa é realizada pelas veias pudendas internas e externas. A região anterior da vulva recebe inervação sensitiva do nervo ilioinguinal e do nervo genitofemoral. A região posterior é inervada pelo nervo pudendo e pelo nervo cutâneo posterior da coxa. O bulbo vestibular e o clitoris recebem inervação parassimpática do plexo nervoso uterovaginal. A linfa proveniente da genitália externa é drenada para os linfonodos inguinais superficiais e profundos, ou diretamente para os linfonodos ilíacos internos. Quer consolidar o seu conhecimento sobre a vascularização do sistema reprodutor MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8°ed; 2. Relacione os aspectos estruturais do sistema genital feminino com a ocorrência de vulvovaginites: A genitália feminina é composta de pele, semimucosa e mucosa, cujas características histológicas tem pequenas, mas importantes diferenças. Na pele da vulva, a presença de pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas é evidente. Neste local, o tecido é mais parecido às demais regiões do corpo, constituído por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e, portanto, impermeável. Contudo, as secreções glandulares e o excesso de pelo permitem que esta área facilmente retenha 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 3/12 sebosidade, suor e outros detritos corpóreos ou de produtos utilizados nessa área. A semimucosa presente no vestíbulo vulvar também possui epitélio estratificado pavimentoso, porém A genitália feminina é composta de pele, semimucosa e mucosa, cujas características histológicas tem pequenas, mas importantes diferenças. Na pele da vulva, a presença de pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas é evidente. Neste local, o tecido é mais parecido às demais regiões do corpo, constituído por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e, portanto, impermeável. Contudo, as secreções glandulares e o excesso de pelo permitem que esta área facilmente retenha sebosidade, suor e outros detritos corpóreos ou de produtos utilizados nessa área. A semimucosa presente no vestíbulo vulvar também possui epitélio estratificado pavimentoso, porém levemente queratinizado, com a presença de glândulas sebáceas e mucoprodutoras. Ainda, o excesso de peles e dobras nessa região, junto às secreções glandulares e eventuais resíduos fecais, menstruais e de urina a tornam um local de bastante acúmulo de secreção e de difícil asseio. Já a mucosa vaginal é revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, o que a torna, portanto, permeável. Existem canais intercelulares neste local que ligam a luz vaginal com o estroma de sustentação, permitindo a absorção de medicamentos aplicados na vagina e, ao contrário, o transudato de plasma sanguíneo como ocorre na excitação sexual feminina, e outros líquidos provenientes de tecidos mais profundos para o interior da vagina. Estas características determinam diferentes cuidadoscom a higiene em cada região, bem como diferentes respostas a eventuais agentes agressores, e farão com que a genitália feminina reaja de forma diversa conforme o tipo de produto utilizado e o local aplicado. Isto implica que um produto desenvolvido para a vulva (genitália externa) não seja ideal para a vagina (genitália interna), e viceversa. Contudo, um desequilíbrio da flora vulvar ou vaginal possivelmente afeta o ecossistema adjacente, determinando a instalação de infecções vulvovaginais. Em condições normais de saúde, são vários os mecanismos que protegem o trato gênito-urinário inferior contra as doenças genitais femininas. A flora vaginal é constituída por microrganismos que exercem um papel de defesa contra organismos indesejáveis e mantem o meio saudável. De forma sinérgica e complementar a estes microrganismos endógenos, há a barreira epitelial, síntese de muco protetor; pH vulvar e vaginal; células fagocitárias e reação inflamatória que agem na proteção genital contra agentes infecciosos. Assim, o equilíbrio do ecossistema vaginal é mantido por complexas interações entre a flora vaginal, os produtos do metabolismo microbiano, o estado hormonal e a resposta imune do hospedeiro. A vagina é habitada por numerosas bactérias de espécies diferentes que vivem em harmonia (e são por isso consideradas comensais), mas podem, em situações especiais, se tornar patogênicas. http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/312983/1/Bardin_MarcelaGrigol_ M.pdf 3. Descreva as manifestações clínicas e métodos diagnósticos nas vulvovaginites: CVV: Clinicamente a paciente pode referir os seguintes sintomas, diante de uma CVV clássica: Prurido Ardência Corrimento geralmente grumoso, sem odor Dispareunia de intróito vaginal Disúria externa Os sinais característicos são eritema e fissuras vulvares, corrimento grumoso, com placas aderidas à parede vaginal, de cor branca, edema vulvar, escoriações e lesões satélites, por vezes, pustulosas, pelo ato de coçar. Diagnóstico: Gram ou citologia a fresco (III, B) Cultura específica para candida albicans e não albicans de preferência se a CVV não for complicada e essencial se for complicada (suspeita ou presente). VAGINOSE BACTERIANA: Observamos então a queixa de corrimento perolado, com odor fétido, principalmente após o coito e pós menstrual, com exame especular mostrando paredes vaginais íntegras, marrons homogêneas ao teste de Schiller em sua maioria, banhadas por corrimento perolado bolhoso, às custas das aminas voláteis. Os critérios diagnósticos: Corrimento vaginal homogêneo pH > 4,5, presença de clue cells a fresco Whiff, teste positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de potássio a 10%). TRICOMONÍASE: Os sintomas e sinais característicos consistem em intensa descarga vaginal amarelo esverdeada, bolhosa, espumosa, por vezes acinzentada, acompanhada de odor fétido lembrando peixe na maioria dos casos e prurido eventual , http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/312983/1/Bardin_MarcelaGrigol_M.pdf 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 4/12 que pode ser reação alérgica à afecção. Quando ocorre inflamação intensa , o corrimento aumenta e pode haver sinusiorragia e dispareunia. O diagnóstico mais comum é o exame a fresco, com gota do conteúdo vaginal e soro fisiológico, observando-se o parasita ao microscópio. O pH quase sempre é maior que 5,0 e geralmente maior que 6,6. Na maioria dos casos o teste das aminas é positivo. A bacterioscopia com coloração pelo método de Gram observa o parasita Gram negativo, de morfologia característica. REFERÊNCIA: https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manual_de_Patologia_do_Trato_ Genital_Inferior/Manual-PTGI-Cap-06-Vulvovaginites.pdf 4. Comente sobre a presença de alterações no sistema genital feminino (hipertrofia das paredes vaginais e aumento do fluxo sanguíneo, temperatura e acidez da vagina) e a maior susceptibilidade à doenças sexualmente transmissíveis e à vulvovaginites durante a gestação: Sob a influência dos estrogênios, o epitélio vaginal torna-se mais espesso durante a gravidez e há aumento da sua descamação, o que resulta em maior secreção vaginal. Essa secreção tem pH mais ácido (3,8 a 4,0) do que o existente na mulher não gestante, para proteger contra a infecção ascendente. A vagina também está mais vascularizada na gravidez. A vulva e a vagina tumefazem-se, experimentam amolecimento e têm sua coloração alterada. A vulva pigmenta-se, e o sítio lindeiro à extremidade inferior da vagina perde o róseo característico, tomando a cor vermelho- vinhosa, com ninfas e grandes lábios entreabertos (sinal de Jacquemier). O conteúdo da vagina altera-se, e o estudo da citologia esfoliativa rastreia peculiaridades significativas. O epitélio vaginal, durante a vida da mulher, é sede de importantes alterações, cuja apreciação, pelos esfregaços, possibilita inferências acerca do endocrinismo sexual. A gravidez, por ser situação de hiperestrogenismo, determina altos níveis de glicogênio, resultando um aumento no substrato nutricional dos fungos e favorecendo a infecção da mucosa vaginal. Para a identificação dessas infecções, alguns exames importantes podem ser realizados. Dentre eles, pode-se citar o Papanicolaou, que é o mais disseminado na prática ginecológica e é utilizado como método de triagem por ser um exame rápido e relativamente de baixo custo. Deve ser feito oportunamente nas consultas ginecológicas, de planejamento familiar, pré-natal e outras. O exame de Papanicolaou foi instituído para a identificação de alterações inflamatórias e lesões neoplásicas em colo uterino. Tem funcionado como uma importante ferramenta na identificação de alterações na flora vaginal, ainda que não seja o seu objetivo principal. Dentre os testes mais indicados para a identificação de infecções vaginais têm-se o teste das aminas, os exames a fresco e corados pelo Gram e a medição do pH vaginal, eficazes no diagnóstico de algumas infecções, como Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis, Gardnerella vaginalis, Cândida albicans Alterações no trato genital como a hipertrofia das paredes vaginais e aumento do fluxo sanguíneo, temperatura e acidez da vagina, torna a região propensa ao desenvolvimento de certas doenças sexualmente transmissíveis e as vulvovaginites que surgem com frequência durante a gestação. As vulvovaginites mais frequentes durante a gestação são: Candidíase, provocada pela Candida albicans, tricomoníase que é causada pelo Trichomonas vaginalis e vaginose bacteriana causada em especial pela Gardnerella vaginalis. O trato genital tem mais risco de ser atacado por organismos patogênicos, tendo como fator a maior vulnerabilidade materna secundária as alterações que ocorrem durante a gestação. https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n6/0080-6234-reeusp-47-6-01265.pdf • As queixas genitais na gravidez não constituem raridade. Quase todas as grávidas em algum momento referem leucorréia, odor e/ou prurido, ardor e dor ao coito. https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manual_de_Patologia_do_Trato_Genital_Inferior/Manual-PTGI-Cap-06-Vulvovaginites.pdf https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n6/0080-6234-reeusp-47-6-01265.pdf 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 5/12 Porém, as vulvovaginites, frequentemente, têm sido associadas à complicações durante a gestação. • A ascensão de microrganismos existentes na vagina representa uma das causas da infecção das membranas, fragilizando-as, permitindo, sobretudo no terceiro trimestre gestacional, a ruptura e a interrupção da gravidez antes do termo. Por vezes, microrganismos existentes na cavidade vaginal da grávida atravessam as membranas ovulares íntegras, contaminam o líquido amniótico e secundariamente infectam o feto. • Muitos fatoresde risco potenciais para candidíase vulvovaginal têm sido descritos, embora não haja consenso na literatura, incluindo a gravidez entre elas. Especula- se que hábitos higiênicos inadequados possam ser possíveis fatores predisponentes de contaminação vaginal, dentre eles a higiene anal realizada no sentido do ânus para a vagina e o resíduo de fezes nas roupas íntimas femininas, podendo ser a origem das leveduras no desenvolvimento da candidíase vulvovaginal. REFERÊNCIA: http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/293 5. Associe os aspectos clínicos das vulvovaginites e correlacione com o trajeto anatômico que possibilita o surgimento de uma peritonite. A DIP é uma síndrome clínica causada por vários microrganismos, que ocorre devido à entrada de agentes infecciosos pela vagina em direção aos órgãos sexuais internos, atingindo útero, trompas e ovários, causando inflamações. Esse quadro acontece principalmente quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas. Doença inflamatória pélvica (DIP) pode afetar a cérvice, útero, tubas uterinas e/ou ovários. A infecção da cérvice (cervicite causa secreção mucopurulenta. As infecções das tubas uterinas (salpingite), do útero (endometrite) e dos ovários (ooforite) tendem a ocorrer ao mesmo tempo. Se for grave, a infecção pode se espalhar para os ovários (ooforite) e, em seguida, o peritônio (peritonite). Salpingite com endometrite e ooforite, com ou sem peritonite, é muitas vezes chamada de salpingite embora outras estruturas estejam envolvidas. Pus pode se acumular nas tubas (piossalpinge) e um abcesso pode se formar (abcesso tuba-ovariano). A DIP é consequência da ascensão de microrganismos provindos da vagina e da cérvice rumo ao endométrio, às tubas uterinas e ao peritônio. Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis são causas comuns de DIP; transmitem-se sexualmente. Mycoplasma genitalium, que também é transmitida sexualmente, também pode causar ou contribuir para a DIP. A incidência da DIP sexualmente transmitida está diminuindo; < 50% das pacientes com DIP aguda têm teste positivo para gonorreia ou infecção por clamídia. A DIP em geral também envolve outras bactérias aeróbias e anaeróbias, incluindo patógenos associados à Microrganismos vaginais, como Haemophilus influenzae, Streptococcus agalactiae, e bacilos Gram-negativos entéricos podem estar envolvidos na DIP, assim como Ureaplasma sp. Inflamação vaginal e vaginose bacteriana ajudam na disseminação ascendente dos microrganismos vaginais. Formas de contágio Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos se dá em mulheres que têm outra IST, principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas. Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local – como inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU), biópsia na parte interna do útero ou curetagem. O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção. http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/293 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 6/12 Sinais e sintomas Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e/ou durante a relação sexual. Dor abdominal e nas costas. Febre, fadiga e vômitos. Corrimento vaginal, sangramento vaginal, dor ao urina A peritonite surge se a infecção se disseminar para a membrana que reveste a cavidade abdominal e recobre os órgãos abdominais. A peritonite pode causar dor intensa súbita ou gradual em todo o abdômen. A peritonite pode ser dividida em peritonite primária e secundária. A peritonite primária ou peritonite bacteriana espontânea (PBE) resulta principalmente da translocação bacteriana, mas também pode ocorrer por disseminação hematogênica ou a contaminação iatrogênica do abdome sem uma alteração maior no trato gastrintestinal como perfuração de vísceras. A peritonite bacteriana secundária (PBS), por sua vez, resulta da contaminação direta do peritônio pelo trato gastrintestinal ou urogenital ou seus órgãos sólidos associados. A peritonite terciária refere-se à peritonite secundária que persiste por mais de 48 horas após uma tentativa de controle da fonte cirúrgica. Os princípios do tratamento cirúrgico no departamento de emergência (DE) pouco mudaram nos últimos anos, sendo importante eliminar o foco séptico, remover o tecido necrótico e drenar o material purulento. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e- obstetr%C3%ADcia/vaginite-cervicite-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria- p%C3%A9lvica/doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica-dip?query=dip Seção Histofisiologia (leia todas as questões antes de responder) 1. Luiza é uma mulher de 34 anos que apresenta problemas de infertilidade. Ela tem tentado engravidar nos últimos 16 meses, sem sucesso. A paciente relata que várias vezes ela pensou que poderia estar grávida devido à interrupção da menstruação, acompanhada de constipação e algumas dores abdominais. A paciente também relata dor mais intensa durante a menstruação, com características “agudas e penetrantes” que não são aliviadas pelo uso de AINEs ou compressas quentes. A dor irradia da região abdominal inferior para os flancos, que ela classificou como 6 em uma escala de 1 a 10. A paciente relata que seu ciclo pode ser irregular, com a duração variando de 25-38 dias ou ocasionalmente sem menstruação. Ela está preocupada porque ela e o marido não tiveram relações sexuais suficientes para uma gravidez devido à dispareunia e dor pélvica generalizada. Em exame laparoscópico foi diagnosticada a endometriose. a. Sabendo da fisiologia uterina, descreva quais são as alterações cíclicas que ocorrem nos tecidos uterinos. CICLO MENSTRUAL: O ciclo menstrual é uma série de mudanças mensais aos órgãos reprodutores femininos induzidas por hormônios. Envolve dois ciclos que se interagem e se sobrepõem: o ciclo ovariano e o ciclo uterino. O ciclo ovariano passa por três fases: folicular, ovulatória e lútea. Juntos elas permitem a maturação e liberação do óvulo. Os ciclos ovariano e uterino são controlados pelo hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e pelos hormônios ovarianos (estrogênios e progesterona). o ciclo ovariano é dividido em três fases: 1. Fase folicular. A primeira parte do ciclo ovariano, conhecida como fase folicular, é um período de crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais variável, de 10 a 21 dias. 2. Ovulação. Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera o(s) ovócito(s) durante a ovulação. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/vaginite-cervicite-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica-dip?query=dip 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 7/12 3. Fase lútea. A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação é conhecida como pós- ovulatória ou fase lútea. O segundo nome tem origem na transformação do folículo rompido em um corpo lúteo, assim denominado devido ao pigmento amarelo e aos depósitos de lipídeos. O corpo lúteo secreta hormônios que continuam a preparação para a gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é reiniciado. HORMONIOS DO CICLO REPRODUTIVO HORMONAL: O hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) secretado pelo hipotálamo controla os ciclos ovariano e uterino. O GnRH estimula a liberação do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela adeno-hipófise. O FSH inicia o crescimento folicular, enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Além disso, o FSH e o LH estimulam os folículos ovarianos a secretar estrogênio. O LH estimula as célulasda teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e, em seguida, convertidos em estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação e, então, promove a formação do corpo lúteo, a razão para o nome hormônio luteinizante. Estimulado pela LH, o corpo lúteo produz e secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. Os estrogênios secretados pelos folículos ovarianos têm várias funções importantes, dentre elas: • Promover o desenvolvimento e manutenção das estruturas reprodutivas femininas, características sexuais secundárias e mamas. As características sexuais secundárias incluem a distribuição do tecido adiposo nas mamas, no abdome, no monte do púbis e nos quadris; tom da voz; uma pelve ampla; e o padrão de crescimento de pelos no corpo • Aumentar o anabolismo proteico, incluindo a formação de ossos fortes. Em relação a isso, os estrogênios são sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH) • Baixar o nível sanguíneo de colesterol, que provavelmente é o motivo de as mulheres com menos de 50 anos correrem risco muito menor de doença da artéria coronária (DAC) do que os homens de idade semelhante • Níveis sanguíneos moderados inibem tanto a liberação de GnRH pelo hipotálamo quanto a secreção de LH e de FSH pela adeno-hipófise. A progesterona, secretada principalmente pelas células do corpo lúteo, coopera com os estrogênios para preparar e manter o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado e preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite. Altos níveis de progesterona também inibem a secreção de LH e GnRH. O endométrio consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas tubulares simples, as quais, às vezes, se ramificam nas porções mais profundas (próximo do miométrio). As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio simples colunar formado por células ciliadas e células secretoras. O epitélio das glândulas uterinas é semelhante ao epitélio superficial, mas células ciliadas são raras no interior das glândulas. O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém abundante matriz extracelular. As fibras de tecido conjuntivo são constituídas principalmente de colágeno de tipo III. O endométrio pode ser subdividido em duas camadas, que não podem ser bem delimitadas morfologicamente: (1) a camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas; (2) a camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial. Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos menstruais, a basal permanece quase inalterada. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito importantes para o fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio durante a menstruação. Das artérias arqueadas, que se orientam circunferencialmente nas camadas médias do miométrio, partem dois grupos de artérias que proveem sangue para o endométrio: as artérias retas, que irrigam a camada basal, e as artérias espirais, que irrigam a camada funcional. • A mucosa uterina é bastante delgada após sofrer descamação na fase menstrual, medindo cerca de 0,5 mm de espessura. O começo da fase proliferativa coincide com o crescimento rápido de um pequeno grupo de folículos ovarianos que estão provavelmente na transição entre folículos pré-antrais e antrais. Quando sua teca interna se desenvolve mais intensamente, esses folículos começam a secretar 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 8/12 ativamente estrógenos, cujas concentrações plasmáticas aumentam gradualmente. Os estrógenos agem no endométrio induzindo a proliferação celular, que reconstitui o endométrio perdido durante a menstruação (os estrógenos agem também em outras partes do sistema genital, por exemplo, induzindo a produção de cílios nas células do epitélio da tuba uterina). Durante a fase proliferativa, o endométrio está coberto por um epitélio colunar simples. As glândulas uterinas, formadas por um epitélio colunar simples, são tubos retilíneos, e seu lúmen é estreito. As células epiteliais gradualmente acumulam cisternas de retículo endoplasmático granuloso, e o complexo de Golgi aumenta de tamanho em preparação para o crescimento da sua atividade secretora. Ao término da fase proliferativa, o endométrio mede cerca de 2 a 3 mm de espessura. • A fase secretória começa depois da ovulação e resulta da ação da progesterona secretada pelo corpo lúteo que se forma após a ovulação. A progesterona continua estimulando as células epiteliais das glândulas que já haviam crescido na fase proliferativa por ação do estrógeno. As células epiteliais começam a acumular glicogênio na porção infranuclear. Em seguida, a quantidade de glicogênio das células diminui, e produtos de secreção dilatam o lúmen das glândulas. Uma característica morfológica importante dessa fase é o fato de as glândulas se tornarem muito tortuosas. Nesse período, o endométrio alcança sua máxima espessura (cerca de 5 mm), como resultado do crescimento da mucosa, do acúmulo de secreção e do edema no estroma. Mitoses são raras durante a fase secretória. • Se não ocorre a fertilização do ovócito e a implantação do embrião, o corpo lúteo deixa de funcionar 10 a 12 dias depois da ovulação. Em consequência, diminuem rapidamente os níveis de estrógenos e, principalmente, progesterona no sangue. Ocorrem vários ciclos de contração das artérias espirais do endométrio, que são fonte para a irrigação da camada funcional. Disso resulta um bloqueio do fluxo de sangue, produzindo isquemia e causando morte (por necrose) das paredes das artérias, assim como das células da porção da camada funcional do endométrio irrigada por esses vasos. As artérias se rompem após os locais de constrição; então, o sangramento começa. A maior parte da camada funcional do endométrio é separada da mucosa e cai no lúmen uterino, fazendo parte do fluido menstrual. O resto do endométrio encolhe devido à perda de fluido intersticial. A quantidade de endométrio e sangue perdida varia de uma mulher para outra, e até mesmo na mesma mulher em diferentes ciclos. Tratado de Ginecologia – Editora Gen, Guanabara Koogan, Ricardo Bassil Lasmar 2017 JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013 https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e1572020.pdf b. Explique a patofisiologia da endometriose, explicitando as principais teorias que explicam o surgimento dessa doença, bem como os sítios de ocorrência mais comuns. Ainda que a patogênese da endometriose permaneça um enigma, várias teorias têm sido propostas; no entanto, nenhuma é definitiva ou totalmente provada. Atualmente, a teoria mais amplamente aceita é a teoria da menstruação retrógrada proposta por Sampson. Essa teoria propõe que tecido endometrial viável seja disseminado na cavidade peritoneal pelas tubas uterinas durante a menstruação e, subsequentemente, implantado no peritônio ou nos órgãos pélvicos. Apesar de apenas 10% das pacientes serem diagnosticadas com endometriose, a menstruação retrógrada ocorre em 76 a 90% das mulheres. O aumento do fluxo menstrual na cavidade peritoneal pode predispor as mulheres à endometriose. No entanto, mulheres com a doença apresentam diferenças genéticas, imunológicas e/ou bioquímicas fundamentais que contribuem para que o tecido endometrial permaneça viável e seja implantado na cavidade peritoneal. Outros autores https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e1572020.pdf 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2F… 9/12 descrevem a teoria da metaplasia celômica, que pressupõe quea endometriose seja originada da metaplasia de células do peritônio parietal e visceral devido a estímulos hormonais, ambientais ou infecciosos. Como o peritônio e o endométrio possuem a mesma origem embrionária – o epitélio celômico –, é possível que esses estímulos provoquem a transformação do peritônio em tipos celulares endoteliais. A teoria dos restos embriônicos descreve que as lesões de endometriose são derivadas de células remanescentes da migração dos ductos de Müller durante o desenvolvimento embrionário devido a estímulos estrogênicos específicos que possuem papel crucial na patogênese da endometriose. Mais recentemente, a teoria das células-tronco tem ganhado atenção. Nesse caso, células-tronco totipotentes endometriais da camada basal do endométrio seriam transportadas via menstruação retrógrada, disseminação vascular ou linfática na cavidade endometrial para desenvolver lesões endometrióticas. Na cavidade peritoneal, o tecido endometrial deve sobreviver às defesas do organismo, aderir à superfície e, subsequentemente, invadir e modificar o peritônio para estabelecer o foco endometriótico. O endométrio eutópico de pacientes com endometriose, assim como o foco endometriótico (endométrio ectópico), apresentam maior capacidade proliferativa, resistência à resposta imunológica celular, maior atividade da aromatase (levando ao aumento nas concentrações locais de estrogênio) e resistência à ação da progesterona. A lesão endometriótica expressa a aromatase P450 de forma anormal, produzindo aumento da ação do estradiol em nível local. Além do aumento da ação local do estradiol, a resistência à progesterona contribui para a patogênese da endometriose. Essa alteração da relação local entre estradiol e progesterona propiciará a angiogênese e a vasculogênese da endometriose, e, como brevemente citado antes, associada a uma disfunção imune, permitirá que o foco seja implantado e mantenha-se viável e ativo. Mais tarde, esses princípios nortearão a base fisiológica do tratamento da endometriose. Livro Rotinas em Ginecologia, Pandolfi. c. Descreva as manifestações clínicas da doença. As manifestações clínicas da endometriose dependem da distribuição das lesões. Cicatrizes extensas dos oviductos e ovários muitas vezes produzem desconforto no quadrante abdominal e subsequente esterilidade. O envolvimento da parede retal pode produzir dor na defecação, enquanto o envolvimento da serosa uterina ou da bexiga pode causar dispareunia (relações sexuais dolorosas) e disúria, respectivamente. Quase todos os casos apresentam dismenorreia grave e dor pélvica intensa resultante de hemorragia intrapélvica e aderências periuterinas. A endometriose é caracterizada geralmente por 6 grupos de sintomas a serem investigados: • Dismenorreia, que pode ser primária ou secundária, progressiva ou não, mas forte o suficiente para limitação da qualidade de vida e isolamento social e absenteísmo; • Dor pélvica crônica não cíclica, importante correlacionar com causas multifatoriais da dor pélvica crônica, como a Síndrome da Bexiga dolorosa e síndrome miofascial; Dispareunia, principalmente relacionada à profundidade e determinadas posições durante o ato sexual, quando superficial pensar em outras causas associadas como contratura do assoalho pélvico e vulvodínea; • Sintomas urinários no período menstrual, como urgência, aumento da frequência urinária, disúria e, raramente, hematúria, simulando infecções do trato urinário baixo; Sintomas intestinais durante o período menstrual, como constipação, tenesmo, diarreia e disquezia; • Infertilidade, em sua maioria primária. É importante salientar que deve fazer parte de qualquer anamnese ginecológica o questionamento mínimo sobre dismenorreia e dispareunia. Para facilitar a classificação desses sintomas pode-se usar a escala visual da dor. Se acima de 7 provavelmente se trata de endometriose e deve-se prosseguir com investigação e tratamento clínico, além de acompanhamento com imagem. É importante indagar alguns questionamentos sobre qualidade de vida como: se há necessidade de faltar trabalho ou evento social na vigência da dor, se há necessidade de uso corriqueiro de medicações analgésicas e 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2… 10/12 necessidade de ir ao pronto-atendimento. Isso é importante para evitar o atraso diagnóstico (que por vezes pode ser dado na adolescência) e a progressão da doença. Durante o exame ginecológico, é importante uma abordagem ampla, procurando pontos dolorosos abdominais e pélvicos, assim como o exame neurológico sensitivo dos principais nervos pélvicos que podem ser acometidos pela endometriose profunda. Além disso é importante observar se há contratura do assoalho pélvico associada, síndrome miofascial e pontos de gatilho, para isso o exame abdominal de palpação e sinal de carnet (pressão de ponto doloroso com exacerbação após dorso flexão do tronco), além de massas pélvicas. No toque vaginal pode ser detectado uma massa na região retovaginal ou retrocervical, espessamento em uterossacros, bloqueio de fundo de saco, mobilidade uterina, dor à palpação de musculatura do assoalho e massas anexiais. O Toque retal é de extrema importância para avaliar presença de massas ou acometimento retal, além da melhor definição dos uterossacros. Embora essencial, o exame físico tem valor limitado na avaliação da endometriose profunda, devido à limitação da discriminação dos focos que envolvem a vagina, espaço retovaginal ou ligamentos uterossacros e lesões extensas ou em sigmoide, íleo, apêndice e sítios distantes da pelve. Ref: ROBBINS, S. L.; KUMAR, V. ABBAS, AK (ed.); FAUSTO, N.(ed.). Patologia: Bases Patológicas das doenças. 2016. d. Apresente quais são os métodos diagnósticos para a endometriose. • Visualização direta, em geral durante a laparoscopia pélvica • Às vezes, biópsia Suspeita-se do diagnóstico de endometriose com base em sintomas típicos, mas deve- se confirmá-lo por visualização direta e às vezes biópsia, em geral por via laparoscópica, mas algumas vezes também por laparotomia, exame vaginal, sigmoidoscopia ou cistoscopia. Biópsia não é necessária, mas os resultados podem ajudar no diagnóstico. A aparência macroscópica (p. ex., lesões claras, vermelhas, marrons, pretas) e o tamanho dos implantes variam durante o ciclo menstrual. Entretanto, caracteristicamente, as áreas de endometriose no peritônio pélvico são focos puntiformes de vermelho, azul ou marrom purpúreo que medem > 5 mm, em geral chamados de lesões achocolatadas. Microscopicamente, glândulas e estroma endometriais costumam estar presentes. Elementos estromais na ausência de elementos glandulares indicam uma variante rara da endometriose chamada endometriose estromal. Exames de imagem (p. ex., ultrassonografia) não são específicos ou adequados para o diagnóstico. Entretanto, às vezes eles mostram a extensão da endometriose e, portanto, podem ser usados para monitorar o distúrbio depois de diagnosticado. O nível do CA 125 sérico pode estar elevado, mas a obtenção desse valor geralmente não é útil nem específico no diagnóstico ou tratamento. Pode-se indicar testes para outros distúrbios de infertilidade. Estadiar o distúrbio ajuda o médico a formular um plano de tratamento e avaliar a resposta à terapia. Segundo a American Society for Reproductive Medicine, a endometriose pode ser classificada como estágio I (mínima), II (leve), III (moderada) ou IV (grave), com base em • Número, localização e profundidade dos implantes • Presença de endometriomas e aderências finas ou densas ( Estágios da endometriose) O índice de endometriose e fertilidade (IEF) foi desenvolvido para estadiar infertilidade associada à endometriose; esse sistema pode ajudar a prever as taxas de gestação após vários tratamentos. Fatores usados na classificação IEF incluem • Idade da mulher • Número de anos de infertilidade • História ou ausência de gestaçõesprévias • Classificação de função mínima para ambas as tubas uterinas, fímbrias e ovários • Classificações (lesão e total) de endometriose da American Society for Reproductive Medicine e. Descreva os tratamentos utilizados e seus mecanismos de ação. • AINES para o desconforto 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2… 11/12 • Fármacos para inibir a função ovariana • Cirurgia conservadora de ressecção ou ablação do tecido endometriótico, com ou sem fármacos • Histerectomia total abdominal com ou sem salpingo-ooforectomia bilateral se a doença é grave e a paciente já tiver prole constituída O tratamento médico sintomático começa com analgésicos (geralmente AINEs) e contraceptivos hormonais. Um tratamento mais definitivo deve ser individualizado com base na idade da paciente, sintomas, desejo de preservar a fertilidade e extensão do distúrbio. O tratamento cirúrgico conservador da endometriose é excisão ou ablação dos implantes endometrióticos e remoção de aderências pélvicas durante a laparoscopia. Usam-se fármacos e cirurgia conservadora principalmente para controlar os sintomas. Na maioria das pacientes, a endometriose reaparece 6 meses a 1 ano depois da interrupção do tratamento, a menos que a função ovariana seja interrompida de maneira completa e permanente. A endometriose também pode recorrer após cirurgia conservadora. Considera-se histerectomia abdominal total com ou sem salpingo-ooforectomia bilateral o tratamento definitivo da endometriose. Ajuda a prevenir complicações e modifica o curso da doença, além de aliviar os sintomas; entretanto, pode haver recorrência. Terapia medicamentosa Fármacos que suprimem a função ovariana inibem o crescimento e a atividade dos implantes endometrióticos. Os seguintes costumam ser utilizados: • Anticoncepcionais orais combinados e contínuos Só utilizam-se os fármacos a seguir quando as mulheres não podem tomar contraceptivos orais combinados ou quando o tratamento com contraceptivos orais combinados é ineficaz: • Progestinas • Agonistas do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) • Danazol Agonistas do GnRH suprimem temporariamente a produção ovariana de estrogênios; entretanto, o tratamento limita-se a ≤ 6 meses porque o uso a longo prazo pode resultar em perda óssea. Se o tratamento durar > 4 a 6 meses, pode-se utilizar progesterona ou bifosfonatos simultaneamente (como terapia add-back) para minimizar a perda óssea. Se houver recorrência da endometriose, será necessário tratar as mulheres novamente. O danazol, uma droga androgênica sintética e antigonadotrofina, inibe a ovulação. Entretanto, seus efeitos adversos androgênicos limitam o seu uso. Combinação de contraceptivos hormonais orais cíclicos ou contínuos, administrados após o uso de danazol ou de agonistas do GnRH, podem reduzir a progressão da doença, sendo liberados para mulheres que desejam retardar os planos de uma gestação. O tratamento medicamentoso não altera as taxas de fertilidade em mulheres com endometriose mínima ou leve. Cirurgia Tratam-se os casos moderados a graves de endometriose com maior efetividade por ablação ou excisão do maior número possível de implantes e, ao mesmo tempo, restauração da anatomia pélvica e preservação da fertilidade o máximo possível. Pode- se fazer ablação dos implantes endometrióticos superficiais. Para implantes profundos e extensos, excisão. Indicações específicas para cirurgia laparoscópica e histerectomia incluem • Dor pélvica moderada a grave que não responde a fármacos • Presença de endometriomas • Adesões pélvicas significativas • Obstrução da trompa uterina • Desejo de manter a fertilidade • Dor durante a relação sexual A laparoscopia costuma ser usada para remover as lesões; as lesões peritoneais e ovarianas podem ser eletrocauterizadas ou, raramente, vaporizadas ou excisadas a laser. Endometriomas devem ser removidos porque a remoção previne a recorrência de forma mais eficaz do que a drenagem. Após esse tratamento, as taxas de fertilidade 27/09/2021 10:36 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2805%5C%2F10%5C%2… 12/12 são inversamente proporcionais à gravidade da endometriose. Se a ressecção for incompleta, agonistas de GnRH são às vezes dados durante o período perioperatório, mas não está claro se esses fármacos aumentam as taxas de fertilidade. A ressecção dos ligamentos uterossacros com eletrocauterização por via laparoscópica ou laser pode reduzir a dor na região mediana da pelve. Pode-se tratar endometriose retovaginal, a forma mais grave da doença, com os tratamentos usuais para endometriose; entretanto, resseção ou cirurgia colonoscópica pode ser necessária para prevenir a obstrução do cólon. Deve-se reservar a histerectomia com ou sem conservação ovariana para pacientes com dor pélvica moderada a grave que não querem ter mais filhos e que preferem um procedimento definitivo. Faz-se histerectomia para remover aderências ou implantes que ligam-se ao útero ou fundo de saco. Se mulheres < 50 anos exigem histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral, deve-se considerar suplementação de estrogênio (p. ex., para prevenir sintomas da menopausa) Entretanto, terapia concomitante e contínua com progesterona (p. ex., 2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona, VO, 1 vez/dia) costuma ser recomendada porque, se apenas estrogênio é administrado, o tecido residual pode crescer, resultando em recorrência. Se os sintomas persistirem após a salpingo-ooforectomia em mulheres > 50, pode-se tentar a terapia contínua com progesterona isoladamente (acetato de noretindrona 2.5 to 5 m, acetato de medroxiprogesterona, 5 mg, VO, 1 vez/dia, progesterona micronizada, 100 a 200 mg, VO, na hora de dormir). REFLEXÃO/ SÍNTESE Nessa aula abordamos as principais características anatômicas do sistema reprodutor feminino com enfoque nos orgãos externos e correlacionou a eles a ocorrência de vulvovaginites e outras doenças. Também foi visto o possível caminho de uma vulvovagitine que pode acarretar uma peritonite.