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Direito Empresarial - Disposições Gerais da Falência

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DIREITO EMPRESARIAL
Disposições gerais da falência
Em razão dos efeitos perniciosos que as crises da empresa podem gerar, nosso
ordenamento jurídico houve por bem criar diversos institutos para tentar superar
as crises ou para liquidar o que não é passível de recuperação.
→ Conceito de falência: “A falência caracteriza-se como um processo de execução
coletiva dos bens do devedor comerciante, decretado judicialmente, ao qual
concorrem todos os credores para o fim de arrecadar o patrimônio disponível,
verificar os créditos, liquidar o ativo, saldar o passivo, em rateio, observadas as
preferências legais”. [Sampaio de Lacerda]
→ A falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial possuem âmbito
de incidência definido pela Lei n. 11.101/2005.
Estão sujeitos à falência:
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos
simplesmente como devedor.
→ Empresa: atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços para o mercado.
→ Diferença entre insolvência econômica e jurídica:
Insolvência econômica: pressupõe um déficit patrimonial do devedor em relação a
suas dívidas - o passivo é maior que o ativo.
- Ativo = bens e direitos;
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- Passivo = obrigações;
- Se: obrigações > bens e direitos = situação deficitária;
- Se: obrigações < bens e direitos = situação superavitária.
Insolvência jurídica (conceito adotado pelo Brasil para dispor sobre a falência): se
caracteriza pelos fatos previstos em lei que configuram a falência:
- autofalência – art. 105;
- impontualidade injustificada – art. 94, I;
- execução frustrada – art. 94, II;
- atos de falência – art. 94, III.
Âmbito de incidência da Lei 11.101/2005
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos
simplesmente como devedor.
Empresário
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.(CC)
→ Obs.: Caso não for constituída empresa, fala-se em insolvência civil (aplicada
insolvência econômica.)
→ a lei 11.101/2005 versa sobre o empresário individual, que é a pessoa física que
exerce a empresa em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade.
- Não há segregação em patrimônio da empresa e pessoal.
- Obs.: Sócio não é empresário, quem exerce a atividade é a empresa.
→ Responsabilidade ilimitada: A empresa e a pessoa física serão consideradas
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falidas. Quando o empresário individual tem decretada a falência também
recai sobre ele a insolvência civil.
→ EIRELIs
- com a Lei 12.441/2011 também devem ser abrangidas as Empresas
Individuais de Responsabilidade Limitada
- conceito: pessoa jurídica criada como centro autônomo de direitos e
obrigações para o exercício individual da atividade empresarial - ou seja, ela
exerce atividade empresarial, podendo ser enquadrada no conceito de
empresário.
- é decretada a falência da EIRELI, e não do indivíduo que a exerce.
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos
efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser
citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado
voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois)
anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do
contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.
§ 2º As sociedades falidas serão representadas na falência por seus
administradores ou liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, sob as
mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.
→ Ou seja, são 3 vertentes de empresário que estão no raio de incidência:
empresário individual (pessoa física), EIRELI, e as sociedades empresárias
(pessoas jurídicas ou não).
Sociedades empresárias
01.Despersonificadas
→ Conceito: é uma sociedade que não tem personalidade jurídica (Registro na Junta
Comercial). O registro não é condição para existência da sociedade, porém é
condição para a personalidade jurídica.
→ Sociedade em comum: (arts. 986 - 990 CC):
- pode ter ato constitutivo escrito ou não, que não foi levado a registro;
- se for levada a falência esse tipo de sociedade , os bens da pessoa que serão
tocados;
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- os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia
contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer (Artigo 989 do CCB);
- todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais, excluído do benefício de ordem para aquele que contratou pela
sociedade (Artigo 990 do CCB);
→ Sociedade em conta de participação: (arts. 991-996 CC):
- é secreta, ou seja, o contrato entre os sócios, que deu início à conjugação de
esforços no desenvolvimento de empresa comum, não pode ser registrado
no Registro na Junta Comercial.
- se os credores do sócio ostensivo têm conhecimento da existência da
sociedade em conta de participação, não haverá quebra do seu caráter
secreto, posto que este reside não no desconhecimento que o meio
empresarial tenha da associação, mas, sim na proibição do registro na Junta
Comercial;
- a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio
ostensivo, sem seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade;
- apenas o sócio ostensivo é atuante, só ele aparece e representa a sociedade
perante terceiros, ou seja, o sócio participante não participa das atividades,
mas dos lucros.
02. Personificadas
→ Sociedades empresárias:
1. Em nome coletivo (arts. 1039 - 1044):
- O que a caracteriza? Confiança mútua. Sociedade familiar,
responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada perante às
obrigações. Caiu em desuso porque as sociedades de
responsabilidade limitada ganharam preferência.
2. Em comandita simples (arts. 1045 - 1051):
- tomam parte sócios de duas categorias:
- os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais;
- e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota
(Artigo 1.045 do CC), devendo o contrato discriminar os comanditados
e os comanditários (Artigo 1.045, § único do CC);
- Pode se pedir a falência desse tipo de sociedade, o comanditado será
considerado falido.
3. Em comandita por ações (arts. 1090 - 1092):
- capital dividido em ações;
- sócio administrador = assume o papel do sócio comanditado;
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- acionista = assume o papel do comanditário;
- se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis,
depois de esgotados os bens sociais.
4. Limitada unipessoal (arts. 1052):
- diferentemente do formato EIRELI (Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada), a Sociedade Limitada Unipessoal
permite a abertura de uma empresa sem a necessidade de um capital
mínimo, com garantia do patrimônio particular permanecer
protegido e sem sócios;
- posso pedir a falência? Sim, pois é uma empresa, as pessoas serão
declaradas falidas? Não, pois é de sociedade limitada.
5. Limitada (arts. 1052 - 1087):
- o capital é dividido em cotas (soma contribuições dos sócios) -
responsabilidade dos sócios é limitada a cota de participação;
- Capital subscrito: Promete que vai entrar com X de cotas;
- Capital Integralizado: A pessoa realmente entra com X de
- cotas → Responsabilidade solidária;
- ouseja, se o capital subscrito (aquele permitido pelo sócio) não for
totalmente quitado, os outros sócios respondem pela inadimplência;
- posso pedir falência para uma sociedade limitada? Sim pois é uma
empresa, as pessoas serão declaradas falidas? Não, pois é de
sociedade limitada;
- quando os sócios subscrevem tal valor e só integralizam a metade, o
juiz irá os considerar falidos? Ação de Responsabilidade. Art. 82;
- Ação de Responsabilidade. Art. 82:
a) Art. 82:
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos
controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas
respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente
da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo,
observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
§ 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença
de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste
artigo.
§ 2º O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas,
ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade
compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de
responsabilização.
b) como regra = a não responsabilização pessoal dos sócios pelas
dívidas da sociedade. Logo, a sociedade empresária é a
responsável por suas obrigações, e os sócios, em princípio, têm
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seu patrimônio pessoal protegido pela limitação da
responsabilidade;
c) Ocorre que, por inexperiência ou má-fé, não é raro encontrar
empresas em que o capital social subscrito não é
integralizado[1]. Ou seja, os sócios adquirem quotas e não
fazem o pagamento das mesmas, de modo que o capital social
só existe no contrato (de direito), mas não no caixa da empresa
(de fato);
d) Nesses casos, aplica-se a regra definida na segunda parte do
art. 1.052 do CC/2002, passando os sócios a responder
solidariamente pela integralização do capital, o que significa
que seu patrimônio pessoal responderá por dívidas da
sociedade. Vale destacar que não basta o sócio pagar sua quota,
pois se os demais não o fizerem ele responderá solidariamente
pelo valor que falta ser integralizado na sociedade.
e) Art. 1052:
Art. 1052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao
valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social.
Sociedades EXCLUÍDAS da incidência da Lei
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
→ Há casos de exclusão absoluta e casos de exclusão relativa.
→ Obs.: Sociedades simples: (arts. 997-1038 CC): sociedade não empresária. Posso
requerer a falência desse tipo de sociedade? Não, pois ela não é sociedade
empresária (art 1º, lei 12.441). O que posso pedir contra ela se estiver numa
situação de insolvência? Insolvência civil.
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Exclusão absoluta = Inciso I
→ Empresas públicas = sociedades de capital exclusivamente público que servirão
para cumprir certas funções estatais.
→ Sociedade de economia mista: integrante da Administração Pública com
patrimônio próprio e capital misto (público e privado).
→ O inciso I trata de uma exclusão absoluta, interesse público primário.
→ Exemplo de empresa pública: CEF(173, 1º CF).
→ Exemplo de sociedade de economia mista: BB.
Exclusão relativa = Inciso II
→ Todas elas podem falir, a lei é aplicada subsidiariamente ao processo falimentar
(c/c art. 197).
→ Essas entidades possuem um órgão regulador e fiscalizador específico, além de
uma legislação específica (Lei. 4595/1964), porém aplica-se subsidiariamente a Lei
11.101/2005.
→ Instituições financeiras: se sujeitam à falência como qualquer empresário, ou
seja, podem ser feitos pedidos de falência por quaisquer legitimados e, se
preenchidos os pressupostos da Lei n. 11.101/2005, pode ser decretada a falência.
- PORÉM, uma vez decretado algum dos regimes especiais (intervenção,
liquidação extrajudicial e RAET) pelo Banco Central, elas não podem mais vir
a falir em razão do pedido do credor, mas apenas em razão de pedido do
interventor ou do liquidante, em todo caso, com autorização do Banco
Central;
- Órgão fiscalizador/ regularizador de instituições financeiras: Banco central.
→ Entidades de previdência complementar: se destinam a executar planos de
benefício de caráter previdenciário, nos termos da Lei Complementar n. 109/2001.
- divididas em duas: abertas e fechadas;
- fechadas: não entram na incidência da Lei n. 11.101, ou seja, estão
absolutamente excluídas da falência e da recuperação;
- abertas: não estão sujeitas à recuperação, mas podem falir;
- Órgão fiscalizador/ regularizador das entidades de previdência
complementar : PREVIC.
Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta Lei
aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no Decreto-Lei
nº 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei nº 6.024, de 13 de março de 1974, no
Decreto-Lei nº 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei nº 9.514, de 20 de
novembro de 1997.
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BIBLIOGRAFIA:
ALESSANDRO, S. Direito Empresarial Sistematizado. São Paulo: Grupo GEN, 2018.
CHAGAS, E.E. D. ESQUEMATIZADO - DIREITO EMPRESARIAL. São Paulo: Editora Saraiva,
2021.
ARAUJO Jr., Gediel Claudino. Prática no Processo Civil. São Paulo: Grupo GEN, 2020.
MISAEL, M. F. Processo Civil Sintetizado, 15ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2017.
THEODORO Jr., Humberto. Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Grupo GEN,
2020.
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