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Recurso Parte Geral

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RECURSO PARTE GERAL 
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Ana Bonfim – Processo Civil 
Recurso Parte Geral 
Recurso parte geral: arts 994 – 1008 CPC 
 1-Principio do Duplo Grau de Jurisdição. Razões. Recordação: 
Necessário relembrar o principio do duplo grau de jurisdição, se assenta em 3 
fundamentos: 
-Inconformismo da sentença; 
-Possibilidade de reparar decisões injustas ou ilegais; 
-Como regra o julgamento nas instancias recursais são julgamentos colegiados, 
juízes bem mais velhos e mais experientes. 
Nomenclatura: a ação normal ela é proposta, pois estou propondo algo que não 
existe, já o recurso é interposto, pois estou interpondo uma ação que já existe. 
 
 2-Recurso. Conceito. Quais são? 
“É o meio voluntário de provocar o reexame de uma decisão pela mesma autoridade 
judiciaria ou por outra hierarquicamente superior, visando obter a sua reforma, 
anulação, aclaração ou integração.” 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou 
extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
Roll taxativo do código, veremos que existe outros incidentes recursais, legislador se 
preocupou em colocar em ordem de utilização. 
Distinção entre anulação e reforma de um julgado: profiro uma sentença para o réu 
pagar R$1000,00, o réu interpõe apelação, se reformar está modificando o resultado 
da sentença, mas minha sentença como ato processual permanece integro e valido, 
pertence ao mundo jurídico, diferente se a sentença for proferida por um juiz 
absolutamente incompetente, o tribunal vai anular e retirar a sentença do mundo 
jurídico, e voltar para que se sane as nulidades. 
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 3-Quem Reexamina e contra que espécies de pronunciamento 
judicial podem ser interpostos: 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. 
Está sendo direto, pois aprendemos que contra despacho não há recurso, o despacho não contem 
carga decisória, é um impulsionamento do processo. Não cabe recurso, é a única forma que o juiz 
se pronuncia sem carga decisória. 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá 
apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, 
retratar-se. 
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o 
réu para responder ao recurso. 
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o 
prazo para a contestação começará a correr da 
intimação do retorno dos autos, observado o 
disposto no art. 334 . 
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado 
do trânsito em julgado da sentença. 
 
CAPÍTULO III 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
 
 Art. 332. Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentemente da citação do 
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido 
que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça 
sobre direito local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente 
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a 
ocorrência de decadência ou de prescrição. 
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§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado 
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do 
art. 241 . 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se 
em 5 (cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o 
prosseguimento do processo, com a citação do réu, 
e, se não houver retratação, determinará a citação 
do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 
15 (quinze) dias. 
Nesses casos já estudados, há um degrau para que o juiz tenha a oportunidade de se 
retratar antes de ir para o tribunal. 
 4-Princípio reformatio in pejus e recurso parcial: 
Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo 
ou em parte. 
Destaca o fato que se eu recorrer em parte na minha apelação, o tribunal vai estar 
restrito a julgar só o que eu recorri, a decisão que eu não apelei vai transitar em 
julgado e posso até começar a execução dessa parte mesmo a outra estando no 
tribunal. 
Interesse recursal: se o pedido do autor foi de R$1000,00, e a sentença foi de 
R$1000,00, o autor não tem interesse em recorrer, só o réu pode ter, agora se o 
pedido é de R$1000,00 e a sentença é de R$700,00, os dois podem ter interesse em 
recorrer. 
Reformatio in pejus é reformar a sentença para pior, é o princípio pelo qual o juiz 
não pode piorar, pois o pedido de reforma é sempre para melhorar a situação 
jurídica do recorrente, agora, se eu e o réu recorremos, pode sim ter uma piora na 
situação. 
A reformatio só tem vez se uma das partes apenas recorre, se o autor não recorrer, 
mas o réu recorrer não pode piorar a situação do réu. 
 5-Pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade dos 
recursos “PRInTeL” : 
5 requisitos: Preparo, Recorribilidade do ato, interesse recursal, tempestividade e 
legitimidade = PRInTeL 
Recursos genéricos, pressupostos se aplicam a todos os recursos em geral. 
PREPARO: Consiste na antecipação das despesas com o recurso. Basicamente 
recolher o preparo, as taxas do recurso. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o 
recorrente comprovará, quando exigido pela 
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legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, sob pena de 
deserção. 
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo 
Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, 
pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas 
autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, implicará deserção 
se o recorrente, intimado na pessoa de seu 
advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de 
remessa e de retorno no processo em autos 
eletrônicos. 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de 
interposição do recurso, o recolhimento do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, será 
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar 
o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
§ 5º É vedada a complementação se houver 
insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, no recolhimento realizado na 
forma do § 4º. 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o 
relator relevará a pena de deserção, por decisão 
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para 
efetuar o preparo. 
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de 
custas não implicará a aplicação da pena de 
deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida 
quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para 
sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. 
No ato de interposição, quando eu apresento o recurso eu já apresento a guia de 
recolhimento do preparo, taxa do recurso com as despesas de remessa e retorno dos 
autos (autos físicos). A taxa do recurso é 1% do valor da causa + 4% do que foi dado 
na sentença, isso se a parte não for beneficiaria de justiça gratuita. 
§1º autarquias que dispensam o preparo 
§2º a 5º= duas situações: no ato de interposição eu comprovei juntei a guia mas foi 
valor insuficiente ou apresentei o recurso e não o preparo julgará deserção 
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Deserção: “denomina-se deserção o efeito produzido sob o recurso pelo não 
cumprimento do pressuposto do reparo no prazo devido” - Humberto Theodoro 
O recurso será julgado deserto, pois não houve o recolhimentodas guias 
Legislador da uma segunda chance de 5 dias para o recorrente recolher as taxas 
corretas 
§6º justo impedimento, depende ex.: sistema fora do ar, se comprovar o tribunal 
pode entender como motivo. 
§7º se errar no preenchimento da guia será intimado em 5 dias 
RECORRIBILIDADE DO ATO: Precisa ter um conteúdo decisório, exemplo do Art 
1001, o ato precisa ser recorrível, quando ele não é despacho. 
INTERESSE RECURSAL: o interesse processual se assenta na necessidade e 
adequação, necessidade da ação, preciso promover uma ação adequada. No 
interesse recursal o raciocínio é o mesmo, tem que ter necessidade do recurso e me 
valer do recurso adequado, preciso ter sido vencido em uma parte pelo menos, para 
recorrer no todo ou em uma só parte. 
Cada sentença tem seu recurso especifico, tem que se atentar e entrar com a certa. 
Condições do recurso: interesse recursal e legitimidade. 
Não se admite o principio da fungibilidade, se eu entrei com o recurso errado não 
vai ser considerado um outro. Ex.: ao invés de eu interpor agravo eu interponho 
apelação. 
Se eu entro com o recurso errado, mas ainda tenho prazo, posso variar o recurso, 
mudar o recurso, mas se passou o prazo não. A doutrina e a jurisprudência 
entendem o princípio da fungibilidade no recurso como um erro grosseiro e não 
aceita. 
TEMPESTIVIDADE: 
 Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso 
conta-se da data em que os advogados, a sociedade 
de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria 
Pública ou o Ministério Público são intimados da 
decisão. 
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão 
intimados em audiência quando nesta for proferida 
a decisão. 
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, 
ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra 
decisão proferida anteriormente à citação. 
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§ 3º No prazo para interposição de recurso, a 
petição será protocolada em cartório ou conforme 
as normas de organização judiciária, ressalvado o 
disposto em regra especial. 
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso 
remetido pelo correio, será considerada como data 
de interposição a data de postagem. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo 
para interpor os recursos e para responder-lhes é de 
15 (quinze) dias. 
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de 
feriado local no ato de interposição do recurso. 
Prazo começa a correr a partir da intimação, se a sentença já for proferida em 
audiência já conta prazo ali, não há publicação. 
§2º- Art 331 e 332, casos de indeferimento ou improcedência liminar 
§3º “casos jurássicos” data do protocolo 
§4º completa o §3º nos processos físicos. 
§5º regra geral a exceção dos embargos de declaração é sempre de 15 dias para 
demais recursos 
§6º atentar aos feriados. 
 
LEGETIMIDADE: 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte 
vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da ordem 
jurídica. 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a 
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica 
submetida à apreciação judicial atingir direito de 
que se afirme titular ou que possa discutir em juízo 
como substituto processual. 
Admissibilidade, desses 5 são requisitos objetivos: interesse em recorrer e 
legitimidade são subjetivos, o recurso pode ser interposto pela parte vencida 
(inteiramente ou parcialmente), MP ou fiscal da lei e 3º prejudicado. 
“É todo aquele estranho até então a relação jurídica processual por ocasião do ato 
decisório impugnável a quem este causou prejuízo jurídico.” – conceito de terceiro 
prejudicado 
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Regras para ter interesse jurídico: Não é o terceiro interveniente, pode entrar só na 
fase de recurso, só há dois limites, Art 122 e 138 §3º assistência simples e amicus 
curie tem legitimidade para recorrer, qualquer terceiro que não tenha participado, 
mas tem legitimidade. 
 Art. 122. A assistência simples não obsta a que a 
parte principal reconheça a procedência do pedido, 
desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se 
funda a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
Art. 138 § 3º O amicus curiae pode recorrer da 
decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas. 
 6-Causas específicas de interrupção do prazo recursal. Baixa dos 
autos ao juízo de origem 
Interrupção do prazo, lembra do que estudamos em prazos, vimos que podem ser 
suspensos ou interrompidos: 
Suspensos: volta a contar do quanto faltava 
Interrupção: conta o prazo novamente do inicio 
Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição 
do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de 
seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que 
suspenda o curso do processo, será tal prazo 
restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do 
sucessor, contra quem começará a correr 
novamente depois da intimação. 
Suspenção do processo não é o mesmo que suspenção do prazo (Art 313) restituído, 
alguns doutrinadores entendem que é interrompido e outros suspendido, 
interrupção pois restituir significa devolver. Questão de divergência doutrinária. 
Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com 
menção expressa da data de sua ocorrência, o 
escrivão ou o chefe de secretaria, 
independentemente de despacho, providenciará a 
baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 
(cinco) dias. 
A ação de cobrança contra B, B apela a sentença mantem e transita em julgado, o 
tribunal manda o processo de volta ao fórum de origem, se B não satisfazer a 
sentença A começará a execução, no mesmo juízo de origem que iniciou a ação. 
Requisito da tempestividade Art 1003, regra especifica 180, 183, 186 e 229 
 
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 7- Litisconsórcio 
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos 
litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou 
opostos os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o 
recurso interposto por um devedor aproveitará aos 
outros quando as defesas opostas ao credor lhes 
forem comuns. 
 
A cobra 1000 de B C e D, se só B interpor recurso isso beneficiará C e D também, se a 
tese é comum o interesse é comum, abarca os demais. 
Única exigência é que sejam comuns os interesses, não podem ser distintos ou 
opostos. 
 8- Desistência, aceitação tácita e renuncia do direito de recorrer. 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, 
sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, 
desistir do recurso. 
Parágrafo único. A desistência do recurso não 
impede a análise de questão cuja repercussão geral 
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de 
julgamento de recursos extraordinários ou especiais 
repetitivos. 
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer 
independe da aceitação da outra parte. 
 Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou 
tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a 
prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível 
com a vontade de recorrer. 
Os advogados confundem desistência do recurso com renúncia do direito. 
A desistência, você já interpôs recurso, mas desiste depois, a renúncia você desiste 
do direito de entrar com o recurso, direito processual e material. 
Eu só posso desistir de algo que eu já interpus. 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou 
tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a 
prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível 
com a vontade de recorrer. 
 
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 9- Efeitos tradicionais e efeitos subsidiários dos recursos. Regra na 
eficácia da decisão. 
Efeitos tradicionais: Suspensivo e devolutivo. (estão previstos no código) 
- Devolutivo: Todo recurso tem, sem exceção, quando eu recorro, eu demonstro 
minha insatisfação com adecisão judicial, o efeito devolutivo é inerente a toda 
espécie de recurso, devolve ao poder judiciário de primeiro grau a analise da 
questão apelada. É uma reentrega ao poder judiciário 
-Suspensivo: Nem todo recurso tem, alguns recursos como apelação tem esse 
efeito, interposta a apelação os efeitos da sentença são suspensos até o julgamento 
da apelação. Significa que se eu apelar será recebida com efeito suspensivo, o autor 
não pode iniciar a execução enquanto não voltar o processo. A regra em si é que não 
se suspenda. 
Efeitos subsidiários: translativo, regressivo e expansivo. (construção doutrinária) 
-Translativo: possibilidade do juízo recursal reconhecer de oficio matérias não 
incluídas no recurso, Art 485 §3º diz que pode conhecer algumas matérias dos 
incisos de ofício em qualquer grau, ex.: se o juiz julgou que a parte é legitima e o 
tribunal entender que não ele pode reconhecer de ofício mesmo sem ter sido o 
quesito do recurso, incompetência absoluta. 
-Regressivo: Retratação, casos em que o recurso causa um juízo de retratação, 
retorna para o juízo para ele se retratar, ex.: indeferimento e improcedência liminar 
da petição. 
-Expansivo: se subdivide em objetivo e subjetivo, expande os efeitos do recurso. 
 Subjetivamente: Sujeitos do processo, ex temos 5 devedores, apenas um 
apela, isso vai beneficiar a todos. 
 Objetivamente: Falha do recorrente, A propõe ação de recisão contra B e 
a reintegração de posse, A perde ação e recorre só que na apelação invés de A pedir 
a revisão dos dois pedidos só pede de um, o tribunal acolhe como desdobramento 
lógico a reintegração depois da recisão, como consequência da rescisão a tomada 
do bem. Se indissociável um pedido do outro, ainda que o tribunal não tenha sido 
submetido a questão ele tem que analisar. 
 10- Juízo de admissibilidade e juízo de mérito nos recursos. 
Questão técnica de terminologia. 
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo 
tribunal substituirá a decisão impugnada no 
que tiver sido objeto de recurso. 
Réu pode recorrer de apenas uma parte da condenação, e a outra parte adquire 
coisa julgada, como regra, o tribunal só vai reconhecer do recurso na parte objetiva 
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desse recurso, somente o que eu recorri vai subir pro tribunal, apenas na exceção do 
efeito expansivo. 
Conhecer do recurso e dar provimento ao recurso são coisas distintas, o recurso 
para ser julgado tem que ter dois degraus, o recurso tem que preencher os requisitos 
de admissibilidade, PRInTeL, quando o recurso preenche os requisitos ele é 
conhecido, mas não significa que é provido, que o recorrente ganhou, significa que 
ele será analisado no mérito pois preenche os requisitos de admissibilidade, se falar 
que o recurso não foi conhecido ele não será analisado pois falta requisito. 
Reconhecida, mas não provida, significa que atendeu os requisitos, mas não foi 
reformulada a sentença. 
Reconhecida e provida, atendeu os requisitos e reformulou a sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mérito do recurso pode ser apenas uma questão processual, ex.: A entrou com uma ação de 
cobrança e B alega que é ilegítimo, juiz não reconhece, B inconformado apela insistindo que 
é ilegítimo, é uma questão processual, que se for acolhida será julgado extinto sem 
julgamento de mérito, mas esse é o mérito do recurso. 
Não confunda o mérito recursal com o mérito do pedido, distingamos o mérito do pedido do 
mérito recursal, não precisa ter questões só de direito material. Portanto se eu preenchi os 
requisitos do recurso ela será conhecida e provida. 
 11- recurso adesivo. Cabimento: 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso 
independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso 
interposto por qualquer deles poderá aderir o 
outro. 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao 
recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as 
conhecimento 
Requisitos de 
admissibilidade 
PRInTel 
Provimento 
analisar o mérito, 
provendo ou não 
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mesmas regras deste quanto aos requisitos 
de admissibilidade e julgamento no tribunal, 
salvo disposição legal diversa, observado, 
ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o 
recurso independente fora interposto, no 
prazo de que a parte dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso 
extraordinário e no recurso especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência 
do recurso principal ou se for ele considerado 
inadmissível. 
Doutrina chama esse recurso adesivo de subordinado, um recurso depende do outro, 
mas os interesses são distintos. 
Ex.: A propõe uma ação de cobrança de 1000 contra B, mas o resultado da ação foi 
uma condenação de 800, ambos tem interesse recursal, e para tentar impedir uma 
má fé entre as partes no prazo que B tem para interpor contrarrazões ele interpõe 
junto o recurso adesivo (subordinado), mesmo sendo aplicado nas contrarrazões é 
apelação, mas só existe pois A apelou, é usado os mesmos requisitos de 
admissibilidade (PRInTeL), se A desistir do recurso ou não for conhecido o recurso de 
B terá sua analise prejudicada. (vide III) 
B não queria recorrer, foi surpreendido com a apelação de A, então por medo pode 
fazer com que B apresente um recurso subordinado adesivo. 
 
 LEMBRETE! Só cabe recurso adesivo (subordinado) na apelação, Recurso 
extraordinário e recurso especial. (REX e RESP).

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