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Direito Civil - Parte Geral%2c aula 4

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Direito Civil – Parte Geral
Aula 4
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à consuntibilidade;
Se o consumo do bem implica destruição imediata , a consuntibilidade é física, ou de fato ou, ainda, fática.
Se o bem pode ser ou não objeto de consumo, ou seja, se pode ser alienado, a consuntibilidade é jurídica ou de direito. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à consuntibilidade;
Como os critérios são totalmente distintos, é perfeitamente possível que um bem seja consumível e inconsumível ao mesmo tempo. Vejamos:
a) Bens consumíveis – São bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa (consuntibilidade física), bem como aqueles destinados à alienação (consuntibilidade jurídica) – art. 86 do CC. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à consuntibilidade;
Como os critérios são totalmente distintos, é perfeitamente possível que um bem seja consumível e inconsumível ao mesmo tempo. Vejamos:
b) Bens inconsumíveis – São aqueles que proporcionam reiteradas utilizações, permitindo que se retire a sua utilidade, sem deterioração ou destruição imediata (inconsuntibilidade física), bem como aqueles que são inalienáveis (inconsuntibilidade jurídica). 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à consuntibilidade;
Como exemplo de um bem consumível do ponto de vista fático ou físico e inconsumível do ponto de vista jurídico: Uma garrafa de bebida famosa clausulada com a inalienabilidade por testamento (art. 1.848 do CC). Como exemplo de um bem inconsumível do ponto de vista físico ou fático e consumível do ponto de vista jurídico pode ser citado um automóvel. Aliás, em regra, os bens de consumo de valor têm essas últimas características.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à consuntibilidade;
Ver artigo 26 da Lei 8.078/90.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
a) Bens divisíveis – São os que podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. 
O Código Civil de 2002, em seu art. 87, preconiza que os bens divisíveis, assim: “São os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”. 
Exemplo: sacas de cereais, que podem ser divididas sem qualquer destruição. Ademais, prevê o art. 88 do CC que, a qualquer momento, os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis, por vontade das partes (autonomia privada) ou por imposição legal. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Os bens divisíveis geram obrigações divisíveis, nos termos do art. 257 do CC.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Bens indivisíveis – São os bens que não podem ser partilhados, pois deixariam de formar um todo perfeito, acarretando a sua divisão uma desvalorização ou perda das qualidades essenciais desse todo. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Os bens indivisíveis geram obrigações indivisíveis, conforme o art. 258 do CC. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
A indivisibilidade pode decorrer da natureza do bem, de imposição legal ou da vontade do seu proprietário, conforme exemplos abaixo:
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Os bens indivisíveis geram obrigações indivisíveis, conforme o art. 258 do CC. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
A indivisibilidade pode decorrer da natureza do bem, de imposição legal ou da vontade do seu proprietário, conforme o que se segue:
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Indivisibilidade natural: caso de uma casa térrea, bem imóvel, cuja divisão gera diminuição do seu valor. Outro exemplo clássico utilizado é o do relógio de pulso de valor considerável.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Indivisibilidade legal: caso da herança, que é indivisível até a partilha, por força do princípio da saisine, nos termos dos arts. 1.784 e 1.791, parágrafo único, do CC. Também podem ser citadas a hipoteca e as servidões, que são direitos indivisíveis, em regra. Quanto à hipoteca, a sua divisibilidade ou fracionamento excepcional está previsto no art. 1.488 do CC, para os casos de instituição de condomínio ou loteamento do bem principal. Trata-se de novidade instituída pelo Código de 2002.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à divisibilidade;
Indivisibilidade convencional: quando a vontade das partes se manifesta para que a obrigação só possa ser cumprida por inteiro. (art. 314, CC). 
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
 Ex.:se dois proprietários de um boi convencionarem que o animal será utilizado para a reprodução; condomínio tornado voluntariamente indivisível e obrigações indivisíveis.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens singulares ou individuais;
Bens coletivos ou universais;
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens singulares ou individuais;
São bens singulares aqueles que, embora reunidos, possam ser considerados de per si, independentemente dos demais (art. 89 do CC). “Podem ser simples, quando as suas partes componentes encontram-se ligadas naturalmente (uma árvore, um cavalo), ou compostos, quando a coesão de seus componentes decorre do engenho humano (um avião, um relógio)” ou seja, para a sua caracterização, deve-se levar em conta o bem em relação a si mesmo. Ex.: Um livro, uma casa. (Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho).
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens coletivos ou universais são os bens que se encontram agregados em um todo. Os bens coletivos são constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto e formando um todo individualizado. Os bens universais podem decorrer de uma união fática ou jurídica. 
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens coletivos ou universais 
Subdivisão:
Universalidade de fato;
Universalidade de direito.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens coletivos ou universais 
Universalidade de fato; é o conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana e que tenham utilização unitária ou homogênea, sendo possível que tais bens sejam objeto de relações jurídicas próprias. Nesse sentido, enuncia o art. 90 do CC que “Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias”. Ex.: alcateia (lobos), manada (elefantes), biblioteca (livros), pinacoteca (quadros), boiada (bois).
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à individualidade;
Bens coletivos ou universais 
Universalidade e direito: é o conjunto de bens singulares, tangíveis ou não, a que uma ficção legal, com o intuito de produzir certosefeitos, dá unidade individualizada. Pelo teor do art. 91 do CC há um complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico. São exemplos: o patrimônio, a herança de determinada pessoa, o espólio, a massa falida.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens principais (ou independentes;
Bens acessórios (ou dependentes);
Frutos - (Frutos naturais, Frutos industriais, Frutos civis, Frutos pendentes, Frutos percebidos, Frutos estantes, Frutos percipiendos e Frutos consumidos).
Produtos; 
Pertenças;
Partes integrantes;
Benfeitorias - (Benfeitorias necessárias, Benfeitorias úteis e Benfeitorias voluptuárias).
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens principais (ou independentes) – São os bens que existem de maneira autônoma e independente, de forma concreta ou abstrata, conforme o art. 92 do CC. Exercem função ou finalidade não dependente de qualquer outro objeto.
Bens acessórios (ou dependentes) – São os bens cuja existência e finalidade dependem de um outro bem, denominado bem principal.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Frutos – São bens acessórios que têm sua origem no bem principal, mantendo a integridade desse último, sem a diminuição da sua substância ou quantidade.
– Frutos naturais – São aqueles decorrentes da essência da coisa principal, como as frutas produzidas por uma árvore.
– Frutos industriais – São aqueles decorrentes de uma atividade humana, caso de um material produzido por uma fábrica.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Frutos civis – São aqueles decorrentes de uma relação jurídica ou econômica, de natureza privada, também denominados rendimentos. É o caso dos valores decorrentes do aluguel 
Frutos pendentes – São aqueles que estão ligados à coisa principal, e que não foram colhidos. Exemplo: maçãs que ainda estão presas à macieira.
– Frutos percebidos – São os já colhidos do principal e separados. Exemplo: maçãs que foram colhidas pelo produtor.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Frutos estantes – São aqueles frutos que foram colhidos e encontram-se armazenados. Exemplo: maçãs colhidas e colocadas em caixas em um armazém.
Frutos percipiendos – São os frutos que deveriam ter sido colhidos, mas não foram. Exemplo: maçãs maduras que já deveriam ter sido colhidas e que estão apodrecendo.
Frutos consumidos – São os frutos que já foram colhidos e já não existem mais. São as maçãs que foram colhidas pelo produtor e já vendidas a terceiros.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Produtos – São os bens acessórios que saem da coisa principal, diminuindo a sua quantidade e substância. Percebe-se que é discutível a condição de acessório dos produtos, eis que são retirados ou destacados da própria coisa principal. Como exemplo, pode ser citada a pepita de ouro retirada de uma mina.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Pertenças – São bens destinados a servir um outro bem principal, por vontade ou trabalho intelectual do proprietário, ou seja, são bens acessórios sui generis destinados, de modo duradouro, a conservar ou facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, a servir de adorno ao bem principal, sem ser parte integrante.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Partes integrantes – De acordo com Maria Helena Diniz, as partes integrantes são os bens acessórios que estão unidos ao bem principal, formando com este último um todo independente. As partes integrantes são desprovidas de existência material própria, mesmo mantendo sua integridade, ex.:a lente de uma câmera. A parte integrante sempre deve ser analisada tendo um outro bem como parâmetro. A diferença substancial em relação às pertenças é que as últimas têm certa individualidade.
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Benfeitorias – São os bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora da sua utilidade. Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são nele introduzidas. É interessante aqui relembrar a antiga classificação das benfeitorias, que remonta ao Direito Romano e que consta do art. 96 do CC:
Dos Bens
Classificação dos Bens:
Quanto à dependência;
Bens acessórios (ou dependentes) 
Benfeitorias necessárias – Sendo essenciais ao bem principal, são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. Exemplo: a reforma do telhado de uma casa.
Benfeitorias úteis – São as que aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil. Exemplo: instalação de uma grade na janela de uma casa.
Benfeitorias voluptuárias – São as de mero deleite, de mero luxo, que não facilitam a utilidade da coisa, mas apenas tornam mais agradável o uso da coisa. Exemplo: construção de uma piscina em uma casa.

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