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capítulo 1 • 15 1 Começando: o que é Arquitetura? Toda a complexidade da Arquitetura se revela através do questionamento mais básico sobre ela própria: afinal, o que é Arquitetura? Na verdade, esta é uma pergunta que abre caminho para muitas outras e não tem resposta exata ou definitiva, pois a Arquitetura envolve uma série de campos diversos do saber humano, além de uma boa parcela de interpretação pessoal. Alguns a consideram mais próxima do universo das artes, por seu envolvi- mento com a beleza estética e composição plástica. Outros ressaltam suas carac- terísticas técnicas e construtivas como as mais importantes. Diversas pessoas, por outro lado, acreditam que a funcionalidade e o conforto ambiental são suas facetas mais destacáveis. Na verdade, é tudo isso e mais um pouco. A Arquitetura necessita sintetizar diversos campos do conhecimento para que possa existir. Sua complexidade demanda do arquiteto o domínio de habilidades técnicas, artísticas e de desenho e noções de Psicologia, de Sociologia e de História etc., ou seja, exige o manejo das interações entre campos diversos do conhecimento humano. O termo Arquitetura vem do grego antigo, (arkhé) que significa "pri- meiro" ou "principal" e (tékhton) que significa "construção" e refere- -se, simultaneamente, à arte e a técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Uma boa definição foi dada pelo grande arquiteto brasileiro Lúcio Costa (1902-1998): "A intenção plástica (...) é precisamente o que distingue a Arquitetu- ra da simples construção. Por outro lado, a Arquitetura depende ainda, necessa- riamente, da época da sua ocorrência, do meio físico e social a que pertence, da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos e dos recursos financeiros disponíveis para a realização da obra, ou seja, do programa proposto. ”5 A composição e o relacionamento entre as partes de um edifício são respon- sáveis por sua qualidade funcional e, principalmente, estética. Para o grande ar- 5 COSTA, Lúcio. Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lúcio Costa, registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
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