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Cirrose Hepática Caroline Barbosa de Araújo Emilly Carla de Araújo Silva Isabel Oliveira de Brito Karem Lorena Gonçalves Raquel Carneiro da Silva Amorim Vilma Araújo dos Santos Canjão Discentes: Definição A cirrose é uma doença crônica, caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por fibrose difusa, com comprometimento estrutural e funcional do fígado. Raquel Agentes Etiológicos Classificação Morfológica ● Metabólicos (galactosemia, na tirosinemia, na doença de Wilson); ● Virais (vírus da hepatite); ● Alcoólico; ● Induzida por fármacos (metotrexato, isoniazida, oxifenisatina); ● Autoimune (hepatite autoimune, colangiopatia autoimune); ● Biliares (colangite esclerosante e cirrose biliar); ● Obstrução do fluxo venoso hepático (Síndrome de Budd-Chiari, na doença veno-oclusiva e na pericardite constritiva); ● Criptogênicas (sem causa definida). ● Cirrose micronodular (nódulos de 0,1 a 0,3cm de diâmetro); ● Cirrose macronodular (nódulos de até 0,5cm de diâmetro); ● Cirrose mista; ● Cirrose septal incompleta (nódulos de 1 cm de diâmetro). Raquel Classificação Funcional Child-pugh ● A pontuação varia de 5 a 15 pontos; ● Avalia prognóstico e sobrevida. MELD - (Model for End-stage Liver Disease ou Modelo para Doença Hepática Terminal) ● A pontuação varia de 6 a 40 pontos; ● Alocação de pacientes na lista de espera do transplante hepático; ● São utilizados valores de bilirrubina sérica, creatinina e INR. Raquel Fisiopatologia Injúria hepática crônica Ativação da célula estrelada Produção e deposição de matriz extracelular Fibrose hepática Desorganização do parênquima hepático Nódulos de regeneração envoltos por septos de fibrose Raquel Epidemiologia Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cirrose hepática foi a 18º causa de morte no mundo em 2004. Segundo Carvalho et all. (2014), a cirrose apresentou no ano de 2008, prevalência de 0,35% no país. Cirrose ocasionada pelo Vírus das Hepatites B e C: ● 48% dos casos de cirrose são decorrentes de hepatite B e C; ● Foram 151/100 mil hab o número de casos por hepatite C (Norte (222/100 mil hab.)). ● Foram 17/100 mil hab o número de casos por hepatite B (Norte (28/100 mil hab.)); ● As maiores prevalências encontram-se nos homens e na faixa etária de 60 a 69 anos, seguida pela de 50 a 59 anos. Raquel Epidemiologia Cirrose ocasionada pelo consumo de álcool ou outros fatores: ● As cirroses por álcool e outras causas representam 52% do total; ● A prevalência no Brasil foi de 182 por 100 mil habitantes; ● Maior prevalência na região Norte (271/100 mil hab.) e a menor no Nordeste (99/100 mil hab.); ● Os homens apresentaram maiores prevalências em todas as grandes regiões; ● Aqueles com idade entre 50 e 59 anos apresentaram as maiores prevalências, exceto na região Norte, onde a faixa de 60 a 69 anos foi a de maior prevalência observada. Raquel DESCOMPENSADA: • Icterícia, Fraqueza • Perda de peso, Debilidade muscular; • Baqueteamento digital; • Hipertensão portal Manifestações Clínicas Bacteremia Translocação da flora intestinal Sinais clínicos ausentes GRAVIDADE COMPESADA: • Febre baixa; • Eritema palmar, Edema maleolar • Dispepsia flatulência lenta; • Dor abdominal; HIPERTROFIA DO FÍGADO Obstrução Portal Ascite INFECÇÃO E PERITONITE • Peritonite bacteriana espontânea Complicação da ascite • A complicação grave da PBE Síndrome hepatorrenal; Complicação de um distúrbio abdominal prévio Emilly Manifestações Clínicas VARIZES GASTROINTESTINAIS • Causada pela Hipertensão portal; • Desenvolvimento de colaterais venosos; • Vasos podem sofrer ruptura Hemorragia digestiva alta - Choque Hemorrágico ⇄ ➝ Cabeça de Medusa Hemorragia por ruptura de variz Emilly Manifestações Clínicas EDEMA DETERIORAÇÃO MENTAL • Sintoma tardio; • Atribuído à insuficiência hepática crônica; • Anasarca; DÉFICIT DE VITAMINAS • Vitamina K - Fenômenos hemorrágico; • Vitamina A - Lubrificação do globo ocular e Defesa contra infecções; • Vitamina C - Atua nas funções do sistema imunológico e Antioxidante; • Anemia - Deficiências de folato, vitamina B12 e ferro; • Função mental e cognitiva; Complicações: • Encefalopatía hepática; • Coma hepático iminente. Emilly Avaliação e achados diagnósticos Manifestações clínicas Exames complementares Ultrassonografia TC, RM e cintigrafia hepática com radioisótopo Biopsia hepática Gasometria arterial Caroline Avaliação e achados diagnósticos Caroline Avaliação e achados diagnósticos Caroline TC, RM e Cintigrafia hepática c/ radioisótopo Ultrassonografia Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por (CBR) Imagem Fonte: XIV Congresso Nacional de Radiologia (2018) Fonte: XIV Congresso Nacional de Radiologia (2018) Avaliação e achados diagnósticos Caroline Biopsia hepática Gasometria arterial * percutânea *por meio laparoscópico *Síndrome hepatopulmonar TRATAMENTO Não existe cura para a cirrose. ● O tratamento visar a interrupção ou à reversão da fibrose. ● Cirrose compensada: prevenção do desenvolvimento da descompensação. ● Cirrose descompensada: trata as complicações. Vilma TRATAMENTO Evitar descompensação - Dieta hipossódica - Evitar fárcamos hepatotôxicos - Eliminar o consumo de bebidas alcoólicas. - Tratar as doenças de base. Vilma TRATAMENTO SAMe (S-adenosilmetionina) Contribui na produção de glutationa. Aumento da função antioxidante. Vilma Cardo-mariano (Silybum marianum) Silimarina: anti- inflamatórias e antioxidantes. TRATAMENTO TRANSPLANTE ● Não consegue controlar as complicações. ● Função hepática encontra-se gravemente comprometida. Vilma - Promover o repouso do cliente MANEJO DE ENFERMAGEM - Melhorar o estado nutricional - Realizar o cuidado da pele - Reduzir o risco de lesão - Monitorar e tratar as complicações potenciais Karem PLANO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: intolerância à atividade relacionada com fadiga, letargia e mal-estar. O cliente com comprometimento da função hepática OBJETIVO: o cliente relata diminuição da fadiga e aumento de sua capacidade na participação das atividade INTERVENÇÕES RESULTADOS Avaliar o nível de tolerância à atividade e o grau de fadiga, letargia e mal-estar quando realiza as atividades da vida diária de rotina Apresenta maior interesse pelas atividades e eventos Ajudar nas atividades e na higiene,quando o cliente estiver fatigado Participa nas atividades e aumenta gradualmente o exercício dentro dos limites físicos Incentivar o repouso quando fatigado ou quando ocorrer dor ou desconforto abdominal Relata aumento da força e do bem-estar Relata a ausência de dor e desconforto abdominais Providenciar uma dieta rica em carboidratos com aporte de proteína compatível com a função hepática. Toma vitaminas, conforme prescrição Karem DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: integridade da pele prejudicada, relacionada com prurido devido à icterícia e edema OBJETIVO: diminuição do potencial de desenvolvimento de úlceras de pressão, soluções de continuidade na integridade da pele . INTERVENÇÕES RESULTADOS Avaliar o grau de desconforto relacionado com o prurido e o edema. Observar e registrar o grau de icterícia e a extensão do edema. Apresenta pele íntegra, sem rubor,escoriação ou ruptura, Relata alívio do prurido Realizar o cuidado frequente da pele;evitar o uso de sabões e loções à base de álcool. Utiliza sabonetes que não ressecam e loções hidratantes;explica a justificativa para o uso de sabões e loções que não ressecam Hidratar a pele com emolientes a cada 2 h; mudar o decúbito a cada 2 h Muda de posição periodicamente;apresenta redução do edema das partes pendentes do corpo Realizar exercícios de amplitude de movimento a cada 4 h;elevar os membros edemaciados, sempre que possível Apresenta diminuição do edema; turgor cutâneo normal KaremDIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:dor crônica e desconforto relacionados com aumento da hipersensibilidade do fígado e ascite OBJETIVO: aumento do nível de conforto. INTERVENÇÕES RESULTADOS Manter o repouso no leito quando cliente apresenta desconforto abdominal Administrar antiespasmódicos e analgésicos, conforme prescrição Reduzir o aporte de sódio e de líquido quando prescrito. Preparar o cliente e colaborar na paracentese. Relata a ocorrência de dor e desconforto, quando presentes Mantém repouso no leito e diminui a atividade na presença de dor Reduz o aporte de sódio e de líquido para os níveis prescritos,quando indicado,para tratar a ascite Karem DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: risco de temperatura corporal alterada: hipertermia relacionada com o processo inflamatório da cirrose ou da hepatite. OBJETIVO: manutenção da temperatura corporal normal, sem infecção. INTERVENÇÕES Registrar regularmente a temperatura(acada 4 h) Aplicar compressas frias ou bolsa de gelo para a temperatura elevada Avaliar a presença de dor e hipersensibilidade abdominais. Incentivar o consumo de líquidos. RESULTADOS Apresenta temperatura normal e relata ausência de calafrios ou sudorese Demonstra consumo adequado de líquidos Não apresenta nenhum sinal de infecção local ou sistêmica Karem DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:padrão respiratório ineficaz relacionado com ascite e restrição da excursão torácica em consequência da ascite,distensão abdominal e presença de líquido na cavidade torácica OBJETIVO: melhora do estado respiratório INTERVENÇÕES RESULTADOS Elevar a cabeceira do leito em pelo menos 30 graus Apresenta melhora do estado respiratório Conservar a força do cliente providenciando períodos de repouso e ajudando nas atividades. Relata diminuição da falta de ar Mudar de decúbito a cada 2 h Relata aumento da força e da sensação de bem estar Colaborar com o médico na paracentese ou toracocentese. Apresenta gasometria arterial normal /Exibe saturação de oxigênio adequada na oximetria de pulso Karem Complicações Ascite ● Piparote; ● Ultrassonografia abdominal; ● Paracentese Retira 30 ml de LA para a análise de níveis de proteínas totais e albumina, células neoplásicas, e presença de micobactérias. Diagnóstico ● Dieta hiposódica; ● Uso de diuréticos (Espironolactona e furosemida); ● Paracentese de alívio. Tratamento Isabel Peritonite bacteriana espontânea Complicações Isabel Taxa de mortalidade de 60% e recidiva de 70% em 1 ano. Baixos níveis de proteína, associado com a deterioração da barreira intestinal, alterações na defesa imunológica local e menor atividade de destruição bacteriana. Diagnóstico ● Contagem de neutrófilos no líquido ascítico > 250 céls/mm³. Tratamento ● Antibioticoterapia (cefalosporina de 3° geração) ● Infusão de albumina intravenosa (1,5g/kg / 1g/kg no 3° dia). Complicações Isabel Encefalopatía hepática Classificada em 5 estágios: ● Assintomático ● Discretas alterações do sono e da atenção ● Sonolência, alterações da memória ● Confusão mental e delírio ● Coma hepático. Tratamento: Retirada do fator desencadeante, dieta hipoproteica, antibioticoterapia (PBE) e transplante hepático. Fatores desencadeantes: ➔ Depleção volêmica; ➔ Infecção; ➔ Constipação. Síndrome hepatorrenal Insuficiência renal e alterações da circulação arterial. Complicações Tratamento ● Correção da hipovolemia; ● Infusão de albumina (1,5mg/kg ao diagnóstico) ● Utilização de análogos de somatostatina e vasoconstritores. (Octreotida + terlipressina/catecolaminas) Isabel Complicações Principal causa: Varizes gastroesofágicas. Fatores que contribuem: Esforço muscular, tosse ou vômito e irritação dos vasos. Hemorragia digestiva alta Diagnóstico: ● Endoscopia; ● Ultrassonografia abdominal; ● Tomografia; ● Angiografia Tratamento: ● Octreotida + vasopresina; ● Betabloqueadores; ● Adesivos + cola de fibrina; ● Ligadura endoscópica de varizes. Manejo cirúgico: ● Ligadura cirúgica direta: mesocaval e portocaval. Isabel OBRIGADA! REFÊRENCIAS Janice L. Hinkle, Kerry H. Cheever. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico cirúrgica. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. vol. I e II. Regiane MAIO, Jane B. DICHI, Roberto C. BURINI. Implicações do alcoolismo e da doença hepática crônica sobre o metabolismo de micronutrientes. Terapia Nutricional • Arq. Gastroenterologico, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ag/a/LyyrJtxXdrkbv6kfykYH5mJ/?lang=pt#. Acesso em: 17,ago,2021. Amanda R. Clarissa C. Matheus H. Natalia F. Oliver S. Sara R. e Carlos N.: Ascite: Complicação da cirrose Revista Caderno de Medicina Vol 2. Nº1, 2019 Disponível em: http://www.revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/1351/0. Acesso em: 15,ago,2021. Carlos A. R. T. F.: Síndrome hepatorrenal Sociedade Brasileira de Hepatologia Disponível em: https://sbhepatologia.org.br/associados/fasciculos_pdf/8.pdf . Acesso em: 15,ago,2021. http://www.revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/1351/0 REFÊRENCIAS LAPORTE, Larrie Rabelo. Resumo completo sobre cirrose - Ligas: Diagnóstico. In: Resumo completo sobre cirrose - Ligas: Diagnóstico. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-completo-sobre-cirrose-ligas. Acesso em: 13 ago. 2021. COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM. Boletim Ultrassom Brasil: Diagnóstico diferencial Cirrose e Esquistossomose. Boletim Informativo, [s. l.], ano 06, n. 10, 2015. Disponível em: https://cbr.org.br/wp-content/uploads/2017/08/ultra-6-10.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. CARVALHO, Juliana et all. 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