Buscar

Imunologia do transplante - Mecanismos de Agressão e Defesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
Imunologia do 
transplante
Caso clínico 
Alice, 32 anos, parda, jornalista, casada, natural e 
proveniente de São Paulo 
Internada eletivamente há 4 dias, para receber 
transplante renal – o doador é seu primo Miguel. 
No momento da internação, relatou inapetência e 
fadiga, especialmente após a realização das sessões 
de hemodiálise (que faz às segundas, quartas e 
sextas). 
Antecedentes pessoais: 
insuficiência renal crônica devido a rins policísticos. O 
diagnóstico de doença policística foi feito ainda na 
infância, pois a mãe já tinha a mesma condição e fazia 
seguimento. Em hemodiálise há quatro anos. 
Hipertensão arterial desde os 20 anos, cerca de dois 
anos depois de começar a apresentar alteração da 
função renal. 
Vem em uso de amlodipina duas vezes ao dia (anti-
hipertensivo bloqueador de canais de cálcio), atenolol 
uma vez ao dia(anti-hipertensivo beta-bloqueador), 
furosemida (diurético de alça) e eritropoetina (injeções 
subcutâneas duas vezes por semana). 
Exame Físico à Admissão Hospitalar: 
Regular a bom estado geral, descorada 1 a 2+/4, 
hidratada, eupneica. 
FC= 74bpm. PA= 142/88mmHg. Peso=60kg. IMC= 
23kg/m2. 
Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações. 
Abdome sem alterações. 
Edema de membros inferiores simétrico, frio, 
compressível, até terço distal das pernas. 
Evolução 
Há 4 dias, foi realizada a cirurgia, sem intercorrências. 
Os rins nativos não foram abordados. O rim doado foi 
implantado na fossa ilíaca direita. 
Antes de descer ao centro cirúrgico, recebeu uma 
transfusão sanguínea, a partir do banco de sangue do 
hospital. A tipagem do sangue de Alice é AB+. A bolsa 
de hemácias do doador é A-. Miguel tem tipagem B+. 
Logo após a cirurgia, o médico responsável manteve 
os medicamentos anti-hipertensivos, suspendendo o 
diurético e a eritropoetina. Iniciou uso de 
imunossupressores. 
No 3º dia pós-operatório, os valores de PA 
começaram a se reduzir, sendo suspensa a 
amlodipina. 
Evolução de exames e diurese 
 
 
Questões norteadoras 
acerca do caso: 
**Quais os mecanismos imunológicos envolvidos no 
reconhecimento, rejeição ou aceitação dos enxertos? 
**Entender os mecanismos de imunotolerância associado a 
transplantes. 
1. Qual o estado clínico da paciente, analisando-se os 
valores de hemoglobina. 
2. Interprete o leucograma nos 3 hemogramas da paciente e 
explique a causa para a variação encontrada. 
3. Interprete o plaquetograma nos 3 exames da paciente e 
explique a causa para a variação encontrada. 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
4. Além da bolsa de hemácias transfundida para a paciente, 
que outros tipos de hemácias ela pode receber? E de 
plasma? Justifique. 
5. Cite os principais métodos utilizados na escolha de 
doadores e receptores para evitar a imunogenicidade. 
Respostas da 1, 2 3 (4 e 5 estão ao longo do resumo): 
1.A paciente está anêmica, visto que é portadora de doença 
renal crônica com consequente diminuição da eritropoese. 
2.Véspera da cirurgia: normal; segundo dia pós operatório: 
leucocitose; quarto dia pós operatório: leucocitose com 
tendência à normalidade. Essa alteração ocorre devido ao 
processo inflamatório desencadeado pela cirurgia. Os 
leucócitos participam avidamente da inflamação, com o 
intuito de promover o reparo tecidual. 
3.Véspera da cirurgia: normal; segundo dia pós operatório: 
plaquetose; quarto dia pós operatório: normal (limite 
superior) . Essa alteração ocorre devido ao processo 
inflamatório desencadeado pela cirurgia, com intuito de 
reparo tecidual. As plaquetas, após a exposição de 
colágeno, sofrem ativação e desencadeiam o processo de 
adesão e agregação formando o tampão hemostático, 
essencial para o reparo tecidual. 
 
 
Transplante - conceitos 
Definição: 
Substituição de órgãos e tecidos não funcionais 
por órgãos ou tecidos saudáveis. Processo de 
remoção de células, tecidos ou órgãos, 
chamados enxertos, de um indivíduo e sua 
transferência para um indivíduo (geralmente) 
diferente. 
*O indivíduo que fornece o enxerto é chamado 
doador, e o indivíduo que o recebe é o receptor 
ou hospedeiro. 
*Transfusão: transferência de células 
sanguíneas circulantes ou de plasma de um 
indivíduo para outro. 
*Transplante ortotópico: o enxerto é colocado 
em sua localização anatômica normal. 
*Transplante heterotópico: o enxerto é 
colocado em local diferente da sua localização 
anatômica normal. 
 
 
*Enxerto autólogo: enxerto de um indivíduo para 
o mesmo indivíduo. 
*Enxerto singênico: enxerto entre dois 
indivíduos geneticamente idênticos. 
*Enxerto alogênico: enxerto entre dois 
indivíduos geneticamente diferentes da mesma 
espécie 
*Enxerto xenogênico: enxerto entre dois 
indivíduos de espécies diferentes. 
*Aloantígeno: antígeno do enxerto. 
*Alorreativos: linfócitos e anticorpos que reagem 
com os aloantígenos. 
 
 
 
Passos para o transplante: 
Substituição de órgãos e tecidos não funcionais por órgãos ou 
tecidos saudáveis. 
Células, tecidos ou órgãos de DOADOR para 
RECEPTOR geneticamente não idêntico (alogênico); 
 
Resposta imunológica adaptativa; 
 
Rejeição (reconhecimento de ag do doador pelo SI do 
receptor): reação inflamatória; 
 
Alvos moleculares principais: MHCI E MHCII; 
 
Controlar a resposta imunológica é a chave para o 
sucesso do transplante. 
Descreva quais receptores celulares estão envolvidos no 
mecanismo de rejeição aos transplantes e qual a sua 
função. 
R: Moléculas do Complexo Principal de Histocompatibilidade 
(MHC) classe I e II que possuem como função a 
apresentação de antígenos proteicos próprios. 
 
MHC 
O MHC é tão polimórfico que a maioria dos indivíduos 
provavelmente são heterozigotos em cada locus. Os 
alelos são expressos a partir de ambos os haplótipos 
MHC em qualquer indivíduo, e os produtos de todos 
os alelos são encontrados em todas as células que se 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
expressam. Em qualquer acasalamento, quatro 
combinações possíveis de haplótipos podem ser 
encontradas na prole; portanto, os irmãos também 
podem diferir nos alelos do MHC que expressam, 
havendo uma chance em quatro de que um indivíduo 
compartilhe ambos os haplótipos com um irmão. Uma 
consequência disso é a dificuldade de encontrar 
doadores adequados para o transplante de tecidos. 
 
Expressão de alelo MHC é 
dominante 
Consequência: dificuldade de encontrar doadores 
adequados para transplante de tecidos. 
*MHCI: expresso em células nucleadas 
*MHCII: expresso em APCs especializadas (CD, 
macrófagos, linf. B) e um pouco em células endoteliais 
e tímicas. 
 
 
 
Sistema ABO e Rhesus em hemácias. 
- As vias de apresentação de antígenos MHC-restritas 
garantem que a maioria das células do corpo passem 
por uma varredura para possível detecção de 
antígenos. 
- O processamento antigênico ocorre tanto com 
proteínas próprias (autoantígenos) quanto com 
proteínas estranhas (antígenos exógenos) 
- Todas as células nucleadas. 
- Células dendríticas, fagócitos mononucleares, 
linfócitos B, células endoteliais, epitélio tímico. 
 
 
 
 
FIGURA 6.13 Vias de processamento e apresentação 
antigênica. Na via do MHC de classe I (painel superior), os 
antígenos proteicos no citosol são processados pelos 
proteassomos, e os peptídeos são transportados para o 
interior do retículo endoplasmático (RE), onde se ligam a 
moléculas do MHC de classe I. Na via do MHC de classe II 
(painel inferior), os antígenos proteicos degradados nos 
lisossomos se ligam a moléculas do MHC de classe II. Os 
detalhes dessas vias de processamento são mostrados nas 
Figuras. 6.14 e 6.15. RE, retículo endoplasmático; TAP, 
transportador associado ao processamento antigênico. 
A genética da rejeição do 
enxerto 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
 
FIGURA 17.3 A genéticada rejeição do enxerto. Na ilustração, as 
duas cores diferentes do camundongo representam as linhagens 
consanguíneas com diferentes haplótipos do MHC. Os alelos do 
MHC herdados de ambos os pais são expressos de maneira 
codominante na pele de uma prole A × B e, portanto, esses 
camundongos são representados por ambas as cores. Enxertos 
singênicos não são rejeitados (A). Os aloenxertos são sempre 
rejeitados (B). Enxertos de um progenitor A ou B não serão 
rejeitados por um descendente F1 (A × B) (C), mas os enxertos de 
F1 serão rejeitados por ambos os progenitores (D). Esses 
fenômenos se devem ao fato de que os produtos dos genes MHC 
são responsáveis pela rejeição do enxerto; enxertos são rejeitados 
somente se expressarem um tipo de MHC (representado por verde 
ou laranja), que não é expresso pelo camundongo receptor. 
Antígenos do enxerto diferem entre os indivíduos 
de uma espécie quando não são gêmeos 
idênticos: moléculas do MHC ou antígeno 
leucocitário humano (HLA). 
 
Reconhecimento de 
aloantígenos 
- Os aloantígenos podem ser apresentados aos 
linfócitos T de duas maneiras diferentes: 
1. Reconhecimento direto: 
*APC do doador apresenta diretamente seus 
antígenos (proteínas do MHC do doador) aos linfócitos 
do receptor: 
** MHC I: ativa linfócitos TCD8 
** MHC II: ativa linfócitos TCD4 
2. Reconhecimento indireto: 
*APC do receptor captura antígenos do doador e 
apresenta para os linfócitos do receptor 
**Principalmente MHC II: ativa linfócitos T CD4 
 
Figura 15.45 Os aloantígenos em órgãos enxertados podem ser 
reconhecidos de duas maneiras diferentes. O reconhecimento direto 
de um órgão enxertado (em vermelho, na figura superior) é mediado 
por células T cujos receptores têm especificidade para a molécula 
alogênica do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de 
classes I e II em combinação com o peptídeo. Essas células T 
alorreativas são estimuladas por células apresentadoras de 
antígeno (APCs) do doador, que expressam a molécula do MHC 
alo- gênica e atividade coestimuladora (figura inferior, à esquerda). 
O reconhecimento indireto do enxerto (figura inferior, à direita) é 
mediado por células T, cujos receptores são espec íficos para 
peptídeos alogênicos derivados do órgão enxertado. Proteinas do 
enxerto (vermelho) são processadas por APCs do receptor e são, 
então, apresentadas por moléculas do MHC de classes I ou II 
próprias (receptor). 
 
 
 
 
 
 
 
Reconhecimento de 
aloantígenos pelas células T 
 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
 
FIGURA 17.4 Reconhecimento direto e indireto de 
aloantígenos. 
A, O reconhecimento direto do aloantígeno ocorre quando 
as células T alorreativas se ligam diretamente a uma 
molécula de MHC alogênica intacta com um peptídeo ligado 
presente em uma célula dendrítica ou outra APC do enxerto 
(doador), no interior dos linfonodos. As células T CD4+ ou 
CD8+ podem reconhecer diretamente as moléculas do MHC 
de classe II ou de classe I do doador, respectivamente, e se 
diferenciarão em células T auxiliares ou CTL. Os CTL 
reconhecerão diretamente o mesmo complexo MHC-
peptídeo do doador exibido nas células teciduais do enxerto 
e destruirão essas células. 
 B, O reconhecimento indireto do aloantígeno ocorre quando 
as moléculas de MHC alogênicas originárias da células do 
enxerto são capturadas e processadas pelas APCs do 
receptor e os fragmentos peptídicos das moléculas de MHC 
alogênicas contendo resíduos de aminoácidos polimórficos 
são ligados e apresentados pelas moléculas de MHC do 
receptor (próprias). As células T auxiliares MHC-específicas 
do doador geradas dessa maneira podem auxiliar as células 
B a produzir anticorpos específicos para o MHC do doador 
que podem lesar as células do enxerto. As células T 
auxiliares podem também ser ativadas no enxerto por 
macrófagos do receptor apresentando os mesmos peptídeos 
derivados do MHC do doador, levando à lesão inflamatória 
do enxerto. APC, célula apresentadora de antígeno. 
 
 
 
 
Reconhecimento Direto de 
Aloantígenos do MHC em 
Células do Doador 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
 
FIGURA 17.5 Base molecular do reconhecimento direto das 
moléculas de MHC alogênicas. O reconhecimento direto das 
moléculas de MHC alogênicas pode ser pensado como uma 
reação cruzada na qual uma célula T específica para um 
complexo molécula do MHC próprio-peptídeo estranho (A) 
também reconhece uma molécula de MHC alogênica (B e 
C). Os peptídeos que se ligam a moléculas de MHC no 
enxerto podem contribuir para o alorreconhecimento (B) ou 
não (C). 
 
Ativação e Funções Efetoras 
dos Linfócitos T Alorreativos 
Linfócitos do receptor reconhecem aloantígenos; 
 
Linfócitos ativados proliferam, diferenciam-se e 
executam funções efetoras que podem danificar os 
enxertos 
 
As etapas de ativação são semelhantes àquelas 
descritas para os linfócitos que reagem aos antígenos 
microbianos. 
 
Ativação de células T 
alorreativas - REJEIÇÃO. 
- Células T naive encontram as APCs nos linfonodos 
para serem ativadas. 
- Células T de memória do receptor (reação cruzada: 
previamente geradas contra antígenos ambientais 
antes do transplante): não precisam encontrar os 
antígenos via APCs nos linfonodos para serem 
ativadas, podendo migrar diretamente para os 
enxertos e serem ativadas pelas APCs ou por células 
teciduais exibindo o aloantígeno. 
- Papel da coestimulação nas respostas de células T 
aos aloantígenos. 
 
Quais as principais células da resposta imune adaptativa que estão 
envolvidas na resposta aos transplantes provocando a rejeição? 
 
FIGURA 17.6 Ativação de células T alorreativas. A, No caso 
do alorreconhecimento direto, as células dendríticas do 
doador no aloenxerto migram para tecidos linfoides 
secundários, onde apresentam diretamente as moléculas de 
MHC alogênicas para as células T do hospedeiro. Somente 
as células T CD8+ que reconhecem o MHC de classe I do 
doador são mostradas, mas células T CD4+ podem também 
reconhecer diretamente o MHC de classe II do doador. No 
caso do alorreconhecimento indireto, as células dendríticas 
do receptor que entraram no aloenxerto transportam as 
proteínas do MHC do doador para os tecidos linfoides 
 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
secundários e apresentam os peptídeos derivados destas 
proteínas do MHC a células T alorreativas do hospedeiro. 
Isso é mostrado para as células T CD4+ e o reconhecimento 
indireto do MHC alogênico por células T CD8+ é 
provavelmente menos importante. Após o 
alorreconhecimento direto e indireto, as células T se tornam 
ativadas e se diferenciam em células T efetoras CD4+ 
auxiliares e CTL CD8+. B, As células T efetoras alorreativas 
migram para o aloenxerto, são reativadas pelos 
aloantígenos e medeiam a lesão. No enxerto, o 
reconhecimento direto do MHC de classe I alogênico por 
CTL CD8+ é necessário para a destruição de células 
parenquimais do enxerto, porque estas células expressam 
somente o MHC alogênico. Ao contrário, as células T 
auxiliares CD4+ que podem reconhecer o MHC alogênico de 
classe II diretamente e indiretamente podem ser ativados 
por APCs do doador ou do receptor, respectivamente, e em 
ambos os casos, promover inflamação que provoca lesão no 
enxerto. 
Ativação das Células B 
Alorreativas, Produção e 
Funções dos Aloanticorpos. 
- Ativação de células B alorreativas dependentes de 
células T auxiliares; 
- Linfócitos B naive que reconhecem as moléculas de 
MHC alogênicas, internalizam e processam essas 
proteínas, e apresentam os seus peptídeos derivados 
às células T auxiliares que foram previamente 
ativadas pelos mesmos peptídeos apresentados por 
células dendríticas; 
- Os anticorpos alorreativos produzidos em receptores 
de enxertos exercem os mesmos mecanismos 
efetores que os anticorposutilizam para combater 
infecções. 
Padrões e Mecanismos de 
Rejeição dos Aloenxertos 
1. Rejeição hiperaguda 
2. Rejeição Aguda: 
- Rejeição Celular Aguda 
- Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos. 
3. Rejeição Crônica e Vasculopatia do Enxerto 
Rejeição hiperaguda 
- Anticorpos pré-formados reativos contra o endotélio 
vascular 
- Caracterizada pela oclusão trombótica da 
vasculatura do enxerto 
- Início: minutos a horas após os vasos sanguíneos do 
hospedeiro serem anastomosados aos vasos do 
enxerto 
- Primórdios: IgM contra ABO 
 
 
- Atualmente: Raros casos de rejeição hiperaguda 
(IgG contra MHC ou Aloantígenos secundários – 
transplante anterior, múltiplas gestações...) 
 **Cuidados na seleção do doador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
 
 
 
 
 
ABBAS -FIGURA 17.7 Rejeição hiperaguda. A, Na rejeição 
hiperaguda, anticorpos pré-formados reativos contra o endotélio 
vascular ativam o complemento e desencadeiam rápida trombose 
intravascular e necrose da parede vascular. 
 
JANEWAY - Figura 15.46 Anticorpos preexistentes contra ant ígenos 
do doador do enxerto podem causar rejeição hiperagudadoenxerto. 
Em alguns casos, os receptores já têm anticorpos contra antígenos 
do doador, que são, frequentemente, antígenos de grupos 
sanguíneos. Quando o órgão do doador é enxertado em tais 
receptores, esses anticorpos ligam-se ao endotélio vascular no 
enxerto, iniciando as cascatas do complemento e da coagula- ção. 
Os vasos sanguíneos no enxerto tornam-se obstruídos por coágulos 
e vazam, causando hemorragia dentro do enxerto. Este torna-se 
ingurgitado e de cor roxa pela presença de sangue desoxigenado. 
 
Rejeição celular aguda 
Característica: lesão do parênquima e dos vasos 
sanguíneos do enxerto. 
- Linfócitos T CD4+ ou CD8+ reativos aos 
aloantígenos 
- Antes dos fármacos: vários dias a semanas depois 
do transplante 
- Prática clínica atual: até anos depois do transplante 
se a imunossupressão for reduzida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABBAS - FIGURA 17.8 Rejeição celular aguda. A, Na rejeição 
celular aguda, os linfócitos T CD4+ ou CD8+ reativos aos 
aloantígenos nas células endoteliais dos vasos sanguíneos e 
células parenquimais medeiam a lesão a esses tipos celulares. 
 
JANEWAY - Figura 15.44 O início da rejeição do enxerto 
normalmente envolve a migração, a partir do enxerto, de células 
apresentadoras de antíge- no (APCs) do doador para linfonodos 
locais. O exemplo de um órgão enxertado é ilustrado aqui, no qual 
as células dendríticas são as APCs. Elas exibem pept ídeos do 
enxerto em sua superfície. Após a migração até o baço ou um 
linfonodo, essas APCs encontram células T virgens recirculantes 
espec íficas para antígenos do enxerto e estimulam essas células T 
a se dividirem. As células T efeto- ras ativadas resultantes migram, 
via ducto torácico, até o sangue, dirigindo-se ao tecido enxertado, o 
qual elas destroem rapidamente. A destruição é al- tamente 
espec ífica para células derivadas do doa- dor, sugerindo ser 
mediada por citotoxicidade dire- ta e não por processos 
inflamatórios inespec íficos. 
 
Os principais mecanismos de rejeição celular aguda 
são a morte das células do parênquima e das células 
endoteliais do enxerto mediada por CTL, e a 
inflamação causada pelas citocinas produzidas por 
células T auxiliares. 
 
Região aguda mediada por 
anticorpos 
Anticorpos alorreativos formados após o transplante 
podem contribuir para a lesão parequimal e vascular. 
 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
FIGURA 17.9 Rejeição aguda mediada por anticorpos. A, 
Anticorpos alorreativos formados após o transplante podem 
contribuir para a lesão parequimal e vascular. B, Rejeição 
aguda mediada por anticorpos de um aloenxerto renal com 
células inflamatórias nos capilares peritubutulares. C, 
 
Deposição do componente C4d do complemento em 
capilares na rejeição mediada por anticorpos, revelada por 
imuno-histoquímica com marcação em marrom. (B e C, 
Cortesia do Dr. Zoltan Laszik, Department of Pathology, 
University of California, San Francisco.) 
 
Rejeição crônica 
- Maior causa da falha de aloenxertos de órgãos 
vascularizados. 
- A lesão à parede do vaso induz a proliferação de 
células musculares lisas da íntima e oclusão luminal. 
- Falência: 6 meses a 1 ano. 
 
ABBAS - FIGURA 17.10 Rejeição crônica. A, Na rejeição crônica 
com arteriosclerose do enxerto, a lesão à parede do vaso induz a 
proliferação de células musculares lisas da íntima e oclusão luminal. 
Essa lesão pode ser causada por uma reação inflamatória crônica 
aos aloantígenos da parede vascular. 
Métodos para reduzir a 
Imunogenicidade dos 
Aloenxertos 
- A principal estratégia para reduzir a imunogenicidade 
do enxerto tem sido a de minimizar as diferenças 
alogênicas entre o doador e o receptor. 
 *No transplante renal, quanto maior for o número de 
alelos de MHC compatíveis entre o doador e o 
receptor, melhor a sobrevida do enxerto 
- Para evitar a rejeição hiperaguda, os antígenos do 
grupo sanguíneo ABO do doador do enxerto são 
selecionados para serem compatíveis com o receptor. 
- Os pacientes que necessitam de aloenxertos 
também são testados quanto à presença de 
anticorpos pré-formados contra as moléculas de MHC 
do doador ou outros antígenos da superfície celular. 
**USO DE IMUNOSSUPRESSORES 
 
FIGURA 17.11 Influência da compatibilidade do MHC na 
sobrevida do enxerto. Compatibilidade de alelos do MHC 
entre o doador e o receptor melhora significativamente a 
sobrevivência do enxerto renal. Os dados mostrados 
referem-se a enxertos de doadores falecidos (cadáveres). A 
compatibilidade de HLA tem menos impacto na sobrevida 
dos aloenxertos renais de doadores vivos e alguns alelos do 
MHC são mais importantes do que outros na determinação 
do resultado. 
 
 Cite os principais métodos utilizados na escolha de doadores e 
receptores para evitar a imunogenicidade. 
 
Imunossupressão para 
prevenir ou tratar a rejeição 
de aloenxertos 
 
FIGURA 17.12 Mecanismos de ação dos fármacos 
imunossupressores. Cada categoria principal de fármacos 
usados para prevenir ou tratar a rejeição de aloenxertos é 
mostrada juntamente com os alvos moleculares dos 
fármacos. 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
 
Qual tipo de resposta imune é inibida com o uso dos 
imunossupressores? 
Os imunossupressores tem como objetivo principal diminuir 
a resposta celular, desencadeada predominantemente por 
linfócitos T. 
Transfusão sanguíneo e os 
grupos de antígenos 
sanguíneos ABO e RH 
- Sangue total ou células sanguíneas de um ou mais 
indivíduos são transferidos intravenosamente para a 
circulação de outro indivíduo. 
- Escolha do doador: baseada na expressão de 
antígenos dos grupos sanguíneos e nas respostas de 
anticorpos contra eles. 
 
FIGURA 17.14 Antígenos do grupo sanguíneo ABO. A, Antígenos 
do grupo sanguíneo são estruturas de carboidratos adicionados a 
proteínas ou lipídeos da superfície celular pela ação de 
glicosiltransferases (ver texto). B, Antígenos de diferentes grupos 
sanguíneos são produzidos pela adição de diversos açúcares por 
diferentes glicosiltransferases herdadas. Os indivíduos que 
expressam um antígeno de grupo sanguíneo particular são 
tolerantes a esse antígeno, mas produzem anticorpos naturais que 
reagem com antígenos de outros grupos sanguíneos. 
 
Caso clínico- Devolutiva 
 
 
- Antes de descer ao centro cirúrgico, recebeu uma 
transfusão sanguínea, a partir do banco de sangue de 
hospital. A tipagem do sangue de Alice é AB+. A bolsa 
de hemácias do doador é A-. Miguel tem tipagem B+. 
Além da bolsa de hemácias transfundida para a paciente, 
que outros tipos de hemácias ela pode receber? É de 
plasma? Justifique. 
A paciente pode receber concentradode hemácias de todos 
os tipos sanguíneos, pois como apresenta todos os 
antígenos de maior expressão (ABO e Rh), não produz 
anticorpos naturais. A paciente pode receber plasma apenas 
de doadores AB+ pois o plano de qualquer outro tipo 
sanguínea contém anticorpos naturais (anti-A e anti-B), que 
podem causar a destruição das hemácias no leito vascular. 
Obs.: anticorpos naturais – produzidos a partir do contato 
com microbiota e produzidos frente antígenos similares aos 
antígenos do grupo ABO. 
Transplante de Células-
tronco Hematopoiéticas 
(CTHs) 
Procedimento clínico para tratar doenças letais 
causadas por defeitos intrínsecos em uma ou mais 
linhagens hematopoiéticas (Leucemia). 
 
O receptor é tratado antes do transplante com uma 
combinação de quimioterapia, imunoterapia ou 
irradiação para destruir as CTHs defeituosas e para 
liberar nichos para as células-tronco transferidas. 
 
Mecanismos de Agressão e Defesa II Karen Christovam 
Após o transplante, as células-tronco inoculadas 
repovoam a medula óssea do receptor e se 
diferenciam em todas as linhagens hematopoiéticas. 
 
Problemas adicionais após o transplante bem 
sucedido: GVHD e imunodeficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
- Células T madura que acompanham as HSCs do 
doador podem reconhecer antígenos de 
histocompatibilidade menores do receptor. 
- APCs do receptor são necessárias para o início da 
doença do enxerto versus hospedeiro. 
- 1as. Manifestações em até 3 semanas; crônica 
depois de 3 meses (1/3 dos pacientes). 
- Pele: erupções cutâneas, coceira. 
- Gastrointestinais: vômito, diarreia. 
Rejeição do transplante X 
GVHD 
Alorreações na rejeição do transplante e reação 
enxerto versus hospedeiro. 
 
Como apresentado no quadro à esquerda, a rejeição 
de um órgão transplantado ocorre quando o receptor 
produz uma resposta imune contra ele. A doença 
enxerto versus hospedeiro ocorre quando as células T 
da medula óssea transplantada atacam os tecidos no 
receptor ou hospedeiro, principalmente pele, fígado e 
intestino, como apresentado no quadro à direita.

Continue navegando