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Aldillany Maria Semiologia da cabeça e do pescoço Roteiro – aula 1 1. Quais são as principais queixas dos pacientes na topografia da cabeça e pescoço? Separe por crânio, olhos, nariz, orelhas, boca e região cervical. 2. Quando iniciamos o atendimento a um paciente, já podemos e devemos iniciar a observação ampla do mesmo. Através da inspeção, quais principais alterações que devemos encontrar no crânio? Podemos complementar com a palpação a procura de lesões, cite as principais. 3. Continuando ainda na inspeção, quais são as principais anormalidades que podemos encontrar nos olhos? Diferencie Reflexo Motor direto e indireto. 4. A inspeção da orelha pode trazer alguns dados, que precisam ser confirmados com a palpação e otoscopia. Quais as manobras que necessitamos fazer na orelha? E como realizar a otoscopia? 5. De forma semelhante com o nariz, descreva as principais alterações ao exame físico. Aproveite e descreva como realizar as manobras para avaliar os seios paranasais. 6. Como realizar o exame da boca, lábio e orofaringe? Como utilizar corretamente o abaixador da língua? 7. A região cervical é rica de estruturas, descreva as principais encontradas na inspeção, alterações de mobilidade e simetria. Como encontrar a turgência da jugular? Como realizar a palpação e ausculta dos vasos da região? 8. Descreva as cadeias linfonodos na região cervical e como realizar a manobra adequadamente para pesquisa-los. 9. Quais são as características que devemos pesquisar quando encontramos um linfonodo palpável? 10. Como realizar a inspeção, palpação e ausculta da glândula Tireoidiana, relacionando com as principais alterações clínica. Ao realizar a semiologia da cabeça e do pescoço, costuma-se dividi-la didaticamente em: crânio, face e pescoço. Crânio x face Há uma linha imaginária que divide essas regiões; ela percorre as sobrancelhas e segue para a região inferior do osso occipital. Face Subdividida em: o Olhos o Orelhas o Nariz o Seios paranasais o Boca Pescoço Ao analisar a cabeça e o pescoço, alguns sintomas comuns são: ÁREA PRINCIPAIS QUEIXAS CRÂNIO Cefaleia (primária e secundária), lesões OLHOS Alterações na visão: -Hiperopia (hipermetropia) -Presbiopia -Miopia -Escotomas -Diplopia (visão dupla). conjuntivite NARIZ e SEIOS PARANASAIS parosmia x cacosmia -Epistaxe (sangramento nasal). -Rinorreia (corrimento excessivo de muco nasal). -Congestão nasal ORELHAS -Perda auditiva -Vertigem -Otalgia (dor de ouvido). -Zumbido BOCA e GARGANTA -Faringite (dor de garganta). -Sangramento gengival. -Rouquidão. Afta REGIÃO CERVICAL -Adenomegalia (aumento dos linfonodos do pescoço). -Bócio -Aumento das glândulas 1- PRINCIPAIS QUEIXAS: TOPOGRAFIA DA CABEÇA E DO PESCOÇO Aldillany Maria Durante todo o exame da cabeça e do pescoço utiliza-se as técnicas de inspeção (visão), de palpação (tato) e de ausculta (audição). CRÂNIO Deve-se analisar: Tamanho Macrocefalia (aumento). Microcefalia (redução). Formato O formato pode sofrer alterações resultantes de: Trauma. Fechamento prematuro de alguma sutura. Posição da cabeça em relação ao restante do corpo. Ela pode estar: Pendente. Rotacionada para algum lado, como uma forma de buscar alívio de alguma dor, por exemplo. PRINCIPAIS LESÕES ENCONTRADAS NO CRÂNIO ATRAVÉS DA PALPAÇÃO Couro cabeludo Pode-se analisá-lo repartindo o cabelo em várias regiões, em busca de lesões. Ulcerações Pontos dolorosos Saliências o Tumores o Tumefações (inchaço) o Hematomas o Depressões FACE...................................................................... OLHOS Globos oculares Tamanho Simetria Distância entre os globos oculares o Normal. o Hipertelorismo ocular (distância maior entre os globos). o Exoftalmia (protrusão dos globos), pode ser uni ou bilateral. o Enoftalmia (globo ocular afundado para dentro da órbita). o Estrabismo (desvio de um olho em relação ao outro). *possíveis alterações detectadas na inspeção. Supercílios e cílios Quantidade o Madarose (perda parcial de pelos). o Alopécia (perda total dos pelos). o Politricose (aumento dos cílios). Tamanho o Tricomegalia (aumento do tamanho). Direção o Triquíase (alguns cílios não se afastam dos olhos, provocando irritação frequente). 2- PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO CRÂNIO IDENTIFICADAS POR MEIO DA INSPEÇÃO e LESÕES ENCONTRADAS PELA PALPAÇÃO 3- PRINCIPAIS ANORMALIDADES ENCONTRADAS NOS OLHOS POR MEIO DA INSPEÇÃO Aldillany Maria Coloração o Poliose (descoloração dos cílios). Pálpebras Cor o Hiperonia (lesões). Fissuras palpebrais o Simetria. o Pitose palpebral (queda da pálpebra), que pode ser uni ou bilateral. Movimentos de abertura e fechamento Bordas o Entropio (inversão) – voltada para dentro. o Ectrópio (eversão) – voltada para fora. Edema Lesões INSPEÇÃO E PALPAÇÃO (em conjunto) Aparelho lacrimal Ressecamento Lacrimejamento excessivo *Inspeção: afastar as pálpebras inferiores e analisar como está a secreção (ressecamento e lacrimejamento excessivo). Conjuntiva As conjuntivas normalmente são róseas. Conjuntivite (dilatação difusa dos vasos). Anemia (conjuntivas pálidas). Icterícia (conjuntivas amareladas). Pterígio (uma alteração na membrana transparente do olho, na conjuntiva, que avança sobre a córnea). Esclera Irritação Icterícia Melanose ocular Córnea Opacificação Incidir luz obliquamente em cada olho. Cristalino Pupilas Tamanho o Normal – 3 a 5 ml o Miose: pupila contraída. o Midríase: pupila dilatada. Formato o Redondo Simetria (geralmente são simétricas). o 5% das pessoas normais tem pupilas desiguais (anisocoria). Reflexos pupilares Através deles é possível saber se a anisocoria (pupilas desiguais) é benigna ou maligna. Incide-se a luz da lanterna em apenas uma pupila, o que deve provocar a contração dela e da outra para proteger a retina. Reflexo motor (fotomotor) direto: contração da pupila que recebe o feixe luminoso. Reflexo motor (fotomotor) indireto ou consensual: contração da outra pupila. OBS: caso não haja uma lanterna, por exemplo, pode-se também realizar o reflexo paraperto: coloca-se um objeto a uns 10 cm de distância do olho que será examinado; quando o paciente fizer isso, ocorrerá a miose (contração da pupila). 3- REFLEXO MOTOR: direto x indireto Aldillany Maria ORELHAS Pavilhão auditivo o Tamanho o Formato o Posição o Simetria Secreções Tumorações e lesões Corpos estranhos Processos inflamatórios MANOBRAS QUE DEVEM SER FEITAS NA ORELHA Sensibilidade dolorosa (palpação) o Manobra para otalgia O médico deverá buscar, na palpação, sinais de dor, que podem indicar processos inflamatórios, como mastoidites e otites (inflamações no ouvido), além de linfonodomegalias periauriculares (aumento dos gânglios linfáticos – íngua). A otoscopia tem o objetivo de inspecionar melhor o canal auditivo, bem como a membrana timpânica. O otoscópio possui uma lente de aumento e uma fonte luminosa que facilita o processo. Como realizar a otoscopia?? Posiciona-se a cabeça do paciente de modo que se obtenha uma visualização confortável com o otoscópio. Depois disso, deve-se segurar firmemente e delicadamente o pavilhão auricular (orelha externa), tracionando-o para cima e para trás com uma das mãos e apoiar a outra mão (que está com o otoscópio) na face do paciente, com o intuito de acompanhar os possíveis movimentos inesperados que este possa fazer. OBS: em crianças,deve-se puxar o pavilhão auditivo para baixo e para trás. Analisa-se a coloração, a integridade, a forma e o contorno da membrana timpânica, bem como verifica-se se há lesões, processos inflamatórios etc. NARIZ 4- INSPEÇÃO DA ORELHA 4- COMO REALIZAR A OTOSCOPIA? Aldillany Maria Região externa do nariz Formato Simetria Tumorações, lesões e depressões Narinas Mucosa Secreções Vibrissas (pelos no interior das narinas) Posicionamento do septo nasal Avaliar na palpação Sensibilidade (pontos dolorosos) Desnivelamento (possivelmente decorrentes de trauma). A palpação dos seios paranasais é importante para avaliar sua sensibilidade. *Avaliar os seios paranasais frontais e maxilares em busca de uma sinusite. A semiotécnica correta é realizada pressionando os seios paranasais de baixo para cima. Comprime-se a parte óssea das sobrancelhas (de baixo para cima), evitando comprimir os olhos para palpar os seios paranasais frontais. Feito isso, em seguida, comprime-se os seios paranasais maxilares (de baixo para cima). OBS: os seios paranasais são cavidades preenchidas por ar que estão situadas no interior dos ossos do crânio; eles são revestidos por mucosa. Apenas os seios frontais e maxilares são acessíveis facilmente no exame clínico. BOCA Calçar luvas. Verificar se o paciente tem prótese dentária, pedindo para ele removê-la de maneira higiênica. Analisa-se durante a inspeção Lábios o Cor o Umidade o Rachaduras o Ressecamento e descamações o Nódulos e ulcerações Mucosa oral o Coloração o Úlceras e nódulos o Placas esbranquiçadas Gengivas o Coloração o Irritação o Edema e ulcerações Dentes o Quantidade o Manchas o Posição e formato 6- COMO REALIZAR O EXAME DA BOCA, DO LÁBIO E DA OROFARINGE? 5- COMO REALIZAR AS MANOBRAS PARA AVALIAR OS SEIOS PARANASAIS? 5- PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ENCONTRADAS NO NARIZ DURANTE O EXAME FÍSICO Aldillany Maria Língua e assoalho da boca (analisar com a língua para fora) o Forma o Simetria o Textura o Deslocá-la para analisar o movimento Palato o Formato Tonsilas o Edemaciadas Úvula Faringe o Solicitar ao paciente para abrir a boca sem colocar a língua para fora. o Pedir para ele bocejar ou dizer “ah” o Ou comprimir a região média da língua com o auxílio de um abaixador de língua. Analisar a coloração, a presença de lesões, nódulos, secreções, corpos estranhos etc. Solicitar ao paciente para relaxar a língua quando for utilizar o abaixador de língua. Não ultrapassar o segundo terço da língua com o abaixador, pois isso reduz o reflexo do vômito. REGIÃO CERVICAL Analisar toda a região cervical (inspeção) Simetria do pescoço Lesões e nódulos Forma e volume Aumento de linfonodos Aumento da glândula tireoide (bócio) Pele (edema) Mobilidade Turgência das veias jugulares Turgência: dilatação provocada pelo aumento do volume. A turgência jugular é avaliada com o paciente em posição de decúbito dorsal, com o tronco (a cabeceira) a 45°, para avaliar se há ou não distensão da veia jugular. Para isso, traça-se uma linha reta da *fúrcula esternal até o pescoço, verificando se a visibilidade da jugular ultrapassa esse nível. *Caso ultrapasse, há um comprometimento do retorno venoso. Palpação Avaliar a presença de nodulações, de espasmos musculares, processos espinhosos. Pode-se detectar o frêmito no trajeto das artérias carótidas. Ausculta Pousa-se o receptor do estetoscópio na área correspondente à tireoide e nos trajetos dos vasos cervicais (veias jugulares e artérias carótidas). Em condições normais não se ouvem sopros, exceto o rumor venoso (comum em crianças). 6- COMO UTILIZAR CORRETAMENTE O ABAIXADOR DE LÍNGUA? 7- COMO ENCONTRAR A TURGÊNCIA DA JUGULAR? 7- COMO REALIZAR A PALPAÇÃO E A AUSCULTA DOS VASOS LOCALIZADOS NA REGIÃO CERVICAL 7- PRINCIPAIS ESTRUTURAS ENCONTRADAS NA REGIÃO CERVICAL ATRAVÉS DA INSPEÇÃO e ALTERAÇÕES DE MOBILIDADE E SIMETRIA Aldillany Maria Cadeias ganglionares (linfonodos): Pré-auriculares Auriculares posteriores Occipitais Tonsilares Submandibulares Submentonianos Cervicais superficiais Cervicais profundos Cervicais posteriores Supraclaviculares Utilizando as polpas dos dedos indicador e médio, desloca-se a pele sobre os tecidos subjacentes em cada área a ser analisada. O paciente deve estar relaxado, com o pescoço discretamente flexionado para a frente e, caso seja necessário, um pouco inclinado para o lado examinado. Pode-se examinar, de modo geral, os dois lados de modo simultâneo. Entretanto, no caso do linfonodo submentoniano, é interessante palpar com uma das mãos, enquanto a outra segura a parte superior da cabeça do paciente. Tamanho Normal Aumentado Formato Simétrico Assimétrico Organização Isolado Agrupado Mobilidade Fixo Móvel Consistência Endurecido Amolecido Sensibilidade Sente dor à palpação? Como saber se esse linfonodo palpável é resultante de uma inflamação ou de uma possível neoplasia??? Inflamação: dor, bordas bem delimitadas (simetria), consistência macia e relativa mobilidade. Neoplasia: pouca mobilidade, pois geralmente tendem a se aderir aos tecidos adjacentes. 8- DESCREVA AS CADEIAS LINFONODOS NA REGIÃO CERVICAL 9- QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS QUE DEVEMOS PESQUISAR QUANDO ENCONTRAMOS UM LINFONODO PALPÁVEL? 8- COMO REALIZAR A MANOBRA ADEQUADAMENTE PARA PESQUISAR ESSES LINFONODOS? Aldillany Maria Linfonodo x Feixe muscular ou artérias - diferenciando-os: Linfonodo: permite o deslocamento em duas direções: para cima e para baixo e de um lado para o outro. Músculo e/ou artéria: não possibilita esses movimentos. Inspeção da glândula tireoide Tamanho Simetria Nódulos *Gordura ou bócio??? Pedir para o paciente deglutir; se for bócio o volume irá se deslocar juntamente com a deglutição; se for gordura, não haverá esse deslocamento vertical. OBS: A glândula tireoide pode ser completamente retroesternal, ou seja, não é possível localizá-la no exame físico. Nesse caso, realiza-se uma topografia torácica para essa glândula. Palpação da tireoide Abordagem posterior (paciente sentado e o examinador de pé atrás dele) As mãos e os dedos rodeiam o pescoço com os polegares fixos na nuca, e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da mão direita; para o lobo esquerdo, usamos os dedos médio e indicador da mão esquerda. Abordagem anterior (paciente sentado ou de pé e o examinador também sentado ou de pé, postado à sua frente) São os dedos indicadores e médios que palpam a glândula enquanto os polegares apoiam-se sobre o tórax do paciente. O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da mão esquerda e o lobo esquerdo é palpado pelos dedos médio e indicador da mão direita. Seja qual for a manobra empregada, sempre se solicita ao paciente que faça algumas deglutições enquanto se palpa firmemente a glândula. A tireoide eleva-se durante o ato de deglutir. A flexão do pescoço ou uma rotação discreta do pescoço para um lado ou para o outro provoca relaxamento do músculo esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireoide. Posicione-se anteriormente ou posteriormente ao paciente. Localize com uma das mãos a glândula tireoide. Solicite ao paciente que realize algumas deglutições. Identifique a proeminência laríngea, continua descendo até encontrar a cartilagem tricoidea. Abaixo dessa cartilagem estará o istmo da glândula tireoide. Encontrada a posição, utiliza-se as duas mãos: uma para empurrar o conjunto traqueia-glândula para o outro lado e a outra mão palpa mais facilmente o lobo. Repetir o processo com o outro lado. Comparar o tamanho e a consistência dos lobos. Buscar nódulos e hipersensibilidade. 10- COMO REALIZAR A INSPEÇÃO, PALPAÇÃO E AUSCULTA DA GLÂNDULA TIREOIDIANA, RELACIONANDO COM AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS? Aldillany Maria Ausculta da glândula tireoide Pode ser feita por dois motivos: Hipertireoidismo (pode aumentar o fluxo local). Neoplasia (irá originar vasos – angiogênese). REFERÊNCIAS Exame Clínico - Porto & Porto - 8ª ed – 2017. Bates Propedêutica Médica - Bickley - 10ª ed.
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