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foram, afinal, novamente liquidados pelo tear a vapor. Assim, com a
superabundância de tecidos para vestuário produzidos a máquina, cres-
ce o número de alfaiates, modistas, costureiras etc., até que aparece
a máquina de costura.
Correspondendo à massa crescente de matérias-primas, pro-
dutos semi-acabados, instrumentos de trabalho etc., que a empresa
mecanizada fornece com um número relativamente baixo de traba-
lhadores, a elaboração dessas matérias-primas se divide em inúme-
ras subespécies e cresce, portanto, a diversidade dos ramos sociais
de produção. A empresa mecanizada leva a divisão social do trabalho
incomparavelmente mais avante do que a manufatura, pois amplia
a força produtiva dos setores de que se apodera em grau incompa-
ravelmente mais elevado.
O resultado mais próximo da maquinaria é aumentar a mais-valia
e, ao mesmo tempo, a massa de produtos em que ela se representa,
portanto a substância de que a classe dos capitalistas e seu cortejo se
cevam, fazendo crescer essas camadas sociais. Sua riqueza crescente
e a diminuição relativamente constante dos trabalhadores exigidos para
a produção dos gêneros de primeira necessidade geram, além de novas
necessidades de luxo, simultaneamente novos meios para sua satisfa-
ção. Uma parte maior do produto social transforma-se em produto ex-
cedente e uma parte maior do produto excedente é reproduzida e con-
sumida em formas mais refinadas e mais variadas. Em outras palavras:
cresce a produção de luxo.184 O refinamento e a diversificação dos pro-
dutos brotam igualmente das novas relações de mercado mundial, cria-
das pela grande indústria. Não só se trocam mais artigos estrangeiros
de consumo pelo produto doméstico, mas uma massa maior de maté-
rias-primas, ingredientes, produtos semi-acabados etc. estrangeiros en-
tra na indústria doméstica como meio de produção. Com essas relações
de mercado mundial cresce a demanda de trabalho na indústria de
transportes e esta se divide em numerosas subespécies novas.185
A multiplicação dos meios de produção e de subsistência com
decréscimo relativo do número de trabalhadores leva à expansão do
trabalho em ramos da indústria cujos produtos, como canais, docas,
túneis, pontes etc., só trazem frutos em futuro mais distante. Consti-
tuem-se, diretamente com base na maquinaria ou, então, na revolução
industrial geral que lhe corresponde, ramos totalmente novos da pro-
dução e, portanto, novos campos de trabalho. A participação deles na
produção global não é, no entanto, mesmo nos países mais desenvol-
OS ECONOMISTAS
76
184 F. Engels em Lage etc. demonstra a situação deplorável de grande parte exatamente desses
trabalhadores do luxo. Maciços dados novos quanto a isso nos relatórios da “Child. Empls.
Comm.”
185 Em 1861, na Inglaterra e no País de Gales, havia 94 665 marinheiros empregados na
marinha mercante.

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