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FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO 1 Otorrinolaringologia Heloysa Ribeiro rinite alergica RINITE ALÉRGICA É a inflamação da mucosa nasal; Mediada pela imunoglobulina E (IgE); Decorrente de exposição a alérgeno; → Reação adversa à exposição a alérgenos; → Testes positivos e sintomas específicos para o teste; ALERGIA X ATOPIA → Predisposição genética ao desenvolvimento de alergias; → Testes positivos, sem sintomas específicos para o teste; Ex: Pelo de cachorros, muitas pessoas são negativas para o teste, e alguns positivos que não apresentam sintomas quando mantém contato com cachorros – são os atópicos; e os positivos que têm sintomas sempre que têm contato com cachorros – são os alérgicos. 1. Infecciosa – ocasionada por algum agente infeccioso, como vírus, bactérias e fungos; 2. Alérgica 3. Não alérgica e Não infecciosa: o Induzida por drogas – medicamentosa, ex: abuso de rinosoro; o Do idoso, hormonal; o Gestacional – decorre das alterações hormonais da gravidez; o Ocupacional não alérgica – não há alergia ao agente, porém o agente irrita a mucosa nasal; o Gustatória – o pct tem sintomas quando vai se alimentar; o Idiopática – não descobre a causa. 4. Mista – quando o pct tem associação de dois tipos, por ex. o pct tem uma rinite alérgica e associado tem uma rinite medicamentosa; ou o paciente que tem rinite alérgica e tem um resfriado(infecciosa); Leve: não causa impacto no sono, em atividades de lazer, escola ou trabalho – não falta aula/trabalho, consegue fazer as atividades mais intensas, dorme bem. Moderada/Grave: causa impacto em sono, lazer, trabalho/escola – impede o pct de desenvolver algumas atividades; Intermitente: duração < 4dias/sem ou <4sem. Persistente: duração > 4d/sem ou > 4sem. Adultos: 10 – 30%; Crianças: até 50%; Obs: 6ª doença crônica mais prevalente nos adultos, e a mais prevalente nas crianças; História clínica – anamnese + exame físico; Antecedentes pessoais e familiares de atopia – dermatite alérgica, alergia medicamentosa, asma, história familiar +; Exame físico; Exames complementares: → IgE específica; P7 – M13 Prof: Dra Vanessa Rolim FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO → Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata. Sinais e Sintomas Obstrução nasal; Espirros em salvas; Prurido nasal: → Saudação alérgica – ato de coçar o nariz Coriza clara/hialina e abundante; Prurido ocular, lacrimejamento e hiperemia conjuntival; Prurido em MAE, palato e faringe - pct refere prurido no nariz, olhos, palato, ouvido. Epistaxe – pode também apresentar sangramento nasal, muitas vezes relacionado à mudança de clima, contato com poeira; Ainda na Anamnese, questionar: Fatores desencadeantes/agravantes: → Tabagismo ativo/passivo; → Fumaça; → Natação – cloro ativo, frio/quente; Uso de medicamentos – muito comum o uso de vasoconstrictores nasais + assoc de rinite medicamentosa; Comorbidades; Outras doenças alérgicas – asma, eczema, conjuntivite alérgica; Olheiras – cansado, não dorme bem; Dupla linha de Dennie-Morgan (setas azuis) Palato em formato de ogiva – respirador bucal; Linha horizontal no dorso nasal – inicialmente era dinâmica e torna-se estática; Mucosa nasal clara e edemanciada – corneto nasal tocando o septo nasal com grande diminuição do espaço de passagem do ar; Presença de secreção hialina clara ou mucoide; Hipertrofia de CCII (crônicos) – cornetos nasais aumentados de tamanho; Aeroalérgenos Pólens (sazonal) – mais comuns em regiões de clima bem definido; Poeira doméstica (perene): → Ácaros; → Baratas; → Fungos; → Animais domésticos – pelo, saliva e urina; → Insetos; → Alimentos; Irritantes Poluentes/irritantes; Mudanças bruscas de clima; Odores fortes - tintas; Gás de cozinha; Fumaça de cigarro; Poluentes ambientais – monóxido de carbono; Ar frio e seco; 3 Reação inflamatória de hipersensibilidade com participação de anticorpos IgE a alérgenos específicos decorrentes de sensibilização alérgica prévia. Fase de sensibilização: a célula apresentadora de antígeno entra em contato com o alérgeno e apresenta para a célula TH0 → TH2 (linfócito T) → ativa o linf B que começa a síntese de IgE/anticorpos → Mastócitos + IgE Fase de Reação imediata: contato do mastócito + IgE + alérgeno → degranulação e reação alérgica imediata com grande produção de histamina, prostaglandinas e leucotrienos; Reação tardia: mediada por eosinófilos, fazem manutenção dos sintomas alérgicos – mediadores químicos, interleucinas; Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (punctura) – cultura do aeroalérgeno para observar a reação na pele do pct; IgE sérica alérgeno-específica – invito através do sangue do pct; Obs: Deve se buscar o diagnóstico etiológico para fazer um controle ambiental dirigido/específico, tratamento farmacológico (antialérgico, antileucotrienos) adequado, ou ainda imunoterapia específica; Obs: positividade ao teste significa sensibilização. 01. Teste Cutâneo De Hipersensibilidade Imediata Alta sensibilidade e especificidade; Menor custo; Reatividade menor em extremos da vida; Maior chance de falso-negativos em crianças menores e idosos; Não se costuma utilizar em < 2anos ou > 80 anos; Contraindicações: → Eczema extenso ou dermografismo; → Uso de anti-histamínicos orais/corticosteroides tópicos por mais de 7 dias; Dermograsfismo é um tipo de urticária crônica induzida física em que a aplicação de determinada pressão na pele do paciente resultará no aparecimento de pápula no trajeto da pressão exercida – reação exacerbada. 02. IgE Sérica TOTAL: valor diagnóstico para alergia limitado; → Utilizado mais na população carente, muito limitado, muitos fatores elevam a IgE sérica total; ESPECÍFICA - In vitro; → Sensibilidade de 89% e Especificidade de 91% EXAMES DA CAVIDADE NASAL Podem ser feitos para diagnóstico diferencial; 01. NASOFIBROSCOPIA: avaliação estrutural minuciosa de todas as referências anatômicas que possam influenciar na função e na fisiopatogênese das rinites – obstrução nasal de outra causa? 02. CITOLOGIA NASAL: deferência rinites eosinofílicas (>10% de eosinófilos) e não eosinofílicas. 01. MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS • Controle ambiental - limpeza; FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO Obs: 3 a 6 meses para o início dos benefícios – alguns aeroalérgenos demoram até 6meses para sair do ambiente após a limpeza; • Quarto de dormir deve ser bem ventilado e ensolarado; • Evite travesseiro e colchão de paina ou pena; → Use os de espuma, fibra ou látex, sempre que possível envoltos em material plástico (vinil) ou em capas impermeáveis aos ácaros. • Troque e lave as roupas de cama e cobertores regularmente com detergente e a altas temperaturas (>55ºC) e seque- as ao sol ou ar quente – sol ajuda a matar ácaros e fungos; • Aspire a superfície dos colchões com aspirador doméstico com filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air); • Evite tapetes, carpetes, cortinas e almofadões; • Dê preferência a: → Pisos laváveis (cerâmica, vinil e madeira); → Cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido; • Camas e berços não devem ser justapostos à parede; • Limpe o estrado da cama duas vezes por mês; • Dar preferência à vida ao ar livre. Esportes podem e devem ser praticados, evitando-se dias com alta exposição aos poles ou poluentes; • Evitar banhos extremamente quentes e oscilações bruscas de temperatura. A temperatura ideal da água é atemperatura corporal; • Manter os filtros dos aparelhos de ar condicionado sempre limpos; • Identifique e elimine o mofo e a umidade, principalmente no quarto de dormir, reduzindo a umidade a cerca de 50% - umidificador predispõe o crescimento de fungos e ácaros; • Evitar animais de pelo e pena; • Evitar o uso de vassouras, espanadores e aspiradores de pó comuns; → Passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores de pó com filtros especiais 2x/semana; • Afastar o paciente alérgico do ambiente enquanto se faz a limpeza; • Evite bichos de pelúcia, estantes de livros, revistas, caixas de papelão no quarto de dormir; • Substitua-os brinquedos de pelúcia por brinquedos de materiais que possam ser lavados com frequência; • MEDIDAS FARMACOLÓGICAS • Solução salina – lavagem com soro nasal para todos os pacientes; • Antihistamínicos; • Descongestionantes; • Corticosteroides; • Cromoglicato dissódico; • Antagonistas de receptores de leucotrienos; • Imunoterapia alérgeno específica; SOLUÇÃO SALINA EM CAVIDADE NASAL Mecanismo de ação se dar através da remoção de: → Secreções patológicas → alívio sintomático; → Mediadores inflamatórios presentes no muco nasal; → Alérgenos, diminuindo o estímulo alérgico; Isotônica: 1-2 vezes/dia (tratamento adjuvante); Soro comum, 0,9%; Uso antes de aplicar outros medicamentos tópicos nasais – limpa e prepara a mucosa; ANTIHISTAMÍNICOS Aliviam de forma eficaz os sintomas da fase imediata – prurido nasal, espirros, rinorreia e sintomas oculares – e parcialmente a obstrução nasal da fase tardia; Os principais receptores da histamina envolvidos na rinite alérgica são os HR1; Medicamentos de rápido inicio de ação: 30 – 60 minutos; Classificação dos Antihistamínicos: Clássicos ou 1ª geração: → Facilidade de penetração na barreira hematoencefálica; → Baixa seletividade pelo receptor da histamina; 5 → Sedantes – causam muita sonolência; Possíveis efeitos adversos dos Anti-H1 de 1ª geração: Obs: Precisa levar os efeitos adversos em consideração na hora de prescrever, existem anti-hista de 2ª geração muito melhores atualmente Não clássicos ou 2ª geração: → Baixa passagem através da barreira hematoencefálica, com poucos efeitos adversos sobre o sistema nervoso central; → Não sedantes – não causam sonolência; → Elevada potência; → Longa duração de ação; → Alta afinidade aos receptores H1, com pouco ou nenhum efeito anticolinérgico, antidopaminérgico e antiserotoninérgico; → Excelente perfil de segurança; Anti-histamínicos-histamínicos orais em adultos: Anti-histamínicos H1 Clássicos de 1ª geração: Anti-histamínicos H1 Não-clássicos de 2ª geração: DESCONGESTIONANTES Usamos descongestionantes nos pacientes que têm queixa de obstrução nasal; Sistêmicos: → Pseudoefedrina → Fenilefrina → Em combinação com anti-histamínicos; ex: AlegraD Aminas aromáticas: Efedrina; Fenilefrina Derivados imidazólicos: Nafazolina; Oximetazolina Tópicos: → Usar por, no máximo, 7 dias – na prática não devem utilizar por mais de 5 dias; → Risco de rinite medicamentosa de rebote – paciente que vicia no remédio, tolerância; FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO São medicações que devemos utilizar por curto período de tempo, tanto o sistêmico quanto o tópico; é um vasoconstrictor portanto pode ocasionar efeitos colaterais como taquicardia, ansiedade; - não deve ser utilizado em logo prazo, apenas enquanto outras medicações fazem efeito. → Efeitos cardiovasculares e no SNC; → Contraindicados em crianças < 6 anos de idade - bula; → Evitar em idosos – em virtude dos efeitos cardiovasculares; CORTICOSTEROIDE Sistêmico: → Oral: máximo de 5-7 dias; → Pode ser apropriado no controle de sintomas nasais graves. → Tratamento com corticosteroide de depósito, injetáveis, é proscrito para rinite alérgica – ex: Beta30, duração 20-21dias; Tópico nasal: → Melhoram todos os sintomas de RA; → Início da ação de 7-12h; → Efeito terapêutico leva até 14 dias para ser atingido; → Furoato de mometasona, furoato de fluticasona: > 2 anos; → Budesonida, propionato de fluticasona: > 4 anos; → Dipropionato de beclometasona, ciclesonida: > 6 anos; Obs: O corticoide nasal tópico é diferente do descongestionante nasal – usados com objetivos diferentes; A forma correta do paciente usar é apontar um pouquinho na lateral da narina; Obs: Corticoide tópico é sempre após a lavagem com SF; Ordem de potência: 1. Furoato Fluticasona 2. Mometasona 3. Propionato de Fluticasona 4. Beclometasona 5. Ciclesonida 6. Budesonida Obs: A budesonida é liberada para uso em gestantes; Associação corticosteroide e anti- histamínico para uso tópico nasal: → Anti-H1: DymistaR (Cloridato de Azelastina, 137mcg/jato) + CN (propionato de fluticasona, 50mcg/jato) para uso tópico, em dispositivo único. → Hoje disponível no Brasil; → Ótima medicação para rinite de difícil controle; → Medicação mais cara; CROMOGLICATO DISSÓDICO Ação = estabilizar a membrana de mastócitos e impede a liberação de mediadores químicos estocados nestas células durante a reação alérgica; Uso profilático; Vantagem: excelente perfil de segurança - lactentes, faixa etária em que os CN não são liberados. Soluções tópicas nasais a 2% e 4%; Desvantagem: curta meia-vida (uso: 4- 6x/dia) – dificulta adesão; ANTAGONISTAS DE RECEPTORES DE LEUCOTRIENOS Montelucaste de Sódio: → 4mg: 6 meses – 5 anos; → 5mg: 6 – 14 anos; → 10mg: =/> 15 anos; Antagonistas de receptores de leucotrienos associades a anti-histamínico oral: → LevolukastR → Levocetirizine 5mg + montelucaste de sódio 10mg; → > 18 anos; IMUNOTERAPIA ALÉRGENO ESPECÍFICA “Vacina”; 7 Redução da alergia até a cura; Injetável ou tópico, via sublingual; Único tratamento modificador da evolução natural da doença; Proporciona benefícios duradouros após a sua descontinuação; Previne a progressão da doença (Ex: desenvolvimento de asma/novas sensibilizações); Recomendada no tratamento de: → Adultos e crianças (> 5anos); → Com RA intermitente moderada/grave e em todas as formas persistentes; Indicação depende de: → Comprovação da sensibilização alérgeno específica por métodos in vivo ou in vitro – diagnóstico da RA; → Relevância do(s) alérgeno(s) no desencadeamento de sintomas – sintomas exuberantes com grande interferência na qualidade de vida; → Impossibilidade de evitar a exposição ao(s) alérgeno(s); → Disponibilidade de extrato alergênico padronizado. Específica para cada paciente-alérgeno; Contraindicações à imunoterapia alérgeno específica: Tratamento da RN pode ser Escalonado: Pode se começar com imunoterapia, e depois associar, ou pode começar com uma associação de várias drogas e ir diminuindo ao longo do tratamento – depende da avaliação médica do paciente. Obs: Pode ser necessário cirurgia para diminuição dos cornetos nasais; Obs: Devido a comunicação do ouvido médio e nariz é possível que a RA cause sintomas otológicos – sensação de plenitude – pode complicar inclusive causar surdez.
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