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SISTEMA DIGESTÓRIO

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
 
ANAMNESE BOCA: 
Os principais sinais e sintomas são: dor, limitação da abertura da boca, 
disfunção da articulação temporomandibular (ATM), halitose, xerostomia, 
sangramento gengival, ulcerações aftosas recorrentes, úlceras que não 
cicatrizam nódulos, vesículas, bolhas, manchas e placas. 
DOR 
 A mais comum é de origem dentária (odontalgia) 
 As causas estão relacionadas com: cárie dentária, alterações pulpares e 
dos tecidos de suporte dos dentes, o periodonto. 
 Pode ser aguda, bem localizada, de curta duração e desaparece quando 
se elimina a causa 
 Pulpite: a dor é aguda e contínua, a princípio localizada, mas com o evoluir 
do processo irradia para as regiões próximas ao dente comprometido. 
 A intensidade da dor aumenta com substâncias frias, quentes, doces e 
ácidas e persiste após a interrupção do contato 
 As dores mais comuns estão relacionadas ao abscesso periapical e 
periodontal, à alveolite e à osteomielite. 
 Abscessos são processos inflamatórios, caracterizado pela formação de 
pus. A dor é aguda, intensa, pulsátil e contínua. No início é localizada, 
mas geralmente evolui para dor referida a distância 
 Alveolite é a complicação mais comum após uma extração dentária difícil 
e traumática. Pois o coagulo sanguíneo se desintegrou ou foi deslocado, 
resultando em odor desagradável, mas sem supuração 
 Osteomielite é um processo inflamatório agudo ou crônico localizados nos 
espaços medulares ou nas superfícies corticais. Em geral é uma infecção 
bacteriana. Os sintomas dos casos agudos são: dor intensa, febre, 
linfadenopatia regional, mobilidade e sensibilidade dolorosa dos dentes 
acometidos, presença de fragmentos ósseos com esfoliação espontânea, 
parestesia ou anestesia do lábio inferior pode ocorrer. Quando a aguda 
não é tratada, pode evoluir para osteomielite crônica. 
 
 
 
 
LIMITAÇÃO DA ABERTURA BUCAL 
 Consiste na dificuldade ou impossibilidade, temporária ou permanente, de 
abertura da boca. 
 Pode ter causa intra ou extra-articular (ATM) 
 Causas mais comuns: desarranjo interno ou luxação da ATM, fratura da 
cabeça da mandíbula, sinovite traumática, artrite inflamatória, osteoartrite, 
anquilose, traumas ou fraturas de ossos da face, edema pós-cirúrgico, 
etc. 
HALITOSE 
 Odor bucal desagradável 
 A queixa requer exame adequado, não só da cavidade bucal, mas 
também dos sistemas respiratório e digestório, da pele e das mucosas 
 Pode ser também de origem metabólica ou psicogênica 
 Normalmente é de causa local: higiene bucal deficiente, doenças 
gengivais e periodontais, uso de bebidas alcoólicas, tabagismo, ingestão 
de alimentos e bebidas fortemente aromatizadas 
 Causas não bucais são: respiratórias, digestórias, metabólicas, 
psicogênicas, jejum prolongado 
XEROSTOMIA 
 Conhecido como “boca seca” 
 Pode estar relacionada com falta de saliva, contudo, nem sempre a boca 
seca indica falta ou diminuição na produção de saliva. 
 Pode ocorrer em doenças das glândulas salivares: síndrome de Sjogren, 
DM, radiação da cabeça e pescoço, quimioterapia e uso de alguns 
medicamentos 
SANGRAMENTO GENGIVAL 
 É um sintoma comum 
 A causa mais frequente é o ato de escovar os dentes (necessário 
pesquisar a presença de gengivite) 
ULCERAÇÕES AFTOSAS RECORRENTES 
 São comuns em diferentes locais da mucosa bucal, sem causa definida 
 A destruição da mucosa parece representar uma reação imunológica 
mediada pelas células T 
 As causas incluem: alergias, predisposição genética, deficiências 
nutricionais, anormalidades hematológicas, influências hormonais, 
agentes infecciosos, traumas e estresse. 
ÚLCERAS QUE NÃO CICATRIZAM 
 Ulcerações cutâneas ou em mucosas que não cicatrizam em um período 
de 4 a 6 semanas devem ser investigadas no sentido de excluir a 
possibilidade de uma neoplasia maligna 
 A falta de higiene local é fonte de infeções recorrentes, favorecendo a 
formação de trajetos fistulosos e abscessos. 
NÓDULOS, VESÍCULAS, BOLHAS, MANCHAS E PLACAS 
 Os nódulos são: processos proliferativos não neoplásicos, neoplasias 
benignas e relacionadas com o desenvolvimento, tais como o toro do 
ósseo palatino e mandibular. São lesões bem delimitadas que 
apresentam superfície lisa, mas que podem apresentar sinais 
inflamatórios. 
 As vesículas e as bolhas são manifestações de doenças de natureza 
infecciosa, traumática ou autoimune 
 Manifestações clínicas do herpes, por exemplo, localizadas na região 
perioral podem se manifestar como vesículas e bolhas dolorosas 
 Manchas na região bucomaxilofacial podem ser resultantes de fatores 
endógenos ou exógenos 
 As manchas vermelhas ou eritematosas geralmente estão associadas a 
alterações vasculares, traumáticas, infecciosas e alterações 
potencialmente malignas 
 As manchas brancas ou leucoplásicas podem ser resultantes de 
leucoedema, quando localizadas na mucosa jugal. Trauma e uso de 
cigarros podem estimular a produção local de queratina. 
 
ANAMNESE DO ESÔFAGO: 
 As principais queixas são: disfagia, odinofagia, afagia, fagofobia, 
pirose, dor esofágica e regurgitação 
 Outros sintomas que podem estar relacionados são: eructação, soluço, 
sialose, afagia, fagofobia e hematêmese. 
 Os mais importante sintoma é DISFAGIA 
 Sinais de alerta para doenças no esôfago: hematêmese, dor, perda de 
peso, idade avançada, anemia 
 Sintomas atípicos de doença no esôfago: tosse, dor no peito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISFAGIA 
 Dificuldade à deglutição 
 Ocorre nas duas primeiras fases da deglutição, chamada de: 
bucofaríngea, alta ou de transferência 
 A da terceira fase da deglutição é chamada de: esofágica, baixa ou de 
transporte 
 A bucofaríngea pode ser facilmente reconhecida: o alimento permanece 
no todo ou em parte na cavidade bucal após a tentativa de deglutição, 
podendo haver aspiração para a árvore traqueobrônquica, seguida de 
tosse ou regurgitação nasal 
TERMOS TÉCNICOS 
Algesia: sensibilidade a dor 
Disgeusia: distorção ou diminuição do senso do paladar 
Parageusia: mal paladar na boca 
Tenesmo: espasmo doloroso do esfíncter anal, com desejo de urinas ou 
defecar, porém com pouca eliminação de fezes ou urina 
Hematêmese: sangue no vômito 
Melena: fezes borra de café 
Enterorragia: sangue vivo nas fezes 
Plenitude pós-prandial: sensação de empachamento, muito cheio 
 Na disfagia esofágica, o paciente tem a sensação de parada do bolo 
alimentar no esôfago. Pode ocorrer devido a uma obstrução de natureza 
orgânica ou a alterações motoras. 
 
 
ODINOFAGIA 
 Dor que surge com a ingestão de alimentos 
 Pode ocorrer como sintoma isolado, porém comumente está associado à 
disfagia 
 Referida como dor urente, em punhalada, constritiva ou espasmódica 
 Se deve a contrações musculares de maior intensidade no esôfago distal 
ou a lesões associadas da mucosa 
AFAGIA 
 Obstrução esofágica completa 
 Se deve a impactação do bolo alimentar e representa uma urgência 
médica 
FAGOFOBIA 
 É o medo de deglutir 
 Pode ocorrer em casos de histeria, tétano, raiva e paralisia faríngea 
 Geralmente desencadeado por medo de aspiração de alimento ou 
comprimidos 
PIROSE 
 Sensação de acidez 
 Referida pelo paciente como: azia, queimor ou queimação 
 Principal sintoma de refluxo gastresofágico 
 É de localização retroesternal 
 Percebida no nível do apêndice xifoide 
 Pode propagar-se para a região epigástrica, para ambos os lados do tórax 
ou, mais comumente, em direção ascendente, até o nível do manúbrio 
esternal 
 Ocorre, na maioria das vezes, após as refeições 
 Pode ser desencadeada por determinados alimentos como: frituras, 
bebidas alcoólicas, café, frutas cítricas e chocolate, ou pela posição em 
decúbito 
 As vezes, acompanhada de regurgitação de pequenas quantidades de 
líquido de sabor azedo ou amargo 
 Sugere insuficiência do mecanismoimpediente de refluxo, cujas causas 
mais comuns são: o relaxamento transitório do esfíncter inferior do 
esôfago, a hérnia hiatal e a hipotonia do esfíncter inferior do esôfago 
DOR 
 A dor “espontânea” distingue-se da odinofagia, por não depender do ato 
de ingerir o alimento 
 Pode ser causada por mudanças do pH intraluminal, atividade motora 
anormal ou processos inflamatórios ou neoplásicos da parede esofágica 
 O caráter da dor varia em função da doença-base 
 Esofagite péptica: dor urente, que representa acentuação da pirose 
 Distúrbios motores do esôfago (espasmo difuso e nas manifestações 
hipercinéticas da esofagopatia chagásica e da acalasia idiopática): dor em 
cólica, constritiva ou dilacerante. 
 Câncer de esôfago: quando ocorre a dor, ela é surda, contínua. Indicando, 
quase sempre, extensão da neoplasia às estruturas mediastinais. 
 Esôfago em quebra-nozes: denominação dada ao esôfago com 
contrações peristálticas acima de 180mmHg 
REGURGITAÇÃO 
 É a volta do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago 
à cavidade bucal, sem náuseas e sem a participação dos músculos 
abdominais 
 A regurgitação de pequena quantidade de líquido, pela manhã, é 
chamada de pituíta. 
 As causas podem ser mecânicas ou motoras 
 As mecânicas mais comuns são: estenoses, neoplasias, divertículo 
faringoesofágico e obstrução do lúmen esofágico por alimento 
 Os motores mais comuns são: megaesôfago chagásico, a acalasia 
idiopática e, mais raramente, o espasmo difuso do esôfago. 
 Fatores que favorecem: hipotonia de esfíncter inferior do esôfago, 
aumento da pressão intragástrica ou intra-abdominal e mudanças 
posturais, como inclinação do tronco para frente, decúbito dorsal e 
decúbito lateral direito 
 Ocorre quase sempre após as refeições 
 No megaesôfago, há 2 tipos de regurgitação: ativa, dinâmica ou 
ortostática, que surge durante ou imediatamente após a refeição, 
decorrente da incoordenação motora do esôfago, e a passiva, de 
decúbito ou clinostática, que se manifesta tardiamente, com o paciente 
deitado, quase sempre à noite. 
 Mericismo: consiste na volta, à boca, de pequenas quantidades de 
alimento, que, na maioria das vezes, é novamente deglutido pelo 
paciente, à maneira dos ruminantes. 
ERUCTAÇÃO 
 Não constitui sintoma próprio das doenças do esôfago 
 Ocorre, na maioria das vezes, em consequência da ingestão de maior 
quantidade de ar durante as refeições ou em situações de ansiedade 
 Aerofagia: é a deglutição de grande quantidade de ar com o objetivo de 
eructar 
SOLUÇO 
 Não constitui sintoma próprio das doenças do esôfago e nem mesmo do 
sistema digestório 
 É um distúrbio da coordenação da respiração 
 Ocorre por um espasmo diafragmático no momento da inspiração com o 
concomitante fechamento glótico, acompanhado de ruído característico 
 Causas: doenças do sistema nervoso central, irritação do nervo frênico ou 
do diafragma, estimulação reflexa, doenças que comprometem o 
mediastino, pleura e órgãos intra-abdominais 
SIALOSE 
 Também chamada de sialorreia ou ptialismo 
 Caracteriza-se pela produção excessiva de secreção salivar 
 Observada nas esofagopatias obstrutivas de modo geral e, em particular, 
no megaesôfago chagásico 
 A hipersalivação se deve ao chamado reflexo esofagossalivar de Roger 
HEMATÊMESE 
 “Vômito com sangue” 
 Caracteriza a hemorragia digestiva alta 
 A causa mais comum de sangramento são as varizes do esôfago 
 
ANAMNESE ESTÔMAGO E DUODENO 
 As relações dos sintomas com fatores emocionais, psicológicos e 
psiquiátricos têm grande importância na avaliação de quadros de origem 
gástrica 
 Deve-se perguntar ao paciente sobre: transtornos de humor, de 
ansiedade, distúrbios alimentares, diabetes, etilismo e tabagismo e uso 
de medicamentos que podem provocar dispepsia como antibióticos e anti-
inflamatórios 
 
 
 
DOR 
 Sintoma mais frequente das doenças do estômago e duodeno 
 A dor visceral do estômago e do bulbo duodenal é percebida na linha 
mediana do epigástrico, poucos centímetros abaixo do apêndice xifoide 
 Doenças inflamatórias ou neoplásicas que afetam a face serosa do 
estômago causam dor contínua e intensa na parte superior do abdômen, 
principalmente epigástrico 
PLENITUDE PÓS-PRANDIAL E SACIEDADE PRECOCE 
 É a sensação de persistência prolongada de alimentos no estômago após 
uma refeição, gerando desconforto 
 A saciedade precoce é definida como a sensação de que o estômago está 
cheio logo após o início de uma refeição, impedindo que seja terminada 
NÁUSEAS E VÔMITOS 
 Manifestações comuns das doenças do estômago e do duodeno 
 Náuseas: sensação desagradável relacionada à necessidade iminente de 
vomitar, localizada no epigástrico ou na garganta 
 Vômito: caracterizado pela expulsão forçada de conteúdo gástrico ou 
intestinal pela boca, associado à contração dos músculos abdominais e 
torácicos. 
 A ocorrência de vômitos acompanhando as crises dolorosas não denota 
necessariamente obstrução do trato de saída do estômago 
 Náuseas e vômito frequentemente têm origem extradigestiva 
 
 
 
 
ESOFAGITE EROSIVA 
 É uma consequência do refluxo 
 
ANAMNESE INTESTINO DELGADO: 
 A idade é bastante importante nesse caso. 
 Com relação ao sexo, merece referência a doença de Whipple, que 
ocorre muito mais em homens do que em mulheres, em uma proporção 
aproximada de 9:1. 
 Origem racial, como a deficiência seletiva da lactase intestinal atinge a 
quase totalidade dos orientais e dos negros e mais da metade das 
pessoas de origem árabe. 
 A procedência dos pacientes guarda relação, particularmente, com a 
distribuição geográfica das doenças infecciosas e parasitárias. 
 Quanto aos antecedentes pessoais, destacam-se os dados sobre a 
evolução pôndero-estatural na infância e na adolescência e sobre o 
desenvolvimento puberal. Deficiência do desenvolvimento somático, 
intelectual ou da maturação sexual pode sugerir doença crônica instalada 
desde a infância ou adolescência. 
 Tuberculose, que pode causar obstrução ou linfangiectasia intestinal, 
muitos anos após o seu diagnóstico, tratamento e cura comprovada. 
 A referência a intervenções cirúrgicas ou o encontro de incisões 
abdominais no exame físico. 
 Atenção particular deve ser dada ao uso de bebidas alcoólicas. A ingestão 
prolongada ou imoderada de álcool acarreta alterações anatômicas e 
funcionais em vários órgãos do aparelho digestivo, incluindo o intestino 
delgado. Pode, também, associar-se a outras condições, como 
desnutrição ou diminuição da resistência à ação de agentes biológicos. 
 Em algumas situações, as manifestações clínicas estão diretamente 
relacionadas com os efeitos colaterais de medicamentos utilizados 
(exemplos: diarreia provocada por antiácidos, anti-inflamatórios, cólicas 
por sais de ferro). 
 Pacientes com evidentes distúrbios da esfera psíquica estão entre os que, 
com maior probabilidade, apresentam sintomas desprovidos de substrato 
orgânico reconhecível. 
 Casos semelhantes na família, o que pode ser útil no diagnóstico de 
doenças de base genética, como a doença celíaca e as poliposes 
familiais. 
 
 
 
As principais manifestações das afecções do intestino delgado são: diarreia, 
esteatorreia, dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, 
hemorragias digestivas, febre, perda de peso, anemia, edema, 
manifestações carenciais e insuficiência endócrina. 
Diarreia 
 A diarreia é a manifestação mais comum das doenças do intestino 
delgado. 
 O ritmo normal do intestino é 3x ao dia ou 1 vez a cada 2 dias 
 Aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao 
aumento do número das evacuações e do volume fecal em 24 h. 
 Diarreia aguda: duração de até 2 semanas (virose) 
 Diarreia persistente: de 2 a 4 semanas (parasitas) 
TERMO TÉCNICO 
Acolia fecal: fezes esbranquiçadas 
 Diarreia crônica: + 4 semanas (síndromedo intestino irritável, neoplasia, 
etc.) 
 Sinais de alerta para a diarreia: enterorragia, não ouvir nada na ausculta 
 Pode ser decorrente dos seguintes mecanismos: 
- Aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal (diarreia 
osmótica). O acúmulo de substâncias não absorvíveis no intestino 
delgado pode determinar retardo da absorção de água e eletrólitos ou 
passagem de líquidos do meio interno para o lúmen intestinal. Este tipo 
de diarreia aparece quando há defeito na digestão ou na absorção de 
nutrientes, como se observa na síndrome de má absorção. 
- Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal 
(diarreia secretora). Este mecanismo ocorre quando há estímulos à 
síntese de AMP cíclico intracelular, resultando em secreção ativa de água 
e eletrólitos pela mucosa do intestino delgado. Na diarreia por 
enterotoxinas bacterianas (Vi brio cholerae, Escherichia co li) e por alguns 
medicamentos (teofilina, prostaglandinas), este é o mecanismo 
responsável. 
- Aumento da permeabilidade da mucosa intestinal (diarreia exsudativa). 
Alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas na mucosa intestinal 
resultam em passagem anormal de líquidos do meio interno para o lúmen 
do intestino delgado. São exemplos a diarreia das doenças inflamatórias 
e dos linfomas difusos do intestino delgado • alteração da motilidade do 
intestino delgado (diarreia motora). Este mecanismo ocorre quando há 
uma alteração capaz de modificar o padrão normal do trânsito no intestino 
delgado. São exemplos o hipertireoidismo e a diarreia funcional, 
condições nas quais o trânsito pelo intestino delgado é acelerado. 
 Certificar-se, em primeiro lugar, da própria existência da diarreia. Isto 
porque, em alguns casos, o aumento do teor de líquido das fezes pode 
não provocar mudanças exuberantes ou ser tão gradual que passa 
despercebido ao paciente. 
 Aumento do teor de líquido das fezes, condição definidora da diarreia. 
 Volume de cada evacuação, da frequência diária das mesmas e da 
consistência ou teor de líquido das fezes. 
 A determinação da duração do processo diarreico é muito útil, em especial 
para estabelecer o diagnóstico etiológico. As diarreias de poucos dias de 
duração apresentam, em geral, causas diferentes das crônicas. 
 Nestes casos, as dejeções costumam ser volumosas e amolecidas, 
quando não francamente líquidas ou semilíquidas. O volume aumentado 
das fezes pode ser aparente, quer em cada evacuação, quer quando se 
calcula o volume de 24 h. Sua frequência está aumentada, mas 
dificilmente alcança a que se observa nas afecções inflamatórias das 
porções mais distais do intestino grosso. 
 Podem estar mais claras, brilhantes, leves e espumosas. As 
evacuações podem se acompanhar da eliminação de grande 
quantidade de gases, o que confere um caráter "explosivo" às dejeções. 
Muitas vezes são precedidas de cólicas abdominais, de localização 
periumbilical, ou de dor difusa, a qual predomina no hemiabdome direito. 
São comuns os restos alimentares nas dejeções, sendo importante 
diferenciar os restos de alimentos normalmente não digeríveis, como os 
que contêm fibras vegetais, dos normalmente digeríveis. 
 Hábitos alimentares são grandes responsáveis. 
 Outro dado indicador de distúrbio da digestão ou da absorção são as 
gorduras, que caracterizam a esteatorreia. 
 O uso de medicamentos, pois vários fármacos podem produzir ou agravar 
a diarreia. Entre estes, incluem-se antibióticos, anti-inflamatórios, 
antiarrítmicos, anti-hipertensivos, cardiotônicos e antiácidos. 
 Se há restos alimentares digeríveis e, em particular, pode ser 
reconhecida gordura nas fezes, isso indica defeito nos processos de 
digestão e absorção. 
 Quando a diarreia cessa ou diminui com um período de jejum 
completo, é sugestivo que ela se deva a aumento da pressão 
osmótica intraluminal. Se a diarreia não cessar com o jejum, é 
provável que se trate de processo secretório ou exsudativo. 
 Havendo febre, dor abdominal e eliminação de sangue parcialmente 
digerido, deve-se pensar na possibilidade de alterações 
inflamatórias. 
 
Esteatorreia 
 É o aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes. 
 A diarreia, por si, aumenta a excreção de gorduras até 14 g/ dia, condição 
conhecida como má absorção secundária de gorduras. 
 Se relacionam com má absorção exclusiva do componente lipídico da 
dieta ou de todos os macronutrientes: hidratos de carbono, proteínas 
e gorduras. 
 Na grande maioria das vezes, ela associa-se à diarreia com aumento do 
volume das fezes. 
 É também comum haver manifestações indicativas do aumento do 
conteúdo gasoso do intestino grosso, proveniente da digestão bacteriana 
de substratos não absorvidos, traduzido por cólicas periumbilicais, 
distensão abdominal e flatulência. 
 A diarreia associada à esteatorreia, tendo como mecanismo o aumento 
da pressão osmótica intraluminal, costuma cessar ou diminuir após um 
período de jejum completo. 
 As dejeções passam a ser volumosas, brilhantes ou lustrosas, com 
tendência a certo clareamento das fezes, as quais, não raro, ficam 
flutuando na água do vaso sanitário. Esta modificação da sua densidade 
deve-se ao aumento do seu conteúdo gasoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Considerando que estas constituem importante fonte de calorias, 
estes estados de má absorção que resultam em esteatorreia 
frequentemente se manifestam por fraqueza, fadiga e perda de peso. 
Dor Abdominal 
 A dor abdominal é sintoma comum das doenças do intestino delgado. 
 É importante considerar a localização, a irradiação, a intensidade, o 
modo de início, as variações cronológicas, os fatores de melhora e de 
piora e as manifestações associadas. 
 Sua localização é, em geral, imprecisa, sendo indicada pelo paciente 
em algum ponto próximo da região umbilical. 
 Quando há comprometimento dos segmentos mais distais do íleo, ela 
se localiza um pouco abaixo da cicatriz umbilical, entre o mesogástrio 
e o hipogástrio. Se sua origem for no íleo terminal, é percebida no 
quadrante inferior direito. 
 Quando decorre de uma peritonite restrita, sua localização 
corresponde à da sede do processo inflamatório. Aliás, com grande 
frequência, as doenças intestinais cursam com peritonite focal, sendo 
exemplo disso a doença de Crohn, que afeta preferencialmente o íleo 
terminal. Nesses casos, a sede mais comum da dor é o quadrante 
inferior direito do abdome. Por fim, quando há peritonite generalizada, 
ela é sentida difusamente por todo este local. 
 A irradiação da dor para outros locais depende do mecanismo 
etiopatogênico e da intensidade da estimulação dolorosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A dor visceral, originada da distensão ou da contração das paredes 
musculares do intestino, costuma ser descrita como tendo caráter de 
"distensão" ou "torção”. 
 Quando há alterações inflamatórias, congestivas ou isquêmicas, é 
possível que se apliquem as designações "constrição" ou "peso. 
 Sensações semelhantes a "queimação, ou "pontada podem ser 
empregadas quando há participação do peritônio perivisceral no 
processo inflamatório. 
 A duração de todo o quadro, permitindo sua caracterização como 
agudo, subagudo, crônico, recidivante, guarda relação direta com a 
evolução das várias doenças do intestino delgado. 
 Por fim, a duração dos episódios de dor e a descrição de modificações 
havidas em seu período de estado podem tornar possível a 
caracterização da verdadeira cólica intestinal. Esta se caracteriza por 
uma dor de início relativamente abrupto, com agravamento rápido e 
progressivo da sua intensidade que, no seu acme, acompanha-se de 
manifestações autonômicas. Em seguida, a dor diminui gradualmente 
até tornar-se pouco intensa, ou mesmo desaparecer completamente. 
A cólica intestinal indica distensão das paredes do intestino ou 
contraçãode sua musculatura. 
Distensão abdominal, flatulência e dispepsia 
 Má absorção, pode ocorrer um conjunto de sintomas indicativos de 
repleção abdominal, provocados por aumento do conteúdo gasoso do 
tubo digestivo. Estes sintomas, em geral, apresentam-se junto com 
diarreia, esteatorreia ou dor abdominal, mas também podem ocorrer 
isoladamente. 
 Sintomas dispépticos são sensações desagradáveis, de natureza 
variada, atribuíveis às porções proximais do tubo digestivo (estômago e 
duodeno). Frequentemente, ocorrem em associações diversas que 
incluem eructações, desconforto ou dor localizados no epigástrio, 
saciedade precoce, plenitude ou empachamento pós-prandial e 
náuseas, acompanhadas ou não de vômitos. 
 O aumento do conteúdo líquido do intestino delgado, má absorção ou 
deficiência de propulsão, e excesso de gases pela fermentação 
bacteriana de açúcares não absorvidos. 
 Deve ficar claro, na anamnese, se a distensão abdominal, a flatulência e 
outros sintomas dispépticos apresentam-se isoladamente ou não. 
 A associação com diarreia e, em particular, com esteatorreia sugere 
sempre a ocorrência de processo patológico causando má absorção 
global dos nutrientes. 
 A concomitância deles com dor abdominal intensa, contínua, e 
exacerbações periódicas, pode indicar obstrução mecânica de algum 
segmento do tubo digestivo. Neste caso, é possível observar períodos de 
diminuição ou de parada da eliminação de gases e de fezes. 
Hemorragia digestiva 
 Tem importância no diagnóstico etiológico e no prognóstico do paciente. 
 A localização do sangramento e sua relevância, determinada pelo volume, 
velocidade e duração da perda sanguínea. Em geral, é o relato de melena 
que sugere que a hemorragia se originou no intestino delgado, pois há 
tempo para a digestão do sangue se o local do sangramento estiver entre 
o ângulo de Treitz e a válvula ileocecal. 
 As fezes tornam-se enegrecidas, podendo ou não guardar uma leve 
tonalidade avermelhada. 
 Quase sempre o sangramento no intestino delgado provoca aumento do 
teor líquido das fezes. Daí ser comum a associação de melena com 
amolecimento das fezes e aumento do número de evacuações ou com 
diarreia exuberante. Junto com a mudança da cor e da consistência, 
costuma haver modificação do aspecto das fezes, que ficam mais 
viscosas e aderentes. Nesse caso, os pacientes se referem à eliminação 
de "graxa" ou "cola" pretas. Quase invariavelmente, a melena apresenta 
outra característica peculiar: o odor pútrido. 
 Menos comumente, a hemorragia no intestino delgado expressa-se por 
enterorragia, isto é, eliminação de sangue vivo pelo ânus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Uma manifestação comum das hemorragias digestivas altas, 
frequentemente ignorada ou mal interpretada, é a febre. Esta 
resulta, provavelmente, da absorção de substâncias pirogênicas 
produzidas pela digestão de sangue extravasado para o lúmen do 
tubo digestivo. 
 A origem, no intestino delgado, de hemorragia digestiva é sugerida 
quando coexistem os sintomas próprios das doenças intestinais. A 
ocorrência de diarreia e dor abdominal acompanhando o 
sangramento remete à doença de Crohn, aos linfomas, à 
tuberculose e à estrongiloidíase. 
 Problema clínico difícil é representado por hemorragia no intestino 
delgado, sem outras evidências de doença neste segmento do tubo 
digestivo. O divertículo de Meckel é responsável por cerca da 
metade desses casos, enquanto as neoplasias e as afecções de 
natureza vascular constituem as causas restantes. 
 
Febre 
 Uma manifestação comum nas doenças infecciosas, inflamatórias e 
neoplásicas do intestino delgado. 
 Na maioria das vezes, apresenta-se junto com diarreia ou dor 
abdominal, mas, em certos casos, constitui manifestação isolada, 
precedendo em semanas ou meses o surgimento destas. Isto pode ser 
observado na doença de Crohn, nos linfomas, na tuberculose intestinal e 
na doença de Whipple. 
 Febre alta, de início súbito, associada a mal-estar pode acompanhar a 
diarreia aguda, de curso benigno e autolimitado, cuja causa são as 
infecções bacterianas ou virais. Nas salmoneloses, a febre inicia-se vários 
dias após o aparecimento da diarreia, ou mesmo após esta ter cessado. 
 Febre alta, junto com dor abdominal aguda e intensa, é quase constante 
na inflamação peritoneal própria da diverticulite de Meckel ou dos 
períodos de reagudização da doença de Crohn. 
 Febre baixa, episódica, coincidindo ou não com piora de outras 
manifestações, como a diarreia, pode ocorrer na doença celíaca, de 
Whipple, de Crohn e nos linfomas. Nestas neoplasias, em particular, a 
febre pode aparecer somente à noite e ser acompanhada de sudorese 
profusa. 
 
Perda de Peso 
 É uma alteração comum nas doenças do intestino delgado, estando 
relacionada com alimentação deficiente, má absorção ou aumento do 
consumo metabólico. 
 A anamnese deve enfocar o apetite, a disposição para comer e as 
características da alimentação, incluindo quantidade e qualidade dos 
alimentos, número, tipo e horário das refeições. 
 Verificar se existem razões aparentes, tais como alterações do estado 
emocional, sintomas que se agravem pela alimentação, uso concomitante 
de medicamentos e falta de alimentos. 
 Pacientes com dispepsia costumam apresentar piora das eructações e do 
desconforto epigástrico quando comem. Saciedade precoce e plenitude 
epigástrica são desencadeadas pelas refeições, mesmo quando de 
pequena quantidade. 
 Em algumas circunstâncias, os pacientes apresentam vômitos pós-
prandiais, os quais constituem forte motivo para reduzir a ingestão de 
alimentos. 
 É interessante mencionar a situação dos pacientes com insuficiência da 
irrigação arterial dos intestinos que apresentam dor abdominal intensa de 
ocorrência exclusiva no período pós-prandial ("angina abdominal") 
 A descoberta pelo paciente de uma relação entre a dor abdominal e a 
alimentação gera um estado de verdadeiro pavor à comida (sitiofobia). 
 Observar se há emagrecimento, mesmo com aumento da ingestão de 
alimentos. Nesta circunstância, a redução do peso corporal adquire maior 
especificidade, como indicador de má absorção ou de doença consuntiva. 
 O emagrecimento aparece associado a evidências clínicas de doença do 
intestino delgado, tais como diarreia, esteatorreia, dor abdominal, melena 
e distensão abdominal. A esteatorreia, em particular, é um indicativo 
seguro de que a perda de peso resulta de má absorção. 
 
Anemia 
 As doenças do intestino delgado podem provocar anemia, manifestada 
por palidez da pele, astenia, fraqueza muscular, fadiga ou cansaço, 
sonolência, irritabilidade, vertigens, zumbidos e percepção de 
"moscas volantes". 
 Pode decorrer de deficiência de ferro, vitamina B12 ou folatos, 
desnutrição proteica, depressão "tóxica" da eritropoese e 
hemorragia digestiva. 
 Em algumas condições é a única alteração clínica. Nestes casos, o 
diagnóstico da má absorção só pode ser feito com o uso de exames 
complementares. Às vezes, a deficiência de ferro ou vitaminas pode ser 
sugerida por outros sintomas indicativos de carências nutricionais 
específicas. Quando estes sintomas ocorrem junto com diarreia, 
esteatorreia, distensão abdominal e perda de peso, o diagnóstico da má 
absorção torna-se, então, óbvio. 
 Quando a anemia se instala juntamente com melena, a causa mais 
provável é uma hemorragia digestiva. 
 
Edema 
 Pode ser visto em várias afecções do intestino delgado, sendo quase 
sempre a expressão clínica da redução da pressão coloidosmótica do 
plasma acarretada por hipoalbuminemia. Redução da ingestão proteica, 
alteração da síntese de albumina pelo fígado ou sua perda excessiva são 
as causas da hipoalbuminemia. 
 A redução do volume sanguíneo ativa o sistema renina-angiotensina-
aldosterona, com perpetuação do mecanismo de retenção hidrossalina. O 
edema manifesta-se,em geral, associado à diarreia, à esteatorreia, à dor 
abdominal ou aos sintomas indicativos de hemorragia digestiva. Contudo, 
o edema constitui, não raro, a única manifestação da perda gastrintestinal 
de proteínas (Quadro 82.5). 
 O edema pode ser intenso, generalizado e acompanhado de derrame 
peritoneal e pleural, caracterizando o quadro de anasarca. Nos casos em 
que o mecanismo responsável é a obstrução linfática, a ascite costuma 
ser do tipo quiloso. 
 Na linfangiectasia intestinal pode haver concomitância de linfedema, ou 
seja, edema duro, inelástico, associado a espessamento e endurecimento 
da pele. 
Manifestações de carências nutricionais especificas 
 As doenças do intestino delgado podem provocar má absorção de um ou 
mais nutrientes, acarretando carências de vários tipos, muitas vezes 
agravadas pela insuficiente ingestão alimentar (Quadro 82.6). 
 A deficiência de hidratos de carbono, lipídios e proteínas pode ocasionar 
perda de peso, edema, alterações da pele e dos anexos 
 A carência das vitaminas D e B12 é um indicativo indireto de duração 
prolongada do processo patológico subjacente, uma vez que o organismo 
tem, no fígado, um amplo depósito destas substâncias. 
 Apesar da existência de importantes mecanismos de compensação, em 
particular o que envolve as paratireoides, a deficiência de cálcio pode ser 
acentuada, em função de existirem várias possibilidades de distúrbio do 
seu aproveitamento, destacando-se: (1) defeito de absorção propriamente 
dito; (2) defeito de absorção de vitamina D com retenção renal deste 
cátion; (3) perda fecal aumentada do cálcio, na forma de sabões formados 
pela ligação do cálcio com ácidos graxos não absorvidos. A curto prazo, 
a depleção de cálcio pode resultar em sintomas neuromusculares, tipo 
cãibras e parestesias. Ao longo dos anos, a reabsorção óssea que se 
processa como compensação da hipocalcemia pode gerar osteoporose, 
que se manifesta por dores ósseas e lombalgia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Insuficiência Endócrina 
 Quando se compromete a absorção de nutrientes, pode se instalar 
insuficiência de glândulas endócrinas. 
 Os mecanismos ainda não são bem entendidos, mas há uma tendência a 
atribuir tais alterações a desnutrição proteica, anemia crônica e carência 
de vitaminas e oligoelementos. 
 Em mulheres, a doença celíaca pode cursar com alterações menstruais e 
infertilidade. Nos homens, com disfunção sexual, perda da libido ou da 
potência. 
 Em casos graves, podem haver sintomas de hipopituitarismo, com 
alterações de várias funções, podendo surgir um verdadeiro estado de 
hipogonadismo, com perda das características sexuais secundárias, 
amenorreia e, no homem, atrofia testicular. Menos frequentemente, 
ocorrem manifestações de hipotireoidismo, tais como letargia, sonolência, 
intolerância ao frio, alterações da pele e mixedema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAMNESE INTESTINO GROSSO (CÓLON, RETO E ÂNUS): 
 Na identificação, o grupo etário, o sexo, a profissão e a procedência do 
paciente podem, per se, fornecer informações importantes para o 
raciocínio diagnóstico. 
 A idade, por exemplo, reforça determinadas hipóteses diagnósticas. 
Assim, grave obstipação intestinal em crianças sugere o diagnóstico de 
megacólon congênito, mas, em adultos, a primeira possibilidade a se 
cogitar em indivíduo de zona endêmica ou que nela já habitou é o 
megacólon chagásico. Nesse tipo de situação, a procedência passa a ter 
significado especial, porém, tal hipótese só se justifica em pacientes 
oriundos de região onde exista a doença de Chagas. 
 Sangramento anal em crianças sugere pólipos; em adultos jovens, a 
hipótese mais provável é doença hemorroidária, enquanto, em pessoa 
Como diferenciar a diarreia do intestino grosso da do intestino 
delgado? Através da consistência. 
 Intestino Delgado: fezes aquosas em maior quantidade, perda de 
peso, anemia, liberação de muitos gases, fezes com restos de 
alimento, melhora com o jejum e pcte acorda para defecar. 
 
 Intestino Grosso: fezes menos aquosas, não melhora com jejum, 
presença de muco, pcte dorme bem a noite. 
 
acima de 50 anos de idade, sempre é necessário investigar, também, a 
possibilidade de câncer. 
 Pessoas cuja profissão as obriga a ficar de pé ou sentadas durante muito 
tempo são mais suscetíveis à doença hemorroidária, enquanto aquelas 
que têm vida sedentária e se alimentam com poucas fibras vegetais se 
encaixam com mais frequência na hipótese de doença diverticular do 
cólon. 
 A genética vem ocupando uma posição de relevo nos dias atuais; 
portanto, ao se fazer o interrogatório do paciente, deve-se levar em 
consideração esta preocupação, questionando-se sobre a ocorrência em 
familiares de algumas afecções com estas particularidades, como o 
câncer do intestino e a polipose familial. 
 
Os principais sinais e sintomas a serem discutidos nas doenças do cólon, reto 
e ânus são dor, diarreia, obstipação, sangramento anal, prurido anal, 
distensão abdominal, náuseas e vômitos, anemia e emagrecimento. 
Dor 
 Sintoma mais comum nas doenças do cólon, reto e ânus e nem sempre 
sua avaliação clínica é fácil. 
 Em primeiro lugar, deve-se definir o local da dor, a qual pode ser 
abdominal ou perineal. 
 É mais fácil avaliar a dor perineal, pois esta região pode ser investigada 
ao exame físico, por inspeção e palpação, ou por intermédio de 
instrumentos até certo ponto mais simples. É originada em lesões agudas 
da região, destacando-se, dentre elas, a trombose hemorroidária, os 
abscessos e as fissuras. As manobras propedêuticas realizadas durante 
o exame auxiliam na sua caracterização, pois podem agravar ou 
despertar a dor. 
 Um tipo especial de dor localizada no períneo é o tenesmo, que é a 
sensação de dor no reto e no períneo, acompanhada do desejo imperioso 
de defecar. O paciente sente dor intensa, espasmódica, e tem a 
impressão de que a defecação será abundante, porém, elimina apenas 
pequena quantidade de fezes ou de muco. O tenesmo ocorre nas 
afecções do reto, especialmente nos processos inflamatórios agudos e na 
síndrome disentérica. 
 A dor localizada no abdome é mais difícil de ser interpretada em vista 
do grande número de vísceras e órgãos aí situados. 
 O exame clínico tem que ser abrangente, ou seja, não se pode restringir 
ao abdome o exame de um paciente que se queixa de dor localizada nesta 
área. 
 A dor pode ser aguda, de instalação súbita e com pouco tempo de 
duração, ou crônica, persistindo por dias, semanas ou meses. Nesses 
casos, costuma ter períodos de acalmia. 
 Para facilitar o raciocínio diagnóstico, pode-se esquematizar a dor 
abdominal originada no intestino grosso da seguinte maneira: 
1. Dor difusa 
2. Dor no quadrante superior direito 
3. Dor no quadrante inferior direito 
4. Dor no quadrante superior esquerdo 
5. Dor no quadrante inferior esquerdo. 
 
1. DOR DIFUSA 
 Exemplo típico desse tipo de dor é a da peritonite. 
 A dor tem início em determinada região, mas sua característica é, que 
com o passar de algum tempo, difundir-se por todo o abdome. 
 Quando ainda se mantém na sua localização inicial, manobras palpatórias 
adequadas possibilitam definir com alguma precisão - e isso é 
fundamental para o raciocínio diagnóstico - o órgão no qual teve início o 
processo inflamatório. Em consequência da peritonite, além da dor, a 
parede abdominal torna-se, com a evolução do processo, endurecida, daí 
a clássica denominação de abdome em tábua. 
 Várias outras afecções podem provocar dor abdominal difusa, 
destacando-se a colite, a obstrução intestinal e a impactação fecal. 
 
2. DOR NO QUADRANTE SUPERIOR DIREITO 
 São poucas as causas colônicas de dor nesta região, em virtude da 
profunda localização da víscera em relação à parede abdominal. 
 Quando ocorre, deve-se pensarem impactação fecal alta e obstipação 
intestinal grave. Nesse caso, a dor adquire características de cólica. 
 É preciso lembrar que a vesícula biliar também está localizada nesta 
região e que suas afecções, como a colecistite, podem confundir o 
diagnóstico. 
 
3. DOR NO QUADRANTE INFERIOR DIREITO 
 Nesta topografia, em razão da proximidade do cólon (ceco e início do 
cólon ascendente) com a parede abdominal, o quadro doloroso é mais 
facilmente avaliado, conseguindo-se, em geral, definir sua causa por 
intermédio de manobras semióticas. 
 Várias afecções do cólon podem causar dor nessa região, destacando-se 
a apendicite, o câncer do ceco, processos inflamatórios (doença de 
Crohn, tuberculose intestinal), invaginação intestinal por lesões 
benignas ou malignas. 
 
4. DOR NO QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO 
 Tal como no quadrante superior direito, esta região é de difícil acesso 
às manobras semióticas. 
 O cólon está profundamente alojado e protegido pelos arcos costais, e só 
raramente há condições de palpá-lo, tal como ocorre na vigência de 
lesões muito graves (câncer avançado). 
 Como causa de dor nessa área, podem citar-se a diverticulite, a 
impactação fecal alta e a obstipação intestinal crônica. 
 A correta interpretação da dor toma-se difícil devido aos inúmeros órgãos 
nessa região (estômago, pâncreas, baço, rim), os quais também podem 
provocá-la. 
 
5. DOR NO QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO 
 Sendo o cólon sigmoide normalmente palpável, é possível, com certa 
segurança e algum grau de confiabilidade, definir por manobras 
palpatórias a origem do quadro doloroso. 
 A afecção que mais comumente causa dor nessa região é a doença 
diverticular do cólon, o qual está sujeito a inflamar-se, dando origem a 
diverticulite ou abscesso, às vezes com perfuração em peritônio livre e 
consequente peritonite. 
 Nesses casos, inicialmente a dor é bem localizada, mas com a evolução 
do processo toma-se difusa. 
 Além da doença diverticular, são capazes de provocar dor nessa região 
obstipação intestinal, processos inflamatórios ou irritação da 
mucosa intestinal - seguida de espasmos, como no cólon irritável e 
neoplasias. 
 
Diarreia e Desinteria 
 Caracteriza-se a diarreia pelo número aumentado de dejeções (mais 
de três evacuações por dia), diminuição da consistência fecal e, às 
vezes, restos alimentares nas fezes. 
 Disenteria é uma síndrome na qual, além da diarreia acompanhada de 
cólicas intensas, as fezes são mucossanguinolentas. Além disso, ocorre 
tenesmo ao final de cada evacuação. Pode ser de origem amebiana ou 
bacilar (shigellose). 
 Algumas vezes toma-se difícil diferenciar uma diarreia relacionada com o 
intestino delgado (diarreia alta) de uma originada no cólon (diarreia baixa). 
 Por isso, é necessário fazer uma análise criteriosa das suas 
características semiológicas. Entre estas, destaca-se a evolução do 
quadro diarreico no correr de um dia. Existe, inclusive, um aforismo que, 
embora não tenha valor absoluto, serve como ponto de referência na 
avaliação de uma diarreia. Costuma-se dizer que o cólon "dorme" à noite. 
Isto significa que, se um paciente apresenta diarreia contínua, dia e noite, 
deve-se considerar que sua origem possivelmente não é colônica ou 
exclusivamente colônica. 
 A diarreia baixa compreende dois grupos: aguda e crônica. Ambas 
podem ter causa infecciosa ou não infecciosa. 
 Dentre as causas de diarreia aguda, sobressaem a retocolite ulcerativa 
inespecífica, na qual, quase sempre, há fezes amolecidas misturadas com 
sangue, eventualmente com muco e pus; as colites e retites actínicas; a 
doença de Crohn do reto e do cólon. 
 O câncer do intestino grosso, principalmente quando localizado no cólon 
direito, provoca diarreia em alguma fase de sua evolução e, portanto, deve 
ser sempre cogitado nesses casos. 
 Praticamente todas essas afecções podem causar diarreia crônica, 
algumas vezes por não responderem à terapêutica instituída na fase 
aguda ou pela própria evolução da doença. Existem, no entanto, algumas 
enfermidades que têm como característica clínica a diarreia crônica desde 
o início. Entre elas, destaca-se o cólon irritável, o qual costuma 
apresentar, na sua evolução, alternância de diarreia e obstipação. 
 
Mudança do ritmo intestinal 
 Não se pode deixar de considerar no estudo das diarreias a mudança do 
ritmo intestinal. 
 Tal característica, quando presente, sempre nos leva a pensar em 
câncer do intestino grosso. 
 Um indivíduo que tinha um ritmo intestinal normal e passa a apresentar a 
alternância de obstipação e diarreia obriga o médico a programar uma 
investigação adequada, pois é possível que estejamos diante de uma 
neoplasia do intestino. É preciso lembrar, ainda, que neoplasias 
localizadas no lado direito do cólon geralmente evoluem com diarreia, 
quase sempre crônica. 
 
Obstipação Intestinal 
 O ritmo intestinal varia de um indivíduo para outro. Considera-se normal 
desde três evacuações por dia até uma evacuação a cada 2 dias, ou 
seja, podem ser normais intervalos de 8 a 48 h entre uma exoneração 
intestinal e a seguinte. 
 Quando as fezes ficam retidas por mais de 48 h, diz-se que há 
obstipação ou constipação intestinal, fato designado na linguagem leiga 
como "prisão de ventre" ou "intestino preso". 
 Na avaliação de uma possível obstipação intestinal, é necessário levar em 
conta também a consistência das fezes. Podem ser apenas um pouco 
mais duras, ressecadas ou em cíbalos (fezes em pequenas bolas, 
como nos caprinos). 
 A adequada progressão fecal depende de muitos fatores, destacando-se 
a composição do bolo fecal, em especial da quantidade de fibras na 
alimentação, a regulação neurovegetativa, merecendo referência a 
integridade dos plexos intramurais, a ação de hormônios secretados 
no próprio aparelho digestivo ou fora dele (principalmente da glândula 
tireoide) e de várias substâncias (serotonina, prostaglandinas). 
 Têm importante papel no ritmo intestinal as condições psicológicas do 
paciente, pois os arcos reflexos que participam da evacuação intestinal 
mantêm conexões com o diencéfalo e o córtex; daí se dizer que o reflexo 
da evacuação é um "reflexo assistido': com mecanismos inibitórios e 
motores complexos. 
 A multiplicidade de fatores fisiopatológicos que participam da gênese da 
obstipação intestinal possibilita reconhecer oito grupos de causas: 
- Mecânicas, quando há lesões que ocluem o lúmen ou impedem a 
contração das paredes intestinais (malformações, impactação fecal, 
oclusão tumoral, processos inflamatórios). 
- Neurogênicas, nas quais há comprometimento dos componentes 
nervosos (aganglionose ou doença de Hirschsprung, megacólon 
chagásico, paraplegia). 
-Metabólico-hormonais, incluindo hipotireoidismo, urernia, 
hiperparatireoidismo, porfiria. 
- Psicogênicas, nas quais há alterações emocionais, muitas vezes ligadas 
a traumas na infância. 
-Medicamentosas, em consequência do uso de antiácidos, 
anticolinérgicos, opiáceos, além de outros. 
- Relacionadas com a alimentação inadequada (dieta pobre em fibra) 
- Inibição reiterada do reflexo da evacuação. 
- Hipossensibilidade senil. 
 O reconhecimento da origem da obstipação intestinal depende de um 
exame clínico bem feito, que inclui o toque retal, complementado por 
estudo radiológico e endoscópico do intestino grosso. 
 Nunca é demais lembrar que a procedência do paciente é um fator 
importante a ser levado em consideração quando se estuda a obstipação 
intestinal, pois a doença de Chagas, endêmica em algumas regiões, pode 
causar o megacólon, importante causa desta sintomatologia. 
 
Sangramento Anal 
 O sangramento anal é um sintoma que leva um paciente a procurar o 
médico sempre com apreensão. 
 Provocado por hemorroidas, doença benigna e de fácil solução 
terapêutica. 
 Risco de deixar sem diagnóstico outra lesão que também pode estarsangrando, localizada a montante do canal anal (câncer do reto ou do 
cólon, por exemplo). 
 Outra causa comum de hemorragia é a doença diverticular difusa dos 
cólons, na qual sempre se deve pensar em indivíduos acima da quarta 
década de vida que apresentam episódios de sangramento anal, 
principalmente se a hemorragia é grave. 
 Os pólipos também sangram com facilidade, sendo a causa mais comum 
de hemorragia digestiva na criança. 
 No adulto, justifica-se certa preocupação pela possibilidade de estas 
lesões se malignizarem, dando origem aos adenocarcinomas. Processos 
inflamatórios, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, as retites 
e as colites actínicas, podem sangrar em virtude de lesões na mucosa. 
 Todo sangramento anal obriga a pensar também na possibilidade de 
uma hemorragia de partes mais altas do tubo digestivo (úlcera do 
estômago, por exemplo). Nestes casos, o sangue raramente é 
vermelho-vivo, mas escuro tipo borra de café (melena), e, na maioria 
das vezes, está misturado com as fezes. Contudo, em casos de 
distúrbios da atividade motora do tubo digestivo (atividade mais 
rápida), pode haver perda de sangue vermelho-vivo pelo ânus 
(enterorragia) em afecções de partes altas do trato digestivo. 
 
Prurido Anal 
 O prurido anal é uma manifestação clínica que aparece em diferentes 
condições e pode tomar-se muito incômodo. 
 Suas causas são múltiplas, destacando-se a má higiene anal, a 
enterobíase (principal causa em crianças), doenças anorretais 
cutâneas (eczemas, dermatite seborreica e de contato) e sistêmicas, em 
especial diabetes e hepatopatias crônicas. 
 Na maioria dos casos de prurido anal, não se consegue definir a causa. 
 
Distensão Abdominal 
 A distensão abdominal caracteriza-se por aumento do volume do 
ventre. 
 Pode traduzir várias condições, tais como ascite, meteorismo, 
fecaloma, neoplasias. 
 Com relação ao intestino grosso, a distensão abdominal depende da 
dificuldade do trânsito nos cólons, ou seja, se algum obstáculo está 
impedindo a progressão de gases e fezes. 
 Uma causa comum de distensão aguda é o vólvulo do sigmoide (torção 
do cólon sigmoide sobre seu próprio eixo), uma complicação grave do 
megacólon chagásico. Esta afecção ocasiona também o chamado 
fecaloma (impactação fecal), que causa distensão do cólon a montante 
do obstáculo. 
 A distensão abdominal também pode ser causada por câncer do intestino, 
o qual pode ocluir o lúmen do órgão, ocasionando acúmulo de fezes e 
gases a montante da neoplasia. 
 Devem ser citadas também a estenose do cólon e do reto, bridas pós-
cirurgia abdominal e dilatação tóxica e aguda do cólon (presente algumas 
vezes no megacólon tóxico, uma das complicações da retocolite 
ulcerativa). 
 Pacientes com megacólon chagásico apresentam, com frequência, um 
quadro às vezes grave de distensão abdominal, em consequência da 
incoordenação da atividade motora do cólon, a qual impede a progressão 
normal do conteúdo intestinal. Ao examiná-los, visualiza-se o relevo da 
alça colônica - geralmente o cólon sigmoide - na parede abdominal, 
indicando fortes "contrações" desta alça. 
Náuseas e Vômitos 
 As náuseas e os vômitos não são frequentes nas afecções do intestino 
grosso. 
 Pacientes com cólon irritável, náuseas costumam, em alguns casos, 
ocorrer durante as crises dolorosas. 
 Na oclusão intestinal, os vômitos surgem à medida que o quadro clínico 
evolui. Após certo tempo, podem tornar-se fecaloides. 
 
Anemia e Emagrecimento 
 As doenças consuntivas (câncer do cólon, por exemplo) causam 
anemia e emagrecimento que podem chegar à caquexia. 
 Quando o paciente entra nessa fase, o prognóstico é sempre sombrio. 
 São as lesões blastomatosas do cólon direito as que mais 
comumentemente costumam evoluir com anemia, isto porque, no cólon 
direito, há também reabsorção de ferro. 
 As lesões aí localizadas alteram a fisiologia da mucosa intestinal, 
ocasionando déficit desse elemento. 
 Os pacientes com megacólon chagásico apresentam, com frequência, 
alterações no esôfago (megaesôfago chagásico), as quais podem causar 
dificuldade para deglutir, causando emagrecimento e até caquexia. 
 A doença diverticular difusa dos cólons pode causar grandes 
hemorragias que levam à anemia aguda, porém o mais comum é a 
perda crônica de pequenas quantidades de sangue, imperceptíveis a olho 
nu, que também ocasiona anemia. 
 Pacientes com doença hemorroidária ou prolapso retal, as repetidas 
perdas de sangue podem causar anemia de certa intensidade, 
responsável por parte dos sintomas que estes relata 
 
ANAMNESE PÂNCREAS: 
 É um órgão de difícil acesso ao exame físico, por isso é importante uma 
anamnese detalhada 
 Pancreatite agude: mais comum no sexo feminino 
 Pancreatite crônica: mais comum no sexo masculino 
 A idade também é um fator importante 
 Infância e adolescência: insuficiência pancreática sugerem 
mucoviscidose ou doença fibrocística do pâncreas, Síndrome de 
Shawachman ou mesmo pancreatite hereditária 
 O uso de bebidas alcoólicas está relacionado com pancreatite crônica 
DOR 
 É o sintoma mais frequente 
 Na forma aguda está presente em quase todos os casos 
 Branda ou muito intensa 
 Aumentando gradualmente ou se agravando com um curto espaço e 
tempo 
 Costuma ser contínua e durar horas 
 Localização: região epigástrica e do hipocôndrio esquerdo (mais comum). 
Eventualmente é retroesternal 
 Irradia para o dorso, normalmente 
 Piora com alimentação 
 Pode diminuir quando o paciente se inclina para a frente ou comprime o 
tórax com o joelho 
NÁUSEAS E VÔMITOS 
 O vômito geralmente é de difícil controle, podendo levar, rapidamente, a 
desequilíbrio hidroelétrico 
EMAGRECIMENTO 
 Costuma estar presente na evolução da pancreatite crônica 
 Na pancreatite aguda, o emagrecimento é devido ao jejum prolongado e 
ao acentuado catabolismo ao se instalar o processo inflamatório 
ANOREXIA 
 Pode ocorrer em quaisquer das doenças do pâncreas, sendo mais 
frequente nos processos neoplásicos 
ASTENIA 
 Presente em praticamente todas as doenças crônicas 
 Anorexia, astenia e emagrecimento sugere sempre neoplasia maligna 
ICTERÍCIA 
 É um sinal muito comum 
 Pode ser discreta e fugaz na pancreatite aguda, principalmente na forma 
edematosa 
 Pode ser de grande intensidade acompanhada de: prurido, colúria e, às 
vezes, acolia fecal. 
DIARREIA 
 As fezes são volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração 
pálida, deixando traços ou camada oleosa sobre a água do vaso 
SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO 
 Representada por esteatorreia e creatorreia 
 A esteatorreia (perda de gordura pelas fezes) deve-se à deficiência da 
lipase responsável por sua digestão 
 A creatorreia (perda de proteína nas fezes) é devido a deficiência das 
enzimas proteolíticas, especialmente da tripsina e quimiotripsina. 
DIABETES 
 Pode variar desde a forma branda, relevada apenas por intolerância à 
glicose, até a forma franca 
 
 
HEMORRAGIAS 
 Na pancreatite aguda e na agudização da forma crônica ocorrem 
hemorragias por ruptura de vasos sanguíneos devido à digestão das 
paredes pelas enzimas pancreáticas ativadas, sobretudo pela elastase. 
 O sangramento pode exteriorizar-se sob a forma de hemorragia digestiva, 
quando houver comunicação do vaso com o canal pancreático 
 
ANAMNESE FIGADO E VIAS BILIARES: 
Dor 
 A dor originária do fígado e das vias biliares localiza-se no quadrante 
superior direito do abdome e apresenta diferentes características, 
conforme a afecção que a provoca. 
 O parênquima hepático não tem sensibilidade, mas a cápsula de 
Glisson, quando distendida abruptamente, ocasiona dor contínua 
localizada no hipocôndrio direito e epigástrio, sem irradiação e que 
piora com a palpação da região. 
 A causa mais comum é a congestão do fígado, que ocorre na 
insuficiência cardíaca, constituindo o que secostuma denominar 
hepatomegalia dolorosa. 
 Este tipo de dor pode ocorrer também na hepatite aguda viral e na 
hepatite alcoólica, que se acompanham de rápido crescimento do 
fígado. 
 A dor do abscesso hepático pode ser muito intensa, com localização 
mais restrita, correspondente à área de projeção do abscesso, a qual se 
torna hipersensível, dificultando sobremodo a palpação da víscera. 
 A dor originada nas vias biliares apresenta-se de duas maneiras: 
1) Cólica biliar, outrora denominada cólica hepática, com característica 
de cólica, de início súbito, de grande intensidade, localizada no 
hipocôndrio direito, com várias horas de duração; em geral, o 
paciente fica inquieto, nauseado, podendo apresentar vômitos. A 
causa mais frequente é a colelitíase. O aparecimento de icterícia 
após episódio de cólica biliar sugere a passagem do cálculo para o 
colédoco; 
2) Na colecistite aguda, a dor é contínua, localizada no hipocôndrio 
direito, podendo irradiar-se para o ângulo da escápula ou para o 
ombro direito, via nervo frênico. Acompanha-se de hiperestesia e 
contratura muscular. A palpação da região desperta dor (sinal de 
Murphy) e pode surpreender uma vesícula distendida. 
 O diagnóstico diferencial da dor originada no fígado e nas vias biliares 
inclui várias afecções, destacando-se a pancreatite aguda, a úlcera 
péptica perfurada, a cólica nefrética, a pleurite e a isquemia 
miocárdica. A análise dos sintomas acompanhantes quase sempre 
oferece elementos para esta diferenciação. Contudo, não é raro que só 
se consiga definir a causa da dor com a ajuda de exames complementares 
 
Icterícia 
 Icterícia consiste em uma coloração amarelada da pele e das mucosas, 
devida à impregnação dos tecidos por pigmentos biliares. Só se consegue 
detectar icterícia quando os níveis de bilirrubina são maiores que 2 
mg/d.f (normal, 1 mg/d.f). 
 Em algumas pessoas normais, a pele apresenta tonalidade 
amarelada, mas, nesse caso, a esclerótica não fica pigmentada. 
 Alguns alimentos (cenoura e mamão) e certos medicamentos, em 
especial os antimaláricos, contêm substâncias que podem conferir 
coloração amarelada à pele, mas, nesses casos, a esclerótica também 
permanece de cor normal. 
 Nas pessoas da raça negra, pode-se perceber a tonalidade amarela 
na parte exposta da esclerótica, dado o acúmulo, na conjuntiva, de 
uma discreta camada de gordura. Mas, como ela não atinge toda a 
superfície anterior do olho, basta um exame mais detalhado dos olhos 
para descartar a possibilidade de icterícia. 
 A investigação diagnóstica de um paciente com icterícia inclui tempo de 
duração, intensidade e evolução da icterícia - se foi de instalação 
súbita ou gradativa, se aumentou progressivamente ou se está 
havendo flutuação da intensidade. 
 Interessa saber a cor da urina e das fezes e se há ou não prurido. 
 
Náuseas e Vômitos 
 Náuseas e vômitos são manifestações clínicas frequentes nas doenças 
do fígado e das vias biliares. Na colecistite e na colelitíase costumam 
estar relacionados com a ingestão de alimentos gordurosos. 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO DO ABDOME 
IMPORTANTE 
 Ambiente tranquilo 
 Posição relaxada e confortável 
 Paciente em pé, depois decúbito dorsal 
 Decúbito dorsal, braços ao lado do corpo 
 Exposição total do abdome (genitália coberta) 
 Paciente com bexiga vazia 
 Estar com unhas curtas 
 Examinar pelo lado direito do paciente 
 Deixar o exame de áreas dolorosas para o final 
 Delimitar as regiões do abdome 
 
REGIÕES E QUADRANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOCALIZAR 
 Apêndice xifoide 
 Rebordos costais 
 Cristas ilíacas 
 Região supra-púbica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIMITES DO ABDOME 
 EXTERNAMENTE: 
o ACIMA: pelo apêndice xifoide e pelas arcadas costais até a 
coluna 
o ABAIXO: pela crista pubiana, pregas inguinais, crista ilíaca e base 
do sacro. Delimitado pela sínfise púbica 
 INTERNAMENTE: 
o ACIMA: a cavidade das 2 cúpulas diafragmáticas até o assoalho 
pélvico. 
INSPEÇÃO DO ABDOME 
 Volume: aumentado ou normal 
 Forma: plano, globoso, piriforme, avental, pendular, batráquio ou 
escavado 
 Cicatriz umbilical: onfalite (inflamação do umbigo) ou Sinal de Cullen 
 Pele 
 Cicatrizes do abdome 
 Circulação colateral (devido à obstruções): problema na veia porta 
(cabeça de medusa) ou problema na VCI (reta) 
 Movimento: peristalse (direções normais), pulsações da aorta 
abdominal, tipo respiratório (feminino: costal superior, masculino: toraco 
abdominal, qnd some indica peritonite) 
 Hérnias: Manobra de Valsava 
 Diástases: levantar pernas ou cabeça 
 
- Plano: não tem significado clínico 
- Escavado: significa magreza, podendo significar uma patologia ou não 
(emagrecimento involuntário, caquéticos e desidratados). 
- Globoso: pode ser fisiológico ou patológico (obesidade, crescimento do fígado 
e baço, ovário ou intestinos). 
- Variante do globoso, formato de pera na parte inferior, observado na gravidez. 
- Batráquio: espalhamento para os lados, dilatação exagerada dos flancos. 
- Avental: grande acumulo de tecido adiposo, abdômen cai sobre as coxas, 
visto em obesos. 
- Pendular: indica flacidez na região abdominal inferior, comum após a 
gravidez. 
 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
“Parado”. Observar: 
 Simetria 
 Pele; pelos 
 Massas 
 Hérnias 
 Movimentação 
 Peristaltismo 
 
ALTERAÇÕES 
CICATRIZES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIÁSTASE DOS MM, RETOS ABDOMINAIS: 
 
 
Separação visível das fibras do músculo reto 
abdominal - confirmada na palpação 
superficial 
 
 
 
 SÍNDROME DE PRUNE BELLY: 
 
 
 
 
 CIRCULAÇÃO COLATERAL, chamada também de “cabeça de 
Medusa”: 
 
 
 
 HÉRNIAS 
 
 
 SINAL DE CULLEN 
 
 
 
 
 
 SINAL DE GREY-TURNER 
 
 
 
 
 
 
Síndrome do Abdome da Ameixa Seca - 
deficiência ou mesmo ausência dos 
músculos na parede do abdômen, ficando 
como os intestinos e a bexiga apenas 
cobertos pela pele. 
Em indivíduos normais, veias abdominais não são 
visíveis, geralmente. 
Distensão dos vasos – obstrução do sistema venoso 
porta ou veia cava. 
Equimoses azuis-pretas na região 
periumbilical, decorrentes de hemorrafia 
retroperitoneal. 
Causas: ruptura de gravidez etópica ou 
pancreatite aguda. 
Equimoses em flancos; pancreatite aguda; 
taxa de mortalidade (aumenta de 8-10% 
para 40%) 
Pode ser acompanhado pelo Sinal de Cullen 
 
INSPEÇÃO DINÂMINA 
 Hérnias: Manobra de Valsalva – pedir para o paciente exalar 
forçadamente o ar contra os lábios fechados e nariz tapado – o que 
força o ar em direção ao ouvido médio se a tuba auditiva estiver aberta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Movimentos peristálticos: Ondas de Kussmaull 
 Pulsações: 
o Pulsações epigástricas: em pessoas magras – pode ser 
fisiológico. 
- Também pensar em hipertrofia ventricular direita ou em 
dilatação aneurismática – aneurisma de aorta abdominal 
- Pacientes magro, é possível visualizar. 
- Pode ser peristaltismo de luta, quando há alguma 
alteração, inflamação ou infecção que ele esteja tentando 
vencer. 
- Peristaltismo do estomago: visto na região epigástrica, no 
sentido do estomago para o intestino delgado. 
(Aproximadamente 3 ondas/ min) 
- Podem ser umbilicais, inguinal, crural (femoral) 
ou em áreas onde houver debilidades de 
parede, por diástase de musculatura do reto 
abdominal ou cicatrizes cirúrgicas (incisional). 
- Hérnia encarcerada: ocorre quando a hérnia 
não consegue sair e pode haver 
comprometimento vascular e outras 
complicações. 
- Toda hérnia deve ser descritas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DETECÇÃO DOS RHA 
- Iniciar na FID (válvula ileocecal) 
- Pode ser auscultado por estetoscópio ou normalmente. 
Normalmente com mais frequência na topografia da válvula íleo-cecal, intestino 
grosso e no estomago e menos comumente no intestino delgado.Estalidos: mais metálicos 
AUSCULTA 
 É realizada sempre antes de tocar no abdome, para não interferir nos 
resultados da análise. 
 Dois minutos em cada foco 
 Analisar movimento de gases e líquidos (ruídos hidro-aéreos) 
 Íleo paralítico (não escuta nada) ou oclusões intestinais (borborigmo) 
 4 quadrantes: de 1 a 2 min em cada 
 Sentido horário 
 Normalidades: de 3 a 6 sons peristálticos/min (sopros, batimentos fetais, 
gargarejo) 
 OBS.: em casa de desconfiar de um íleo paralítico, ausculta cada 
quadrante por 5 min 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCUSSÃO 
Objetivos: determinação do limite superior do fígado, da área de macicez 
hepática e esplênica, avaliação da sonoridade do abdome 
 SONS: timpanismo o macicez 
 Pesquisa de ascite (percurtir os 4 qd) 
 Hepatimetria (medir o fígado; D= 8 a 12 cm e E= 4 a 6 cm) 
 Pesquisa do Espaço de Traube (bolha gástrica): o som é quase claro 
pulmonar, pois tem muito ar. Se não encontrar indica esplenomegalia ou 
tumor na região 
TÉCNICAS DE PERCUSSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE SONORIDADE 
 Sons timpânicos: ar dentro de uma víscera oca percebido em quase 
todo abdome 
o Hipertimpânicos: aumento na quantidade de ar meteorismo, 
obstrução intestinal, pneumoperitônio 
Digito-digital: golpeando com a borda 
ungueal do dedo médio da mão direita na 
superfície dorsal da 2ª falange do dedo 
médio ou indicador da outra mão. 
Piparote: examinador golpeia abdome por 
piparotes, e a outra mão fica espalmada 
na região contralateral – captar ondas 
líquidas contra a parede abdominal. 
Ascite volumosa – se + 
 
 Submaciços: menor quantidade de ar, ou superposição de uma víscera 
maciça sobre uma alça intestinal áreas de projeção do fígado, baço e 
útero gravídico 
o Maciço: ascite, tumores ou cistos contendo líquido 
 
 
 
 
PALPAÇÃO 
 Bimanual 
 Manobra de Lemos-Torres: uma mão mais alta que a outra 
 Manobra de Mathie 
SUPERFICIAL X PROFUNDA 
 SUPERFICIAL: 
o Abdome em tábua 
o Palpação da pele 
o Hérnias e diástases 
o Pontos dolorosos: epigástrico, cístico, apendicular e ureterais 
 
 
 PROFUNDA: 
o Analisar as vísceras (estômago, fígado, baço aorta abdominal, 
cólon transverso e sigmoide, ceco e rim) 
FÍGADO 
Percussão do hemitórax direito ao nível da linha hemiclavicular desde sua 
origem na clavícula. 
 No início da percussão, ouve-se um som claro pulmonar. E na altura do 
5º-6º EIC, observa-se um som submaciço - limite superior do fígado 
 Continuar percussão até delimitar área de macicez hepática. limite 
inferior é determinado pela palpação 
 Adultos: borda inferior do fígado não deve ultrapassar 1- 2 cm do 
rebordo costal, tomando-se como referência a linha hemiclavicular 
direita 
 Crianças o limite normal pode estar 2-3 cm do rebordo costal 
Se estiver além disso, podemos identificar uma HEPATOMEGALIA. 
Sinal de Jobert: timpanismo entre a linha axilar anterior e média nas últimas 
costelas do lado D, o normal é estar maciço (negativo) mas se estiver 
timpânico (positivo) pode ser perfuração de víscera oca (pneumoperitôneo) ou 
sobreposição de alça intestinal. 
BAÇO 
ESPAÇO DE TRAUBE 
 Em forma de crescente, circundado pela borda inferior do pulmão 
esquerdo, a borda anterior do baço, o rebordo costal esquerda e a 
margem inferior do lobo esquerdo do fígado 
 Normal: som timpânico – pois o baço não é percutível. 
 Se tiver com som maciço, indica esplenomegalia – o baço está pelo 
menos 2 vezes o seu tamanho normal. 
ASCITE 
 Sinal de piparote fica positivo em ascites volumosas (com + de 4,5 litros) 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACICEZ MÓVEL: o paciente fica em decúbito lateral e percute-se o abdome 
em linha horizontal, tanto na parte mais superior e mais inferior em relação ao 
examinador. 
Macicez 
móvel e 
Semicírculo 
de Skoda 
Se +, observará timpanismo na parte superior, e macicez na parte inferior (por 
conta do líquido). Depois, deve-se virar o paciente para o outro lado, e 
comparar a percussão. 
PALPAÇÃO SUPERFICIAL 
Objetivos 
 Avaliar sensibilidade da parede abdominal palpando-se levemente ou 
fazendo certa compressão sobre a parede. 
 Ganhar a confiança do paciente 
 Comparar de formar simetricamente e bilateral 
 Avaliar resistência da parede abdominal 
 Diferenciar a contratura voluntária da involuntária 
 Avaliar a continuidade da parede abdominal 
 Avaliar as pulsações 
 Cerca de 1 cm para dentro e com movimentos rotativos 
 
 
 O abdome em tábua é quando todo o abdome esta enrijecido, quando 
tem um grau avançado de peritonite 
PALPAÇÃO PROFUNDA 
 Órgãos contidos na cavidade abdominal; eventuais “massas palpáveis” 
 Consegue palpar a grande curvatura do estômago e os cólons 
ascendente e descendente 
 
 
Condições normais: não se consegue distinguir estômago, duodeno, intestino 
delgado, vias biliares, cólons ascendente e descendente (palpáveis quando 
houver aumento de volume ou alteração de sua consistência) 
 Ceco, transverso e sigmoide: palpáveis. 
ÓRGÃOS E MASSAS PALPÁVEIS 
- Analisar as seguintes características 
 Localização 
 Forma (designações comparativas, tamanho de uma azeitona, limão, 
laranja, etc) 
 Sensibilidade 
 Consistência (cística- ex.: bexiga cheia de urina, borrachosa- ex.: 
fígado gorduroso, dura ou pétrea- ex.: neoplasias de maneira geral) 
 Mobilidade 
 Pulsatilidade 
 
 Se tiver perto de uma artéria não muda de tamanho a cada pulsação 
 Se muda de tamanho a cada pulsação, é porque ele tá perto de alguma 
estrutura 
PALPAÇÃO DO FÍGADO 
Paciente: decúbito dorsal, a parede abdominal deve estar relaxada tanto 
quanto possível 
Exame: palpar o hipocôndrio direito, o flanco direito e o epigástrio, indo do 
umbigo ao rebordo costal. Em seguida, executa-se a palpação junto a reborda, 
coordenando-a com os movimentos respiratórios: 
 Durante a expiração, a(s) mão(s) do examinador ajusta(m)- se à parede 
abdominal sem fazer compressão e sem se movimentar; à inspiração, a 
mão do examinador, ao mesmo tempo que comprime, é movimentado 
para cima, buscando detectar a borda hepática. 
Pode-se associar um artifício para aproximar o fígado da parede 
abdominal anterior: colocar a mão esquerda ao nível da loja renal direita, 
facilitando a palpação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica em Garra ou de Mathieu: no movimento expiratório, posiciona-se mais 
atrás do paciente 
Lemos Torres: 
Palpação Vesícula Biliar 
 Normalmente não palpável 
 
Tem que estar a 2cm do rebordo costal (hepatimetria) 
PALPAÇÃO DO BAÇO 
- exame realizado da mesma maneira que o do fígado, só que a região 
examinada é o quadrante superior esquerdo 
Processo de Mathieu-Cardarelli ou em garra - examinador fica à 
esquerda do paciente; com as mãos “em garra”, a cada Inspiração, e a borda 
do baço será percebida pelas polpas digitais quando o Baço estiver 
aumentado de volume) 
Técnica em Garra ou Mathieu Técnica de Lemos Torres 
Posição de Schuster – paciente em decúbito lateral direito, com a perna 
direita estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em um ângulo 
de 90º; o ombro esquerdo deve ser elevado, colocando-se o braço 
correspondente sobre a cabeça 
- Colocar a mão esquerda com certa pressão sobre a área de projeção do 
baço como se quisesse deslocá-lo para baixo. Durante a inspiração, o 
examinador avança sua mão no rumo da reborda costal. Deve-se ter cuidado 
para não confundir a última costela, que é flutuante, com o baço. 
Característica semiológica principal: distância entre a reborda costal e a 
extremidade inferior do baço (em cm) referência - linha hemiclavicular 
esquerdadéia do volume 
Geralmente, palpar esse órgão (em adultos) significa que está aumentado 
(esplenomegalia) 
 Baço ser palpável: dobro do seu tamanho 
 
 
O ponto de McBurney esté em uma linha imaginária traçada do umbigo até a 
crista ilíaca direita. 
O Sinal de Blumbergue, omédico faz a palpação profunda do lado esquerdo e 
tira a mão bruscamente e o paciente refere dor no lado direito 
 
PALPAÇÃO DO CECO, CÓLON TRANSVERSO E 
SIGMÓIDE 
Sinal de Courvoisier Terrier: Palpável e indolor no HD – TU de Pâncreas 
Palpação do ceco: fossa ilíaca direita 
 Deslizamento da mão ao longo de uma linha que une a cicatriz umbilical 
à espinha ilíaca anterossuperior. Ao alcançar a borda interna do ceco, 
percebe-se uma súbita elevação. Ao atingir a espinha ilíaca 
anterossuperior, o examinador sem retirar a mão do local, deve encurvar 
ligeiramente os seus dedos e repetir a manobra em direção oposta, 
procurando deslocar o ceco para dentro com a finalidade de investigar o 
seu grau de mobilidade. 
O exame pode ser difícil e pouco conclusivo em indivíduos obesos ou que 
tenham paredes abdominais espessas. 
 
Sinal de Murphy +: Parada da inspiração à palpação do ponto cístico, durante 
inspiração, por gerar dor – Colecistite. 
 
 
PALPAÇÃO DO COLO TRANSVERSO 
Pode ser identificado principalmente em indivíduos magros ou com parede 
abdominal flácida 
 Deslizamento de uma ou, de preferência, ambas as mãos, de cima para 
baixo e de baixo para cima no abdome 
 Localização variável: geralmente percebido como uma corda de direção 
transversal na região mesogástrica. 
Palpação do sigmoide: parte do trato digestivo de mais fácil percepção 
durante a palpação - palpado no quadrante inferior esquerdo - percebido 
como uma corda de consistência firme e pouco móvel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal de Gersuny: Palpação de fecaloma. 
 Características: Móvel, fibroelástico; pode ser Megacólon ou 
constipação. 
Sinal de Rovsing: dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca 
esquerda; indica apendicite. 
Sinal de Blumberg: Manobra da descompressão súbita no ponto de 
McBurney. Dor à descompressão indica irritação peritoneal. 
 
PALPAÇÃO DOS RINS 
 
Normalmente não palpáveis 
 
 Palpáveis em condições patológicas: 
Hidronefrose, Rim policístico (geralmente 
aumento bilateral), Tumores. 
Manobra de Israel 
 Paciente em decúbito lateral palpar 
anteroposteriormente com as duas mãos em 
pinça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manobra de Guvon 
 Paciente em decúbito dorsal 
rim direito - mão E na região dorsal tracionando para 
frente enquanto a mão D entra abaixo do rebordo 
costal durante a inspiração ao encontro da mão 
esquerda, tentando “pegar” o rim entre as duas mãos 
Rim E - passar para o lado esquerdo e realizar a 
mesma manobra 
Manobra de Goalet 
Com o paciente em pé flete-se o joelho do lado que 
deseja palpar, flete-se o joelho do lado que deseja palpar, 
apoiando sobre uma cadeira. 
 Tração anterior com uma das mãos enquanto 
a outra é usada na tentativa de palpar o polo 
inferior do rim 
 Teste de hipersensibilidade renal 
 
 
Manobra de Giordano: 
Percussão com a borda ulnar da mão realizada na junção do rebordo costal 
com a musculatura paravertebral 
 
Manobra de percussão de Murphy: 
Punho persussão, da mesma forma que Giordano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SONS ESCUTADOS NA PALPAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante 
 
 
 
2º hipertimpanismo 
 
 
IDENTIFICAR A PRESENÇA DE SOPROS E SEUS SIGNIFICADOS: 
- Sistólico: é mais comum nas artérias (aorta abdominal, renal, ilíaca e femoral) 
 
 
 
 
12- PERCUSSÃO 
 
- 1º faz-se percussão geral, em sentido horário, encontra-se som timpânico. 
- No Hipocôndrio direito podemos encontrar o fígado, som sub-maciço. 
- No Hipocôndrio Esquerdo, vamos encontrar o estomago, espaço de Traube. 
 
 
 
Maciçez móvel e semicírculo de Skoda: manobras feitas em casos mais leves. 
Piparote: é feito para casos mais acentuados de ascite, em decúbito dorsal.

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