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Carla Bertelli – 4° Período Para realizar o exame clínico do paciente idoso, é preciso entender alguns conceitos relacionados com as características anatômicas e fisiológicas do envelhecimento. Uma das principais preocupações sempre foi distinguir quais seriam as modificações estruturais e funcionais provocadas exclusivamente pelo processo de envelhecimento ê e daquelas causadas por doenças que podem acometer o idoso Desse modo, é ç . Aspectos próprios do paciente idoso constitui: tendência a ter múltiplas doenças (multimorbidade), tendência a ter doenças crônicas, os sintomas da doença atuam podem ser alterados por doenças preexistentes, as primeiras manifestações de uma doença podem aparecer somente em fases avançadas, tendência a ter doenças agudas mais graves e de recuperação mais lenta, tendência a ter doenças com apresentação clínica atípica, tendência a ter incapacidades funcionais que comprometam sua autonomia e independência e o maior risco de sofrer danos por tratamentos ou investigações diagnósticas (iatrogenia). A anamnese do paciente idoso é mais difícil do que em um paciente normal, por isso a AGA vem como um auxílio. Algumas queixas comuns pelos idosos são: diminuição da memória, distúrbios de comportamento e deambulação, tonturas, alterações na marcha e quedas, perda visual, perda de peso, ansiedade e depressão. A funciona como um processo diagnóstico multidimensional, geralmente interdisciplinar, para determinar as deficiências, incapacidades, e desvantagens do idoso para planejar o seu cuidado e assistência médica a médio e longo prazo. Prioriza o estado funcional e a qualidade de vida, utilizando instrumentos de avaliação, facilitando a comunicação entre os membros da equipe interdisciplinar e a comparação evolutiva. É usada principalmente nos idosos frágeis e portadores de multimorbidades. – Coexistência, em um mesmo indivíduo, de duas ou mais doenças crônicas, sem relação de causa e efeito e sem que nenhuma delas possa ser considerada um problema principal á – Administração/uso de muitos medicamentos, considerado 4 ou >. Aumenta o risco de terapêutica inadequada, não adesão ao tratamento, interações medicamentosas, reações adversas. O paciente idoso começa perdendo suas atividades básicas de vida instrumental (afazeres, vida em sociedade), progredindo para a perda das suas atividades básicas de vida diária (comer, tomar banho). – perde sua independência. Essa incapacidade está relacionada com o aumento no tempo de internação dos mesmos. í á – 5Is: Insuficiência cognitiva, Incontinência urinária e/ou fecal, Instabilidade postural e quedas, imobilidade e iatrogenia. Apresentações atípicas dos sinais e sintomas das doenças – Incluem confusão mental, inapetência, incontinência, declínio funcional, insônia, depressão, desconforto abdominal e quedas. A Avaliação Geriátrica Ampla é a forma mais adequada de se avaliar o idoso e planejar as intervenções visando a manutenção e/ou recuperação da capacidade funcional. Envolve os pontos de vista médico, psicossocial e funcional. É eficiente, permite diagnóstico funcional, completa. â incluem: equilíbrio, mobilidade e risco de quedas, função cognitiva, condições emocionais, deficiências sensoriais, capacidade funcional, estado e risco nutricional, condições socioambientais, polifarmácia e medicação inapropriada, comorbidades e multimorbidades. í • Teste de Romberg • Teste de Levantar e Andar (Get up and go) • Teste de Levantar e Andar Cronometrado (Timed Get up and go) Carla Bertelli – 4° Período < 10s – Independente, sem alterações Entre 11 e 20s – Independente em transferências básicas, baixo risco de quedas >20s – dependente em várias atividades de vida diária, alto risco de quedas Essas avaliações são fundamentais para avaliação de uma vida independente, tendo em vista que o envelhecimento causa importantes modificações no aparelho locomotor dos idosos. Avaliação neurológica com base no teste de Romberg (paciente com olhos fechados em posição ereta) Escala da Avaliação do Equilíbrio – Í Avaliação da Sarcopenia – Perda de massa muscula, associada a baixa função muscular Mensurada através de medidas antropométricas da circunferência da panturrilha, bioimpedância ou densitometria corporal. O desempenho muscular é avaliado pelo teste da marcha e pelo andar e sentar cronometrado. Já a avaliação da massa muscular é feita pela circunferência da panturrilha e a força muscular avaliada com a preensão palmar (dinamômetro). çã çã Idosos tem declínio cognitivo ao longo dos anos, associado a causas patológicas ou não. É necessário quantificar essa perda de função cognitiva a partir do . Limitado em relação à alfabetização do paciente. Seu resultado é variável dependendo do grau de escolaridade do paciente. (pontuação máxima de 30) ó – Avalia a memória, funções executivas, habilidades visuconstrutivas, compreensão verbal e abstração. Pessoas com Parkinson tendem a micrografia e tremor no desenho do relógio, pacientes com Alzheimer geralmente esquecem dos ponteiros. ã á – Utilizada para rastreio e acompanhamento da depressão na população idosa. >5 pontos é uma possível depressão. É a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais para uma vida com autonomia e independência, ou seja, capaz de realizar atividades de vida diária, tanto básicas quanto as instrumentais, sendo mensuradas por instrumentos de avaliação específicos. As á á são tarefas como tomar banho, vestir-se, comer, e a incapacidade em executá-las indica um alto grau de dependência com consequente complexidade. Utiliza-se a Escala de Katz e de Barthel para avaliação. As á são as necessidades para a vida independente e ativa na comunidade. Utiliza-se a Escala de Lawton e o Questionário Pfeffer. ê As deficiências visual e auditiva tem importância fundamental na funcionalidade do idoso. A avaliação da visão pode ser feita solicitando que o paciente leia palavras impressas de diversos tamanhos, em uma revista ou jornal. A melhor opção, no entanto, é a utilização do Cartão de Jaeger, colocado a 35cm do paciente, testa- se os dois olhos. A avaliação da audição pode ser realizada com o ‘’teste do sussurro’’. Examinador se posiciona fora do campo de visão do paciente ficando a uma distância de 33cm do paciente e sussurra uma pergunta simples ‘’qual é seu nome’’. çõ Redes de suporte social são definidos por conjuntos hierarquizados de pessoas que mantêm entre si laços típicos das relações de dar e receber. Uma forma de avaliação do suporte social é a utilização do APGAR da família e APGAR dos amigos, que são utilizados para avaliar a satisfação do individuo com a família e amigos. São compostos por 5 perguntas. É realizada pela história clínica, exame físico, medidas antropométricas, exames laboratoriais e escalas. Carla Bertelli – 4° Período É importante avaliar a perda ou ganho de peso, alterações na alimentação, sintomas gastrointestinais, avaliação da capacidade funcional, demanda metabólica, antecedentes patológicos, uso de medicamentos. Utilizar a Escala de Miniavaliação Nutricional Avaliar peso, altura, IMC, circunferência abdominal, da cintura, braço e panturrilha. Não existem grandes diferenças em relação ao exame físico normal, apenas alguns achados/particularidades. çã – Pele fina, enrugada, perda de tecido subcutâneo, cabelos brancos, perda de músculos, opacidade dos olhos (catarata), ouvidos (tendência a produzir mais cerume e ter obstrução), alongamento do nariz. Observar a cavidade oral (dentes), faringe (perda da capacidade de deglutição) – Placas amareladas que surgem na superfície da pele ao redor dos olhos, é um pequeno depósito de gordura. Associados a níveis altos de colesterol no sangue. – Movimentos anormais/involuntários apresentados pelopaciente, principalmente em pacientes com déficit cognitivo. Pode ser secundário ao uso de medicamentos antipsicóticos ou antiparkinsonianos. – São mais comuns devido a redução no reflexo de deglutição, alteração no músculo da faringe. Pode-se fazer o teste com água para avaliar a deglutição. – Avaliar se há algum evento obstrutivo, estridor. Podemos auscultar um sopro carotídeo. – Anemia – Fumantes – Pacientes com gota çã – dedos em pescoço de cisne são característicos de artrite reumatoide. ó – Desaparecimento dos sons durante a ausculta da deflação do manguito, geralmente se ouve o som da sistólica mas não se ouve a diastólica. ã – Ocorre devido ao endurecimento da parede das artérias. Aumento da PA secundariamente ao enrijecimento dos vasos – Detecção de artérias palpáveis quando o esfigmomanômetro estiver a nível superior da PAS durante a aferição da PA. Auxilia na identificação de Pseudo-Hipertensão. As artérias continuam palpáveis decorrente da calcificação do vaso. HAS do Jaleco Branco ã á – Avaliamos a PA do paciente idoso em decúbito e ortostatismo. O RGE é uma condição fisiológica normal, quando não associada a sinais e sintomas. É o deslocamento do conteúdo gástrico, sem esforço, para o esôfago. Ocorre em todas as pessoas e várias vezes ao dia sem causar consequências. Já a Doença do Refluxo Gastroesofágico é quando o refluxo causa sinais e sintomas e prejuízos nas atividades diária. A doença pode ser dividida em Doença do Refluxo não erosiva ou Esofagite Erosiva. Os aspectos das lesões incluem esofagite, estenose, esôfago de barret e adenocarcinoma. É uma doença multifatorial, pode envolver alterações na çã ê í é – Envolve a redução do tônus do EEI. O relaxamento não relacionado com a deglutição é chamado de relaxamento transitório do EE, sendo considerado o principal mecanismo fisiopatológico da DRGE. Junto ao esfíncter esofágico inferior, externamente há o esfíncter esofágico externo, formado pelas fibras musculares do diafragma, contornando o esôfago e funcionando como uma válvula. Em pacientes com forma grave de DRGE, a pressão em repouso do EEI está diminuída. Linha Z – Junção Escamocolunar, transição entre os epitélios esofágicos e gástricos. Os mecanismos que atuam sobre os esfíncteres esofágicos são: Colecistocinina, Óxido Nítrico e Peptídeo Intestinal Vasoativo. Reduzem a força do esfíncter – Envolvem os mecanismos que reduzem a acidez dentro do esôfago, mecanismo mecânico (peristalse) e químico (saliva). A depuração ou ‘’clareamento’’ do material refluxado decorre dos mecanismos mecânicos (retira a grande quantidade do conteúdo refluxado através do peristaltismo e gravidade) e químicos (a saliva e componentes da mucosa neutralizam conteúdo residual). Casos em que o paciente tem uma menor quantidade de saliva, como na Xerostomia (boca seca, ausência de saliva) e a diabetes (reduz a produção de saliva) são fatores que aumentam as chances de desenvolvimento de diabetes. De noite, se diminui a produção de saliva, não tendo mais a correção do pH – por isso a DRGE é mais intensa a noite. Carla Bertelli – 4° Período – Depende muito de cada indivíduo e seus hábitos. A ingesta de alimentos ou líquido quentes podem causar um impacto no epitélio esofágico lesionando, além disso estar relacionado ao desenvolvimento de esôfago de Barret çõ í í – Pirose (queimação retroesternal) e Regurgitação. Ocorre alívio dos sintomas ao uso de antiácidos e ingestão de alimento. í – Disfagia e dor torácica. Muitas vezes essa dor pode ser indistinguível de uma dor de IAM, sendo importante excluir as causas cardiovasculares primeiramente. á – Tosse crônica, laringite, exacerbação da asma, erosões dentárias, fibrose pulmonar, rinossunisite crônica, pneumonia de aspiração repetida, rouquidão, globus, pigarro, alteração das cordas vocais. – Sugerem formas mais agressivas ou complicações da doença: odinofagia, disfagia, sangramento, anemia e emagrecimento. Diagnóstico – A identificação dos sintomas cardinais (pirose e regurgitação) permite um diagnóstico presuntivo de DRGE sem a necessidade de realização de exames complementares. Em caso de sinais de alarme, é importante realizar endoscopia. Além disso há pHmetria esofágica (padrão ouro da DRGE), impedância com pHmetria. – É um distúrbio da digestão caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao , como dor, queimação ou desconforto na região superior do abdome, que podem estar associados à saciedade precoce, empachamento pós-prandial, náuseas, vômitos, timpanismo, sensação de distensão abdominal. A dispepsia por si só é comum a diversas doenças, porém a é ó a parte, quando a presença destes sinais e sintomas não tem relação ou correlação com nenhum outro problema. Sinais de Alarme – Hematêmese, melena (sangue digerido nas fezes), dispepsia com vômitos persistentes. Na anamnese deve realizar pensando na gravidade do quadro, fatores de melhora ou piora, duração, curso dos sintomas, relação com o padrão de defecação. Perguntar sobre uso de medicamentos (AINEs) que podem estar associados a sintomas dispépticos, perguntar sobre fatores de risco para carcinoma gástrico ou esofágico (histórico familiar, hábitos de vida), histórico de queixas estomacais. No exame físico pode haver dor a palpação do epigástrico, hipertimpanismo à percussão e distensão abdominal. Poucas alterações são encontradas no exame físico, o que é mais marcante são as complicações como úlceras gástricas, podendo causar peritonite Dispepsia funcional é uma desordem heterogênea caracterizada por períodos de abrandamentos e exacerbações, e seu diagnóstico é em geral empregado quando em uma avaliação completa em um paciente com sintomas dispépticos, não se consegue identificar a causa. ó – Necessário consultar os critérios de ROMA III e IV. – Apresentação dos sintomas por pelo menos 12h contínuos ou intermitentes nos últimos 12 meses. Inclui sintomas recorrentes ou persistentes (dor ou desconforto que ocorre no abdome superior), nenhuma evidência de outra doença. – Queixas dispépticas durante os últimos 3 meses que se iniciaram no mínimo 6 meses antes. É fundamental a presença de 1 ou + dos seguintes sintomas: empachamento pós-prandial, saciedade precoce, dor epigástrica e queimação epigástrica. É fundamental também a ausência de lesões estruturais (incluindo a realização de endoscopia) que possam justificar os sintomas. Para uma melhor orientação propedêutica, os pacientes portadores de dispepsia funcional devem ser classificados de acordo com o sintoma principal em duas síndromes: Síndrome do Desconforto Pós-Prandial (sintomas desencadeados pelas refeições) É fundamental a presença de pelo menos 1 dos seguintes critérios: empachamento pós-prandial, que acontece necessariamente após as refeições habituais, ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses. Saciedade Carla Bertelli – 4° Período precoce que impossibilita o término normal das refeições ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses. – Síndrome da Dor Epigástrica (sintomas de dor ou queimação epigástrica) Fundamental a presença de todos os seguintes critérios: dor ou queimação localizada no epigástrio, pelo menos moderada, ocorrendo no mínimo 1x na semana nos últimos 3 meses. Dor intermitente, dor não generalizada ou localizada em outras regiões do abdome ou tórax, dor não aliviada pela defecação ou eliminação de flatos. As características da dor não preenchem critérios para diagnóstico dos distúrbios funcionais da vesícula biliar ou esfíncter de Oddi. Outros sintomas que se presentes reforçam o diagnóstico são dor em característica de queimação mas sem irradiação retroesternal, dor induzida ou aliviada pela ingestão de alimentos. – Também leva em consideraçãoa divisão entre síndrome da dor epigástrica e síndrome do desconforto pós-prandial, podendo haver sobreposição entre elas. Em ambas, os sintomas devem estar presente nos últimos 3 meses e com início a pelo menos 6 meses. Deve ainda ser afastada evidência de doença estrutural que justifique os sintomas, incluindo a realização de endoscopia digestiva alta. Síndrome do Desconforto Pós-Prandial – Caracteriza-se por sensação de plenitude pós-prandial após refeições habituais e/ou saciedade precoce, impedindo o término da refeição, pelo menos 3x na semana, com ou sem empachamento e eructações. Pode estar relacionada com a ingestão de determinados alimentos ou bebidas. Os sintomas podem apresentar intensidade que interfira nas atividades habituais ou impeça o término das refeições. Síndrome da Dor Epigástrica – Caracteriza-se por dor ou queimação epigástrica intermitente, por pelo menos 1x na semana, de moderada a forte intensidade, podendo estar relacionada ou não com a alimentação, não generalizada nem localizada em outras regiões abdominais ou torácicas, não aliviada pela defecação ou eliminação de flatos e que não preenche critérios para distúrbios da vesícula biliar ou esfíncter de Oddi. Hemorragia Digestiva significa qualquer sangramento/hemorragia que ocorre no decorrer do TGI. – Ocorre oralmente, antes do ângulo de Treitz (ângulo formado ao nível da junção duodenojejunal). As MC mais comuns incluem hematêmese e melena. – Ocorre após o ângulo de Treitz. Hematoquezia é a MC mais comum. Sinais e sintomas que podem auxiliar na determinação de hipóteses diagnósticas são dor abdominal, náuseas, vômitos, epigastralgia, mudança no hábito intestinal, propensão a ter úlcera péptica, anorexia e perda de peso. É importante saber diferenciar hemorragias altas e baixas. ê – Vômitos em sangue vivo, ou em borra de café. Significa presença de sangue no vômito, podendo ocorrer devido a ruptura de varizes esofágicas. – Fezes escurecidas, extremamente mal cheirosas. Remete a perda de 50 a 100ml de sangue nas últimas 14h, tendo em vista que o sangue já foi digerido. – Sangue vivo nas fezes. Remete HDB. – Mais frequente em homens. As principais causas incluem úlcera péptica, gastrite ou duodenite erosivas, varizes esofagogástricas, gastropatia portal hipertensiva, angiodisplasias e telangiectasias, Mallory-weiss (laceração da mucosa do esôfago devido ao esforço ao vomitar). • Úlcera Péptica – Taxa de sangramento significativa. Principais fatores envolvidos incluem infecção por H. pylori, AINEs, estresse fisiológico, sepse, choque e hipersecreção ácida. • Varizes Esofagogástricas – Ocorrem devido hipertensão portal. A partir do momento que se tem uma lesão no hepatócito, e ele não se regenera, ele é substituído por tecido conjuntivo e se perde a função dos hepatócitos. Os sinusoides de um paciente com cirrose estão lesados. Ocorre anastomoses portossistêmicas, formando veias colaterais: cabeça de medusa ou esofagogástricas. • Manifestações Vasculares – Neoformação vasculares (displasia dos vasos) que é uma proliferação de vasos sanguíneos. O sangramento neste caso é pequeno, Carla Bertelli – 4° Período sem repercussão hemodinâmica, normalmente identificados em casos de exame de sangue oculto nas fezes. • Mallory-Weiss – É uma síndrome relacionada a êmese incoercíveis, causando ruptura da mucosa. Ocorre principalmente em gestantes, alcoólatras e pacientes com intoxicação alimentar grave. Ocorre laceração da mucosa do esôfago em pacientes que estão vomitando repetidamente. A complicação mais temida é a ruptura do esôfago, a í rara, que causa dor retroesternal forte e súbita, com irradiação para MSD, podendo ocorrer pneumoperitôneo ou mediastinite. • Lesão de Dieulafoy – Presença de uma artéria proeminente que tem propensão a sangrar. A anamnese e o exame físico são importantes para tentar definir a etiologia e a gravidade da HDA, sabe-se que a melena é associada ao sangramento digestivo alto em 90% dos casos. A queda da PA sistólica em mais de 10mmHg ou aumento do pulso em mais de 10bpm com o paciente indica uma perda significativa de pelo menos 1l de sangue. Temos que nos atentar na possibilidade de choque hipovolêmico – caracterizado por taquicardia e hipotensão. No exame físico o toque renal é indicado em todos os pacientes e pode demostrar sangue em dedo de luva. Já a presença de linfonodos supraclaviculares esquerdos (firme, endurecido, pouco móvel) é o que indica neoplasia maligna. Pode-se palpar o abdome do paciente e encontrar massas. Achados como aranhas vasculares e telangiectasias, hepatomegalia, esplenomegalia ou presença de encefalopatia hepática sugerem sangramento varicoso por cirrose ou hipertensão portal. Síndromes que sugerem hemorragia digestiva alta são a Síndrome de (manchas pigmentadas nos lábios e mucosas associadas a polipose) e síndrome de , que são telangiectasias em lábios e língua derivado de proliferação vascular. Causas variam em relação ao adulto e a criança. No adulto ocorre devido a doença diverticular, angiodisplasia, DII, doenças anorretais, neoplasias malignas de cólon, colite isquêmica, sangramento gastrointestinal alto e pólipos. • Doença Diverticular – Geralmente indolor, resulta da erosão de uma artéria penetrante do divertículo. A maioria dos divertículos estão localizados no cólon esquerdo, mas os divertículos do cólon direito têm maior probabilidade de sangrar. • Angiodisplasias – Formação de vasos proeminentes que podem sangrar. • Doenças anorretais – Doença hemorroidária é a principal causa de hemorragia digestiva baixa. Causas Infantis de HDB – Fissura anorretal, diverticulite de Merckel, colite infeciosa, pólipos juvenis, intussuscepção. Diarreia é a passagem de uma quantidade maior do que o normal de fezes amolecidas, além do aumento no número de evacuações, durando menos de 14 dias. Envolve o aumento da frequência (3 evacuações diárias) e do volume (diminuição da consistência das fezes, fezes líquidas). Diarreia Aguda – 7 dias Diarreia Prolongada – 7 a 13 dias Diarreia Persistente – 2 a 4 semanas Diarreia Crônica - >4 semanas A maioria dos casos de diarreia aguda são autolimitados, com resolução em 3 a 5 dias. Ocorre um aumento na quantidade de água e eletrólitos nas fezes – fezes malformadas. É esse comprometimento no equilíbrio entre reabsorção e secreção pela mucosa intestinal que leva a liquidificação das fezes. Em 90% dos casos ela se apresenta com Carla Bertelli – 4° Período causa infecciosa, sendo a ingestão de alimentos ou água contaminada a principal fonte de transmissão. Crianças, idosos e imunossuprimidos tendem a ter mais chance de desidratação e consequências graves da diarreia (desidratação, hipovolemia e hiponatremia) O principal vírus relacionado é o Norovírus. Causas não infecciosas incluem medicações osmóticas, substâncias contendo magnésio, síndrome de má absorção, medicamentos que causam diarreia, como a Metformina. é ó - As diarreias associadas a toxinas ocorrem devido ao aumento da secreção da mucosa intestinal, estimulada pelos produtos bacterianos. Assim, a instalação abrupta de um quadro diarreico, de minutos a 6 horas após a infecção, sugere toxinas pré-formadas como causa mais provável o S. aureus e o Bacillus cereus. – Norovírus é a principal causa. Pode cursar com quadro hiperagudo de vômitos, com diarreia aparecendo horas depois, o que ajuda a diferenciar das diarreias mediada por toxinas. As diarreias que ocorrem entre 8 e 16h após a infecção sugerem quadros virais ou por Clostridium perfringens, e os quadros que aparecem em tempo maior sugerem infecções virais e principalmente bacterianas. Uma evolução com sintomas sistêmicos, incluindo rigidez da nuca, é sugestiva de Listeriose, causado pela bactérialisteria. Por isso é importante sempre realizar sinais meníngeos no OS. ó – Evacuações frequentes, usualmente de menor volume, presença de patógenos nas fezes, com muco, pus ou sangue. Febre é frequente, com temperaturas em torno de 38,5, toxemia, dor abdominal intensa e tenesmo. As fezes apresentam uma grande quantidade de leucócitos e sangue. As causas mais frequentes são bactérias enteroinvasivas, que liberam citotoxinas ã ó – Fezes em grande volume e aquosas, usualmente, se produtos patógenos podem ter febre baixa. Causada principalmente por infecções virais. Febre Alta – Quadros Bacterianos Febre Baixa – Quadros virais A diarreia pode ser dividida também conforme a sua localização em diarreia alta ou baixa. A alta é proveniente do ID, os episódios diarreicos são mais volumosos. Causa síndrome disabsortiva associada com esteatorreia. Cursa com diarreia não inflamatória. Já a diarreia baixa consiste em evacuações de pouca quantidade, frequentes, associadas a tenesmo e urgência fecal, associada principalmente a colites e quase sempre infamatória. Carla Bertelli – 4° Período Norovírus – Apresentação aguda e lenta, inicia-se com quadro de vômitos que evoluem para diarreia. São comuns no inverno. É autolimitado Toxinas por S. aureus – Apresentação inicial com vômitos e dor abdominal em cólica, diarreia, instalação abrupta de 1 a 6h Campylobacter – Diarreia sanguinolenta, evolução para síndrome de Guillain-Barré E. coli – Período de incubação rápido, diarreia sanguinolenta, quadro grave, diarreia secretória devido a presença de toxinas, diarreia aquosa, em grande volume. Clostridium – Pode ocorrer após 6 meses de uso de antibióticos, quando se descontinua o antibiótico Giardia Lamblia – Quadro crônico ou agudo, ingestão de água ou alimentos contaminados, diarreia, perda de peso, dor abdominal, alterações no TGI, febre é incomum, fezes explosivas. Diarreia aquosa profusa com sinais de hipovolemia, presença de produtos patógenos e mais de 6 episódios diários de fezes, febre >38°, dor abdominal intensa, uso recente de antibióticos ou hospitalização, idosos e imunocomprometidos e sinais sistêmicos. çã – Desidratação (olhos fundos, mucosas secas, sinal da prega, pulsos fracos, diminuição do nível de consciência). No abdome podemos encontrar distensão abdominal, abdome escavado pela intensa perca de conteúdo gastrointestinal. – RH aumentados ã – Hipertimpanismo çã – Dor na região epigástrica em casos de vômitos, dor no cólon pode remeter a colite. – Investigação da presença de massa ou sensibilidade abdominal, avaliação da mucosa retal e do esfíncter anal, que poderá suscitar no diagnóstico diferencial de incontinência fecal. Observar fissuras, tônus do esfíncter anal, trauma do canal anal – Hemograma (aumento da linfócitos em infecções virais, neutrofilia em infecções bacterianas e eosinofilia em infecções por parasitas), Eletrólitos podem estar diminuídos, alterações no sódio e potássio. Função renal diminuída devido a desidratação, hemoculturas. Plano A – Prevenir desidratação no domicílio, aumentar a ingestão de líquido e soros caseiros. Manter a alimentação habitual. Ficar atento aos sinais de perigo. Plano B – Tratamento por via oral na UBS, administração de solução de reidratação oral continuamente até que se desapareça os sinais de desidratação, a quantidade da ingestão de soro depende da sede do paciente. Durante a reidratação avaliar o paciente, se ele continuar desidratado indicar sonda nasogástrica (gastróclise) Carla Bertelli – 4° Período Plano C – Desidratação grave, na unidade hospitalar. Fase rápida e a fase de manutenção e reposição Em geral as hepatites são classificadas nas formas agudas, das quais a Hepatite A (transmissão fecal-oral) é a principal causadora, e nas formas crônicas, entre as quais se sobrepõe a Hepatite B e C (transmissão vertical, parenteral, sexual). Normalmente o quadro clínico das hepatites virais agudas é semelhante, independente do agente etiológico causador, podendo variar desde formas assintomáticas/oligoassintomáticas, formas anictéricas, ictéricas. Dividido em 3 fazes: Fase de Incubação (normalmente assintomático), Fase Pré-Ictérica ou Prodrômica, Fase Ictérica e Fase de Convalescença (quando cronifica) Carla Bertelli – 4° Período çã – Geralmente assintomático, quando a infecção está se desenvolvimento. ô – Dura em torno de 1-2 semanas. O paciente tem sinais e sintomas inespecíficos. Febre, mal-estar, astenia, perda de apetite, náuseas, vômitos, diarreia. é – Surge com a regressão dos sintomas prodrômicos (durante uma melhora clínica do paciente em relação aos sintomas prodrômicos), apresenta icterícia, colúria, hipocolia fecal e icterícia, com ou sem prurido. Nesse momento, em decorrência do processo inflamatório hepático, o hepatócito encontra-se inflamado, no exame físico podemos observar discreta hepatomegalia dolorosa, causa edema dentro do fígado, que se distende a cápsula de Glisson e isso causa dor. Mucosas amareladas, mucosa jugal (bochecha), esclera e mucosa ocular, colúria. – Uma pequena parte dos casos pode entrar em uma fase grave, que é a hepatite fulminante. Tem uma apresentação clínica variável e inespecífica. Pode haver mialgia, náuseas, fadiga, mal- estar, hiporexia, desconforto abdominal, cefaleia, diarreia, hepatomegalia, distensão abdominal por ascite, colúria e acolia. Sinais e Sintomas Relacionados a insuficiência hepática – ocorre quando o fígado para de funcionar. Resposta exacerbada ao vírus que lesa o hepatócito de forma intensa. Paciente que tem um quadro longo de disfunção hepática começa ter alterações no nível de consciência, causando encefalopatia hepática Flapping – Aspecto de ‘’bater asas’’ das mãos, chamado de arterixis. É característico de encefalopatia hepática. Ocorre devido ao acumulo de bilirrubina. Corresponde a fase de convalescença. Pode ser assintomática ou oligoassintomática. A hepatite crônica geralmente tem como sintomas comuns fadiga, anorexia, perda de peso. Com frequência manifesta-se já com evidências de doença hepática avançada, com ascite, edema de MMII, encefalopatia hepática e hemorragia digestiva. Isso acontece até que muitos hepatócitos sejam lesados, e fibrose seja depositada levando a um quadro de insuficiência hepática progressiva e cirrose. Manifestações Clínicas – Icterícia, ascite, hepatomegalia, esplenomegalia, circulação colateral proeminente, edema de MMII, diminuição da PA, aranhas vasculares (telangiectasias), ginecomastia, atrofia testicular, eritema palmar, contratura de Dupuytren (atrofia da fáscia palmar), baqueteamento digital, osteoartropatia hipertrófica, distrofia ungueal (unhas de Muehercke e unhas de Terry), flapping. As aranhas vasculares e a ginecomastia surgem devido a disfunção do fígado em metabolizar a testosterona, sendo assim, a testosterona não metabolizada é convertida em estrógeno e isso causa a ginecomastia e aranhas vasculares. Ascite e edema nos MMII se dão em grande parte devido a hipoalbuminemia. Carla Bertelli – 4° Período – Sinais e sintomas relacionados com o sistema digestório, incluem náuseas, vômitos, disfagia, odinofagia, hematêmese, dor abdominal. çã Tipo – Normal ou atípico (plano, simétrico e sem alterações de volume), globoso (predomínio do diâmetro anteroposterior, ascite, tecido adiposo), gravidez (abdome gravídico), retraído, escavado, em ventre de batráquio (em decúbito dorsal predomínio do diâmetro transversal), em avental. Observar movimentos respiratórios, presença de cicatrizes, lesões na pele, abaulamentos, retrações, hérnias, presença de circulação colateral. Aranhas vasculares – principalmente no tronco. Pancreatite necro-hemorrágica, gravidez ectópica rota e outras causas de hemorragiaretroperitoneal cursam com sinal de Cullen (pancreatite necrosante), sinal de Grey- turner (hemorragias no retroperitônio), sinal de fox.. Sinal da Irmã-Maria-José – Linfonodo umbilical, indicativo de metástases. çã â – Em casos de dúvida para saber se é linfonodo ou hérnia, faz-se a manobra de valsalva, que aumenta a pressão intra-abdominal e torna evidente as herniações. Manobra de Smith Bates – Elevação dos MMII para contrair a musculatura abdominal. Se a massa desaparecer significa que ela está abaixo da parede abdominal. – Normal é de 5-35 RH por min ou borborigmos a cada 4/5 incursões. Hiperperistaltismo ou Hipoperistaltismo.. Começa no quadrante inferior direito e segue a ordem (4 quadrantes ou os 9 quadrantes). Tempo mínimo de ausculta 1 minuto, idealmente 3min. Caso não ouvir nada, passa-se até 5 min auscultando os quadrantes. Ausculta de sons vasculares – sopros, estenoses de artérias renais, aterosclerose, aneurismas de aorta, insuficiência aórtica. ã - Avaliar estruturas no interior do abdome, distribuição dos gases, presença de gases e líquidos, hepatimetria. Realizada nas 9 regiões, avaliando presença de timpanismo ou macicez. Espaço de Traube - – Timpanismo. Macicez ou submacicez investiga-se esplenomegalia. Limites do espaço de traube (6° EIE, linha axilar anterior e rebodo costal esquerdo) Identificação de Líquido Livre na Cavidade Peritoneal – Ascite. Ascite Discreta – Macicez móvel Sinal da Poça – Quantidade pequena de líquido, ascite pequena (150ml). Percussão de baixo para cima. Semicírculo de Skoda – Líquido vai para os flancos ou andar inferior, percussão que delimina uma linha semicurcular Hepatimetria – De cima para baixo. Delimita-se o limite superior (som submacicço/transição), limite inferior (macicez hepática e inicio do timpanismo abdominal). Tamanho normal de 6-12 cm lobo direito, 4-8cm lobo esquerdo. çã Superficial (pele, subcutâneo e parede) Profunda (massas, nodulações, abaulamentos) Sinais de Irritação Peritoneal – Hipersensibilidade a palpação superficial, abdome em tábua ou rígido, dor ao mínimo toque, ar livre na cavidade por rotura de alças, sinal de Jobert (hipertimpanismo em área hepática) sinal de Pneumoperitôneo Sinal de Blumberg – Ponto de McBurney, dor a descompressão brusca Sinal de Lapinsky – Eleva o MID pressionando a fossa ilíaca direta, em caso de dor, responde flexionando a perna. Sinal do Obturador – Flete a coxa do paciente em ângulo de 90° Sinal de Rovsing – Comprimir a fossa ilíaca esquerda de maneira que o ar seja direcionado ao ceco. Sinal do Psoas – DLE, traciona o MID dele ou flexão da coxa contra resistência. Sinal de Murphy Sinal ou Regra de Corvousier-terrier
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