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Por que estudar mortalidade infantil? - Os óbitos no primeiro ano de vida sinterizam as condições de bem-estar social, político e ético de uma sociedade; - Depende do acesso aos serviços de saúde, de saneamento básico e das relações sociais e familiares. CONCEITO Mortalidade Infantil: [Óbitos de crianças de 0 a <1 ano] Em virtude da grande vulnerabilidade que as crianças com menos de um ano de idade apresentam em face das alterações ocorridas no ambiente social e econômico e das intervenções de saúde, a mortalidade nessa faixa etária é considerada como um indicador tanto da situação de saúde, quanto das condições de vida de uma população. Taxa de Mortalidade na Infância: [Óbitos de menores de 4 anos] Identifica a proporção de óbitos de menores de quatro anos de idade, dentre cada mil nascidos vivos, em determinado limite geográfico. “Por meio do acompanhamento das taxas de mortalidade neonatal, pós- neonatal, infantil e de menores de um ano, tornou-se possível inferir a qualidade de vida de um povo e seus determinantes: a situação de renda e emprego, os níveis de educação, as condições de habitação e saneamento, e o acesso aos serviços de saúde.” (A. C. SILVA, 1998). - A mortalidade em menores de cinco anos (ou mortalidade na infância) constitui um indicador chave na avaliação da situação de saúde da população. - O acompanhamento das taxas de mortalidade na infância representa uma oportunidade para o desenvolvimento de estratégias preventivas direcionadas à redução do risco de morte nessa faixa etária por meio de políticas públicas relacionadas à saúde das crianças. "Nos países em que se fornecem serviços de saúde seguros, acessíveis e de alta qualidade para todos, mulheres e bebês sobrevivem e prosperam", disse o Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Esse é o poder da cobertura universal de saúde". - As novas estimativas revelam que 6,2 milhões de crianças menores de 15 anos morreram em 2018 e mais de 290 mil mulheres morreram devido complicações durante a gravidez e o parto em 2017. - Do total de mortes infantis, 5,3 milhões ocorreram nos primeiros 5 anos, com quase metade delas no primeiro mês de vida. - Mulheres e recém-nascidos são mais vulneráveis durante e imediatamente após o parto. - Estima-se que 2,8 milhões de mulheres grávidas e recém-nascidos morram a cada ano, ou um a cada 11 segundos, principalmente de causas evitáveis, dizem as novas estimativas. CAUSAS EVITÁVEIS: situações que já são conhecidas e que poderiam ser melhor tratadas, consequentemente podendo ser evitada. - As crianças enfrentam o maior risco de morrer no primeiro mês, principalmente se nascerem muito prematuramente ou muito pequenas (baixo peso), tiverem complicações durante o nascimento, defeitos congênitos ou infecções adquiridas. Situação Epidemiológica e Indicadores de Saúde Infantil - Cerca de 1/3 dessas mortes ocorrem no primeiro dia e quase 3/4 apenas na primeira semana. Maior risco entre o 1 até o 7 dia de vida do RN. Inclusão que atesta sua importância: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) para o período 1990-2015; Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o período posterior até 2030. Reduzir em 2/3 a MI - Nos últimos 25 anos, um declínio importante da mortalidade na infância foi constatado no Brasil — o país atingiu a Quarta Meta dos ODM antes de 2015. - As taxas de mortes ainda são elevadas o que torna importante a avaliação do desempenho desse indicador por estados para a identificação de desigualdades regionais. (NORTE e NORDESTE) - A análise das principais causas de morte na infância tem especial relevância para a definição de ações preventivas mais efetivas. - Há uma elevada participação das causas perinatais como a prematuridade, o que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós- parto, em geral preveníveis por meio de assistência à saúde de qualidade. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL O Coeficiente de Mortalidade Infantil está classificado em função da proximidade ou distância dos valores já alcançados por sociedades desenvolvidas, em ALTAS, MÉDIAS e BAIXAS: ALTAS – taxas maiores que 50/1000 NV (Angola, Afeganistão e Nigeria) MÉDIAS – taxas entre 20 e 50/1000 NV (Brasil) BAIXAS – taxas menores que 20/1000 NV (Canadá, Japão, Suécia, Costa Rica e Chile) - As estimativas mostram vastas desigualdades em todo o mundo, com mulheres e crianças na África ao sul do Saara enfrentando um risco de morte substancialmente mais alto do que em todas as outras regiões. - O nível de mortes maternas é quase 50 vezes maior para as mulheres na África ao sul do Saara e seus bebês têm uma probabilidade 10 vezes maior de morrer no primeiro mês de vida, em comparação com aqueles dos países de alta renda. - 30% das crianças indígenas no Brasil sofrem com a desnutrição crônicas. - Também existem fatores relacionados do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos países e regiões. - Entre 2014 e 2019, mais de 9 mil crianças foram mortas durante conflitos (sejam guerras, conflitos relacionados ao tráfico...) Componentes da Mortalidade Infantil Mortalidade Fetal: nascidos não vivos (feto que morreu na barriga da mãe e não chegou a nascer); somente se nascer com o coração batendo. LIMITE DE VIABILIDADE FETAL- 22 semanas/ 500g (quando a semana de gestação é desconhecida) *Menos de 22 semana é aborto* Mortalidade Perinatal: Período Perinatal – engloba as mortes fetais e o óbito neonatal precoce. (22 semanas até menos de 7 dias) *Óbitos fetais e Óbitos neonatais precoces* Mortalidade Infantil: Neonatal e Pós-Neonatal Precoce - <7 dias Tardia (relação com processos infecciosos) – 28 dias Pós-neonatal - até <1 ano (lactentes). Mortalidade na Infância Componente Neonatal: As mortes no primeiro mês de vida estão relacionadas aos problemas ligados à gravidez e ao parto: a) Características biológicas das mães b) Condições socio e econômicas da família c) Disponibilidade e qualidade da atenção médica perinatal Taxa de Mortalidade Infantil (Coeficiente de Mortalidade Infantil) CONCEITO Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. MÉTODO DE CÁLCULO Número de óbitos de crianças < de um ano de idade x 1000/ Número de nascidos vivos de mães residentes. INTERPRETAÇÃO: - Como indicador geral de saúde expressa, associado a outros, a situação de saúde de uma comunidade e as desigualdades de saúde entre grupos sociais e regiões. - Como indicador específico revela as condições de saúde do grupo materno- infantil. Taxa de Mortalidade Neonatal Precoce CONCEITO Número de óbitos de 0 a 6 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. MÉTODO DE CÁLCULO Número de óbitos de residentes de 0 a <7 dias de idade x 1000 / Número de nascidos vivos de mães residentes INTERPRETAÇÃO: - Estima o risco de um nascido vivo morrer durante a primeira semana de vida. - Reflete de maneira geral, as condições socioeconômicas e de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré- natal, ao parto e ao recém-nascido. Taxa de Mortalidade Neonatal Tardia CONCEITO Número de óbitos de 7 a 27 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. MÉTODO DE CÁLCULO Número de óbitos de residentes de 7 a 27 dias de idade x 1000 / Número de nascidos vivos de mães residentes. INTERPRETAÇÃO: - Estima o risco de um nascido vivo morrer dos 7 aos 27 dias de vida. - Refletede maneira geral, as condições socioeconômicas e de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré- natal, ao parto e ao recém-nascido. Taxa de Mortalidade Pós-Natal CONCEITO Número de óbitos de 28 a 364 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. MÉTODO DE CÁLCULO Número de óbitos de residentes de 28 a 364 dias de idade x 1.000 / Número de nascidos vivos de mães residentes. INTERPRETAÇÃO: - Estima o risco de um nascido vivo morrer dos 28 aos 364 dias vida; -De maneira geral, denota o desenvolvimento socioeconômico e a infraestrutura ambiental, que condicionam a desnutrição infantil e as infecções a ela associadas. - O acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materno-infantil são também determinantes da mortalidade nesse grupo etário. - Quando a taxa de mortalidade infantil é alta, a mortalidade pós-neonatal é, frequentemente, o componente mais elevado. Taxa de Mortalidade Fetal CONCEITO Número de óbitos fetais (ocorridos a partir da 22ª semana completa de gestação, ou 154 dias ou fetos com peso igual ou superior a 500g ou estatura a partir de 25cm) por mil nascimentos totais, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. - Os nascimentos totais incluem os nascidos vivos e os óbitos fetais. MÉTODO DE CÁLCULO Número de óbitos fetais (22 semanas de gestação e mais), de mães x 1.000 / Número de nascimentos totais de mães residentes (nascidos vivos mais óbitos fetais de 22 semanas e mais de gestação) INTERPRETAÇÃO: - Estima o risco de morte de um feto nascer sem qualquer sinal de vida. - De maneira geral, reflete a ocorrência de fatores vinculados à gestação e ao parto, entre eles o peso ao nascer, bem como as condições de acesso a serviços de saúde e a qualidade da assistência pré-natal e ao parto. Componentes Pós-Natal: As mortes nesse período estão relacionadas: a) Doenças imunopreveníveis b) DIARRÉIA e INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS c) Doenças mais vulneráveis às intervenções do setor saúde e ações de ampliação do saneamento básico. d) Doenças ligadas às precárias condições de vida e à falta de acesso a serviços de saúde com qualidade. MORTALIDADE INFANTIL E SEUS COMPONENTES MORTALIDADE PÓS-NEONATAL - Doenças imunopreveníveis - Doenças infecciosas DIARRÉIA INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS, - Doenças mais vulneráveis às intervenções do setor saúde e ações de ampliação do saneamento básico. - Doenças ligadas às precárias condições de vida e à falta de acesso a serviços de saúde com qualidade. Near Miss Neonatal O termo near miss refere-se a casos de quase morte decorrentes de alguma complicação severa, mas que sobrevivem. - Ao identificar recém-nascidos que escaparam da morte, as deficiências nos serviços ofertados à saúde do binômio mãe-bebê podem ser detectadas e localizadas, levando a uma melhora na assistência. - Este indicador é construído baseado na ideia aeronáutica de “acidente aéreo quase fatal” e em analogia ao conceito de morbidade materna near miss, em que três componentes (critérios clínicos, laboratoriais e de gestão) são utilizados para identificar disfunção ou falência orgânica. - A morbidade neonatal near miss é considerada um evento mórbido que quase resultou na morte do recém- nascido nos primeiros 28 dias de vida. - No Brasil, a taxa de mortalidade neonatal em 2010 foi de 11,1 por mil nascidos vivos (MS. Brasil – 2011.) - Estima-se que a taxa de morbidade neonatal near miss teria sido quatro vezes maior, portanto, em torno de 45 por mil nascidos vivos. Variáveis para a construção do indicador de morbidade neonatal Near Miss: 1. Muito Baixo Peso ao Nascer (< 1.500g), 2. IG < 32 semanas 3. e/ou Apgar < 7 no 5o minuto de vida. 4. Uso de Ventilação Mecânica 5. Mal Formação Congênita