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Indaial – 2021 PsicoPedagogia: construção Lógico-MateMática Profª. Ana Clarisse Alencar Barbosa Profª. Graciele Alice Carvalho Adriano 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profª. Ana Clarisse Alencar Barbosa Profª. Graciele Alice Carvalho Adriano Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: B238p Barbosa, Ana Clarisse Alencar Psicopedagogia: Construção lógico-matemática. / Ana Clarisse Alencar Barbosa; Graciele Alice Carvalho Adriano. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 201 p.; il. ISBN 978-65-5663-642-9 ISBN Digital 978-65-5663-641-2 1. Dificuldades de aprendizagem. - Brasil. I. Adriano, Graciele Alice Carvalho. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 370 aPresentação Prezado acadêmico! Os estudos que envolvem as intervenções psicopedagógicas, relacionadas às dificuldades e transtornos de aprendizagem, sobre os conteúdos lógico-matemáticos, requerem alguns saberes da área de conhecimento. Dessa forma, o psicopedagogo necessita conhecer os assuntos que envolvem o ensino da matemática, o desenvolvimento das atividades de ensino e aprendizagem, inclusive, sua aplicação nas intervenções psicopedagógicas para o desenvolvimento da construção lógico-matemática nos alunos. Na Unidade 1, conheceremos sobre os números naturais e as operações matemáticas, com atenção para a gênese da criação dos números e das operações. Assim, saber como foi o processo de elaboração dos números incide em analisar a necessidade do uso dos números ao longo da história do desenvolvimento social. Apresentamos o uso do ábaco como uma metodologia de ensino e aprendizagem, para favorecer o entendimento sobre a construção das operações matemáticas. Estudaremos sobre o contexto histórico do ensino da matemática e as abordagens didáticas sobre os números naturais e as operações, contemplando a implantação da BNCC na Educação Básica. Por fim, nesta unidade, incluímos os conceitos sobre os números e as operações, referentes a adição, subtração, multiplicação e divisão, com exemplos práticos de ensino e aprendizagem, para serem trabalhados com as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na Unidade 2, entenderemos a construção do número na criança segundo as teorias de Piaget e Vygotsky. A teoria segundo Piaget revela a construção do número pela criança pautado em testes operatórios, aplicados em crianças, com análises registradas sobre o desenvolvimento de sua aprendizagem. Vygotsky contribui, com seus estudos, no processo de intervenção psicopedagógica, relacionado à mediatização, desenvolvimento e formação de conceitos pela criança, e os aspectos que envolvem a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Apresentamos o jogo como recurso de aprendizado, em que favorece a resolução de problemas na intervenção psicopedagógica, o que incide no desenvolvimento integral do indivíduo. Para tanto, destacamos algumas possibilidades de jogos matemáticos, para serem utilizados nos atendimentos, que desenvolvem os saberes relacionados aos assuntos da matemática, como inclusive, o relacionamento interpessoal. Na Unidade 3, destacamos os estudos que englobam as dificuldades e os transtornos de aprendizagem da matemática, como o baixo rendimento aritmético, a acalculia e a discalculia. Para auxiliar no diagnóstico psicope- dagógico, apresentamos o uso da ananmese e dos testes psicopedagógicos. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Com especial atenção na intervenção psicopedagógica nos casos de discal- culia, destacamos algumas atividades para utilizar nos atendimentos. Em suma, disponibilizamos a aplicação do método das provas Piagetianas na intervenção psicopedagógica, e uma entrevista, que contou com o relato da atuação de uma psicopedagoga nos espaços educacionais. Bons estudos! Profª. Ana Clarisse Alencar Barbosa Profª. Graciele Alice Carvalho Adriano Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS ...................... 1 TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES ............... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 PERCURSO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS .............................................. 3 2.1 ANTIGO EGITO ......................................................................................................................... 4 2.2 CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA ...................................................................................... 5 2.3 CIVILIZAÇÃO PRÉ-COLOMBIANA .................................................................................. 6 2.4 IMPÉRIO ROMANO ................................................................................................................. 7 2.5 NUMERAÇÃO NA ÍNDIA ...................................................................................................... 7 2.6 O ZERO NOS SISTEMAS DE NUMERAÇÃO ........................................................................... 9 3 HISTÓRIA DAS OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS ..............................................10 3.1 SURGIMENTO DO ÁBACO ................................................................................................. 12 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 — CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA ................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 ABORDAGENS DIDÁTICAS DOS NÚMEROS NATURAIS E DAS OPERAÇÕES ...................................................................................................................... 23 3 FUNDAMENTOS GERAIS DA BNCC ........................................................................................ 26 3.1 A ÁREA DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL .................................... 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 33 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34 TÓPICO 3 — CONCEITOS MATEMÁTICOS SOBRE OS NÚMEROS E AS OPERAÇÕES ..................................................................................................... 37 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37 2 OS NÚMEROS NATURAIS E O SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL ........................ 37 3 OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS .............................................................................. 40 3.1 ADIÇÃO ....................................................................................................................................... 40 3.2 SUBTRAÇÃO .............................................................................................................................. 43 3.3 MULTIPLICAÇÃO ................................................................................................................... 46 3.4 DIVISÃO ...................................................................................................................................... 48 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 51 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 65 UNIDADE 2 — CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA CRIANÇA .......................... 67 TÓPICO 1 — A GÊNESE DO NÚMERO NA CRIANÇA SEGUNDO PIAGET ...................... 69 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69 2 CONSTRUÇÃO DO NÚMERO PELA CRIANÇA ...................................................................... 69 2.1 A CONSERVAÇÃO DAS QUANTIDADES E A INVARIÂNCIA DOS CONJUNTOS .................................................................................................................... 71 2.2 CORRESPONDÊNCIA PROVOCADA E A EQUIVALÊNCIA DAS COLEÇÕES CORRESPONDENTES .......................................................................................... 73 2.3 CORRESPONDÊNCIA ESPONTÂNEA E A DETERMINAÇÃO DO VALOR CARDINAL DOS CONJUNTOS.................................................................................. 77 2.4 SERIAÇÃO, SEMILITUDE QUALITATIVA E A CORRESPONDÊNCIA CARDINAL .......... 78 2.5 ORDENAÇÃO E CARDINAÇÃO.............................................................................................. 80 2.6 COMPOSIÇÃO ADITIVA DAS CLASSES E AS RELAÇÕES DA CLASSE E DO NÚMERO ............................................................................................................................ 83 2.7 COMPOSIÇÃO ADITIVA DOS NÚMEROS E AS RELAÇÕES ARITMÉTICAS DE PARTE PARA TODO ............................................................................................................. 84 2.8 COORDENAÇÃO DAS RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA E A COMPOSIÇÃO MULTIPLICATIVA DOS NÚMEROS......................................................................................... 85 2.9 COMPOSIÇÕES ADITIVAS E MULTIPLICATIVAS DAS RELAÇÕES E O IGUALAMENTO DAS DIFERENÇAS ...................................................................................... 86 3 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA PIAGET ..................................................... 86 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 97 TÓPICO 2 — A CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DE VYGOTSKY NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ......................................................... 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99 2 OS PRESSUPOSTOS DA MEDIATIZAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ENQUANTO AÇÃO SOCIOCULTURAL ................................................................................ 100 3 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A FORMAÇÃO DE CONCEITOS ................... 102 4 O DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS COTIDIANOS E CIENTÍFICOS NA CRIANÇA ................................................................................................. 108 5 ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL (ZDP) ..................................................... 110 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 112 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 114 TÓPICO 3 — O JOGO COMO RECURSO DE APRENDIZADO ............................................. 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 CONCEITO DE JOGO NA EDUCAÇÃO ................................................................................ 117 3 O JOGO E A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS .......................................................................... 119 4 O USO DO JOGO NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .......................................... 120 5 JOGOS MATEMÁTICOS ............................................................................................................... 122 5.1 CORRIDA DOS NÚMEROS ...................................................................................................... 122 5.2 PEGA MAIS UM ......................................................................................................................... 123 5.3 TROCA DE LUGAR ................................................................................................................... 123 5.4 MONTE FORMAS GEOMÉTRICAS ........................................................................................ 123 5.5 JOGO DO PIM ............................................................................................................................. 124 5.6 JOGO DAS FORMAS GEOMÉTRICAS ................................................................................... 124 LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................126 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 130 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 132 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 134 UNIDADE 3 — TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E ATIVIDADES DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .................... 135 TÓPICO 1 — CLASSIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA ......................................................... 137 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137 2 CONCEITUALIZAÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ............................ 137 3 BAIXO RENDIMENTO ARITMÉTICO ...................................................................................... 140 4 ACALCULIA ..................................................................................................................................... 141 5 DISCALCULIA ................................................................................................................................. 142 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 146 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 147 TÓPICO 2 — DIAGNÓSTICO E ATIVIDADES PARA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DA DISCALCULIA .................................................................................. 149 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149 2 DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO EM TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA .............................................................................. 149 2.1 ANANMESE ................................................................................................................................ 150 2.2 ESCALA DE INTELIGÊNCIA WESCHLER PARA CRIANÇAS - TESTE - WISC-III (2002) ........................................................................................................... 155 2.3 TESTE DE TRANSCODIFICAÇÃO ......................................................................................... 156 2.4 SUBTESTE DE ARITMÉTICA ................................................................................................... 160 2.5 BATERIA PARA AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DOS NÚMEROS E DO CÁLCULO PARA CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES – ZAREKI-R .............................. 162 2.6 PROVA DE ARITMÉTICA ......................................................................................................... 163 3 INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM CASOS DE DISCALCULIA ......................... 164 4 ATIVIDADES PARA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM CASOS DE DISCALCULIA ................................................................................................... 166 4.1 CENTOPEIA DAS QUANTIDADES ....................................................................................... 166 4.2 BRINCANDO COM O TREM ................................................................................................... 167 4.3 ENCAÇAPANDO BOLINHAS ................................................................................................. 168 4.4 BOLICHE DA SOMA ................................................................................................................. 169 4.5 SUBTRAINDO COM OS CORAÇÕES .................................................................................... 169 4.6 MARCANDO TRÊS COM AS FLORES ................................................................................... 170 4.7 JOGO DAS BOTAS ..................................................................................................................... 170 4.8 DISTRIBUINDO PEIXES............................................................................................................ 171 4.9 DIVIDINDO PIRULITOS ........................................................................................................... 171 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 173 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175 TÓPICO 3 — INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA CONSTRUÇÃO LÓGICO-MATEMÁTICA ........................................................................................ 177 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177 2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DAS PROVAS PIAGETIANAS NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .................................................................................... 177 2.1 ASPECTOS COMUNS A TODAS AS PROVAS ...................................................................... 178 2.2 ASPECTOS PARTICULARES DAS PROVAS ......................................................................... 179 2.3 PROVAS DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................... 181 2.3.1 Mudança de critério .......................................................................................................... 182 2.3.2 Quantificação da inclusão de classes .............................................................................. 184 2.3.3 Intersecção de classes ........................................................................................................ 184 2.4 PROVA DE SERIAÇÃO ........................................................................................................... 185 2.5 PROVAS DE ESPAÇO ................................................................................................................ 185 3 ENTREVISTA COM UMA PSICOPEDAGOGA PARA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA .................................... 186 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 190 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 196 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 198 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 200 1 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o processo histórico da formação do número e das operações; • perceber a criação e uso do ábaco para o aprendizado da matemática; • identificar as abordagens educacionais sobre o ensino da matemática ao longo dos tempos; • discutir os pressupostos que embasam a BNCC; • refletir sobre os conceitos de matemática nos atendimentos psicopedagógicos na escola; • elencar os conceitos matemáticos referentes ao número e operações com números naturais. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES TÓPICO 2 – CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA TÓPICO 3 – CONCEITOS SOBRE OS NÚMEROS E AS OPERAÇÕES 2 Preparado para ampliar seus conhecimentos?Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, o trabalho desenvolvido pelo psicopedagogo requer conhecimentos especializados, que possam auxiliar no atendimento dos conceitos a serem desenvolvidos com os alunos. Dessa forma, quando pensamos no ensino da matemática, ou em jogos e atividades que abordam seus conceitos, surge a necessidade de alguns conhecimentos essenciais para a compreensão dessa área do conhecimento. Nesse sentido, organizamos o início de seus estudos com alguns conhecimentos que poderão auxiliar no desenvolvimento de futuras ações com os alunos. Por exemplo, na explicação de como os números surgiram, que poderá ser trabalhado para que percebam a necessidade social de sua correta utilização. Este tópico abordará assuntos relacionados a uma breve história dos números e das operações com números naturais, com ilustrações que poderão ser utilizadas nas práticas psicopedagógicas. Ainda, incluímos uma breve estudo sobre o contexto histórico da utilização do zero pela humanidade. 2 PERCURSO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS A origem dos números naturais interliga-se as necessidades humanas referentes às atividades de contar e medir. Há indícios de seu uso nos tempos pré-históricos por meio de marcas em ossos e desenhos gravados nas paredes de cavernas, que contam como os primeiros registros numéricos (PIRES, 2013). No osso de Ishango, por exemplo, que data do período Paleolítico Superior, aproximadamente entre 18000 e 20000 a.C., encontrado no continente africano e atualmente no acervo do Real Instituto Belga de Ciências Naturais, em Bruxelas, na Bélgica, há uma série de traços talhados, divididos em três colunas, abrangendo todo o comprimento do osso. Para alguns cientistas, essas marcas indicam uma compreensão matemática que iria além da mera contagem (PIRES, 2013, s.p.). UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 4 Assim como esse fato, outras descobertas de ferramentas utilizadas para contagem, em paus e ossos com vários cortes, foram encontrados pelo mundo. Um exemplo seria o Osso de Lebombo com 35 mil anos e uma tíbia de lobo de 32 mil anos, com 57 traços agrupados em cinco grupos, encontrados na região da antiga Tchecoslováquia em 1937 (PIRES, 2013). 2.1 ANTIGO EGITO A antiga civilização egípcia utilizava cálculos com grandes números, representado por um cedro real de mais de 5 mil anos que apresenta um registro de 120 mil prisioneiros e 1.422.000 cabras capturadas. Os egípcios elaboraram um sistema de numeração complexo, com os números de 1 a 9 sendo representados por bastões, na representação do 10 utilizaram um símbolo especial: ⋂ – simbolizava um calcanhar invertido que substituía dez bastões. FIGURA 1 – NÚMEROS DE 1 A 9 NO SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO / // /// //// ///// ////// /////// //////// ///////// FONTE: Pires (2013, s.p.) Para representar os números até 99 os egípcios usaram adição de valores com os bastões o símbolo que identifica o 10. FIGURA 2 – NÚMEROS 11, 12, 23, 38 E 99 NO SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO FONTE: Pires (2013, s.p.) Os egípcios também atribuíram desenhos para representar outros números, como o 100 com um pedaço de corda enrolada, o 1000 por uma flor de lótus, 10000 por um dedo, 100.000 com a gravura de um peixe e para um milhão utilizaram a figura humana, que indicava um deus do infinito (PIRES, 2013). FIGURA 3 – NÚMEROS 100, 1000, 10000, 100.000 E UM MILHÃO NO SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO 100 TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 5 FONTE: Pires (2013, s.p.) 1000 10000 100.000 1 milhão FONTE: Adaptada de Pires (2013) Segundo Pires (2013), atualmente no Museu de Louvre há uma pedra da- tada de 1500 a.C., encontrada em Karnak, que representa os números 276 e 4622. FIGURA 4 – GRAVAÇÃO EM PEDRA ENCONTRADA EM KARNAK/EGITO 2.2 CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA Nos anos 4000 a.C. além do Egito, o vale mesopotâmico apresentava civilizações com significativo desenvolvimento, principalmente no âmbito cultural, no uso da escrita, da roda e dos metais. A civilização mesopotâmica, denominada também como babilônica, elaborou uma escrita cuneiforme, no uso de cunhas para fazer as marcas em placas de argila. Visto que, conforme a posição da cunha os babilônios identificavam as marcas do 1 ao 10. A repetição dessas marcas juntamente com o processo aditivo, conseguiam representar os números de 1 a 59 (PIRES, 2013). UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 6 FIGURA 5 – NUMERAIS DO POVO BABILÔNICO FONTE: Pires (2013, s.p.) FONTE: Pires (2013, s.p.) 2.3 CIVILIZAÇÃO PRÉ-COLOMBIANA A civilização maia que habitava a península de Yucatán no México elaboraram um sistema de numeração com pontos e barras horizontais. FIGURA 6 – SISTEMA DE NUMERAÇÃO DOS MAIAS DO YUCATÁN, MÉXICO Na representação de números maiores os maias usavam uma escrita vertical, elaborada especificamente para os números de 20 a 25. TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 7 FIGURA 7 – SISTEMA DE NUMERAÇÃO DE 20 A 25 FONTE: Pires (2013, s.p.) FONTE: Pires (2013, s.p.) 2.4 IMPÉRIO ROMANO O sistema de numeração romano utilizava letras latinas na representação dos números com regras para sua combinação. Esse sistema de numeração é ensinado nas escolas regulares, e dessa forma, conhecido atualmente com seu uso em casos específicos. FIGURA 8 – SÍMBOLOS BÁSICOS DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO ROMANO Os romanos utilizavam os registros numéricos para representar o final de contagens e operações, de forma escrita. Isso quer dizer que não multiplicavam, por exemplo, MMMDCCCLXXXIII por CCCLXVI. Dessa forma somente realizavam o registro escrito dos resultados finais, para os cálculos matemáticos utilizavam o ábaco (PIRES, 2013). 2.5 NUMERAÇÃO NA ÍNDIA Leonardo Fibonacci nascido na cidade de Pisa, na Itália por volta de 1175, ficou conhecido como Leonardo de Pisa, visitou o Oriente e o norte da África e conheceu o sistema de numeração indiano. No percurso de suas viagens, Leonardo de Pisa apreciou a obra de Abu Abdullah Muhammad Ibn Musa Alkhwarizmi (778(?)-846), e aprendeu informações aritméticas e algébricas, que foram transcritas em sua obra Liber abaci (O livro do ábaco). A obra surtiu repercussão na Europa com a introdução do sistema de numeração indo-arábico, e sua denominação deve-se a sua criação por indianos e disseminação pelos árabes nas viagens comerciais. UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 8 FIGURA 9 – PÁGINA MANUSCRITA DO LIBER ABACI (O LIVRO DO ÁBACO FONTE: Pires (2013, s.p.) De acordo com Pires (2013), o sistema indo-arábico acabou substituindo os demais sistemas numéricos devido sua eficiência e funcionalidade. Os algarismos que compõem o sistema indo-arábico foram desenvolvidos na civilização do vale do Indo, região atual do Paquistão, e trazidos para o ocidente. No século XII, a notação posicional decimal nos números indianos foi traduzida para o latim na obra de Al-Khwarizmi, que difundiu no mundo ocidental. O sistema numérico decimal dos indianos possui dez símbolos distintos (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0), denominados de algarismos em homenagem a Al- Khwarizmi. Em outros sistemas de numeração a representação de números maiores que 1, como, por exemplo o 2, ocorria a repetição do mesmo símbolo e assim sucessivamente para representar o 3, 4 e os demais. Os hindus foram pioneiros na criação de um símbolo diferente para cada um dos números de 1 a 9, ainda com outro a parte para representar a ausência de quantidades que seria o zero - 0. TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 9 Segundo Pires (2013), a necessidadede representar o 10 e os demais números surgiu do procedimento de contagem indiano, que a princípio usava sulcos na terra, inseridos um a um, gravetos, pedras ou outro material, para representar a contagem dos animais e outros elementos. Assim que chegavam a dez gravetos nesse sulco cavavam outro sulco a esquerda do primeiro, retiravam os dez sulcos e colocavam somente um no segundo sulco, que representava o dez. Dessa forma, prosseguiam a contagem adicionando novos gravetos no primeiro sulco, o que originou as escritas dos números 10, 11, 12 e assim por diante. FIGURA 10 – PRINCÍPIO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO INDO-ARÁBICO FONTE: Pires (2013, s.p.) FONTE: Pires (2013, s.p.) No sistema indo-arábico, os algarismos possuem um valor que varia conforme sua posição na escrita numérica. Por exemplo: a escrita do 111, o algarismo 1 vale 100, vale 10 e 1, o que depende de sua posição na escrita. FIGURA 11 – NÚMERO 111 NO SISTEMA DE NUMERAÇÃO INDO-ARÁBICO Dessa forma, os indianos conseguiram escrever qualquer número utilizando apenas 10 algarismos, o que provocou uma revolução na aritmética, pelo fato de facilitarem os cálculos numéricos. Esse meio de registro passou a ser denominada de sistema de numeração decimal, por trabalhar com agrupamentos de 10 (PIRES, 2013). 2.6 O ZERO NOS SISTEMAS DE NUMERAÇÃO Os povos egípcios e romanos não utilizavam um símbolo para represen- tar o zero. Os babilônios a princípio não tinham uma forma precisa de indicar uma posição vazia, pois não possuíam o símbolo zero, de modo que algumas vezes deixavam um espaço vazio para representá-lo. No período de Alexandre o Grande, um símbolo especial foi atribuído para marcar o lugar na falta de um UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 10 numeral, eram duas pequenas cunhas colocadas obliquamente. Pires (2013, s.p.) afirma que “[...] o símbolo babilônico para o zero aparentemente não terminou de todo com a ambiguidade, pois parece ter sido usado somente para posições intermediárias”. A história da matemática apresenta uma ideia dúbia referente ao uso do zero, com registro de seu uso na Índia numa inscrição de 876 anos atrás, mais de dois séculos depois da primeira referência no uso dos outros nove símbolos. Todavia, a possibilidade de que o zero seja originário do mundo grego, talvez de Alexandria, e que tenha sido trazido a Índia após o estabelecimento do sistema decimal. A ideia central seria de que apesar dos gregos já dominarem o conceito do nada, nunca haviam representado com um número, como fizeram os indianos (PIRES, 2013). No continente americano, os maias usavam intervalos de tempos entre as datas no calendário como numeração posicional. Utilizavam um símbolo semelhante a um olho semiaberto que indicava várias posições vazias. FIGURA 12 – ESCRITA DO NÚMERO 40 FONTE: Pires (2013, s.p.) 3 HISTÓRIA DAS OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS No Egito antigo, a operação aritmética principal era a adição, sendo que as operações de multiplicação e divisão ocorriam por meio de sucessivas duplicações. Uma vez que a multiplicação de 69 por 19, por exemplo, seria a soma de 69 com ele mesmo (138), com a adição de 138 por ele mesmo (276), novamente pela duplicação do resultado, 552, depois 1.104 (resultado de 16 x 69). Assim, o 19 = 16 + 2 + 1, o resultado da multiplicação de 69 por 19 seria 1.104 + 138 + 69, ou seja, 1. 311 (PIRES, 2013). Os babilônios entendiam as operações aritméticas semelhante aos utilizados atualmente, isto é, entre os algoritmos elaborados pela humanidade, existem particularidades semelhantes. Como o que ocorre na multiplicação realizada pelo método da gelosia, com indícios de seu surgimento na Índia e socializado pelos árabes até seu conhecimento na Europa Ocidental (PIRES, 2013). TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 11 FIGURA 13 – MÉTODO DA GELOSIA 185 x 14 = 2.590 FONTE: Pires (2013, s.p.) FONTE: Pires (2013, s.p.) A divisão era conhecida como “galeão” denominação relacionada a sua semelhança com o perfil das embarcações típicas da era das Grandes Navegações (PIRES, 2013). FIGURA 14 – EXEMPLO DA DIVISÃO CONHECIDA COMO “GALEÃO”, MANUSCRITO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVI UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 12 O manuscrito identificado da segunda metade do século XVI, “Opus arithmetica D. Honorati veneti Monachj coenobij S. Lauretij”, produzido por Honorato, um monge veneziano. O manuscrito foi copiado por um aluno, possivelmente outro monge, que produziu as ilustrações de uma operação composta para resolver um problema. A operação consistia na multiplicação de 16.299 por 613, que resultou no produto 9.991.287, visualizado na figura central, e no canto inferior esquerdo a divisão (PIRES, 2013). No século XVIII, vários autores auxiliaram no processo de popularização do algorismo, com especial atenção a Leonardo de Pisa (Fibonacci), com a obra Liber abaci (O livro do ábaco), que apresentou um título equivocado. O livro não aborda considerações sobre o ábaco, mas um tratado completo sobre os métodos e problemas algébricos, com o uso de símbolos numéricos indo-arábicos. 3.1 SURGIMENTO DO ÁBACO Desde a antiguidade, o ábaco foi conhecido como instrumento de registro e cálculos matemáticos. Na sua forma mais primitiva considerava uma bandeja de areia marcada, de onde surgiu o nome do grego “abax”, para “bandeja de areia”. De modo geral, os antigos egípcios, gregos, romanos, hindus e do oriente utilizavam formas peculiares do ábaco. O ábaco constituía como um elemento de cálculo para diversas culturas, sendo reinventado conforme as necessidades de cada momento histórico social (ALBUQUERQUE; PEREIRA; ALVES, 2018). Para Oliveira (2011), os primeiros registros da utilização do ábaco ocorre- ram por volta de 500 a.C. pelos chineses, com alguns historiadores que afirmam ser a primeira versão originária na Mesopotâmia há dois mil anos atrás. Na épo- ca, o instrumento consistia em uma tábua de argila sobre a qual era espalhada um pouco de areia, serragem o cal e com um bastão se realizavam os desenhos. O ábaco romano foi criado antes da era cristã e foi utilizado como calcula- dora de bolso, composto por uma placa de metal com várias rachaduras paralelas que deslizavam botões móveis do mesmo tamanho. As ranhuras correspondiam a uma ordem decimal, com exceção das duas primeiras que estavam à direita. Assim, da direita para a esquerda, a terceira ranhura correspondia as unidades simples, a segunda as dezenas, a quinta as centenas, a sexta aos milhares e assim sucessivamente. TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 13 FIGURA 15 – ÁBACO ROMANO FONTE: Silva (2011, p. 44) Gerbert de Aurilac, nascido entre 940 a 945 d.C., se tornou Silvester II Papa da Igreja Católica (999 d.C. a 1003 d.C.). Antes de se tornar Papa, Gerbert viveu em Aurilac (França) local considerado como centro dos conhecimentos matemáticos, com estudiosos da aritmética, geometria, astronomia e música que contribuíam para a construção de novos conhecimentos. Nesse meio, Gerbert escreveu obras matemáticas intituladas De ábaco Comuti, De numerundivivione, Geometria, uma carta a Adebold sobre o cálculo da área de triângulos, outra a Constantin sobre a esfera e diversas outras cartas (ALBUQUERQUE; PEREIRA; ALVES, 2018). Gerbert e seus seguidores elaboraram métodos de multiplicação e divisão para o sistema posicional do ábaco. Como utilizavam uma simbologia própria para cada quantidade, os algarismos hindu-arábicos e sua representação no ábaco, na época não foram compreendidos por utilizarem formas abstratas no sistema concreto e manipulável do ábaco. Hoje se tem como certo que foi Gerbert que introduziu na Europa o sistema de numeração arábico, quando escreveu seu tratado – muito confuso para a época – do uso do ábaco. Todavia, é a partir do início do século XIII, graças àinfluência determinante de um grande matemático italiano, Leonardo de Pisa (por volta de 1170 – 1250), mais conhecido como Fibonacci, e do seu livro Liber Abaci (1202), que se tornou conhecido em toda a Europa cristã e o sistema numérico que utilizamos até hoje. Mesmo tendo no título a palavra ábaco, não se assemelhava aos tratados de aritmética da tradição de Gerbert e seus discípulos, pois Fibonacci explicava as regras do cálculo escrito usando o zero e as nove cifras arábicas, usando a regra posicional (FERREIRA, 2008, p. 45). Dessa forma, Gerbert não utilizava um símbolo para representar o zero, em seu ábaco deixava um espaço vazio. Séculos mais tarde, com os estudos de Leonardo Fibonacci, a escrita do cálculo no papel ou outro material, considerou a representação do zero na forma de algarismo, o que sofisticou os registros matemáticos na época. Gerbert viveu em meio a uma hostilidade da Idade Média e as limitações impostas ao desenvolvimento da ciência, incluindo a área da matemática. UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 14 Na obra Enciclopédia Marguerita Philosophica de Reisch'(1503), há o registro por imagem que representa o duelo entre os matemáticos Pitágoras e Boécio. Sendo que Pitagóras manipula o ábaco e o matemático Boécio realiza as operações matemáticas utilizando algarismos. FIGURA 16 – MARGARITA PHILOSOPHICA, FREIBURG, 1503 FONTE: Pires (2013, s.p.) Atualmente, o uso do ábaco no processo de ensino e aprendizagem dos alunos contribui na construção de conhecimentos aritméticos, sendo que por meio de sua manipulação a criança opera com material sensorial para a realização de seus cálculos. De modo geral, o uso do ábaco permite que os alunos compreendam operações matemáticas que ainda não foram abstraídas, o que auxilia na compreensão de seu processo. TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 15 A base psicológica necessária para uma correta formação dos conceitos é uma assimilação tal que permita criar condições entre os componen- tes abstratos e concretos do pensamento, entre a palavra e a imagem. Por isso, o professor tem que recorrer ao material visual como base para a formação de conceitos, caso contrário, dar-se-á uma assimilação puramente formal das noções (KALMYKOVA, 1991, p. 12). Ou seja, o uso do material sensorial permite a compreensão no aluno dos processos de abstração e generalização, quando opera no campo visual e tátil a realização das operações. Mais tarde, com o entendimento do processo matemático, conseguirá abstrair a resolução dos cálculos para então utilizar do registro escrito para realizar as operações. JOGO COM ÁBACO Por: Eliane Barreto Maia Santos / 31 de março de 2018 Código: MAT2_02NUM02 Sobre o Plano: Este plano de aula foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA Autor: Eliane Barreto Maia Santos Mentor: Carina Espírito Santo Especialista de área: Luciana Maria Tenuda de Freitas Habilidade da BNCC: (EF02MA01) Comparar e ordenar números naturais (até a ordem de centenas) pela compreensão de características do sistema de numeração decimal (valor posicional e função do zero). Objetivos específicos: Compreender os princípios do sistema de numeração decimal: formação da centena (10 dezenas) e o valor posicional dos algarismos no número, relação entre as ordens que compõem o número. Conceito-chave: Sistema de numeração decimal - ordens e classes Recursos necessários: Lápis, borracha, folha com atividades, ábacos e dados Objetivo: Compreender a organização do sistema de numeração decimal: formação da centena (10 dezenas) e a relação entre as ordens que compõem o número. Orientação: Deixar que as crianças utilizem o material livremente, no primeiro momento, para familiarização. O(a) professor(a) apresenta o instrumento, explicando como se dá a utilização: Cada haste representa uma ordem (da direita para a esquerda: ordem das unidades simples, ordem das dezenas simples, ordem das centenas simples); Em cada haste são colocadas as argolas (no máximo 9 por haste); Quando completar 10 argolas na haste das unidades, por exemplo, deve-se trocar por uma argola na haste das dezenas (10 unidades , 10 argolas na haste das dezenas corresponde a uma argola na UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 16 haste das centenas e assim por diante… Recomenda-se não relacionar as cores das argolas com as ordens, pois pode faltar argolas em uma ação ou os alunos podem vincular a cor à cada haste e, muitas vezes, os ábacos comercializados vêm com cores diferentes. Propósitos: Perceber o uso do ábaco como ferramenta de aprendizagem. Perceber que os valores podem ser representados de diferentes maneiras, com diversos símbolos. Orientação: Instruções do jogo: Alunos organizados em grupos de 4 alunos, dev em definir quem começará o jogo; O grupo jogará com apenas um ábaco, assim a disputa será entre os grupos. Dessa forma, fica mais fácil chegar à haste das centenas; O(a) professor(a) deve acompanhar as estratégias de cálculo dos alunos, durante as trocas, questionando sobre os caminhos que facilitam os cálculos. Por exemplo: para somar 3 + 4 perguntar se saber quanto são 3 + 3 ajuda (3 + 3 + 1) ou para 5 + 6 usar 5 + 5 facilita (5 + 5 + 1). Para socializar com os demais grupos a quantidade total obtida no ábaco, convidar um integrante de cada grupo para registrar no quadro o total obtido pelo grupo, organizar uma tabela para o registro com uma coluna para o nome do grupo e outra para a pontuação; conversar com a turma sobre qual grupo obteve maior pontuação, se algum grupo obteve mesma pontuação… analisar o quadro com os alunos, perguntando o que percebem. Propósitos: Perceber o uso do ábaco como ferramenta de aprendizagem. Perceber que os valores podem ser representados de diferentes maneiras, com diversos símbolos. TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 17 Orientação: Com essa atividade será possível trabalhar com a comparação de números de até 3 ordens. Questioná-los sobre o que devemos observar para saber qual número representa a maior quantidade. Na questão B, a criança poderá utilizar desenhos para representar e calcular. Para somar a pontuação total dos grupos, incentivá-los a encontrar estratégias que facilite somar os 4 ou 5 valores (conforme a quantidade de grupos da turma). Podem definir que cada dupla deve somar dois valores e depois juntar os resultados parciais, por exemplo. Explicar que utilizar a decomposição dos números ajuda muito, exemplo: 134 + 154 100 + 30 + 4 + 100 + 50 + 4200 + 80 + 8 = 288 Ou ainda 134 + 100 = 234 234 + 50 = 284 284 + 4 = 288. Para trabalhar com o valor posicional do algarismo no número, retomar o trabalho com o ábaco, o valor de cada argola nas diferentes hastes. Convidar um aluno de cada grupo para registrar a pontuação de seu grupo na lousa, assim podem acompanhar o processo na folha (individualmente) e no quadro (coletivamente). Definir com os alunos, qual foi o grupo que obteve maior pontuação e destacar essa informação com giz colorido (questão A). Pedir que resolvam as questões B, C e D individualmente, em seguida confrontar com os resultados de um colega do grupo ou do grupo todo para ver quem fez diferente, qual o motivo e o grupo terá que validar uma resposta comum. Propósito: Compreender como se dá a composição de números e compará-los. UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS 18 Orientações para o professor: Após resolverem as questões B, C e D individualmente, confrontar com os resultados de um colega do grupo ou do grupo todo, ver quem fez diferente, qual o motivo e o grupo terá que validar uma resposta comum. Na sequência, um aluno de cada grupo, registra no quadro a resposta e compara com as respostas e estratégias dos demais grupos. Ver no guia de intervenções, itemsobre o erro. Pedir que registrem no caderno uma resposta apresentada, que seja diferente da sua e que tenha achado interessante. Conversar sobre as possíveis formações dos valores, utilizando soma de diferentes parcelas, isso contribui para o desenvolvimento do cálculo mental. Propósito: Compreender como se dá a composição de números e compará- los. Discuta com a turma: Que estratégia ajudou na hora de somar os valores parciais? (Perguntar quem quer mostrar, anotar no quadro a fala desse(a) aluno(a) ou pedir que ele mesmo anote.) Propósito: Sistematizar o conceito matemático de composição de números. O trabalho com o ábaco é muito importante para promover compreensão acer- ca do Sistema de Numeração Decimal. Nele é possível perceber as relações entre as ordens e classes e a formação do número. Esse instrumento é uma TÓPICO 1 — A GÊNESE DA CRIAÇÃO DOS NÚMEROS E DAS OPERAÇÕES 19 ferramenta muito útil para trabalhar com adição e subtração com reagru- pamentos, pois fica claro para o aluno os agrupamentos (ação de colocar a dezena sobre os algarismos da dezena, por exemplo); no caso da subtração, os reagrupamentos (conhecido por empréstimos) são mais facilmente com- preendidos. Existem diferentes modelos, porém o ábaco de pinos permite tirar as peças e fazer as trocas de maneira mais concreta, possibilitando ao aluno compreender a formação dos números, uma vez que ao completar 10 unidades, deve trocar por uma peça e colocá-la na haste subsequentemente à esquerda. Esse instrumento pode ser confeccionado com reaproveitamen- to de materiais, como caixa de ovo e palitos ou canudos para as hastes, com caixa de sapatos, pedaços de madeira ou qualquer outro material que a ima- ginação e criatividade da criança permitir. Os alunos podem ser desafiados a construir seu próprio ábaco, com antecedência a aula, isso pode valorizar a aula ainda mais. Para saber mais sobre a atividade, acesse: https://bit.ly/3wWdmlM, conheça o material na íntegra. Essa atividade pode ser utilizada no atendimento psicopedagógico com as crianças que utilizarão do material concreto na perspectiva do jogo, para compreender a organização do sistema de numeração decimal. Aproveite e conte a história de como os números surgiram! 20 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • A origem dos números naturais interliga-se as necessidades humanas referentes as atividades de contar e medir. • Os egípcios elaboraram um sistema de numeração complexo, com os números de 1 a 9 sendo representados por bastões, na representação do 10 utilizaram um símbolo especial: ⋂ – simbolizava um calcanhar invertido que substituía dez bastões. • A civilização mesopotâmica denominada também como babilônica, elaborou uma escrita cuneiforme, no uso de cunhas para fazer as marcas em placas de argila. • A civilização maia que habitava a península de Yucatán no México elaboraram um sistema de numeração com pontos e barras horizontais. • O sistema de numeração romano utilizava letras latinas na representação dos números com regras para sua combinação. • Os algarismos que compõem o sistema indo-arábico foram desenvolvidos na civilização do vale do Indo, região atual do Paquistão, e trazidos para o ocidente. • O sistema numérico decimal dos indianos possui dez símbolos distintos (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0), denominados de algarismos em homenagem a Al-Khwarizmi. • A história da matemática apresenta uma ideia dúbia referente ao uso do zero, com registro de seu uso na Índia numa inscrição de 876 anos atrás, mais de dois séculos depois da primeira referência no uso dos outros nove símbolos. • No século XVIII, vários autores auxiliaram no processo de popularização do algorismo, com especial atenção a Leonardo de Pisa (Fibonacci), com a obra Liber abaci (O livro do ábaco), que apresentou um título equivocado. 21 1 A origem dos números naturais advém das necessidades humanas relacionadas as atividades de contar e medir, que vivenciavam em seu cotidiano. Faça um quadro-resumo sobre as principais características do uso dos números nas seguintes civilizações: AUTOATIVIDADE EGITO MESOPOTÂMICA PRÉ-COLOMBIANA IMPÉRIO ROMANO ÍNDIA 2 O sistema hindu-arábico consiste no atual sistema de numeração decimal utilizada, formada pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Nesse sistema, o símbolo 0 (zero) representa uma quantidade nula, enquanto que os outros apontam sobre uma determinada quantidade como o 1 sobre uma quantidade. Analise os pressupostos que inferem sobre a história da utilização do número zero pelos diversos povos e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Os povos dos antigo Egito e Roma foram os pioneiros no uso de um símbolo para representar o zero. ( ) Os babilônios não tinham uma forma de representação defina para indicar o zero, e desta forma deixavam um espaço vazio. ( ) Os gregos entendiam o conceito do nada mas nunca atribuíram um símbolo para representar o número zero. ( ) Os maias usavam intervalos de tempos entre as datas do calendário como numeração posicional. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) F - F - V - V. b) ( ) F - V - V - V. c) ( ) V - V - F - F. d) ( ) V - F - F - V. 22 3 No século XVIII, alguns estudiosos investiram seus esforços no processo de popularização do algorismo. Leonardo de Pisa, ou Fibonacci, em especial, apresentou destaque com a publicação da obra Liber abaci (O livro do ábaco). Com base nas características da obra Liber abaci, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O livro apresenta o título equivocado pois apresenta um tratado completo sobre os métodos e problemas algébricos com o uso de símbolos numéricos indo-arábicos. b) ( ) O livro aborda sobre as diversas formas de uso do ábaco inclusive com as noções de uso para resolução das operações com números naturais, adição, subtração, multiplicação e divisão. c) ( ) O livro reporta de forma incompleta o uso do ábaco sendo que indica somente seu percurso histórico e não considera sua utilização na resolução das operações com números naturais. d) ( ) O livro indica formas de utilizar o ábaco na resolução de cálculos matemáticos com números naturais e apresenta ainda formas de utilização com os números racionais. 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, neste tópico abordaremos sobre o contexto histórico das abordagens didáticas no Brasil, que envolveram o ensino da matemática. O Psicopedagogo Institucional terá sua atuação nos espaços escolares, juntamente a outros profissionais da educação, mais precisamente, muito próximo aos professores. Assim, conhecer o percurso do ensino da matemática possibilitará a compreensão dos fazeres pedagógico, sobre o porquê do desenvolvimento de determinadas atividades em sala de aula. O entendimento da situação atual de um determinado contexto requer, principalmente, a compreensão da gênese de sua criação. Outro aspecto que será abordado conta com os fundamentos gerais da BNCC, sobre como foi organizada e um breve relato das principais informações sobre o documento. Incluímos ainda as competências específicas para o ensino da Matemática no Ensino Fundamental, na intenção de auxiliar o desenvolvimento das intervenções psicopedagógicas. O Psicopedagogo Institucional desenvolverá seu trabalho nos espaços escolares, onde suas ações subjetivas serão influenciadas pelas competências sugeridas na BNCC. Para tanto, há necessidade de conhecer o documento e principalmente se debruçar nas dez competências preconizadas pela BNCC. 2 ABORDAGENS DIDÁTICAS DOS NÚMEROS NATURAIS E DAS OPERAÇÕES O processo de ensino e aprendizagem dos números naturais e das operações constitui no principalobjetivo, do processo de ensino e aprendizagem na matemática, dos professores dos anos iniciais. Assim, a forma de ensinar os conteúdos sofreu alterações conforme o desenvolvimento da sociedade, conforme os estudos e os resultados das práticas em sala de aula. Segundo Pires (2013), na primeira metade do século XX, mais precisamen- te entre os anos de 1940 e 1950, nessa época a escola primária destacava a prepara- ção da criança para a vida, onde as disciplinas deveriam se relacionar com os fatos e situações da vida. A didática da matemática apontava um trabalho ativo, com a simplificação do ensino de acordo com o desenvolvimento mental do aluno. 24 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS O ensino se voltava para a utilidade dos conhecimentos nas situações que o aluno vivenciaria assim que deixasse a escola. Inclusive, o aluno deveria ter noção de quantidade, conseguisse praticar com exatidão e velocidade as operações aritméticas e resolver os problemas matemáticos. Dessa forma, a escola deveria proporcionar o desenvolvimento do raciocínio, por meio da experiência com os fatos, das ideias e princípios relacionados aos conteúdos matemáticos (PIRES, 2013). O ensino da matemática era dividido em duas partes, na primeira seria a noção dos valores com práticas de exercícios de cálculo mental, concreto e abstrato. A segunda parte contou com a aplicabilidade na resolução dos problemas das noções apreendidas na primeira parte. Aos alunos seriam apresentados problemas que deveriam raciocinar de modo racional e útil em condições semelhantes a situações cotidianas. Por exemplo: pagamento de contas, impostos, taxas, receitas e despesas domésticas, salários e outros. Desse modo, os problemas deveriam apresentar determinadas caracte- rísticas para ser considerado como um “problema interessante”. Os problemas deveriam apresentar a clareza de linguagem, escolha de dados sobre a vida coti- diana e a utilização de situações vivenciadas pelos alunos. Ainda, os problemas foram divididos em problemas práticos, os sem número, em série, incompletos, mecânicos, logicidade, simples e os compostos (PIRES, 2013). A apresentação dos problemas poderia ser de modo escrito quanto oral, o professor poderia também, organizar uma seleção de problemas que iniciaria dos mais simples, aumentando gradativamente aos complexos. De acordo com Pires (2013), o ensino dos problemas simples deveria ocorrer nas duas primeiras séries. Na segunda série, os alunos adiantados poderiam resolver os problemas complexos, a partir do segundo semestre. Na terceira série, a resolução dos problemas complexos somente seria apresentada aos alunos, quando conseguissem resolver os problemas simples, segundo as operações que deveriam ser resolvidas: adição, subtração, divisão e multiplicação. Os anos de 1960 e 1970 trouxeram transformações no modo de conceber o ensino matemático, como reflexo do movimento da matemática moderna. As ideias de Jean Piaget chegavam no Brasil e abordavam a necessidade de trabalhas as chamadas atividades pré-numéricas, que possibilitavam a construção do conceito de número pela criança. Segundo Pires (2013, s.p.), “o trabalho pedagógico com números enfatizava o papel das atividades de seriação, classificação e correspondência termo a termo para a construção desse conceito”. Nesse sentido, eram utilizados materiais como os blocos lógicos como recurso em atividades de desenvolvimento do raciocínio lógico, juntamente a outros materiais denominados concretos. A criança deveria transcender a simples associação de um símbolo à quantidade, para perceber que cada número apresenta uma coleção de coleções com a mesma quantidade de elementos, no trabalho de aprender as noções de conjunto, pertinência e inclusão (PIRES, 2013). TÓPICO 2 — CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA 25 Para a aprendizagem do sistema de numeração decimal utilizavam atividades com uso do Material Dourado Montessori, onde as crianças por meio da manipulação desse material, aprenderiam as características do sistema decimal. Uma das atividades chamada “Nunca Dez” o aluno lançava um dado, na sua vez de jogar, e retirava da caixa de material dourado a quantidade de cubinhos. Assim que conseguisse mais de dez cubinhos, trocava-os por uma barra que compunha o Material Dourado. Quando conseguisse mais de dez barras, trocava por uma placa. O jogador vencia quando conseguisse atingir primeiro as dez placas ou o número de placas combinado. Pires (2013) afirma que o ensino era linear, primeiramente apresentado as crianças os números até o 10, depois de 11 a 20, e assim por diante até chegar no 99, sequência trabalhada no primeiro ano de escolaridade. Os livros didáticos apresentavam as operações com visualização de conjuntos. O ensino após a década de 1980 se formalizou fundamentado nas críticas ao movimento da matemática moderna, onde documentos salientavam críticas referentes ao trabalho apoiado na linguagem simbólica dos conjuntos. Na década de 1990, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) ocorreu uma ampla discussão curricular no sistema educacional brasileiro. Diante disso, houve a publicação de diretrizes gerais para a organização dos currículos escolares, e específicas com a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (PIRES, 2013). O documento apresentava orientações de sugestões das atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, relacionadas ao uso que as crianças já faziam dos números. Uma vez que as atividades de leitura, escrita, comparação e ordenação de notações numéricas deveriam considerar o conhecimento de número das crianças. O texto apresentava o trabalho com números em situações-problemas em diferentes funções. Os procedimentos elementares de cálculo contribuíram para o desenvolvimento da concepção de número, quando os alunos precisaram indicar a quantidade de elemento de coleções que juntaram, separaram ou repartiram (PIRES, 2013). Sobre as operações os PCNs de matemática enfatizam orientações didática e destacam: [...] os diversos significados a serem trabalhados nos campos aditivo e multiplicativo. Destacam que a justificativa par ao trabalho conjunto dos problemas aditivos e subtrativos baseia-se no fato de que eles compõem uma mesma família, ou seja, há estreitas conexões entre situações aditivas e subtrativas. [...] os problemas não se classificam em função unicamente das operações a eles relacionadas a priori, e sim em função dos procedimentos utilizados por quem os soluciona (PIRES, 2013, s.p.). O documento abordava outro fator importante na resolução dos problemas, que diz respeito a sua dificuldade. Essa situação não se relaciona diretamente com a operação requisitada para sua solução. Com relação ao cálculo, os PCNs 26 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS afirmam que uma boa habilidade na resolução dos cálculos dependeria do domínio da contagem e das combinações aritméticas, conhecidas como tabuadas, listas de fatos fundamentais, leis, repertório básico e outros, baseadas numa memorização compreensiva (PIRES, 2013). 3 FUNDAMENTOS GERAIS DA BNCC No período de 19 a 23 de novembro de 2014 ocorreu a 2ª Conferência Nacional pela Educação (Conae) organizada pelo Fórum Nacional de Educação (FNE). Nesse evento, ocorreu o início do processo de mobilização para a organização da Base Nacional Comum Curricular, com a formulação de um documento que apresentava as propostas e reflexões para a educação brasileira. Em 2015, entre 17 e 19 de junho aconteceu o I Seminário Interinstitucional para elaboração da BNC, com a participação de assessores e especialistas envolvidos na sua organização. A Portaria n° 592, de 17 de junho de 2015, Institui Comissão de Especialistas para a Elaboraçãode Proposta da Base Nacional Comum Curricular. A 1ª versão da BNCC foi disponibilizada em 16 de setembro, de 2 a 15 de dezembro todas as escolas se mobilizaram para a discussão do documento preliminar da BNCC. No ano de 2016, em 3 de maio foi disponibilizada a segunda versão do documento, e entre 23 de junho a 10 de agosto ocorreram 27 Seminários Estaduais com a participação de professores, gestores e especialistas no debate para análise da segunda versão. Após esse movimento, em agosto inicia a redação da terceira versão, enquanto processo colaborativo de produção com base na segunda versão. O MEC encaminhou a versão final da BNCC em abril de 2017, ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para que elabore o parecer e projeto de resolução sobre o documento. A partir da homologação da BNCC inicia o processo de formação e capacitação dos professores, bem como o apoio aos sistemas de Educação estaduais e municipais para elaboração e adequação dos currículos. Em 6 de março de 2018, profissionais da educação do Brasil foram mobilizados para analisarem e debaterem o contexto teórico, da parte homologada do documento referente às etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O objetivo principal seria a compreensão sobre sua implementação e os impactos que iria gerar na educação básica brasileira. No dia 2 de abril, o Ministério da Educação entregou ao CNE a terceira versão da BNCC do Ensino Médio, para iniciarem as audiências públicas para seu debate. No dia 2 de agosto de 2018, as escolas foram mobilizadas para o estudo da BNCC da etapa do Ensino Médio, onde os profissionais da educação preencheram um formulário online com sugestões de melhorias. A BNCC para a etapa do Ensino Médio foi homologada no dia 14 de dezembro pelo ministro da Educação, concluindo o documento que abrange a Educação Básica no país. TÓPICO 2 — CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA 27 A Base (BRASIL, 2018) aponta conhecimentos, competências e habilida- des esperados no desenvolvimento dos alunos ao longo da Educação Básica, com principal foco na formação integral para a construção de uma sociedade justa, de- mocrática e inclusiva. O documento infere sobre a necessidade dos alunos aplica- rem nas ações do seu cotidiano, na resolução dos seus problemas, os conhecimen- tos compreendidos no processo educativo que permeia a escolaridade básica. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) consiste no documento: [...] de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2018, p. 7). A promulgação da BNCC norteará a organização dos currículos na Educação Básica nas diversas redes de ensino a considerar o público e o privado. Apresenta dez competências gerais que preconizam os direitos a aprendizagem e desenvolvimento, sendo que o documento refere competência com o sentido de: [...] mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2018, p. 9). De modo geral, competência significa colocar em prática algo que se sabe, uma compreensão sobre algo. Sobretudo, desenvolver nos alunos as competências gerais necessárias para que consigam aplicar nas situações cotidianas, os saberes que aprendeu na escola. FIGURA 17 – COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC 28 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS FONTE: <http://inep80anos.inep.gov.br/inep80anos/futuro/novas-competencias-da-base- nacional-comum-curricular-bncc/79>. Acesso em: 10 ago. 2020. Para a BNCC (BRASIL, 2018), as competências gerais estão organizadas em dez proposições que se relacionam e desdobram nas três etapas da Educação Básica, considerando a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Competências gerais que buscam a formação integral do indivíduo por meio de uma educação integral, com prioridade no desenvolvimento humano de forma globalizada, que entende a complexidade humana para além da dimensão cognitiva, numa perspectiva cognitiva-afetiva. A estrutura geral da BNCC se encontra organizada em códigos alfanuméricos que apontam para cada etapa de escolaridade sobre os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Dessa forma, a Educação Infantil enquanto primeira etapa da Educação Básica, apresenta seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento necessários, para que as crianças consigam aprender e se desenvolver. Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento constam em: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Com base nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento a BNCC (2018) estabelece cinco campos de experiências para que as crianças consigam aprender e se desenvolver. Consistem em: • O eu, o outro e o nós • Corpo, gestos e movimentos • Traços, sons, cores e formas • Escuta, fala, pensamento e imaginação • Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Para cada campo de experiências foram definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três grupos por faixa etária. Assim, considera como o primeiro grupo os bebês (zero a 1 ano e 6 meses), segundo grupo as crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses), e o terceiro grupo (4 anos a 5 anos e 11 meses). O Ensino Fundamental possui uma organização composta de cinco áreas do conhecimento, que propiciam a comunicação entre os conhecimentos e saberes dos componentes curriculares. As áreas dos conhecimentos apresentam em seu contexto a formação integral dos alunos e destaca as particularidades dos Anos Iniciais e dos Anos Finais de forma distinta. TÓPICO 2 — CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA 29 Então, cada área do conhecimento “[...] estabelece competências específicas de área, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos” (BRASIL, 2018, p. 28). Tais competências amalgamam nas dez competências gerais que se expressam nas cinco áreas do conhecimento; linguagens (língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa), matemática, ciências da natureza (ciências), ciências sociais (história, geografia), e ensino religioso. Essas áreas apresentam competências específicas que devem ser desenvolvidas no decorrer dos nove anos de estudos. Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades, estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos – que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas (BRASIL, 2018, p. 28). As unidades temáticas consistem numa organização de conhecimentos em quantidade diferenciada, relacionado às habilidades. As habilidades seriam as aprendizagens essenciais que todos os alunos deverão ter o direito assegurado nos diversos níveis escolares. Em suma, as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades para cada ano são identificadas por um código alfanumérico. Para o Ensino Médio há quatro áreas do conhecimento ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, física e química), ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, sociologia e filosofia), matemática e suas tecnologias (matemática) e linguagens e suas tecnologias (arte, educação física, língua inglesa e língua portuguesa). A estrutura do Ensino Médio segue a mesma adotada para o Ensino Fundamental, identificada por códigos alfanuméricos que expressam as unidadestemáticas, objetos do conhecimento e as habilidades para cada área do conhecimento (BRASIL, 2018). A BNCC define um conjunto de aprendizagens que são essenciais ao desenvolvimento das crianças, jovens e adultos durante as etapas da Educação Básica. Apresenta como principal objetivo o aprender, em destaque no texto com o direcionamento do trabalho pedagógico para o “aprender a aprender”, de modo que o estudante consiga colocar em prática, na resolução dos problemas do seu cotidiano, os conhecimentos aprendidos na escola. 3.1 A ÁREA DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL A BNCC prevê para o ensino de matemática no Ensino Fundamental a articulação de diversos campos como a aritmética, álgebra, geometria, estatística e probabilidade. Objetiva garantir que os alunos façam a relação entre as observações empíricas, situações do cotidiano, com as representações 30 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS (tabelas, figuras e esquemas), e consigam ainda associar essas representações a uma atividade matemática (conceitos e propriedades), realizando induções e conjecturas (BNCC, 2018). Nesse sentido, estima-se que os alunos desenvolvam a capacidade de identificação das oportunidades no cotidiano, para utilizarem da matemática para resolverem seus problemas. Que saibam como aplicar os conceitos, procedimentos e resultados na sua resolução, interpretando segundo os contextos de cada situação (BNCC, 2018). O Ensino Fundamental deve ter compromisso com o desenvolvimento do letramento matemático, definido como as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. É também o letramento matemático que assegura aos alunos reconhecer que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e pode ser prazeroso (fruição) (BNCC, 2018, p. 266). O desenvolvimento das habilidades se relaciona a determinadas formas de organização da aprendizagem matemática, baseadas na análise da vida cotidiana, com as outras áreas do conhecimento e das especificidades da Matemática. Os processos matemáticos para a resolução de problemas, investigação, desenvolvimento de projetos e modelagem constituem atividades de matemática enquanto objeto e estratégia para aprendizagem no decorrer do Ensino Fundamental. Tais processos são necessários para o desenvolvimento das competências fundamentais para o letramento matemático (raciocínio, comunicação e argumentação), o que inclui o desenvolvimento do pensamento computacional (BNCC, 2018). FIGURA 18 – COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL TÓPICO 2 — CONTEXTO HISTÓRICO DO ENSINO DA MATEMÁTICA 31 FONTE: BNCC (2018, p. 267) A formação do Psicopedagogo Institucional prevê intervenções no rendimento escolar dos alunos. Desse modo, sua atuação impacta nos desafios do processo de ensino e aprendizagem nos alunos que apresentam déficits de aprendizagem causados por dificuldade ou transtornos. Para tanto, há necessidade do psicopedagogo conhecer os documentos que norteiam o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores. Principalmente em conhecer as competências preconizadas pela BNCC e conectar sua intervenção, possibilitando ações que interligue as atividades com a vida cotidiana dos alunos. No processo do desenvolvimento da Construção Lógico-Matemática, o Psicopedagogo Institucional poderá observar as competências específicas do ensino de matemática, e auxiliar no desenvolvimento integral do aluno. A formação humana ocorre de forma integral ao longo da existência humana, pressupõe uma trajetória social e individual precedida de valores, formas de pensar, escolhas, preferências e habilidades. Segundo Weffort, Andrade e Costa (2019, p. 16), a Educação Integral pretende “[...] garantir o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões: intelectual, física, afetiva, social e cultural”. A Educação Integral intenciona o desenvolvimento integral das pessoas nas diversas etapas de sua vida, nas propostas educativas o aluno passa a ser o centro, e aprendizagem entendida como resultado das relações do aluno com o meio em que vive, com os outros e os objetos do conhecimento. Além disso, pretende desenvolver um enfoque multidimensional e integrador, que estimule 32 UNIDADE 1 — NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS os alunos a pensarem, sentirem, comunicarem-se, experimentarem e a desco- brirem o meio em que vivem, as conexões e os sistemas a partir dos métodos, códigos e linguagens das diferentes áreas do conhecimento (WEFFORT; AN- DRADE; COSTA , 2019). A BNCC consiste no documento que norteará os trabalhos pedagógicos desenvolvidos na escola. Dessa forma, os planejamentos dos professores, reorganização do PPP e formação continuada serão embasadas nas dez competências e áreas do conhecimento no documento. Para saber mais, acesse: http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> e leia a Base na íntegra. DICAS 33 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Na primeira metade do século XX, mais precisamente entre os anos de 1940 e 1950, nessa época a escola primária destacava a preparação da criança para a vida, onde as disciplinas deveriam se relacionar com os fatos e situações da vida. • Os anos de 1960 e 1970 trouxeram transformações no modo de conceber o ensino matemático, como reflexo do movimento da matemática moderna. • O ensino após a década de 1980 se formalizou fundamentado nas críticas ao movimento da matemática moderna, onde documentos salientavam críticas referentes ao trabalho apoiado na linguagem simbólica dos conjuntos. • Na década de 1990 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) ocorreu uma ampla discussão curricular no sistema educacional brasileiro. • A Base (BRASIL, 2018) aponta conhecimentos, competências e habilidades esperados no desenvolvimento dos alunos ao longo da Educação Básica, com principal foco na formação integral para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. • A promulgação da BNCC norteará a organização dos currículos na Educação Básica nas diversas redes de ensino a considerar o público e o privado. Apresenta dez competências gerais que preconizam os direitos a aprendizagem e desenvolvimento. • As competências gerais estão organizadas em dez proposições que se relacionam e desdobram nas três etapas da Educação Básica, considerando a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. • A BNCC prevê para o ensino de matemática no Ensino Fundamental a articu- lação de diversos campos como a aritmética, álgebra, geometria, estatística e probabilidade. • Há necessidade do psicopedagogo conhecer os documentos que norteiam o tra- balho pedagógico desenvolvido pelos professores. Principalmente em conhecer as competências preconizadas pela BNCC e conectar sua intervenção, possibili- tando ações que interligue as atividades com a vida cotidiana dos alunos. • O Psicopedagogo Institucional poderá observar as competências específicas do ensino de matemática, e auxiliar no desenvolvimento integral do aluno. 34 1 Ao longo dos anos o processo de ensino e aprendizagem dos números naturais e das operações sofreu alterações conforme o desenvolvimento da sociedade, estudos e os resultados das práticas em sala de aula. Faça um quadro-resumo sobre as principais características do processo de ensino
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