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Administração Pública – Princípios
DIREITO CONSTITUCIONAL
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PRINCÍPIOS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O que será trabalhado nesta aula, servirá, também, para o Direito Administrativo.
ARTS. 37 A 43
Os arts. 37 e 38 versam sobre as Disposições Gerais, os arts. 39 a 41 versam sobre as 
normas em relação a servidores públicos (civis), o art. 42 versa sobre militares dos estados 
e do Distrito Federal (polícias militares e bombeiros), e o art. 43 versa sobre regiões metro-
politanas. 
Obs.: � O art. 43 raramente é cobrado em provas de concurso.
Normalmente, é cobrado o art. 37 até o 41. O artigo 42 é específico para área militar (PM, 
bombeiro), lembre-se de que militar do estado e DF são os policiais militares e os bombeiros. 
Em relação ao artigo 37, muitas vezes, é cobrado apenas seu inciso I, ou melhor, o seu caput 
sobre princípios que devem ser obedecidos por todos.
TEXTO CONSTITUCIONAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Obs.: � Todos deverão observar os princípios.
O art. 25 da CF estabelece que o estado irá elaborar a sua Constituição observando os 
princípios previstos na CF e a doutrina se refere aos princípios constitucionais como extensí-
veis (normas de repetição obrigatória), que devem ser seguidos por todos os entes da Fede-
ração – o art. 37 é um deles.
 Mnemônico LIMPE:
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• Legalidade;
• Impessoalidade;
• Moralidade;
• Publicidade; e
• Eficiência.
Obs.: � Em alguns poucos concursos, ainda se pergunta quais são os princípios da Admi-
nistração Pública: a “publicidade” pode aparecer substituída por “proporcionalidade”, 
o que estará errado. Hoje em dia, pergunta-se mais sobre o conteúdo de cada 
princípio.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Legalidade
• Ampla x estrita.
• Superação por juridicidade.
A CF se refere à Legalidade em mais de uma vez: no art. 5º (“ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de Lei” – todos podem fazer o que 
quiserem, desde que não haja norma proibindo), ou seja, legalidade em sentido amplo, a lega-
lidade dirigida aos cidadãos.
A Legalidade em sentido estrito é a que rege a Administração Pública, está prevista no 
art. 37 e dispõe que “o administrador só pode agir onde houver Lei autorizando”, por sua vez, 
o cidadão pode agir, exceto quando houver Lei proibindo.
A evolução sai de Legalidade para Juridicidade. Muitos doutrinadores do Direito Adminis-
trativo se referem à Juridicidade.
A Legalidade estaria migrando para a Juridicidade, por exemplo:
Quem viajava de avião podia carregar uma mala de até 23 quilos sem pagar. Uma Reso-
lução da ANAC, com a alegação de que seria para baratear as passagens, restringiu a baga-
gem a apenas uma mala com 10 quilos e, caso necessitasse levar uma mala com 23 quilos, 
a companhia aérea poderia cobrar. O que era gratuito para todos passou a ser cobrado – não 
foi por lei, foi por uma Resolução da ANAC.
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Os cidadãos e agentes públicos precisam seguir a determinação dessa Resolução?
Não se tratou, no exemplo, de uma lei, mas a doutrina estabelece que o princípio da Lega-
lidade está sendo substituído pelo princípio da Juridicidade, ou seja, o agente público, o admi-
nistrador público pode agir quando houver norma do ordenamento jurídico autorizando, sem 
precisar que seja lei, respeitando o ordenamento jurídico como um todo.
A Emenda Constitucional (EC) n. 19/1998 foi muito impactante no Direito Administrativo, 
porque criou as Agências no movimento denominado Agencificação (desestatização e privati-
zação). Essas Agências editam normas e geraram um outro movimento, o de Deslegalização. 
A Agencificação é uma forma de dinamizar o setor público:
• Agência de Águas (ANA);
• Agência de Energia Elétrica (ANEEL);
• de telecomunicações (ANATEL);
• da Aviação Civil (ANAC);
• a ANVISA e outras.
Em regra, essas Agências são vinculadas ao Poder Executivo.
Deslegalizar é aquilo que era previsto em lei, em sentido formal, e passa a ser feito por 
um ato normativo editado pela Agência ou pelo Poder Executivo, até mesmo um ato infralegal, 
como a Resolução.
Obs.: � Cuidado com duas palavras que são parecidas: desconstitucionalização e des-
legalização.
Na Reforma da Previdência, EC n. 103/2019, quanto a regras de aposentadoria dos servi-
dores, o art. 40 “emagreceu”, as regras que estavam na CF foram “abduzidas”, houve uma Des-
constitucionalização, as regras agora são remetidas à Lei Ordinária ou à Lei Complementar.
Existe uma regra transitória (regra transitória é diferente de regra de transição, esta se 
refere a quem já está próximo da aposentadoria) que, até ser promulgada a lei, está na EC n. 
103/2019. 
A Juridicidade caminha ao lado da Deslegalização – tira da Lei e manda para qualquer 
outro ato normativo.
A legalidade administrativa, prevista no art. 37, é a estrita.
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Obs.: � Se a banca cobrar que o administrador só pode agir quando a lei permitir, está corre-
to. Se ela afirmar que houve a superação pelo princípio da juridicidade, está correto. 
Impessoalidade
• Proibição de processos seletivos para estagiários.
• Programa “Acelera, Paraíba”.
Num concurso público, o que se busca é a paridade de armas, igualdade de condições 
em que vigora a Impessoalidade. No Distrito Federal, por exemplo, há reserva de vagas para 
quem é negro.
Pode haver regra diferenciando branco e negro? Sim.
Diferenciando idade, altura? Sim, desde que esteja previsto em Lei e se justifique pela 
natureza do cargo – normalmente isso acontece em concursos da área militar. 
Antigamente, para estagiários, havia a norma do QI (“Quem indica?”), hoje é por meio de 
processo seletivo. Isso é importante para a Administração Pública.
Existia uma lei proibindo processo seletivo para estagiário – a Lei oficializava o “quem 
indica” – essa lei foi declarada inconstitucional.
Na Paraíba, o governo criou um programa de governo chamado “Acelera Paraíba!”, vol-
tado para o incentivo de competições automobilísticas. Esse programa foi criado por lei e, no 
ano em que foi criado o programa, receberia, no primeiro ano, R$ 300 mil reais, sendo que 
75% seriam dados a um piloto – isso fere a Impessoalidade.
Há outro dispositivo constitucional que proíbe que alguém utilize obras públicas com sím-
bolos que caracterizem promoção pessoal.
O governo Bolsonaro utiliza o jargão “Pátria Amada Brasil”, no governo Temer, o jargão era 
“Brasil, Ordem e Progresso”, já houve “Brasil, um país de todos”.
Um jargão “Governo do DF trabalhando por você” é permitido, o que não é permitido é 
“Governo do DF e Aragonê trabalhando para você”. 
Houve um caso envolvendo Paulo Maluf, por utilizar, durante uma campanha, um trevo de 
quatro folhas, cada uma de uma cor e, eleito prefeito, utilizava esse mesmo trevo de quatro 
folhas da campanha; foi considerado ilegal pelo STJ por ferir a Impessoalidade.
Moralidade
• Súmula Vinculante13 e o nepotismo.
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A palavra nepotismo tem a suaorigem nas palavras nepos/nepote que significam “sobrinho”.
A Súmula Vinculante 13 proíbe a contratação até o “sobrinho”, até o 3º grau.
A linha reta de parentesco:
• pai e mãe, são parentes de primeiro grau;
• avós são parentes de segundo grau;
• bisavós, parentes de terceiro grau;
• filhos e filhas, primeiro grau;
• netos e netas, segundo grau;
• bisnetos, terceiro grau;
• tataranetos, quarto grau.
Obs.: � Para cima, é ascendente, para baixo, descendente.
Na linha colateral de parentesco, é necessário encontrar, primeiramente, o ascendente em 
comum. Na linha colateral, não existe parentesco de primeiro grau, a linha colateral começa 
com o segundo grau. Quem está do lado na família são irmãos e irmãs (primeiramente sobe 
para os pais para, depois, descer para os irmãos e irmãs), parentesco de segundo grau; filhos 
dos meus irmãos e irmãs, tio e sobrinhos, parentesco de terceiro grau; parentesco de primo 
terceiro, avô e sobrinho neto é parentesco de quarto grau, que escapa da proibição, que vai 
até o terceiro grau. 
Até este momento, o parentesco é consanguíneo.
No parentesco de afinidade, há um detalhe: o casal não é parente, marido e mulher não 
são parentes, pois, quando se casam, é como se um tomasse o lugar do outro.
Sogro e sogra é parentesco de primeiro grau; o cunhado, irmão da esposa, é parentesco 
de segundo grau; enteado é parentesco de primeiro grau.
Parentesco em linha reta nunca se dissolve, nem com divórcio, separação ou morte. 
Parentesco em linha colateral se dissolve (por exemplo, a pessoa se separa da mulher e casa 
com a cunhada).
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BI 3º
 ↓
AV 2º
 ↓
P/M 1º
 ↓
X 2º
 ↓
S/S 1º
 ↓
RES CNJ → JVD
VALE NÃO SÓ P/ JUDICIÁRIO
↓
GERAL
NEPOTISMO → 3º
 ↓
 E 1º
C 2º
 ↓
F 1º
 ↓
N 2º
 ↓
BI 3º 
I 2º
↓
↓
↓
T/S 3º
P/TA/SN = 4º
A proibição do nepotismo não está prevista na CF nem em lei, surgiu de uma Resolução 
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aplicável ao Poder Judiciário.
O STF considerou que a Resolução não vale apenas para o Poder Judiciário, vale para 
todos: não é necessária lei em sentido formal, porque a contratação de parentes, em regra, 
viola os princípios da Moralidade, Impessoalidade e da Eficiência (a pessoa não foi contratada 
por ser o mais apto, mas sim por ser parente).
Sobre esse tema, há uma possibilidade da jurisprudência mudar, há uma tendência para 
“virar”, mas hoje vale que a proibição do nepotismo NÃO abrange cargos de natureza política. 
A proibição do nepotismo (não poder contratar até 3º grau de parentesco) vale para cargos 
de natureza técnica, administrativa, mas não vale para cargos de natureza política (pode con-
tratar cônjuge ou parente).
Exemplo de cargo de natureza política ou cargo político: ministro de estado ou secretário 
de estado.
Exemplo cargo técnico/administrativo: conselheiro do Tribunal de Contas.
No Paraná, o então governador Requião colocou um irmão (parente de 2º grau) como 
conselheiro do Tribunal de Contas e outro irmão como secretário de estado. O STF consi-
derou que conselheiro do Tribunal de Contas não podia por ser cargo técnico/administrativo, 
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mas secretario de estado pode – Requião colocou ambos como secretários de estado. O Pre-
sidente da República pode colocar a sua esposa como ministra de estado por ser cargo de 
natureza política.
Publicidade
• LAI e publicação dos contracheques de servidores públicos.
Publicidade é a regra. O habeas data surgiu no contexto de haver um SNI que escondia 
informação ao povo.
Hoje se vive numa democracia, não há tantos dados ocultos. Existe até uma Lei de Acesso 
à Informação (LAI), que divulga todos os dados no Portal da Transparência. 
Eficiência
O Princípio da Eficiência entrou com a EC n. 19/1998. Desde 1988, o LIMPE era 
apenas LIMP.
LIMPE = PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS
DEMAIS PRINCÍPIOS = IMPLÍCITOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípios implícitos
Os princípios da supremacia do interesse público, da continuidade do interesse público, 
proporcionalidade, razoabilidade são Princípios Implícitos que não estão previstos na CF.
• Interferência da boa-fé objetiva nas relações administrativas.
O princípio da boa-fé objetiva é proveniente do Direito Civil, mas que pode ser aplicado ao 
Direito Administrativo. Por exemplo, alguém recebe uma verba de boa-fé decorrente de uma 
interpretação judicial, mas, a seguir, essa interpretação muda. A pessoa precisa devolver o 
dinheiro? Muitas vezes se entende que não porque a pessoa estava de boa-fé.
Em 2020, o STF julgou os embargos de declaração de um caso envolvendo o instituto da 
desaposentação (tema sobre "a ordem social"), quando muitas pessoas entraram na justiça 
e ganharam o direito à desaposentação. Foi julgado que não havia direito à desaposentação 
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porque não havia previsão legal no ano de 2016 – quatro anos depois, o STF julgou os embar-
gos: quem, entre 2016 e 2020, estava com ação judicial e recebia a diferença para mais, não 
precisava restituir porque estava de boa-fé.
A boa-fé também é um princípio implícito e, nesse caso, até se sobrepõe ao princípio da 
supremacia do interesse público.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Fernandes. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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