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Direito Constitucional III - LG 2 BIMESTRE

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Anastácio Nascimento
Anastacio.nascimento007@gmail.com
Prof° Luiz Gustavo de Andrade
prof.luiz.gustavo@hotmail.com
Direito Constitucional III – 2o Bimestre
28/04/20
Ordem Social – part. 2 (último capítulo da CF) art. 194; art. 6, caput.
Previdência Social
Seguridade Social
Assistência Social
Saúde
· Princípios;
· Custeio;
· Benefícios;	Comment by Anastacio Nascimento: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:I - Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. Assistência Social: BPC. Tem direito ao benefício pessoas com mais de 65 anos ou com deficiência que tenham renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo – R$ 522,50.Conceitos Legais - InfraconstitucionaisLei 8.213/1990(...)Art. 42. A aposentadoria por invalidez (...) será devida ao segurado que (...) for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência(...)Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que (...) ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Seguridade Social
Seguridade Social – Art. 194 da CF
· Previdência Social; pressupõe contra prestação, o segurado só faz jus a ele se estiver pagando, só recebe quem paga. No Brasil é administrado pelo INSS.
· Assistência Social; não pressupõe a contra prestação, os benefícios são de ajuda, de socorro, auxilio a quem tem necessidade. Pagos a quem nunca pagou se estiver em estado miserável.
· Saúde; 
Previdência social: é um direito que pressupõe contraprestação. Faz jus aos benefícios aquele que adere ao sistema, aquele que paga a seguridade social. Os benefícios são as contraprestações pelo pagamento.
Assistência social: não pressupõe contraprestação. Corresponde a benefícios de ajuda, de socorro, de assistência a pessoas de estado de necessidade. O dinheiro é destinado a quem paga e para quem não paga. Mesmo que a pessoa não paga a seguridade social, ela oferta benefícios se a pessoa está em estado de necessidade.
Quem administra a Seguridade Social no Brasil? A CF diz que é uma obrigação da União, que descentralizou para uma autarquia: o INSS.
Benefícios assistenciais:	Comment by Anastacio Nascimento: Benefícios AssistenciaisPrevidência: contraprestação. Assistência: mesmo para aqueles que contribuíram muito pouco. Dois benefícios assistenciais:- Do Idoso: ele é pago em favor do idoso em estado de miserabilidade – considera aqui 65 anos ou mais. A lei estabelece requisito para considerar o estado de miserabilidade: a renda familiar per capita tem que ser até de ¼ do salário mínimo. Somando a renda dos quatro membros dá um salário mínimo. Valor do benefício: um salário mínimo.- Do Deficiente: mesmo critério da assistência para o idoso. Para o responsável pelo deficiente, a assistência concede um salário mínimo.
1) Auxílio-doença: 
Pago para o segurado temporariamente incapacitado do exercício de atividade laboral. O “encostado do INSS”. Ideia de seguro público. Como funciona na prática. Quem atesta? Perícia do INSS – atestada. Toda vez que você está doente, o médico dá um atestado e a empresa não pode descontar. Isso até 15 dias – pagos pela empresa. Quando a doença afasta do trabalho por mais de 15 dias, a perícia do INSS tem que atestar essa incapacidade e, a partir do 16o dia entra a seguridade social. A perícia marca um retorno (ex: 6 meses). No retorno, o perito avalia se a pessoa volta ou não para o trabalho. Se ele constatar que ainda não está bom, ele prorroga. Se o perito constatar que a incapacidade é permanente (a pessoa não vai melhorar), será concedido a aposentadoria por invalidez.
2) Aposentadoria por invalidez:
permanentemente incapacitado. Doença sem recuperação. Para o INSS conceder a aposentadoria por invalidez, não é necessário o auxílio doença, não é pré-requisito. O perito pode constatar já na primeira perícia a invalidez. Uma vez concedido o benefício, o INSS pode cancelar o benefício. Se acharem uma cura, o INSS cancela o benefício e a pessoa deve voltar ao trabalho. Antigamente o INSS não tinha esse hábito: agora, a cada dois anos, ele chama para perícia. Há pessoas que se recuperaram e voltaram para o mercado de trabalho, continuando a receber o benefício – cometeu uma fraude. Se a pessoa voltava e assinava a carteira de trabalho, aparece no sistema do INSS e ele cancelava o benefício (por estar contribuindo de novo – empregador pagando previdência). Fraude: pediam para o empregador não assinar a carteira, recebendo o salário e o benefício.
Tanto o auxílio doença como a aposentadoria por invalidez - a invalidez - a incapacidade não pode ser pré-existente à condição de segurado. A pessoa está trabalhando e contribuindo e vem uma doença que o torna incapaz de trabalhar – recebe a aposentadoria. Não trabalha, não contribui e fica inválido – começa a contribuir para ganhar a aposentadoria por invalidez. Não pode ganhar o benefício! O que pode ocorrer é: já tenho uma doença, mas continuo trabalhando e contribuindo. A doença se agrava e há impedimento para o trabalho. Nesse caso, faz jus ao benefício.
Observações:
1°: O auxilio doença não é pré-requisito para aposentadoria por invalidez;
2°: A aposentadoria por invalidez não é pode ser presumida como permanente, uma vez que o motivo ao qual se tornou inválido o segurado, pode ser mudado. Ex: a questão de uma doença que pode ser descoberta a cura;
3°: A incapacidade não pode ser preexistente a condição do segurado;
-Período de carência: doze (12) contribuições (invalidez e auxílio doença). Doze meses de contribuição, no mínimo, para receber qualquer um dos dois benefícios.
EXCEÇÃO: 
Auxílio Doença Acidentário e Aposentadoria por Invalidez Acidentária: 
Decorrem de acidente de trabalho ou doença ocupacional, aqueles que tem nexo com a atividade ocupacional. Uma doença ocupacional desenvolvida por professor, por exemplo (Ler ou Dort). Imagine que um professor trabalha em escola privada e ele escreve no quadro direto. Primeiro emprego e tem seis contribuições (não fechei o período de carência), mas como é uma doença ocupacional, esse auxílio doença é acidentário, o professor irá receber porque tem relação com a atividade profissional. Agora, se tem seis meses de contribuição e se acidenta na praia em um fim de semana, não faz jus ao benefício, porque não tem nexo com a atividade ocupacional.
Obs.: 
Aposentadoria por idade – Art. 201, parág. 7o da CF	Comment by Anastacio Nascimento: A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:        I - Trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;        II -  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
O homem se aposentava com 65 anos de idade. A mulher com 60 anos. Para que os dois se aposentassem com essa idade, deveriam ter um tempo mínimo de contribuição para a seguridade social – 180 contribuições – uma por mês– 15 anos. O legislador previa um redutor de cinco anos na idade em favor do trabalhador rural (homem 60 anos e mulher 55 anos).
Com a proposta do governo: homem 65 anos e mulher com 62 anos. O tempo mínimo é de 20 anos de contribuição. O trabalhador rural vai se aposentar com 60 anos, seja homem ou mulher.
Havia duas aposentadorias: por idade e por tempo de contribuição.
Tempo de contribuição: Hoje, levo em consideração o tempo de contribuição que a pessoa tem e consegue se aposentar independentemente da idade que ela tem. Hoje, o homem se aposenta com 35 anos de contribuição e a mulher com 30 anos. A idade não é requisito para conceder o benefício, interfere no cálculo, mas não na concessão do benefício.
Há um redutor de cinco anos para o professor. O professor homem se aposenta com 30 anos de contribuição e a mulher com 25 anos. Para o professor fazer jus, há duas condicionantes: professor de ensino infantil, fundamental e médio (não aplica para o professor de ensino superior); o professor deve ter dedicação integral ao magistério (trabalhar todo o período como professor).
Com a Reforma da Previdência: hoje temos as duas aposentadorias: idade mínima e tempo de contribuição mínima. Se eu não tiver idade, mas tenho tempo de contribuição, consigo me aposentar. A reforma une as duas: deve ter os dois requisitos para se aposentar.
Hoje, só me aposento se eu tiver a idade mínima (65 e 60 anos) e o mínimo de 20 anos de contribuição. O problema é que, com 20 anos, eu me aposento com 60% do valor do benefício. Ao longo de 20 anos eu contribui para o teto do INSS – 6 mil reais – como há somente 20 anos de contribuição, se aposenta com 60%.
Se tiver 65 anos de idade e 20 anos de contribuição, se aposenta com 60%. Como funciona para se aposentar com o teto? 65 anos de idade e 40 anos de contribuição – 100% daquilo que eu contribuo, não necessariamente pelo teto. 20 anos – 60%, mais 2% ao ano para o teto = 40 anos de contribuição. O professor se aposenta com 60 anos com a reforma, desde que tenha no mínimo 30 anos de contribuição.
Existem outros benefícios previdenciários com base constitucional, mas com regulamentação infraconstitucional: salário maternidade, auxilio reclusão, etc., veremos no direito do trabalho e previdenciário.
· A pegadinha da RP é em questão da contribuição: continue trabalhando e contribuindo para conseguir os 100% do contrário você terá direito a apenas 60%. 
· Em relação ao professor: ele tem que ter 25 anos dedicados ao magistério e só vale para professores das séries iniciais fundamental e médio.
· Diferença de tratamento entre homem e mulher é a aplicação do princípio da igualdade material.
- Igualdade formal: Está prevista no texto da Constituição Federal em seu artigo 5˚ no próprio caput: “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”.
- Igualdade material: É a busca pela igualdade real, tratando de forma desigual pessoas que se encontram em condições desiguais, na medida e proporção de suas desigualdades. 
A mulher está sujeita a dupla jornada, afinal ela administra o lar e executa a jornada de trabalho.
Direito à Saúde:
Todos têm direito de acesso a saúde e o Estado tem dever de cuidar disso. Todos os Entes têm competência para prestar serviço público na área da saúde.
• Mínimo de investimento: os municípios têm que aplicar, no mínimo, 15% e os estados, no mínimo, 12% da receita de impostos para a saúde, enquanto a União tem que investir 15% da receita corrente líquida em saúde.
● Art. 196, CF
1) - Competência Constitucional Material Comum; 	Comment by Anastacio Nascimento: STF. ADI 6341Competência dos entes da federação em tempos de pandemia.
2) - Competência Constitucional Formal Concorrente; 
3) - Mínimo de Investimentos em Saúde; 	Comment by Anastacio Nascimento: EC 88 e LC 141/2012
Os municípios tem que destinar no mínimo 15% da receita de impostos à saúde. Os estados no mínimo 12%. A União o mínimo 15% da receita corrente liquida. Em relação ao DF tem uma peculiaridade, ele tem competência tanto na esfera municipal quanto estadual. Ele recolhe o IPTU.
30/04/20
4) - Mínimo Existencial x Reserva do Possível;	Comment by Anastacio Nascimento: Saúde: Mínimo Existencial- Exceções- STF. RE 657718
Cláusula da Reserva do Possível: dentre todos os direitos previstos na CF, o Estado vai garantir para a população aquilo que for possível de acordo com suas reservas orçamentárias. Ele vai garantir o que for possível, de acordo com suas reservas. O Estado tem obrigações (saúde, educação, transporte, moradia, cultura, lazer, esporte, etc.), mas o estado não tem dinheiro para tudo. Então, ele garantirá o que for possível. Onde está o quanto de dinheiro é reservado para cada área? Na Lei Orçamentária. Relação com a Legalidade Orçamentária. Se tiver previsão, pode pedir, se não estiver previsto, não pode solicitar para o estado. Reserva do Possível conflito com:
Mínimo Existencial: dentre todos os direitos previstos na CF, existe uma gama mínima de direitos sem os quais o indivíduo não vive dignamente. Essa parcela mínima de direitos, o Estado é obrigado a fornecer à população, mesmo não sendo previsto na Lei Orçamentária. Relação com o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Toda vez que estiver diante de um direito, posso exigir do Estado? Eu consigo viver dignamente sem esse direito? Sim, então ele está na Reserva do Possível. Não pode exigir do Estado; Não, não consigo viver, está dentro do Mínimo Existencial e o Estado deve fornecer. Se ele não previu na gestão orçamentária, o gestor público errou.
O Direito da Saúde, por excelência, está dentro da concepção no Mínimo Existencial. Gera o maior número de ações judiciais e essa máxima nos últimos dez anos gerou o fenômeno da judicialização da saúde, porque invariavelmente quando você precisa de um medicamento ou tratamento e não estão na lista de fornecimento, você vai para o judiciário pedir.
Exceções: 
Quando é que, mesmo se tratando de direito de saúde, o Estado não será obrigado a fornecer?
1) Quando o indivíduo puder custear o tratamento ou medicamentos com seus próprios recursos. Não poderá exigir do Estado. Gerou discussão porque a CF diz que a saúde é para todos, não somente para pobres. Todo mundo pode ir no posto, mas além disso não pode exigir.
2) Alguns tratamentos estéticos. Zona nebulosa. Não gosto do meu nariz e posso pedir para o Estado para realizar a cirurgia? Não. Agora, cirurgia de reconstrução de mama quando a mulher tem câncer de mama. Essa cirurgia a jurisprudência entende que está dentro do Mínimo Existencial e o Estado deve fornecer; A que gera polêmica: cirurgia de mudança de sexo – ainda não há definição sobre isso.	Comment by Anastacio Nascimento: Não pretende cobrar na prova.
3) Medicamento e tratamentos experimentais. Não tem eficácia comprovada com a medicina. Lógica: se não há certeza que o medicamento irá funcionar, não será feito experiência com o dinheiro público. A jurisprudência sempre entendeu que o fato de o medicamento não estar registrado na Anvisa não significa que ele é experimental. Assim, sempre concedeu o medicamento, mesmo que não registrado na Anvisa. Entretanto, o STJ no ano passado falou que o medicamento não registrado pela Anvisa não pode ser fornecido.
4) Ainda não é exceção, mas pode virar: medicamentos de alto custo. O STF reconheceu repercussão geral do Estado fornecer medicamentos de alto custo. Um caso de um paciente que precisava de um tratamento somente nos EUA. A União precisava levar e trazer o paciente para os EUA e custava quase 1 milhão de reais. A questão: quantas pessoas eu poderia auxiliar com esse dinheiro? O problema será fixar o que é alto custo. O STF julgou pelo prisma da exceção da exceção. 
· Exceção: não estiver registrado pela ANVISA;
· Exceção da exceção: Se houver uma demora irrazoável da ANVISA no registro do medicamento.
Medicamentos não registrados pela ANVISA.
1° requisito: 365 dias demora irrazoável para medicamentos ordinários;
120 dias para medicamento prioritário;
2° requisito: Este medicamento não pode possuir instituto terapêutico.3° requisito: tem que ser um medicamento amplamente internacionalizado para uso de combate à doença.
Observações finais:
- A saúde é uma competência constitucional material comum. Formais: legislativas. Materiais: praticar políticas públicas – serviços públicos. Significa dizer que o serviço de saúde ele é comum entre os entes da federação. Todos os entes da federação devem prestar serviços públicos na área de saúde. Todos eles prestando serviços público conjuntamente compõem o que a CF chama de SUS – único sistema composto por serviços prestados por todos os entes da federação.
Como a competência é comum, a competência é solidária entre os entes. 
Solidária: cada um é responsável pelo todo. Quando vou pedir o medicamento, posso pedir pela União, município, etc., escolho contra quem eu quero demandar ou contra todos – litisconsórcio passivo. Na prática, se acaba optando pelo município ou pelo Estado, porque a União é mais forte para se defender.
- Mínimo de Recursos destinados à saúde. Saúde e educação há uma vinculação mínima de recursos. Um mínimo para concretizar. Os municípios tem que destinar, no mínimo, 15% da receita de impostos com serviços de saúde. Os Estados, no mínimo 10% e a União, no mínimo 10% da receita corrente líquida. 
Distrito Federal: reúne competência de Estados e municípios. O DF destina 15% (Estados) e 10% (dos municípios).
- A iniciativa privada pode participar do SUS. Várias entidades privadas prestar serviços. O poder público pode contratar essas entidades, mas não pode ser destinado dinheiro público do SUS para entidades com fins lucrativos.
Atuação da Iniciativa Privada; a CF diz que o serviço de saúde pode ser realizado pela iniciativa privada, porém o dinheiro público da saúde não pode ser destinado para instituições privadas com fins lucrativos.
Direito da Educação – Art. 205 da CF.	Comment by Anastacio Nascimento: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Direito é educação de todos e dever do Estado. Qualquer um tem o direito de exigir do Estado uma vaga na rede pública de ensino? Educação de nível fundamental e médio é Mínimo Existencial – tem o direito de exigir uma vaga pública; Educação de nível superior é Reserva do Possível.
Princípios Constitucionais da Educação – Art. 206 da CF	Comment by Anastacio Nascimento: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:        I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;        II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;        III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;        IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;        V - Valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;        VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;        VII - garantia de padrão de qualidade.
1) Princípio da liberdade de Cátedra: por esse princípio, dirigido aos professores e instituições de ensino, tem liberdade educacional, de pesquisa. Os professores tem liberdade de externar suas ideias em sala de aula, para metodologia de ensino, de avaliação. O aluno tem liberdade de externar suas ideias na sala de aula. Justificativa histórica: ditadura. O professor não tinha essa liberdade, com censura. Dentro das universidades, é o princípio da Autonomia das Universidades.
2) Princípio da liberdade de aprender e externar suas ideias: não só os professores, mas também os alunos tem sua liberdade de externar suas ideias em sala de aula.
3) Princípio da Gestão Democrática: todas as decisões envolvendo serviços de ensino tem que contar com a participação deliberativa de alunos e professores da sociedade. Há a Associação de Pais e Mestres que recebem dinheiro direto dos cofres públicos para a associação decidir como gastar dentro da escola. A associação deve prestar contas ao Tribunal de Contas. Na faculdade, há um órgão que decide tudo de relevante dentro da faculdade e conta com a participação de todos e a OAB manda um advogado com poder de voto.
4) Princípio da igualdade de acesso à educação: diz que a população, o cidadão, concorre em igualdade de chances ao acesso aos serviços públicos de educação. Ensino Superior = com vestibular. Igualdade Formal: presumo todos em situação de igualdade e dou tratamento igual para todos; Igualdade Material: trato os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, na medida de sua desigualdade. Processo vestibular há tratamento privilegiado: política de cotas. Igualdade Material. Toda política pública de concretização do princípio da igualdade material é chamada de Ação Afirmativa. A política de cotas é uma Ação Afirmativa, de concretização de igualdade material. Toda Ação Afirmativa é temporária, transitória. Quando restabelecer a igualdade, a Ação Afirmativa desaparece.
5) Princípio da coexistência entre instituições públicas e privadas de ensino: O serviço de educação não é exclusivo do Estado e o setor privado pode prestar serviços de educação. O importante é estabelecer um paralelo entre os entres da federação e a atuação da iniciativa privada.
Competências comuns dos entes da federação quanto à Educação:
Ler art. 211 §2° e §3° CF.	Comment by Anastacio Nascimento: Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.    § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.    § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.    § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.    § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.    § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.
O serviço de educação também é uma competência constitucional material comum, ou seja, todos os entes da federação têm que manter uma rede pública de ensino. Com a
educação, só que a educação de nível fundamental, o município deve atuar prioritariamente. Os Estados têm que atuar prioritariamente no ensino médio e a União prioritariamente no ensino superior.
Essa atuação prioritária define qual ente da federação vai conceder para a iniciativa privada o serviço de ensino. 
Para abrir uma:
· Escola particular = Município; 
· Colégio particular = Estado; 
· Universidade particular = União.
Interfere na competência para julgar: Mandado de segurança – impetro para a autoridade coatora, agente público ou particular com exercício de função pública delegada (mandado de segurança contra o reitor da faculdade). Reitor é um particular no exercício da função pública delegada – exercendo funções de agente público, união concedeu = mandado de segurança na Justiça Federal (interesse da União).
Observações: Art. 212: Mínimo de recursos em educação. A União tem aplicado um mínimo de 18% da receita de impostos; dos Estados, do DF e municípios mínimo de 25% das receitas de impostos em educação.
· Ensino confessional. É o ensino de uma religião específica. É possível que o ensino público tenha uma aula de uma religião específica? Não, o Supremo sempre defendeu que não, mas mudou de opinião em 2017 para autorizaro ensino confessional (uma religião), desde que de matrícula facultativa.
	Leia a ementa do julgado abaixo: ATIVIDADE DE APOIO PELO WHATS:
“Eleições 2012. Registro de candidatura. Indeferimento. Rejeição de contas. Percentual mínimo constitucional. Saúde. Não aplicação. Inelegibilidade. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Incidência. - A não aplicação de percentual mínimo (...) nas ações e serviços públicos de saúde constitui irregularidade insanável que configura ato doloso de improbidade administrativa - para efeito da incidência da inelegibilidade [de 8 anos] prevista no Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90 [...]”” (TSE, Ag-RO 44144, Rel. Min Henrique Neves, j. 05.02.2013 - adaptada).
Supondo tratar-se do julgamento de um ex-governador, referente à sua gestão administrativa enquanto governador, então pretenso candidato a prefeito nas eleições de 2012, pode-se dizer que:
a) a decisão encontra-se correta, na medida que a não-aplicação do mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 18% da receita corrente líquida, caracteriza ato doloso de improbidade administrativa e torna o agente inelegível por oito anos;	Comment by Anastacio Nascimento: Mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 12% da receita de impostos E NÃO A 18%.
b) a decisão encontra-se correta, na medida que a não-aplicação do mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 12% da receita de impostos, caracteriza ato doloso de improbidade administrativa e torna o agente inelegível por oito anos;
c) a decisão encontra-se incorreta, na medida que a não-aplicação do mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 15% da receita de impostos, não-caracteriza ato doloso de improbidade administrativa, em que pese torne o agente inelegível por oito anos;	Comment by Anastacio Nascimento: Mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 12% da receita de impostos E NÃO A 15%.
d) a decisão encontra-se correta, na medida que a não-aplicação do mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 15% da receita de impostos, caracteriza ato doloso de improbidade administrativa e torna o agente inelegível por oito anos;	Comment by Anastacio Nascimento: Mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 12% da receita de impostos E NÃO A 15%.
e) a decisão encontra-se incorreta, na medida que a não-aplicação do mínimo de recursos em saúde, que no caso corresponde a 12% da receita de impostos, caracteriza ato doloso de improbidade administrativa, porém, ao contrário do que consta da ementa do julgado, torna o agente inelegível por dez anos.	Comment by Anastacio Nascimento: TORNA INELEGIVEL POR 8 ANOS.
· Homeschooling. O Supremo entendeu que não é admitido o ensino domiciliar, utilizando como argumento que, para o processo de aprendizagem, o convívio com a sociedade é necessário; e o Estado não tem meios de avaliar o avanço da criança fora da escola.
· O ensino deve ser ministrado, necessariamente, em língua portuguesa. A CF faz uma ressalva com as escolas indígenas (português e idioma de origem).
05/05/20
Cultura – Art. 215 e 216 da CF
A CF vai dizer que a cultura é dever de todos. Cultura = Reserva do Possível. A principal forma de incentivo à cultura do Brasil é o incentivo indireto. Ao invés do Estado incentivar diretamente tirando dos cofres públicos e entregando para o artista, ele fomenta a iniciativa privada para incentivar a cultura. Se incentivar, dá uma isenção fiscal.
Desportos – Art. 217 da CF
Dever do Estado incentivar as práticas esportivas. Desportos = Reserva do Possível. O legislador constituinte elevou a nível constitucional a justiça desportiva. A CF de 88 é a primeira que trata sobre o assunto (mas existe desde a década de 60). A justiça esportiva faz parte do Judiciário? Não, não exerce função jurisdicional. As lides, os litígios, julgados pela justiça desportiva são de natureza administrativa.
O que a justiça desportiva julga? 
1) a devida aplicação das regras em competições esportivas; 
2) a devidas sanções disciplinares aos atletas e aos clubes. Imaginem que em uma partida de futebol dois jogadores brigam: agridem, com lesão corporal. Civil: agressão verbal – discutir na vara cível; lesão corporal – discutir na vara criminal; conduta antidesportiva – violação de uma regra, aplicando sanção disciplinar (vai para justiça desportiva). Imagine que o jogador leva uma sanção por duas partidas (não vai poder jogar).
Posso ir para o judiciário para que ele reveja a decisão da justiça desportiva? A justiça desportiva excepciona temporariamente o princípio do acesso à justiça. Por determinado lapso de tempo, eu afasto o poder judiciário e impeço que a questão seja levada ao poder judiciário. Por 60 dias eu não posso discutir no poder judiciário, somente dentro das próprias instâncias da justiça desportiva (para que se resolva nesse período). Há casos que, mesmo com esse período, teremos casos para ir ao judiciário.
A justiça desportiva mitiga a garantia do acesso à justiça.
Observações:
- Art. 217 é regulamentado pela Lei 9.615/98 – Lei Pelé (quando o Pelé foi Ministro dos Esportes do Fernando Henrique).	Comment by Anastacio Nascimento: Ler os art. 85 e 87-a.
- Protege o apelido do atleta. Por essa lei, somente o atleta pode explorar economicamente o seu apelido profissional, independentemente de registro. Para evitar uma situação que o Pelé teve no início da carreira: quando ele começou a ficar famoso, vários produtos foram lançados com o seu apelido, sem retorno nenhum para o jogador.
- Direito do atleta estudante conciliar suas atividades acadêmicas com a participação em competições esportivas oficiais. Fazer provas, aulas, etc., em horários diferenciados.
Ciência e Tecnologia – art. 218 e 219 da CF	Comment by Anastacio Nascimento: CONTEUDO SIMPLES E FACIL E É POR ISSO QUE O PROFESSOR NÃO FAZ QUESTÃO DE COBRA NA PROVA...
Ler os artigos 218 e 219. 
Comunicação Social – Capítulo V – Art. 220 da CF
O artigo trata do Direito Fundamental de Liberdade de Expressão, que está no art. 5 da CF. Porque o Legislador trataria duas vezes o tema? Porque o art. 220 trata da liberdade de imprensa, dos veículos de comunicação.
O parág. 2 do art. 220 da CF traz o princípio constitucional aplicado aos veículos de comunicação, à comunicação social: princípio da vedação à censura. É vedada toda e qualquer forma de censura aos veículos de comunicação.
O legislador abriu um capítulo especial sobre o tema com a justificada histórica da Ditadura, época que o agente público – que estava dentro dos veículos de comunicação – o censor, que autorizada previamente a publicação de determinadas matérias, principalmente dos grandes veículos. Para encerrar esse procedimento, se fez o princípio de vedação à censura. Há bastantes instrumentos para a liberdade de imprensa.
Esse capítulo da CF foi regulamento no Brasil, por muito tempo, pela lei 5250/67 – Lei de Imprensa. Mesmo depois da Constituição de 88, foi aplicada durante muito tempo. O STF, há dez anos, declarou a lei completamente inconstitucional, a retirou do mundo jurídico.	Comment by Anastacio Nascimento: STF. ADPF 130A plena liberdade de imprensa é um patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo um povo. Pelo seu reconhecido condão de vitalizar por muitos modos a Constituição, tirando-a mais vezes do papel, a Imprensa passa a manter com a democracia a mais entranhada relação de mútua dependência ou retroalimentação. Assim visualizada como verdadeira irmã siamesa da democracia, a imprensa passa a desfrutar de uma liberdade de atuação ainda maior que a liberdade de pensamento, de informação e de expressão dos indivíduos em si mesmos considerados. O § 5º do art. 220 apresenta-se como norma constitucional de concretização de um pluralismo finalmente compreendido como fundamento das sociedades autenticamente democráticas.
Há dez anos, a Folha de São Paulo fez várias matérias sobre a Igreja Universal do Reino de Deus, criticando a igreja, do caráter mercantilista, exploração dos fiéis, etc. Aigreja possui vários espaços em veículos de comunicação. Ela foi para esses veículos e induziram aos fiéis a processarem o jornalista, o editor-chefe, etc., com base na Lei de Imprensa (Juizado Especial) que tinha um capítulo especial que trabalhava os crimes contra a honra praticados por veículos de comunicação, com penas diferentes – propagação maior. Resultado: várias ações contra o jornalista.
No STF surge uma ação de Controle de Constitucionalidade pedindo que fosse declarado inconstitucional a lei de imprensa. O Ministro relator defere uma liminar que suspende só a parte criminal. Foi muito criticada porque foi direcionada para proteger a Folha de São Paulo. Assim, seis meses depois o STF colocou em pauta essa ACC. O STF julga e afirmou que não era somente uma parte, mas toda ela era inconstitucional, com argumento de que a lei foi editada em momento duvidoso da História do Brasil – Ditadura. Com isso, os tribunais – nos últimos dez anos – se encarregaram de disciplinar toda a parte de comunicação nos institutos (tudo fruto de construção jurisprudencial – menos Direito de Resposta):
Instituto relacionados à Comunicação Social.
A) Sigilo da fonte: É o direito que o jornalista tem de não divulgar a fonte da matéria jornalística. Trata-se de uma prerrogativa do jornalista.	Comment by Anastacio Nascimento: “O sigilo da fonte, longe de qualificar-se como mero privilégio de ordem pessoal ou estamental, configura, na realidade, meio essencial de concretização do direito constitucional de informar, revelando-se oponível, em consequência, a quaisquer órgãos ou autoridades do Poder Público, não importando a esfera em que se situe a atuação institucional dos agentes estatais interessados”(STF. ADPF 130, Relator: Min. Carlos Britto)Sugestão de Filme: Faces da Verdade (Nothing but the true)EUA, 2008 (Direção Rod Lurie)Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=NAjwkUAOZ7I
1) O jornalista tem direito de não dizer, mas dizendo ou não, o jornalista e o veículo de comunicação respondem solidariamente pela matéria, mesmo dizendo quem é a fonte; 
B) Direito de resposta: É o direito que a pessoa noticiada tem de fazer veicular a sua versão dos fatos. Aplicar a garantia do contraditório a atividade jornalística. Se eu vou falar de alguém, eu ouço a pessoa para saber sobre os fatos. O jornalista tem liberdade para trabalhar a matéria, mas ele tem a obrigação sobre o que a pessoa repassou. Lei ir. 13.188/2015 – Disciplina o procedimento do direito de resposta. Desrespeitado esse direito, posso forçar judicialmente o direito de resposta.	Comment by Anastacio Nascimento: Lei 13.188/2015(...)Art. 2º. Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo.Assistir: Direito de Resposta do Leonel Brizola no JNDisponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ObW0kYAXh-8
Declaração de Chapultepec. (pesquisar).
Duas hipóteses para forçar a publicação da resposta.
1) Quando a pessoa noticiada não foi ouvida.
2) Ainda que a pessoa tenha sido ouvida (e a matéria foi publicada) tenho o direito de forçar uma outra publicação se a matéria for inverídica, imprecisa ou errônea.
Direito de resposta tem um prazo decadencial de no máximo 60 dias para ser exigido.
Máxima do STF: A atividade jornalística guarda um compromisso com a verdade. Há ampla liberdade, protege liberdade de expressão, etc., mas há um compromisso com a verdade. Isso sustentou o direito de resposta mais famoso do Brasil:
Direito de resposta –SUGESTÃO DE ATIVIDADE EXTRACLASSE: Leonel Brizola contra o Jornal Nacional.
A Constituição Aberta – Livro
Quando o Leonel Brizola tirou a transmissão do carnaval da Globo e repassou para a TV Manchete. Em represália, a Globo fez muitas matérias sobre ele e, em uma delas, criticou o sistema educacional do Rio de Janeiro, com imagens de outras escolas que não eram do Rio. Ele venceu a ação e a Globo passou o direito de resposta, com narração do Cid Moreira – o Brizola não aceitou gravar o direito.
É difícil obter o direito de resposta na prática. De acordo com a lei, a pessoa noticiada deve notificar extrajudicialmente o veículo de comunicação pedindo para publicar a resposta; a pessoa noticiada tem um prazo de 60 dias (decadencial – corre contra tudo e contra todos) para fazer isso; o veículo pode optar em fazer outra matéria mostrando a sua versão dos fatos, com suas palavras, etc., (privilégio de autonomia); se ele não cumprir, nesse momento há o interesse de agir no poder judiciário (somente assim pode propor a ação); propõe a ação e o juiz vai determinar que publique, dizendo de que forma deve ser publicada; a resposta deve ser publicada com o mesmo tamanho e destaque da matéria de origem, ou seja, se a matéria era capa, a resposta deve estar na capa.
B) A prevalência da Tutela Reparatória em detrimento da Tutela Inibitória: 
· Tutela Inibitória – impedir o dano, quando há uma ameaça de lesão ao direito, invoco antes do dano, para evitar que ele se concretize; 
· Tutela Reparatória – depois que o direito foi violado que sofreu o dano, vou para o poder judiciário pedir a tutela reparatória, pedir para o juiz reparar o dano. O uso dessas tutelas é muito fácil identificar em tutelas possessórias. 
Exemplo 1: Uma propriedade e o MST está em vias de invadir minha propriedade (tutela inibitória) e depois que invadiram (tutela reparatória).
Exemplo 2: Na imprensa: vai sair uma matéria ofensiva a meu respeito e vou ao juiz pedir para evitar que isso ocorra. Juiz: não! Envolvendo liberdade de imprensa, prevalece a tutela reparatória em detrimento da tutela inibitória. Depois que a matéria saiu e causou danos, procuro o judiciário. Se utilizar a tutela inibitória = censura!
Via de regra: A Jurisprudência criou uma exceção e utilizar a tutela inibitória na imprensa, julgados em tribunais de segundo grau – não chegou no STJ: surgiu em um caso do Paraná, envolvendo o Ex-Governador Roberto Requião. Quando o réu (veículo de comunicação) for reincidente em condutas que caracterizem abuso à liberdade de imprensa. Ex: Escolinha do Governo – pediu tutela inibitória porque, no caso em questão, já teria outros pedidos de tutela reparatória e o abuso continuou (Requião, TV Educativa e o Estado do Paraná).
Observações finais:
a) Para eu ser jornalista, é necessário diploma? O STF diz que não, onde julgou um recurso extraordinário sobre a matéria. No entendimento, se dispensa o diploma, amplia a área para se trabalhar com jornalismo. Jornalismo (Dispensa Diploma) STF. RE 511961.
b) Concessão e Permissão do Serviço de Radiodifusão sonora e de sons e imagens.
 Prazo: 10 anos para as emissoras de rádio e de 15 para as de TV.
c) Imprensa escrita (jornal impresso) não precisa de concessão estatal.
d) Veículos de comunicação e período eleitoral: restrições (art. 45 L. 9.504/97). Expressão Artística. Humor. STF. ADI 4.451. Não posso restringir a liberdade de expressão artística em razão do humor.
Ação Civil Pública. No Programa, aparecia uma tarja “censurado”, mas informava que o programa estava passando em outro canal. Depois, foi proibido em todos os canais.
Esse precedente foi utilizado contra a Folha de São Paulo, que foi proibida de falar do filho do Sarney. A Folha já tinha uma condenação por ter falado em uma matéria errada, mas o jornal derrubou o precedente porque a condenação do Requião foi condutas reiteradas e a Folha tomou apenas uma condenação.
Mais uma vez, o precedente foi utilizado no Paraná contra o Des. Cleiton Camargo (problemas com o CNJ) e a Gazeta começou a fazer várias matérias sobre ele. O Desembargador entrou na justiça e o TJ mandou a Gazeta parar de publicar sobre ele, com base no precedente do Requião. A liminar durou três dias, o STJ cassou a decisão: a Gazeta não tinha nenhuma condenação (a do Requião eram condutas reiteradas).
Opinião do Professor: saímos de um extremo (ausência ou pouca liberdade de expressão) para outro (muita liberdade, com pouca responsabilidade). Não existe no Brasil uma tutela chamadade Direito do Esquecimento: matérias ficam na internet eternamente. E se for inverídica? Algumas vezes há abusos sem contrapartidas, devido ao direito de resposta (60 dias).
Alexandre Moraes e Toffoli: O Antagonista – o Alexandre deu uma liminar para proibir a Crusoé e O Antagonista de publicar uma matéria sobre o Toffoli e tirar a que estava no ar (procurar sobre o tema). Não há motivos para utilizar uma tutela dessas, ele defere uma medida de natureza civil – medida cautelar – no âmbito do inquérito penal.
O STJ não tem a exceção citada acima (utilizada no caso com o Requião).
Meio Ambiente – Capítulo VI – Art. 225
Diz a Constituição: o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos. Na classificação tripartida dos Direitos Fundamentais (primeira dimensão, segunda dimensão e terceira dimensão), o direito ao Meio Ambiente equilibrado é um direito difuso de terceira dimensão. O Meio Ambiente é uma competência constitucional comum: dever de todos os entes da federação praticar políticas públicas de proteção ao Meio Ambiente. Competência Constitucional Comum e Competência Constitucional Formal Competente. Formal: para legislar. Todos os entes da federação podem editar leis de matéria ambiental. Competência Formal Concorrente.
Essa multiplicidade de lei ambiental e de políticas públicas de proteção ao meio ambiente podem gerar um conflito de normas ou de políticas públicas diversas versando sobre a mesma matéria. Por isso, existe um princípio constitucional para tentar nortear as políticas públicas dessas leis: Princípio In Dubio Pro Natura. Na dúvida, no conflito, eu adoto aquela que for mais protetiva ao meio ambiente.
07/05/20
Família – Capítulo VII – Art. 226
Estatuto Constitucional da Família
A) Princípio da Igualdade entre o homem e a mulher no âmbito familiar: positivado no texto constitucional de 1988 para quebrar um paradigma – o homem como chefe da família. Pátrio Poder – poder do patriarca para gerenciar a família. Depois de 1988, se tornou o Poder Familiar – poder de administrar a família.
1) Efeitos do casamento: A Constituição diz que o casamento religioso gera os mesmos efeitos do casamento civil. Para que o religioso gere os mesmos efeitos, deve-se estar minimamente instrumentalizado, formalizado, extrair uma prova do casamento religioso. Na igreja católica há um livro que se assina e serve como prova.
Direitos e Deveres do casamento:
a) Assistência Material e Moral recíproca: 
· Assistência Material – sustento mútuo; 
· Assistência Moral: respeito e cuidado mútuo entre os cônjuges.
b) Vida Comum: comunhão de intimidades.
c) Fidelidade: ainda está positivado no Código civil.
B) Princípio da livre organização da família: o Estado não pode intervir na família. Os contratantes sabem como ser feliz, não é o Estado que vai dizer isso a elas. Por esse princípio se critica muito os direitos e deveres do casamento.
Crise do casamento:
a) Separação: põe fim aos direitos e deveres do casamento, mas ela não põe fim no casamento. Emenda Constitucional 66 – tira a separação da Constituição.
b) Divórcio: - Divórcio: coloca fim no casamento, com seus direitos e deveres.
Na redação originária de CF de 88, se exigia um ano de separação judicial para se poder divorciar. O divórcio deveria ser antecedido por uma separação de, no mínimo, um ano. O Congresso Nacional é feito com grupos de pressão e a Assembleia (bancada religiosa) positiva o fim do casamento, entretanto vamos colocar uma condição para o casal refletir se era aquilo mesmo que eles queriam, como se fosse “dar um tempo”.
Dez anos atrás, o CNJ fez uma pesquisa e constatou que mais de 90% das separações eram convertidos em divórcio. Esse estudo concluiu que a separação carregava as varas de família e o divórcio era inevitável. Por isso, foi aprovada a Emenda 66 que tira o instituto da separação da Constituição. Quando a Emenda tira da CF, ela mexe só na Constituição, mas no Código Civil ainda vigora a separação. Isso gerou uma discussão na doutrina. Então, surgem duas correntes:
1° Corrente - Yussef Cahali: diz que ainda existe a separação, mas a separação não é mais pré-requisito para o divórcio. É uma faculdade do casal, que pode optar por separar ou divorciar.
2° Corrente - Maria Berenice Dias: defende que não existe mais separação. Hoje, o casal pode se divorciar, não pode se separar. Se divorciar, casa de novo com a mesma pessoa.
O divórcio pode ser:
- Judicial: feito na vara de família. Litigioso e, mesmo consensual, mas com filhos incapazes.
- Extrajudicial: feito fora do poder judiciário, feito em tabelionato, em Escritura Pública. Somente pode ser feito quando ele for consensual; não pode ter filhos incapazes. Se houver, nesse divórcio, há cláusulas a favor dos filhos, e devem ser submetidas ao poder judiciário.
2) Paternidade Responsável: É um princípio constitucional da família. Esse princípio diz que os pais tem o dever de assistência material e moral para com seus filhos. Atualmente, no direito de família tem predominado a atribuição de efeitos jurídicos não somente as relações biológicas, mas também as relações afetivas – que também decorrem direitos e deveres. Parte da doutrina tem chamado isso de Princípio da Afetividade.
3) União Estável como entidade familiar – Art. 226, parág. 3o: É a convivência pública, contínua, com intuito de constituir família. 
Característica: desejo de viver como casados. Consciente e voluntariamente vivendo como casado estivesse. Atrai para si os direitos e deveres do casamento. Passam e sabem que estão vivendo como casados, convivência pública, no meio social são vistos como cônjuges. No passado existia uma lei que 2 anos caracterizada União Estável, atualmente não vigora mais. Pode ser considerado uma relação de meses como União Estável. O Estado vai incentivar a conversão da União Estável em Casamento. A União é essencialmente informal, ele deve incentivar a formalização, para ser mais fácil provar a relação marital (documentos). Obs.: a Ação de Dissolução de União Estável é igual ao divórcio para o casamento.
· Inelegibilidade Socioafetiva. Outro ponto relacionado com essa questão: Abandono Afetivo. Entrar contra o pai/mãe pedindo danos morais por abandono afetivo – um caso foi julgado procedente, outro não. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgou procedente e o caso de São Paulo negou sobre o argumento que o judiciário não poderia julgar essa demanda, porque poderia gerar um grande número de processos. No ponto de vista do professor: paternidade responsável pressupõe assistência material e moral dos pais para com os filhos. Houve a violação de um dever legal, porque os pais devem acompanhar os filhos. Concederia Dano Moral – característica pedagógica, gerar um reflexo para que não ocorra mais o incidente.
· União Estável entre homem e mulher. O Supremo há muito tempo já reconheceu a União Estável Homoafetiva. Como o Supremo consegue reconhecer isso? O 226 parág. 3o é inconstitucional? Normas originárias são normas constitucionais. Assim, para reconhecer, o Supremo disse que ocorreu uma inconstitucionalidade superveniente por omissão. Originalmente só existia entre homem e mulher (sociedade em 88). Não existia a realidade homoafetiva. 
O Supremo diz que a inconstitucionalidade não é originária do texto constitucional, mas superveniente por omissão do Congresso Nacional. A inconstitucionalidade está na conduta omissiva do Congresso que deixou de alterar a Constituição para adaptá-la para a evolução social. Assim, o Supremo diz que existe união homoafetiva de acordo com os seguintes princípios constitucionais: dignidade da pessoa humana, igualdade e proibição da discriminação. Pode ser formalizado com escritura pública com os mesmos direitos e deveres da união heterossexual. Casal homoafetivo pode casar nos cartórios, podem adotar, uso do nome do companheiro, pensão alimentícia, herança, etc.
TEMA: 761 – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
· Transgênero: decisão do Supremo no ano passado. O STF entende que é um Direito fundamental subjetivo (depende de ele querer) do transgênero a alteraçãodo seu prenome e de seu gênero no registro civil. Seja pela via administrativa ou via judicial, independente de cirurgia de alteração de sexo. Antigamente já era possível, já poderia ir para a via judicial, passar pelos laudos, mostrar que fez a cirurgia e conseguir a alteração. Agora, não precisa de cirurgia. Basta ir no cartório e pedir extrajudicialmente. O cartório vai pedir alguns documentos de segurança pública (certidão negativa de antecedentes criminais, certidão negativa de dívidas, etc.).
4) Família Monoparental: Família formada por um dos pais e seu filho ou filhos. Mesma proteção do Estado. Mãe solteira, pai viúvo, etc. Os solteiros constituem família? Sem ninguém? O solteiro não constitui família, exceto para fins de impenhorabilidade do bem de família. Existe uma máxima: penhorar os bens do devedor, menos a casa da família. Assim, não pode penhorar a casa do solteiro – visto como família.
5) Proteção da criança, do adolescente, do jovem e do idoso: - 
a) Criança é até 12 anos; 
b) Adolescente até 18 anos; 
c) Idoso até 60 anos (alguns 65 anos); 
Considerados pessoas hipossuficientes, mais frágeis da família. A Emenda 65 criou a figura do jovem: 15 e 29 anos. A emenda criou a figura do jovem – diz que o Estado vai atuar capacitando e promovendo de inclusão do jovem no mercado de trabalho.
Para criança e adolescente – Princípio da Proteção Integral. Por esse princípio, o estado deve interferir no núcleo familiar para proteger criança e adolescente em situação de risco. Esse princípio excepciona o princípio da livre organização da família – o Estado não pode interferir no núcleo familiar, excepcionalmente se o estado verificar se a criança ou adolescente está em risco. Lei das Palmadas – discussão sobre a interferência do Estado.
* Constituição de família (casamento, união estável e família monoparental).
Índios – Art. 231 da CF
O Estado tem que proteger a cultura indígena. O legislador procura proteger as reservas indígenas, que são bens públicos federais. 
Pontos observados;
1) Os recursos naturais são explorados exclusivamente pelas Reservas indígenas. 
2) Os índios não tem a propriedade, mas tem a posse. 
3) Diz a CF que os recursos minerais podem excepcionalmente explorados por particulares desde que o Congresso Nacional autorize. Nesse caso, diz a CF, que se os particulares explorarem as reservas, parte do proveito econômico deve ser revertido em proveito da comunidade indígena. 
4) Índios não podem ser removidos contra a sua vontade da reserva indígena, exceto em caso de catástrofe. Encerrado o estado de necessidade, os índios devem retornar à comunidade indígena. 
Atos das Disposições Gerais: a doutrina diz que essas normas são formalmente constitucionais, mas não são materialmente constitucionais, não tem relevância.
12/05/20
Controle de Constitucionalidade
Controle de Constitucionalidade serve para manter harmonia do sistema jurídico. Tem uma pluralidade de normas jurídicas, dentre elas, as mais importantes são as normas constitucionais. Todas as demais normas precisam se adaptar ao texto constitucional. Muitas vezes, mesmo as normas constitucionais posteriores, fruto de emenda, precisam se adequar ao texto constitucional. Tenho uma pluralidade de normas constitucionais que tem que viver e conviver em harmonia. Para isso tenho o CC. As normas que contrariam a lógica constitucional, o texto constitucional, devem ser excluídas do mundo jurídico.
Ao longo das aulas, vamos trabalhar com duas concepções: parâmetro e objeto. O que é o objeto? A norma que estou verificando se é ou não é constitucional. Então tenho uma norma infraconstitucional, abaixo da Constituição, que estou olhando para ela e quero saber se é constitucional ou não. Para dizer se essa norma é inconstitucional ou não, é necessário compará-la com alguma coisa, com meu parâmetro de controle, a Constituição. Então, a CF é um parâmetro de controle e o objeto de controle de constitucionalidade é a norma que quero declarar constitucional ou inconstitucional.
Existe um princípio, o princípio norte do CC, que é o Princípio de Supremacia da Constituição. Esse princípio norteia a lógica do CC. A CF é a norma, o diploma jurídico supremo do ordenamento jurídico, de modo que todas as normas e diplomas devem se adequar ao texto constitucional. É pressuposto desse princípio e do CC que o país, o ordenamento jurídico, que possua uma Constituição do tipo rígida, pressuposto de existência do CC. Países que não possuem uma Constituição do tipo rígida não possui CC. Dois extremos da classificação da Constituição quanto a estabilidade: Rígidas e Flexíveis.
Rígida: é aquela que tem um trabalhoso processo legislativo, o processo para alteração do texto constitucional é um processo dificultoso, complexo, exige um amplo debate do congresso nacional. Para apresentar um projeto de emenda, há um rol restrito de pessoas legitimadas para poder apresentar um projeto de emenda da Constituição. Não é qualquer deputado ou senador, é 1/3 da Câmara, 1/3 do senado, mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados. É difícil iniciar o processo de alteração do texto constitucional, porque a Constituição é rígida.
Iniciado um processo legislativo, eu tenho que aprovar a emenda em dois turnos de votação, duas vezes na Câmara, duas vezes no Senado e o quórum para aprovação de emenda é de 3/5 em dois turnos de votação (quórum mais elevado do ordenamento jurídico). É o quórum que exige o maior número de votos para se aprovar uma emenda da constituição. Porque as normas constitucionais são as normas mais importantes do ordenamento jurídico. Não é de qualquer modo que eu posso mudar a Constituição. Exige quase uma maioria, um consenso, do Congresso Nacional na alteração.
Isso nos diz que as normas constitucionais estão acima das demais normas porque elas não podem sofrer alterações fáceis. Estão acima das demais normas. E essa hierarquia de normas é pressuposto de existência do CC. Só existe CC em país que adota um sistema piramidal de normas jurídicas, em que as normas constitucionais estão acima das outras e por isso que as outras hierarquicamente precisam se adaptar a norma superior.
País com Constituição do tipo Flexível o processo de alteração do texto constitucional é o mesmo processo de elaboração de uma lei comum. De modo que os países de Constituição do tipo Flexível, uma lei posterior revoga a Constituição, porque adoto o critério da Temporalidade = a lei mais recente é a que fica no ordenamento jurídico, não importa a hierarquia. Não existe CC na Inglaterra, por exemplo, porque há uma Constituição do tipo Flexível.
1° Princípio da Supremacia da Constituição: dos três poderes – executivo, legislativo e judiciário – qual o poder que, predominante, faz CC? Aquele poder que é encarregado de reconhecer que uma norma está violando a Constituição e por ser o guardião da Constituição tira a norma do mundo jurídico? O poder judiciário – está na Constituição que o Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição. Esse CC feito pelo poder judiciário foi objeto de amplo debate das duas correntes filosóficas do direito – duas em especial – que analisam o a atuação do judiciário de modo geral, mas analisam também a aplicação do CC, são as correntes do: Procedimentalismo (Habermas) e o Substancialismo (Dworkin). Essas duas correntes analisam a atuação do poder judiciário no CC. Sofremos influência das duas.
a) Corrente Procedimental: diz que o poder judiciário deve se limitar a verificar se a norma foi produzida a partir de um processo legítimo, que reflita na norma a vontade popular. Como essa norma foi produzida? Ela reflete a vontade popular? O procedimento de atuação dela é válido? Seguiu o procedimento de produção da Constituição? Então essa norma é válida. Analisa a produção da norma preocupado com o Princípio Democrático. Preocupado em saber se a norma é fruto da vontade popular.
Quem apresentou projeto de lei tinha legitimidade? Detinha iniciativa? Detinha. O projeto de lei passou pelas comissões parlamentares? Foi debatido nas comissões parlamentares?Foi ouvida a população em audiência pública? O quórum da aprovação foi observado? Foi. Seguiu o procedimento adequado para a produção da norma? Segui. Então essa norma é constitucional.
Diz o Procedimentalismo: se a lei foi elaborada pelos representantes do povo, seguindo o procedimento correto, ela é fruto da vontade popular e não pode o judiciário, composto por integrantes não eleitos pelo povo tirar do mundo jurídico algo que não é fruto da vontade popular. Se o judiciário tirar do mundo jurídico algo que foi devidamente produzido pelos representantes do povo, essa atuação do judiciário seria antidemocrática.
b) Corrente Substancial: Diz que o poder judiciário tem que verificar se a norma se encontra de acordo com a principiologia constitucional. Se ela não contraria a essência da Constituição. Está preocupada com a essência da norma, a substância, os valores Constitucionais. Para a Substancial, o poder judiciário pode tirar do mundo judiciário uma norma fruto da vontade popular, produzida de acordo com o procedimento correto previstos na Constituição e aprovada pelo povo por meio de seus representantes. O judiciário pode fazer isso se perceber que a norma contraria os valores constitucionais.
Como que o Substancialismo contra argumenta a questão do Princípio Democrático? Como ele contra argumenta o argumento de que se a lei é produzida pelo povo não pode integrantes do judiciário não eleitos pelo povo tirar do mundo jurídico sob pena de afronta ao Princípio Democrático? Ele diz: onde está escrito que o judiciário é o guardião da Constituição? Na Constituição. Quem fez a Constituição? O povo reunido em Assembleia Constituinte. Foi o povo que deu ao poder judiciário a prerrogativa de fazer CC. Logo, o STF faz isso, o poder judiciário faz isso, em cumprimento à vontade popular. Por isso não é antidemocrático. Deu para o poder judiciário um poder isento politicamente, com a prerrogativa de fazer CC.
Qual das duas correntes influência de maneira mais forte o nossos CC? O Substancial. Ex. do professor Dalton: Imaginem que o congresso aprova uma lei aprovando a pena de morte (cláusula pétrea que proíbe). Essa lei é submetida a referendo popular e o povo concorda. Vejam: essa lei é inconstitucional. O judiciário tem o dever de tirar essa lei do mundo jurídico, ainda que referendada pelo povo. Por causa desse viés de CC.
Sofremos, também, influência do Procedimentalismo.
 A lógica do Procedimentalismo é coerente. Diz que a lei é fruto da vontade popular, não faz sentido então uma norma produzida pelo povo contrariar a vontade popular, esculpida na Constituição. Incoerente. Como o povo cria uma norma que contraria a vontade dele mesmo? A lógica é coerente. Por isso, em razão dessa influência procedimental, temos um segundo princípio:
2) Princípio de Presunção de Constitucionalidade das Normas: toda norma em vigor presume-se constitucional e por isso ela deve ser cumprida. Essa presunção é relativa, toda norma se presumo constitucional e por isso tem que ser cumprida, todo mundo tem que cumprir a lei, até que o judiciário diga o contrário. A presunção de constitucionalidade das normas é essencial para se manter a ordem. Não importa se você acha que ela é inconstitucional, mas deve cumprir.
OBS:
PARÂMETRO: a Constituição;
Espécies de Inconstitucionalidade
Vícios de Inconstitucionalidade que uma norma pode apresentar:
a) Inconstitucionalidade Total: a norma vai ser considerada integralmente inconstitucional. Além do todo vai ser considerado inconstitucional. Uma lei com três artigos, alguns parágrafos e incisos. Eu tiro a lei inteira do mundo jurídico, não sobra nada. A Total deve ser uma exceção. O Poder Judiciário, na medida que ele faz CC, ele tem que, sempre que possível, preservar a norma. Ele só tira do mundo jurídico o que for efetivamente for inconstitucional. Ele não pode tirar do mundo jurídico uma norma que não viola a Constituição. Inconstitucionalidade Total é exceção.
b) Inconstitucionalidade Parcial: vou declarar parte da lei inconstitucional, preservando o restante dela.
Imagine o estatuto de uma determinada categoria de servidor público. Os Direitos e Deveres dos empregados celetistas (iniciativa privada e estatais) estão previstos na CLT. Já o servidor público ocupante de cargo público ele tem seus direitos e deveres previstos em uma lei, (Lei 8.112).
Exemplo: Art. 1o – São Direitos dos servidores públicos efetivos:
I – Férias
II – FGTS
III – Estabilidade IV – 13o
Parág. Único: os ocupantes de cargos em comissão possuem os mesmos direitos dos incisos I a IV.
Qual o problema dessa lei? Na Constituição, quando ela vai dizer quais os direitos e deveres que o servidor público tem, isso está previsto (art. 39 da CF), diz que o servidor público, estatutário, tem – no mínimo – os mesmos direitos dos empregados celetistas. Se reportam ao art. 7o da CF que fala dos direitos dos empregados celetistas. Só que a CF diz: os estatutários tem os mesmos direitos que os celetistas, exceto – e começa a tirar alguns direitos que o celetista tem que o estatutário não tem.
Então, a CF diz: o estatutário não tem direito a seguro desemprego (óbvio, tem estabilidade). Segundo direito que ele não tem: o empregado celetista tem direito a participação nos lucros (se a empresa quiser dar). O estatutário não; e o estatutário não tem direito a FGTS (o empregado celetista tem direito a Fundo de Garantia. O empregador dele tem que depositar todo mês na conta do FGTS mais ou menos 10% do que o empregado ganha. Quando eu mando embora o empregado sem justa causa, ele saca o dinheiro do fundo de garantia – uma compensação por estar sendo mandado embora, já que ele não tem estabilidade. O Estatutário tem direito a FGTS? Não, ele tem estabilidade.
A Constituição dizendo que o servidor estatutário não tem direito a FGTS e vem uma lei infraconstitucional dizendo: o servidor estatutário tem direito a FGTS. Essa lei é parcialmente inconstitucional. O que é inconstitucional nessa lei? O inciso 2 do art. 1o (do exemplo, II – FGTS). Proposta uma ação direta de inconstitucionalidade, o supremo vai subtrair do mundo jurídico o inciso 2. Vai tirar do mundo jurídico só o que é inconstitucional, não a lei inteira (lei com riscos, escrito do lado ADI – e o ir. da ação).
O Controle de Constitucionalidade feito pelo Supremo é supressivo – o poder judiciário tira do mundo jurídico, não inclui, ele tira do mundo jurídico quando faz CC, tira o que tiver violando a CF. Essa atividade supressiva incide sobre artigo, parágrafo, inciso ou alínea. O poder judiciário quando tira alguma coisa do mundo jurídico porque é inconstitucional, tira o artigo, o parágrafo, inciso ou alínea. Ele não pode tirar do mundo jurídico com CC, palavras ou expressões.
Isso lembra o Veto! Projeto de lei aprovado vai para sanção ou veto. Presidente pode vetar artigo, parágrafo, inciso ou alínea, o veto é supressivo. O chefe do executivo não pode incluir nada no projeto de lei, não pode incluir nada e não pode vetar palavras ou expressões. Nem o executivo e nem o judiciário pode incluir nada, só pode suprimir porque a atividade de escrever a lei pertence ao legislativo sendo assim ele não pode atuar como poder legislativo. O judiciário quando faz CC não pode tirar palavras ou expressões do mundo jurídico, porque se eu tirar uma somente uma palavra, eu mudo o sentido do texto.
Imaginem que o parág. único diz assim: os ocupantes em cargo em comissão possuem os mesmos direitos dos incisos I a IV. Lembrando dos três principais tipos de cargos na Administração Pública: cargo público em pessoa jurídica de direito público ocupado por servidor público estatutário; o emprego público ocupado por empregado público celetista em pessoa jurídica de direito privado e cargo em comissão. Os dois primeiros entram por concurso. O cargo em comissão é por livre nomeação e exoneração. Não tem estabilidade pelo exemplo.
Cargo em comissão tem direito a férias e 13o? Sim, direito fundamental. Assim, o parágrafo único é parcialmente constitucional devido ao inciso III. Não posso tirar o parágrafointeiro porque o poder judiciário só pode tirar aquilo que for efetivamente inconstitucional. Não posso tirar do mundo jurídico o que é constitucional e parte do parágrafo único é (férias e 13o). Como o judiciário faz? Poderia o Supremo, julgando uma ADI proposta contra o parágrafo único, colocar uma vírgula: exceto estabilidade. Não pode porque o CC é supressivo, não posso incluir nada. Poderia contar um a e colocar um e? Não porque ele não pode escrever ou reescrever a lei. O poder judiciário não pode atuar como legislador positivo.
Estamos diante de um fenômeno da jurisprudência do supremo que é da declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução do texto. O supremo declara o dispositivo parcialmente inconstitucional, mas não mexe na sua redação. 
Proposta uma ADI contra esse parágrafo único, o supremo o declararia parcialmente inconstitucional sem redução do texto – sem mexer no texto legal. Depois que o supremo julgar, o parágrafo na lei ficará escrito igual e lado: ADI ir. Vai estar entre parênteses que tem uma ADI envolvendo aquele dispositivo, mas ele está riscado? Não, porque ele foi declarado parcialmente inconstitucional, mas como o supremo não poderia reescrevê-lo, ele ficou do jeito que estava.
Nessa hipótese, quando o supremo aplica esse instituto de declaração da inconstitucionalidade parcial sem redução do texto, ele veta, na decisão dele, a interpretação literal. Ele proíbe que o operador de direito adote uma interpretação literal. Porque na literalidade do dispositivo está incluída a estabilidade. E ordena ao operador de direito que aplique uma interpretação conforme. Então, é relacionada a uma interpretação conforme – conforme a Constituição. Quando há uma ADI do lado, leia para não fazer uma interpretação literal. O supremo vai dizer qual é a interpretação conforme para aquele dispositivo.
Ex: Emenda 45 – Art. 114 da CF. A Emenda 45 mexeu com as competências do poder judiciário e alterou o art. 114. Depois dessa Emenda, o art. 114 passou a ter a seguinte redação: compete a Justiça do Trabalho, I – julgar as lides decorrentes das relações de trabalho, incluindo a administração pública direta e indireta dos três poderes de todos os entes da federação. Se ler literalmente, tudo deve ir para a Justiça do Trabalho – autônomo e celetista. O estatutário não vai para a Justiça do Trabalho, vai para a justiça comum. O supremo declarou a emenda 45 parcialmente inconstitucional. O estatutário não vai para a Justiça do Trabalho.
Ex: Emenda 62, Art. 100, parág. 12 da CF. O supremo declarou alguns aspectos inconstitucionais, como corrigir com juros de poupança os precatórios. Fere a igualdade. O supremo disse que vai se corrigir a dívida com o particular da mesma forma que o particular tem com ele, por isonomia. O parág. 12 continua escrito da mesma forma, mas o supremo declarou parcialmente constitucional.
a) Inconstitucionalidade Material: o conteúdo da norma afronta o conteúdo da CF. Para saber se tem IM eu tenho que ver o que diz a lei, qual o sentido dela, qual sentido da CF. Ex: CF 212 diz que a União deve investir no mínimo 18% dos impostos em educação. Vem uma Norma Infraconstitucional e diz que a União vai investir 15%. Tenho uma lei que contraria o conteúdo da CF.
19/05/20
b) Inconstitucionalidade Formal: o vício de inconstitucionalidade está no processo de elaboração da norma. A inconstitucionalidade irá estar em um processo legislativo – há várias etapas, regras. Uma lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta e – imaginem que o CN aprova uma LC com maioria simples. Não observei o quórum. Há um vício no processo de elaboração. A lei será formalmente inconstitucional, mesmo que o conteúdo esteja de acordo com a CF, mas o fato dela ter um vício formal, um erro, irá gerar a inconstitucionalidade. A inconstitucionalidade Formal acarreta necessariamente a inconstitucionalidade da norma. 
Se a lei tiver um vício, ela será integralmente inconstitucional.
Nem toda lei totalmente inconstitucional vai ser totalmente inconstitucional por vício formal. Pode ser que o conteúdo dela na íntegra contraria o conteúdo da CF, então vai ser uma Inconstitucionalidade Material. 
Agora, toda vez que ela ser formal, ela necessariamente vai ser total.
A inconstitucionalidade Total pode ser Formal ou Material, a inconstitucionalidade Formal é só total. Não existe inconstitucionalidade Formal Parcial.
Inconstitucionalidade Formal Orgânica: incompetência relativa
Processo Legislativo – REVISÃO
Introdutória
Iniciativa: apresentação do projeto em lei no CN. Quem detém legitimidade.
- Privativa: uma única pessoa ou um único órgão. Ex: aumento do subsídio dos Ministros do Supremo. Privativa do Supremo – faz o projeto de lei e vai para o CN; Organização das Forças Armadas – privativa do Presidente da República; Organização, estrutura, direitos da administração pública – privativa do Chefe do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito); Leis Orçamentárias – Chefe do Executivo;
- Concorrente: mais de um legitimado para apresentar o projeto de lei. Concorrente entre várias pessoas ou órgãos. Ex: Direito Civil, Direito Penal, etc., Deputado, Senador, Presidente podem apresentar projeto de lei sobre Direito do Trabalho, etc.;
- Popular: o povo apresenta o projeto de lei, pela população. Na verdade, é um abaixo assinado acompanhando um projeto de lei. O abaixo assinado tem que ter um número mínimo de assinaturas. Mínimo de assinaturas para apresentar no CN: 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos cinco estados, com no mínimo 0,3% (3 décimos por cento) de cada eleitorado de cada estado.
Apresentar um projeto de lei de iniciativa popular no estado do Paraná – Na Assembleia Legislativa para virar lei estadual. Compete a constituição do Estado a dizer o número mínimo e assinaturas. No Paraná, na Assembleia Legislativa, 1% do eleitorado estadual, distribuído, em pelo menos, cinquenta municípios, com no mínimo 1% do eleitorado em cada município. Projeto de lei de iniciativa municipal – Câmara de Vereadores, essa regra está na CF e vale para todos os municípios do Brasil: 5% do eleitorado do município.
Constitutiva
Deliberação
· Parlamentar
· Casa Iniciadora
Comissões
· Votação
Casa Revisora
Comissões
· Votação
Extraparlamentar Presidente da República
· Sanção ou Veto
Complementar
· Promulgação
· Publicação
- Como defino se é Privativa ou Concorrente: Pela matéria do projeto de lei. Quando o legislador quer que uma determinada matéria seja privativa de uma única pessoa ou órgão, ele diz isso expressamente. Compete privativamente ao Supremo... Quando a CF não fala nada, é concorrente (maioria).
- Apresentado o projeto de lei no CN, ele vai começar a tramitar e vai para a Casa Iniciadora e depois para a Casa Revisora, se estivermos no âmbito do CN, diferentemente das Assembleias Legislativa e das Câmaras de Vereadores que são unicamerais, o CN é Bicameral (Senado). Qual das duas casas (Câmara ou Senado) funciona como casa iniciadora em regra – Câmara. Quando o Senado vai ser casa iniciadora? Projeto de lei apresentado pelo próprio Senado. Projeto de iniciativa de um senador. Senado funciona como Casa Iniciadora e a Câmara como Casa Revisora.
- Quando o projeto passa pela Casa Iniciadora, ele vai passar pelas Comissões Parlamentares. A primeira será a Comissão de Constituição e Justiça – CCJ, que analisa a constitucionalidade da lei, de acordo com a CF. Logo, a CCJ faz Controle de Constitucionalidade (quando o poder Legislativo faz CC? Atuação da CCJ).
- Passado pela CCJ, vai para as Comissões Parlamentares. Há várias comissões temáticas, especializadas em temas específico, Educação = Comissão de Educação. Se o projeto versar sobre algum tema específico, deve passar pela referida comissão.
- Depois vai para votação na Casa Iniciadora. Para colocar em votação, devo avaliar dois quóruns: um é o de instalação dos trabalhos, número mínimo de parlamentares que tem que estar presente na votação. Quórum de instalação = maioria absoluta (total de integrantes da casa – 50% mais 1 – primeiro número inteirodepois da metade). Senado: 81 senadores, maioria absoluta do Senado: 40,5 – 41. Com 41 votos já tenho maioria absoluta, 41 presentes já posso colocar em votação. Câmara dos Deputados – 513 deputados – 257; maioria simples = número de presentes.
- Atingiu maioria absoluta, vou colocar em votação. Qual o quórum de aprovação (esse quórum vai variar de acordo com a espécie legislativa). 
· Lei Complementar: maioria absoluta; 
· Lei Ordinária: maioria simples; 
· Medida Provisória: maioria simples:
· Lei Delegada: maioria simples.
Tirando Lei Complementar e Emenda, maioria simples.
Porque Lei Ordinária, Medida Provisória e Lei Delegada são por maioria simples? Porque o Presidente só pode baixar Medida Provisória sobre matéria de objeto de lei ordinária, ele não pode baixar MP sobre matéria de objeto de LC. O Congresso não pode delegar ao Presidente a prerrogativa de baixar LD sobre matéria de LO, não pode delegar para ele o que for objeto de LC. Assim o quórum é o mesmo.
- Lei Complementar é por maioria absoluta. Quórum: 3/5 (também para aprovar Emenda Constitucional). A EC tem que se aprovar duas vezes – dois turnos. Entre um turno e outro tenho que deixar um tempo mínimo: 5 sessões. O Regimento Interno do Congresso diz isso.
- Uma determinada EC foi aprovada em primeiro turno e no segundo turno cinco dias depois. Não se observou o tempo mínimo. Contra essa EC, foi proposta um ADI por vício formal, processo de elaboração. O que o Supremo disse? Onde está escrito isso? No Regimento Interno do Congresso. Está escrito na CF? Não, então não tem vício formal. Se descumprir esse prazo, não gera inconstitucionalidade formal porque não está previsto na CF e sim no Regimento Interno do Congresso.
- Se o Congresso rejeitar uma lei (não atinge o mínimo de votos), pode ser reapresentado? Somente na próxima sessão legislativa. Legislatura = 4 anos – 4 sessões; Sessão legislativa = 1 ano; então, só posso apresentar no próximo ano, exceto se subscrito por no mínimo 1/3 dos integrantes (Câmara ou Senado).
- Depois de aprovado, o projeto de lei para a Casa Revisora. Passa de novo por comissões parlamentares. CCJ – o legislativo faz CC duas vezes: CCJ da Câmara e CCJ do Senado. Vai para comissões temáticas novamente e depois pelas votações. O que pode acontecer na Casa Revisora é o projeto de lei ser emendado, apresentar uma alteração. O que acontece? Projeto de lei Emendado retorna à Casa Iniciadora para discutir só a emenda, sim o não somente pela emenda. E só diz sim ou não, porque não pode modificar o projeto de lei quando retorna com emenda da casa revisora.
- Já aconteceu, na prática, da Câmara de Deputados aprovar assim, ir para o Senado, que emendou e tirou um artigo, volta para a Casa Iniciadora, que quando vai dizer sim, mexe nos outros artigos e manda para o presidente para sanção ou veto. Quando modifico texto da lei quando eu não podia, eu estou violando o Bicameralismo, princípio do Processo Legislativo = a mesma lei tem que ser discutida nas duas casas. Se a Câmara, quando volta para ela, modifica e manda para veto, não passou pela redação final do Senado.
- Quando foi a primeira vez, depois da CF de 88, discutiu a ofensa do Bicameralismo? Com a Lei de Improbidade Administrativa. Contra quem eu aplico a CIA? Contra agentes públicos e particulares em litisconsórcio com agente público. Contra políticos. A Casa Iniciadora aprovou de um jeito, foi para a casa revisora que emendou, voltou para a casa iniciadora para dizer sim ou não para a emenda. Além de aprovar ou não, eles pegaram o resto da CIA e começaram a redigir de novo. Mandaram para o presidente para sanção ou veto.
Primeiro dia de vigência: um partido propõe uma ADI: essa lei tem um vício formal, sendo formal, a inconstitucionalidade dela é total. Tira a lei inteira. O Congresso fez de propósito em criar um vício formal para o Supremo tirar do mundo jurídico. Quando o Supremo viu a malandragem, perguntou se mudou o sentido, já que mudaram apenas números de artigos, etc. Disse que a lei era constitucional. Então, se não mexer no sentido, não tem inconstitucionalidade formal.
- Quando o projeto de lei volta da Casa Revisora com emenda, a CI deve se limitar a aprovar ou não a emenda, sem modificar o restante do texto, sob pena de ofensa do princípio do Bicameralismo. Entretanto, se houver modificação do texto sem alteração do sentido da norma, não haverá inconstitucionalidade formal, segundo o STF.
- O Congresso errou novamente para a Lei de Ficha Limpa. A Casa Iniciadora mexeu no texto da lei, modificando o sentido. Ela, tecnicamente, é inconstitucional. Ficha Limpa é fruto da vontade popular. Aplicaram retroativa (isso não é possível).
- Depois vai para o Presidente sancionar ou vetar. Toda lei, passou pelo CN, o presidente sanciona ou veta. Apenas uma espécie legislativa que não tem deliberação, se o CN votar vai direto: A Emenda. Não vai para sanção ou veto. Todas as outras vão. 
- O Supremo se tirar a lei, que é inconstitucional, pode colocar de volta na outra sessão? Não, o que a CF exige que seja apresentada na próxima sessão legislativa é um projeto de lei rejeitado pelo próprio legislativo. Se ele já foi aprovado, em tese, o CN pode apresentar de novo na próxima sessão. Se o Supremo já disse que é inconstitucional, se for por uma inconstitucionalidade material, dificilmente a CCJ pode deixar passar. Agora, se o Supremo dizer que é inconstitucionalidade formal, a CCJ, se não tiver vício material, basta deixar o processo legislativo cumprir antes.
- Sancionar pode ser tácita pelo recurso do tempo – o presidente fica quieto por 15 dias. Decorrido esse tempo, é presumível que ele sancionou. A sanção pode ser tácita, o veto tem que ser expresso (primeira característica); veto tem que ser motivado, justificar, expor as razões pelas quais ele está vetando. A CF diz que o Presidente vai invocar dois argumentos para vetar: 
1) por contrariar o interesse público; 
2) ele veta dizendo que o projeto de lei viola a CF, logo o presidente está fazendo CC.
Nem todo veto é CC, somente na segunda forma; o veto também pode ser parcial. O presidente pode vetar somente o artigo 5, parte da lei. Ele encaminha a parte não vetada para promulgação ou publicação e entra em vigor e a parte vetada vai estar entre parênteses (vetado), mas não vai estar riscado. Porque o veto é superável. O projeto de lei vetado retorna e o CN pode derrubar o veto. Sessão conjunta das duas casas do CN. Presidente do CN convoca para análise do veto – Presidente do Senado. Quórum para derrubar o veto: maioria absoluta. (fez uma pegadinha – Emenda não é vetada). Prazo para derrubar o veto: 30 dias. Se chegar nos 30 dias e o CN não tiver discutido o veto, tranca a pauta do CN e não discuto mais nada até discutir o veto. Mais duas coisas tranca a pauta do CN: Medida Provisória e Processo Legislativo Sumário (pedido de urgência – 100 dias).
- Se o CN derrubar o veto, desaparece a palavra vetado e entra em vigor depois. Uma parte entra em vigor em uma data e o vetado depois. Ex: chegou para o Presidente um projeto para vetar/sancionar que era de iniciativa privativa dele e foi apresentado por um DF. O projeto passou por todas as fases. Presidente diz: projeto só eu poderia apresentar e ele pode concordar plenamente. Quando ele sanciona, ele concorda, ele está corrigindo, sanando, o vício de origem?
O que nasce inconstitucional, morre inconstitucional. Não tem como suprir vício de inconstitucionalidade. 
Inconstitucionalidade:
a) Inconstitucionalidade Direta: a CF funciona como pressuposto de validade da norma cuja a constitucionalidade é discutida. Estou analisando a norma imediatamente abaixo. Estou diante de um ato normativo primário, o primeiro depois da CF na pirâmide.
b) Inconstitucionalidade Indireta: entre a norma cuja a constitucionalidade é discutida e a CF, existe uma lei ou ato normativo que corresponde ao pressuposto de validade da primeira norma. Estou diante de um ato normativo secundário, dois níveis abaixo.
Nos dois conceitos, estou falando de pressuposto de validade = o Kelsen

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