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atividade individual- Ana Paula Ribeiro de Souza

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PARECER CARNE PARA A FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: Ana Paula Ribeiro de Souza 
Disciplina: Compliance 
Turma: Turma 2 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
Órgão solicitante : Empresa Carnes para a família 
Assunto: Compra de carne de gado que ingeriu ração com data de vencimento 
expirada 
 
 
 
 
 
4 
 
Ementa 
 
Diante da situação apresentada, ao elaborar o presente parecer foi realizada 
analise das obrigações do auditor e da empresa empresa empregadora, bem como 
ponderada a análise da atuação da alta direção da empresa com base nos princípios 
do compliance e também da governança corporativa 
 
Além dos assuntos acima referidos, também foram analisadas as semelhanças 
e diferenças entre as funções de auditor e compliance officer. 
 
Por fim, após analise atenta a toda a situalção apresentada foi elaborado 
posicionamento acerca de eventual dever de obediencia do auditor aos gestores da 
organização, alpem de pontuar se o auditor interno tem a mesma independência 
do compliance officer. 
 
 
 
 
 
 5 
 
Relatório 
 
A empresa Carnes para a Família é lider do Mercado de distribuição de carnes 
no País. 
 
Dentre os funcionários da empresa está o Sr. José que desempenha a função 
de auditor interno. 
 
O referido funcionário, durante uma auditoria, descobriu que a ração dada aos 
animais estava vencida, e que tal situação poderia vir a prejudicar a saúde do 
rebanho, contaminando as carnes que, posteriormente, seriam vendidas 
normalmente. 
 
Ao constatar que os animais haviam sido alimentados com ração com prazo de 
validade expirado, o auditor interno comunicou à alta direção da empresa 
 
Na oportunidade em que o auditor comunicou que o rebanho havia ingerido 
ração vencida, sobreveio a informação de que a alta direção possuia ciencia de tais 
acontecimentos e que havia conseguido um preço melhor no momento da compra, 
justamente, devido à proximidade da data de vencimento da ração. 
 
Por fim, na mesma ocasião a alta direção também informou ao auditor que eles, 
por se tartar de um funcionário da empresa, não deveria mais tocar no assunto. 
 
 
 
 
6 
 
Fundamentação 
 
Análise das obrigações de José como auditor e da empresa como 
empregadora; 
 
O auditor interno é o responsável por prestar avaliação ao examinar e reportar 
sobre a eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de 
controle desenvolvidos para ajudar a organização a alcançar seus objetivos 
estratégicos, operacionais, financeiros e de conformidade.1 O Auditor interno tem 
como obrigação monitorar, avaliar e realizar recomendações visando aperfeiçoar os 
controles internos e as normas e procedimentos estabelecidos pelos administradores. 
 
A atividade do auditor interno é baseada em princípios e regras de conduta, 
sendo que quatro princípios ficam ainda mais explícitos, sendo eles: Integridade, 
salutar no indivíduo em si e ainda mais no exercício da função de auditor, 
demonstrando retidão e, evitará que seja corrompido, o princípio da objetividade, 
baseado na atenção ao uso do tempo para produzir, princípio da confidencialidade o 
que refere que por ter o auditor acesso as mais variadas informações da empresa, 
cabe à ele mantê-las em sigilo. Por fim e não menos importante o princípio da 
competência, no qual refere a necessidade do auditor interno possuir não apenas 
conhecimento teórico, mas também prático, a fim de desemprenhar a sua função com 
presteza. 2 
 
 
 
 
1 IIA (The Institute of Internal Auditors). Declaração de Posicionamento do IIA: O papel da auditoria 
interna na governança corporativa. IIA, 2015. Disponivel em: 
https://iiabrasil.org.br/korbilload/upl/ippf/downloads/declarao-de-pos-ippf-00000006-
14062018163019.pdf. Acesso em 27 mai. de 2021. p.1. 
2 COELHO, Claudio Carneiro Bezerra Pinto;JUNIOR, Milton de Castro Santos. COMPLIANCE. 
Disponivel em: file:///C:/Users/usuario/Downloads/compliance.pdf. Acesso em 10 jun.2021. 
 
 
 
 
 7 
 
Em analise ao acima referido quanto as obrigações da função de auditor 
interno, pode-se observar que José mostrou-se atento aos princípios norteadores da 
função que exerce, pois reportou a situação ocorrida à alta diretoria. 
 
Todavia, ao exercer a função de auditor interno, José é subordinado as ordens 
da diretoria que determinou seu silêncio e inércia diante da situação apontada e, 
temendo pela manutenção do seu emprego, assim o fez. 
 
Mesmo permanecendo omisso, José pode ser responsabilizado, com fulcro 
no artigo 3º Lei 12.846 de 2013: “A responsabilização da pessoa jurídica não 
exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou 
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito”. 
 
Por outro lado ainda, a empresa empregadora diante da sua conduta 
demonstrou que a função de auditor interno exercida por José não possui a autonomia 
que lhe compete, por ter sido repreendido ao desempenhar a sua função. 
 
Ao agir de tal maneira caso o objetivo da empresa, em caso de eventual dano 
posterior, tivesse o interesse de culpar o empregado pelo ocorrido, deveria estar 
ciente que o Código Civil em seu art. 932, inciso III, dispõe que o empregador também 
é responsável pela reparação civil, por seus empregados, quando no exercício do 
trabalho que lhes competir ou em razão dele e segundo a Súmula 341 do STF, a culpa 
do patrão é presumida. 
 
O que se vislumbra no caso em análise é que a empresa, em verdade foi contra 
os princípios basilares do compliance, ocultando informações e expondo clientes e 
reputação da empresa em risco 
 
Não basta que a função de auditor seja apenas uma “fachada” na empresa, ela 
precisa de subsídios e autonomia para que o profissional possa desempenhar suas 
atividades com autonomia e eficiência. 
 
 
 
8 
 
No caso em tela ainda, há de se atentar ainda que a situação se configura 
infração sanitária, conforme Lei 6.437 de 19773, se tratando então de um caso 
de saúde pública, com agravantes conforme artigo 8º, II, IV, VI, os quais foram 
assumidos pela empresa empregadora ao agir com total desídia. 
 
Por fim, claramente que a observância das boas práticas de governança 
impediriam a atuação temerária e totalmente equivocada da empresa empregadora, 
como ocorreu no caso em tela. 
 
Análise da atuação da alta direção com base nos princípios 
do compliance e também da governança corporativa; 
 
Primeiramente, a título de informação é importante atentar que a governança 
corporativa está baseada em quatro princípios de boas práticas e a adequada 
observação e adoção a estes princípios norteadores tem como consequência um 
clima de confiança tanto internamente quanto nas relações com terceiros. 
Para melhor aclarar, o Código das Melhores Práticas de Governança 
Corporativa fez interessante descrição de cada um desses pilares: 
Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes 
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas 
aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve 
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também 
os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que 
conduzem à preservação e à otimização do valor da organização. 
Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os 
sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em 
consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e 
expectativas. 
 
 
 
3 Lei Federal Nº 6.437, DE 20DE AGOSTO DE 1977.Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6437.htm. Acesso em 07 jun. 2021. 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138
 
 
 
 
 9 
 
Prestação de contas (accountability) Os agentes de governança devem 
prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e 
tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e 
omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus 
papéis. 
Responsabilidade corporativa Os agentes de governança devem zelar pela 
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades 
negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, 
levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais 
(financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, 
reputacional etc) no curto, médio e longo prazos."4 
 
Em continuidade ainda, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, 
disponibilizou no ano de 2020 a Agenda positiva de governança: medidas para uma 
governança que inspira, inclui e transforma, sendo que listou 6 pilares a serem 
observados com afinco nas organizações, sendo eles: ética e integridade, diversidade 
e inclusão, ambiental e Social, Inovação e transformação, transparência e prestação 
de contas e conselhos do futuro.5 
 
Pela breve leitura dos princípios básicos da Governança Corporativa já fica 
evidente que a atuação da alta direção no caso em analise, está em absoluta 
dissonância, visto que ao adquirir a carne ciente que o gado havia ingerido ração 
vencida, implica em não observância à preservação e à otimização do valor da 
organização, além de grande irresponsabilidade corporativa. 
 
É sabido ainda que o cumprimento as normas legais e regulamentares, a 
política e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição 
 
 
 
4Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das Melhores Práticas de Governança 
Corporativa. Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21138/Publicacao-IBGCCodigo-
CodigodasMelhoresPraticasdeGC-5aEdicao.pdf. Acesso em 11 jun. 2021. 
5 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Agenda Positiva de Governança: medidas para 
uma governança que inspira, inclui e transforma. / Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. 
São Paulo, SP : IBGC, 2020. (Série IBGC Opina). Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/24360/Agenda%20Positiva.pdf. 
Acesso em 27 mai. 2021. 
 
 
 
10 
 
ou empresa são imprescindíveis para o desenvolvimento da empresa e, com a devida 
observância as atividades de compliance, os possíveis desvios em relação à política 
interna são mais facilmente identificados e evitados, fazendo com que sócios e 
investidores têm a segurança de que suas aplicações e orientações serão 
detalhadamente geridas segundo as diretrizes por eles minuciosamente 
estabelecidas. 6 
 
A atuação da alta direção da empresa se mostrou em total inconformidade com 
o que dispõe o Código de Compliance Corporativo, como poderá ser observado nos 
artigos a seguir: 
 
Artigo 1º. a integridade no âmbito empresarial é um compromisso 
fundamental de todos os colaboradores da empresa, diretos e indiretos, e em 
especial da alta administração. 
 
Artigo 2º. O Compliance é uma função indispensável nas empresas, 
independentemente do seu porte e do seu segmento, e visa assegurar que o 
exercício das suas atividades se dê de forma sustentável, em estrita 
conformidade com o ordenamento jurídico e as normas aplicáveis, bem como 
em consonância com elevados padrões éticos e responsabilidade social. 
 
Artigo 3º. A função do Compliance no âmbito empresarial se presta a auxiliar 
a alta administração, os demais órgãos corporativos e a organização em geral 
em prol dos objetivos indicados no art. 2º, acima, de modo que cada 
integrante da organização se torne um agente promotor do Compliance, em 
quaisquer que sejam as suas atribuições.7 
 
Dessa forma, controlar os riscos é se antecipar, minimizar os potenciais danos 
e zelar pelo seu patrimônio. Evidentemente que só o fato de uma empresa existir, e 
de acordo com o tipo de atividade que exerce, há riscos inerentes aos negócios, mas 
se os mesmos forem identificados, os prejuízos serão muito menores e não se pode 
 
 
 
6 BLOK, Marcella. Nova Lei Anticorrupção (Lei 12846/ 2013) e Compliance. Revista de Direito 
Bancário e do Mercado de Capitais. Disponível em: 
file:///C:/Users/usuario/Downloads/Nova%20Lei%20Anticorrupcao%20e%20o%20Comp%20-
%20Blok,%20Marcella.pdf. Acesso em: 11 jun.2021. 
7 IBDEE. Código de Compliance Corporativo: Guia de melhores práticas de compliance no âmbito 
empresarial. 2017. Disponível em: 
https://www.legiscompliance.com.br/images/pdf/ibdee_guia_compliance_digital.pdf. Acesso em 11 
jun. 2021. 
 
 
 
 
 11 
 
desprezar as práticas legais, contratuais e éticas visto que, nenhuma pessoa física ou 
jurídica está acima de valores e princípios, 8 o que não foi sequer observado pela alta 
direção da empresa, se limitando a justificar que a compra se deu por valor mais 
acessível em razão da proximidade da data de vencimento, não havendo qualquer 
interesse em analisar o risco de tal negócio. 
 
Sendo o risco inerente a qualquer atividade empresarial, caberia à empresa 
gerenciar com vistas a assumir riscos calculados, reduzir a volatilidade dos seus 
resultados e aumentar a previsibilidade de suas atividades e se tornar mais resilientes 
em cenários extremos, viso que a efetividade de seu gerenciamento afeta os objetivos 
estratégicos e estatutários estabelecidos pela administração e, inclusive, impacta a 
longevidade da organização 9 e, se tornando publica a conduta da empresa no caso 
em analise, há grande impacto que certamente causará grande prejuízo não só 
monetário, mas também a imagem da empresa. 
 
Por fim, é de conhecimento que a sociedade demanda com urgência que as 
organizações assumam a corresponsabilidade de resolver os principais desafios que 
hoje limitam a prosperidade coletiva, cabendo aos líderes o dever de divulgar 
informações fiéis a realidade da organização, assumindo a responsabilidade integral 
por seus atos e omissões,10 cabendo a alta direção assumir com a sua conduta frente 
a situação apresentada pelo auditor interno da empresa. 
 
 
 
8 CARNEIRO. Claudio. Compliance e a ultura de paz. Galileu- Revista de direito e Economia. 
Disponivel em: https://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/4290/1/RG_XX1_Compliance2.pdf. Acesso 
em 09 jun. 2021. 
9 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Gerenciamento de riscos corporativos: evolução 
em governança e estratégia / Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. São Paulo, SP: 
IBGC, 2017. (Série Cadernos de Governança Corporativa). Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21794/Riscos%20cad19.pdf. Acesso 
em: 11 jun. 2021. 
10 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Motivações 
Premissas que nortearam as discussões do grupo de trabalho de voluntários da Agenda 
Positiva. Disponível em: https://www.agendapositivadegovernanca.com/motivacoes. Acesso em: 02 
jun. 2021. 
 
 
 
12 
 
 
Análise das semelhanças e diferenças entre as funções de auditor 
e compliance officer. 
 
Assim que o programa de compliance vai sendo implementado, se faz 
necessário ter uma pessoa que exercite as atividades, conforme consta no programa 
da empresa. Essa pessoa é denominada compliance officer que atua justamente na 
prevenção, monitoramento, no controle dos riscos que a empresa está sujeita. 
 
O Compliance officer é o responsável pelo programa de integridade, e deve ter 
acesso a documentos de diferentes departamentos da empresa, garantia de reporte 
da área ao mais alto nível hierárquico da empresa, conforme determina o Documento 
Orientativo para Preenchimentodo Questionário de Avaliação, elaborado pela 
Controladoria- Geral da União11. 
 
Quanto ao assunto, importante atentar para o que dispõe o Código de 
Compliance Corporativo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Direito e ética 
Empresarial (IBDEE): 
Artigo 5º: Em cada empresa, a função de Compliance deverá ser liderada por 
um profissional sênior, aqui designado, genericamente, Compliance Officer. 
Parágrafo 1º. – o Compliance Officer deverá fazer parte da alta administração 
e possuir autonomia necessária para zelar pelo cumprimento das regras que 
compõem o Programa de Compliance em todos os níveis da organização. 
Parágrafo 2º. – o Compliance Officer deverá dispor dos recursos necessários 
ao exercício adequado das suas funções, tais como orçamento próprio e 
autonomia para contratação de auditores e assistentes técnicos, conforme a 
necessidade. 
Parágrafo 3º.– o Compliance Officer deverá ter livre acesso a informações e 
poder convocar a qualquer tempo órgãos societários e comitês diretivos, 
orientativos e fiscalizadores das empresas, notadamente, em se tratando de 
 
 
 
11 Controladoria- Geral da União- CGU. Documento Orientativo para Preenhumento do 
Questionário de Avaliação. Pró- ética 2021-2021. Disponivel em: https://www.gov.br/cgu/pt-
br/assuntos/etica-e-integridade/empresa-pro-etica/arquivos/documentos-e-
manuais/DocumentoOrientativoPRTICA_20202021.pdf. Acesso em 27 mai.2021. 
 
 
 
 
 13 
 
sociedades anônimas, a Assembleia Geral de Acionistas, o Conselho de 
Administração e o Conselho Fiscal. 
Parágrafo 4º. – O Compliance Officer deverá ter livre acesso a reuniões de 
quaisquer áreas da empresa, notadamente quando relacionadas a 
estratégias de negócios, bem como treinamentos e reuniões de funções 
eminentemente promocionais ou comerciais.12 
 
Como se percebe, o compliance oficcer tem a função de divulgar, reiterar 
normas, fiscalizar se programas de conformidade estão sendo observados 
corretamente e, havendo atividade suspeita cabe a ele repassar a informação ao 
órgão responsável. 
 
Assim, a atuação do compliance officer se mostra eficaz nas medidas 
anticorrupção às sociedades empresárias, objetivando a ética e a responsabilidade 
social empresaria.13 
 
Há de se salientar que o compliance officer tem como maior objetivo aprimorar 
os sistemas de controles internos das organizações, com o objetivo de garantir que 
seus ativos estejam protegidos contra fraudes ou desvios. A avaliação do compliance 
officer permite a identificação de pontos de fragilidade na relação com terceiros, 
agindo preventivamente, desenvolvendo os estritos deveres que lhe são atribuídos, 14 
introduzindo e coordenando os meios de controle para manter a devida operação das 
normas do programa, suavizando os possíveis riscos. 
 
 
 
12 IBDEE. Código de Compliance Corporativo: Guia de melhores práticas de compliance no 
âmbito empresarial. 2017. Disponível em: < 
https://www.legiscompliance.com.br/images/pdf/ibdee_guia_compliance_digital.pdf>. Acesso em 27 
mai. 2021. 
13 MACHADO, Lucas Gamaliel Fernandes; SCANDIUZZI, Ariadne Yurkin. COMPLIANCE E SUA APLICAÇÃO 
ÀS MÉDIAS, PEQUENAS E MICROEMPRESAS. Episteme Transversalis, [S.l.], v. 11, n. 1, maio 2020. ISSN 
2236-2649. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2129>. Acesso em: 
10 jun. 2021. 
14 FURTADO. CARLOS DONATO DE AZEVEDO. A RESPONSABILIDADE DO COMPLIANCE 
OFFICER E A LEI DE COMBATE À CORRUPÇÃO. Disponível em: 
https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/2semestre2019/pdf/CarlosDonatodeAzeved
oFurtado.pdf 
 
 
 
 
14 
 
 
Já a auditoria interna presta avaliação ao examinar e reportar sobre a eficácia 
dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de controle 
desenvolvidos para ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos, 
operacionais, financeiros e de conformidade.15 
 
O Auditor interno monitora, avalia e realiza recomendações visando aperfeiçoar 
os controles internos e as normas e procedimentos estabelecidos pelos 
administradores16 
 
Dessa forma, entende-se que auditoria interna é um sistema de 
controle cuja função é in vestigar cotidianamente os procedimentos adotados 
por empresa para detectar ineficiências, atos de corrupção, falhas e 
quaisquer procedimentos que não estejam adequados. Tal departamento 
colabora para que a empresa padronize seus procedimentos para minimizar 
falhas e riscos, o que facilita o alcance de metas e objetivos. 
 
Tais procedimentos examinam a integridade, adequação e eficácia dos 
controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da 
empresa, e, mesmo tal função, sendo exercida por funcionário da empresa este deve 
exercer sua função com absoluta independência profissionais, atento as normas de 
 
 
 
15 IIA (The Institute of Internal Auditors). Declaração de Posicionamento do IIA: O papel da auditoria 
interna na governança corporativa. IIA, 2015. Disponivel em: 
https://iiabrasil.org.br/korbilload/upl/ippf/downloads/declarao-de-pos-ippf-00000006-
14062018163019.pdf. Acesso em 27 de mai. de 2021. p.1. 
16 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das Melhores Práticas de Governança 
Corporativa. Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21138/Publicacao-IBGCCodigo-
CodigodasMelhoresPraticasdeGC-5aEdicao.pdf. Acesso em: 11 jun.2021. 
 
 
 
 
 15 
 
auditoria e, sua subordinação a empresa se limita aos aspecto funcional e não técnico. 
17 
Importante atentar que a linha parece ser tênue entre as funções de compliance 
officer e auditor interno, quando vista num primeiro momento, haja vista que as 
atividades desenvolvidas por ambas se complementam. Todavia, a abordagem delas 
deixa clara a distinção, visto que a auditoria interna efetua seus trabalhos de forma 
aleatória e temporal, por meio de amostragens, com o objetivo de certificar o 
cumprimento das normas e processos instituídos e via de regra de forma a repreender, 
já o compliance officer, desemprenha suas atividades de forma rotineira e 
permanente, monitorando e assegurando que as normas estão sendo devidamente 
observadas e respeitadas.18 
 
Diferentemente do Compliance Officer que cabe a função de divulgar, 
implementar e com a autonomia necessária deve zelar pelo cumprimento das regras 
que compõem o Programa de Compliance em todos os níveis da organização ao 
Auditor interno cabe a tarefa de verificação da integridade, adequação e eficácia dos 
controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da 
empresa. 
 
O que se percebe então é que tanto o Compliance Officer quanto o auditor 
interno devem exercer a função de forma absolutamente independente, sem que haja 
qualquer interferência de terceiros, respeitando e observando atentamente aos 
critérios de seus trabalhos. 
 
 
 
 
17 ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2000.p. 175. 
18 ACCI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais) & FEBRABAN (Federação Brasileira de 
Bancos). Função de Compliance. Abbi/Febraban, 2009. Disponivel em : 
<http://www.abbi.com.br/funcaodecompliance.html>. Acesso em 27 de maio de 2021. 
 
 
 
16 
 
Por ser José, empregado e exercendo a função de auditor interno da empresa 
e, portanto, a relação ser regulada pela Legislação trabalhista, onde está 
caracterizada a denominada subordinação hierárquica, havendo a prestação do 
trabalho e a contraprestação consistente no pagamento da remuneração, a 
obediência aos gestores se mostra consequência imediata dessa relação. 
 
Pelo contexto colhido ainda, pode-se observar que o auditorinterno não possui 
a mesma independência do compliance officer, visto que em razão do vínculo 
existente entre o auditor interno e o empregador, este acaba, de forma indevida, 
interferindo na execução do trabalho do auditor, tal qual ocorreu no caso em tela. 
 
Considerações finais 
 
A matéria aqui apresentada e estudada para analisar cada questão referente a 
situação enfrentada pôde demonstrar que a governança corporativa é o meio pelo 
qual as organizações são dirigidas, envolvendo uma série de decisões que englobam 
não só toda a empresa como também o seu relacionamento com sócios, funcionários, 
fornecedores e Fisco. Pode-se dizer que a governança corpoorativa é um conjunto 
completo de ações que visam ao bom funcionamento da empresa. 
 
Restou evidente ainda, que aliada e indispensável a governança corporativa é 
o compliance, cujo objetivo principal de um programa de compliance é o planejamento 
de atividades, tais como a revisão de políticas internas, código de ética e conduta e 
gestão de risco, para obter uma difusão da cultura da integridade no ambiente da 
empresa, a fim de prevenir, investigar e descobrir desvios de condutas e eventuais 
violações à lei, perpetrados por seus funcionários e/ou dirigentes. 
 
Todavia, mesmo sendo de grande valia para a manutenção da atividade 
empresarial, alguns diretores/ proprietários optam por não dispô-las em suas 
empresas, sob o argumento do alto custo. Algumas outras empresas, as mantem de 
https://ls.cursos.fgv.br/d2l/lor/viewer/viewFile.d2lfile/325743/131161,2/governan%C3%A7a.html?ou=6606
 
 
 
 
 17 
 
“fachada”, existindo apenas na teoria e não na pratica, o que também se mostra 
ineficaz. 
 
O que se pode constatar que é ao deixar de atentar que a consequência das 
condutas que tais institutos visam coibir são muito mais prejudiciais, pois não são 
apenas monetários e refletem e muito na manutenção da atividade empresarial, 
certamente as empresas olhariam com outros olhos e fariam da governança 
corporativa e do compliance uma realidade atuante na empresa. 
 
E assim, sendo a governança corporativa e o compliance presentes na 
empresa, as atividades inerentes a cada um dos envolvidos, sendo respeitada, com 
acesso a documentação e podendo agir de forma independente, dentro das funções, 
a manutenção da atividade empresarial e a sua capacidade de mitigar riscos 
certamente estará sob os devidos e atentos cuidados dos profissionais. 
 
 
 
 
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