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Cinesiologia da mão Anatomia da mão É uma estrutura extremamente complexa, e é considerada a mais complexa de todo o sistema Músculo Esquelético. Essa complexidade está relacionada ao tamanho e quantidade das estruturas, mas também com a especificidade das funções. Quando há uma lesão na mão, pode ter o comprometimento de todas as estruturas que compõem a mão. Arcos da mão Quando a mão fica em repouso em cima de uma superfície, ela adquire uma posição em concha, que é determinada pelos arcos transversos e longitudinais. • Arco transverso proximal: fica entre a fileira distal do carpo e os ossos do metacarpo; • Arco transverso distal: fica entre os metacarpos e as falanges proximais. • Arco longitudinal: vai da extremidade proximal da fileira proximal do carpo, até a extremidade distal do dedo, no sentido longitudinal. Esses arcos são sustentados e mantidos pelos músculos intrínsecos, e quando movimenta a mão próximo a esses arcos, o arco transverso distal é mais móvel que o proximal. Quando há uma lesão nervosa periférica, com comprometimento da musculatura intrínseca, a mão perde a forma do arco, em concha, e fica uma mão plana. → Exemplo: Paralisia da musculatura intrínseca: O paciente teve uma lesão nervosa periférica, e a mão dele perdeu a forma em concha. Numa preensão normal, a palma da mão toca toda a superfície do objeto cilíndrico ou esférico. A ação de preensão é feita pela musculatura extrínseca e principalmente pela intrínseca. Então, em casos de lesão nervosa periférica, a ação de preensão vai ser feita somente pela musculatura extrínseca da mão, então o paciente toca o objeto apenas com as pontas dos dedos. Arquitetura Além do arco, deve-se observar que a mão tem uma arquitetura muito característica, e dependendo do tipo de lesão, essa arquitetura estará comprometida. Então, com os dedos em adução, se traçar eixos longitudinais, eles ficarão paralelos, quando realiza-se a abdução, esses eixos se tornam convergentes em um único ponto. O mesmo acontece quando há uma flexão dos dedos, os eixos se tornam convergentes pra tuberosidade do escafoide. No caso de uma fratura, por exemplo, da falange proximal, pode ter uma consolidação em rotação, e na hora que os dedos estão em extensão os eixos longitudinais estão normais, assim como os arcos, mas no momento de fazer a flexão, o dedo pode inclinar e até mesmo ficar embaixo do dedo vizinho, por causa da rotação que aconteceu durante a consolidação. Pele No dorso da mão, a pele é fina e solta, enquanto que na palma da mão ela é espessa e presa. Devemos associar essas características a função da mão que é a preensão. A mão possui varias pregas, que são marcas relacionadas aos movimentos que são realizados, então durante um acesso cirúrgico, o médico deve evitar cicatrizes próximas ou que favoreçam a aderência dessas pregas, pois pode dificultar a função da mão depois, por aderência da pele e das estruturas vizinhas. Vascularização O dorso da mão, pela pele ser mais solta, é onde existe o maior acumulo de liquido, que é o edema. Existem alguns testes para verificar a vascularização da mão, como o teste de Allen, em que se comprime a artéria radial e ulnar, e pede para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes, com ela para cima. Percebe-se então, que a mão fica branca, e quando tira a compressão do vaso, a mão fica rosa. Fáscia palmar É uma estrutura que fica acima dos tendões, e tem como função ajudar na orientação dos tendões para os dedos. Existe uma doença, que é a contratura de Dupuytren, que é quando tem a contratura dessa fáscia, e os dedos entram em posição de flexo, podendo acometer um ou mais dedos. Ligamentos e imobilização Os ligamentos são extremamente importantes no processo de imobilização, pois dependendo da posição que se coloca o ligamento, ele pode diminuir seu comprimento, e dificultar uma reabilitação que tem o objetivo de ganho de amplitude articular. → Relembrando os ligamentos: • Colaterais: ficam entre os metacarpos e as falanges, e entre as falanges. o Tem uma direção mais oblíqua. o Na posição de flexão, os ligamentos colaterais da metacarpofalangeana, eles ficam em tensão, e na extensão, ficam frouxos. A imobilização com os dedos em extensão, pode levar na diminuição do comprimento desses ligamentos, e na hora de ganhar a flexão da metacarpofalangeana pode ter um pouco de dificuldade. O ideal é imobilizar a mão com flexão da metacarpofalangeana, mas nem sempre isso é possível. Mas quando possível, o ideal é imobilizar em flexão da metacarpofalangeana, com extensão das interfalangeanas. • Transverso profundo do carpo: une a cabeça dos metacarpos; • Dorsais; • Palmares. Polias: São divididas em anulares e cruciformes. Essas polias são responsáveis por manter a função mecânica do tendão, unindo o tendão aos ossos, e permitindo que o ligamento faça o seu trajeto com maior vantagem mecânica. Ou seja, a polia permite que haja flexão da interfalangeana distal e proximal, da metacarpofalangeana, sempre que tiver uma tensão desse tendão. No caso da lesão, pode ter uma diminuição da função mecânica, e consequentemente pode aparecer o arco de corda ou corda de arco, em que o tendão fica longe do osso, e com isso, diminui a vantagem mecânica promovida pelas polias. A lesão das polias A2 e A4 são as que mais comprometem mais ainda a função mecânica, levando ao arco de corda. Bainha Sinovial: Tem uma função extremamente importante para promover o deslizamento tendíneo, que diminui a ficção durante o movimento de deslizamento do tendão, e também fornece nutrição a ele. Músculos Extrínsecos da mão São músculos que tem origem fora da mão, mas se inserem nela, e além disso, tem ação para o movimento dos dedos. Esses músculos são divididos em: Flexores, extensores e abdutor. • Flexores: o Flexores superficiais: se insere na falange média, e flete a interfalangeana dos dedos. ▪ Seu tendão está mais próximo da pele e insere mais proximalmente. O tendão vem como um tendão único, na altura da falange media se divide em dois tendões, vai inserir na borda lateral da falange media. o Flexores profundos: se insere na falange distal, e flete a interfalangeana distal dos dedos. ▪ Seu tendão está mais próximo dos ossos. ▪ O tendão do flexor profundo continua o seu caminho, e se insere na falange distal. o Flexor longo do polegar. • Extensores: o Extensor próprio do indicador; o Extensor próprio do 5º dedo; o Extensor comum; o Extensor longo do polegar; o Extensor curto do polegar. ▪ TENDÕES: Os tendões extensores formam um complexo extensor. Então o tendão vem como um único tendão, na altura da falange proximal para a média ele se divide três partes. A banda central se insere na falange media, e as bandas laterais se encontram e inserem na falange distal, formando o complexo extensor. ▪ Além das inserções dos tendões extensores extrínsecos, tem músculos intrínsecos inserindo nesse complexo extensor, e isso explica alguns movimentos específicos de extensão de dedos quando realizamos a flexão da metacarpofalangeana. • Abdutor longo do polegar. Túneis: Na mão, tem os tuneis dorsais, que são seis, e na palma tem os tuneis volares, que são dois. ◊ Tendões extensões e os tuneis dorsais: Na região dorsal do punho, existem 6 tuneis, denominados tuneis dorsais ou tuneis dos tendões extensores. São extremamente importantes, tanto para a cinesiologia quanto para a clínica, pois existem doenças e processos inflamatórios bastante comuns nesses tuneis. • Túnel 1: começa sempre pelo polegar, e é formado pelo Abdutor longo do polegar e o extensor curto do polegar. • Túnel 2: É o túnel dos extensores do punho, que são o extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo. • Túnel 3: É o extensor longo do polegar; •Túnel 4: tem 4 tendões do extensor comum dos dedos, e um tendão do extensor do indicador; • Túnel 5: Tendão do extensor próprio do 5º dedo. • Túnel 6: fica do lado da ulna. Tem o extensor ulnar do carpo. Para identificar na mão, a tabaqueira anatômica é delimitada pelo túnel 1 e pelo túnel 3, e o assoalho dela é o túnel 2. O túnel 3 é o extensor longo do polegar, que vem bem central no antebraço, e quando chega no tubérculo do radio faz uma angulação de 45 graus para inserir na falange distal. Esses tendões tem uma formação anatômica e inserção muito importante para clínica. Os túneis são delimitados por membranas/bainhas sinoviais, e essas bainhas são responsáveis pela lubrificação e nutrição desses tendões. A tabaqueira anatômica ou fossa radial é um aprofundamento triangular na região radial dorsal da mão - ao nível dos ossos carpais, especificamente o escafóide e trapézio. É formada pelo tendão do túnel 1 e do túnel 3. O túnel 2 é o assoalho da tabaqueira. ◊ Túneis Volares: Na região palmar, temos 2 eminencias na palma da mão, uma eminência palmar ou tênar, e uma eminência hipotênar. Nessas eminências, encontram-se os músculos intrínsecos da mão: • Eminência tênar: Tem 4 músculos intrínsecos da mão. Desses 4, 3 estão na eminência, e 1 fica no primeiro espaço. São 4 músculos intrínsecos do polegar. • Eminência hipotênar: são três músculos intrínsecos do 5º dedo. E além das eminências, temos 2 túneis palmares ou volares. Um é chamado túnel do carpo, e o outro é túnel de Guyon ◊ Túnel do carpo e o maciço carpiano: • É um túnel volar bem central; • Seu assoalho é o maciço carpiano, que são todos os ossos do carpo. • Na parte superior, o ligamento transverso do carpo fecha o túnel; • Passam 9 tendões; • Dentro do túnel passam: o 4 tendões dos flexores superficiais; o 4 tendões dos flexores profundos; o Flexor longo do polegar; o Nervo mediano. ▪ Pode sofrer compressão na altura desse túnel, e acontece a síndrome do túnel do carpo. ◊ Túnel de Guyon: • É um túnel que fica na região ulnar; • É formado pelo pisiforme e pelo Hâmulo do hamato; • O assoalho é formado pisiforme e pelo hamato; • Sua parte superior é fechada pelo ligamento piso- hamato; • Em seu interior passa: o Nervo ulnar; o Artéria ulnar. • Existe uma doença muito comum, que é uma síndrome compressiva do nervo periférico, que é a síndrome do canal de guyon. É quando o nervo mediano sofre compressão ao passar pelo interior do túnel. A causa da compressão são várias, podem ser por movimentos repetitivos, processos inflamatórios, estruturas anômalas, gestação, doenças autoimunes, doenças degenerativas, etc. Músculos intrínsecos da mão: Didaticamente, são divididos em músculos intrínsecos do polegar, intrínsecos dos dedos e intrínsecos do 5º dedo. • Polegar: são 4 músculos; o Adutor do polegar; o Flexor curto do polegar; o Abdutor curto do polegar; o Oponente do polegar: mais profundo. • 5º dedo: tem 3 músculos intrínsecos. o Abdutor do dedo mínimo; o Flexor do dedo mínimo; o Oponente do dedo mínimo: mais profundo. • Mão: tem 3 músculos intrínsecos. o Interósseos dorsais; o Interósseos palmares; o Lumbricais. Inervação A mão é inervada por tres nervos, o radial, mediano e ulnar. O nervo radial só faz a inervação de musculatura extrinseca, e os nervos mediano e ulnar fazem a inervação de musculos extrinsecos e intrinsecos. • Nervo mediano: o É proveniente das raízes C5, C6, C7, C8 e T1. o Atravessa o braço sem nenhuma inervação muscular, e na altura do cotovelo, faz a inervação do pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo e do flexor superficial dos dedos; o Depois, se divide em dois, continuando como nervo mediano, e emite um ramo chamado de interósseo anterior. Esse ramo interósseo anterior faz a inervação do flexor longo do polegar e flexor profundo do 2º e 3º dedos. o Antes de atravessar o túnel do carpo, inerva o pronador quadrado e redondo, flexor radial, palmar longo, e faz a inervação dos flexores extrínsecos dos dedos, que são superficiais dos 4 dedos, profundo só do 2º e 3º dedo e flexor longo do polegar. o Quando ele atravessa o túnel do carpo, é responsável pela inervação da musculatura intrínseca da mão, que corresponde aos músculos da eminencia tênar (abdutor curto, flexor curto, e oponente), e 1º e 2º lumbricais. o SENSIBILIDADE: É a palma do polegar, 2º e 3º dedo, e metade do 4º. E também tem a sensibilidade do dorso na extremidade distal do 2º, 3º e metade do 4º. • Nervo Ulnar: o Também é um nervo volar ou palmar, originado nas raízes C8 e T1 do plexo braquial. o Passa pelo braço sem nenhuma inervação motora, e na altura do cotovelo faz a inervação do flexor ulnar do carpo, flexor profundo do 4º e 5º. o Só faz essas duas inervações antes do túnel de Guyon. Ao passar pelo túnel, faz a inervação dos músculos da eminencia hipotênar (abdutor curto, flexor curto e oponente), faz a inervação dos lumbricais do 4º e 5º dedos (lembrando que 2º e 3º é nervo mediano), e interósseos palmares, dorsais e adutor do polegar. o Ele também faz uma inervação parcial do flexor curto do polegar. o SENSIBILIDADE: É da metade do 4º dedo, e 5º dedo, tanto a palma quanto o dorso. • Nervo radial: o Só faz inervação da musculatura extrínseca. Na altura da mão, é só um nervo sensitivo radial, e é responsável pela sensibilidade da mão, não mais para motricidade intrínseca. o Proveniente das raízes C5. C6, C7 e C8; o Passa muito próximo do terço médio do úmero; o Faz a inervação do braquiorradial; o Perto do cotovelo faz a inervação do extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, supinador. o Depois ele divide em nervo interósseo posterior e sensitivo radial. Aí faz a inervação do supinador, extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos, extensor próprio do indicador, extensor próprio do 5º dedo, extensor longo do polegar, extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar. o SENSIBILIDADE: Dorso do polegar, 2º e 3º e metade do 4º, eliminando as extremidades distais dos dedos, que é inervação do mediano. Funções da mão: A mão tem uma grande importância para a realização das atividades da vida diária. Então, todos esses músculos são responsáveis por desenvolver diferentes funções da mão, desde uma preensão esférica, cilíndrica, uma pinça bidigital, tridigital.
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