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Transtornos de Ansiedade

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Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
1 
Transtorno de Ansiedade 
- Os transtornos psiquiátricos são definidos como as condições que 
interferem nos pensamentos, sentimentos e/ou comportamentos, 
efeitos que costumam causar sensação de angústia ou deficiência 
nas suas funções normais, como nas atividades diárias e relações 
interpessoais. 
- Transtorno mental mais frequente 
- Síndromes ansiosas puras: quadros em que a ansiedade é 
constante e permanente (ansiedade generalizada) e quadros em que 
há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas (crises de 
pânico). 
- Síndromes com importante componente de ansiedade: aqueles 
nos quais a ansiedade tem importância central ou muito relevante 
(fobias, ansiedade social, estresse pós-traumático, quadros 
dissociativos e conversivos, quadros hipocondríacos e de 
somatização e transtorno obsessivo-compulsivo [TOC]). 
 Fisiopatologia: 
Os neurotransmissores podem ter caráter excitatório ou inibitório, 
regulando assim a velocidade das sinapses. 
Excitatórios – despolarização pós-sináptica 
 Glutamato, serotonina 
Inibitórios – hiperpolarização pós-sináptica (impede que ocorra 
despolarização) 
 GABA, serotonina 
 
O estado de ansiedade corresponde ao acionamento inadequado do 
sistema de resposta ao estresse (luta ou fuga) associado com uma 
variedade de respostas dos sistemas cognitivo, motor, 
neuroendócrino e autonômico, envolvendo assim não apenas o 
sistema simpático. 
Amígdala → principal componente da resposta da ansiedade por 
receber a entrada glutamatérgica excitatória de várias áreas 
corticais e do tálamo, permitindo que sejam montadas respostas a 
vários estímulos, inclusive informações sensoriais do meio externo 
assim como estressores que são processados e reconhecidos por 
áreas de associação corticais. 
 Quando ativada, a resposta ao estresse é emitida → a ativação 
inapropriada tem sido relacionada com os transtornos de 
ansiedade. 
A exposição contínua ao cortisol, em períodos de estresse crônico, 
pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais. Assim, 
o hipocampo começará a apresentar falhas em sua capacidade de 
controlar a liberação dos hormônios do estresse e de realizar suas 
funções de rotina. 
*Dosagem de cortisol não tem significado clínico porque nós temos 
pulsos de cortisol. Ela só serve para avaliar insuficiência renal 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
(TEPT): 
 Fisiopatologia: 
Estresse agudo → elevação do cortisol proporcionalmente ao 
estímulo → desliga a ativação simpática (mediador do término da 
resposta de estresse por feedback negativo sobre o hipocampo, 
amígdala, hipófise e hipotálamo). 
Níveis de cortisol estão diminuídos em pacientes com TEPT. 
Hipocampo é a área mais afetada no TEPT com disfunção 
predominante de serotonina. 
 Quadro Clínico: 
Transtorno com forte componente de ansiedade que se desenvolve 
após a exposição do indivíduo (vítima ou testemunha) a um ou mais 
eventos extremamente ameaçadores, traumáticos e horríveis (como 
estupro, sequestro, assalto, homicídio, desabamentos, incêndios, 
catástrofes naturais, eventos de guerra, entre outros). 
→ Pode haver latência de semanas, meses a anos do evento ao 
quadro de TEPT 
Se caracteriza por lembranças ou recordações vívidas que invadem 
a consciência do indivíduo que passou pelo trauma → flashbacks (ou 
em forma de pesadelos). 
 com frequência, acompanham emoções fortes e profundas, com 
ansiedade, medo e/ou horror e sensações físicas marcantes. 
 sensação física e sentimental de que se está imerso nas mesmas 
emoções de quando se experimentou o evento traumático 
 Taquicardia, palpitação, insônia, irratabilidade 
→ Por isso, o indivíduo experimenta um estado de contínua 
sensação de ameaça; tende a estar hipervígil ou pronto para reagir a 
estímulos, como ruídos inesperados. 
Flashbacks ou pesadelos ocorrem de forma recorrente e sintomas 
duram muitas semanas ou meses (causam grande sofrimento). 
O paciente busca evitar os pensamentos e as recordações do evento 
traumático ou, ainda, evitar atividades, situações ou pessoas que de 
alguma forma representem reminiscências do evento. 
Existe tendência geral das pessoas expostas a eventos traumáticos 
de se isolarem e evitarem comentar ou conversar sobre o ocorrido, 
o que deve ser desencorajado. 
Muitos pacientes apresentam sintomas depressivos importantes e 
tentam o alívio pelo abuso de álcool ou drogas, o que traz problemas 
adicionais. 
→ Paciente não chega contando sobre flashbacks, ele conta seus 
sintomas como anedonia (incapacidade de sentir prazer), 
embotamento (dificuldade para expressar emoções), insônia e 
sintomas gerais de ansiedade. 
 Diagnóstico: 
 Pedir exames laboratoriais que afastam uso de substâncias 
ilícitas 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
2 
 ECG para avaliação cardíaca 
 Hemograma (anemia {megaloblástica e sistêmica}, 
infecções) 
 Doenças reumatológicas (psicose lúpica) 
 Uso crônico de corticoide 
 Creatinina e função hepática (encefalopatia) 
 
 
 
 
 Tratamento: 
Tratamento medicamentoso para ansiedade (ISRS) → fluoxetina 
Confrontação do paciente a estímulos ligados ao trauma em 
ambiente controlado (imagens e lembranças) pode ajudar a retomar 
a rotina normal. 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
(TAG): 
- Mulheres 
- Fim da adolescência/início da vida adulta 
- Geralmente coexiste com outro transtorno 
- Respondem de forma incorreta e imprecisa aos perigos percebidos 
gerados por atenção seletiva a detalhes negativos no ambiente, por 
distorções no processamento de informações 
 Desregulação de GABA e serotonina (diminuem seu metabolismo) 
na amígdala 
Presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, 
por vários meses. 
A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, permanentemente 
nervosa ou irritada → presente nas mais diversas situações 
cotidianas. 
*Temor que mais chama atenção: temor de 
infortúnio/catastrofização – fica esperando qual vai ser a próxima 
desgraça. É temor do esposo ou filho ser assaltado – coisas do dia a 
dia e que a situação ruim aconteça de novo. Pessoa não relaxa, 
necessidade de hipervigilância, atitudes de reasseguramento. 
- Medo de tudo 
Manifestações podem variar ao longo do dia → tremores, 
incapacidade para relaxar, fadiga e cefaleia; palpitações, sudorese, 
tontura, ondas de frio ou calor, falta de ar e urgência miccional, e 
sintomas de hipervigilância, como insônia, irritabilidade e 
dificuldade de concentração. 
 
→ Diagnósticos diferenciais não psiquiátricos se referem a outras 
causas para cada um dos sintomas físicos. 
→ Diagnósticos diferenciais para doenças psiquiátricas consiste em 
investigar se o paciente apresenta também sintomas fóbicos, 
depressivos ou crises de pânico 
 Tratamento: 
ISRS, ADT, BZD 
- BZD pode ser associado nas primeiras semanas enquanto o ISRS 
não tem efeito. Lembrar o paciente de parar o uso depois do tempo 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
3 
determinado porque causa dependência e pode ainda haver piora 
paroxística. 
Exercício físico, evitar cafeína e álcool (deprime o SNC por agir no 
GABA) e psicoterapia 
- Pelo menos 1 ano de tratamento que pode também durar a vida 
toda. 
Transtorno de Pânico: 
 Fisiopatologia: 
Hipersensibilidade pós-sináptica a serotonina 
Atenuação da transmissão GABAérgica 
As substâncias indutoras de pânico (por vezes denominadas 
panicogênicas) induzem ataques na maioria dos pacientes com 
transtorno de pânico e em uma proporção muito menor de 
indivíduos sem o transtorno ou sem história de ataques de pânico. 
 CO2, lactato e bicarbonato, ioimbina (antagonista dos receptores 
α-adrenérgicos), cafeína 
Parentes de 1º grau de pacientes com transtorno de pânico tem risco 
aumentado em 4-8 vezes de desenvolvimento 
 Quadro Clínico: 
Um ataque intenso agudo de ansiedade (duram 10 – 30min) 
acompanhado por sentimentos de desgraça iminente → ataque de 
pânico 
Denomina-se o quadro de transtorno de pânico caso as crises sejam 
recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises, 
preocupações com possíveis implicações da crise (perder o controle, 
ter um ataque cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo 
significativo. 
Alguns ataques são causados por situações conhecidamente 
estressantes, porém outros ataques são imprevistos. 
As crises de pânico podem ocorrer em qualquer local, contexto ou 
hora, inclusive durante o sono. Neste, o paciente acorda durante as 
fases não-REM (fase 2) e em geral não refere sonhos. 
 
 Diagnóstico: 
Lembrar de pesquisar hipertireoidismo e hiperparatireoidismo 
 Tratamento: 
Doses mais baixas de antidepressivos que o TAG porque altas doses 
causam estímulo do SNC 
Tratamento mais curto com ISRS (paroxetina porque tem um efeito 
mais sedativo) dura 8 – 12 meses. 
BZD são usados em situações de crise de pânico (tanto aquelas que 
acontecem 1 vez na vida quanto pacientes com síndrome) e dura por 
mais 2 semanas. 
Agorafobia: 
Medo ou ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser 
difícil. 
Pode interferir de maneira significativa na capacidade de 
funcionamento da pessoa. 
Medo de ter um ataque de pânico em lugar público de difícil fuga 
possa levar a agorafobia. 
¾ dos pacientes tem transtorno do pânico. 
Paciente sabe as situações desencadeantes da sintomatologia 
 Quadro Clínico: 
Os indivíduos evitam situações onde seja difícil obter ajuda, 
preferem estar acompanhados de familiares ou amigos em lugares 
movimentados, evitam veículos fechados. Podem se recusar a sair 
de casa e podem ter problemas conjugais 
Precisa estar acompanhado para ter confiança 
Paciente expressa pavor de que algo muito ruim aconteça com ele 
(temor de catástrofe somática) 
 Pode ser atenuado se junto a pessoas confiáveis, diferente da 
fobia social que piora diante de exposição às pessoas 
 Diagnóstico: 
 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
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 Diagnóstico: 
ISRS, BZD e psicoterapia com resposta semelhante ao pânico 
Lembrar que na fobia social, o medo é da AVALIAÇÃO NEGATIVA e 
aqui o medo é de acontecer algo ruim com você e não conseguir fugir 
Fobia Social: 
 Epidemiologia: 
Pico na adolescência 
Mais comum em mulheres 
Muito comum 
 Fisiopatologia: 
Dopamina e serotonina 
 Quadro Clínico: 
Medo exagerado e persistente de avaliação negativa feita por outras 
pessoas quando o indivíduo se encontra em situações sociais ou de 
desempenho (temor de escrutínio) 
 temem se embaraçar em situações sociais (i.e., reuniões sociais, 
apresentações orais, encontro com pessoas novas). Elas podem ter 
medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer 
ou falar na frente dos outros, ou podem experimentar um medo vago 
e inespecífico de “embaraçar-se”. 
O portador reconhece que seu medo é excessivo e irracional. 
Sua característica fundamental é a esquiva fóbica, ou seja, o 
indivíduo procura evitar contato com os estímulos geradores de 
ansiedade e, se isso não for possível, apresenta importantes 
manifestações de ansiedade que podem tomar a forma de crise de 
pânico. 
Sintomas físicos: rubor fácil, gagueja, urgência miccional e 
intestinal; isso leva a pessoa evitar a sair, se expor, e também depois 
se culpar, tem a sensação de que foi horrível 
 Diagnóstico: 
Pelo menos algum grau de ansiedade social ou de constrangimento 
é comum na população em geral. 
Essa ansiedade apenas se torna transtorno de ansiedade social 
quando ela impede um indivíduo de participar de atividades 
desejadas ou causa sofrimento acentuado durante elas. 
Descartar timidez normal e bullying 
 
 
 Tratamento: 
BZD, ISRS 
Psicoterapia 
Betabloqueadores para sintomas autonômicos 
Transtorno Obsessivo Compulsivo: 
Caracterizado pelas obsessões ou compulsões recorrentes, e 
normalmente os pacientes têm ambas as condições, mas pode ter só 
uma também → causam sofrimento grave à pessoa, pois consomem 
tempo e interferem significativamente em sua rotina normal e 
relacionamentos 
Obsessões: pensamentos recorrentes, persistentes e normalmente 
perturbadores, que são sentidos como intrusivos ou indesejáveis. 
Compulsões: comportamentos ou atos mentais repetitivos, nos 
quais o indivíduo se sente compelido a executar a ação, de acordo 
com as obsessões ou regras rígidas, por exemplo, o indivíduo pode 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
5 
lavar as mãos de forma compulsiva por ter pensamentos obsessivos 
relacionados a germes e contaminação. 
 
Pensamentos egodistônicos: pensa contra a sua vontade, pessoa 
percebe que tem o problema, mas NÃO consegue controlar 
Pensamentos egosintônico: pessoa entende que seus pensamentos 
são compatíveis com as suas ações → não tem a ver com o TOC. 
 Fisiopatologia: 
Desregulação da serotonina com córtex frontal, gânglios basais e 
cíngulo 
Componente genético significativo 
Obsessões são estímulos condicionados (eventos que antes era 
normal é associado com eventos nocivos) → Um estímulo 
relativamente neutro se torna associado com medo ou ansiedade 
por meio de um processo de condicionamento replicante ao ser 
associado com eventos que sejam nocivos ou que produzam 
ansiedade. Assim, objetos e pensamentos que antes eram neutros se 
tornam estímulos condicionados capazes de provocar ansiedade e 
desconforto. 
A compulsão surge como estratégia para controlar a ansiedade → 
Quando descobre que determinada ação reduz a ansiedade 
associada a um pensamento obsessivo, uma pessoa desenvolve 
estratégias ativas de evitação, na forma de compulsões ou 
comportamentos ritualísticos, para controlar a ansiedade. 
 Quadro Clínico: 
A maioria das pessoas com esse transtorno tem tanto obsessões 
quanto compulsões (até 75%, em alguns levantamentos). 
Típicas obsessões associadas com TOC incluem pensamentos sobre 
contaminação (“Minhas mãos estão sujas”) ou dúvidas (“Esqueci de 
desligar o fogão”). 
A característica-chave de uma compulsão é que ela reduz a 
ansiedade associada com a obsessão. 
Não importa o quão vívida ou persuasiva seja a obsessão ou a 
compulsão, a pessoa normalmente a reconhece como algo absurdo 
e irracional. A pessoa que sofre das obsessões e compulsões, em 
geral, sente um forte desejo de resistir a elas. 
 Apesar disso, não conseguem resistir às compulsões 
4 padrões principais de sintomas (em ordem decrescente de 
incidência): 
 Contaminação (obsessão de contaminação com 
compulsão por limpeza) 
 Dúvida patológica (obsessão de dúvida seguida de 
compulsão por ficar verificando) 
 Pensamentos intrusivos (pensamentos obsessivos 
intrusivos sem compulsão → pensamentos repetitivos de 
um ato agressivo ou sexual repreensível para o paciente) 
 Simetria ou precisão (compulsão por lentidão) 
 Outros padrões: obsessões religiosas e acumulo 
compulsivo, puxar cabelo e roer unhas, masturbação 
compulsiva 
Diagnóstico: 
 
Precisa atrapalhar pelo menos 1h do dia, com sintomas presentes na 
maioria dos dias por um tempo igual ou mais de 2 semanas. 
Diferenciar do perfecionismo. O perfeccionismo é prejudicial se 
causar ansiedade exacerbada 
 Tratamento: 
ISRS e venlafaxina. Terapia cognitiva comportamental. Terapia 
familiar pode ser útil. 
Um dos transtornos mais difíceis de alcançar resposta farmacológica 
(40-60% dos pacientes não têm repsosta ao tratamento). 
Manejo do Transtorno de 
Ansiedade 
ISRS são 1ª escolha – demoram para fazer efeito e podem até 
exacerbar os sintomas incialmente 
Preparar o paciente para ele ter a confiança no tratamento – as 2 
primeiras semanas vão ser mais difíceis. 
Redobrar a atenção nessas 2 primeiras semanas → usar BZD nessas 
semanas 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
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Efeitos colaterais são decorrentes da estimulação dos receptores 
5HT2 e 5HT3BZD faz dependência, por isso não se usa cronicamente, além de ter 
efeitos colaterais significativos 
 Usar em crise aguda/emergencial e durante as primeiras semanas 
de tto com ISRS 
 precisa de doses maiores para ter efeito – gera tolerância 
Antídoto para BZD = flumazenil 
Linhas de Psicoterapia: 
 Psicanálise → busca estimular o próprio paciente a ter 
seus insights, ou seja, que ele mesmo compreenda o que 
está acontecendo consigo e quais vias ele pode usar para 
se modificar e sair desse problema. 
 Psicologia Analítica de Jung ou Análise Junguiana → o 
objeto de estudo principal são os sonhos e o terapeuta 
busca manter a conversa sempre em torno dos problemas 
que o levaram até ali. Para estimular a imaginação são 
utilizadas técnicas geralmente ligadas às artes. 
 Behaviorismo ou Analítico Comportamental → o analista 
avaliará o que o paciente precisa e por meio de técnicas 
específicas, irá auxiliar na transformação 
comportamental. Frequentemente são passadas “tarefas 
de casa” que ajudam a ter contato com o que aflige o 
paciente em pequenas doses. 
 Humanismo → o terapeuta não direciona, mas cria um 
ambiente acolhedor e empático onde o paciente possa se 
desenvolver na direção em que ele escolher e ser 
realmente quem é, gerando mudança e inserindo 
autoconfiança. Normalmente é indicado para pessoas 
que apresentam algum tipo de vício ou comportamento 
autodestrutivo. 
 Psicoterapia Corporal ou Reich → o profissional que 
trabalha com esse método, trata dos problemas não só a 
partir das conversas nas sessões, mas principalmente por 
meio de modificações corporais, de postura, respiração e 
relaxamento das tensões. 
 Cognitivo-Comportamental ou TCC → foco voltado para 
mudar pensamentos disfuncionais, ou seja, aqueles que 
nos fazem “perder a fé” em nós mesmos, como o típico “eu 
nunca vou conseguir fazer isso” ou “eu não faço nada 
direito”. 
 Gestalt-terapia → a proposta é que o paciente possa 
experienciar as coisas ao invés de ter somente o 
entendimento racional. Assim, quando isso acontece, ele 
passa a ter um entendimento integral (pensar, sentir e 
agir). 
Diagnósticos Diferenciais da 
Ansiedade 
Transtorno Factício: 
Sínd. de Munchausen 
Desejo de se manter doente. 
Produção consciente, porém, com motivação inconsciente (sem um 
motivo externo aparente) 
Ganho secundário não é consciente, mas ele existe 
Transtorno Dissociativo/Conversivo: 
Produção inconsciente e motivação é inconsciente. 
É mais complexo, uma vez que você tem desintegração entre 
memória, consciência e manifestações corpóreas. 
Paciente tem diminuição do nível de consciência → excluir epilepsia. 
Sempre excluir causas orgânicas. 
PESSOA IMATURA – mecanismo de defesa/esquiva de uma situação, 
no momento de pressão por não saber lidar, de forma inconsciente 
ela, por exemplo, desmaia; e não tinha um motivo para isso 
Conversivo: 
 Surge de forma súbita e desaparecem da mesma forma. 
 Vivencia os sintomas como reais 
 Não é consciente - Produção inconsciente e motivação 
inconsciente 
 1 ou mais sintomas neurológicos: paralisia e cegueira que 
não podem ser explicados por um transtorno neurológico 
conhecido 
Dissociativo: 
 Mecanismo de defesa inconsciente envolvendo a 
segregação de qualquer grupo de processos mentais ou 
comportamentais do resto da atividade psíquica da 
pessoa. 
 Possuem 2 ou mais personalidades, são incapazes de 
relembrar eventos diários, está relacionado com trauma 
opressivo na infância. Pode apresentar alucinações 
visuais, olfativas e ter diagnóstico errôneo de psicótico 
 
Transtorno de Simulação: 
Premeditado e consciente. 
Tem incentivo externo (algum “ganho”) 
Pode ser pura (transtorno não existente); Parcial (sintomas que já 
teve ou está tendo); Falsa imputação (atribuição errada de sintomas 
a uma determinada causa. 
Pode, inclusive, exagerar sintomas que eles mesmos apresentem OU 
criam sintomas. 
Diferenciar de ilness/somatoforme - pessoa acha que o que tem (que 
não é grave) é muito grave, mas tem um sofrimento por trás; pensar 
na agenda oculta 
Papel do Comportamento 
Familiar na Gênese da 
Ansiedade 
Pais muito cuidados ou muito pouco cuidadosos criam contextos em 
que o filho aprende que situações normais/neutras são perigosas. 
 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 1 UC 17 (Psiquiatria) 
7 
Referências: 
SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio 
de Psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. 
ed. Artmed, 2017. 
LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues; ELKIS, Hélio. Psiquiatria Básica. 2. 
ed. Artmed, 2007. 
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos 
Transtornos Mentais. 3. ed. Artmed, 2019.

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