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Motilidade do Trato Gastrointestinal

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FISIOLOGIA DIGESTÓRIA L UIZA LOPES CARVALHO 
 
Motilidade do Trato Gastrointestinal 
 A motilidade do Trato Gastrointestinal tem dois 
propósitos: Transportar o alimento da boca até o 
ânus e misturá-lo mecanicamente para quebrá-lo 
uniformemente em partículas pequenas. Essa 
mistura maximiza a exposição das partículas às 
enzimas digestórias, uma vez que aumenta a sua 
área de superfície. 
 Todos os tecidos contráteis do Trato Gastrointestinal 
são de Músculo Liso, exceto os da Faringe, do terço 
superior do Esôfago e do Esfíncter anal externo, que 
são músculos estriados. A musculatura lisa do Trato 
é do tipo unidade simples, na qual as células são 
eletricamente acopladas por vias de baixa resistência 
chamadas Junções Comunicantes. Essas junções 
permitem a rápida dispersão célula a célula de 
potenciais de ação, o que produz contração 
coordenada e uniforme. 
 
Contração da Musculatura Lisa: 
 Diferentemente da Musculatura esquelética, a 
Musculatura lisa não apresenta miofibrilas 
contráteis organizadas formando sarcômeros, elas 
estão dispersas no citosol da célula. 
 Para que haja a contração muscular faz-se necessário 
o aumento dos níveis de Ca++ livre no sarcoplasma, 
podendo ocorrer de duas maneiras: 
 
CANAIS DE CÁLCIO DEPENDENTES DE IP3 DO 
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO: 
-O neurotransmissor Acetilcolina ao se ligar em seu 
Receptor Muscarínico (Receptor Metabotrópico) 
estimula a Proteína GQ, favorecendo a ativação da 
Fosfolipase C que promove IP3 + GAD (Diacilglicerol). 
O IP3 formado permite a abertura de canais de Ca++ 
do Retículo Sarcoplasmático. 
 
CANAIS DE CÁLCIO NA MEMBRANA DA CÉLULA 
MUSCULAR: 
-Canal de Ca++ ligante dependente (Receptor 
Ionotrópico) e Canal de Ca++ voltagem dependente: 
 
 
Não tem mecanismo clássico de potencial de ação, 
mas apresenta a possibilidade de, diante de um 
aumento de cálcio, assim como o estiramento 
mecânico e entrada de íons sódio -canais-, poder se 
observar uma mudança de permeabilidade de íons na 
membrana, possibilitando uma mudança ao potencial 
de membrana  Potenciais em Espícula. 
 
OBS: O tipo de receptor da acetilcolina interfere na 
velocidade de resposta. Ao se ligar a um receptor 
ionotrópico, a resposta é mais imediata, como é o caso 
no músculo esquelético. O músculo liso necessita de 
diversos caminhos para a plena contração, porém é 
mais duradouro e sustentado (graduados). 
 O Cálcio encontra proteínas ligantes de Ca++, como 
a CAM (Calmodulina). Ela está dispersa no citosol, 
mas não é uma proteína contrátil. Não existe no M. 
esquelético. 
 A partir da ligação do Ca++ com a Calmodulina, 
ocorre a ativação de uma proteína cinase – a cinase 
da cadeia leve da miosina (MLCK) -, a qual promove 
a fosforilação da cadeia leve de miosina, ocorrendo 
a formação das pontes cruzadas de actina-miosina. 
 
OBS: RELAXAMENTO DA MUSCULATURA LISA 
O NO (gás óxido nítrico) atua diretamente ativando a 
enzima Guanilil Ciclase (semelhante a adenilil ciclase) 
que transforma/ativa GTP a GMPc, o qual em grandes 
concentrações executa a ativação da enzima Miosina-
CL fosfatase (desfosforilação da cadeia leve de 
miosina), promovendo a interrupção das pontes 
cruzadas de actina-miosina e, consequentemente, o 
relaxamento do M. liso. 
(Esse gás é proveniente do Endotélio – M. liso 
vascular: vasodilatador – e de neurônios incorporados 
a parede do sistema digestório – Neurônios entéricos). 
 
FISIOLOGIA DIGESTÓRIA L UIZA LOPES CARVALHO 
 
Musculatura Lisa: 
 A estrutura básica da parede digestória é similar no 
estômago e nos intestinos, embora existam 
variações de uma seção do Trato GI para outra. 
 A parede intestinal é enrugada em dobras para 
aumentar a sua área de superfície. Essas dobras são 
chamadas de pregas no estômago e de dobras no 
intestino delgado. A mucosa intestinal também se 
projeta para o lúmen em pequenas extensões 
similares a dedos, denominadas vilosidades. 
 A camada Mucosa da parede gastrointestinal é a 
mais interna e virada para o Lúmen. A Submucosa é 
a camada média da parede do intestino, a qual 
contém o Plexo Submucoso/Plexo de Meissner, 
uma das principais redes nervosas do Sistema 
Nervoso Entérico. A segunda rede nervosa do 
Sistema Nervoso Entérico, o Plexo 
Mioentérico/Plexo de Auerbach, situa-se entre as 
camadas musculares longitudinal e circular. 
 Os músculos circulares e longitudinais do Trato 
Gastrointestinal exercem funções diferentes. 
Quando o Músculo Circular (fibras dispostas de 
maneira circular; mistura de alimento e secreção) se 
contrai, isso resulta no encurtamento de anel da 
musculatura lisa, o que reduz o diâmetro desse 
segmento. Quando o Músculo Longitudinal (fibras 
dispostas longitudinalmente; importante para a 
propulsão do alimento) se contrai, isso resulta no 
encurtamento na direção longitudinal, o que diminui 
o comportamento desse segmento. 
 
 
 
 
PLEXO SUBMUCOSO: Está localizado entre a 
submucosa e a mucosa (atividade secretora intensa). 
Componente do sistema nervoso que comanda o 
controle de secreções gastrointestinais; fluxo 
sanguíneo. 
 
PLEXO MIOENTÉRICO: Está localizado entre a camada 
muscular longitudinal e a camada muscular circular 
(Por isso está relacionado ao movimento 
gastrointestinal). Componente do sistema nervoso 
que comanda o movimento. 
 
OBS: Contrações da Musculatura Lisa gastrointestinal 
podem ser tanto fásicas quanto tônicas. As contrações 
fásicas são contrações periódicas, seguidas pelo 
relaxamento. As contrações fásicas são encontradas 
no esôfago, no antro gástrico e no intestino delgado, 
todos os tecidos envolvidos na mistura e na propulsão. 
As contrações tônicas mantêm o nível de contração 
constante, ou tônus, sem períodos regulares de 
relaxamento. Eles são encontrados na região mais 
superior do estômago e nos esfíncteres esofágico 
inferior, ileocecal e anal interno. 
 
Atividade elétrica do Músculo Liso: 
 Como em todos os músculos, a contração da 
musculatura lisa gastrointestinal é precedida por 
atividade elétrica, os potenciais de ação. 
 Os ciclos de contração e relaxamento do músculo liso 
são associados a ciclos de despolarização e 
repolarização, denominados potenciais de ondas 
lentas  Sua frequência depende da porção do trato 
gastrointestinal. 
 Pesquisas atuais indicam que as ondas lentas são 
originadas em uma rede de células, chamadas de 
células intersticiais de Cajal. Essas células 
musculares lisas modificadas estão localizadas entre 
as camadas de músculo liso e os plexos nervosos 
intrínsecos. 
 As ondas lentas, que iniciam espontaneamente 
nessas células, espalham-se para as camadas 
musculares lisas adjacentes através das junções 
comunicantes Favorece a entrada sutil de íons por 
meio de canais nessas células. 
 
 
FISIOLOGIA DIGESTÓRIA L UIZA LOPES CARVALHO 
 As contrações que ocorrem em fase com as ondas 
lentas resultam da ativação de canais de Na+, K+ e 
Ca++ dependentes de voltagem, do sarcolema. O 
Ca++, penetrando as fibras, acopla a excitação ao 
fenômeno contrátil. 
 Na despolarização, temos ativação dos canais para 
Na+ e Ca++ (canais lentos), dependentes de 
voltagem. 
 Se a despolarização é de maior amplitude, alcança-
se o limiar elétrico da fibra (abertura de Ca++ 
dependentes de voltagem) e surgem potenciais de 
ação nas cristas das ondas lentas. Quando isso 
acontece, a amplitude das contrações depende da 
frequência dos potenciais de ação nas cristas das 
ondas lentais. 
 Na repolarização, há redução das condutâncias a 
Na+ e Ca++, além do aumento da condutância a K+ 
(canais lentos). 
 
 Entreos potenciais de ação, a tensão da fibra 
muscular não retorna à linha de base, havendo 
sempre uma contração mantida (tônus). 
 
 Intensidade das contrações: Proporcionais à 
amplitude das ondas lentas e à frequência dos 
potenciais de ação Regulados tanto pelo SNE 
como pelo SNA. A estimulação colinérgica eleva a 
força contrátil. A noradrenérgica diminui. 
 
OBS: POTENCIAIS EM ESPÍCULAS/PONTA: 
Aumento da magnitude do potencial de 
membrana. Reforço a uma atividade ondulatória 
básica. 
 
 
 
 
 
 
Controle neuronal da atividade 
gastrointestinal: 
 Neurônios sensoriais integrados na parede do trato 
gastrointestinal Deformação mecânica da parede 
pela entrada de alimento (quimiorreceptores podem 
ser estimulados caso o alimento apresente alguma 
toxina) Canais de sódios mecanosensíveis, entra 
Na+ no neurônio, o que varia o potencial de 
membrana, levando a canais de sódio dependentes 
de voltagem se abrirem, onda despolarizante... 
Sinapse para levar a informação aos neurônios do 
plexo mioentérico (aumento de motilidade), 
submucoso (aumento de secreções) ou pode pedir 
ajuda ao SNC. 
 Estímulo mais intenso  Estimula os neurônios pré-
ganglionares do parassimpático (gânglio e neurônios 
pós-ganglionares muito próximos ao órgão alvo ou 
em sua própria parede). Reforço proporcional ao 
estímulo. 
 Células enterocromafins (EC) (função endócrina) 
percebem a presença de alguns elementos químicos 
nos alimentos e estão voltadas para a luz. Em 
seguida, aparece um neurônio sensorial que é 
estimulado pelas células enterocromafins. Esses 
neurônios sensoriais também são estimulados pela 
distensão mecânica da parede sendo deformados, 
disparando potencial de ação. 
 Ele apresenta um prolongamento que vai até a luz 
intestinal, mas também apresenta um outro 
prolongamento que se bifurca  Faz contatos 
sinápticos com interneurônios  neurônios próprios 
da parede – Inibitórios (relaxar relativamente a 
parede do tubo digestório facilitando a passagem do 
bolo alimentar naquele segmento ainda não 
estimulado – Relaxamento receptivo Permite a 
abertura de esfíncteres, como o esofágico inferior) 
e Excitatórios (estimulam contração, onde o 
alimento está passando/passou, garantindo a 
continuação do bolo alimentar) terminam em fibras 
musculares circulares e longitudinais. 
 
OBS: O neurotransmissor liberado (Noradrenalina) 
pelo neurônio pós-ganglionar do Simpático pode inibir 
gânglios do Parassimpático.

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