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A REVOLTA DE
BECKMAN
(1684)
No século XVII, a base da
economia do Grão-Pará e
Maranhão eram as chamadas
drogas do sertão, como cacau,
canela, castanha-do-pará,
pequi, guaraná, entre outras.
Eram os indígenas escravizados
que extraíram essas riquezas da
floresta para os colonos da
região. Depois de proibida a
escravidão dos indíenas, o
governo de portugal criou a
Companhia de América do
Maranhão, que se comprometeu
em vender africanos
escravizados para oscolonos.
Além de não cumprir, a
companhia falsificava pesos e
medidas, cobrava caro pelos
produtos que vendia (bacalhau,
sal, farinha de trigo) e pagava
barato por aquilo que comprava
da região.
Liberados por um grande senhor
de engenho do Maranhão,
chamado Manuel Beckman, os
colonos invadiram os armazéns
da Cia do Maranhão.
Destruíram o governador e
ocuparam o colégio dos jesuítas
em São Luís, obrigando dezenas
deles a fugirem; esse
movimento ficou conhecido
como a REVOLTA DE BECKMAN.
O governo português reagiu,
reprimiu os rebeldes, condenou
seu principal líder a morte na
força. Extinguiu a Cia do
Maranhão e voltou a permitir a
escravidão dos indígenas.
A GUERRA DOS
EMBOABAS
(1707-1709)
Por volta de 1693, o paulista
Antônio Rodrigues Arzão
descobriu ouro preto onde hoje
é a cidade mineira de Sabará.
Nos anos seguintes, foram
descobertas novas minas de
ouro como as de Vila Rica, hoje
Ouro Preto. Daí o nome “Minas
Gerais”.
Milhares de pessoas, das mais
variadas condições sociais,
vieram para a região de Minas
Gerais.
Da África, foram trazidos
milhares de indivíduos
escravizados para trabalhar na
mineração.
Nos primeiros anos de
mineração ocorreram vários
conflitos na região.
O maior dos conflitos foi na
disputa pelo ouro entre os
paulistas, que o descobriram, e
os forasteiros (portugueses e
pessoas de outras regiões do
Brasil). Os portugueses foram
apelidados pelos paulistas de
emboabas.
Emboabas liderados pelo
comerciante português Manuel
Nunes Viana, foram proibidos de
entrar na região e reagiram
pegando em armas, o conflito
se estendeu por dois anos
(1707-1709) e ficou conhecido
como Guerra dos Emboabas.
Os emboabas aclamaram
Manuel Nunes governador de
todas as Minas.
O conflito foi vencido pelos
emboabas. E para melhorar sua
colônia, o governo português
decidiu:
Ɣ enviar ao Rio de Janeiro
um novo governador;
Ɣ criar a capitania de São
Paulo e das Minas de Ouro
(1710), que antes faziam
parte da Capitania do Rio
de Janeiro;
Ɣ elevar os povoados mais
populosos da nova
capitania à condição de
vila. A primeira vila na
região foi a de Ribeirão de
Nossa Senhora do Carmo,
em 1711 (atual Mariana);
depois surgiram Vila Rica
(atual Ouro Preto); Sabará;
São João del Rei, entre
outras.
A GUERRA DOS
MASCATES
(1710-1711)
Recife era controlada pela
Câmara Municipal de Olinda,
liderada pelos senhores de
engenho.
Comerciantes de Recife pediram
ao rei de Portugal que elevasse
seu povoado a vila, para terem
sua própria câmara. O rei
atendeu em 1710. Rapidamente
construíram um pelourinho no
centro de Recife.
Inconformados, os senhores de
engenho de Olinda se armaram,
invadiram Recife e destruíram o
pelourinho, dando início a Guerra
dos Mascates.
O governo português interveio
em favor dos comerciantes e
confirmou a vila como
independente e tornou-se
capital de Pernambuco.
A REVOLTA DE
VILA RICA
(1720)
Em 1702 foi criada a
INDEPENDÊNCIA DAS MINAS
para controlar a exploração de
ouro, cobrar impostos e julgar
os crimes praticados na região.
As autoridades portuguesas
incentivaram a extração do
ouro, mas também criaram e
cobraram impostos sobre
homens livres e escravizados. O
mais importante desses
impostos era o quinto (20% de
todo o ouro extraído).
cobrança de impostos:
a cobrança dos impostos era
feita nas estradas que ligavam
as minas ao Rio de Janeiro, a
São Paulo e a Bahia.
Policiadas por dragões do
regimento das Minas.
casas de fundição:
para dificultar o desvio, em 1719
foi criada as casas de fundição,
locais onde o ouro é
transformado em barra, selado
e quintado.
o ouro seguia para a provedoria
da Fazenda Real, de onde era
levado para o Rio de Janeiro, sob
forte.
O CONTROLE
SOBRE OS
DIAMANTES
No arraial do Tijuco, atual cidade
de Diamantina, as autoridades
portuguesas também agiram
com violência.
Quando soube da existência de
diamantes no Tijuco, expulsou
os antigos moradores do local,
dividiu as terras em lotes,
separou para si o lote em que
havia uma grande mina e leiloou
os demais entre homens
brancos da região.
Para administrar e policiar a
área criou a Intendência dos
Diamantes (1734) e deu ao
intendente poder de vida e de
morte sobre os habitantes do
local. Em 1739, o rei de Portugal
arrendou a extração de
diamantes a contratadores,
homens que recebiam o direito
de explorar as valiosas pedras
em troca de uma parte da
riqueza.
Em 1771, o governo portugues
acusou os contratadores de
enriquecimento ilícito e
reassumiu o controle total.
A
CONJURAÇÃO
MINEIRA
(1789)
A partir de 1760, começou a
esgotar as jazidas de ouro. No
entanto, o governo português
continuou cobrando pesados
impostos e fazendo proibições,
como impedir a instalação de
indústrias no Brasil.
Em 1788, chegou a Minas Gerais
um novo governador, o Visconde
de Barbacena, que foi
encarregado de lançar a
derrama do quinto do ouro e
investigar a vida dos devedores
da Fazenda Real.
Derrama - cobrança forçada
dos impostos atrasados. A
derrama afetava o conjunto da
sociedade mineira, pois a
metrópole considerava que a
dívida era de todos, e que o ouro
estava sendo desviado.
Em Vila Rica, um grupo de
homens ricos e influentes,
inspirados nos princípios
iluministas, planejou uma
rebelião contra o domínio
portugues.
Entre os conjurados, estava
também o alferes (posto
equivalente ao de
segundo-tenente) Joaquim José
da Silva Xavier (o Tiradentes,
maior propagandista da revolta
pela Independência).
Ɣ Os conjurados planejavam
proclamar uma república
em Minas Gerais, com
capital na próspera São
João del Rei, que produzia
alimento e gado
comercializados com
outras capitanias;
Ɣ instalar em Vila Rica uma
universidade e uma casa
da moeda;
Ɣ introduzir o serviço militar
obrigatório;
Ɣ incentivar as manufaturas
locais.
Os conjurados divergiam quanto
a escravidão: a maioria deles -
senhores de terras, mineradores
e grandes comerciantes - era
favorável à continuidade da
escravidão; apenas Inácio de
Alvarenga Peixoto e o padre
Carlos Correia de Toledo se
disseram favoráveis à abolição.
suspensão da derrama, prisão
da sentença:
a revolta não chegou a ocorrer.
A rebelião foi denunciada por
vários indivíduos. Um deles, o
coronel Joaquim Silvério dos
Reis, contou o plano ao
Visconde de Barbacena
(governador) em troca do
perdão de uma dívida que tinha
com Portugal e foi perdoado.
Silvério dos reis morreu rico
quase 30 anos depois.
O governador suspendeu a
derrama. Com as denúncias,
iniciaram-se a perseguição e a
prisão dos principais envolvidos.
Tiradentes e os demais
conjurados foram presos. D.
Maria I, abriu dois processos:
um no Rio de Janeiro e outro em
Minas Gerais. O julgamento se
estendeu até o início de 1791.
Onze conjurados foram
condenados à forca. Depois as
sentenças foram alteradas:
somente Tiradentes foi
condenado à morte. Os demais
receberam a pena de degredo
(exílio) nas colônias
portuguesas da África.
Tiradentes foi enforcado e
esquartejado, e as partes de
seu corpo foram esparramadas
pelo caminho que ligava o Rio de
Janeiro a Minas Gerais.
A
CONJURAÇÃO
BAIANA (1798)
Enquanto os principais
envolvidos na Conjuração
Mineira eram homens de
negócio e intelectuais de origem
europeia, os rebeldes baianos
eram em sua maior parte
mestiços e/ou pretos e pobres.
Como muitos deles exerciam o
ofício de alfaiate, a Conjuração
Baiana ficou conhecida também
como Revolta dos Alfaiates.
A cidade de Salvador e suas
cercanias possuíam um
comércio movimentado. Mas a
riqueza estava concentrada e
contrastada com a enorme
pobreza da maioria dos seus
cerca de 60 mil habitantes.
Alimentos como carne, sal e
azeite subiam de preço
constantemente. Roupas,
calçados e ferramentas eram
raros ecaros, pois a rainha de
Portugal tinha proibido a
instalação de manufaturas no
Brasil. Os impostos abusivos
também geravam insatisfação
social.
Nesse contexto opressivo, em
12 de agosto de 1798 um grupo
de rebeldes baianos afixou em
locais públicos “avisos”, ou seja,
manuscritos anônimos
clamando o “magnífico povo
baiano” a participar de uma
revolução contra a metrópole.
os rebeldes defendiam:
Os rebeldes defendiam:
Ɣ a proclamação, na
Bahia, de uma república
semelhante à da França
em que todos -
brancos, negros ou
mestiços - tivessem
liberdade e igualdade
de tratamento;
Ɣ a abertura do porto de
Salvador para o
livre-comércio;
Ɣ a diminuição dos
impostos e o aumento
dos soldos para 200 réis
diários e o aumento da
oferta de alimentos;
Ɣ o fim do preconceito
contra os negros.
Assim que os cartazes dos
rebeldes ganharam as ruas, o
governador da Bahia, Dom
Fernando José de Portugal,
ordenou o início das
investigações e a prisão de
dezenas de rebeldes: alfaiates,
soldados, escravos de ganho,
além de indivíduos de condição
social mais elevados, como o
médico Cipriano Barata, o
farmacêutico João Ladislau de
Figueiredo. Estes dois últimos,
chamados nos inquéritos de
“pessoas de consideração”,
foram inocentados.
Em 8 de novembro de 1798, por
ordem da rainha de Portugal, D.
Maria I, os soldados Lucas
Dantas e Luís Gonzaga das
Virgens e os alfaiates João de
Deus e Manuel Faustino - todos
os filhos e netos de escravos -
foram enforcados e
esquartejados na Praça da
Piedade, em Salvador.

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