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1 Clínica cirúrgica do adulto II Abdôme agudo Lara Castro CONCEITO Situação abdominal que requer uma decisão aguda, nos plantões em geral com pacientes queixosos de dores abdominais, a primeira coisa a se fazer é tentar classifica-lo em qual tipo de dor é aquela. Divisão: Traumático Não traumático Dentre as causas não traumáticos, tem-se essa divisão: Abdome agudo inflamatório Abdome agudo hemorrágico Abdome agudo perfurativo Abdome agudo obstrutivo Abdome agudo isquêmico História clínica deve ser investigada: 1. Dor Tempo de evolução Modo de inicio Característica da dor (cólica, continua, pontada, aperto) Intensidade Duração Localização topográfica (se é especifica ou difusa) A localização da dor referida já dá uma ideia de qual órgão pode estar sendo acometido, alguns quadros podem acometer o abdome difusamente, mas de maneira geral tentamos localizar onde se localiza a dor do paciente. 2 Clínica cirúrgica do adulto II OBS: lembrar que a dor abdominal pode ter origem nos órgãos retroperitoniais, e são órgãos que geralmente causam quadros de dor não muito localizadas, como na pancreatite, em que o paciente tem dor difusa na faixa superior do abdome (dor em faixa) ou cólica nefrética, em que o paciente tem dor nos flancos e que pode irradiar para região ilíaca, mas não necessariamente ele a localiza em uma área especifica. 2. Transito intestinal: funcionante? O paciente está evacuando ou eliminando flatos? 3. Febre ou vômitos? 4. Se o paciente tem história prévia dos quadros 5. Cirurgias prévicas 6. Cardiopatias, arritimias risco de embolia 7. Doenças pré-existentes doenca diverticular diverticulite podendo causar um abdome agudo perfurativo Obs: cuidado com pacientes idosos podem ter uma sensibilidade a dor um pouco reduzida. EXAME FÍSICO Inspeção Palpação: superficial e profunda, se paciente localiza a dor, defesa voluntária e involuntária e se há sinais de irritação peritoneal. Percussão: timpanismo difuso, timpanismo na área hepática pode indicar grande distensão, pneumoperitônio. Ausculta (1º para abdome) ausculta de ruídos hidroaéreos aumentados na gastroenterite e reduzidos na irritação peritoneal, se há ruídos metálicos na obstrução intestinal. Avaliação de fácies do paciente Secreções na sonda nasogástrica Pesquisa de hérnias Manobra do psoas e obturador Toque retal (tumor, fezes ou sangramento na ampola retal) Toque vaginal (DIP) Abdome em tábua: pacientes com uma úlcera perfurada. EXAMES COMPLEMENTARES Os exames complementares devem ser solicitados de acordo com as hipóteses diagnósticas. EAS (hematúria, piuria) Hemograma (leucocitose) 3 Clínica cirúrgica do adulto II Radiografia de abdome: abdome simples em pé, abdome simples deitado, tórax em PA (nesse caso para avaliar se há pneumoperitônio). Tomografia computadorizada 1. Imagem de uma radiografia simples de abdome, devemos buscar e olhar a qualidade do exame, devemos ver os últimos arcos costais e a sínfise púbica. 2. Pneumoperitonio: devemos buscar no espaço subfrênico a direita, não confundir com o fundo gástrico no lado esquerdo. Única condição em que ele e fisiológico é no pós operatório. 3. aprender a diferenciar no caso de uma distensão de cólon, que é mais periférica e volumosa, para uma distensão de delgado, que é mais central e menos volumosa. 4. Ultrassom tem espaço na dor abdominal? Muitas vezes em lugares que não tem TC, em que o raio x não esclarece muitas coisas, e o US pode auxiliar nesses casos. Quando há uma inflamação, pode avaliar por exemplo um apêndice espessado, edemaciado, com aspectos inflamatórios. 5. Tomografia apresenta maior grau de sensibilidade e especificidade para dar os diagnósticos. Nessa imagem há presença de grande coleção retroperitoneal, provável pancreatite. 4 Clínica cirúrgica do adulto II Imagem com dilatação de alças intestinais altas, do intestino delgado, presença de pneumoperitonio. A tomografia também consegue ver bem os quadros inflamatórios, como apendicite e diverticulites. Sempre que chegar pacientes com dor abdominal, sempre tentar classificar a dor dentro das divisões, se é traumática ou não, se e um abdome agudo inflamatório, perfurativo, hemorrágico, vascular, obstrutivo. Doenças cirúrgicas Apendicite aguda Perfuração de viscera oca (pode ser diverticulite perfurada, perfuração de ulcera gástrica ou duodenal) Gravidez ectópica rota podendo causar um abdome agudo hemorrágico Trombose mesentérica (causa isquêmica) Aneurisma de aorta roto (tratamento imediato) Obstrução intestinal (tumores, aderência, bolo de áscaris) Colecistite aguda Hérnia encarcerada (pode ser abdome agudo obstrutivo, mas pode evoluir para estrangulamento e isquemia de alca). Doenças não cirúrgicas DIP ceftriaxone, metronidazol e doxicilina Litíase urinária Íleo paralítico Diverticulite é cirúrgica se houver perfuração Gastroenterites Colites Doenças pépticas cirúrgica se houver perfuração 5 Clínica cirúrgica do adulto II Hemorragias do TGI Adenite mesentérica Congestão hepática Anemia falciforme Doenças metabólicas Doenças extra-abdominais Torção de testículo IAM com dor epigástrico Pneumonia de base Tratamentos 1. Cirúrgico Laparotomia Laparoscopia 2. Não cirúrgico tratar causa BASE OBSTRUÇÃO INTESTINAL A anatomia da região abdominal/intestinal confere rica vascularização, o que permite cirurgicamente a retirada de segmentos intestinais sem comprometimento de seu funcionamento. Permite retirar lesões tumorais com margem, segmentos obstruídos, sem gerar isquemia nas alças que permanecem. Decorre uma área extensa e móvel. Fisiologia: Jejuno (absorção de eltrólitos, proteínas, acucares e gorduras) se for feita grande dissecção de jejuno fazer uma projeção de reposição desses metabolitos. Íleo vitamina b212 e sais biliares Colon absorção intensa de agua Segunda maior causa de abdome agudo nos hospitais, perdendo apenas para o inflamatório. Mecanismos: Intrínseco: causa interna nas alças intestinais. Extrínseco: algo fora da alça intestinal, que comprime o intestino e atrapalha o seu fluxo. Funcionais: hipocalemia, íleo paralítico pós cirúrgico. Classificação I. Altura Intestino delgado alto (duodeno, jejuno proximal) Intestino delgado baixo (jejuno distal e íleo) Intestino grosso (colon ascendente, transverso, descendente). II. Tempo Agudo Crônico ou suboclusao III. Obstáculo Completo 6 Clínica cirúrgica do adulto II Incompleto IV. Sofrimento de alça Sem sofrimento Com sofrimento se tem alguma alca isquêmica aumenta a mortalidade, 1 a cada 3 pacientes morrem. V. Tipo de alça envolvida Aberta Fechada Na imagem, presença de alça isquêmica (com sofrimento) e em alça fechada. O segmento obstruído não tem pra onde sair, e isso aumenta o risco de ruptura. Causas: Bridas (mais comum no intestino delgado) se o paciente apresenta uma obstrução de delgado, com presença de raio x com distensão de alças no intestino delgado e cólon vazio, múltiplas cirurgias prévias, a primeira hipótese é aderência. Hérnias abdominais Tumores de cavidade peritoneal Vólvulos (rotação do intestino dentro do próprio eixo) Má formação intestinal Corpos estranhos áscaris Calculo biliar Causas funcionais Íleo paralitico metabólico ou traumático, medicamentoso Oclusao arterial Doenças inflamatórias] 7 Clínica cirúrgica do adulto II A clinica do abdome agudo obstrutivo consiste em parada de eliminação de gases e fezes, o paciente começa a ter vômitos, que podem ser precoces,tardios e até fecaloides, se for uma obstrução mais alta, logo após a tentativa de alimentar ele vomita, e se for uma obstrução mais baixa o paciente pode ter até vômitos fecaloides. Parada de eliminação de flatos e fezes Vômitos na tentativa de alimentar (imediato obstrução mais alta), podendo ate mesmo ter vômitos fecaloides Dor abdominal progressiva, de início súbito Distensão abdominal intensa Peristalse de luta RHA maior no início da obstrução e mais tardialmente se reduz ou fica ausente Restrição respiratória Exames complementares Radiografia simples Radiografia contrastada vólvulo Tomografia Imagem com distensão completa de delgado com grande diâmetro. Imagem de empilhamento de moedas: o empilhamento de moedas é um sinal radiográfico comumente encontrado nos casos de abdome obstrutivo alto ou obstrução intestinal alta, no qual há algumas afecção dificultando ou impossibilitando o transito intestinal. O diagnóstico precoce é importante. Ocorre visualização das pregas intestinais e dilatação das alças. ] Nível hidroaéreo representado pelas setas laranjas, representa a divisão exata entre líquido e gás dentro do lumen intestinal. 8 Clínica cirúrgica do adulto II Tratamentos Clínico: brida (se não funcionar faz cirurgia), causas funcionais, sub-oclusão. Frente a um quadro com abdome agudo obstrutivo: Dieta zero Sonda nasogástrica Hidratação Corrigir erros metabólicos Analgesia Drogas Laparotomia para tratamento específico Cirúrgico Sem melhora clinica Piora do estado geral Suspeita de sofrimento vascular Íleo biliar Abdome agudo inflamatório misturado com o obstrutivo, é quando existe uma colecistite aguda, com bloqueio pelo delgado, gerando fístula colecisto-entérica, com cálculo muito grande e queda do cálculo dentro da luz intestinal. Intussuscepção Telescopagem de uma alça intestinal sobre ela mesma, o intestino entra para dentro dele mesmo e gera um abdome agudo obstrutivo nesse segmento e o tratamento é a ressecção de segmento fazendo entero-entero anastomose. Tumores de intestino delgado Benignos: adenomas, leiomioma, lipoma Malignos: adenocarcinoma, carcinoide, linfoma, GISTS (tumor gástrico ectópico). INSUFICIÊNCIA VASCULAR MESENTÉRICA (ABDOME AGUDO ISQUÊMICO) 9 Clínica cirúrgica do adulto II Abdome agudo isquêmico Arterial ou venosa Total ou parcial Aguda ou crônica De angina mesentérica, até infarto ou trombose. Causas: obstrução vascular, aterosclerose. Clínica: dor aguda Diagnóstico difícil no pré-operatório Pacientes com fatores de risco, homens, não muito novos, com quadro não muito claro, sempre pensar nas causas isquêmicas. O tratamento é cirúrgico, deve haver retirada da parte da alça Obs: se tirar uma parte muito grande do intestino, o paciente pode ter síndrome do intestino curto como complicação. Essa síndrome ocorre quando há retirada de 70% ou mais do intestino delgado, gera diarreia, má absorção de proteínas e gorduras, pode ter anemia megaloblástica por déficit de vitamina B12. Divertículo de MECKEL É congênito e verdadeiro, geralmente no íleo terminal e que se confunde muito com apendicite. Clínica semelhante com apendicite e tratamento também. Doença inflamatória intestinal Doença de Crohn: da boca ao anus, acomete todo o TGI, só faz cirurgia quando há complicações, pois há muita formação de fistulas, como a perianal, perfurações e até megacolon tóxico. Retocolite ulcerativa: mais especifica de colon, reto e anus. 10 Clínica cirúrgica do adulto II Coloproctologia Segmento intestinal da válvula ileocecal até o reto, quando falamos de intestino grosso se trata de uma região com intensa absorção de água e na formação do bolo fecal. O intestino grosso é formado pelo colon ascendente, transverso, descendente, sigmoide e o reto. O 1º lugar importante do cólon do ponto de vista cirúrgico é a válvula ileocecal, fator importante principalmente nos casos de obstrução intestinal. O intestino grosso é a principal sede de neoplasias em todo o TGI. Tumores do Cólon e reto Pólipos podem ser neoplásicos e não neoplásicos, nos casos de pólipos não neoplásicos são apenas pólipos hiperplásicos e não tendem a se tornar/evoluir como neoplásicos. Pólipos neoplásicos são divididos em benignos e malignos, sendo que as neoplasias benignas vão ser denominadas como adenomas, e as malignas são os adenocarcinomas. 1) Pólipos Adenomatosos Adenomas vilosos (potencial de malignização) A maioria dos pólipos são tratados pela colonoscopia, felizmente existe um acesso endoscópico muito bom para o cólon, a colonoscopia consegue visualizar muito bem as lesões intestinais e principalmente possibilita a ressecção desses pólipos com uma alça acoplada com um bisturi elétrico, podendo fazer essa retirada. 2) Adenocarcinoma (O adenocarcinoma é o subtipo mais comum). Doenças mais agressivas, fornecem muitas metástases (fígado, pulmão, SNC). Sendo o fígado a principal sede de metástases de tumores colonicos. 11 Clínica cirúrgica do adulto II Clínica: sangramentos nas fezes, alteração de hábito intestinal, emagrecimento, obstrução intestinal e perfuração. Classificação de brodon TMN (tumor – progressão continua do tamanho, metástases a distancia, invasão de linfonodos) Colectomias são padrão ouro para doenças limitadas ao cólon. Colonoscopia indicada sempre a partir dos 50 anos de idade. Pacientes com perda de peso e anemia ferropriva não esclarecida, sempre solicitar uma colonoscopia para investigação do adenocarcinoma de cólon. A imagem na colonoscopia é totalmente diferente da imagem dos pólipos, são lesões vegetantes, padrão heterogeneo, hemorrágico. Incidência das lesões 70% das neoplasias colonicas ocorrem no reto e no sigmoide, local que fica mais tempo em contato com o bolo fecal, por isso já podemos deduzir que o paciente constipado tem maiores chances de desenvolver um adenocarcinoma quando comparado com o paciente com hábito intestinal normal. A imagem do enema opaco (contraste pelo reto e faz radiografia), podendo haver uma imagem de “maça mordida”. O aspecto é de uma lesão anular constritiva. Tratamento Ressecção cirúrgica 12 Clínica cirúrgica do adulto II Reconstrução a depender do grau de doença que está naquele momento poderá ser feito um Hartmann em 2 tempos ou cólon preparado com enterro-entero anastomose primária. Quimioterapia adjuvante Metástases hepáticas metastasectomia Tendo feito diagnóstico de adenocarcinoma deve ser avaliado qual tipo de cirurgia deve ser feita, se vai ser realizada entero-entero anastomose ou cirurgia em dois tempos. Se o paciente será submetido a uma colectomia total ou se vai ser feita a cirurgia em dois tempos. A cirurgia em dois tempos seria a retirada do tumor e faz uma ostomia no paciente, e em segundo tempo é reconstruído o transito intestinal dele. O paciente fica um tempo utilizando uma bolsa de colostomia. Sempre que for feita a ressecção, deverá fazer a ressecção do mesentério com retirada do máximo de linfonodos que puder, uma vez que é uma neoplasia maligna com grande potencial de metástase e invasão linfonodal. Quantidade de cólon retirada de acordo com a localização do tumor: EX: Paciente chega com abdome agudo obstrutivo entra para cirurgia e é percebida uma lesão de aspecto maligno como desencadeante desse quadro faz a colectomia parcial do cólon com a lesão, mas é importante lembrar que o paciente não recebeu o preparo necessário para realização já de uma entero-entero anastomose (risco de formação de fístula, sendo o maior medo nas cirurgias intestinais), sendo assim pode ser lançado mão da cirurgia de dois tempos. Fístula é grave em várias situações, na maioria doscasos tem que reabordar o paciente, lavar todo o abdome. Então nesses casos, quando ocorre medo de fistulas, é preferível realizar uma ostomia em um primeiro momento e colocar o ponto proximal da pele, uma colostomia, melhorar esse paciente, para posteriormente fazer a reconstrução do transito intestinal. Cirurgia de HARTMANN (em dois tempos). 13 Clínica cirúrgica do adulto II A anastomose primária pode ser feita com ponto manual e se for muito distal pode ser feita até com endogranpeador (quando são lesões muito próximas do reto). Colostomias Podem ser definitivas quando não se consegue reconstruir o transito intestinal, muitas metástases, paciente em quimioterapia, mas, na maioria dos casos ela é reversível. É para fazer desvio, muitas vezes fazemos a entero anastomose e faço uma colostomia antes, chamada de colostomia em alça, é para proteger a anastomose (na colostomia em alça não ocorre a secção completa da alça intestinal); Consequências no âmbito social para o paciente, diminuição da absorção intestinal, lesão na pele em que está a ostomia. 1: colostomia em alça e 2: colostomia terminal, nesse caso ocorre a secção completa da alça intestinal. 14 Clínica cirúrgica do adulto II Colostomia perineal: cada vez menos utilizada, gera incontinência. A confecção da colostomia, com eversão dos bordos, deve haver a mucosa evertida da maneira correta, para evitar conteúdo fecal e infecções como dermatite química e dermatite fecal. O intestino evertido não pode ficar muito apertado. Tem que passar pelo menos um dedo pela colostomia, para que não fique muito apertada deve-se abrir a aponeurose. Doença diverticular dos cólons Divertículos falsos (acomete mucosa e submucosa não tem todas as camadas na formação, não tem a muscular). São portanto, divertículos que rompem com maior facilidade, geralmente com aumento da pressão intraluminar (constipação), hiperatividade da musculatura ou fragilidades vasculares. Um divertículo verdadeiro é por exemplo o divertículo de MECKEL. A doença diverticular passa a se chamar diverticulite quando se complica com inflamação, geralmente por obstrução da saída do muco, por um fecalito por exemplo. Clínica Dor Sangramento Diverticulite perfuração intestinal abdome agudo perfurativo pode evoluir com abscessos, estenoses. Diagnóstico e tratamento Enema opaco Colonoscopia Tratamento cirúrgico em casos de COMPLICAÇÕES (perfuração peritonite) ressecções e colostomias. Na fase aguda da diverticulite o exame ideal é a tomografia computadorizada. Apendicite Incidência maior na segunda década de vida e é causada por uma obstrução do lúmen (na maioria das vezes causada por obstrução por fecalito, que leva a inflamação do apêndice). 15 Clínica cirúrgica do adulto II Fase I catarral Fase II supurativa Fase III gangrenosa Fase IV perfuração com peritonite ou abscesso Diagnóstico com várias nuances, pode aparecer em pontos mais altos, com dores em pontos atípicos. Mas na maioria das vezes é feito clinicamente, principalmente em homens. Em mulheres quadros como cisto de ovário roto, gravidez ectópica rota, podem entrar no diagnóstico diferencial. Se for RETOCECAL pode simular pielonefrite e gerar piúria, Apêndice com parede espessada, edemaciada, obstruído com fecalito na maioria das vezes, pode evoluir com muito pus, gangrena, perfuração e leva a peritonite. Clínica Dor de início periumbilical que migra para a fossa ilíaca direita Anorexia Náuseas Hiperestesia cutânea: Defesa Blumberg Dor à manobra do PSOAS e do obturador Rovsing Plastrão na FID indicando necessidade de abordagem mais intensa Diagnóstico Ultrassonografia indicando apêndice edemaciado, com parede espessada, sinais de inflamação aguda que podem auxiliar no diagnóstico. Tomografia computadorizada Laparoscopia (pode ser diagnóstica ou terapêutica); 16 Clínica cirúrgica do adulto II Paciente com apêndice dentro do saco herniário hérnia de Amyand, a dor é muito mais na região escrotal pode cobrar na prova!!! Vai fazer a cirurgia e vê que o apêndice está no interior do saco herniario. Tratamento Essa invaginação do coto apendicular é feita na cirurgia aberta, na laparoscopia não é assim a abordagem. OBS: Quando estiver fazendo a apendicectomia deve cortat o mesoapendice para depois ligar a base dele e fazer o coto apendicular, e se caso for cirurgia aberta deverá invaginar esse coto. Megacólon Causado por lesões de plexos nervosos do intestino, podendo ter como causas a doença de Chagas ou uma aganglionose intestinal (doença de Hirchsprung). O megacólon pode complicar com volvos intestinais, fecaloma, obstrução intestinal e perfurações . Essa alteração dos plexos nervosos leva a dilatação a jusante intestinal. Tratamento Colostomias de urgência descompressiva (uma das indicações de colostomias). Ressecção 17 Clínica cirúrgica do adulto II Volvo de sigmoide Muitas vezes complicação de megacólon, que gira em torno do próprio eixo e causa o volvo de sigmoide, pode tentar devolvular pela colonoscopia mas o tratamento padrão é cirúrgico. Sigmoide é mais acometido por ser a parte mais móvel do cólon, fazendo com que ele gire em torno do próprio eixo de forma mais fácil. Imagem em ampulheta ou em bico de papagaio. Tratamento Descompressão endoscópica ou por clister opaco, mas não é definitiva, pode ter recidiva. Desvolvulação e pexia (fixação). Ressecção do segmento que volvulou. Doença hemorroidária Varizes do plexo hemorroidário, sendo assim qualquer coisa que reduz o retorno venoso, que aumenta a pressão intra- abdominal é fator de risco para desenvolver doença hemorroidária. 18 Clínica cirúrgica do adulto II Fatores de risco: Hereditariedade Dieta Gravidez Câncer de reto Idade (50-60 anos) Distúrbios do habito intestinal constipação Posição ereta Plexo hemorroidário tem dificuldade de retorno venoso dilata forma doença hemorroidária. Classificação INTERNA: Grau I: não prolapsa Grau II: prolapso com redução espontânea Grau III: prolapso com redução manual Grau IV: prolapso irredutivel EXTERNAS Mistas Complicações trombose, ruptura e sangramento. Clínica Sangramento Prolapso Secreções Prurido Dor Exame clínico Visualização Toque Anuscopia Tratamento Grau I: clínico e/ou esclerose, ligadura, criocirurgia Grau II: esclerose, ligadura, criocirurgia Grau III e IV cirurgia casos prolapsados que reduzem ou não reduzem. Complicações Estenose de canal anal, sendo importante sempre deixar uma ilha de pele para evitar essa complicação. Prolapso retal Fissura anal Na urgência o tratamento deve ser por meio de AINES, banhos de assento com calor local e eventualmente drenar o trombo para redução da pressão. 19 Clínica cirúrgica do adulto II Abscesso perianal Criptite principal causa Dor intensa Sinais flogisticos Fístulas anais Consequencia de abscessos perianais Consequência de DII (chron) Fazer resseccao dessa fistula São pequenas comunicações entre o reto e a pele Trauma de cólon Penetrante Empalações O tempo de evolução dos traumas anais é relevante, em menos de 8 horas é possível fazer uma rafia primária e com mais de 8 horas pode ser necessária a realização de colostomia. Se houver contaminação da cavidade, com trauma profundo deve fazer colostomia. 20 Clínica cirúrgica do adulto II
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