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logistica reversa e sustentabilidade - livro - aula 5

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LOGÍSTICA 
REVERSA
Charlene Bitencourt 
Soster Luz
Logística reversa 
e sustentabilidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir logística reversa e por que é importante no contexto 
empresarial.
  Identificar as oportunidades da logística reversa para as empresas e 
os riscos de não a adotar na estratégia de negócios.
  Analisar os custos logísticos associados à logística reversa.
Introdução
A logística e a sustentabilidade são concepções a serem aplicadas no 
contexto empresarial, de forma que o negócio permaneça lucrativo e 
respeite o meio ambiente. A partir dessa mentalidade, a empresa conse-
gue aproveitar diferentes oportunidades da logística reversa, bem como 
ter a percepção dos riscos de não a considerar como estratégica para 
o sucesso do negócio. Assim, o planejamento tem papel essencial para 
implantar a logística reversa, absorver os seus custos e tornar o negócio 
mais competitivo. Por isso, a logística reversa precisa ser considerada na 
elaboração da estratégia empresarial, de forma que seja um elemento de 
competitividade mercadológica e, por consequência, um atrativo para 
atrair o cliente, facilitando a decisão de compra da marca. 
Considerando esse cenário, em que a logística reversa assume papel 
estratégico nos negócios, neste capítulo, você vai ler sobre a definição de 
logística reversa e a sua importância no contexto empresarial. Também 
identificará as oportunidades da logística reversa para as empresas e os 
riscos de não a adotar na estratégia de negócios. Por fim, vai relacionar 
os custos logísticos com a logística reversa.
Conceitos fundamentais
A logística trata do gerenciamento de materiais e informações desde o ponto 
de origem com o fornecedor até o ponto de consumo com a disponibilização do 
produto ao cliente. Esse fl uxo é direto, tradicional na cadeia de suprimentos. Já 
a logística reversa atua de forma oposta — ou seja, o fl uxo reverso inicia no 
consumidor, que desencadeia uma série de processos. Assim, observamos uma 
dependência da logística reversa em função do fl uxo logístico direto no retorno 
de mercadorias após a venda ou após o consumo. Assim, podemos fazer uma 
comparação entre as defi nições de logística e logística reversa, identifi cando 
a relação existente entre ambas, apesar de terem objetivos diferentes.
De acordo com Novaes (2001, p. 36):
Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente 
o fluxo e armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações 
associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com 
o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.
Por sua vez, Leite (2009, p. 17) afirma que:
Logística reversa é área da logística empresarial que planeja, opera e controla 
o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de 
pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por 
meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas 
naturezas: econômica: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem 
corporativa, entre outros.
Por meio desses dois conceitos apresentados, podemos verificar que a 
logística e a logística reversa planejam, implementam e controlam o fluxo de 
materiais e informações — ou seja, essas atividades são indispensáveis quando 
se trata da logística ou da logística reversa, pois o planejamento norteia as 
ações para implementação dos processos e o controle tem a função de verificar 
possíveis falhas, além de propor melhorias. 
Comparando os conceitos, percebemos a preocupação da logística no 
atendimento aos requisitos do cliente, tendo foco comercial, em usar a logística 
para entregar o produto ou serviço da forma como o cliente precisa, por meio 
do fluxo direto na cadeia de suprimentos. Assim, a logística tem o propósito 
de disponibilizar o produto ao cliente. A logística reversa trata da gestão do 
retorno do produto que já foi vendido ou consumido de forma que esse produto 
volte ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo com valor econômico, legal, de 
imagem, etc. O retorno ao ciclo de negócios acontece quando o produto pode 
Logística reversa e sustentabilidade2
ser revendido e reutilizado, como por exemplo carros seminovos e usados. 
O retorno ao ciclo produtivo pode acontecer pela utilização do produto como 
matéria-prima para fazer o mesmo produto ou mercadorias diferentes. 
A Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010, referente à Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, conceitua logística reversa com o mesmo sentido de Leite 
(2009, p. 17), abordando-a como forma de revalorizar os produtos para que 
sejam novamente úteis:
Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social ca-
racterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra des-
tinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010, documento on-line).
Dessa forma, a legislação contempla o conceito de logística reversa a ser 
utilizado nas empresas, sendo que a Lei nº. 12.305/2010 se refere especificamente 
aos resíduos sólidos. Cabe salientar que o desenvolvimento econômico e social 
por meio da logística reversa pode ser gerado com qualquer tipo de resíduo, partes 
de produtos e produtos inteiros. A coleta tem papel relevante nesse sentido, pois 
apresenta-se como a atividade inicial das instituições quanto à logística reversa. 
Assim, os pontos de coleta ou as formas de coleta devem ser planejados pela 
empresa para facilitar o descarte por parte do consumidor (Figura 1).
Figura 1. Logística e logística reversa na cadeia de suprimentos.
Fonte: Sousa (2011, documento on-line).
3Logística reversa e sustentabilidade
Segundo Tadeu (2013), as empresas precisam pensar na logística reversa 
como fator estratégico, considerando as razões para adotá-la. Para Leite 
(2009, p. 25), existem cinco principais motivos para as empresas adotarem 
a logística reversa:
  competitividade, que é o motivo mais relevante;
  limpeza de estoque;
  respeito às legislações;
  revalorização econômica;
  recuperação de ativos.
O Quadro 1 apresenta os motivos para as empresas implementarem a 
logística reversa.
Fonte: Adaptado de Leite (2009, p. 25).
Motivo Porcentagem de empresas
Aumento da competitividade 65,2%
Limpeza de estoque 33,4%
Respeito às legislações 28,9%
Revalorização econômica 27,5%
Recuperação de ativos 26,5%
Quadro 1. Motivos para empresas implementarem a logística reversa
A empresa se torna mais competitiva ao utilizar a logística reversa, principal-
mente por causa dos ganhos com imagem positiva da marca. Por intermédio da 
logística reversa, a empresa tem processos para gerenciar o retorno de mercadorias, 
de forma que fidelize o cliente com política de trocas facilitadas de produtos, o 
que causa boa impressão da marca. Além disso, com a logística reversa, a empresa 
também pode ser mais competitiva com a imagem associada à sustentabilidade.
O termo limpeza de estoque se refere à retirada dos produtos que não são 
vendidos no estoque; assim, ocorre o procedimento da logística reversa para 
identificar os itens que não têm sido vendidos ou que retornaram ao estoque 
Logística reversa e sustentabilidade4
e estão parados, sem perspectiva comercial. A logística reversa inspeciona 
esses tipos e seleciona qual o destino mais apropriado: 
  reutilizar alguma das suas partes; 
  enviar de volta ao fabricante;
  realizar o descarte ecologicamente correto. 
Essa investigação da logística reversa precisa ser constante para que a 
empresa tenha em estoque somente produtos aptos para as vendas. Em muitos 
centros de distribuição, a logística reversa é um setor responsável por identi-
ficar, inspecionar e selecionar os produtos para o destino mais adequado. Em 
empresas de pequeno porte, podem existir dois cenários: nomeação de alguns colaboradores;
  todos os colaboradores são responsáveis pela gestão do retorno. 
O respeito às legislações é uma razão inquestionável para aplicar a logística reversa nas 
instituições. A legislação é ampla e contempla diferentes tipos de negócios, sendo que 
cabe à empresa pesquisar e se adequar às leis inerentes às suas atividades empresariais 
para evitar transtornos, como multas, por exemplo. Uma das leis mais importantes da 
logística reversa é a Lei nº. 12.305/2010 sobre os resíduos sólidos, que responsabiliza 
os fabricantes pela gestão do retorno de seus produtos.
A revalorização econômica na logística significa reaproveitar os produtos 
devolvidos de forma integral ou somente algumas partes, que voltam a ter 
valor econômico até mesmo com matéria-prima para produção de diferentes 
mercadorias. Em vez de comprar matéria-prima, a empresa pode utilizar 
material que seria descartado, o que pode contribuir com a redução de custos 
e a possibilidade de menor preço ao consumidor. 
A recuperação de ativos ocorre quando a logística reversa recupera os bens 
da empresa, verificando que estão em condições de serem vendidos. Assim, 
os produtos que retornam, principalmente os novos ou seminovos, podem ser 
vendidos novamente, gerando receita para a empresa.
5Logística reversa e sustentabilidade
Uma empresa de perfumes adota a logística reversa, investindo na revalorização 
econômica e obtendo competitividade. Para isso, todas as lojas têm caixas em que 
os consumidores podem descartar as embalagens de vidro, que são 100% recicláveis 
e voltam ao ciclo produtivo para a confecção de novas embalagens, sem desperdício 
e sem agressão ao meio ambiente. Tais atitudes diferenciam a marca, influenciando 
a decisão de compra do consumidor, assim, a empresa se torna mais competitiva.
Os motivos de adoção da logística reversa podem ser considerados pelas 
empresas de toda cadeia de suprimentos, que precisa trabalhar de forma 
integrada com o uso da logística reversa. Assim, surge o gerenciamento da 
cadeia reversa de suprimentos, ou reverse supply chain management, que 
trata do retorno de bens e produtos, bem como de informações dentro da cadeia 
de suprimentos, desde a devolução com o cliente até o destino adequado do 
produto ou da embalagem. 
Assim, as atividades da logística reversa estão relacionadas com o destino 
adequado de produtos e embalagens, de forma que respeitem o meio ambiente. 
Segundo Leite (2009), existem diversas possibilidades de logística reversa de 
produtos, que podem:
  retornar ao fornecedor;
  ser revendidos;
  ser vendidos no mercado secundário, como usados, seminovos, salvados, 
recondicionados, renovados e remanufaturados;
  ter os materiais recuperados;
  ser reciclados;
  ser dispostos no aterro sanitário. 
Segundo a Lei nº. 12.305/2010, o fornecedor tem a obrigação de aceitar a devolução 
do produto, ter práticas de logística reversa e proporcionar o destino ecologicamente 
correto ao produto, considerando as opções citadas. 
Logística reversa e sustentabilidade6
Os produtos devolvidos podem voltar a ter valor comercial e ser revendidos, 
como no caso de uma roupa de presente que não serviu e nem foi usada, estando 
no prazo legal de devolução, assim, pode ser perfeitamente vendida. Outros pro-
dutos já usados podem ser vendidos no mercado secundário, como os automóveis 
e as motos usadas e seminovas. Os produtos também podem ser vendidos como 
salvados, que têm pequenos defeitos e, por isso, menores preços ao consumidor. 
O recondicionamento geralmente ocorre com peças de produtos reforma-
dos para serem utilizados e com preço menor do que a peça original. Nesse 
caso, é importante o consumidor ficar atento e comprar recondicionados com 
certificado de garantia. No caso da renovação de produtos, estes podem ser 
utilizados novamente, desde que exista um ou mais processos para deixá-lo 
em condições de uso. 
O produto remanufaturado (refurbished) é aquele que teve um defeito 
detectado na fábrica. Após trocados os componentes com problemas, o produto 
é vendido com preço mais baixo e informação de remanufatura. Na reciclagem, 
existe a transformação de um produto em outro. Por fim, existe a opção de 
disponibilizar o produto ao aterro sanitário se, e somente se, nenhuma das 
alternativas anteriores for possível (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de Leite (2009, p. 20).
Material Atividades da logística reversa
Produtos Retornados ao fornecedor
Revendidos
Vendidos no mercado secundário
Salvados
Recondicionados
Renovador
Remanufaturados
Recuperação de materiais
Reciclados
Aterro sanitário
Embalagem Reutilização
Renovação
Recuperação de materiais
Reciclagem
Quadro 2. Atividades comuns da logística reversa
7Logística reversa e sustentabilidade
As atividades da logística reversa das embalagens têm menos opções 
se comparadas à logística reversa dos produtos. As embalagens podem ser 
reutilizadas, renovadas, ter recuperação de seus materiais constituintes e ir 
para o processo de reciclagem.
As empresas possuem diferentes motivos para adotar a logística reversa, de forma que 
se tornem mais competitivas com uma imagem positiva no mercado. Para isso, existem 
várias atividades da logística reversa a serem aplicadas em produtos e embalagens.
Oportunidades da logística reversa e riscos 
de não a adotar na estratégia de negócios
A logística reversa proporciona diferentes oportunidades aos negócios e in-
clusive a criação de novas empresas para contemplar as suas atividades. As 
principais oportunidades para as empresas implantarem a logística reversa, 
segundo Leite (2009, p. 32), são:
  vantagem competitiva;
  adequação às questões ambientais;
  redução de custos;
  diferenciação da imagem corporativa;
  elevação do nível de serviço ao cliente.
A vantagem competitiva se apresenta como motivo e oportunidade para a 
implementação da logística reversa, que deve ser buscada em todas os setores 
da empresa como:
  produção;
  financeiro;
  marketing;
  logística. 
Para isso, a logística reversa interage entre os setores para contribuir como 
um todo na busca pela competitividade empresarial. Por exemplo, depois que 
Logística reversa e sustentabilidade8
um cliente devolve um produto com defeito na loja, faz a troca ou devolve 
o dinheiro, envolvendo o setor financeiro, o produto devolvido vai para o 
setor de logística reversa no estoque, no qual o seu destino é definido e pode 
até voltar para a produção. Assim, quando um produto volta para empresa, 
vários ou todos os setores são envolvidos no processo de logística reversa. 
Por isso, é importante a integração entre os setores para que o cliente tenha 
atendimento eficiente e eficaz que diferencie a empresa dos concorrentes, 
sendo um destaque competitivo. 
Uma outra oportunidade de logística reversa é a adequação às questões 
ambientais, de forma que oriente as atividades empresariais para o desenvol-
vimento sustentável. Dessa forma, a logística reversa oportuniza que sejam 
realizadas contribuições para o meio ambiente por meio de procedimentos 
que integrem toda equipe na empresa. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) 
tem o papel de clarificar os procedimentos quanto às ações sustentáveis na 
empresa, principalmente com produtos nocivos, como tóxicos e inflamáveis.
A redução de custos é uma meta constante nas empresas, que pode ser alcançada 
com o auxílio da logística reversa. As atividades da logística reversa quanto ao produto 
e às embalagens contribuem para redução de custos na empresa com o trabalho de 
revalorização para resgatar o valor comercial, reciclagem ou disposição nos aterros. A 
logística reversa precisa ser entendida como processo, que reduz custos em curto e 
longo prazos. Para isso, são necessários muito trabalho e principalmente a mudança de 
mentalidade dos gestores e colaboradores para perceber as contribuições da logística 
reversa para redução de custos.
A diferenciação da imagem corporativa no mercado se relaciona à identidade 
da empresacidadã e sustentável. Isso ocorre porque as atividades da logística 
reversa contribuem com a sociedade, primando pela atuação inteligente nos 
negócios, de forma que preserve o meio ambiente e as comunidades. Assim, o 
marketing positivo da marca faz a diferença no momento em que o consumidor 
toma a decisão de compra.
A elevação do nível de serviço oferecido ao cliente torna-se uma boa 
oportunidade para explorar todas as possibilidades de atuação da logística 
reversa, de forma que aumente a qualidade do serviço prestado ou sejam 
criados serviços. A gestão do retorno pode estreitar o relacionamento com o 
9Logística reversa e sustentabilidade
cliente para conhecê-lo melhor e entender as suas necessidades para poder 
supri-las. A empresa também pode ter parcerias para executar o serviço de 
logística reversa, assim, novos negócios e possibilidades surgem com a adoção 
da logística reversa.
A empresa que não adotar a logística reversa como estratégia de negócios, 
além de perder oportunidades, corre riscos impactantes. Os principais riscos 
em não adotar a logística reversa estão associados com:
  riscos ambientais;
  riscos de saúde e segurança interna;
  riscos de perda de mercado;
  riscos relacionados com a imagem corporativa.
Os riscos ambientais podem ter probabilidade de ocorrer de forma perma-
nente, frequente, esporádica ou rara, sendo riscos grandes, médios, pequenos 
ou insignificantes. As empresas precisam ficar atentas para trabalhar na 
redução dos riscos da sua atividade, e a logística reversa pode reduzir o seu 
impacto. Esses riscos ocorrem quando a comunidade é afetada pela atuação 
da empresa, como, por exemplo, a poluição de rios e poluição do ar.
Os riscos internos se relacionam com o ambiente de trabalho na empresa, 
referindo-se à saúde e à segurança dos colaboradores. Por isso, é importante a 
empresa cumprir a legislação quanto à preservação da saúde e segurança dos 
trabalhadores, de forma que evite acidentes e problemas de saúde. 
Há o risco de perda de mercado, pois a empresa que não adota a logística 
reversa cria uma imagem de não apoiadora de questões sustentáveis, de forma 
que o consumidor percebe isso e não compra o produto. Além disso, a empresa 
pode perder ou deixar de ter parceiros e fornecedores que exijam a prática da 
logística reversa como critério para considerar a parceria. 
Os riscos relacionados com a imagem institucional englobam os riscos 
anteriores e se tornam ainda mais graves quando a empresa exporta para países 
em que existe maior rigor no assunto. A imagem local, regional, nacional e 
internacional torna-se fortalecida com a prática da logística reversa. 
Além disso, se as atividades da empresa estiverem enquadradas em le-
gislações ambientais e ela não estiver regularizada, existem riscos inerentes 
à segurança de trabalhadores e comunidade, bem como multas e até mesmo 
fechamento do negócio. 
Logística reversa e sustentabilidade10
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) possui 11 diretrizes que 
geram desafios e oportunidades de negócios para a logística reversa, conforme 
o Quadro 3. Além disso, Araújo (2018) destaca três outros desafios na adoção 
da logística reversa, como:
  comunicação;
  coleta;
  documentação. 
A comunicação é essencial para que a logística reversa tenha o fluxo de 
produtos e informações; assim, os softwares das empresas precisam contemplar 
as operações reversas, com as suas possibilidades, integrando informações. 
Diretrizes Desafios Oportunidades 
Criação de condições 
especiais para micro 
e pequenas empresas 
se adequarem 
à legislação 
Estruturação de 
canais reversos, em 
volumes e níveis 
de capilaridade 
adequados às micro e 
pequenas empresas
Ações de gerenciamento 
de cadeia reversa 
considerando-se a 
complexidade associada 
aos volumes e níveis 
de capilaridade 
Implementação 
de coleta seletiva 
e destinação 
adequada de resíduos 
agrosilvopastoris 
Desenvolvimento 
e divulgação de 
propostas de 
separação e coleta 
seletivas de resíduos 
secos nas áreas rurais 
próximas às urbanas 
Mapeamento de 
processos e proposição 
de planos de logística 
reversa que considerem 
especificidades associadas 
a esses resíduos 
Desenvolvimento 
e inovação de 
tecnologias para o 
aproveitamento de 
resíduos minerais 
na agricultura 
Busca de incentivo 
financeiro à criação de 
novas tecnologias e ao 
acesso às já existentes; 
estímulo a pesquisas 
sobre reciclagem 
desses resíduos 
Ações de gerenciamento 
de cadeia reversa para 
identificar elos capazes de 
incentivar financeiramente 
a criação de novas 
tecnologias, o acesso às 
já existentes, além de 
pesquisas de pesquisas 
sobre reciclagem 
Quadro 3. Diretrizes, desafios e oportunidades do PNRS
(Continua)
11Logística reversa e sustentabilidade
Diretrizes Desafios Oportunidades 
Criação de metas 
e indicadores de 
redução, coleta, 
destinação e 
disposição de 
resíduos e rejeitos 
da construção 
Identificação e 
classificação de 
indicadores por 
tipo de processo, 
obra, especificidade, 
localização, 
entre outros 
Desenvolvimento de 
pesquisas à proposição 
de um modelo de 
gestão de desempenho 
para a logística 
reversa desse setor 
Ampliação da 
logística reversa para 
todos os resíduos 
agrosilvopastoris 
Proposição de 
soluções de logística 
reversa regionalizadas 
e o estabelecimento 
de programas de 
criação e divulgação 
de propostas 
de processos de 
destinação adequada 
Desenvolvimento de 
pesquisas à adequação 
de canais e processos 
de logística reversa, 
considerando às 
especificidades dessa 
variedade de resíduos 
Eliminação de lixões e 
aterros controlados 
Busca de fontes 
de financiamento 
diferenciado para 
construção de 
aterros sanitários; a 
identificação
de locais para suas 
construções; e a 
geração de novos 
postos de trabalho 
Análise total dos 
canais reversos, para 
definição das fontes de 
financiamento; definição 
dos locais mais adequados 
para processamento e 
descarte; e proposição de 
novos postos de trabalho 
Manutenção e, 
posterior, redução 
da geração de 
resíduos sólidos 
Estruturação de 
canais reversos de 
reuso, remanufatura 
e reciclagem; 
consideração 
de conceitos de 
ambientais ao 
processo de projeto 
de produtos 
Ações de gerenciamento 
de cadeia reversa voltadas 
à análise e ao diagnóstico 
logístico dos canais 
reversos disponíveis ou 
pesquisas para proposição 
de novos canais reversos 
Quadro 3. Diretrizes, desafios e oportunidades do PNRS
(Continuação)
(Continua)
Logística reversa e sustentabilidade12
O processo de comunicação precisa considerar que, muitas vezes, a coleta 
de produtos oriundos da logística reversa necessita de procedimentos dife-
renciados. Para isso, os colaboradores devem ser treinados, ter orientação e 
acompanhamento por parte da gerência para conseguir identificar os casos de 
produtos com procedimentos diferenciados. Nenhum material pode circular 
no País sem nota fiscal, independentemente se for produto novo, usado, partes 
ou sucata. Isso precisa estar claro para os colaboradores, bem como outros 
documentos que possam ser exigidos de acordo com o material.
Diretrizes Desafios Oportunidades 
Redução dos resíduos 
sólidos recicláveis em 
aterros sanitários 
Estruturação de canais 
reversos adequados; 
ampliação de 
capacidade logística 
e de processamento; 
geração de novos 
postos de trabalho 
e capacitação para 
logística reversa 
Conscientização ambiental 
para redução de custos 
logísticos reversos e de 
processamento e para 
definição de novas formas 
de reuso de resíduos 
Inclusão e 
fortalecimento de 
organizações de 
catadores de materiais 
reutilizáveis/recicláveis 
Mapeamento de 
processos relacionados 
à logística reversa 
Fortalecimento 
da gestão dos 
serviços públicos de 
limpeza urbana e 
manejo de resíduos 
sólidos urbanos
Criação e consolidação 
de cenários de 
comunicação e 
pedagógicos mais 
uniformes para 
elaboração de Plano 
de Gerenciamento 
de Resíduos Sólidos 
e Espaço Recicle. 
Eliminaçãocompleta 
de resíduos sólidos 
industriais 
Implementação 
de inventário 
nacional para 
todas as indústrias 
potencialmente 
poluidoras 
Ações de gerenciamento 
de cadeia reversa 
para implementação 
da rastreabilidade 
de produtos 
Quadro 3. Diretrizes, desafios e oportunidades do PNRS
Fonte: Adaptado de Mota e colaboradores (2015, p. 64).
(Continuação)
13Logística reversa e sustentabilidade
A cooperação interna entre os setores da empresa e externa de toda cadeia de supri-
mentos contribui para superação dos desafios da implementação da logística reversa, 
ao mesmo tempo que geram parcerias e oportunidades de negócios.
Custos logísticos associados à logística reversa
Referente à vida útil, os produtos se tornam obsoletos, danifi cados ou não 
funcionam e voltam ao ponto de origem para serem adequadamente descar-
tados, reparados ou reaproveitados. Isso produz custos. Além dos custos de 
compra de matéria-prima, produção, armazenagem e estocagem, o ciclo de 
vida de um produto inclui os custos relacionados ao gerenciamento do seu 
fl uxo reverso; porém, o lucro obtido é maior do que esses custos, o que torna 
a utilização de atividades de retorno viáveis. Leite (2009, p. 27) destaca três 
principais custos da logística reversa: 
  custos logísticos contabilizados;
  custos de gestão;
  custos intangíveis.
Os custos logísticos contabilizados abrangem os custos de transporte, 
armazenagem, consolidação e sistemas de informação relacionados às ati-
vidades de logística reversa. Esses custos também envolvem os custos de 
seleção, destino e redistribuição dos produtos oriundos da logística reversa.
Os custos de gestão abrangem profissionais para gerenciar os processos 
logísticos e responsáveis por novos negócios e captação de parceiros. Esses 
profissionais podem utilizar indicadores para mensurar os resultados das 
atividades da logística reversa, de forma que possam identificar problemas 
ou preveni-los e, ainda, propor melhorias.
Os custos intangíveis ou pouco visíveis são aqueles não contabilizados 
como falhas e desperdícios de produtos e tempo. Os riscos relativos à reputação 
da empresa também são considerados intangíveis.
Logística reversa e sustentabilidade14
Saiba mais sobre os benefícios da implementação da 
logística reversa, acessando o link ou o código a seguir:
https://goo.gl/tt6LYN 
ARAÚJO, E. Os benefícios do desenvolvimento da logística reversa para as organiza-
ções. Tecnologística, 7 fev. 2018. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/
portal/artigos/76589/os-beneficios-do-desenvolvimento-da-logistica-reversa-para-
-as-organizacoes/>. Acesso em: 15 out. 2018.
BRASIL Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política Nacional dos Resíduos Sólidos. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 ago. 2010. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso 
em: 15 out. 2018.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009.
MOTA, A. E. A. S. et al. Desafios e oportunidades da logística reversa no contexto do 
Plano Nacional de Resíduos Sólidos. GEPROS: Gestão da Produção, Operações e Sistemas, 
Bauru, Ano 10, nº. 4, p. 55-67, out./dez. 2015. Disponível em: <https://revista.feb.unesp.
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TADEU, H. F. B. Logística reversa e sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
Leitura recomendada
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 
2007. 
15Logística reversa e sustentabilidade
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