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ENSINO MÉDIO 2 - 2021 - VOLUME 4 - PROVA I L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S Língua estrangeira: Inglês ENSINO MÉDIO 2 - 2021 - VOLUME 4 - PROVA I Língua estrangeira: Espanhol L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Campaign calls for Paris “love locks” to be banned With Paris’s bridges groaning under the weight of an estimated 700,000 padlocks scrawled with lovers’ names, campaigners say it’s time to end the love locks “madness”. For some they are a symbol of everlasting love. For others they are a rusting eyesore. But now the “love locks” – padlocks engraved with the names of lovers – that line the rails of Paris’s bridges may have met their match, as a campaign takes off to have them banned. The No Love Locks campaign, which includes a petition that currently has over 1,700 signatures, was launched in February by two Americans living in Paris who were shocked at the extent of the trend across the city. The idea is that by attaching the locks to a public place and throwing away the key, the love it represents will become unbreakable. However, with an estimated 700,000 padlocks now attached to locations across the French capital, the weight could be putting the structural integrity of the city’s architecture at risk. Disponível em: <http://www.theguardian.com>. Acesso em: 4 abr. 2014. Com base na leitura do texto, infere-se que a campanha iniciada por duas estadunidenses residentes em Paris visa A. disseminar a cultura dos imigrantes na capital francesa. B. fortalecer a simbologia da tradição romântica Love Locks. C. proibir manifestações amorosas em locais públicos. D. proteger as áreas verdes e os parques parisienses. E. preservar a integridade da arquitetura da cidade. Alternativa E Resolução: O texto descreve um problema causado por uma tradição segundo a qual duas pessoas que se amam devem prender um cadeado com as iniciais de seus nomes a um monumento da cidade de Paris para simbolizar seu amor. O problema é que o número excessivo de cadeados cria um sobrepeso nos monumentos, o que pode estar causando-lhes problemas estruturais. A campanha lançada tem como objetivo banir esse comportamento para preservar a integridade da arquitetura da cidade. Portanto, a alternativa correta é a E. As demais alternativas não encontram respaldo no texto e devem, portanto, serem descartadas. 9E7A QUESTÃO 02 It’s a scene so commonplace that it’s not necessary to specify the details. But it was on Wednesday night, in a restaurant in Cornwall. Next to us was a family of four, with two adult children. The daughter, in her mid-20s, was looking down beneath the table at her lap, the blue screen, periodically stabbing at it. The view, the food, the waitress setting the food down, her family – they could all go away. She was going to engage with the world that wasn’t there, condensed and switch off-able. In Japan, it’s universally accepted as unacceptably rude to make a phone call when on public transport. It would be nice if people understood, not just the rudeness of preferring your phone to the physical presence of your friends, but how stupid it makes the phone-holder look. In a room of people looking down, or using their phone as an intermediary, the conspicuous intelligence, the obviously interesting presence is the face looking upwards and outwards, with curiosity; the best company is the one that meets a frank, flirtatious gaze with another one. HENSHER, P. Disponível em: <https://www.theguardian.com>. Acesso em: 04 dez. 2018. [Fragmento] O vício em smartphones tornou-se um problema que pode afetar a vida de um indivíduo de diversas maneiras. No texto, a referência ao Japão tem o propósito de A. valorizar a cultura oriental por ser mais respeitosa com o outro do que a cultura ocidental. B. tentar convencer os leitores de que o uso de aparelhos celulares em público é inaceitável. C. criticar o fato curioso de os japoneses recusarem-se a atender chamadas telefônicas em público. D. citar um dos lugares do mundo que apresenta altos índices de dependência de smartphones. E. contrastar diferentes atitudes relacionadas ao uso do smartphone em um ambiente social. Alternativa E Resolução: No início do segundo parágrafo, o texto afirma que, no Japão, dar um telefonema quando se está no transporte público é algo considerado extremamente rude. Esse aspecto cultural do país é usado para fazer um contraponto com outros comportamentos ligados ao uso de celulares, como o presenciado pelo autor do texto em um restaurante que frequentou. Logo, a alternativa correta é a E. As demais estão incorretas porque: (A) embora o autor mencione o Japão no texto, seria exagerado dizer que sua intenção é valorizar as culturas orientais em detrimento das ocidentais, já que não se pode encontrar no texto um argumento que sustente essa afirmação; (B) o autor do texto se mostra incomodado com a tendência crescente em preferir o mundo virtual em vez da interação pessoal, mas não chega a declarar que usar telefones em público seja inaceitável; (C) o autor revela que não é comum entre os japoneses fazer chamadas telefônicas no transporte público, pois lá, isso é considerado extremamente rude. Esse fato, entretanto, não é mencionado com um tom de crítica; (D) o Japão é citado no texto com o objetivo de mostrar uma outra atitude em relação a aparelhos celulares. 1R4Y EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Disponível em: <https://brightside.me>. Acesso em: 31 maio 2017. Os textos publicitários utilizam diversos recursos para alcançar seus objetivos. Essa peça publicitária busca suscitar uma mudança de comportamento no leitor ao enfocar os A. custos financeiros da produção madeireira. B. lucros provenientes do desmatamento ilegal. C. impactos do desmatamento na economia global. D. efeitos negativos resultantes do desmatamento. E. motivadores econômicos do desmatamento ilegal. Alternativa D Resolução: A expressão “to pay a high price” é idiomática e indica que será preciso arcar com as consequências de algo. Com isso, conclui-se que o texto está apontando o alto preço que o planeta tem de pagar por cada árvore cortada, isto é, os efeitos negativos consequentes do desmatamento, conforme propõe a alternativa D. As demais alternativas devem ser descartadas porque: (A) embora no texto esteja escrito “The planet pays a high price [...]” e haja a imagem de um bolo de notas aludindo a um tronco cortado, os custos de que a peça publicitária realmentefala não são exatamente financeiros. Sabe-se que o desmatamento, na realidade, é uma atividade financeiramente lucrativa (e é justamente isso que a motiva). Contudo, ela implica altos custos ao planeta, como o aquecimento global, a desertificação, a seca, as inundações, etc.; (B) o trecho “The planet pays a high price [...]” já indica que o texto não faz referência aos lucros do desmatamento, e sim às consequências que ele traz. Além disso, o texto não fala exatamente do desmatamento ilegal, mas sim do desmatamento irresponsável (“thoughtless deforastation”), o qual pode estar de acordo com as leis e, ainda assim, prejudicar o meio ambiente; (C) conforme explicado anteriormente, a expressão “The planet pays a high price [...]” não deve ser interpretada literalmente, pois trata-se de uma metáfora para as consequências drásticas que a Terra enfrenta por causa do desmatamento. Não cabe, portanto, falar que o texto ressalta os impactos do desmatamento na economia global; (E) o texto não menciona os motivadores do desmatamento, e sim suas consequências. Além disso, a publicidade não enfoca apenas o desmatamento ilegal, mas todo tipo de desmatamento irresponsável. MØTV QUESTÃO 04 SINGER, A. Disponível em: <www.caggle.com>. Acesso em: 12 jun. 2019. Nessa charge, a crítica está no fato de o governo estadunidense A. permitir a atuação fraudulenta dos fundos privados de investimento. B. tirar a vida de milhares de cidadãos no Iraque e no Afeganistão. C. subsidiar as organizações de apoio aos veteranos de guerra. D. gastar somas exorbitantes na construção de estradas. E. financiar ações que falham em alcançar seus objetivos. Alternativa E Resolução: O título da charge pode ser traduzido como: “Nós recompensamos o fracasso”. Em seguida, são apresentados quatro exemplos de como os Estados Unidos recompensam instituições cujas ações falham no cumprimento de seus objetivos, mesmo recebendo quantias exorbitantes de dinheiro. No primeiro quadro, é dito que os Estados Unidos desperdiçam 3 trilhões de dólares tirando a vida de pessoas no Iraque e no Afeganistão e que, ainda assim, os militares continuam recebendo mais investimentos. No segundo quadro, a crítica se dirige à incompetência do Departamento de Assuntos de Veteranos (V.A.) para diminuir o tempo que os ex-combatentes passam na fila de espera para receber atendimento médico. Mesmo o departamento tendo recebido 10 bilhões de dólares, o problema acabou piorando. No terceiro quadro, é dito que o Departamento de Transportes gasta bilhões para construir estradas e que, apesar disso, o trânsito piorou. No último quadro, a crítica se refere ao fato de as instituições financeiras sempre causarem crises e dificuldades econômicas para o país e, ainda assim, receberem dinheiro do governo para se manterem. F5KZ LCT – PROVA I – PÁGINA 2 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Dessa forma, conclui-se que a alternativa correta é a E, pois as quatro situações descritas são exemplos de um problema maior: a prática de financiar ações que não atingem os objetivos desejados. QUESTÃO 05 Some 60 miles apart, Dubrovnik, Croatia, and Kotor, Montenegro, are both striking walled cities on the Adriatic. But while the former is battling overtourism, the latter is still fighting for attention. Dubrovnik has long been Croatia’s coastal star, luring travelers before Game of Thrones made it a top destination for fans eager to visit the locations of the HBO hit. But Hollywood’s spotlight has driven record numbers of visitors to Dubrovnik, threatening to overrun the walled old town, where about 1,000 residents have been overwhelmed by up to ten times that many visitors daily in high season. In 2016, Unesco warned Dubrovnik that its World Heritage status was at risk unless something was done to ease the pressure. Something has been done, a campaign that now limits cruise passengers, who account for about 60 percent of the 1.2 million annual visitors, to 4,000 each morning and another 4,000 in the afternoon. If that still sounds like too many, consider visiting Kotor. Kotor echoes Dubrovnik in its old quarter, a fortress built between the 12th and 14th centuries and filled with churches, cafes and homes with terra-cotta rooftops. In 2018, Kotor received nearly 140,000 tourists, a fraction of Dubrovnik’s. GLUSAC, E. Disponível em: <https://www.nytimes.com/>. Acesso em: 20 jun. 2019. [Fragmento adaptado] Nesse trecho de um artigo sobre destinos de viagem, a autora tem como objetivo A. ironizar a diferença no número de turistas em duas cidades tão próximas e tão semelhantes. B. lamentar os prejuízos causados à cidade de Dubrovnik devido ao turismo descontrolado. C. criticar Hollywood por superexpor um patrimônio da humanidade em uma série televisiva. D. relatar as queixas dos moradores de Kotor sobre a falta de estrutura turística da cidade. E. recomendar a cidade de Kotor para quem prefere um destino turístico menos procurado. Alternativa E Resolução: A autora do texto menciona a cidade de Dubrovnik na Croácia, que se tornou um local muito procurado por turistas depois de ter sido utilizado como locação para a série Game of Thrones. Para quem busca um destino com atrações semelhantes a Dubrovnik, mas menos movimentado, ela recomenda, no último parágrafo, a cidade de Kotor, em Montenegro, localizada a cerca de 90 km de sua famosa vizinha. Sendo assim, a alternativa correta é a E. As demais estão incorretas porque: (A) não há pistas textuais que indicam que a autora adota um tom irônico. Ela apenas compara as duas cidades, recomendando Kotor para turistas que preferem um destino menos movimentado; CHBX (B) não há indicações no texto de que a cidade tenha, de fato, sofrido prejuízos. Depois do alerta da Unesco, foram tomadas medidas para controlar o número de visitantes antes que a cidade fosse danificada e perdesse seu título de patrimônio cultural; (C) não é feita nenhuma crítica a Hollywood. A autora apenas relata que o sucesso da série Game of Thrones, que utilizou a cidade de Dubrovnik como locação, atraiu um número excessivo de turistas, ameaçando a integridade física local. Ao que tudo indica, a cidade não esperava um fluxo tão grande de visitantes; (D) o texto não apresenta qualquer queixa dos moradores de Kotor em relação ao turismo na cidade, portanto a alternativa não se sustenta. EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 La visión de Ikea es inspirar para diseñar hogares basados en los espacios compartidos que nos conecten a nuestros vecinos y a otros vecindarios. Las viviendas podrán abrir o cerrar estancias al uso común, según el momento y necesidades de sus habitantes. Se podrá acceder a servicios compartidos que harán la vida más fácil, sostenible y menos solitaria. Y se lanza la idea de crear viviendas por suscripciones, no por alquiler, es decir una paga mensual por renta, otra para servicios diarios donde puede estar desde la comida a los cuidados o el ocio. Así multitud de opciones que pueden reducir los costes y a los que se puede acceder o no, según las necesidades individuales. Son conscientes de que se trata de una visión que no valdrá para todo el mundo, pero lo que tratan es de abrir el debate público, porque saben que Ikea en solitario no puede solucionar un problema global. NIETO, M. Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 14 jun. 2019. [Fragmento] No texto, observa-se que a visão da empresa Ikea para o futuro das residências ultrapassa a mera estrutura da casa, já que A. idealiza uma habitação sem privacidade, em que o compartilhamento é o valor maior. B. imagina uma convivência interligada, com redução de custos e melhora da qualidade de vida. C. contempla as diversas possibilidades de uma vida sustentável,acessíveis a qualquer pessoa. D. projeta um ambiente de introversão, em que se pode aproveitar da vida familiar com segurança. E. implanta uma proposta de divisão dos bens, de acordo com as necessidades individuais. Alternativa B Resolução: Há a preocupação, ao longo de todo o texto, de tornar clara sua ambição de conceber um modo de viver interligado, que tornará a vida mais fácil e reduzirá os custos de vida. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois não se fala de habitação sem privacidade, mas interligada e conectada. Uma coisa não está necessariamente relacionada à outra. A alternativa C está incorreta, pois não se fala que esse tipo de moradia será acessível a qualquer pessoa; pelo contrário, o texto informa que “son conscientes de que se trata de una visión que no valdrá para todo el mundo”. A alternativa D está incorreta, pois não se fala em criar um ambiente de introversão, mas de que há a possibilidade de “abrir o cerrar estancias al uso común, según el momento y necesidades de sus habitantes” diante de ambientes desenhados preponderantemente para o compartilhamento, caracterizando a versatilidade do espaço. A alternativa E está incorreta, pois não se fala em divisão de bens, mas de projetar uma nova maneira de utilizar serviços – de modo compartilhado –, e de relacionar-se com a moradia, que passaria a ser por assinatura desses serviços, não por pagamento de aluguel. YCYN QUESTÃO 02 La Mujer Maravilla será embajadora de la ONU para empoderar a las mujeres Será durante el lanzamiento de una campaña que tiene como objetivo la igualdad de género y el libre acceso a los derechos. Lynda Carter participará de la ceremonia. La Organización de Naciones Unidas contará con los superpoderes de la Mujer Maravilla para una nueva campaña de defensa de los derechos de las mujeres y niñas. La heroína de la serie de dibujos animados y de historietas será oficialmente nombrada embajadora honoraria de Naciones Unidas para el empoderamiento de mujeres y niñas durante una ceremonia que se llevará adelante el 21 de octubre. […] La presidenta de DC Entertainment, Diane Nelson, asistirá junto a “invitados sorpresa”, posiblemente la actriz Lynda Carter, quien encarnó a la Mujer Maravilla en la exitosa serie televisiva en la década de 1970. El evento servirá para lanzar una campaña que se extenderá por un año sobre la igualdad de género y el empoderamiento femenino, uno de los nuevos objetivos globales de la ONU para los próximos 15 años. Disponível em: <http://entremujeres.clarin.com>. Acesso em: 28 out. 2016. [Fragmento] A notícia veiculada pelo jornal Clarín informa que o(a) A. heroína da DC será nomeada embaixadora honorária da ONU para o empoderamento feminino. B. atriz Lynda Carter confirmou sua presença no evento da campanha que se estenderá por 15 anos. C. personagem Mulher Maravilha ganhará uma série que tratará do empoderamento de mulheres e meninas. D. Mulher Maravilha e a personagem Batman estarão presentes na campanha desenvolvida pela ONU. E. evento de lançamento da campanha será realizado simultaneamente à estreia do filme em junho de 2017. Alternativa A Resolução: No primeiro parágrafo, o texto informa que a Mulher Maravilha será nomeada embaixadora honorária da ONU para o empoderamento feminino. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque a informação fornecida pelo texto é de que a atriz Lynda Carter poderia ser um dos convidados surpresa do evento da ONU. A alternativa C está incorreta porque a personagem não ganhará uma série, e sim teve uma série de sucesso na década de 1970. A alternativa D está incorreta porque há apenas uma previsão de que a intérprete da personagem compareça ao lançamento da campanha da ONU. Além disso, não se menciona a personagem Batman no texto. A alternativa E está incorreta, pois não se aborda o lançamento de um filme. QUESTÃO 03 Maestro del compostaje, una opción de empleo verde para personas sin trabajo La necesaria mejora en la gestión de los residuos para el cumplimiento de las Directivas europeas dará lugar a nuevos empleos verdes, como el de maestro del compostaje, una profesión que se enseña a desempleados para ayudarles a encontrar trabajo y, a la vez, abordar un problema ambiental. JIZI T4ØT LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO El programa Maestría en Compostaje está coordinado por la organización ecologista Amigos de la Tierra y su objetivo es incidir en el tratamiento apropiado de la basura y su posterior utilización con el fin de caminar hacia el “residuo cero”, al tiempo que se promueven soluciones contra el desempleo y la precariedad laboral. Marian Lorenzo es responsable del área de Recursos y Residuos de Amigos de la Tierra en Madrid y coordinadora del curso de Maestría en Compostaje que se impartirá por segunda vez en esta Comunidad entre los próximos días 7 y 22 de septiembre, con la asistencia de una decena de desempleados de la región. Disponível em: <www.efe.com>. Acesso em: 6 out. 2020. [Fragmento] A notícia divulga uma formação em mestre de compostagem, uma profissão relevante no contexto atual. A expressão a la vez, utilizada no primeiro parágrafo do texto, indica que o(a) A. programa reduzirá o lixo a zero quando houver a erradicação do desemprego em Madri. B. problema do descarte do lixo será amenizado caso haja a contratação de pessoas desempregadas. C. melhora na gestão dos resíduos criará postos de trabalho, embora não haja muitos desempregados em Madri. D. organização Amigos de la Tierra contratará, após a finalização das aulas, as pessoas que fizerem o curso. E. formação ajudará pessoas desempregadas ao mesmo tempo que contribuirá para a resolução de um problema ambiental. Alternativa E Resolução: O texto em análise utiliza a expressão a la vez, que significa “ao mesmo tempo”, para expressar que, ao mesmo tempo que se ensinará uma nova profissão a pessoas desempregadas (mestre de compostagem), ajudando-as, se contribuirá para soluções referentes a um problema ambiental. Isso pode ser comprovado pelo seguinte trecho: “ […] una profesión que se enseña a desempleados para ayudarles a encontrar trabajo y, a la vez, abordar un problema ambiental”. Portanto, a alternativa correta é a E. A alternativa A está incorreta porque não haverá a redução do lixo a zero, apesar de ser um ideal da organização Amigos de la Tierra. Além disso, não se garante, no texto, a erradicação do desemprego, mas afirma-se que será ensinada uma profissão a fim de ajudar os desempregados. A alternativa B está incorreta porque não se afirma no texto que haverá a contratação de pessoas desempregadas ou que o problema dos resíduos se resolverá com a contratação dessas pessoas. A alternativa C está incorreta porque, ainda que a melhora na gestão de resíduos ajude a criar postos de trabalho, o texto não informa a quantidade de desempregados em Madri. A alternativa D está incorreta porque não se informa no texto que os alunos do curso de mestre de compostagem serão contratados pela organização Amigos de la Tierra. QUESTÃO 04 ENEKO. Disponível em: <http://chorizosibericos.blogspot.com.br/>. Acesso em: 25 out. 2018. A charge do autor venezuelano Eneko tem por objetivo A. argumentar que a realidade beneficia trabalhadores e patrões no ato da negociação. B. propor que a utopia esconde a verdadeira realidade dos trabalhadores nas negociações. C. alegar que a utopia se distancia dos interesses dos trabalhadores em uma negociação. D. criticar o fato de que a realidade das negociações é desvantajosa para os trabalhadores. E. salientar que a utopia serve como argumento a favor dos patrões durante as negociações. Alternativa D Resolução: A charge coloca em discussão a atitude do patrão (reconhecido pelo paletó e gravata) diante do trabalhador (que utiliza capacete).Além disso, aquele tem um tamanho maior que este e lhe coloca a mão com grossos dedos sobre o ombro, o que permite inferir uma relação desigual de poder. Considerando isso, a alternativa A está incorreta, pois, embora se utilize a palavra “negociar”, não há uma real proposta de negociação entre ambos, já que o patrão propõe que o trabalhador se submeta a ele (e às suas propostas) quando lhe pede que negocie de joelhos no chão. Também não se pode afirmar que se está insinuando que a utopia esconde a verdadeira realidade dos trabalhadores, como na alternativa B, pois ela corresponde às aspirações de transformação de sua realidade, a qual se supõe que lhe seja desvantajosa. A alternativa C também está incorreta, pois é do interesse dos trabalhadores que em alguma medida a utopia se realize em uma negociação com seus patrões. 6K2G EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Por fim, a utopia não serve como argumento a favor dos patrões, como propõe a alternativa E, senão estes não proporiam que os trabalhadores a deixassem de lado, mas que a levassem em consideração ao negociar. Portanto, está correta a alternativa D, já que, de fato, o que se denota é que os desejos dos trabalhadores são irrealizáveis do ponto de vista dos patrões, que lhes chamam de “utopias” (um plano ideal imaginário, mas pouco ou nada passível de se efetivar). QUESTÃO 05 Disponível em: <http://elheraldodesaltillo.mx>. Acesso em: 01 set. 2017. O governo do estado de Coahuila, no México, lançou a campanha ¡Platícame! como incentivo ao cuidado da saúde mental e prevenção do suicídio. O uso de verbos no imperativo na campanha cumpre a função de A. sugerir ao leitor que ele precisa de tratamento. B. ordenar que o leitor ligue para o número indicado. C. instruir o leitor sobre o tratamento de doenças mentais. D. compelir o leitor a se sentir obrigado a buscar ajuda. E. estimular o leitor a agir e buscar ajuda especializada. Alternativa E Resolução: O uso de verbos no imperativo na campanha tem por objetivo estimular o leitor a agir e a buscar ajuda especializada, tornando correta a alternativa E. As demais alternativas são incorretas, pois o imperativo pode ser usado para dar ordens, sugestões, instruções, etc. porém, na campanha, sua função é fazer uma chamada à ação para que o leitor cuide de sua saúde mental. UØOR LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Poeta do hediondo Sofro aceleradíssimas pancadas No coração. Ataca-me a existência A mortificadora coalescência Das desgraças humanas congregadas! Em alucinatórias cavalgadas, Eu sinto, então, sondando-me a consciência A ultrainquisitorial clarividência De todas as neuronas acordadas! Quanto me dói no cérebro esta sonda! Ah! Certamente eu sou a mais hedionda Generalização do Desconforto... Eu sou aquele que ficou sozinho Cantando sobre os ossos do caminho A poesia de tudo quanto é morto! ANJOS, A. Eu e outras poesias. Porto Alegre: L&PM Editores, 2012. Augusto dos Anjos se consagrou como poeta sombrio e pessimista na literatura brasileira. Importante elemento da sua produção poética, a metalinguagem se expressa no poema anterior por meio de um eu lírico que se revela como A. vítima da ingrata tarefa de romantizar liricamente a existência humana. B. porta-voz solitário das tristezas humanas, da negatividade e do luto. C. ser atormentado pela lucidez e brilhantismo das palavras amorosas. D. sujeito elevado fadado a compilar os sofrimentos da raça humana. E. indivíduo ávido por conservar uma poética vinculada ao prazer. Alternativa B Resolução: No poema de Augusto dos Anjos, o eu lírico, na última estrofe, evidencia a metalinguagem ao se referir a si mesmo como um porta-voz solitário que canta a poesia dos mortos, ou seja, aquele que guarda a dor, o luto e a tristeza humana. Está correta, assim, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois o eu lírico não romantiza liricamente a existência humana, mas a lamenta, expondo dor e sofrimento em seus versos. A alternativa C está incorreta, pois não há qualquer referência a palavras amorosas, mas, antes, uma menção a dor e sofrimento, relacionados às desgraças humanas. A alternativa D está incorreta, pois o eu lírico não se posiciona como um sujeito elevado, mas sim como uma “generalização do desconforto”, demonstrando-se amargurado e melancólico. A alternativa E está incorreta, pois o texto não menciona o prazer, mas, ao contrário, o sofrimento, a dor, a solidão e o luto. JTV9 QUESTÃO 07 Maior torre de energia solar do mundo é construída em deserto de Israel Na paisagem das areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre de 250 metros de altura – o equivalente a um prédio de 50 andares – se destaca. Trata-se da torre da usina solar de Ashalim, parte do esforço das autoridades israelenses para produzir, até 2020, 10% de sua energia através de fontes renováveis; hoje, este percentual é de 2,5%. A mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada, a torre de Ashalim é circundada por 50 600 espelhos controlados por computador (heliostatos), distribuídos por uma área de 3 km2. Esses espelhos acompanharão a movimentação do Sol de modo a refletir luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre, durante o maior tempo possível ao longo do dia. A radiação solar infravermelha capturada pelos espelhos e refletida sobre a caldeira criará um processo térmico de vapor que moverá enormes turbinas, gerando energia elétrica “limpa”. Quando pronta, no primeiro trimestre de 2018, a usina de Ashalim produzirá 121 megawatts de energia solar, suficientes para iluminar 125 mil casas, evitando a emissão anual de 110 mil toneladas de dióxido de carbono. “A eletricidade será gerada a partir do vapor da mesma forma que geraria uma usina de gás ou de carvão, mas a energia não vem de combustíveis fósseis e sim do Sol. É uma obra de porte para quem quer investir em energia limpa”, diz o engenheiro uruguaio Jacinto Durán-Sanchez, diretor- -geral da usina solar. KRESCH, D. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 13 set. 2017. [Fragmento] No texto, uma característica do gênero notícia é a A. informatividade sobre um fato real e atual da energia solar. B. autoridade da opinião do diretor-geral da usina israelense. C. persuasão para que governos invistam em energia limpa. D. comprovação do fato informado com dados estatísticos. E. expressão da opinião da autora a respeito da torre. Alternativa A Resolução: A questão solicita que se aponte a característica presente no texto que permite identificá-lo como pertencente ao gênero jornalístico notícia. Considerando que as principais características desse gênero são seu cunho informativo e impessoal, em linguagem clara, formal e objetiva, que verse sobre fatos reais do cotidiano, identifica-se como correta a alternativa A, pois o texto se caracteriza pela informatividade sobre um fato real e atual da energia solar. A autoridade da opinião do diretor-geral da usina solar, sugerida em B, não consiste em característica que define esse gênero, sendo apenas um tipo de argumento dentro do texto que valide as informações fornecidas, da mesma forma que a comprovação do fato informado com dados estatísticos, sugerida em D. Não há elementos no texto que permitam inferir qualquer forma de persuasão para que outros governos invistam em energia limpa, como proposto em C, pois a intenção da notícia é informar, e não convencer. Por fim, o gênero notícia não admite a expressão da opinião dos autores sobre o tema abordado, o que invalida a alternativa E. JU4Z EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 08 Andar rápido, torcer para o sinal abrir logo para atravessar, correr do ponto de ônibus até em casa. Atitudes comuns a muitas mulheres que têm medo de andar sozinhas levaramà criação do movimento “Vamos juntas?”, uma espécie de convite à união de desconhecidas contra a insegurança das grandes cidades. Entre as mais de 90 mil pessoas que curtiram a página do Facebook em duas semanas, são muitos os relatos de moradores do Rio de Janeiro buscando e oferecendo companhia para momentos que consideram perigosos. A ideia surgiu no Rio Grande do Sul, quando Babi Souza, de 24 anos, percebeu como era reconfortante encontrar outra pessoa do mesmo sexo em situações de risco. Além de aumentar a segurança, a estratégia também acaba criando amizades. O próximo passo do “Vamos Juntas?” é a criação de uma plataforma para unir mulheres que estejam próximas e desejem companhia. SOUZA, E. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 22 ago. 2018. [Fragmento] A reportagem anterior apresenta um movimento social cujo objetivo é A. auxiliar mulheres em situações de insegurança. B. oferecer treinamento de autodefesa para mulheres. C. orientar as mulheres sobre o que fazer em situações de risco. D. criar uma plataforma digital de debates de assuntos femininos. E. funcionar como uma rede de relacionamento para novas amizades. Alternativa A Resolução: O movimento “Vamos juntas?”, como descrito no texto, surgiu da sensação de insegurança que muitas mulheres sentem ao andar sozinhas na rua. A proposta do movimento é que as mulheres se unam e auxiliem umas às outras para enfrentar, juntas, esses momentos, criando uma rede de solidariedade. Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois o movimento não oferece treinamento de autodefesa para mulheres, mas consiste apenas numa rede de solidariedade. A alternativa C está incorreta, pois não é objetivo do movimento orientar as mulheres sobre o que fazer em situações de risco, mas sim ajudar umas às outras nesses momentos – o que, claro, pode ocorrer por meio de dicas sobre comportamento em determinadas situações, mas não exclusivamente. A alternativa D está incorreta, pois embora o movimento tenha como objetivo criar uma plataforma digital, seu intuito não é debater assuntos femininos de modo geral, mas sim auxiliar mulheres que estejam próximas e precisam de companhia a se encontrarem. A alternativa E está incorreta, pois não é objetivo do movimento ser uma rede de relacionamento para novas amizades; estas podem ser, sim, consequências das situações de ajuda mútua em que as mulheres se encontram. Q1DO QUESTÃO 09 MUCHA, A. M. Biscoitos Lefèvre Utile. 1896. Litografia. 62 × 43,5 cm. A obra de Alphonse Maria Mucha, produzida durante a Belle Èpoque, tem como objetivo A. valorizar a estética sobre a função da publicidade. B. incentivar o consumo dos biscoitos pela população. C. seduzir os consumidores por meio da arte pela arte. D. prosperar o fabricante de biscoitos por meio da propaganda. E. desenvolver a identidade visual acerca da função do produto. Alternativa A Resolução: A obra de Alphonse Maria Mucha retrata uma mulher cujos movimentos do tecido das roupas, dos cabelos e do material com que é feito o chapéu se aproximam de arabescos e do formato de raízes, caules, folhas – ou seja, movimentos próprios de elementos da natureza. Essa mesma moça, com um prato de biscoitos em uma das mãos, está à frente de um letreiro, o qual se pode inferir a palavra “útil”, do francês. Assim, associando elementos visuais e verbais, a peça assemelha-se a uma publicidade. No entanto, por ser uma produção da Belle Époque, infere-se que a arte está em todos os lugares, sendo valorizada em toda e qualquer oportunidade, a fim de que não fosse o foco apenas a funcionalidade prática, mecânica de tudo o que era produzido na época. Logo, está correta a alternativa A. Se considerada apenas a função social do cartaz, o objetivo da obra seria realmente apenas vender os biscoitos – no entanto, não se pode concluir, a partir de todo o trabalho artístico da obra, que seja esse seu papel –, o que invalida a alternativa B. A arte em si não apresentava função na Belle Époque, era exatamente produzida tendo como motivo único a existência não funcional. 7BOQ LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Dessa maneira, não seria seu objetivo seduzir para qualquer consumo, mas apenas existir – o que torna incorreta a alternativa C. A propaganda – e sua função comercial – não era o objetivo puro e simples da obra de Mucha, que a produziu exatamente com o intuito de que ela não fosse uma criação com função econômica, o que torna a alternativa D incorreta. O produto – biscoitos – “funciona” como elemento nutricional, no entanto, na peça retratada, não se verifica uma identidade visual acerca dessa função, uma vez que o retrato está mais associado a linhas naturais que a substâncias nutricionais. Logo, a alternativa E está incorreta. QUESTÃO 10 A Cavalgada A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... mas além, confuso e brando, O som longínquo vem se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando, E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada... E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... E o silêncio outra vez soturno desce, E límpida, sem mácula, alvacenta A lua a estrada solitária banha... CORREIA, R. Poesias. 4. ed. Rio de Janeiro: Annuario do Brasil, 1922. No poema de Raimundo Correia, o refinamento da escrita parnasiana pode ser verificado na produção de imagens que remetem ao A. místico, indicado pelo tom fúnebre e profético que o ambiente escuro propicia aos viajantes. B. disforme, perceptível na evocação da matéria fantasmagórica que se move por um vale de trevas. C. profano, relacionado à observação da felicidade alheia ocasionada pelos prazeres mundanos da caça. D. mistério, presente na relação distante dos homens com os elementos da natureza impossíveis de identificar. E. belo, difundido em versos em que o sujeito poético demonstra fascínio pelo cenário iluminado pela Lua. Alternativa E Resolução: O Parnasianismo foi uma estética literária que nasceu como reação ao Romantismo, buscando se opor ao sentimentalismo exacerbado desta escola, eliminando quase que totalmente a subjetividade e presando pelo rigor da forma poética, pela construção de versos limpos, bem elaborados, descritivos, com poucas figuras de linguagem e basicamente nenhuma emotividade. É o que se pode notar no poema “A Cavalgada”, de Raimundo Correia, em que a cena descrita pelo sujeito poético remete à beleza e revela, por meio do emprego de poucos adjetivos – soturno, límpida, sem mácula, alvacenta –, o fascínio pelo cenário observado, ainda que sem transmitir emotividade ou sentimentalismo em relação ao que se relata. Está correta, assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque o místico não é uma característica do Parnasianismo. 9BW8 Ao contrário, essa escola prezava pelo objetivo, pelo real, e a sua sucessora, o Simbolismo, irá justamente priorizar os aspectos místicos em oposição ao rigor dos parnasianos. A alternativa B também está incorreta porque, como mencionado, os parnasianos prezavam pelo rigor, pela descrição objetiva, não evocando matéria fantasmagórica, mas sim uma paisagem real, observada pelo sujeito poético sem emotividade. A alternativa C está incorreta porque não é uma característica do Parnasianismo falar sobre o profano, não se podendo interpretar que o sujeito poético de “A Cavalgada” classifique os prazeres da caça como mundanos, haja vista que apenas descreve a cena dos fidalgos voltando da caçada de forma objetiva, sinalizando que eles chegam alegres, cantando e rindo, não fazendo qualquer juízo de valor sobre essa situação. A alternativa D está incorreta porque não se nota, no poema, qualquer aspecto de mistério no que tange à relação dos homens coma natureza, mas, como dito, apenas a descrição objetiva da cavalgada e a exposição de um fascínio do sujeito poético sobre a noite enluarada. QUESTÃO 11 Querido pessoal de humanas: a ideia de vocês é ótima. Mas vocês não entendem nada de economia. Se a gente abolir a escravidão, o país vai quebrar. É claro que a escravidão não é o ideal. O ideal era que todo mundo ganhasse alguma coisa pelo trabalho que faz. Nem que fosse um trocadinho. Mas nem tudo é perfeito. Não existe almoço grátis. Ninguém estudou a fundo o impacto econômico desse negócio de abolição. Quando você põe a abolição na ponta do lápis, a conta não fecha. De onde é que vai sair o dinheiro pra pagar o escravo? Do bolso do abolicionista é que não é. A resposta você já tem: vai sair do bolso do empresário. Se o negócio hoje já tá difícil pro jovem empreendedor, imagina se ele tiver que pagar pelo trabalho dos escravos que ele comprou com o suor do próprio rosto! O sujeito vai quebrar. E quem é que se ferra? Só o empresário? Negativo. Quem se ferra é todo mundo. Inclusive o escravo, que agora, além de escravo, vai ser desempregado. Quer dizer, no caso dele, acho que dá mais ou menos no mesmo. Fora o escravo, que pra ele tanto faz, todo mundo se ferra, porque o investidor vai correr pra um país em que ele não precise pagar pela mão de obra. E o que é que acontece? O país quebra. Fundamentos de economia, pessoal. Não sou eu quem tá falando. É Adam Smith. DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2017. [Fragmento] Por meio de uma voz ficcional que dialoga com um hipotético público-alvo e faz sucessivos questionamentos, o autor objetiva criticar A. o discurso escravocrata, que parecia defensável quando vigorava no cenário brasileiro. B. as garantias trabalhistas, que são fonte de insegurança econômica aos empresários. C. os profissionais da área de humanas, que encarnariam uma visão utópica da realidade. D. a retórica economicista, que privilegia a dimensão econômica em vez de questões sociais. E. as teorias econômicas de Adam Smith, que são aplicadas há anos no cenário brasileiro. WAM5 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: Em sua crônica, por meio da ironia, no sentido de dizer o contrário do que de fato se deseja dizer, Gregório Duvivier critica a retórica economicista, isto é, a importância dada por alguns à economia em detrimento de questões sociais. Para cumprir esse objetivo, Duvivier cria uma voz que defende a escravatura com base na ideia de que, se não existirem escravos, “o país quebra”, o que, atualmente, é visto como uma opinião absurda e, até mesmo, desumana. Essa estratégia corrobora a crítica feita pelo autor de que a questão econômica não pode se sobrepor à social e, principalmente, à humana. Está correta, portanto, a alternativa D. A alternativa A está incorreta porque, apesar de o uso da ironia pelo autor indicar que ele critica o discurso escravocrata, seu objetivo principal não é esse, sendo esta apenas uma estratégia para a crítica à visão economicista. A alternativa B está incorreta porque o autor não critica as garantias trabalhistas; ao contrário, infere-se, da sua argumentação, que esse seria um aspecto defendido pelo autor nas relações de trabalho, uma vez que ele demonstra dar importância às questões sociais. A alternativa C também está incorreta, uma vez que Duvivier não critica os profissionais das ciências humanas, mas, ao contrário, indica dar razão a eles quando se posicionam contra a retórica economicista. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o autor não critica as teorias econômicas de Adam Smith, mas sim aqueles indivíduos que se valem dessa teoria para defender posicionamentos que não consideram questões sociais, valorizando apenas os aspectos econômicos das relações de trabalho. QUESTÃO 12 Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo ANDRADE, O. Pau Brasil. 2. ed. São Paulo: Globo, 2003. (Coleção Obras Completas de Oswald de Andrade). YX7T A identidade nacional foi tema recorrente nas produções artísticas da Primeira Fase do Modernismo. No poema de Oswald de Andrade, esse aspecto está presente na A. valorização dos ideais nacionais, que se pautam na beleza da natureza. B. alusão a um cenário utópico, que remete às crenças dos navegadores. C. crítica social, que se constrói a partir da sátira ao idealismo romântico. D. referência religiosa, que retoma os valores tradicionais de Portugal. E. linguagem rebuscada, que se aproxima do rigor literário clássico. Alternativa C Resolução: O poema “Canto de regresso à pátria” é uma paródia da famosa “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. Enquanto no poema romântico o eu lírico valorizava o nacionalismo por meio da referência às belezas e riquezas do Brasil, o poema modernista retoma a questão da identidade brasileira, contudo, fazendo uma crítica ao cenário. Isso pode ser constatado, por exemplo, pelo emprego do termo “palmares” – em vez do original “palmeiras” – para aludir ao Zumbi dos Palmares e à história da escravidão no Brasil. Está correta, assim, a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois o poema de Oswald de Andrade quebra com os ideais românticos de nacionalismo, retomando a questão da pátria com uma visão mais crítica. A alternativa B está incorreta, pois o poema não remete a um local utópico, mas sim à cidade de São Paulo, de onde o eu lírico vem. A alternativa D está incorreta, pois a menção a Deus no verso “Não permita Deus que eu morra” não pode ser tida como uma retomada de valores tradicionais portugueses. Essa é apenas a expressão do desejo do eu lírico que não deseja morrer sem antes retornar para sua terra (São Paulo). A alternativa E está incorreta, pois a linguagem do Modernismo buscou romper com o rigor literário clássico (especialmente, parnasiano), empregando termos simples e, muitas vezes, até coloquiais. Uma mudança nesse sentido pode ser observada na primeira estrofe, em que o poema troca o original “aves” pelo simples “passarinhos”. QUESTÃO 13 Ombudsman é um profissional contratado por um órgão, instituição ou empresa que tem a função de receber críticas, sugestões, reclamações e deve agir em defesa imparcial da comunidade. A palavra passou às línguas modernas pelo sueco (“ombudsman” significa “representante”). De fato, em 1809, surgiram, na Suécia, normas legais que criaram o cargo de agente parlamentar de justiça para limitar os poderes do rei. Atualmente, o termo é usado tanto no âmbito privado quanto no âmbito público para designar um elo imparcial entre uma instituição e sua comunidade de usuários. Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/usuario/id/27/>. Acesso em: 2 mai. 2014 (Adaptação). ØC12 LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Depreende-se do texto anterior que a representatividade do profissional que desempenha a função de ombudsman, atualmente, está relacionada ao(à) A. aumento da produtividade nas atividades públicas e privadas. B. fortalecimento da ligação entre os governantes e a sociedade. C. função exercida por certos cargos políticos em prol do bem comum. D. manutenção da qualidade tanto do setor público quanto do privado. E. representação delimitadora do poder delegado aos governantes. Alternativa D Resolução: Segundo o texto, o ombudsman é hoje contratado por empresas públicas e privadas para receber críticas, sugestões, reclamações, para defender, de modoimparcial, a comunidade. Portanto, está correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois o fator de produtividade de uma empresa ou instituição não é mencionado pelo texto. A alternativa B está incorreta, pois a descrição do cargo no fragmento não aborda se ocorreu mudanças na relação entre os governantes e a sociedade. A alternativa C está incorreta, pois não há menção de que seja um cargo político, apenas aponta que pode atuar no âmbito privado e público. A alternativa E está incorreta, pois apenas são mencionadas as atribuições do ombudsman, não as dos governantes, não ficando evidente a delimitação ou amplitude do poder governamental. QUESTÃO 14 Cracolândia é símbolo fascinante e repugnante da possibilidade de fuga Os craqueiros, expulsos da cracolândia original, levaram seu fluxo para a Praça Princesa Isabel. A reportagem de Roberto de Oliveira, na Folha de 29 de maio, nos diz como se sentem os moradores das ruas da nova cracolândia: “Não saio mais com bolsa”; “Costumava ir ao cinema à noite, mas vou agora [15h]”; “Eles abordam os moradores a todo momento.” Entrar no fluxo do crack não significa ser livre, claro. Mas podemos observar o seguinte: os craqueiros da cracolândia são um assunto tão importante, na cidade, porque eles são o símbolo, fascinante e repugnante, da possibilidade de fugir de todas as obrigações que constrangem a nossa vida – e isso logo em troca de um prazer muito efêmero. Nosso horror diante da andança dos craqueiros talvez seja o efeito de uma questão que eles nos colocam: o que é ser livre? Para introduzir uma aula de Filosofia sobre liberdade, eu levaria meus alunos à Praça Princesa Isabel. CALLIGARIS, C. Disponível em: <http://contardocalligaris.com.br>. Acesso em: 10 jun. 2017. [Fragmento] 56T4 A compreensão da conclusão do texto exige que o leitor pressuponha que a A. realidade vista sem preconceitos é um mecanismo adequado para lidar com a complexidade da noção de liberdade. B. Filosofia é, segundo o autor, tão apta a tratar o problema dos usuários de drogas quanto as intervenções médicas. C. tese defendida é a de que a liberdade de escolhas é uma regra social que deve se submeter ao direito à vida. D. percepção acerca da miséria do outro desperta consciência sobre os prejuízos causados pelo uso de drogas. E. introdução ao pensamento deve partir da realidade para que não se perca em reflexões fúteis e abstratas. Alternativa A Resolução: O articulista Contardo Calligaris comenta o fato de usuários de crack, após serem expulsos de uma das cracolândias de São Paulo, terem se mudado para a Praça Princesa Isabel. Ele levanta, ainda, o questionamento sobre o que é ser livre: entregar-se ao prazer efêmero das drogas ou lidar com “todas as obrigações que constrangem nossa vida”. Sua conclusão, por fim, é a de que é necessário analisar sem julgamentos esses usuários de crack para buscar a compreensão de o que é ser livre. Assim, está correta a alternativa A. QUESTÃO 15 Clamando Bárbaros vãos, dementes e terríveis Bonzos tremendos de ferrenho aspeto, Ah! deste ser todo o clarão secreto Jamais pôde inflamar-vos, Impassíveis! Tantas guerras bizarras e incoercíveis No tempo e tanto, tanto imenso afeto, São para vós menos que um verme e inseto Na corrente vital pouco sensíveis. No entanto nessas guerras mais bizarras De sol, clarins e rútilas fanfarras, Nessas radiantes e profundas guerras... As minhas carnes se dilaceraram E vão, das ilusões que flamejaram, Com o próprio sangue fecundando as terras... CRUZ E SOUSA, J. Broqueis. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 23 ago. 2018. O Simbolismo foi um movimento que abarcou a Literatura, o Teatro e as Artes Plásticas. As características desse movimento são reveladas, no texto de Cruz e Sousa, pela 8Q38 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. estruturação poética que rejeita figuras de linguagem. B. narração de um eu lírico que reflete objetivamente sobre a vida. C. recuperação de temas românticos que se associam ao nacionalismo. D. evocação de um sentimento fúnebre que expõe tristeza e insatisfação. E. enumeração de imagens que projetam um futuro macabro para a humanidade. Alternativa D Resolução: O Simbolismo foi um movimento artístico fortemente marcado pelo pessimismo e pela temática da morte, da tristeza, do tom fúnebre, do mistério e da dor. Essas características podem ser constatadas no poema de Cruz e Sousa, um dos principais expoentes do movimento, por meio da evocação de um negativismo que traz à tona o funesto, a dor, como nos versos “As minhas carnes se dilaceraram / E vão, das ilusões que flamejaram / Com o próprio sangue fecundando as terras...” Está correta, assim, a alternativa D. A alternativa A improcede, pois não é característica do Simbolismo uma estruturação que rejeita figuras de linguagem, mas, ao contrário, os simbolistas criticam o rigor dos parnasianos e abusam das figuras de linguagem de modo a produzir uma arte que consiga transmitir sua mensagem por meio de representações simbólicas. A alternativa B está incorreta, pois o eu lírico simbolista é altamente subjetivo, retomando, nesse sentido, o Romantismo. A alternativa C está incorreta, pois o Simbolismo, embora se aproxime do Romantismo pela retomada do sentimentalismo e do subjetivismo, não trata de temas nacionalistas típicos do período romântico. A alternativa E está incorreta, pois embora a projeção de imagens, no poema, seja completamente negativa, esta se limita ao presente, não se propondo a desenhar ou antever o que ou como será o futuro da humanidade. QUESTÃO 16 Filme conta a história do menino africano que descobriu o vento e ajuda a refletir sobre nossas atitudes A resenha do livro de William Kamkwamba, que na verdade contou sua história para o jornalista Bryan Mealer escrever, foi publicada no Razão Social do dia 6 de setembro de 2011. Então com 24 anos, o rapaz do moinho de vento estava, na época, cursando Engenharia Ambiental no Colégio Dartmouth, em Hanover, Estados Unidos, um dos mais respeitados do país. Ele já tinha feito palestras na conferência global TED, aprendeu inglês, tornou-se conhecido em todo o mundo, e eu temia que sua velha aldeia, junto à família, passassem a ser apenas uma foto pendurada na parede. Pois não é que a história de Kamkwamba virou filme? Foi produzido pela Netflix, que o exibe desde o dia 1º de março. Chama-se O menino que descobriu o vento e foi dirigido por Chiwetel Ejiofor. O ator que representa Kamkwamba é muito bom, assim como todo o elenco. Assisti neste fim de semana e recomendo, embora para os corações mais sensíveis eu recomende pular a cena em que o menino encontra o cachorro morto de fome. Mas a narrativa se assemelha bastante à história real de Kamkwamba. 48K9 A história de Kamkwamba é inspiradora sob diversos pontos de vista. GONZALES, A. Disponível em: <http://www.globo.com>. Acesso em: 21 jun. 2019. [Fragmento] A resenha crítica apresenta um breve resumo sobre o filme O menino que descobriu o vento e recomenda-o ao leitor. No entanto, a autora faz uma concessão, marcada linguisticamente por uma A. coordenação que usa a conjunção “mas”. B. subordinação que utiliza a conjunção “embora”. C. adição sequencial que se serve da conjunção “e”. D. referenciação que conta com o pronome relativo “que”. E. comparação que emprega a locução conjuntiva “assim como”. Alternativa B Resolução: A concessão feita pela autora da resenha é uma cena na qual o cachorro morre de fome. Para marcar sintaticamente essa exceção de cenas, dentre todas as outras – recomendadas – do filme, é feito uso da conjunção “embora”, que estabelece uma relação de subordinação entre a recomendação do filme e a informação sobre o triste fato narrado. Assim, está incorreta a alternativa B. A conjunção “mas” estabelece uma relação opositiva – o filme é recomendado,porém apresenta uma cena não recomendada. No entanto, seu uso é adversativo, não concessivo. Além disso, a ocorrência do “mas”, no texto, poderia ser também da conjunção “e”, uma vez que adiciona outra nova informação ao fragmento. Desse modo, está incorreta a alternativa A. “E” é uma conjunção aditiva, mas não é seu uso que expõe uma concessão à indicação da autora, o que torna a alternativa C incorreta. O pronome relativo “que” estabelece uma relação entre a Netflix e a informação de que esse stream exibe o filme desde março de 2018. Desse modo, está incorreta a alternativa D. Ao estabelecer a comparação pelo uso de “assim como”, a autora pretende generalizar a informação de que o elenco é muito bom – portanto, não faz uma concessão, o que invalida a alternativa E. QUESTÃO 17 Relatos de que a música faz bem para a saúde são muito antigos, desde o período antes de Cristo. Em 1944, porém, durante a Segunda Guerra Mundial, experiências musicais feitas com ex-combatentes demonstraram que a utilização da música e seus elementos ajudaram a diminuir a dor, o estresse e a ansiedade nos veteranos de guerra. Esses resultados deram origem à profissionalização da musicoterapia. Estudos recentes têm demonstrado que a musicoterapia pode ajudar no enfrentamento do câncer. Um deles, realizado em 2011 pela Universidade de Drexel (Estados Unidos), com atualizações divulgadas em agosto de 2016, mostrou que esse tipo de terapia parece contribuir para o alívio da dor, da ansiedade e da fadiga. Ainda segundo esse estudo, a musicoterapia pode contribuir para a diminuição do número de medicamentos tomados pelos pacientes oncológicos, assim como o tempo de internação. Disponível em: <https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/>. Acesso em: 25 nov. 2018. PZDY LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Os argumentos presentes no texto contribuem para a defesa da ideia de que a musicoterapia pode A. eliminar a necessidade de internação por atuar em domicílio. B. induzir os pacientes ao relaxamento e à aceitação do tratamento. C. substituir a medicação química oferecida a pacientes oncológicos. D. atuar eficazmente no tratamento de doenças físicas e psicológicas. E. profissionalizar os veteranos de guerra em nova área de conhecimento. Alternativa D Resolução: A questão propõe que o aluno identifique, por meio da argumentação apresentada no texto, a tese defendida por seu autor. O texto apresenta uma experiência realizada com ex-combatentes durante a Segunda Guerra Mundial e também estudos recentes realizados por uma universidade, cujos resultados positivos corroboram com a ideia de que a musicoterapia pode atuar de maneira eficaz no tratamento de doenças físicas, como o câncer, e psicológicas, como a ansiedade. Dessa forma, a alternativa correta é a D. A alternativa A propõe que a musicoterapia pode eliminar a necessidade de internação por atuar em domicílio, o que está incorreto, pois a informação apresentada no texto é de que pode reduzir o tempo de internação dos pacientes. A alternativa B está incorreta porque sugere que a tese seja a capacidade da musicoterapia de induzir os pacientes ao relaxamento e à aceitação do tratamento, o que não pode ser inferido da argumentação apresentada no texto. A alternativa C propõe que a tese do texto coloca a musicoterapia como capaz de substituir a medicação química oferecida a pacientes oncológicos, o que está incorreto, pois a informação fornecida no texto é de que essa terapia ajuda na diminuição do número de medicamentos tomados por tais pacientes. A alternativa E sugere que a tese apresenta a musicoterapia como útil na profissionalização dos veteranos de guerra em nova área de conhecimento, o que está incorreto, pois o texto afirma que a área foi profissionalizada ao ter os ex-combatentes como pacientes, e não como terapeutas. QUESTÃO 18 WATTERSON, B. Disponível em: <http://atividadeslinguaportuguesa.blogspot.com.br/2010/10/sintaxe-do-periodo-simples.html>. Acesso em: 07 mar. 2015. Na tira de Calvin e Haroldo, a expressão “sobre morte” relaciona-se ao substantivo “negócio”, por isso é, estruturalmente, um termo ligado ao nome. O mesmo valor sintático de “sobre morte” é encontrado no termo em destaque: A. “Eu não entendo esse negócio [...].”. B. “[...] qual a razão de viver?”. C. “[...] tem frutos do mar.”. D. “Eu não sei por que [...].”. E. “[...] eu converso com você [...].”. Alternativa B Resolução: Na estrutura “esse negócio sobre morte”, objeto direito do verbo “entendo”, o núcleo “negócio”, substantivo abstrato, exige um complemento para seu sentido, da mesma forma que o verbo “negociar” também o exige – um objeto direto. Isso acontece porque tanto “negócio” quanto “negociar” não têm sentido completo. Portanto, “sobre morte” é complemento nominal de “negócio”. Assim, entre as alternativas, a única que expõe sublinhado também um complemento nominal é a B, já que “razão”, bem como o verbo “racionalizar” não apresentam sentido completo, exigindo um complemento. O termo que completa “razão”, portanto, é “de viver”, complemento nominal. 3RSG EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 19 A nossa crença na realidade da vida e na realidade do mundo não são, com efeito, a mesma coisa. A segunda provém basicamente da permanência e da durabilidade do mundo, bem superiores às da vida mortal. Se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade, como a perdeu para os antigos cristãos, na medida em que estes estavam convencidos de que as suas expectativas escatológicas seriam imediatamente realizadas. A confiança na realidade da vida, pelo contrário, depende quase exclusivamente da intensidade com que a vida é experimentada, do impacto com que ela se faz sentir. ARENDT, H. Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br>. Acesso em: 07 ago. 2018. [Fragmento] A filósofa alemã Hannah Arendt reflete sobre as realidades da vida e do mundo em seu texto. A articulação de suas ideias tem o objetivo de A. criticar a visão utópica da realidade de um mundo perfeito ou superior. B. desassociar questionamentos sobre crenças coletivas, como as dos cristãos. C. negar antigos conceitos individuais e coletivos acerca do que é a vida e a morte. D. compreender a vida como uma experiência profunda que leva à crença de sua realidade. E. valorizar manifestações coletivas como formas de sustentar a realidade da vida e do mundo. Alternativa D Resolução: No texto, Hannah Arendt reflete sobre a realidade do mundo e a realidade da vida, ponderando que a segunda está relacionada à forma como se vive a vida, à sua intensidade. Logo, a vida, de acordo com a filósofa alemã, é uma experiência profunda, e sua realidade está condicionada à forma como se passa por essa experiência. É correta, assim, a alternativa D. A alternativa A improcede, pois a autora não discorre sobre um mundo perfeito e utópico, mas, ao contrário, cita a crença escatológica (do fim do mundo) dos antigos cristãos. A alternativa B é incorreta, pois o objetivo da autora não é desassociar questionamentos sobre crenças coletivas, mas refletir sobre o modo como essas crenças impactam na vida, compreendida como uma experiência profunda. A alternativa C é incorreta, pois a autora não nega antigos conceitos, mas apenas os menciona para ilustrar a visão de mundo dos antigos cristãos. A alternativa E é incorreta, pois a autora não valoriza manifestações coletivas, mas reflete que a compreensão da vida depende da forma como ela é experenciada por cada um individualmente. QUESTÃO 20 Mas a essência do feminismo é universal e ao mesmo tempo muito específica. Muitos desses livros [clássicos literários] falam de experiências com as quais não consigo me identificar. Meu feminismo nasceu porque ainda criança lembro que me disseram que não podia participar de certos rituaismuito próprios da minha cultura por ser mulher. Lembro de pensar que aquilo não tinha sentido. Cresci cercada de mulheres corajosas e notei que nós sempre estamos atuando. Vi mulheres muito fortes que, na presença de homens, mudam. Sempre fui consciente disso e, obviamente, há uma parte de mim interessada nas histórias de mulheres. Disponível em: <https://brasil.elpais.com>. Acesso em: 04 out. 2018. [Fragmento adaptado] A escritora nigeriana Chimamanda Adichie revela alguns aspectos significativos de sua vida pessoal, associando-os às suas posições políticas. No trecho, a escritora destaca A. a importância de uma literatura universal para as mulheres afrodescendentes. B. o número elevado de homens machistas, mas corajosos atualmente. C. a dificuldade de atuação dos homens em contextos feministas. D. a ausência de guias literários explicativos sobre o feminismo. E. a restrição persistente a atividades para o gênero feminino. Alternativa E Resolução: A escritora Chimamanda Adichie, famosa por seu posicionamento feminista e suas obras voltadas para esse conteúdo, destaca, no trecho em questão, as restrições impostas às mulheres para o desenvolvimento de determinadas atividades. Exemplo disso pode ser confirmado no fragmento “Meu feminismo nasceu porque ainda criança lembro que me disseram que não podia participar de certos rituais muito próprios da minha cultura por ser mulher”. A alternativa que aponta corretamente esse entendimento é a E. A alternativa A não procede, pois a autora não fala sobre a importância de uma literatura universal, mas, justamente ao contrário, evidencia como alguns clássicos literários tratam de questões com as quais ela – e consequentemente muitas mulheres – não se identifica. Tampouco discorre sobre uma literatura voltada especificamente para afrodescendentes, não se encontrando essa informação em sua fala. A alternativa B está incorreta, pois a autora não fala sobre o número de homens machistas, tampouco os classifica como corajosos, mas foca sua fala no papel das mulheres, principalmente das mulheres fortes, com as quais teve contato e que despertaram seu interesse para suas histórias. A alternativa C está incorreta, pois a autora não discorre sobre a dificuldade de atuação dos homens em contextos feministas, não fazendo referência a homens em sua fala. A alternativa D está incorreta, pois a autora não questiona a ausência de guias literários sobre o feminismo, mas discute a literatura universal que retrata mulheres de uma maneira com a qual ela não se identifica. BCR9 P3Q6 LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 21 Dona Margarida, sem hesitação, contou o que havia [Cassi havia atacado Clara e ela engravidara]. A mãe de Cassi, depois de ouvi-la, pensou um pouco e disse com ar um tanto irônico: – Que é que a senhora quer que eu faça? Até ali, Clara não dissera palavra. Ao ouvir a pergunta de Dona Salustiana, não se pôde conter e respondeu como fora de si: – Que se case comigo. Dona Salustiana ficou lívida: – Que é que você diz, sua negra? Ora, vejam vocês, só! É possível? É possível admitir-se meu filho casado com esta... Casado com gente dessa laia... Qual!... Que diria meu avô, Lord Jones, que foi cônsul da Inglaterra em Santa Catarina – que diria ele, se visse tal vergonha? Qual! BARRETO, L. Clara dos Anjos. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 10 jun. 2019. [Fragmento] As obras pré-modernistas de Lima Barreto apontam para os problemas sociais vivenciados pelo Brasil no início do século XX, entre os quais, observa-se, no trecho de Clara dos Anjos, uma A. valorização de títulos políticos. B. denúncia ao preconceito racial. C. ambição pelo poderio financeiro. D. ânsia pelo casamento obrigatório. E. alusão à maior importância do masculino. Alternativa B Resolução: Após ter sido molestada e engravidada por Cassi, Clara procura a família dele para exigir uma reparação. Contudo, é recebida com desdém e indiferença pela mãe do sujeito, que a maltrata simplesmente por ser negra. Fica evidente, assim, a denúncia do preconceito racial na sociedade da época, que é muito bem demonstrado no trecho “Que é que você diz, sua negra? Ora, vejam vocês, só! É possível? É possível admitir-se meu filho casado com esta... Casado com gente dessa laia...”. Logo, está correta a alternativa B. Tanto Clara quanto Cassi e Dona Salustiana não apresentam descrições com títulos políticos – apenas é mencionado que o avô de Dona Salustiana foi um Lord, título não político, conferido a alguns indivíduos ingleses. Logo, não há qualquer relação entre a época, no Brasil, o texto e a valorização de títulos políticos, o que torna a alternativa A incorreta. Clara não evidencia ambição por um poder financeiro. Além disso, o objetivo da conversa é pedir que Cassi se case com Clara, pois a engravidou, não havendo interesse financeiro no diálogo, mas, muito mais, uma reparação moral. Assim, está incorreta a alternativa C. Pelo contexto da obra, sabe-se que Clara foi molestada por Cassi, que a engravidou. Dito isso, a moça não está à procura de um casamento compulsório, mas de uma reparação de sua dignidade, para poder ter seu filho sem ser marginalizada pela sociedade da época. Além disso, esse elemento – casamento compulsório – não pode ser considerado uma característica do período Pré-Modernista. Portanto, está incorreta a alternativa D. A grande importância dada aos homens, na sociedade da época, fica menos marcada, uma vez que as duas mulheres estão a negociar um possível casamento com o intuito de que haja uma restituição moral a uma delas. Dessa maneira, está incorreta a alternativa E. QUESTÃO 22 Animal não é brinquedo. Sente fome, frio e medo. Por isso, não pode ser descartado e deixado à própria sorte nas ruas. Quando você leva um animal para sua casa, a responsabilidade pela vida – e qualidade de vida – dele é sua. Disponível em: <http://centervet1.blogspot.com>. Acesso em: 04 out. 2018. [Fragmento] O elemento de coesão que traduz a coerência entre o slogan da campanha e o parágrafo seguinte apresenta a ideia de A. causa. B. conclusão. C. explicação. D. conformidade. E. consequência. Alternativa B Resolução: O elemento “Por isso” estabelece a coesão entre o slogan da campanha publicitária e o parágrafo seguinte, conferindo a ideia de conclusão, ou seja, explicando, conclusivamente, o porquê de os animais não poderem ser descartados como brinquedos. A alternativa que aponta esse entendimento é a B. As alternativas A, C, D e E não procedem, pois a ideia traduzida pelo elemento coesivo não é de causa, explicação, conformidade ou consequência. 3397 N53O EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 23 DAHMER, A. Disponível em: <http://www.malvados.com.br>. Acesso em: 28 mar. 2018. Há uma crítica à sociedade contemporânea na tirinha anterior, a qual se constrói a partir da contradição expressa no(a) A. temor demonstrado pelo empresário à viabilidade do projeto. B. aversão apresentada por um dos personagens à causa ambientalista. C. incompatibilidade entre objetivos ambientalistas e interesses empresariais. D. consentimento do autor do plano com os embargos apresentados à proposta. E. associação da palavra “holocausto” aos problemas ambientais contemporâneos. Alternativa C Resolução: Na tirinha, nota-se uma crítica à sociedade contemporânea e seus hábitos destrutivos por meio do diálogo entre duas personagens, em que fica clara a incompatibilidade das ideias apresentadas. Nesse sentido, observa-se que a primeira personagem diz ter um plano para salvar os jovens da destruição do meio ambiente. No entanto, ela afirma que esse plano é lucrativo, dando a entender que atende aos ideais capitalistas. A alternativa que aponta esse entendimento é a C. A alternativa A improcede, pois o empresário não demonstra temor quanto à viabilidade do projeto, mas apenas questionase ele é lucrativo, revelando que seu maior interesse é financeiro, e não ambientalista. A alternativa B é incorreta, pois as personagens não demonstram aversão a causas ambientalistas, mas se mostram interessadas nelas, desde que atendam a seus objetivos capitalistas. A alternativa D é incorreta, pois não foram apresentados embargos à proposta, mas apenas foi questionado se ela é lucrativa. A alternativa E é incorreta, pois não há contradição no uso da palavra “holocausto” na contemporaneidade, haja vista que esse termo tem, no contexto, o sentido de destruição, extermínio. QUESTÃO 24 O vinho de Hebe Quando do Olimpo nos festins surgia Hebe risonha, os deuses majestosos os copos estendiam-lhe, ruidosos, E ela, passando, os copos lhes enchia... A Mocidade, assim, na rubra orgia Da vida, alegre e pródiga de gozos, Passa por nós, e nós também, sequiosos, Nossa taça estendemos-lhe, vazia... E o vinho do prazer em nossa taça Verte-nos ela, verte-nos e passa... Passa, e não torna atrás o seu caminho. Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios, Restam apenas tímidos ressábios, Como recordações daquele vinho. CORREIA, R. In: Melhores poemas de Raimundo Correia. Rio de Janeiro: Global Editora, 2001. U7B6 LS1O LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO As referências à mitologia greco-latina são utilizadas pelo poeta para contrapor a abundância de prazeres do passado à escassez do presente, de modo a abordar o tema da A. combinação de sonho e realidade na visualização das figuras mitológicas. B. constância do sofrimento que caracteriza a experiência no mundo material. C. passagem do tempo que produz a inevitável mudança de estado do eu lírico. D. alternância entre o subjetivismo na percepção passada e o racionalismo atual. E. transcendência experimentada no passado por meio do contato com a divindade. Alternativa C Resolução: Considerando que o tema abordado pelo poeta, por meio da contraposição entre a abundância de prazeres do passado e a escassez do presente, refere-se a um tempo feliz que “Passa, e não torna atrás o seu caminho”, percebe-se que o tema é a passagem do tempo, que produz a inevitável mudança de estado do eu lírico da abundância para a escassez. Está correta, portanto, a alternativa C. A alternativa A propõe que o tema seja a combinação de sonho e realidade na visualização das figuras mitológicas, o que está incorreto, pois a utilização da mitologia ocorre de maneira metafórica, simbolizando na taça cheia a abundância. A alternativa B sugere que o tema seja constância do sofrimento que caracteriza a experiência no mundo material, o que está incorreto, pois o passado é descrito como alegre, o que revela uma alternância de estados, e não uma constância do estado negativo. A alternativa D sugere que o tema seja a alternância entre o subjetivismo na percepção passada e o racionalismo atual, o que não pode ser inferido, pois a abordagem de ambos os tempos ocorre de forma objetiva. Por fim, a alternativa E sugere erroneamente que o tema seja a transcendência experimentada no passado por meio do contato com a divindade, pois a presença da divindade mitológica é apenas uma metáfora para representar a abundância na figura da taça cheia. QUESTÃO 25 Depois continuava dizendo, como se realmente estivesse apaixonado: – Oh, princesa Dulcineia, senhora deste cativo coração! Muito me ultrajastes ao despedir-me e reprovar-me com a rigorosa obstinação de mandar-me não aparecer diante de vossa formosura. Comprazei-vos, senhora, recordar deste vosso subjugado coração, que tantas penas padece por vosso amor. Com esse ia alinhavando outros disparates, todos na maneira que seus livros haviam lhe ensinado, imitando sua linguagem o quanto podia. Por isso caminhava devagar – e o Sol subia tão rápido e tão ardente que poderia derreter os miolos dele, se tivesse alguns. CERVANTES, M. Dom Quixote. São Paulo: Centauro, 2012. YDNH Os elementos da prosa narrativa podem se combinar infinitamente, criando nuances que guiam o leitor pelo caminho almejado pelo autor. No trecho de Dom Quixote, o narrador realça o(a) A. ponto de vista sobre a personagem ao descrevê-la como tola e disparatada. B. despropósito no grau de formalidade do tratamento entre cavaleiros e princesas. C. determinação da personagem, que persegue o ideal romântico de forma imprudente. D. importância do amor entre a personagem e Dulcineia, ponto-chave no desenrolar da fábula. E. admiração pela desenvoltura na eloquência da personagem e pelo uso da linguagem literária. Alternativa A Resolução: A linguagem adotada pelo narrador de Dom Quixote evidencia sua opinião sobre a personagem. Em “como se realmente estivesse apaixonado” o narrador transparece a incredulidade acerca das motivações emocionais da empreitada de Dom Quixote. Em outras passagens, ao referir-se aos pensamentos da personagem como “disparates”, dizer que estava “imitando a linguagem” e que não tem miolos, fica claro que, para o narrador, ele é um tolo. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois a obra é uma sátira aos romances de cavalaria, nos quais a figura da princesa e do cavaleiro eram primordiais. A alternativa C está incorreta, pois a determinação de Dom Quixote fica clara em seu discurso apaixonado, no entanto, o narrador não compra tal motivação. A alternativa D está incorreta, pois a paixão por Dulcineia é desmotivada e descreditada pelo narrador. Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois o narrador mostra que Dom Quixote imita a linguagem literária sem consciência daquilo que diz. QUESTÃO 26 Elevação Por sobre os pantanais, os vales orvalhados, As montanhas, os bosques, as nuvens, os mares, Para além do ígneo sol e do éter que há nos ares, Para além dos confins dos tetos estrelados, Flutuas, meu espírito, ágil peregrino, E, como um nadador que nas águas afunda, Sulcas alegremente a imensidão profunda Com um lascivo e fluido gozo masculino. Vai mais, vai mais além do lodo repelente, Vai te purificar onde o ar se faz mais fino, E bebe, qual licor translúcido e divino, O puro fogo que enche o espaço transparente. 796T EM 2ª SÉRIE – VOL. 4 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Depois do tédio e dos desgostos e das penas Que gravam com seu peso a vida dolorosa, Feliz daquele a quem uma asa vigorosa Pode lançar às várzeas claras e serenas; Aquele que, ao pensar, qual pássaro veloz, De manhã rumo aos céus liberto se distende, Que paira sobre a vida e sem esforço entende A linguagem da flor e das coisas sem voz! BAUDELAIRE, C. As flores do mal. Tradução de Ivan Junqueira. São Paulo: Nova Fronteira, 2012. Charles Baudelaire se insere no prenúncio do movimento simbolista na França, figurando como um dos principais poetas desse período. “Elevação” representa os ideais simbolistas pelo(a) A. tom que evoca o aspecto místico. B. paisagem que representa a natureza. C. conservadorismo que rege a crítica social. D. linguagem denotativa que descreve a realidade. E. execução dos princípios que remetem ao Iluminismo. Alternativa A Resolução: Os traços simbolistas do autor francês Charles Baudelaire são permeados com temática romântica. Ao se valer de descrições não objetivas, representando a realidade pela óptica do inconsciente, o Simbolismo intensifica o misticismo, já presente na poesia romântica, e se opõe à rigidez parnasiana. O tom evocativo da poesia demonstra, ainda, a busca pela compreensão do mundo no espaço das abstrações “Que paira sobre a vida e sem esforço entende / A linguagem da flor e das coisas sem voz!” e, por sua linguagem sugestiva, reforça a mística do poema. A alternativa correta é, então, a A. A alternativa B está incorreta, pois a representação da natureza é característica marcante da poesia árcade, com seu tom escapista. A alternativa C está incorreta, pois o texto de Baudelaire, bem como o Simbolismo,
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