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1 1 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP SP 1 QUESTIONAMENTOS: 1- Como estrutura melhor a anamnese? 2- Como abordar dispneia na HDA? (destrinchar) 3- Como abordar a linfonodomegalia? (anamnese, exame físico, conduta) 4- Como realizar uma boa HDA? 5- Como diferenciar edema de enfisema subcutâneo? 6- Quando realizar cada exame físico de acordo com a queixa do paciente? (resposta pessoal) 7- Quais as orientações necessárias para pacientes fumantes e como calcular carga tabágica? 8- Como iniciar e organizar o exame físico? 9- Como abordar semiologicamente a tosse? 10- Qual a sintomatologia do diabetes mellitus descompensado? 11- Como desenvolver um melhor raciocínio clínico? 12- Como administrar melhor o tempo de consulta e ser eficiente? 1- COMO ESTRUTURA MELHOR A ANAMNESE? A anamnese é classicamente desdobrada nas seguintes partes: identificação, queixa principal, história de doença atual (HDA), interrogatório sintomatológico (IS), antecedentes pessoais e familiares, hábitos e estilo de vida, condições socioeconômicas e culturais. Identificação: Perfil sociodemográfico que possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos do paciente Queixa principal: É o motivo da consulta. Sintomas ou problemas que motivaram o paciente a procurar atendimento médico História de doença atual: Registro cronológico e detalhado do problema atual de saúde do paciente Interrogatório sintomatológico: Avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema corporal. Complementar a HDA e avaliar práticas de promoção à saúde Antecedentes pessoais e familiares: Avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde doença Hábitos de vida: Documentar hábitos e estilo de vida do paciente, incluindo ingesta alimentar diária e usual, prática de exercícios, história ocupacional, uso de tabaco, consumo de bebidas alcoólicas e utilização de outras substâncias e drogas ilícitas Condições socioeconômicas e culturais: Avaliar as condições de habitação do paciente, além de vínculos afetivos familiares, condições financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa e crenças espirituais, bem como a escolaridade. FONTE: PORTO 2- COMO ABORDAR DISPNEIA NA HDA? (DESTRINCHAR) Pergunte ao paciente “Você sente dificuldade para respirar?” Verifique se o sintoma ocorre em repouso ou aos esforços físicos, e qual é o nível de esforço necessário para seu aparecimento. Dadas as variações na idade, no peso corporal e na aptidão física, não há uma escala absoluta para a quantificação da dispneia. Portanto, é preciso determinar sua intensidade com base nas atividades diárias do paciente. Quantos degraus ou lances de escada o paciente consegue subir antes de parar para tomar fôlego? E como se sente durante atividades como carregar sacolas de compras de supermercado, passar o aspirador de pó ou fazer a cama? A dispneia modificou o estilo de vida e as atividades diárias do paciente? De que forma? Faça um levantamento cuidadoso da cronologia e das circunstâncias em que aparece a dispneia, dos sintomas associados e dos fatores que a pioram ou a melhoram. FONTE: BATES 3- COMO ABORDAR A LINFONODOMEGALIA? (ANAMNESE, EXAME FÍSICO, CONDUTA) ANAMNESE A história deve ser minuciosa, tentando delimitar a extensão do problema e identificar sinais de alerta, porém dando ênfase aos seguintes aspectos: • Tempo de evolução: aumento linfonodal devido à infecção viral ou bacteriana torna-se menos provável após um período de observação de algumas semanas, ao passo que doenças neoplásicas ou inflamação 2 2 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP granulomatosa (tuberculose, infecção fúngica, sarcoidose) tornam-se mais prováveis com o passar do tempo. • Idade: pessoas com idade avançada (40+) apresentam acometimento linfonodal devido à neoplasia muito mais frequentemente do que pessoas jovens. • Sintomas constitucionais: febre, perda de peso, fadiga ou sudorese noturna podem sugerir doenças como tuberculose, linfoma, doenças autoimunes, neoplasia e alguns processos infecciosos. • Sintomas locais: história de lesão ou trauma na área de drenagem da(s) cadeia(s) acometida(s), mesmo que pequenos, como os que ocorrem em atividades corriqueiras, como cortar unhas, picadas de insetos; dor de garganta, dor de ouvido ou secreção nos olhos; tosse ou dor torácica; dor abdominal ou outros sintomas digestivos; etc. • Medicamentos: alguns medicamentos (p. ex., fenitoína) tipicamente podem causar linfonodomegalia, que pode ser isolada ou associada a sintomas de doença do soro, como rash, febre e hepatoesplenomegalia. Outros fármacos que podem causar linfonodomegalia são alopurinol, carbamazepina, primidona, atenolol, penicilinas, cefalosporinas, quinidina, captopril, hidralazina, pirimetamina e sulfonamidas. EXAME FÍSICO Mais uma vez, o exame físico deve ser completo, em especial nos casos em que a linfonodomegalia for o sintoma único, ou seja, acompanhado apenas de outros gerais, sem pistas de localização que possam ajudar a dirigir o exame físico. Deve ser dada ênfase aos seguintes aspectos: • Características do linfonodo: primeiramente, verificar se se trata mesmo de um linfonodo, pois existem outras estruturas que podem ser confundidas com linfonodomegalia, como uma glândula parótida aumentada, lipomas, cistos branquiais, abscessos e tumores. O tamanho do linfonodo também é importante, pois quanto maior o linfonodo, maior a chance de se tratar de um processo neoplásico. Em um estudo que analisou a biópsia de 213 pessoas com linfonodomegalia não explicada, nenhuma pessoa com linfonodos menores do que 1 cm tinha câncer, ao passo que 8% daquelas com linfonodos entre 1 e 2,25 cm apresentavam câncer, e 38% daquelas com linfonodos maiores do que 2,25 cm apresentavam câncer.3 Da mesma forma, linfonodos endurecidos e aderidos são sugestivos de processo neoplásico, ao passo que linfonodos fibroelásticos e dolorosos são mais comumente devidos a processos infecciosos e inflamatórios. • Diferenciar linfonodomegalia localizada de generalizada: é útil para o estabelecimento do diagnóstico diferencial, sendo necessário palpar cuidadosamente todas as cadeias linfonodais para melhor definição. Considera-se linfonodomegalia generalizada quando esta acomete duas ou mais cadeias linfonodais não contíguas simultaneamente. A linfonodomegalia generalizada ocorre devido a processos sistêmicos e sempre deve ser investigada. Por se tratar de um processo sistêmico, o exame físico nessas pessoas deve enfatizar o acometimento de outros órgãos, como a busca por hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, febre ou outros sinais sistêmicos que possam levar à hipótese diagnóstica. Já as linfonodomegalias localizadas costumam ocorrer devido a processos infecciosos focais, podendo frequentemente ser observadas por um breve período, caso não haja evidências de um processo neoplásico regional ou outra doença de gravidade. • Verificar, na linfonodomegalia localizada, se existem sinais que sugiram infecção ou tumor com drenagem para o linfonodo acometido: sinais de infecção de vias aéreas superiores, faringite, otalgia, infecções bucais e infecções de couro cabeludo prontamente identificam a causa de uma linfonodomegalia cervical com características benignas. Da mesma forma, infecções na perna, cortes na pele, micose interdigital ou doença sexualmente transmissível podem explicar uma linfonodomegalia inguinal de início recente. No entanto, nem sempre as linfonodomegalias localizadas são benignas. Há um grande número de tumores que podem levar a comprometimento linfonodal por meio da drenagem linfática da região acometida. linfonodomegalia supraclavicular esquerda,por exemplo, frequentemente sinaliza neoplasia de trato gastrintestinal. Da mesma forma, linfonodomegalia cervical em pessoa com fatores de risco para neoplasia de cabeça e pescoço (idade avançada, etilismo e tabagismo) deve levar à suspeita da doença e a um exame minucioso da cavidade oral, possivelmente seguido de um exame subsidiário, como uma nasofibroscopia, caso o exame de cavidade oral não seja diagnóstico. Alguns linfomas e doenças mieloproliferativas também podem se iniciar de forma localizada. EXAMES COMPLEMENTARES Exames de imagens Da mesma forma que os exames laboratoriais, os exames de imagem devem ser solicitados de maneira individualizada. Uma ultrassonografia, por exemplo, pode confirmar que um nódulo palpável é realmente um linfonodo, além de descrever suas características – por exemplo, necrose central, que pode sugerir tuberculose. Pode, também, ser útil na avaliação de hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia abdominal, que também podem ser vistas por um exame tomográfico. Outro exame frequentemente utilizado é a radiografia de tórax, 3 3 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP que ajuda na investigação de linfonodomegalia hilar em casos de linfonodomegalia generalizada. Biópsia de linfonodo A biópsia de linfonodo é o método diagnóstico de escolha para linfonodomegalia localizada ou generalizada inexplicadas, excetuando-se a linfonodomegalia cervical localizada com suspeita de tumor de cabeça e pescoço, em que o primeiro exame é a punção-biópsia por agulha fina, pois a exérese do gânglio, nesse caso, pode mudar o estadiamento do tumor e piorar o prognóstico. O maior dos linfonodos deve ser escolhido e retirado inteiro para análise (biópsia excisional). Se nenhum linfonodo predominar, a ordem decrescente de preferência para a escolha do linfonodo deve ser supraclavicular, cervical, axilar e inguinal, tanto pela maior probabilidade de malignidade dos primeiros, quanto pela maior incidência de complicações infecciosas e traumáticas nas biópsias de linfonodomegalia axilar e inguinal. Um método diagnóstico que é útil em centros com experiência no procedimento é a biópsia com agulha grossa (core biopsy), guiada por exame de imagem, tomografia ou ultrassonografia. Uma vez decidido pela biópsia, deve ser feito contato com o patologista e informada a hipótese diagnóstica, de forma a se obterem todos os dados possíveis da amostra. De maneira geral, quando se suspeita de processo infeccioso, deve ser feita cultura e pesquisa para bactérias, fungos e micobactérias, além do exame histológico habitual. Já quando a suspeita é de processo neoplásico, deve ser acrescentada à histologia habitual a imuno-histoquímica, para tentar determinar o sítio primário do tumor. CONDUTA O tratamento da linfonodomegalia baseia-se no tratamento da causa de base. Causas Tratamento Quadro gripal Tratamento sintomático e observação ativa (dar possibilidade de retorno caso o quadro não melhore em 1 semana ou piore) Infecções de pele e subcutâneo Em casos leves e localizados: cefalexina, 500 mg, VO, de 6/6 h, ou cefadroxila, 500 mg a 1 g, de 12/12 h, por 7- 10 dias Faringite estreptocócica Amoxicilina, 500 mg, VO, de 8/8 h, por 7 dias, ou penicilina benzatina, 1.200.000 UI, IM Conjuntivite viral Tratamento sintomático: colírios lubrificantes e compressa com água fria Conjuntivite bacteriana Colírio de antibióticos: tobramicina ou ciprofloxacino, 1 gota, de 4/4 h, por 7 dias, associado a tratamento sintomático (ver item anterior) Doença da arranhadura do gato Azitromicina por 5 dias, 500 mg, 1x/dia no primeiro dia, seguido de 250 mg 1x/dia nos 4 dias subsequentes Mononucleose, rubéola e citomegalovírus Tratamento sintomático Dengue Em casos leves, tratamento sintomático com analgésicos e aumento da ingestão hídrica. Em casos de dengue hemorrágica, hidratação parenteral vigorosa e internação hospitalar Paracoccidioidomicose Itraconazol, 100 mg/dia, em dose única, por 6-12 meses Tuberculose Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol Toxoplasmose Pessoas imunocompetentes com doença leve devem receber apenas tratamento sintomático. 4 4 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP Imunodeprimidos e pessoas com manifestações mais graves devem receber sulfadiazina, 1-1,5 g, de 6/6 h, pirimetamina, 25-100 mg/dia, e ácido folínico, 10-25 mg/dia Cancro mole Azitromicina, 1 g, VO, em dose única Linfogranuloma venéreo Doxiciclina, 100 mg, VO, de 12/12 h, por 21 dias Herpes genital Casos leves: aciclovir tópico. Casos moderados em imunocompetentes: aciclovir, 200 mg, VO, 5x/dia, ou valaciclovir, 500 mg, VO, de 8/8 h Sífilis Sífilis primária ou secundária: penicilina benzatina, 2.400.000 UI, IM, em 2 doses, com intervalo de uma semana. Na sífilis terciária, devem ser aplicadas 3-4 doses, com intervalo de uma semana FONTE: MEDICINA AMBULATORIAL: CONDUTAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS 4- COMO REALIZAR UMA BOA HDA? A História da doença atual é uma descrição completa, clara e cronológica dos problemas que motivaram a visita do paciente, incluindo o início do problema, o cenário em que se desenvolveu, suas manifestações e os tratamentos até a presente data. Cada sintoma principal deve ser bem caracterizado e deve incluir os sete atributos de um sintoma: (1) localização; (2) características; (3) quantidade ou intensidade; (4) cronologia, inclusive início, duração e frequência; (5) a situação em que ocorre; (6) os fatores que agravam ou aliviam o sintoma; e (7) as manifestações associadas. Também é importante questionar os dados “pertinentes positivos” e “pertinentes negativos” traçados a partir das seções Revisão de sistemas que são relevantes para a Queixa ou queixas principais. A existência ou não desses sintomas adicionais ajuda a determinar o diagnóstico diferencial, que inclui o mais provável e, às vezes, mais grave diagnóstico, mesmo se menos provável, que poderia explicar o estado do paciente. Os pacientes apresentam, com frequência, mais de uma queixa ou sintoma. Cada um deles merece um parágrafo, bem como uma descrição completa Os medicamentos devem ser anotados, incluindo nome, dose, via de administração e frequência de uso. Faça também uma lista de remédios caseiros, medicamentos de venda livre, vitaminas, suplementos minerais ou fitoterápicos, contraceptivos orais e remédios emprestados por outros membros da família ou amigos. Peça aos pacientes que tragam seus medicamentos para que você possa ver exatamente o que tomam. FONTE: BATES 5- COMO DIFERENCIAR EDEMA DE ENFISEMA SUBCUTÂNEO? (PG 950 GUYTON TEM EDEMA) EDEMA O edema refere-se à presença de excesso de líquido nos tecidos do corpo. A pele da região edemaciada torna-se lisa e brilhante quando o edema é recente; mas, se for de longa duração, ela adquire o aspecto de "casca de laranja'; consequência de seu espessamento, com retrações ENFISEMA SUBCUTÂNEO A presença de bolhas de ar debaixo da pele recebe a denominação de enfisema subcutâneo. A técnica para reconhecê-lo é a palpação, deslizando-se a mão sobre a região suspeita. A presença de bolhas de ar proporcionará ao examinador uma sensação de crepitação muito característica. O ar pode ser procedente do tórax, em decorrência de um pneumotórax, ou ter origem em processo local por ação de bactérias produtoras de gás; isso é o que ocorre nas gangrenas gasosas. FONTE: PORTO 5 5 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP 6- QUANDO REALIZAR CADA EXAME FÍSICO DE AC ORDO COM A QUEIXA DO PACIENTE? (RESPOSTA PESSOAL) 7- QUAIS AS ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA PACIENTES FUMANTES E COMO CALCULAR CARGA TABÁGICA? Useo quadro dos “5 As” ou o modelo de modificação ou Estágios para avaliar a disposição de abandonar o tabagismo. Uma vez que o usuário de tabaco seja identificado e alertado para deixar de fumar, é preciso avaliar a vontade do paciente de atingir o objetivo no momento atual. FONTE: BATES CALCULAR CARGA TABÁGICA Para calcular a carga tabágica, o número de cigarros fumados por dia foi dividido por 20 (o número de cigarros em um maço) e o resultado foi multiplicado pelo número de anos de uso de tabaco (anos-maço). Doenças pulmonares começam a surgir a partir de 20 anos- maço e são mais comuns em pessoas com 40 anos-maço ou mais. Obs.: O preço de um maço de cigarros no Brasil pode variar entre R$ 5,00 e R$ 8,50 para as marcas mais vendidas. Com isso, é possível perceber que o gasto anual pode ficar entre R$ 1.800,00 a R$ 3.060,00. Uma pessoa que fuma 20 cigarros por dia há 10 anos, pagando R$ 7,50 por maço, por exemplo, já gastou algo entorno de R$ 23.375,00 apenas com cigarro. FONTE: ARTIGO DO JORNAL BRASILEIRO DE PNEUMOLOGIA PORQUE O PACIENTE DEVE PARAR DE FUMAR Parar de fumar reduz significativamente o risco de doenças. Os fatos a seguir podem ser motivadores no aconselhamento de fumantes. →O abandono do tabagismo reduz o risco cardiovascular de infarto do miocárdio e morte por coronariopatia pela metade depois de apenas 1 ano →O risco de AVC é reduzido em 2 a 5 anos para o mesmo nível de um não fumante →O risco de câncer de pulmão é reduzido à metade depois de 10 anos Além de cânceres do sistema respiratório, o tabagismo contribui para cânceres da bexiga, colo do útero, cólon e reto, rim, orofaringe, laringe, esôfago, estômago, fígado e pâncreas, bem como leucemia mieloide aguda. O tabagismo está associado ao desenvolvimento de diabetes melito, catarata e artrite reumatoide. Os não tabagistas, quando expostos à fumaça, também correm maior risco de câncer de pulmão, otite, infecção das vias respiratórias e asma. Os fumantes apresentam maior probabilidade de desenvolver doença cardiovascular, enfisema e câncer de pulmão do que os não fumantes. BENEFÍCIOS IMEDIATOS Depois de 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; Depois de 2 horas já não há mais nicotina circulando no sangue; Depois de 8 horas, o nível de oxigênio no sangue normaliza; Depois de 12 a 24 horas, os pulmões passam a funcionar melhor; 6 6 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP Depois de 2 dias, o olfato e o paladar melhoram; Depois de 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação melhora; Depois de 1 ano, o risco de morte por infarto cai pela metade. COMO ORIENTAR O PACIENTE A PARAR DE FUMAR O ideal é marcar uma data para parar de fumar. Será o seu primeiro dia sem cigarro. Até ele chegar, vá reduzindo aos poucos a quantidade de cigarros fumados diariamente. Se você fuma um maço (20 cigarros) por dia, por exemplo, 20 dias antes da data comece a fumar 1 cigarro a menos a cada dia. Nesse processo, ajuda muito demorar o máximo possível para fumar o primeiro cigarro do dia, pois isso aumenta a chance de chegar ao fim do dia diminuindo sua quantidade habitual. FONTE: SITE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO DRIBLAR A ABSTINÊNCIA Água: Beba bastante água durante o dia, pois isso fará você se sentir melhor. Tenha uma garrafinha sempre com você e, sempre que pensar em acender um cigarro, tome um copo d’água; Alimentação: Tenha sempre com você pequenas porções de alimentos, de preferência não muito calóricos, como cenoura e pepino cortados em bastões. Fazer mais refeições menores ao longo do dia ajuda a combater a ansiedade; Chicletes: Gomas de mascar podem ser aliadas na hora em que bate a ansiedade. Prefira as sem açúcar; Atividade física: Pratique exercícios físicos, que ajudam a controlar o peso e liberam serotonina e endorfina, neurotransmissores que dão sensação de bem-estar e aplacam a ansiedade. Procure uma atividade que você goste e crie o hábito de praticá-la sempre; Companhia: Evite ficar no mesmo ambiente com pessoas que fumam, comunicando a elas que você está no processo de parar. Se alguém na sua casa fuma, vale a pena tentar incluir essa pessoa na luta contra o cigarro. Vocês podem se ajudar; Economia: Todos os dias, guarde o dinheiro que você gastaria com o cigarro e o conte ao final de cada semana para ver quanto economizou. Você pode guardar até investir o dinheiro em algum passeio de que goste ou em um presente para quem estiver lhe ajudando nessa jornada. A economia também pode servir de incentivo para não fumar de novo; Pontos positivos: Preste atenção nos ganhos que você vai adquirir ao parar. Quando você para de fumar, seu olfato e seu paladar melhoram, você respira melhor e sua pele fica mais bonita. E o melhor: você está ganhando tempo e qualidade de vida. 8- COMO INICIAR E ORGANIZAR O EXAME FÍSICO? O exame físico pode ser dividido em duas etapas: a primeira constitui o exame físico geral, somatoscopia ou ectoscopia, por meio do qual são obtidos dados gerais, independentemente dos vários sistemas orgânicos ou segmentos corporais, obtendo uma visão do paciente como um todo; na segunda etapa corresponde ao exame dos diferentes sistemas e aparelhos. Para o conforto do paciente e melhor sistematização do exame físico geral, primeiro devese examinálo sentado à beira do leito ou da mesa de exame, a menos que o paciente seja incapaz de permanecer nessa posição. Não existe um rígido sequenciamento para avaliar os componentes do exame físico geral. Em muitos pacientes são suas próprias condições clínicas que vão estabelecer a sequência a ser seguida. Mas, há vantagem de se estabelecer uma sequência básica, pois isso permite uma coleta de dados a mais completa possível, sempre fundamental para o raciocínio diagnóstico, planejamento terapêutico e avaliação prognóstica. A sequência proposta é a seguinte: ■ Estado geral ■ Nível de consciência ■ Fala e linguagem ■ Fácies ■ Biotipo ou tipo morfológico ■ Postura ou atitude na posição de pé ■ Atitude e decúbito preferido no leito ■ Medidas antropométricas (peso, altura, envergadura, índice de massa corporal, circunferências da cintura e abdominal, circunferência da panturrilha) ■ Desenvolvimento físico ■ Estado de nutrição ■ Estado de hidratação ■ Pele, mucosa, fâneros ■ Veias superficiais ■ Enfisema subcutâneo ■ Musculatura ■ Exame dos linfonodos ■ Temperatura corporal ■ Movimentos involuntários ■ Marcha FONTES: PORTO 7 7 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP 9- COMO ABORDAR SEMIOLOGICAMENTE A TOSSE? A tosse demanda avaliação completa. Sua duração é importante: a tosse é considerada aguda quando sua duração é inferior a 3 semanas; subaguda quando a duração varia entre 3 e 8 semanas; e crônica, quando a duração é superior a 8 semanas. Pergunte se a tosse é seca ou produtiva (com expectoração). Sinais/sintomas úteis do ponto de vista diagnóstico incluem febre e tosse produtiva na pneumonia; sibilos na asma; e dor torácica, dispneia e ortopneia nas síndromes coronárias agudas. FONTE: BATES Perguntar se a tosse é seca ou produtiva; tosse rouca; Seca ou com expectoração (expulsão), frequência, intensidade, relação com o decúbito (pessoa deitada), período em que predomina. Tipo de expectoração (o volume, a cor, o odor, a transparência e a consistência) Não se esquecer de que as mulheres e as crianças têm o costume de deglutir a expectoração. Mesmo que haja produção de catarro, não há expectoração. Origem do estímulo Vias respiratórias superiores; Traqueia, brônquios e pulmões; Pleuras; Esôfago; Coração; Mediastino; Ouvidos; Tensão nervosa; Medicamentos FONTE: PORTO 10- QUAL A SINTOMATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS DESCOMPENSADO? SINTOMASOs sintomas clássicos de diabetes são: poliúria (frequência elevada na necessidade de urinar), polidipsia (quando uma pessoa tem sede excessiva), polifagia (comer em excesso devido a fome excessiva ou apetite elevado) e perda involuntária de peso (os “4 Ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza, letargia (estado de cansaço), prurido cutâneo e vulvar, balanopostite (inflamação da glande) e infecções de repetição. Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. TESTES LABORATORIAIS • Glicemia de jejum: nível de Glicemia de jejum glicose sangüínea após um jejum de 8 a 12 horas; Menor que 99 mg/dL Normal Entre 100 e 125 mg/dL Pré-diabetes Maior que 126 mg/dL Diabetes • Teste oral de tolerância à glicose (TTG-75g): O -75g) paciente recebe uma carga de 75 g de glicose, em jejum, e a glicemia é medida antes e 120 minutos após a ingestão; • Glicemia casual: Glicemia casual: tomada sem Glicemia casual: padronização do tempo desde a última refeição. Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mg/dL (glicemia de jejum alterada), por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes, podem requerer avaliação por TTG-75g em 2h. Mesmo quando a glicemia de jejum for normal (< 110 mg/dL), pacientes com alto risco para diabetes ou doença cardiovascular podem merecer avaliação por TTG. FONTE: CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA SOBRE DIABETES MELLITUS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 11- COMO DESENVOLVER UM MELHOR RACIOCÍNIO CLÍNICO? O raciocínio clínico é baseado mais em probabilidades do que em certezas. E a probabilidade é o conceito segundo o qual o valor preditivo de um teste ou achado clínico depende não apenas de sua sensibilidade e especificidade, mas também da probabilidade prévia (ou seja, da prevalência da doença na população estudada). Pode ser conceituado também como “o conjunto dos processos de pensamento pelos quais os profissionais de saúde selecionam, interpretam, analisam e combinam informações com o objetivo de tomar decisões sobre um paciente em uma determinada situação clínica”. • O componente básico é a capacidade de coletar os dados que alimentarão o raciocínio. Vale dizer, a capacidade de fazer a anamnese e de executar o exame físico do paciente, 8 8 Lucas Ferraz Medicina – 2ºP para o que se exige certo número de informações e um conjunto de habilidades intelectuais e psicomotoras • O segundo componente que participa desse processo intelectual é a sistematização da coleta de dados. Esta sistematização propicia a possibilidade de fornecer à mente os elementos que irão se articular entre si e com conhecimentos previamente adquiridos • A organização mental dos dados obtidos é a terceira parte do processo, que culminará na elaboração do diagnóstico • A última etapa começa no momento em que se encontra uma conclusão capaz de sintetizar todo o processo iniciado no primeiro contato com o paciente. FONTE: PORTO 12- COMO ADMINISTRAR MELHOR O TEMPO DE CONSULTA E SER EFICIENTE? Pergunta-se frequentemente quanto tempo deve-se dedicar à anamnese. Não se pode, é óbvio, estabelecer limites rígidos. Os estudantes que estão fazendo sua iniciação clínica gastam horas para entrevistar um paciente, pois são obrigados a seguir roteiros longos, preestabelecidos; é necessário que seja assim, pois, nessa fase, precisam percorrer todo o caminho para conhecê-lo. Nas doenças agudas ou de início recente, em geral apresentando poucos sintomas, é perfeitamente possível conseguir uma história clínica de boa qualidade em 10 min, ao passo que nas doenças de longa duração, com sintomatologia variada, não se gastarão menos do que 30 a 60 min na anamnese. Em qualquer situação, aproveita-se, também, o momento em que está sendo executado o exame físico para novas indagações, muitas delas despertadas pela observação do paciente. A pressa é o defeito de técnica mais grosseiro que se pode cometer durante a obtenção da história; tão grosseiro como se se quisesse obter em 2 min uma reação bioquímica que exige 2 h para se completar. O espírito preconcebido é outro erro técnico a ser evitado continuamente, porque pode ser uma tendência natural do examinador. Muitas vezes essa preconcepção é inconsciente, originada de um especial interesse por determinada enfermidade. FONTE: PORTO
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