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Questionamentos Sobre Exame Físico Geral - SP 1

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1 
 
1 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
SP 1 
QUESTIONAMENTOS: 
1- Como estrutura melhor a anamnese? 
2- Como abordar dispneia na HDA? (destrinchar) 
3- Como abordar a linfonodomegalia? (anamnese, exame físico, 
conduta) 
4- Como realizar uma boa HDA? 
5- Como diferenciar edema de enfisema subcutâneo? 
6- Quando realizar cada exame físico de acordo com a queixa 
do paciente? (resposta pessoal) 
7- Quais as orientações necessárias para pacientes fumantes e 
como calcular carga tabágica? 
8- Como iniciar e organizar o exame físico? 
9- Como abordar semiologicamente a tosse? 
10- Qual a sintomatologia do diabetes mellitus 
descompensado? 
11- Como desenvolver um melhor raciocínio clínico? 
12- Como administrar melhor o tempo de consulta e ser 
eficiente? 
1- COMO ESTRUTURA MELHOR A ANAMNESE? 
A anamnese é classicamente desdobrada nas seguintes 
partes: identificação, queixa principal, história de doença 
atual (HDA), interrogatório sintomatológico (IS), 
antecedentes pessoais e familiares, hábitos e estilo de vida, 
condições socioeconômicas e culturais. 
Identificação: Perfil sociodemográfico que 
possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos 
do paciente 
Queixa principal: É o motivo da consulta. Sintomas 
ou problemas que motivaram o paciente a procurar 
atendimento médico 
História de doença atual: Registro cronológico e 
detalhado do problema atual de saúde do paciente 
Interrogatório sintomatológico: Avaliação 
detalhada dos sintomas de cada sistema corporal. 
Complementar a HDA e avaliar práticas de promoção à 
saúde 
Antecedentes pessoais e familiares: Avaliação do 
estado de saúde passado e presente do paciente, 
conhecendo os fatores pessoais e familiares que influenciam 
seu processo saúde doença 
Hábitos de vida: Documentar hábitos e estilo de 
vida do paciente, incluindo ingesta alimentar diária e usual, 
prática de exercícios, história ocupacional, uso de tabaco, 
consumo de bebidas alcoólicas e utilização de outras 
substâncias e drogas ilícitas 
Condições socioeconômicas e culturais: Avaliar as 
condições de habitação do paciente, além de vínculos 
afetivos familiares, condições financeiras, atividades de 
lazer, filiação religiosa e crenças espirituais, bem como a 
escolaridade. 
FONTE: PORTO 
2- COMO ABORDAR DISPNEIA NA HDA? (DESTRINCHAR) 
Pergunte ao paciente “Você sente dificuldade para 
respirar?” Verifique se o sintoma ocorre em repouso ou aos 
esforços físicos, e qual é o nível de esforço necessário para 
seu aparecimento. 
Dadas as variações na idade, no peso corporal e na aptidão 
física, não há uma escala absoluta para a quantificação da 
dispneia. Portanto, é preciso determinar sua intensidade 
com base nas atividades diárias do paciente. Quantos 
degraus ou lances de escada o paciente consegue subir antes 
de parar para tomar fôlego? E como se sente durante 
atividades como carregar sacolas de compras de 
supermercado, passar o aspirador de pó ou fazer a cama? A 
dispneia modificou o estilo de vida e as atividades diárias do 
paciente? De que forma? Faça um levantamento cuidadoso 
da cronologia e das circunstâncias em que aparece a 
dispneia, dos sintomas associados e dos fatores que a 
pioram ou a melhoram. 
FONTE: BATES 
3- COMO ABORDAR A LINFONODOMEGALIA? 
(ANAMNESE, EXAME FÍSICO, CONDUTA) 
ANAMNESE 
A história deve ser minuciosa, tentando delimitar 
a extensão do problema e identificar sinais de alerta, porém 
dando ênfase aos seguintes aspectos: 
• Tempo de evolução: aumento linfonodal 
devido à infecção viral ou bacteriana torna-se menos 
provável após um período de observação de algumas 
semanas, ao passo que doenças neoplásicas ou inflamação 
 
2 
 
2 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
granulomatosa (tuberculose, infecção fúngica, sarcoidose) 
tornam-se mais prováveis com o passar do tempo. 
• Idade: pessoas com idade avançada (40+) 
apresentam acometimento linfonodal devido à neoplasia 
muito mais frequentemente do que pessoas jovens. 
• Sintomas constitucionais: febre, perda de 
peso, fadiga ou sudorese noturna podem sugerir doenças 
como tuberculose, linfoma, doenças autoimunes, neoplasia 
e alguns processos infecciosos. 
• Sintomas locais: história de lesão ou trauma na 
área de drenagem da(s) cadeia(s) acometida(s), mesmo que 
pequenos, como os que ocorrem em atividades corriqueiras, 
como cortar unhas, picadas de insetos; dor de garganta, dor 
de ouvido ou secreção nos olhos; tosse ou dor torácica; dor 
abdominal ou outros sintomas digestivos; etc. 
• Medicamentos: alguns medicamentos (p. ex., 
fenitoína) tipicamente podem causar linfonodomegalia, que 
pode ser isolada ou associada a sintomas de doença do soro, 
como rash, febre e hepatoesplenomegalia. Outros fármacos 
que podem causar linfonodomegalia são alopurinol, 
carbamazepina, primidona, atenolol, penicilinas, 
cefalosporinas, quinidina, captopril, hidralazina, 
pirimetamina e sulfonamidas. 
EXAME FÍSICO 
Mais uma vez, o exame físico deve ser completo, 
em especial nos casos em que a linfonodomegalia for o 
sintoma único, ou seja, acompanhado apenas de outros 
gerais, sem pistas de localização que possam ajudar a dirigir 
o exame físico. Deve ser dada ênfase aos seguintes aspectos: 
 
• Características do linfonodo: primeiramente, 
verificar se se trata mesmo de um linfonodo, pois existem 
outras estruturas que podem ser confundidas com 
linfonodomegalia, como uma glândula parótida aumentada, 
lipomas, cistos branquiais, abscessos e tumores. O tamanho 
do linfonodo também é importante, pois quanto maior o 
linfonodo, maior a chance de se tratar de um processo 
neoplásico. Em um estudo que analisou a biópsia de 213 
pessoas com linfonodomegalia não explicada, nenhuma 
pessoa com linfonodos menores do que 1 cm tinha câncer, 
ao passo que 8% daquelas com linfonodos entre 1 e 2,25 cm 
apresentavam câncer, e 38% daquelas com linfonodos 
maiores do que 2,25 cm apresentavam câncer.3 Da mesma 
forma, linfonodos endurecidos e aderidos são sugestivos de 
processo neoplásico, ao passo que linfonodos fibroelásticos 
e dolorosos são mais comumente devidos a processos 
infecciosos e inflamatórios. 
• Diferenciar linfonodomegalia localizada de 
generalizada: é útil para o estabelecimento do diagnóstico 
diferencial, sendo necessário palpar cuidadosamente todas 
as cadeias linfonodais para melhor definição. Considera-se 
linfonodomegalia generalizada quando esta acomete duas 
ou mais cadeias linfonodais não contíguas simultaneamente. 
A linfonodomegalia generalizada ocorre devido a processos 
sistêmicos e sempre deve ser investigada. Por se tratar de 
um processo sistêmico, o exame físico nessas pessoas deve 
enfatizar o acometimento de outros órgãos, como a busca 
por hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, febre ou 
outros sinais sistêmicos que possam levar à hipótese 
diagnóstica. Já as linfonodomegalias localizadas costumam 
ocorrer devido a processos infecciosos focais, podendo 
frequentemente ser observadas por um breve período, caso 
não haja evidências de um processo neoplásico regional ou 
outra doença de gravidade. 
• Verificar, na linfonodomegalia localizada, se 
existem sinais que sugiram infecção ou tumor com 
drenagem para o linfonodo acometido: sinais de infecção de 
vias aéreas superiores, faringite, otalgia, infecções bucais e 
infecções de couro cabeludo prontamente identificam a 
causa de uma linfonodomegalia cervical com características 
benignas. Da mesma forma, infecções na perna, cortes na 
pele, micose interdigital ou doença sexualmente 
transmissível podem explicar uma linfonodomegalia inguinal 
de início recente. No entanto, nem sempre as 
linfonodomegalias localizadas são benignas. Há um grande 
número de tumores que podem levar a comprometimento 
linfonodal por meio da drenagem linfática da região 
acometida. linfonodomegalia supraclavicular esquerda,por 
exemplo, frequentemente sinaliza neoplasia de trato 
gastrintestinal. Da mesma forma, linfonodomegalia cervical 
em pessoa com fatores de risco para neoplasia de cabeça e 
pescoço (idade avançada, etilismo e tabagismo) deve levar à 
suspeita da doença e a um exame minucioso da cavidade 
oral, possivelmente seguido de um exame subsidiário, como 
uma nasofibroscopia, caso o exame de cavidade oral não 
seja diagnóstico. Alguns linfomas e doenças 
mieloproliferativas também podem se iniciar de forma 
localizada. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Exames de imagens 
Da mesma forma que os exames laboratoriais, os 
exames de imagem devem ser solicitados de 
maneira individualizada. 
Uma ultrassonografia, por exemplo, pode 
confirmar que um nódulo palpável é realmente um 
linfonodo, além de descrever suas características – por 
exemplo, necrose central, que pode sugerir tuberculose. 
Pode, também, ser útil na avaliação de 
hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia abdominal, que 
também podem ser vistas por um exame tomográfico. Outro 
exame frequentemente utilizado é a radiografia de tórax, 
 
3 
 
3 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
que ajuda na investigação de linfonodomegalia hilar em 
casos de linfonodomegalia generalizada. 
Biópsia de linfonodo 
A biópsia de linfonodo é o método diagnóstico de 
escolha para linfonodomegalia localizada ou generalizada 
inexplicadas, excetuando-se a linfonodomegalia cervical 
localizada com suspeita de tumor de cabeça e pescoço, em 
que o primeiro exame é a punção-biópsia por agulha fina, 
pois a exérese do gânglio, nesse caso, pode mudar o 
estadiamento do tumor e piorar o prognóstico. O maior dos 
linfonodos deve ser escolhido e retirado inteiro para análise 
(biópsia excisional). Se nenhum linfonodo predominar, a 
ordem decrescente de preferência para a escolha do 
linfonodo deve ser supraclavicular, cervical, axilar e inguinal, 
tanto pela maior probabilidade de malignidade dos 
primeiros, quanto pela maior incidência de complicações 
infecciosas e traumáticas nas biópsias de linfonodomegalia 
axilar e inguinal. Um método diagnóstico que é útil em 
centros com experiência no procedimento é a biópsia com 
agulha grossa (core biopsy), guiada por exame de imagem, 
tomografia ou ultrassonografia. 
Uma vez decidido pela biópsia, deve ser feito 
contato com o patologista e informada a hipótese 
diagnóstica, de forma a se obterem todos os dados possíveis 
da amostra. De maneira geral, quando se suspeita de 
processo infeccioso, deve ser feita cultura e pesquisa para 
bactérias, fungos e micobactérias, além do exame 
histológico habitual. Já quando a suspeita é de processo 
neoplásico, deve ser acrescentada à histologia habitual a 
imuno-histoquímica, para tentar determinar o sítio primário 
do tumor. 
CONDUTA 
O tratamento da linfonodomegalia baseia-se no tratamento 
da causa de base. 
Causas Tratamento 
Quadro gripal 
Tratamento 
sintomático e 
observação ativa (dar 
possibilidade de 
retorno caso o quadro 
não melhore em 1 
semana ou piore) 
Infecções de pele e 
subcutâneo 
Em casos leves e 
localizados: 
cefalexina, 500 mg, 
VO, de 6/6 h, ou 
cefadroxila, 500 mg a 
1 g, de 12/12 h, por 7-
10 dias 
Faringite 
estreptocócica 
Amoxicilina, 500 mg, 
VO, de 8/8 h, por 7 
dias, ou penicilina 
benzatina, 1.200.000 
UI, IM 
Conjuntivite viral 
Tratamento 
sintomático: colírios 
lubrificantes e 
compressa com água 
fria 
Conjuntivite bacteriana 
Colírio de antibióticos: 
tobramicina ou 
ciprofloxacino, 1 gota, 
de 4/4 h, por 7 dias, 
associado a 
tratamento 
sintomático (ver item 
anterior) 
Doença da 
arranhadura do gato 
Azitromicina por 5 
dias, 500 mg, 1x/dia 
no primeiro dia, 
seguido de 250 mg 
1x/dia nos 4 dias 
subsequentes 
Mononucleose, 
rubéola e 
citomegalovírus 
Tratamento 
sintomático 
Dengue 
Em casos leves, 
tratamento 
sintomático com 
analgésicos e 
aumento da ingestão 
hídrica. Em casos de 
dengue hemorrágica, 
hidratação parenteral 
vigorosa e internação 
hospitalar 
Paracoccidioidomicose 
Itraconazol, 100 
mg/dia, em dose 
única, por 6-12 meses 
Tuberculose 
Isoniazida, 
rifampicina, 
pirazinamida e 
etambutol 
Toxoplasmose 
Pessoas 
imunocompetentes 
com doença leve 
devem receber 
apenas tratamento 
sintomático. 
 
4 
 
4 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
Imunodeprimidos e 
pessoas com 
manifestações mais 
graves devem receber 
sulfadiazina, 1-1,5 g, 
de 6/6 h, 
pirimetamina, 25-100 
mg/dia, e ácido 
folínico, 10-25 mg/dia 
Cancro mole 
Azitromicina, 1 g, VO, 
em dose única 
Linfogranuloma 
venéreo 
Doxiciclina, 100 mg, 
VO, de 12/12 h, por 21 
dias 
Herpes genital 
Casos leves: aciclovir 
tópico. Casos 
moderados em 
imunocompetentes: 
aciclovir, 200 mg, VO, 
5x/dia, ou valaciclovir, 
500 mg, VO, de 8/8 h 
Sífilis 
Sífilis primária ou 
secundária: penicilina 
benzatina, 2.400.000 
UI, IM, em 2 doses, 
com intervalo de uma 
semana. Na sífilis 
terciária, devem ser 
aplicadas 3-4 doses, 
com intervalo de uma 
semana 
 
FONTE: MEDICINA AMBULATORIAL: CONDUTAS DE 
ATENÇÃO PRIMÁRIA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS 
4- COMO REALIZAR UMA BOA HDA? 
A História da doença atual é uma descrição completa, clara 
e cronológica dos problemas que motivaram a visita do 
paciente, incluindo o início do problema, o cenário em que 
se desenvolveu, suas manifestações e os tratamentos até a 
presente data. 
Cada sintoma principal deve ser bem caracterizado e deve 
incluir os sete atributos de um sintoma: (1) localização; (2) 
características; (3) quantidade ou intensidade; (4) 
cronologia, inclusive início, duração e frequência; (5) a 
situação em que ocorre; (6) os fatores que agravam ou 
aliviam o sintoma; e (7) as manifestações associadas. 
Também é importante questionar os dados “pertinentes 
positivos” e “pertinentes negativos” traçados a partir das 
seções Revisão de sistemas que são relevantes para a Queixa 
ou queixas principais. A existência ou não desses sintomas 
adicionais ajuda a determinar o diagnóstico diferencial, que 
inclui o mais provável e, às vezes, mais grave diagnóstico, 
mesmo se menos provável, que poderia explicar o estado do 
paciente. 
Os pacientes apresentam, com frequência, mais de uma 
queixa ou sintoma. Cada um deles merece um parágrafo, 
bem como uma descrição completa 
Os medicamentos devem ser anotados, incluindo nome, 
dose, via de administração e frequência de uso. Faça 
também uma lista de remédios caseiros, medicamentos de 
venda livre, vitaminas, suplementos minerais ou 
fitoterápicos, contraceptivos orais e remédios emprestados 
por outros membros da família ou amigos. Peça aos 
pacientes que tragam seus medicamentos para que você 
possa ver exatamente o que tomam. 
FONTE: BATES 
5- COMO DIFERENCIAR EDEMA DE ENFISEMA 
SUBCUTÂNEO? (PG 950 GUYTON TEM EDEMA) 
EDEMA 
O edema refere-se à presença de excesso de líquido nos 
tecidos do corpo. A pele da região edemaciada torna-se lisa 
e brilhante quando o edema é recente; mas, se for de longa 
duração, ela adquire o aspecto de "casca de laranja'; 
consequência de seu espessamento, com retrações 
ENFISEMA SUBCUTÂNEO 
A presença de bolhas de ar debaixo da pele recebe a 
denominação de enfisema subcutâneo. A técnica para 
reconhecê-lo é a palpação, deslizando-se a mão sobre a 
região suspeita. A presença de bolhas de ar proporcionará 
ao examinador uma sensação de crepitação muito 
característica. O ar pode ser procedente do tórax, em 
decorrência de um pneumotórax, ou ter origem em processo 
local por ação de bactérias produtoras de gás; isso é o que 
ocorre nas gangrenas gasosas. 
FONTE: PORTO 
 
 
 
 
5 
 
5 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
6- QUANDO REALIZAR CADA EXAME FÍSICO DE AC ORDO 
COM A QUEIXA DO PACIENTE? (RESPOSTA PESSOAL) 
 
7- QUAIS AS ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA 
PACIENTES FUMANTES E COMO CALCULAR CARGA 
TABÁGICA? 
Useo quadro dos “5 As” ou o modelo de modificação ou 
Estágios para avaliar a disposição de abandonar o tabagismo. 
 
Uma vez que o usuário de tabaco seja identificado e alertado 
para deixar de fumar, é preciso avaliar a vontade do paciente 
de atingir o objetivo no momento atual. 
FONTE: BATES 
CALCULAR CARGA TABÁGICA 
Para calcular a carga tabágica, o número de cigarros fumados 
por dia foi dividido por 20 (o número de cigarros em um 
maço) e o resultado foi multiplicado pelo número de anos de 
uso de tabaco (anos-maço). 
Doenças pulmonares começam a surgir a partir de 20 anos-
maço e são mais comuns em pessoas com 40 anos-maço ou 
mais. 
Obs.: O preço de um maço de cigarros no Brasil pode variar 
entre R$ 5,00 e R$ 8,50 para as marcas mais vendidas. Com 
isso, é possível perceber que o gasto anual pode ficar entre 
R$ 1.800,00 a R$ 3.060,00. Uma pessoa que fuma 20 cigarros 
por dia há 10 anos, pagando R$ 7,50 por maço, por exemplo, 
já gastou algo entorno de R$ 23.375,00 apenas com cigarro. 
FONTE: ARTIGO DO JORNAL BRASILEIRO DE PNEUMOLOGIA 
 
 
 
PORQUE O PACIENTE DEVE PARAR DE FUMAR 
 
 
Parar de fumar reduz significativamente o risco de doenças. 
Os fatos a seguir podem ser motivadores no 
aconselhamento de fumantes. 
→O abandono do tabagismo reduz o risco 
cardiovascular de infarto do miocárdio e morte por 
coronariopatia pela metade depois de apenas 1 ano 
→O risco de AVC é reduzido em 2 a 5 anos para o 
mesmo nível de um não fumante 
→O risco de câncer de pulmão é reduzido à metade 
depois de 10 anos 
Além de cânceres do sistema respiratório, o tabagismo 
contribui para cânceres da bexiga, colo do útero, cólon e 
reto, rim, orofaringe, laringe, esôfago, estômago, fígado e 
pâncreas, bem como leucemia mieloide aguda. O tabagismo 
está associado ao desenvolvimento de diabetes melito, 
catarata e artrite reumatoide. Os não tabagistas, quando 
expostos à fumaça, também correm maior risco de câncer de 
pulmão, otite, infecção das vias respiratórias e asma. 
Os fumantes apresentam maior probabilidade de 
desenvolver doença cardiovascular, enfisema e câncer de 
pulmão do que os não fumantes. 
BENEFÍCIOS IMEDIATOS 
Depois de 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação 
voltam ao normal; 
Depois de 2 horas já não há mais nicotina circulando no 
sangue; 
Depois de 8 horas, o nível de oxigênio no sangue normaliza; 
Depois de 12 a 24 horas, os pulmões passam a funcionar 
melhor; 
 
6 
 
6 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
Depois de 2 dias, o olfato e o paladar melhoram; 
Depois de 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a 
circulação melhora; 
Depois de 1 ano, o risco de morte por infarto cai pela 
metade. 
COMO ORIENTAR O PACIENTE A PARAR DE FUMAR 
O ideal é marcar uma data para parar de fumar. Será o seu 
primeiro dia sem cigarro. Até ele chegar, vá reduzindo aos 
poucos a quantidade de cigarros fumados diariamente. Se 
você fuma um maço (20 cigarros) por dia, por exemplo, 20 
dias antes da data comece a fumar 1 cigarro a menos a cada 
dia. 
Nesse processo, ajuda muito demorar o máximo possível 
para fumar o primeiro cigarro do dia, pois isso aumenta a 
chance de chegar ao fim do dia diminuindo sua quantidade 
habitual. 
FONTE: SITE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE - INSTITUTO 
NACIONAL DE CÂNCER – PROGRAMA NACIONAL DE 
CONTROLE DO TABAGISMO 
DRIBLAR A ABSTINÊNCIA 
Água: Beba bastante água durante o dia, pois isso fará você 
se sentir melhor. Tenha uma garrafinha sempre com você e, 
sempre que pensar em acender um cigarro, tome um copo 
d’água; 
Alimentação: Tenha sempre com você pequenas porções de 
alimentos, de preferência não muito calóricos, como 
cenoura e pepino cortados em bastões. Fazer mais refeições 
menores ao longo do dia ajuda a combater a ansiedade; 
Chicletes: Gomas de mascar podem ser aliadas na hora em 
que bate a ansiedade. Prefira as sem açúcar; 
Atividade física: Pratique exercícios físicos, que ajudam a 
controlar o peso e liberam serotonina e endorfina, 
neurotransmissores que dão sensação de bem-estar e 
aplacam a ansiedade. Procure uma atividade que você goste 
e crie o hábito de praticá-la sempre; 
Companhia: Evite ficar no mesmo ambiente com pessoas 
que fumam, comunicando a elas que você está no processo 
de parar. Se alguém na sua casa fuma, vale a pena tentar 
incluir essa pessoa na luta contra o cigarro. Vocês podem se 
ajudar; 
Economia: Todos os dias, guarde o dinheiro que você 
gastaria com o cigarro e o conte ao final de cada semana para 
ver quanto economizou. Você pode guardar até investir o 
dinheiro em algum passeio de que goste ou em um presente 
para quem estiver lhe ajudando nessa jornada. A economia 
também pode servir de incentivo para não fumar de novo; 
Pontos positivos: Preste atenção nos ganhos que você vai 
adquirir ao parar. Quando você para de fumar, seu olfato e 
seu paladar melhoram, você respira melhor e sua pele fica 
mais bonita. E o melhor: você está ganhando tempo e 
qualidade de vida. 
8- COMO INICIAR E ORGANIZAR O EXAME FÍSICO? 
O exame físico pode ser dividido em duas etapas: a primeira 
constitui o exame físico geral, somatoscopia ou ectoscopia, 
por meio do qual são obtidos dados gerais, 
independentemente dos vários sistemas orgânicos ou 
segmentos corporais, obtendo uma visão do paciente como 
um todo; na segunda etapa corresponde ao exame dos 
diferentes sistemas e aparelhos. 
Para o conforto do paciente e melhor sistematização do 
exame físico geral, primeiro devese examinálo sentado à 
beira do leito ou da mesa de exame, a menos que o paciente 
seja incapaz de permanecer nessa posição. 
Não existe um rígido sequenciamento para avaliar os 
componentes do exame físico geral. Em muitos pacientes 
são suas próprias condições clínicas que vão estabelecer a 
sequência a ser seguida. Mas, há vantagem de se estabelecer 
uma sequência básica, pois isso permite uma coleta de 
dados a mais completa possível, sempre fundamental para o 
raciocínio diagnóstico, planejamento terapêutico e avaliação 
prognóstica. A sequência proposta é a seguinte: 
■ Estado geral ■ Nível de consciência ■ Fala e linguagem ■ 
Fácies ■ Biotipo ou tipo morfológico ■ Postura ou atitude na 
posição de pé ■ Atitude e decúbito preferido no leito ■ 
Medidas antropométricas (peso, altura, envergadura, índice 
de massa corporal, circunferências da cintura e abdominal, 
circunferência da panturrilha) ■ Desenvolvimento físico ■ 
Estado de nutrição ■ Estado de hidratação ■ Pele, mucosa, 
fâneros ■ Veias superficiais ■ Enfisema subcutâneo ■ 
Musculatura ■ Exame dos linfonodos ■ Temperatura 
corporal ■ Movimentos involuntários ■ Marcha 
FONTES: PORTO 
 
 
 
7 
 
7 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
9- COMO ABORDAR SEMIOLOGICAMENTE A TOSSE? 
A tosse demanda avaliação completa. Sua duração é 
importante: a tosse é considerada aguda quando sua 
duração é inferior a 3 semanas; subaguda quando a duração 
varia entre 3 e 8 semanas; e crônica, quando a duração é 
superior a 8 semanas. 
Pergunte se a tosse é seca ou produtiva (com expectoração). 
Sinais/sintomas úteis do ponto de vista diagnóstico incluem 
febre e tosse produtiva na pneumonia; sibilos na asma; e dor 
torácica, dispneia e ortopneia nas síndromes coronárias 
agudas. 
FONTE: BATES 
Perguntar se a tosse é seca ou produtiva; tosse rouca; Seca 
ou com expectoração (expulsão), frequência, intensidade, 
relação com o decúbito (pessoa deitada), período em que 
predomina. Tipo de expectoração (o volume, a cor, o odor, a 
transparência e a consistência) 
Não se esquecer de que as mulheres e as crianças têm o 
costume de deglutir a expectoração. Mesmo que haja 
produção de catarro, não há expectoração. 
Origem do estímulo 
Vias respiratórias superiores; Traqueia, brônquios e 
pulmões; Pleuras; Esôfago; Coração; Mediastino; Ouvidos; 
Tensão nervosa; Medicamentos 
FONTE: PORTO 
10- QUAL A SINTOMATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS 
DESCOMPENSADO? 
SINTOMASOs sintomas clássicos de diabetes são: poliúria (frequência 
elevada na necessidade de urinar), polidipsia (quando uma 
pessoa tem sede excessiva), polifagia (comer em excesso 
devido a fome excessiva ou apetite elevado) e perda 
involuntária de peso (os “4 Ps”). 
Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, 
fraqueza, letargia (estado de cansaço), prurido cutâneo e 
vulvar, balanopostite (inflamação da glande) e infecções de 
repetição. Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de 
complicações crônicas como neuropatia, retinopatia ou 
doença cardiovascular aterosclerótica. 
 
TESTES LABORATORIAIS 
• Glicemia de jejum: nível de Glicemia de jejum glicose 
sangüínea após um jejum de 8 a 12 horas; 
Menor que 99 mg/dL Normal 
Entre 100 e 125 mg/dL Pré-diabetes 
Maior que 126 mg/dL Diabetes 
 
• Teste oral de tolerância à glicose (TTG-75g): O -75g) 
paciente recebe uma carga de 75 g de glicose, em jejum, e a 
glicemia é medida antes e 120 minutos após a ingestão; 
• Glicemia casual: Glicemia casual: tomada sem Glicemia 
casual: padronização do tempo desde a última refeição. 
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 
mg/dL (glicemia de jejum alterada), por apresentarem alta 
probabilidade de ter diabetes, podem requerer avaliação 
por TTG-75g em 2h. Mesmo quando a glicemia de jejum for 
normal (< 110 mg/dL), pacientes com alto risco para diabetes 
ou doença cardiovascular podem merecer avaliação por 
TTG. 
FONTE: CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA SOBRE DIABETES 
MELLITUS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
11- COMO DESENVOLVER UM MELHOR RACIOCÍNIO 
CLÍNICO? 
O raciocínio clínico é baseado mais em probabilidades do 
que em certezas. E a probabilidade é o conceito segundo o 
qual o valor preditivo de um teste ou achado clínico depende 
não apenas de sua sensibilidade e especificidade, mas 
também da probabilidade prévia (ou seja, da prevalência da 
doença na população estudada). 
Pode ser conceituado também como “o conjunto dos 
processos de pensamento pelos quais os profissionais de 
saúde selecionam, interpretam, analisam e combinam 
informações com o objetivo de tomar decisões sobre um 
paciente em uma determinada situação clínica”. 
• O componente básico é a capacidade de coletar os dados 
que alimentarão o raciocínio. Vale dizer, a capacidade de 
fazer a anamnese e de executar o exame físico do paciente, 
 
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 Lucas Ferraz 
Medicina – 2ºP 
para o que se exige certo número de informações e um 
conjunto de habilidades intelectuais e psicomotoras 
• O segundo componente que participa desse processo 
intelectual é a sistematização da coleta de dados. Esta 
sistematização propicia a possibilidade de fornecer à mente 
os elementos que irão se articular entre si e com 
conhecimentos previamente adquiridos 
• A organização mental dos dados obtidos é a terceira parte 
do processo, que culminará na elaboração do diagnóstico 
• A última etapa começa no momento em que se encontra 
uma conclusão capaz de sintetizar todo o processo iniciado 
no primeiro contato com o paciente. 
FONTE: PORTO 
12- COMO ADMINISTRAR MELHOR O TEMPO DE 
CONSULTA E SER EFICIENTE? 
Pergunta-se frequentemente quanto tempo deve-se dedicar 
à anamnese. Não se pode, é óbvio, estabelecer limites 
rígidos. 
Os estudantes que estão fazendo sua iniciação clínica gastam 
horas para entrevistar um paciente, pois são obrigados a 
seguir roteiros longos, preestabelecidos; é necessário que 
seja assim, pois, nessa fase, precisam percorrer todo o 
caminho para conhecê-lo. 
Nas doenças agudas ou de início recente, em geral 
apresentando poucos sintomas, é perfeitamente possível 
conseguir uma história clínica de boa qualidade em 10 min, 
ao passo que nas doenças de longa duração, com 
sintomatologia variada, não se gastarão menos do que 30 a 
60 min na anamnese. 
Em qualquer situação, aproveita-se, também, o momento 
em que está sendo executado o exame físico para novas 
indagações, muitas delas despertadas pela observação do 
paciente. 
A pressa é o defeito de técnica mais grosseiro que se pode 
cometer durante a obtenção da história; tão grosseiro como 
se se quisesse obter em 2 min uma reação bioquímica que 
exige 2 h para se completar. 
O espírito preconcebido é outro erro técnico a ser evitado 
continuamente, porque pode ser uma tendência natural do 
examinador. Muitas vezes essa preconcepção é 
inconsciente, originada de um especial interesse por 
determinada enfermidade. 
FONTE: PORTO

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