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História, Trabalho e 
Movimentos Sociais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Ney de Souza
Revisão Textual:
Profa. Ms. Rosemary Toffoli
Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
5
• Introdução
• Sociedade na pós-modernidade
• As relações sociais no trabalho
Compreender as diferenças entre as novas formas de organização de trabalho a 
partir do novo conceito de divisão do trabalho (tecnologias, processos, formas de 
gerenciamento).
Apresentar e estudar a acumulação flexível, a ocupação do espaço e sua relação 
com a globalização.
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema da História: 
Trabalho e Movimentos Sociais.
Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não 
esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe 
de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. 
Sociedade contemporânea e as relações 
de trabalho
6
Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
Contextualização
Bem-vindo(a) à terceira unidade da nossa disciplina. Nela refletiremos sobre o passado, 
através de ações do presente! O trabalhador na sociedade industrial sempre foi explorado pelo 
capitalismo que, embora hoje esteja em sua etapa de altas tecnologias, ainda produz milhares 
de pessoas desempregadas, subempregadas, em situação precária de trabalho; sem contar a 
insatisfação com os salários.
Prova dessa insatisfação são as frequentes greves, das mais variadas categorias; como 
exemplo, citamos, no primeiro semestre de 2015, a greve de professores da rede pública 
estadual dos ensinos fundamental e médio.
Nesse sentido, a temática desta unidade versará sobre organização e ação política na 
sociedade da pós-modernidade que, embora carregada de tecnologia e consumo, encontra-
se esvaziada de conteúdo, necessitando de uma ampla organização política para uma melhor 
condição econômica da classe trabalhadora.
7
Introdução
Constatamos que a sociedade contemporânea está imersa em constantes e profundas 
transformações, em especial, devido aos avanços tecnológicos que estão presentes na 
atualidade. As tecnologias digitais são impactantes neste contexto, na nossa própria vida 
cotidiana. Resultado dessa tecnologia de informação e comunicação, também em redes 
(computadores, celulares, correio eletrônico, internet e outras), é a inauguração de um novo 
conceito de sociedade.
Figura 1
Fonte: Thinkstock/Getty Images
Leia o artigo “Revolução do computador e da internet”:
https://inforsociedade.wordpress.com/2013/11/06/revolucao-do-computador-e-da-internet/
As categorias que se supunha permanentes para o ser humano como espaço e tempo se 
dissolveram. Neste novo contexto, não é mais possível delimitar qualquer distância entre o 
sujeito e as tecnologias, estas o modificam constantemente. Essa situação marca profundamente 
nossas relações humanas e de trabalho. Essas relações, segundo alguns pensadores, como 
o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, se tornam líquidas, além disso são descartáveis. As 
pessoas, de modo especial, as que vivem nas metrópoles, não se relacionam mais, mas se 
conectam. Com um clique incluem ou dispensam outras pessoas de seu mundo, que tem as 
dimensões de uma tela de computador. Você já identificou alguém nestas condições?
Neste espaço humano em que a pessoa ainda não resolveu os problemas da humanidade 
se aventura por transumanidades e pós-humanidades. Será que a passagem por todas essas 
tecnologias faz a humanidade mais humana? Estamos mais humanos, mais sensíveis em relação 
aos que nos rodeiam? Bauman, em seus livros, demonstra que tudo que dava sentido à vida 
humana se faz líquido, escorre entre os dedos. E tudo aquilo que dá consistência e solidez à 
condição humana está sendo deixado para trás. O humano hoje está baseado na conectividade. 
Neste espaço as relações correm um grandioso risco: reduzir o ser e tudo que está a sua volta 
numa imensa volatilidade. Os valores antes sólidos se desfazem no ar (BAUMAN, 2014, p. 
7-24). E, assim, cada um cuida de si e ninguém cuida de ninguém e todos querem ser cuidados.
Essas novas tecnologias possibilitam um mercado global, feito para um novo sujeito: o 
consumidor. Tudo está a sua volta para ser consumido. Aquele cidadão tradicional, voltado à 
construção da sociedade através da política e à participação no bem comum está transformado 
em um consumidor de todos os tipos de bens materiais. A sua realização pessoal é buscada na 
subjetividade, voltado para si mesmo. Esse processo sociocultural introduziu profundas mudanças 
na antropologia e na cultura, levando a marcantes conflitos nas nossas relações de trabalho. 
8
Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
Sociedade na pós-modernidade
Para alguns estudiosos, a pós-modernidade é uma ruptura que tem seu início no final do 
século XX. Neste contexto, o conceito de progresso gerado pela Era da industrialização será 
substituído pelo da crise e da incredulidade. Para Bauman, não há uma pós-modernidade, 
mas uma continuação da modernidade com pontos diferentes. O sociólogo afirma que “a 
modernidade significa muitas coisas, e sua chegada e avanço podem ser aferidos utilizando-
se muitos marcadores diferentes”. Ele destaca, para a nossa análise, que “uma característica 
da vida moderna e de seu moderno entorno impõe, no entanto, talvez como a ‘diferença da 
diferença’; como o atributo crucial que todas as demais características seguem. Esse atributo é 
a relação cambiante entre espaço e tempo”(BAUMAN, 2014, p. 16).
O sociólogo polonês continua sua análise sobre a atualidade constatando que “o tipo 
de modernidade que era o alvo, mas também o quadro cognitivo, da teoria crítica clássica, 
numa análise retrospectiva, parece muito diferente daquele que enquadra a vida das gerações 
de hoje”. Bauman nos convida a uma reflexão em que “essa modernidade pesada/sólida/
condensada/sistêmica da ‘teoria crítica’ era impregnada da tendência ao totalitarismo. Essa 
modernidade era inimiga jurada da contingência, da variedade, da ambiguidade, da instabilidade, 
da idiossincrasia, tendo declarado guerra santa a todas essas anomalias” e mais, “esperava-se 
que a liberdade e a autonomia individuais fossem as primeiras vítimas da cruzada” (BAUMAN, 
2014, p. 36-37).
Zygmunt Bauman “Modernidade Líquida”. Entrevista
O sociólogo polonês analisa o fato da atualidade: uma sociedade da produção 
a uma sociedade de consumo. 
https://www.youtube.com/watch?v=GTu_bycoEEw
As principais características da industrialização eram as concentrações de grande número 
de trabalhadores assalariados nas fábricas; predomínio de trabalhadores no setor secundário; 
divisão do trabalho, separação entre casa e trabalho. Na modernidade temas como razão, 
sujeito, totalidade, verdade e progresso são conceitos vazios e em crise. A Era da modernidade 
líquida, termo usado por Bauman, é a era do efêmero, do fragmentário, do caótico. A Era 
anterior, da industrialização, não realizou os sonhos esperados: bem-estar social.
 Esta Era da modernidade líquida se caracteriza pela passagem da produção de bens para 
uma economia de serviços; a preeminência da classe profissional e a classe de técnicos; o 
caráter central do saber teórico, gerador de inovação; a gestão do desenvolvimento técnico e 
do controle normativo da tecnologia; a criação de uma nova tecnologia intelectual (DE MASI, 
2000). No final da 2ª Guerra Mundial, o conhecimento é aplicado ao próprio conhecimento. 
Desse modo, o conhecimento é aplicado no fator de produção (DRUCKER, 1999, p. 5).
Este artigo do VII Congresso Português de Sociologia retrata a regulamentação 
das relações de trabalho nos moldes capitalistas modernos.
http://www.aps.pt/vii_congresso/papers/finais/PAP0058_ed.pdf
Após as mudanças verificadas na sociedade (economia, política) o que se verifica é uma 
oposição em relação ao trabalhador. Na industrialização, o trabalhador operava a máquina 
numa linha de produção, a máquina decidiao que seria feito. Por sua vez, o trabalhador da era 
do conhecimento necessita da máquina, mas esta não lhe diz o que fazer.
https://www.youtube.com/watch?v=GTu_bycoEEw
http://www.aps.pt/vii_congresso/papers/finais/PAP0058_ed.pdf
9
As relações sociais no trabalho
O mercado de trabalho na pós-modernidade passou, em vários países, inclusive no Brasil, da 
inflação a uma certa estabilidade econômica. A estabilidade de preços e a melhor distribuição 
da renda trouxe um aumento da informalidade. Devido a estas transformações, surgiram 
novas formas de ocupações e de contratos de trabalho, verificando-se uma heterogeneização 
no trabalho. Isso também provocado pela entrada de um grande contingente de mão-de-obra 
feminina no mercado fabril. É claro que você já vivencia isto em sua realidade: a mulher, cada 
vez mais, está presente no mundo do trabalho.
Neste quadro apresentado anteriormente surge uma subproletarização. Tudo em função 
das novas formas de oferta de vagas no mercado de trabalho: trabalho parcial, temporário, 
precário, subcontratado, ‘terceirizado’ (ANTUNES, 2005, p.49). Ricardo Antunes nos faz 
refletir sobre aquilo que pesquisou e constatou, ou seja, segundo ele, “observa-se, no universo 
do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, uma múltipla processualidade: de um 
lado verificou-se uma desproletarização do trabalho industrial, fabril, nos países do capitalismo 
avançado, com maior ou menor repercussão em áreas industrializadas do Terceiro Mundo”. 
O pesquisador faz outra constatação para concluir esta parte de seu pensamento: “houve 
uma diminuição da classe operária industrial tradicional. Mas, paralelamente, efetivou-se uma 
expressiva expansão do trabalho assalariado, a partir da enorme ampliação do assalariamento 
do setor de serviços...” (ANTUNES, 2005, p. 49). 
Texto do sociólogo Orson Camargo sobre a mulher no mercado de trabalho
http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm
Ricardo Antunes segue adiante na sua análise afirmando que “enquanto vários países 
de capitalismo avançado viram decrescer os empregos em tempo completo, paralelamente 
assistiram a um aumento das formas de proletarização” e, ainda “através da expansão dos 
trabalhadores parciais, precários, temporários, subcontratados” (ANTUNES, 2005, 53). 
Assim, nos alerta com sua constatação que em nosso país e em outros em desenvolvimento 
cresceu as formas de proletarização, prejudicando, e muito, o trabalhador em seus salários e 
nas próprias condições de trabalho. 
No Brasil, por exemplo, no final do século XX, acontece uma importante mudança que é a 
entrada da inovação tecnológica. Esse fato contribui para pressionar o combalido mercado de 
trabalho, forçando as empresas a investir na capacitação e desenvolvimento. Por outro lado, 
dispensam os trabalhadores com pouca escolaridade, ou seja, exclusão do mercado de trabalho 
(CHAHAD, 2003, p. 3). Veja você, se, por um lado, a tecnologia parece contribuir com a 
sociedade, por outro, também leva uma quantia significativa dos trabalhadores ao desemprego.
Na então ordem fordista (Henry Ford) se pensava que “o local de construção da nova ordem 
industrial era repleto de monumentos ao poder e à ambição, monumento que, fossem ou 
não indestrutíveis, deveriam parecê-lo”. As fábricas eram “gigantescas, lotadas de maquinaria 
volumosa e multidões de operadores de máquinas, ou densas redes de canais, pontes e trilhos, 
pontuados de majestosas estações dedicadas a emular os antigos templos erigidos para a 
adoração da eternidade e para a eterna glória dos adoradores” (BAUMAN, 2014, p. 181). 
http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm
10
Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
Continua Zygmunt Bauman com sua análise afirmando que o nome de Ford para designar 
o modelo universal “das intenções práticas típicas da modernidade sólida ou do capitalismo 
pesado é apropriado” (IBIDEM, p. 182).
Nesta mentalidade e práticas apresentadas, o desemprego era uma reserva de contingente 
para a indústria. Os trabalhadores viviam dentro de uma perspectiva em que o seu trabalho 
naquela determinada empresa seria imortal, ou seja, por toda a sua vida. Não havia nenhuma 
intenção de mudar de empresa. Assim, “para os capitalistas, a ‘fortuna familiar’, destinada a 
durar além da vida de qualquer dos membros da família, era sinônimo das fábricas que herdaram, 
construíram ou pretendiam acrescentar ao patrimônio familiar” (BAUMAN, 2014, p. 184). 
Quantas pessoas você conhece que nunca mudaram de emprego? E quantas você conhece que 
já mudaram de emprego? E você, pretende permanecer sempre no mesmo emprego? Você tem 
certezas absolutas em seu mundo de trabalho, na sua permanência eterna ali?
Todas as ‘certezas’ do trabalhador no mundo do trabalho passarão por uma situação 
de mudança. A nova mentalidade é a de ‘curto prazo’. As pessoas na atualidade, como já 
vem acontecendo há anos, mudam muitas vezes de trabalho durante a sua vida. Esse ritmo 
crescerá. O mercado de trabalho deseja ardentemente a extinção do trabalho nos moldes 
ainda conhecidos e deseja o início do trabalho com contratos de curto prazo, ou, até sem 
contratos, sem cobertura previdenciária. A vida do trabalho e do trabalhador está repleta de 
incertezas. Imagine você a vida do trabalhador sem nenhum de seus direitos!
Devido às incertezas e inseguranças do trabalhador, instala-se com muito mais intensidade 
na sociedade do século XXI os medos, as ansiedades e angústias. E, assim, aparecem com 
maior contingência diversas doenças psíquicas: ansiedade, depressão, pânico. No texto abaixo, 
na íntegra, Bauman assessora-se do pensamento de Bourdieu para concluir que na sociedade 
contemporânea, na líquida, devido ao ‘cada um por si’, o coletivo vai desaparecendo. Assim, 
a militância e a participação política vão desaparecendo. Tudo isso vai prejudicando a vida dos 
trabalhadores. Eis o texto:
Ao falar com pessoas já atingidas ou que temiam vir a ser atingidas 
pelas mudanças correntes nas condições de emprego, Pierre 
Bourdieu ouviu vezes sem conta que ‘em face das novas formas 
de exploração, notavelmente favorecidas pela desregulação do 
trabalho e pelo desenvolvimento do emprego temporário, as 
formas tradicionais de ação sindical são consideradas inadequadas’. 
Bourdieu conclui que fatos recentes ‘quebraram os fundamentos 
das solidariedades passadas’ e que o resultante ‘desencantamento 
vai de mãos dadas com o desaparecimento do espirito de militância 
e participação política’”
(BAUMAN, 2014, p. 186).
Para pensar
O que está acontecendo hoje no mercado de trabalho 
privilegia mais o trabalhador ou o capital?
Na sociedade atual ocorre uma redistribuição e realocação dos ‘poderes de derretimento’ 
da modernidade. “Configurações, constelações, padrões de dependência e interação, tudo 
isso foi posto a derreter no cadinho, para ser depois novamente moldado e refeito; essa foi a 
11
fase de ‘quebrar a forma’ na história da modernidade inerentemente transgressora”, e mais, 
“transgressiva, rompedora de fronteiras e capaz de tudo desmoronar” (BAUMAN, 2014, p. 
14). Nesta mesma sociedade “nosso mundo e nossa vida vêm moldados pelas tendências 
conflitantes da globalização e da identidade” (CASTELLS, 2013, p. 17). Quem modela a sua 
identidade? Segundo Manuel Castells, somos modelados pelas tendências. Desse modo, não 
somos sujeitos de nossa história. Tornamo-nos verdadeiros objetos.
Muitas foram as novidades trazidas pela revolução tecnológica da informação e “a 
reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em 
rede”. Quais são as características desta nova sociedade? Ela é “caracterizada pela globalização 
das atividades econômicas decisivas do ponto de vista estratégico; por sua forma de organização 
em redes; pela flexibilidade e instabilidade do emprego e a individualização da mão-de-obra” 
(CASTELLS, 2013, p. 17).
Café Filosófico: “O Trabalho”, Marcos Cavalcanti
A transformação do mercadode trabalho nos últimos anos, o avanço 
tecnológico, a globalização, a tecnologia da informação e os seus 
aspectos na vida profissional. 
https://www.youtube.com/watch?v=vrjEUx9nYjo
A nova organização social vem abalando as instituições e transformando as culturas.
Glossário
Organização social: A organização social diz respeito à forma como as pessoas 
se relacionam através de suas ações. Segundo Raymond Firth, a organização na 
ordenação sistemática de relações sociais pelos atos da escolha e da decisão. A 
partir de uma organização, indivíduos fazem escolhas baseando-se nas normas 
da estrutura social.
Manuel Castells, no texto abaixo, ajuda-nos a refletir sobre esta nova organização social. 
Está organização foi introduzindo na sociedade contemporânea, nos mais diversos lugares do 
planeta, as características da sociedade industrial. Por um lado, cria riquezas, mas, por outro, 
dissemina a pobreza. Eis o resultado de tudo isso em nossa sociedade atual. Sugiro que, após 
essa reflexão, você reflita sobre o texto de Castells, abaixo.
Por uma cultura de virtualidade real construída a partir de um sistema 
de mídia onipresente, interligado e altamente diversificado. E pela 
transformação das bases materiais da vida – o tempo e o espaço – 
mediante a criação de um espaço de fluxos e de um tempo intemporal 
como expressões das atividades e elites dominantes. Essa nova 
organização social, dentro de sua globalidade que penetra em todos 
os níveis da sociedade, está sendo difundida em todo o mundo, do 
mesmo modo que o capitalismo industrial e seu inimigo univitelino, 
o estatismo industrial, foram disseminados no século XX, abalando 
instituições, transformando culturas, criando riqueza e introduzindo 
a pobreza, incitando a ganância, a inovação e a esperança, e ao 
mesmo tempo impondo o rigor e instilando o desespero. Admirável 
ou não, trata-se na verdade de um mundo novo.
(CASTELLS, 2013, p. 17).
Glossário
Estatismo: é um conceito utilizado a partir da filosofia política. Seu direcionamento 
é enfatizar o papel que o Estado tem na análise das mudanças econômicas e políticas. 
É a interferência do Estado nestas áreas.
https://www.youtube.com/watch?v=vrjEUx9nYjo
12
Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
Figura 2: Oferta do capitalismo: desigualdade social Figura 3 - Oferta do capitalismo: miséria
Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images
Dentro deste contexto analisado e diante da desintegração da rede social estão imersos 
os movimentos sociais. No final do século XX, verificamos que já se vivenciava “o avanço de 
expressões poderosas de identidade coletiva que desafiam a globalização e o cosmopolitismo 
em função da singularidade cultural e o controle das pessoas sobre suas próprias vidas e 
ambientes” (CASTELLS, 2013, p.18). Nesse sentido, a socióloga e cientista política Maria da 
Gloria Gohn pontuava:
Os Novos Movimentos recusam a política de cooperação entre 
as agências estatais e os sindicatos e estão mais preocupados em 
assegurar direitos sociais – existentes ou a ser adquirido para suas 
clientelas. Eles usam a mídia e as atividades de protestos para 
mobilizar a opinião pública a seu favor, como forma de pressão 
sobre os órgãos e políticas estatais. Por meio de ações diretas, 
buscam promover mudanças nos valores dominantes e alterar 
situações de discriminação, principalmente dentro de instituições da 
própria sociedade civil”
(GOHN, 1997, p. 124).
A sociedade da pós-modernidade neste século XXI não é uma sociedade tão simples assim 
como a do século XIX. Veja você que aquela “contava com dois grandes grupos de países: 
os centrais, industrializados, e os periféricos, que consumiam bens industriais e de luxo pagos 
com a exportação de produtos primários”. Contudo, neste século XXI “a caracterização da 
economia mundial separada em dois grandes blocos – o centro e a periferia – não dá mais 
conta da realidade. Existem agora vários centros e várias periferias” (BARBOSA, 2010, p. 
48). Sem dúvida, a sociedade contemporânea, líquida, marca profundamente as relações de 
trabalho, como vimos neste texto. Resta-nos continuar pensando se a sociedade do descartável 
é a melhor para a pessoa, para o trabalhador. Com certeza, ainda está, sob nosso controle, a 
decisão sobre o futuro.
13
Material Complementar
A fim de complementar as informações do material teórico, sugiro os seguintes materiais: 
Vídeos:
A filosofia do século XXI e a pós-modernidade
Estudo apresentado por Sérgio Paulo Rouanet definindo modernidade e o processo da pós-
modernidade
https://www.youtube.com/watch?v=C5z75-Ezd2E
Modernidade e Pós-modernidade (documentário – aulas)
Temáticas apresentadas de maneira didática em formato de aulas. Excelente contribuição para 
entender melhor e refletir sobre Modernidade e Pós-modernidade.
https://www.youtube.com/watch?v=5lDeAFxYgHs
Mudanças no mercado de trabalho e perfil do profissional futuro.
Matéria de poucos minutos com o professor Luiz Guilherme Brom. Assista e faça sua análise a 
partir do nosso texto teórico.
https://www.youtube.com/watch?v=kQF3Qw1MtRA
Roda Viva – Domenico De Masi
Programa da TV Cultura exibido no dia 21 de janeiro de 2013. Autor de inúmeros livros e um dos 
pensadores mais contemporâneos da era pós-industrial. É dele a máxima de que quanto mais o 
homem trabalha, mais tempo precioso perde.
https://www.youtube.com/watch?v=MSEUPqHnv14
“Leia” os filmes de forma crítica, lembre-se de que mesmo os documentários são obras de 
ficção e carregam em si intenções e ideologias de quem os produziu, assim como a própria 
história que nos foi deixada como legado pelos nossos antepassados. 
Bom filme! Bons estudos!
https://www.youtube.com/watch?v=C5z75-Ezd2E
https://www.youtube.com/watch?v=5lDeAFxYgHs
https://www.youtube.com/watch?v=kQF3Qw1MtRA
14
Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho
Referências
CASTELLS, M. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2010. 
GOHN, M. G. História dos Movimentos e Lutas Sociais: A Construção da Cidadania dos 
Brasileiros. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2012.
HOBSBAWM, E. J. Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre História Operária. 3. ed. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000
Complementar
AQUINO, R. S. L. et alii. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. 
Da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Rio de Janeiro: Record, 2005.
FAUSTO, B. (dir.). História Geral da Civilização Brasileira. T. III. O Brasil Republicano. Vol. 
9. Sociedades e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2012.
KHOURY, Y. A. As greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Cortez Editora, 1981.
ORO, A. P. (org.). Representações sociais e humanismo latino no Brasil atual. Religião, 
política, família e trabalho. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
Bibliografia Complementar da Unidade 
ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as Metamorfoses e a centralidade do 
Mundo do Trabalho. São Paulo: Cortez, 2005.
BARBOSA, A. F. O mundo globalizado. Política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 
2010.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. 
CASTELLS, M. O poder da identidade. A Era da informação: economia, sociedade e 
cultura. Vol. 2. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
CHAHAD, J. P. Z. Tendências recentes no mercado de trabalho: pesquisa de emprego e 
desemprego. In: São Paulo em Perspectiva 17 (2003) 205-217. http://www.scielo.br/cgi-
bin/wxis.exe/iah/ Acesso: 18/05/2015.
DE MASI, D. A Sociedade Pós-industrial. São Paulo: Editora Senac, 2000.
DRUCKER, P. Sociedade Pós-capitalista. São Paulo: Editora Pioneira, 1999.
GOHN, M. G. O paradigma dos novos movimentos sociais. In: Teoria dos Movimentos 
Sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997, p. 121-170.
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/
15
Anotações

Outros materiais