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História, Trabalho e Movimentos Sociais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Ney de Souza Revisão Textual: Profa. Ms. Rosemary Toffoli Sociedade contemporânea e as relações de trabalho 5 • Introdução • Sociedade na pós-modernidade • As relações sociais no trabalho Compreender as diferenças entre as novas formas de organização de trabalho a partir do novo conceito de divisão do trabalho (tecnologias, processos, formas de gerenciamento). Apresentar e estudar a acumulação flexível, a ocupação do espaço e sua relação com a globalização. Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema da História: Trabalho e Movimentos Sociais. Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Sociedade contemporânea e as relações de trabalho 6 Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho Contextualização Bem-vindo(a) à terceira unidade da nossa disciplina. Nela refletiremos sobre o passado, através de ações do presente! O trabalhador na sociedade industrial sempre foi explorado pelo capitalismo que, embora hoje esteja em sua etapa de altas tecnologias, ainda produz milhares de pessoas desempregadas, subempregadas, em situação precária de trabalho; sem contar a insatisfação com os salários. Prova dessa insatisfação são as frequentes greves, das mais variadas categorias; como exemplo, citamos, no primeiro semestre de 2015, a greve de professores da rede pública estadual dos ensinos fundamental e médio. Nesse sentido, a temática desta unidade versará sobre organização e ação política na sociedade da pós-modernidade que, embora carregada de tecnologia e consumo, encontra- se esvaziada de conteúdo, necessitando de uma ampla organização política para uma melhor condição econômica da classe trabalhadora. 7 Introdução Constatamos que a sociedade contemporânea está imersa em constantes e profundas transformações, em especial, devido aos avanços tecnológicos que estão presentes na atualidade. As tecnologias digitais são impactantes neste contexto, na nossa própria vida cotidiana. Resultado dessa tecnologia de informação e comunicação, também em redes (computadores, celulares, correio eletrônico, internet e outras), é a inauguração de um novo conceito de sociedade. Figura 1 Fonte: Thinkstock/Getty Images Leia o artigo “Revolução do computador e da internet”: https://inforsociedade.wordpress.com/2013/11/06/revolucao-do-computador-e-da-internet/ As categorias que se supunha permanentes para o ser humano como espaço e tempo se dissolveram. Neste novo contexto, não é mais possível delimitar qualquer distância entre o sujeito e as tecnologias, estas o modificam constantemente. Essa situação marca profundamente nossas relações humanas e de trabalho. Essas relações, segundo alguns pensadores, como o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, se tornam líquidas, além disso são descartáveis. As pessoas, de modo especial, as que vivem nas metrópoles, não se relacionam mais, mas se conectam. Com um clique incluem ou dispensam outras pessoas de seu mundo, que tem as dimensões de uma tela de computador. Você já identificou alguém nestas condições? Neste espaço humano em que a pessoa ainda não resolveu os problemas da humanidade se aventura por transumanidades e pós-humanidades. Será que a passagem por todas essas tecnologias faz a humanidade mais humana? Estamos mais humanos, mais sensíveis em relação aos que nos rodeiam? Bauman, em seus livros, demonstra que tudo que dava sentido à vida humana se faz líquido, escorre entre os dedos. E tudo aquilo que dá consistência e solidez à condição humana está sendo deixado para trás. O humano hoje está baseado na conectividade. Neste espaço as relações correm um grandioso risco: reduzir o ser e tudo que está a sua volta numa imensa volatilidade. Os valores antes sólidos se desfazem no ar (BAUMAN, 2014, p. 7-24). E, assim, cada um cuida de si e ninguém cuida de ninguém e todos querem ser cuidados. Essas novas tecnologias possibilitam um mercado global, feito para um novo sujeito: o consumidor. Tudo está a sua volta para ser consumido. Aquele cidadão tradicional, voltado à construção da sociedade através da política e à participação no bem comum está transformado em um consumidor de todos os tipos de bens materiais. A sua realização pessoal é buscada na subjetividade, voltado para si mesmo. Esse processo sociocultural introduziu profundas mudanças na antropologia e na cultura, levando a marcantes conflitos nas nossas relações de trabalho. 8 Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho Sociedade na pós-modernidade Para alguns estudiosos, a pós-modernidade é uma ruptura que tem seu início no final do século XX. Neste contexto, o conceito de progresso gerado pela Era da industrialização será substituído pelo da crise e da incredulidade. Para Bauman, não há uma pós-modernidade, mas uma continuação da modernidade com pontos diferentes. O sociólogo afirma que “a modernidade significa muitas coisas, e sua chegada e avanço podem ser aferidos utilizando- se muitos marcadores diferentes”. Ele destaca, para a nossa análise, que “uma característica da vida moderna e de seu moderno entorno impõe, no entanto, talvez como a ‘diferença da diferença’; como o atributo crucial que todas as demais características seguem. Esse atributo é a relação cambiante entre espaço e tempo”(BAUMAN, 2014, p. 16). O sociólogo polonês continua sua análise sobre a atualidade constatando que “o tipo de modernidade que era o alvo, mas também o quadro cognitivo, da teoria crítica clássica, numa análise retrospectiva, parece muito diferente daquele que enquadra a vida das gerações de hoje”. Bauman nos convida a uma reflexão em que “essa modernidade pesada/sólida/ condensada/sistêmica da ‘teoria crítica’ era impregnada da tendência ao totalitarismo. Essa modernidade era inimiga jurada da contingência, da variedade, da ambiguidade, da instabilidade, da idiossincrasia, tendo declarado guerra santa a todas essas anomalias” e mais, “esperava-se que a liberdade e a autonomia individuais fossem as primeiras vítimas da cruzada” (BAUMAN, 2014, p. 36-37). Zygmunt Bauman “Modernidade Líquida”. Entrevista O sociólogo polonês analisa o fato da atualidade: uma sociedade da produção a uma sociedade de consumo. https://www.youtube.com/watch?v=GTu_bycoEEw As principais características da industrialização eram as concentrações de grande número de trabalhadores assalariados nas fábricas; predomínio de trabalhadores no setor secundário; divisão do trabalho, separação entre casa e trabalho. Na modernidade temas como razão, sujeito, totalidade, verdade e progresso são conceitos vazios e em crise. A Era da modernidade líquida, termo usado por Bauman, é a era do efêmero, do fragmentário, do caótico. A Era anterior, da industrialização, não realizou os sonhos esperados: bem-estar social. Esta Era da modernidade líquida se caracteriza pela passagem da produção de bens para uma economia de serviços; a preeminência da classe profissional e a classe de técnicos; o caráter central do saber teórico, gerador de inovação; a gestão do desenvolvimento técnico e do controle normativo da tecnologia; a criação de uma nova tecnologia intelectual (DE MASI, 2000). No final da 2ª Guerra Mundial, o conhecimento é aplicado ao próprio conhecimento. Desse modo, o conhecimento é aplicado no fator de produção (DRUCKER, 1999, p. 5). Este artigo do VII Congresso Português de Sociologia retrata a regulamentação das relações de trabalho nos moldes capitalistas modernos. http://www.aps.pt/vii_congresso/papers/finais/PAP0058_ed.pdf Após as mudanças verificadas na sociedade (economia, política) o que se verifica é uma oposição em relação ao trabalhador. Na industrialização, o trabalhador operava a máquina numa linha de produção, a máquina decidiao que seria feito. Por sua vez, o trabalhador da era do conhecimento necessita da máquina, mas esta não lhe diz o que fazer. https://www.youtube.com/watch?v=GTu_bycoEEw http://www.aps.pt/vii_congresso/papers/finais/PAP0058_ed.pdf 9 As relações sociais no trabalho O mercado de trabalho na pós-modernidade passou, em vários países, inclusive no Brasil, da inflação a uma certa estabilidade econômica. A estabilidade de preços e a melhor distribuição da renda trouxe um aumento da informalidade. Devido a estas transformações, surgiram novas formas de ocupações e de contratos de trabalho, verificando-se uma heterogeneização no trabalho. Isso também provocado pela entrada de um grande contingente de mão-de-obra feminina no mercado fabril. É claro que você já vivencia isto em sua realidade: a mulher, cada vez mais, está presente no mundo do trabalho. Neste quadro apresentado anteriormente surge uma subproletarização. Tudo em função das novas formas de oferta de vagas no mercado de trabalho: trabalho parcial, temporário, precário, subcontratado, ‘terceirizado’ (ANTUNES, 2005, p.49). Ricardo Antunes nos faz refletir sobre aquilo que pesquisou e constatou, ou seja, segundo ele, “observa-se, no universo do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, uma múltipla processualidade: de um lado verificou-se uma desproletarização do trabalho industrial, fabril, nos países do capitalismo avançado, com maior ou menor repercussão em áreas industrializadas do Terceiro Mundo”. O pesquisador faz outra constatação para concluir esta parte de seu pensamento: “houve uma diminuição da classe operária industrial tradicional. Mas, paralelamente, efetivou-se uma expressiva expansão do trabalho assalariado, a partir da enorme ampliação do assalariamento do setor de serviços...” (ANTUNES, 2005, p. 49). Texto do sociólogo Orson Camargo sobre a mulher no mercado de trabalho http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm Ricardo Antunes segue adiante na sua análise afirmando que “enquanto vários países de capitalismo avançado viram decrescer os empregos em tempo completo, paralelamente assistiram a um aumento das formas de proletarização” e, ainda “através da expansão dos trabalhadores parciais, precários, temporários, subcontratados” (ANTUNES, 2005, 53). Assim, nos alerta com sua constatação que em nosso país e em outros em desenvolvimento cresceu as formas de proletarização, prejudicando, e muito, o trabalhador em seus salários e nas próprias condições de trabalho. No Brasil, por exemplo, no final do século XX, acontece uma importante mudança que é a entrada da inovação tecnológica. Esse fato contribui para pressionar o combalido mercado de trabalho, forçando as empresas a investir na capacitação e desenvolvimento. Por outro lado, dispensam os trabalhadores com pouca escolaridade, ou seja, exclusão do mercado de trabalho (CHAHAD, 2003, p. 3). Veja você, se, por um lado, a tecnologia parece contribuir com a sociedade, por outro, também leva uma quantia significativa dos trabalhadores ao desemprego. Na então ordem fordista (Henry Ford) se pensava que “o local de construção da nova ordem industrial era repleto de monumentos ao poder e à ambição, monumento que, fossem ou não indestrutíveis, deveriam parecê-lo”. As fábricas eram “gigantescas, lotadas de maquinaria volumosa e multidões de operadores de máquinas, ou densas redes de canais, pontes e trilhos, pontuados de majestosas estações dedicadas a emular os antigos templos erigidos para a adoração da eternidade e para a eterna glória dos adoradores” (BAUMAN, 2014, p. 181). http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm 10 Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho Continua Zygmunt Bauman com sua análise afirmando que o nome de Ford para designar o modelo universal “das intenções práticas típicas da modernidade sólida ou do capitalismo pesado é apropriado” (IBIDEM, p. 182). Nesta mentalidade e práticas apresentadas, o desemprego era uma reserva de contingente para a indústria. Os trabalhadores viviam dentro de uma perspectiva em que o seu trabalho naquela determinada empresa seria imortal, ou seja, por toda a sua vida. Não havia nenhuma intenção de mudar de empresa. Assim, “para os capitalistas, a ‘fortuna familiar’, destinada a durar além da vida de qualquer dos membros da família, era sinônimo das fábricas que herdaram, construíram ou pretendiam acrescentar ao patrimônio familiar” (BAUMAN, 2014, p. 184). Quantas pessoas você conhece que nunca mudaram de emprego? E quantas você conhece que já mudaram de emprego? E você, pretende permanecer sempre no mesmo emprego? Você tem certezas absolutas em seu mundo de trabalho, na sua permanência eterna ali? Todas as ‘certezas’ do trabalhador no mundo do trabalho passarão por uma situação de mudança. A nova mentalidade é a de ‘curto prazo’. As pessoas na atualidade, como já vem acontecendo há anos, mudam muitas vezes de trabalho durante a sua vida. Esse ritmo crescerá. O mercado de trabalho deseja ardentemente a extinção do trabalho nos moldes ainda conhecidos e deseja o início do trabalho com contratos de curto prazo, ou, até sem contratos, sem cobertura previdenciária. A vida do trabalho e do trabalhador está repleta de incertezas. Imagine você a vida do trabalhador sem nenhum de seus direitos! Devido às incertezas e inseguranças do trabalhador, instala-se com muito mais intensidade na sociedade do século XXI os medos, as ansiedades e angústias. E, assim, aparecem com maior contingência diversas doenças psíquicas: ansiedade, depressão, pânico. No texto abaixo, na íntegra, Bauman assessora-se do pensamento de Bourdieu para concluir que na sociedade contemporânea, na líquida, devido ao ‘cada um por si’, o coletivo vai desaparecendo. Assim, a militância e a participação política vão desaparecendo. Tudo isso vai prejudicando a vida dos trabalhadores. Eis o texto: Ao falar com pessoas já atingidas ou que temiam vir a ser atingidas pelas mudanças correntes nas condições de emprego, Pierre Bourdieu ouviu vezes sem conta que ‘em face das novas formas de exploração, notavelmente favorecidas pela desregulação do trabalho e pelo desenvolvimento do emprego temporário, as formas tradicionais de ação sindical são consideradas inadequadas’. Bourdieu conclui que fatos recentes ‘quebraram os fundamentos das solidariedades passadas’ e que o resultante ‘desencantamento vai de mãos dadas com o desaparecimento do espirito de militância e participação política’” (BAUMAN, 2014, p. 186). Para pensar O que está acontecendo hoje no mercado de trabalho privilegia mais o trabalhador ou o capital? Na sociedade atual ocorre uma redistribuição e realocação dos ‘poderes de derretimento’ da modernidade. “Configurações, constelações, padrões de dependência e interação, tudo isso foi posto a derreter no cadinho, para ser depois novamente moldado e refeito; essa foi a 11 fase de ‘quebrar a forma’ na história da modernidade inerentemente transgressora”, e mais, “transgressiva, rompedora de fronteiras e capaz de tudo desmoronar” (BAUMAN, 2014, p. 14). Nesta mesma sociedade “nosso mundo e nossa vida vêm moldados pelas tendências conflitantes da globalização e da identidade” (CASTELLS, 2013, p. 17). Quem modela a sua identidade? Segundo Manuel Castells, somos modelados pelas tendências. Desse modo, não somos sujeitos de nossa história. Tornamo-nos verdadeiros objetos. Muitas foram as novidades trazidas pela revolução tecnológica da informação e “a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede”. Quais são as características desta nova sociedade? Ela é “caracterizada pela globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de vista estratégico; por sua forma de organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do emprego e a individualização da mão-de-obra” (CASTELLS, 2013, p. 17). Café Filosófico: “O Trabalho”, Marcos Cavalcanti A transformação do mercadode trabalho nos últimos anos, o avanço tecnológico, a globalização, a tecnologia da informação e os seus aspectos na vida profissional. https://www.youtube.com/watch?v=vrjEUx9nYjo A nova organização social vem abalando as instituições e transformando as culturas. Glossário Organização social: A organização social diz respeito à forma como as pessoas se relacionam através de suas ações. Segundo Raymond Firth, a organização na ordenação sistemática de relações sociais pelos atos da escolha e da decisão. A partir de uma organização, indivíduos fazem escolhas baseando-se nas normas da estrutura social. Manuel Castells, no texto abaixo, ajuda-nos a refletir sobre esta nova organização social. Está organização foi introduzindo na sociedade contemporânea, nos mais diversos lugares do planeta, as características da sociedade industrial. Por um lado, cria riquezas, mas, por outro, dissemina a pobreza. Eis o resultado de tudo isso em nossa sociedade atual. Sugiro que, após essa reflexão, você reflita sobre o texto de Castells, abaixo. Por uma cultura de virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, interligado e altamente diversificado. E pela transformação das bases materiais da vida – o tempo e o espaço – mediante a criação de um espaço de fluxos e de um tempo intemporal como expressões das atividades e elites dominantes. Essa nova organização social, dentro de sua globalidade que penetra em todos os níveis da sociedade, está sendo difundida em todo o mundo, do mesmo modo que o capitalismo industrial e seu inimigo univitelino, o estatismo industrial, foram disseminados no século XX, abalando instituições, transformando culturas, criando riqueza e introduzindo a pobreza, incitando a ganância, a inovação e a esperança, e ao mesmo tempo impondo o rigor e instilando o desespero. Admirável ou não, trata-se na verdade de um mundo novo. (CASTELLS, 2013, p. 17). Glossário Estatismo: é um conceito utilizado a partir da filosofia política. Seu direcionamento é enfatizar o papel que o Estado tem na análise das mudanças econômicas e políticas. É a interferência do Estado nestas áreas. https://www.youtube.com/watch?v=vrjEUx9nYjo 12 Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho Figura 2: Oferta do capitalismo: desigualdade social Figura 3 - Oferta do capitalismo: miséria Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Dentro deste contexto analisado e diante da desintegração da rede social estão imersos os movimentos sociais. No final do século XX, verificamos que já se vivenciava “o avanço de expressões poderosas de identidade coletiva que desafiam a globalização e o cosmopolitismo em função da singularidade cultural e o controle das pessoas sobre suas próprias vidas e ambientes” (CASTELLS, 2013, p.18). Nesse sentido, a socióloga e cientista política Maria da Gloria Gohn pontuava: Os Novos Movimentos recusam a política de cooperação entre as agências estatais e os sindicatos e estão mais preocupados em assegurar direitos sociais – existentes ou a ser adquirido para suas clientelas. Eles usam a mídia e as atividades de protestos para mobilizar a opinião pública a seu favor, como forma de pressão sobre os órgãos e políticas estatais. Por meio de ações diretas, buscam promover mudanças nos valores dominantes e alterar situações de discriminação, principalmente dentro de instituições da própria sociedade civil” (GOHN, 1997, p. 124). A sociedade da pós-modernidade neste século XXI não é uma sociedade tão simples assim como a do século XIX. Veja você que aquela “contava com dois grandes grupos de países: os centrais, industrializados, e os periféricos, que consumiam bens industriais e de luxo pagos com a exportação de produtos primários”. Contudo, neste século XXI “a caracterização da economia mundial separada em dois grandes blocos – o centro e a periferia – não dá mais conta da realidade. Existem agora vários centros e várias periferias” (BARBOSA, 2010, p. 48). Sem dúvida, a sociedade contemporânea, líquida, marca profundamente as relações de trabalho, como vimos neste texto. Resta-nos continuar pensando se a sociedade do descartável é a melhor para a pessoa, para o trabalhador. Com certeza, ainda está, sob nosso controle, a decisão sobre o futuro. 13 Material Complementar A fim de complementar as informações do material teórico, sugiro os seguintes materiais: Vídeos: A filosofia do século XXI e a pós-modernidade Estudo apresentado por Sérgio Paulo Rouanet definindo modernidade e o processo da pós- modernidade https://www.youtube.com/watch?v=C5z75-Ezd2E Modernidade e Pós-modernidade (documentário – aulas) Temáticas apresentadas de maneira didática em formato de aulas. Excelente contribuição para entender melhor e refletir sobre Modernidade e Pós-modernidade. https://www.youtube.com/watch?v=5lDeAFxYgHs Mudanças no mercado de trabalho e perfil do profissional futuro. Matéria de poucos minutos com o professor Luiz Guilherme Brom. Assista e faça sua análise a partir do nosso texto teórico. https://www.youtube.com/watch?v=kQF3Qw1MtRA Roda Viva – Domenico De Masi Programa da TV Cultura exibido no dia 21 de janeiro de 2013. Autor de inúmeros livros e um dos pensadores mais contemporâneos da era pós-industrial. É dele a máxima de que quanto mais o homem trabalha, mais tempo precioso perde. https://www.youtube.com/watch?v=MSEUPqHnv14 “Leia” os filmes de forma crítica, lembre-se de que mesmo os documentários são obras de ficção e carregam em si intenções e ideologias de quem os produziu, assim como a própria história que nos foi deixada como legado pelos nossos antepassados. Bom filme! Bons estudos! https://www.youtube.com/watch?v=C5z75-Ezd2E https://www.youtube.com/watch?v=5lDeAFxYgHs https://www.youtube.com/watch?v=kQF3Qw1MtRA 14 Unidade: Sociedade contemporânea e as relações de trabalho Referências CASTELLS, M. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2010. GOHN, M. G. História dos Movimentos e Lutas Sociais: A Construção da Cidadania dos Brasileiros. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2012. HOBSBAWM, E. J. Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre História Operária. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000 Complementar AQUINO, R. S. L. et alii. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. Da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Rio de Janeiro: Record, 2005. FAUSTO, B. (dir.). História Geral da Civilização Brasileira. T. III. O Brasil Republicano. Vol. 9. Sociedades e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2012. KHOURY, Y. A. As greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Cortez Editora, 1981. ORO, A. P. (org.). Representações sociais e humanismo latino no Brasil atual. Religião, política, família e trabalho. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. Bibliografia Complementar da Unidade ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as Metamorfoses e a centralidade do Mundo do Trabalho. São Paulo: Cortez, 2005. BARBOSA, A. F. O mundo globalizado. Política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010. BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. CASTELLS, M. O poder da identidade. A Era da informação: economia, sociedade e cultura. Vol. 2. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. CHAHAD, J. P. Z. Tendências recentes no mercado de trabalho: pesquisa de emprego e desemprego. In: São Paulo em Perspectiva 17 (2003) 205-217. http://www.scielo.br/cgi- bin/wxis.exe/iah/ Acesso: 18/05/2015. DE MASI, D. A Sociedade Pós-industrial. São Paulo: Editora Senac, 2000. DRUCKER, P. Sociedade Pós-capitalista. São Paulo: Editora Pioneira, 1999. GOHN, M. G. O paradigma dos novos movimentos sociais. In: Teoria dos Movimentos Sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997, p. 121-170. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/ http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/ 15 Anotações
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