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História, Trabalho e Movimentos Sociais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Ney de Souza Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) 5 • Introdução • Guerra do Contestado (1912–1916) · Novas categorias de movimentos sociais; greves dos diversos setores · Tipologias variadas de revoltas: vacina, chibata · Movimentos religiosos, feministas, étnicos, ecológicos Caro aluno! Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente o mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de avaliação, de aprofundamento e a videoaula. Bom estudo!!! Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) 6 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Contextualização No início e no decorrer do século XX, em pleno Brasil republicano, situa-se este nosso estudo. Foi um período de grandes transformações socioeconômicas para o país, no entanto milhões de brasileiros permaneciam vivendo na miséria. Esta unidade de estudo tratará das manifestações desses excluídos da nossa sociedade. De que forma, na cidade e no campo, se manifestaram os brasileiros diante de sua condição social? Quais foram e o que exigiam esses movimentos sociais do Brasil Republicano? No Brasil do século XXI, encontramo-nos como herdeiros dos diversos movimentos sociais do século XX. Nossa situação econômica e política atual é portadora de inúmeras consequências negativas para a maioria da população brasileira. São inúmeros os novos movimentos sociais reivindicatórios dos direitos dos brasileiros. É a luta pela cidadania que continua a ser construída no país. 7 Introdução No início e no decorrer do século XX, portanto em pleno Brasil republicano, situa-se este nosso estudo. Foi um período de grandes transformações socioeconômicas para o país, no entanto milhões de brasileiros permaneciam vivendo na miséria. Esta unidade de estudo tratará das manifestações desses excluídos da nossa sociedade. De que forma, na cidade e no campo, se manifestaram os brasileiros diante de sua condição social? Quais foram e o que exigiam esses movimentos sociais do Brasil Republicano? Nosso intuito é apresentar vários desses movimentos. Mesmo assim, este texto é somente um começo, pois são inúmeras as manifestações e inúmeros os movimentos sociais do século XX. Nossa bibliografia contempla os que serão estudados neste texto a seguir e vários outros. Guerra do Contestado (1912–1916) Iniciamos nosso estudo apresentando este importante movimento messiânico. Este movimento ocorreu na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina, numa região contestada (disputada) pelos dois estados. O líder inicial do movimento foi João Maria. Após sua morte, seu lugar foi ocupado por um “monge”, Miguel Lucena Boaventura, conhecido como José Maria. No entanto, “uma das características que singularizou o movimento do Contestado foi a ausência de personalidade central e marcante de um líder” (FAUSTO, 2006, p. 81). João Maria, devido às suas atividades de curandeiro, sua simplicidade e suas pregações, começou a agregar, em torno de si, um crescente número de seguidores. Diante dessa situação, “os grandes proprietários e as autoridades republicanas começaram a se inquietar, temendo que se formasse novo Arraial de Canudos que então colocaria em xeque a República” (AQUINO, 2005, p. 151). Messianismo – designação dada a movimentos sociais populares, especialmente de sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram comunidades comandadas por um líder religioso ao qual atribuíam milagres, curas e profecias de acontecimentos. Esse líder político religioso (messiânico) era considerado capaz de conduzir a comunidade a um novo estilo de vida. Na historiografia tradicional, o movimento foi caracterizado como um fanatismo religioso, entretanto “foi uma luta de camponeses sem terras, posseiros e pequenos proprietários, que durou três anos e chegou a ser caracterizado pelas forças governistas como uma ‘guerra’” (GOHN, 2013, p. 72). João Maria, líder dos sertanejos Fonte: historia.seed.pr.gov.br 8 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Caboclos armados Fonte: Claro Jansson Nessa região geográfica do Brasil, atuavam duas empresas norte-americanas: Southern Brazil Lamber Colonization e Brazil Railway. A primeira trabalhava com a exploração da madeira e a segunda, com a indústria ferroviária. O governo brasileiro havia doado faixas de solo às margens da ferrovia. Como comentado anteriormente, havia também a disputa de fronteira entre os estados de Santa Catarina e Paraná. Soldados Federais Fonte: diariocacadorense.com.br A luta mobilizou vinte mil camponeses e metade dos efetivos do Exército brasileiro foi convocado para exterminá-los. O objetivo era destruir a organização comunitária e expulsar os sertanejos das terras que ocupavam. A guerra teve seu início em 1912. José Maria foi morto em combate e criou-se, em torno do falecido, uma legião de seguidores. Em 1916, os últimos núcleos foram arrasados por tropas de mais de 7 mil homens armados. No endereço abaixo, encontra-se um valioso material/ Dossiê sobre a Guerra do Contestado. Material organizado pela Fundação Getúlio Vargas. http://cpdoc.fgv.br/contestado/abertura http://cpdoc.fgv.br/contestado/abertura 9 Revolta no Nordeste: Cangaço As motivações deste movimento social foram a miséria, as injustiças dos coronéis-fazendeiros, a fome e as secas que produziram, no Nordeste, um ambiente favorável à formação de grupos armados, os conhecidos cangaceiros. O movimento do cangaço realizava “ações de bandos armados de homens que ficaram famosos como cangaceiros, destacando-se ‘Lampião’” (GOHN, 2013, p. 80). O termo cangaço significa conjunto de objetos, utensílios. Outra explicação é que o termo cangaço, que se refere a uma peça que prende os bois ao arado ou a um carro, é usado para afirmar que uma pessoa está submetida a outra que é poderosa. Cangaço e os cangaceiros foram um fenômeno típico do nordeste brasileiro (AQUINO, 2006, p. 159). As atividades dos cangaceiros são objeto de discussão dos estudiosos. Para alguns, foi uma forma de banditismo e criminalidade; para outros, uma forma de contestação social. Entre os grupos mais famosos de cangaceiros, estão o de Antônio Silvino e o de Virgulino Ferreira, conhecido como Lampião (1900–1938). Depois que a polícia massacrou o bando de Lampião, em 1938, o cangaço praticamente desapareceu do Nordeste. Revolta da Vacina (Rio de Janeiro, 1904) Este movimento resultou do descontentamento popular com as medidas que vinham sendo tomadas no mandato do Presidente Rodrigues Alves (1901–1906). A intenção do governo era transformar a cidade do Rio de Janeiro na capital do progresso. Algumas de suas medidas foram: demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais para dar lugar a grandes avenidas; ampliação da rede de água e esgotos; remodelação do porto; obras de saneamento; e erradicação de epidemias, como a da varíola. O médico sanitarista Osvaldo Cruz, diretor de saúde pública, convenceu o presidente a decretar a lei de vacinação obrigatória. Parte da população revoltou-se: além da falta de esclarecimento sobre a importância da vacina, para muitas pessoas, era imoral a aplicação de injeções em mulheres e, para outras, a obrigatoriedade da vacina era contrária à liberdade individual. O governo usou tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria para dominar os revoltosos. Cerca de 30 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas. Centenas de participantes dos conflitos foram presos e deportados para o Acre. Boneco de Lampião Fonte: Alberto/Wikimedia Commons Capa da Revista da Semana sobre a Revolta da Vacina, outubro de1904 Fonte: Wikimedia Commons https://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_da_Semana 10 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Revolta da Chibata (1910) Em 1910, cerca de 2 mil membros da Marinha Brasileira, liderados pelo marinheiro João Cândido, iniciaram um movimento que ficou conhecido como Revolta da Chibata. Os marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da Marinha, que punia as faltas graves com 25 chibatadas. Além disso, reclamavam da má alimentação e dos soldos (salários) miseráveis. Marinheiros revoltosos (1910). João Cândido seria o marinheiro alto no centro, ao lado do repórter de terno Fonte: Wikimedia Commons Os marinheiros tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e, em seguida, outros marinheiros tomaram o controle dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao Presidente da República explicando as razões da revolta. O governo respondeu que atenderia às exigências feitas. Os marinheiros entregaram os navios aos comandantes. Com os marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus compromissos. Em 9 de dezembro de 1910, outra rebelião foi organizada. O governo, dessa vez, estava preparado. Assim, dezenas de revoltosos foram mortos, centenas foram mandados para a Amazônia e mais de mil foram expulsos da Marinha. João Cândido, depois de ter sido preso na ilha das Cobras (RJ), foi julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirante Negro, que acabou com o castigo da chibata na Marinha Brasileira. Novela Lado a Lado retrata a Revolta da Chibata. Neste endereço eletrônico, um pequeno trecho da Revolta https://www.youtube.com/watch?v=0B-9hVN9wg0 A música O mestre-sala dos mares, de Aldir Blanc e João Bosco, tem como tema a Revolta da Chibata e foi composta em 1975. João Cândido morreu em 1969, em plena ditadura militar, e não chegou a ouvir essa belíssima canção sobre o Almirante Negro (AQUINO, 2006, p. 191). https://www.youtube.com/watch?v=0B-9hVN9wg0 11 Greve Geral (1917) Em São Paulo, o movimento mobilizou cerca de trinta mil trabalhadores. O movimento era predominantemente formado pelos setores têxteis e gráficos, os mais importantes da época. Durante as manifestações, foi criado o Comitê de Defesa Proletária, resultante da reunião clandestina de várias categorias militantes (GOHN, 2013, p. 74). O Comitê reuniu, em um único memorial, reivindicações de todas as categorias profissionais envolvidas, destacando-se: a jornada de oito horas de trabalho, aumento dos salários, redução dos aluguéis, normatização do trabalho de mulheres e crianças e melhorias no local de trabalho. Essa greve de 1917 não foi um ato isolado, com a participação de trabalhadores. Alguns pensadores, como Paulo Sérgio Pinheiro e Michael Hall, afirmam que “a greve geral de julho de 1917 em São Paulo foi a manifestação política urbana mais impressionante da Primeira República” (1979, p. 232). A movimentação dos operários teve como ponto de partida determinadas industrias, “como as de propriedade dos Crespi, Matarazzo, Jafet; da Companhia Antarctica, da fábrica Votorantim, de algumas companhias de estrada de ferro e das ligas da Mooca, Belenzinho e Brás (KHOURY, 1981, p. 23). O resultado final, depois de tanta violência, foi este: os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância legítima, obrigando os patrões a negociarem com os proletários e a considerem-nos em suas decisões. Revolução Constitucionalista (1932) A Revolução ocorreu durante a ditadura Vargas (1930–1945). Esse governo foi se revelando centralizador. O governo estava preocupado com a questão social e interessado em defender as riquezas nacionais. Isso assustou os políticos de São Paulo. Os paulistas desejavam retornar às práticas existentes na Primeira República, tempo de seus privilégios. Os líderes do Partido Republicano Paulista formaram uma frente única com os líderes do Partido Democrático, que haviam apoiado a Revolução de 1930. Estavam descontentes com a nomeação do interventor João Alberto Lins e Barros para governar São Paulo. Em maio de 1932, quatro estudantes de São Paulo, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, morreram em confronto com a polícia numa manifestação contra o governo federal. Esse fato exaltou ainda mais os ânimos. Com as letras iniciais dos nomes desses estudantes, formou-se a sigla MMDC, que se tornou o símbolo do movimento constitucionalista do estado. No dia 9 de julho de 1932, teve início a Revolução Constitucionalista, que mobilizou armas e 30 mil homens de São Paulo para lutar contra o governo federal. Trabalhadores cruzam os braços em uma fábrica em São Paulo Fonte: Wikimedia Commons Cartaz MMDC convocando o povo paulista às armas Fonte: Wikimedia Commons https://pt.wikipedia.org/wiki/MMDC 12 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Depois de três meses de luta, o Movimento Constitucionalista foi esmagado pelas tropas de Getúlio Vargas. Mesmo com a derrota, os paulistas obtiveram uma conquista política: terminada a revolta, o governo federal procurou evitar indispor-se com a elite de um estado que, embora derrotado militarmente, tinha grande poder socioeconômico. Garantiu, então, a realização de eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Obelisco de São Paulo, no Parque Ibirapuera, construído em homenagem aos heróis da Revolução Constitucionalista Fonte: Dornicke/Wikimedia Commons Movimento do Custo de Vida Este Movimento, iniciado em São Paulo e em outras capitais do Brasil, representa um dos principais movimentos populares dos anos 1970. O Movimento é de grande relevância como organizador de vários movimentos sociais que o seguiram; de grande importância diante do desmantelo da vida associativa no período da ditadura militar e seu famoso e prejudicial AI-5 para a sociedade brasileira. O Movimento surgiu ligado às ações da Igreja Católica, tendo sua base na Teologia da Libertação. As Comunidades Eclesiais de Base foram o espaço de estruturação inicial. Em 1973, os militantes do Movimento enviaram uma carta ao Presidente da República protestando contra as péssimas condições de vida em que se encontravam. Em 1975, ocorreu um outro momento significativo do Movimento. Os militantes resolveram fazer uma enquete, na periferia, para saber como as famílias sobreviviam. Em 1978, sem ter resposta para suas reivindicações, o movimento resolveu realizar um abaixo-assinado, em âmbito nacional, pedindo ao governo federal o congelamento dos preços de gêneros alimentícios. O Movimento obteve mais de um milhão de assinaturas e encaminhou para Brasília. O Governo recusou-se a receber a comissão que levou o abaixo-assinado. Em 1979, o movimento politizou-se. Vários militantes do PC do B entraram para o Movimento de Custo de Vida (GOHN, 2013, p.111). https://pt.wikipedia.org/wiki/Obelisco_de_S%C3%A3o_Paulo https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Ibirapuera 13 Movimentos Feministas Nos anos 1970, o Brasil absorveu a onda de movimentos de organização das mulheres que havia ocorrido na Europa e nos Estados Unidos nos anos 1960. Maria da Glória Gohn afirma que esses movimentos foram criados “a partir de grupos de mulheres que passaram a se reunir em sindicatos, como o dos bancários, em São Paulo, ou de líderes feministas que haviam militado nos movimentos feministas no exterior. A luta das feministas encontrou eco na sociedade por dois motivos básicos” (2013, p. 115). O primeiro desses motivos refere- se às mudanças que se operavam na estrutura produtiva do Brasil, com a incorporação das mulheres no mercado de trabalho. O segundo diz respeito à ordem conjuntural decorrente da asfixia e falta de liberdade política no país e da legitimidade que as reivindicações de mulheres, como mães de presos políticos e desaparecidos, tinham na sociedade. Protesto indígena Encontramos,aqui, uma manifestação de cunho étnico. Esta é uma de tantas outras que ocorreram no período e outras tantas que ocorrem até o momento atual. A manifestação que será apresentada aqui ocorreu em 1980 no Mato Grosso do Sul. Estamos em plena visita do Papa João Paulo II ao Brasil. Durante uma das celebrações, o índio guarani Marçal de Souza, da tribo Kaingang, leu um manifesto de denúncia sobre a morte de líderes indígenas e as péssimas condições dos índios, em geral, no Brasil. O então Ministro do Interior, Mário Andreazza, ficou indignado com o protesto e afirmou que o Brasil tinha uma das legislações indigenistas mais avançadas do mundo. Marçal de Souza* em seu encontro com o Papa João Paulo II. Foto: CIMI Fonte: cimi.org.br Em janeiro de 1983, Marçal de Souza, por defender os direitos territoriais de uma aldeia guarani, foi assassinado. Nem sempre as leis mais avançadas do universo resolvem o problema se elas permanecem somente no papel e ali apodrecem enquanto o direito e a vida são brutamente jogados no lixo. 14 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Movimentos Ecológicos Em função da futura ECO-92, ou seja, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, anos antes, exatamente entre 1970 e 1980, foram criados inúmeros movimentos sociais no Brasil, que se reuniram para a discussão do tema do Meio Ambiente, Ecologia. Na realidade, o nosso país, durante a Conferência e no mês que a precedeu, teve conhecimento, pelos noticiários nas mais diversas fontes, de centenas de entidades que apresentavam trabalhos e propostas sobre questões relativas à natureza. Os anos passaram-se e a situação ficou ainda mais grave. Em junho de 2015, o Papa Francisco lançou uma encíclica, Laudato Si (Louvado Seja), elogiada por vários ambientalistas e outras instâncias da sociedade. O tema tratado ali é, exatamente, a nossa responsabilidade e, em especial, dos países desenvolvidos com o cuidado com o meio ambiente. Movimento Ação da Cidadania, contra a Fome e Pela Vida Este movimento social (1993–1995) foi criado a partir do movimento Ética na Política. O movimento passou a ser liderado por Herbert de Souza, o Betinho, engajado nas lutas populares desde a época da ditadura militar. Betinho viveu no exílio durante muitos anos. Ficou bastante conhecido no Brasil nos anos 1980 por sua atuação em campanhas de apoio aos portadores do vírus HIV. O próprio Betinho era portador do vírus. Assim como seus dois irmãos, o cartunista Henfil e o músico Francisco, morreram devido às complicações decorrentes do vírus da AIDS. Os três eram hemofílicos e em transfusões de sangue contraíram o vírus. Betinho tornou-se uma figura muito querida em todo o Brasil. O movimento da Campanha da Fome partiu de uma leitura crítica das necessidades sociais na atual sociedade brasileira, no âmbito das camadas populares. A maioria dessa população estava em situação de miséria, passando fome. A partir de situações clássicas de filantropia, que é a distribuição de alimentos em cestas básicas, procurou sensibilizar diferentes camadas e setores sociais para a necessidade de se fazer alguma coisa no Brasil de modo a minimizar as condições de sofrimento por que passava a grande maioria da população brasileira. A Ação de Betinho teve um crescimento repentino e seu sucesso levou à criação de formas modernas de gestão dos recursos arrecadados (criando-se um Fundo Inter-religioso contra a fome e pela Vida), como o desenvolvimento de recursos para despertar a criatividade das pessoas, comunidades e entidades organizadas e a geração de novas formas de rendas e de solução dos problemas sociais (GOHN, 2013, p. 148-150). Conferência ECO 1992 – Rio de Janeiro Fonte: LUCIANA WHITAKER 15 Material Complementar Para expandir seu conhecimento a respeito do conteúdo da unidade, sugiro os seguintes materiais: Vídeos: Revolta da Chibata Filme documentário sobre a revolta dos marinheiros no início do século XX no Rio de Janeiro. https://www.youtube.com/watch?v=krjD3w1fjoM Cangaço Filme: Baile Perfumado Sobre Lampião e o Cangaço. Excelente filme-documentário da década de 90. https://www.youtube.com/watch?v=3Hw0SjxHUso Guerra do Contestado Filme: Guerra dos Pelados Sobre o importante movimento social de cunho religioso que aconteceu no território disputado por Paraná e Santa Catarina. https://www.youtube.com/watch?v=KnSvUJP0tr4 Site: A luta das mulheres na ditadura A Unesp guarda documentos sobre a luta das mulheres na ditadura. O CEDEM (Centro de Documentação e Memória da Unesp) preserva vários documentos sobre a luta das mulheres. Leia a notícia e visite o site da UNESP. http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=209106 https://www.youtube.com/watch?v=krjD3w1fjoM https://www.youtube.com/watch?v=3Hw0SjxHUso https://www.youtube.com/watch?v=KnSvUJP0tr4 http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=209106 16 Unidade: Movimentos Sociais no Brasil republicano (XX) Referências Básica CASTELLS, M. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2010. GOHN, M. G. História dos Movimentos e Lutas Sociais: a construção da cidadania dos brasileiros. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2012. HOBSBAWM, E. J. Mundos do Trabalho: novos estudos sobre história operária. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000 Complementar AQUINO, R. S. L. et alii. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. Da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Rio de Janeiro: Record, 2005. FAUSTO, B. (dir.). História Geral da Civilização Brasileira. T. III. O Brasil Republicano. Vol. 9. Sociedades e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2012. KHOURY, Y. A. As greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Cortez Editora, 1981. ORO, A. P. (org.). Representações sociais e humanismo latino no Brasil atual. Religião, política, família e trabalho. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. Bibliografia Complementar da Unidade Livros, Teses, Dissertações, Revistas, Sites, Arquivos, Artigos, Anais AQUINO, R. S. L. et alii. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. Da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Rio de Janeiro: Record, 2005. FAUSTO, B. (dir.). História Geral da Civilização Brasileira. T. III. O Brasil Republicano. Vol. 9. Sociedades e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2012. KHOURY, Y. A. As greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Cortez Editora, 1981. PINHEIRO, P. S.; HALL, M. M. A classe operária no Brasil 1889–1930. São Paulo: Alfa-Omega, 1979. 17 Anotações
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