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Prévia do material em texto

História, Trabalho e 
Movimentos Sociais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Ney de Souza
Revisão Textual:
Profa. Ms. Rosemary Toffoli
Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
5
• Introdução
• O mundo da pobreza
• Mundo do desemprego e do emprego formal
• Turismo sexual, trabalho forçado e trabalho infantil 
 · Estudar e analisar o mundo globalizado para reconhecer a natureza das 
transformações econômicas, sociais e políticas da atualidade;
 · Esclarecer que a globalização não é somente econômica, atingindo a cultura e 
esclarecer por que o mundo se torna cada vez menor.
Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não 
esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe 
de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.
Sociedades Nacionais e a emergência da 
sociedade global
6
Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
Contextualização
Refletindo o passado através de ações do presente! 
Como pesquisador da “Relação Estado-Igreja no Brasil”, ou seja, da política de duas 
importantes instituições da história do Ocidente, costumo dizer que “A política não é inocente”.
Para contextualizar os interesses políticos que levaram a queda da Monarquia no Brasil e a 
Instalação do regime republicano no poder, gostaria que vocês refletissem sobre as disputas 
de poder na política, através de um texto publicado na coluna de Eliane Trindade, na Folha 
de São Paulo. É uma entrevista sobre o evento dos ataques à redação da Charlie Hebdo! 
Percebam as mobilizações justas em repúdio às ações de terroristas, mas não se esqueçam, “a 
politica não é inocente”, e observem em outra matéria do site Pragmatismo Político, como as 
fotos dos estadistas na mobilização de apoio à Liberdade foram forjadas para impressionar a 
opinião pública!!!
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade na França? Para Quem?” - Eliane Trindade
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/redesocial/2015/01/1574239-liberdade-igualdade-e-fraternidade-na-franca-para-quem.shtml
(link para assinantes ou cadastrados na Folha)
http://horaciocb.blogspot.com.br/2015/01/liberdade-igualdade-e-fraternidade-na.html
(link alternativo)
“Imagem dos líderes em protesto na França foi montada” - Pragmatismo Político
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/imagem-dos-lideres-em-protesto-na-franca-foi-montada.html
7
Introdução
Nas duas últimas décadas uma sociedade civil global vai se delineando. Essa sociedade 
se apresenta com novos valores morais, culturais, econômicos e políticos. O processo de 
globalização que teve início nos anos 1980 chegou neste século XXI com um enorme potencial 
de aceleração. Quais são as características desta sociedade globalizada? 
Verificaremos nestes pontos seguintes estas características que nos fazem perceber o quanto 
a sociedade está se transformando. Destacamos por exemplo: 
a) “rapidíssimas transformações na esfera tecnocientífica; notáveis transformações 
nas estruturas econômicas dos países”; 
b) “uma gigantesca aceleração do comércio internacional; a redução da capacidade 
de os Estados, em maior ou menor escala, se instrumentalizar e controlar de 
maneira autônoma suas próprias políticas econômicas”;
c) “a crescente importância da esfera financeira, entendida como uma dimensão 
à parte e desvinculada da dimensão econômica propriamente dita”; 
d) “a desregulamentação, a transnacionalização e a interconexão dos mercados 
financeiro”; 
e) “a liberalização das principais economias”;
f) “a crescente assimetria entre economias capitalistas altamente desenvolvidas e 
as chamadas economias emergentes”; 
g) “a tendência à conversão de todos os habitantes do planeta em consumidores 
de produtos culturais estandardizados” 
(MARQUES, BERUTTI, FARIA, 2007, p. 141-142).
Há uma enorme diversidade de definições sobre globalização. No entanto, é possível, 
segundo Eric Hobsbawn, apresentar três observações a respeito deste tema. A primeira é a 
globalização acompanhada de mercados livres “atualmente tão em voga, trouxe consigo uma 
dramática acentuação das desigualdades econômicas e sociais no interior das nações e entre 
elas”. Sua segunda observação afirma que aqueles que menos se beneficiam da globalização 
são os que mais sofrem os efeitos dela. E assim sustenta que “para a maior parte daqueles 
que vivem dos salários provenientes dos seus empregos nos velhos ‘países desenvolvidos’, o 
começo do século XXI oferece um quadro sombrio, para não dizer sinistro” (HOBSBAWN, 
2008, p. 11-12). 
Segundo este historiador “O mercado livre global afetou a capacidade de seus países e 
sistemas de bem-estar social para proteger seu estilo de vida”. Destaca ainda que “em uma 
economia global, eles competem com homens e mulheres de outros países que têm as mesmas 
qualificações”, contudo sua situação não é bem diferente, pois “recebem apenas uma fração 
dos salários vigentes no Ocidente e sofrem nos seus próprios países as pressões trazidas pela 
globalização do que Marx chamava “ o exército de reserva dos trabalhadores”. São eles os 
“imigrantes que chegam das aldeias das grandes zonas globais de pobreza”. Neste ponto, 
conclui Hobsbawn, que “situações desse tipo não antecipam uma era de estabilidade política 
e social” (HOBSBAWN, 2008, p. 12).
8
Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
A terceira e última observação de Eric Hobsbawn constata que a “imigração é um problema 
político substancial na maior parte das economias desenvolvidas do Ocidente, ainda que a 
proporção dos seres humanos que vivem em países diferentes daqueles que nasceram seja 
de apenas 3%”. Segundo o historiador apesar dessa situação da globalização ser temporária, 
mesmo assim poderá trazer graves consequências políticas nacionais e internacionais. Na 
sua opinião “a resistência política, embora provavelmente não logre fazer reviver práticas 
protecionistas formais, tenderá a desacelerar o progresso da globalização dos mercados livres 
nos próximos dez ou vintes anos” (2008, 12-13).
 Saiba Mais
O aumento da desigualdade entre países ricos e pobres e o crescimento da 
pobreza está relacionado à abertura dos mercados e ao crescimento desordenado 
da esfera financeira, levando ao desemprego e ao emprego informal.
De acordo com Herrera, outro estudioso de nosso tema, a globalização financeira 
significa o fim da geografia e sendo assim, supõe uma redução das autonomias dos países. 
A globalização política, segundo ele, “se manifesta nas precisadas pretensões das principais 
potências mundiais para tratar de provocar uma homogeneização política”. E, por sua vez, a 
globalização cultural é consequência dos progressos na área tecnológica. “Essa dimensão da 
globalização tem como objetivo a uniformização dos padrões ou estilos de vida, sistemas de 
valores, costumes etc., para a qual se tende à conversão de todos os habitantes do planeta em 
consumidores de produtos culturais estandardizados de acordo com os fins da globalização” 
(HERRERA, 1997, p. 22-31).
Para o professor e pesquisador em História econômica, Alexandre Barbosa, “a globalização 
trouxe um aumento dos fluxos internacionais de mercadorias, capitais e informações, os quais 
perpassam os vários países e afetam a dinâmica econômica das empresas, a realidade social 
dos indivíduos e as opções políticas de partidos e movimentos sociais”. O pesquisador ainda 
constata oferecendo uma afirmação contundente que “uma parte significativa das populações, 
culturas e economias está, entretanto, à margem desse processo”, e assim fica distante e 
“alheia aos novos bens de consumo e tecnologias”, e por isso “incapaz de acessar e processar 
as novas informações e ainda imune, em grande medida, aos novos valores sociais e morais” 
(BARBOSA, 2010, p. 19).
O que se constata do ponto de vista cultural é um emergir de uma mídia global e a 
padronização do consumo e tudo numa mesma linha sem diferenciação dos produtos, tudo 
em série. Vocêjá percebeu esta situação em sua realidade? A propaganda de uma roupa é 
motivo para que vire moda e todos usam o mesmo modelo.
De um outro lado, cria-se uma resistência local, para a proteção dos valores dos grupos. “É o 
poder da identidade que se rebela contra a imposição de padrões homogêneos de comportamento 
e expressão cultural”. Uma possível definição neste ponto é que “a globalização propicia tanto a 
expansão de alianças sociais internacionais, com propósitos e ideologias diferenciadas, como a 
reação de movimentos locais e nacionais à invasão estrangeira” (BARBOSA, 2010, p. 103-104). 
Muitas dessas situações temos constatado no nosso cotidiano. Vários grupos altamente incomodados 
com esta uniformização internacional, devido à Globalização cultural, manifestam-se de maneira 
contrária, como por exemplo, no vestuário customizado.
9
Times Square, em Nova Iorque, uma característica notável da globalização é a presença de marcas mundiais
Fonte: Nightscream / Wikimedia Commons
Neste contexto da globalização “as pessoas em todo o mundo se ressentem da perda do 
controle sobre suas vidas, seu meio, seus empregos, suas economias, seus governos, seus 
países e, em última análise, sobre o destino do planeta” (CASTELLS, 2013, p. 93-94). A 
sensação passa a ser aquela que outros estão vivendo a sua vida, ou ao menos, determinando 
todos os seus passos: moda, cultura, música, arte.
Questionar as tendências atuais da globalização e suas consequências para o mercado de 
trabalho, a vida em geral e, ao mesmo tempo analisar os possíveis resultados para a história 
desta guerra capitalista é o objeto deste texto. Vamos continuar o nosso percurso de estudo!
Documentário: O mundo global visto do lado de cá
O mundo global visto do lado de cá, documentário do cineasta brasileiro Sílvio 
Tendler, discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias 
(seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por 
uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos.
https://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Times_Square
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Iorque
https://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM
10
Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
O mundo da pobreza
O mundo globalizado é uma só contradição. Ao mesmo 
tempo que todos os bens estão na maioria dos lugares do 
planeta, a maioria das pessoas não têm acessos a estes 
mesmos bens: alimentos, remédios, cultura dentre outros. 
O abismo entre os países ricos e pobres se torna cada vez 
maior. A pobreza tende a crescer cada vez mais nesta 
globalização acelerada. 
É praticamente impossível que você não tenha ainda 
constatado uma dessas situações anteriores no ambiente 
em que você vive. 
E o que pensar do futuro? “O futuro não é nada radioso: 
os países industrializados tornaram-se cada vez mais 
protecionistas, os juros permanecerão elevados nos anos 
90, ‘a crise do endividamento está longe de terminar’”.
Na outra ponta desta história se constata que “o crescimento dos países pobres será 
‘afetado’ pela conjuntura – incerta – dos países industrializados, que determina sua capacidade 
de investimento e de ajuda governamental”. O que os especialistas dizem a esse respeito? Qual 
o quadro apresentado por estes estudiosos da economia? Os especialistas não nos apresentam 
um resultado nada agradável, “entre o quadro mais otimista e o quadro mais sombrio, haverá 
uma diferença de 40% nos recursos das nações pobres, no ano 2000”. E os pobres? Como 
ficará sua situação diante destas constatações dos estudiosos? O que eles verificaram é que “a 
defasagem do desenvolvimento nesses países tem poucas chances de ser reduzida e é grande 
o risco de ver ‘crescer muito (...) o número de pobres absolutos’” (DECORNOY, 1991, p. 93).
A globalização tem, portanto, ampliado e muito os contrastes e as desigualdades. Essa 
situação produz um contingente imenso de trabalhadores desempregados e, assim, excluídos 
dos serviços sociais. Ainda se pode encontrar “os trabalhadores precários, os empregados 
domésticos, os que realizam ‘bicos’, ou atuam em empregos de ocasião, com baixos níveis de 
renda, desconectados das novas tecnologias e sem instrução exigida para ascender socialmente 
e ter acesso aos novos padrões de consumo”. Por consequência, “esses são excluídos da 
globalização”. Essa população está concentrada “nos países globalizados, ainda que não seja 
difícil encontra-los nos países globalizadores” (BARBOSA, 2010, 19). É interessante perceber 
que nem sempre o progresso traz benefícios para a maioria das pessoas, no caso, os pobres. 
Progresso, veja bem não é sinônimo de bem-estar para a maioria dos cidadãos. 
Documentário: Pobreza no Brasil
Atualmente 16 milhões de brasileiros vivem na miséria com 
menos de R$ 70,00 reais por mês. A maioria no meio rural. 
https://www.youtube.com/watch?v=cBWqR8iH0FM
Enquanto uma minoria, a elite, consome produtos sofisticados, realizam viagens 
internacionais, compras de produtos de última geração, acesso a bens culturais, os pobres, 
na sua grande maioria, não têm acesso aos bens básicos de uma existência digna como 
cidadãos. Percebemos que a sociedade entrou no caminho de cultuar o capital, o dinheiro, e 
não se importou com a dignidade humana. O resultado é lamentável: uma sociedade rica em 
tecnologia e pobre em relações humanas.
Morador de rua carregando carrinho de 
papelão em São Paulo, o recolhimento de 
materiais recicláveis nas ruas é uma das 
formas de ganhar dinheiro.
Fonte: Wikimedia Commons
https://www.youtube.com/watch?v=cBWqR8iH0FM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morador_de_rua
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Material_recicl%C3%A1vel
11
 Saiba Mais
O Relatório do Banco Mundial (2000) estimou 1,2 bilhões de pessoas pobres – 24% da 
população mundial – vivem com menos de um dólar por dia e 2,8 bilhões com menos de 
2 dólares por dia (1998).
Com esses dados do Banco Mundial se constata que a globalização não conseguiu criar um 
padrão de consumo básico para todos os habitantes do planeta. Se, por exemplo, “analisarmos 
a distribuição da população mais pobre, que dispõe de menos de um dólar por dia, veremos 
que ela se encontra dividida da seguinte forma: 43% dos pobres vivem no sul da Ásia em 
países como Índia, Bangladesh e Paquistão; 185 na China; 25% na África; e outros 15% 
estão distribuídos entre o Sudeste Asiático (Indonésia, Malásia, Filipinas), América Latina e 
Leste Europeu” (BARBOSA, 2010, p. 105). Essa pesquisa, no mínimo, leva a uma imensa 
indignação quando se verifica o enorme abismo entre ricos e pobres num mundo ‘globalizado’. 
Certamente é a globalização da pobreza e da indiferença.
Se a globalização não contribuiu para melhorar a vida dessas populações pobres não as 
deixou também no mesmo patamar de miséria anterior à chegada da globalização: tornou 
mais grave a situação dos economicamente miseráveis. Em outras palavras, a vida cotidiana 
dos miseráveis piorou e muito.
Mendigo nas ruas de Paris
Fonte: Eric Pouhier/Wikimedia Commons
Uma mulher cigana e o seu cão pelas ruas de Roma
Fonte: Wikimedia Commons
Em países como a Somália, Afeganistão, e Haiti, 70% da população é subnutrida. Por 
sua vez a pobreza foi se ampliando em países industrializados. As crianças sofrem enormes 
consequências diante desta economia do descartável, como afirma Bauman (1999). Uma 
parcela da população em países ricos não desfruta das benesses da globalização. Por exemplo, 
nos Estados Unidos 14% dos adultos e 20% das crianças são considerados pobres. Quando 
acontece alguma tragédia de destaque internacional em vários países ricos, como os Estados 
Unidos, sempre vemos emergir os pobres que, muitas vezes, estavam escondidos. 
A África vive a guerra contra a pobreza
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/geopolitica/a-africa-vive-a-guerra-contra-a-pobreza.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cigano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/geopolitica/a-africa-vive-a-guerra-contra-a-pobreza.htm12
Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
Mundo do desemprego e do emprego formal
Damos continuidade ao nosso estudo apresentando uma das enormes preocupações de 
todos nós: o desemprego. O aumento da desigualdade econômica é um dos fatores que levam 
ao desemprego e ao emprego informal. É evidente que os bolsões de desemprego nos países 
desenvolvidos e nos subdesenvolvidos ocupam situações diferentes. O texto de Alexandre 
Barbosa (2010) relata que “um desempregado sueco ou francês é diferente de um desempregado 
peruano ou tailandês. No primeiro caso, existem sistemas de seguro-desemprego sólidos, 
os quais durante mais de um ano cobrem boa parte do salário do trabalhador no último 
emprego”. No que se refere ao segundo desempregado os sistemas de proteção “são frágeis 
e muitas vezes não há alternativa fora dos empregos informais, com baixos salários e sem 
acesso aos direitos trabalhistas” (2010, p. 108). Você certamente já constatou esse fato na 
nossa realidade brasileira, não é mesmo? Sobre o segundo desempregado, é claro.
 Para pensar
Como explicar essas tendências de aumento de desemprego e 
expansão da informalidade?
Essa situação, por exemplo, na China, deve-se ao “avanço do trabalho informal” que 
“esteve relacionado às demissões das empresas estatais em processo de modernização”. 
Importante constatar que em atividades de trabalho informal os sindicatos raramente estão 
presentes. Diferente do setor industrial antigo, em que os salários eram mais ou menos iguais 
e a legislação respeitada, é a situação no setor de serviços urbanos: informalidade é a regra. 
Veja se você acerta: onde cresceu mais nos últimos vinte anos do século XX o desemprego 
e a informalidade? Se você respondeu nos países em desenvolvimento, acertou (BARBOSA, 
2010, p. 109).
Números da precariedade do trabalho no mundo
Trabalho forçado (2004) 12, 3 milhões
Trabalho infantil (2005) 190,7 milhões
Desempregados (2006) 195,2 milhões
Desempregados jovens (2005) 88, 2 milhões 
Trabalhadores pobres (menos de 2 dólares diários – 2006) 1,368 milhões
fonte: OIT – organização internacional do trabalho
Diante da enorme cifra de desempregados, a única perspectiva vista por vários deles é 
a imigração. Contudo, não há um dado significativo sobre a quantidade de mão-de-obra 
imigrante no mundo. Neste ano de 2015, verifica-se uma enorme quantia de pessoas que 
imigram especialmente para a Europa oriundas da África buscando melhores condições de 
trabalho e vida, ou buscando trabalho e vida, devido às guerras, perseguições e fome em 
seus países de origem. No Brasil, de maneira especial e não única, verifica-se a chegada de 
um número significativos de haitianos nesta busca de vida melhor, nem sempre encontrando. 
Antes de dar uma opinião fundamenta sobre esta questão, lembre-se: vários que criticam a 
imigração hoje no passado tiveram seus pais e avós como imigrantes.
13
Segundo Barbosa, não existe “um mercado de trabalho global, seria ingênuo negar os 
impactos da globalização sobre o mercado de trabalho”. Esta constatação é comprovada 
“porque as empresas multinacionais passam a subcontratar serviços de trabalhadores na 
periferia do mundo, com salários e benefícios sociais menores”. Neste sentido “ainda não 
haja um mercado de trabalho global, as empresas usam, com frequência, a ameaça de que 
podem mudar as suas fábricas para países mais pobres, no caso de os sindicatos locais não 
se conformarem com níveis salariais inferiores” (2010, p. 112). E assim, muitas vezes, o 
trabalhador é submetido a condições de trabalho e salariais aviltantes é obvio, por necessidade.
Turismo sexual, trabalho forçado e trabalho infantil 
Veremos a seguir uma das situações mais graves deste nosso estudo: a exploração de 
trabalho e sexual infantil. Muitas destas situações estão no nosso cotidiano muitos fingem 
não ver, “não tenho nada com isso”, às vezes pensam ou falam algumas pessoas. Não temos 
mesmo?
 No desenrolar acelerado da globalização, sem legislações nacionais e internacionais, são 
consentidas muitas atividades ilícitas e desumanas, para não dizer sub-humanas. Dentro deste 
quadro estão o trabalho infantil, forçado e o turismo sexual. São estas atividades criminosas 
portadoras de um valioso e enorme desenvolvimento financeiro. Sem dúvida que as novas 
tecnologias colaboram e muito, não em si, mas a sua utilização para a organização em rede de 
diversas destas atividades. O tráfico internacional de drogas está inserido dentro desta enorme 
‘indústria’ do crime, observa-se uma estrutura organizada para tal finalidade.
Você sabia que “o tráfico de mulheres e crianças aparece como a terceira mais rentável 
atividade do crime organizado global, depois do tráfico de drogas e de armas”? Pois é, estas 
são as informações do Fundo de Desenvolvimento da Mulher das Nações Unidas. O que se 
verifica nessa situação é uma rede global, internacional de prostituição. Muitas “garotas são 
atraídas por anúncios de emprego como garçonetes e babás; ou coagidas, por meio da força, 
acabam por se transformar em escravas, por conta das pesadas dividas que detêm com as 
organizações criminosas”. As regiões em que está situação é mais escandalosa são: o Leste 
Asiático – especialmente Tailândia e Filipinas – e o Leste Europeu e países da antiga União 
Soviética, desmembrada após a queda do muro de Berlim em 1989 (BARBOSA, 2010, 114).
Documentário sobre exploração sexual
http://mais.uol.com.br/view/15097389
A escravidão ainda não foi abolida em pleno século XXI. Agora surge, neste novo contexto, 
em diversas áreas. Neste sentido, “a prostituição sexual de mulheres, crianças e adolescentes 
tem-se transformado numa empresa global de alta rentabilidade” (BARBOSA, 2010, 114). 
Tudo o que foi relatado sobre a prostituição neste texto ainda recebe um ingrediente mais 
trágico: o turismo sexual. São inúmeros os pacotes turísticos que contemplam atividades 
sexuais com menores de idade. Infância abandonada, perdida e explorada. O Brasil não está 
fora deste roteiro de turismo sexual, aliás é um dos destinos preferidos daqueles que se utilizam 
desta mercadoria humana.
14
Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
Neste mesmo aspecto entra a rede global de pornografia, especialmente a infantil. É mais 
um caso em que a alta tecnologia ajuda esse mercado, “há uma divisão internacional do 
trabalho, em que os ricos trazem conhecimento e tecnologia e os pobres a destruição dos seus 
corpos e dignidade” (BARBOSA, 2010, p. 114). O comércio da mulher cresceu na Ásia, são 
“mulheres escravas – algumas delas crianças (...) O turismo sexual multiplicou-se nos países 
pobres. Há quem fale em ‘feminização da pobreza’” (O’CONNOR, 1995, p. D2). Essa é uma 
das situações de vida mais dramáticas do tempo globalizado: pessoas usadas e descartadas. 
Além disso temos uma infância perdida.
Por sua vez, o trabalho forçado está presente em larga escala na Índia, Nepal, Paquistão 
e Bangladesh na Ásia, também é verificado no norte e oeste da África. Este tipo de trabalho 
está no contexto da América do Sul e em países desenvolvidos. “Acredita-se que existam três 
mil escravos domésticos em Paris – tendo sido inclusive criado o Comitê Francês contra a 
Moderna Escravidão” (BARBOSA, 2010, p. 115). Quem diria, não é mesmo? Em Paris, isto 
mesmo, na França.
Outra imensa catástrofe para a sociedade pós-moderna, globalizada e da mais alta tecnologia 
é o trabalho infantil. O relatório da Organização Internacional do Trabalho (2004) relata que 
são quase 200 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalhando no mundo. No mercado 
da produção de tecidos reina o Lesoto (África), de tapetes e material esportivo, como bola de 
futebol, estão neste mercado as crianças no Paquistão. Na agricultura são as crianças egípcias 
e indianas. Os países desenvolvidos não escapam desta tragédia. Nos Estados Unidos, muitas 
crianças trabalham em redes de fast-food, em fábricas de roupa no coração de Nova York.
Na Itália cerca de 500 milcrianças trabalham, especialmente no sul do país. O que será 
do nosso futuro? Ou será que o futuro já está em nosso presente? Essas situações nos fazem 
pensar na nossa humanidade, em democracia, cidadania, direitos da pessoa, dignidade 
humana. Pense hoje, faça hoje, amanhã poderá ser tarde demais, para os outros e para nós.
Outra imensa catástrofe para a sociedade pós-moderna, globalizada e da mais alta tecnologia 
é o trabalho infantil. O relatório da Organização Internacional do Trabalho (2004) relata que 
são quase 200 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalhando no mundo. No mercado 
da produção de tecidos reina o Lesoto (África), de tapetes e material esportivo, como bola de 
futebol, estão neste mercado as crianças no Paquistão. Na agricultura são as crianças egípcias 
e indianas. Os países desenvolvidos não escapam desta tragédia. Nos Estados Unidos, muitas 
crianças trabalham em redes de fast-food, em fábricas de roupa no coração de Nova York.
Estamos chegando ao final do estudo desta unidade. Ainda queremos destacar que “esses 
exemplos de desagregação social revelam que as possibilidades de se ganhar ‘dinheiro sujo’ 
no mundo globalizado são as mais variadas”. Sabemos que muitos colaboram com essa rede 
que leva à desagregação. Há “combustíveis” velhos e novos neste mercado: “drogas, armas, 
mulheres e crianças tornaram-se mercadorias de alto valor, gerando lucros propiciados por 
um conjunto de agentes econômicos ilegais”. A globalização, como já afirmamos, tornou 
os miseráveis ainda mais miseráveis. E “é nesse contexto que os excluídos se reinserem na 
globalização, comprometendo o seu futuro, a sua saúde e os seus valores morais” (BARBOSA, 
2010, p. 115). Uma sociedade com todos esses elementos que fazem do humano uma simples 
mercadoria, é uma sociedade vazia e doente. Vamos gritar: queremos uma outra globalização! 
Globalização da dignidade e solidariedade com a pessoa.
15
Material Complementar
Para expandir seu conhecimento a respeito do conteúdo da unidade, sugiro os seguintes materiais:
Vídeos:
Laranjas do sertão
Este documentário recebeu o Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo em 2014, na categoria “Melhor 
Reportagem Cinematográfica”. A temática é o subemprego.
https://www.youtube.com/watch?v=uh5C3ePxpZk
Pobreza no Brasil - Caminhos da Reportagem
O Caminhos da Reportagem revela a pobreza no Brasil. A equipe da TV Brasil foi em busca de 
famílias no semi-árido nordestino e nas favelas das grandes cidades, e encontrou histórias de vidas 
muito sofridas. Confira cada uma delas e saiba o que pode ser feito para reverter essa situação:
https://www.youtube.com/watch?v=TkEYL7L4tuI
Roda Viva | Thomas Piketty | 09/02/2015 
Economista francês discute sua tese de que acúmulo de renda em países desenvolvidos é maior do 
que taxas de crescimento econômico:
https://youtu.be/6pcGuqxyVJs
Profissão Repórter – Prostituição
O documentário apresenta variados formatos de prostituição. Interessante relacionar seu conteúdo 
com sociedade globalizada e as suas consequências:
https://www.youtube.com/watch?v=qDob8gBv3kU
“Leia” os documentários de forma crítica, lembre-se de que mesmo os documentários são obras de 
ficção e carregam em si intenções e ideologias de quem os produziu, assim como a própria história que 
nos foi deixada como legado pelos nossos antepassados.
https://www.youtube.com/watch?v=uh5C3ePxpZk
https://www.youtube.com/watch?v=TkEYL7L4tuI
https://www.youtube.com/watch?v=qDob8gBv3kU
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Unidade: Sociedades Nacionais e a emergência da sociedade global
Referências
Básica
CASTELLS, M. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2010. 
GOHN, M. G. História dos Movimentos e Lutas Sociais: A Construção da Cidadania dos 
Brasileiros. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2012.
HOBSBAWM, E. J. Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre História Operária. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Paz e Terra, 2000
Complementar
AQUINO, R. S. L. et alii. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. 
Da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Rio de Janeiro: Record, 2005.
FAUSTO, B. (dir.). História Geral da Civilização Brasileira. T. III. O Brasil Republicano. Vol. 
9. Sociedades e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2012.
KHOURY, Y. A. As greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Cortez Editora, 1981.
ORO, A. P. (org.). Representações sociais e humanismo latino no Brasil atual. Religião, 
política, família e trabalho. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
Bibliografia Complementar da Unidade 
BARBOSA, A. F. O mundo globalizado. Política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 
2010.
BAUMAN, Z. Globalização as consequências humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
CASTELLS. M. O poder da identidade. Vol. 2. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
DECORNOY, J. Desenvolvimento e pobreza. In: Le monde Diplomatique apud Carta: 
falas, reflexões, memórias. Brasilia: Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, 1991.
HERRERA, S. B. Globalización y desarrollo mundial. La Habana: Editorial de Ciencias 
Sociales, 1997.
HOBSBAWN, E. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 
2008.
MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História do tempo presente. São Paulo: Contexto, 
2007.
O’CONNOR, A. M. Leis demoram para acompanhar mudanças. In: O Estado de São Paulo. 
3 set. 1995, p. D2.
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Anotações

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