Prévia do material em texto
1 Neuroanatomia – Taynara Pereira EMBRIOLOGIA, DIVISÕES E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ➔ Divisão Anatômica Do Sistema Nervoso: SNC: encéfalo + medula espinhal Encéfalo: cérebro (telencéfalo e diencéfalo) + tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) + cerebelo SNP: nervos + gânglios Nervos: cranianos (12) – saem do encéfalo; Espinhais (31) – saem da medula A ponte separa o bulbo situado caudalmente, do mesencéfalo, situado cranialmente. Dorsalmente à ponte e ao bulbo localiza-se o cerebelo. ➔ Embriologia do sistema nervoso: A formação embriológica do sistema nervoso passado é chamada de neurulação - O sistema nervoso forma - se a partir da 4ª. semana de vida, formando o tubo neural. - As células localizadas no ectoderma, sobre o notocorda, se espessam (caracterizando o neuroectoderma – origem do sistema nervoso). - Esse espessamento forma no ectoderma uma estrutura denominada de placa neural (que formará no desenvolvimento cerca de 100 bilhões de neurônios). A placa neural forma-se na extremidade cranial do embrião, e cresce em uma direção cranial a caudal. A extremidade cranial da placa neural indica a região do futuro cérebro. A extremidade caudal mais estreita representa a região final da medula espinhal - Posteriormente, a placa neural sofre uma invaginação longitudinal, o sulco neural - Com o desenvolvimento o sulco neural ele se aprofunda e forma a goteira neural, com duas cristas neurais presas - Ao final da 3ª. semana de vida a goteira neural se desprende do ectoderma, formando o tubo neural e, nas regiões laterais do tubo neural são formadas as cristas neurais. As cristas neurais dão origem ao SNP. Derivado da Crista neural: gânglios sensitivos; gânglios do sistema nervoso autônomo (viscerais); medula da glândula supra-renal; paragânglios; melanócitos; células de Schwann: anfícitos; células C da tireoide: odontoblastos. - Estudos recentes apontam que a dura-máter e a aracnóide e algumas partes do crânio também se originam da crista neural Tubo Neural: - Apresenta uma luz em seu interior, o canal neural - Suas extremidades são abertas (2 orifícios): 2 Neuroanatomia – Taynara Pereira * Neuróporo rostral: origina o encéfalo * Neuróporo caudal: origina a medula - Depois de poucos dias ocorre o fechamento dos neuróporos (junto ao estabelecimento da circulação sanguínea para o tubo neural) - O tubo neural origina toda parte central do sistema nervoso (encéfalo e medula espinhal) O tubo neural sofre três dilatações, produzindo as vesículas encefálicas primordiais: Procencéfalo: origina o telencéfalo e o diencéfalo A cavidade do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares (ou de Monro) Mesencéfalo: constitui posteriormente o próprio mesencéfalo do tronco encefálico A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III e o IV ventrículo Rombencéfalo: origina o metencéfalo e o mieloencéfalo O metencéfalo origina a ponte e o cerebelo O mieloencéfalo origina o bulbo A dilatação da luz do tubo neural no rombencéfalo forma o IV ventrículo • DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO: Sistema Nervoso central: se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) Cerebelo: telencéfalo + diencéfalo Mesencéfalo: mesencéfalo Bulbo: mielencéfalo Cerebelo e ponte: metencéfalo • ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO SN Neurônios sensitivos, cujos corpos estão nos gânglios sensitivos, conduzem à medula ou ao tronco encefálico (sistema nervoso segmentar) impulsos nervosos originados em receptores situados na superfície (por exemplo, na pele) ou no interior (vísceras, músculos e tendões) do animal. 3 Neuroanatomia – Taynara Pereira Os prolongamentos centrais destes neurônios ligam-se diretamente (reflexo simples) ou por meio de neurônios de associação aos neurônios motores (somáticos ou viscerais), os quais levam o impulso ao músculo ou à glândula, formando-se, assim, arcos reflexos mono ou polissinápticos. ➔ Malformações congênitas do SNC 1. Anencefalia - Desenvolvimento anômalo: fechamento do tubo neural - Defeito estrutural: crânio e hemisfério cerebral ausente - Manifestações clínicas: natimorto 2. Crânio bífido - Desenvolvimento anômalo: fechamento do tubo neural - Defeito estrutural: meningocele, meningoencefalocele, meningo – hidroencefalocele - Manifestações clínicas: variam de nenhum distúrbio a grave motor e mental com convulsões 3. Espinha bífida oculta - Desenvolvimento anômalo: fechamento do tubo neural - Defeito estrutural: defeito do arco vertebral - Manifestações clínicas: geralmente assintomático 4. Defeito do arco vertebral com herniação das meninges (meningocele) ou meninges e medula (meningomielocele) - Desenvolvimento anômalo: espinha bífida cística - Defeito estrutural: diferenciação e crescimento do hemisfério cerebral - Manifestações clínicas: varia de anestesia em sela a completa perda motora-sensitiva nas extremidades inferiores e incontinência vesical-retal 5. Agenesia do corpo caloso - Desenvolvimento anômalo: espinha bífida cística - Defeito estrutural: ausência de corpo caloso - Manifestações clínicas: varia de assintomática a retardo mental com convulsões 6. Microcefalia - Desenvolvimento anômalo: espinha bífida cística - Defeito estrutural: tamanho e peso cerebral diminuídos - Manifestações clínicas: retardo mental 7. Lissencefalia - Desenvolvimento anômalo: espinha bífida cística - Defeito estrutural: ausência de giros corticais - Manifestações clínicas: retardo mental e hipotonia ou espasticidade 8. Giros corticais abundantes e de pequeno tamanho - Desenvolvimento anômalo: polimicrografia 4 Neuroanatomia – Taynara Pereira - Defeito estrutural: desenvolvimento da circulação do líquido cerebroespinhal - Manifestações clínicas: retardo mental e hipotonia ou espasticidade 9. Hidrocefalia - Desenvolvimento anômalo: polimicrografia - Defeito estrutural: alargamento dos ventrículos com aumento da PIC (pressão intracraniana) - Manifestações clínicas: dificuldade alimentar, vômitos, paralisia do olhar para cima, espasticidade, retardo mental, diminuição da acuidade visual HIDROCEFALIA: acúmulo de quantidades excessivas de LCS que provocam o alargamento do ventrículo cerebral e/ou aumento da pressão intracraniana. As manifestações podem incluir cabeça alargada, abaulamento da fontanela, irritabilidade, letargia, vômitos e convulsões. MALFORMAÇÕES DE CHIARI: - 3 tipos de malformações do rombencéfalo que apresentam hidrocefalia como característica comum. - Definida por uma extensão caudal das tonsilas do cerebelo abaixo do nível do forame magno. - Ocorre devido a elevação do cerebelo - Gera compressão cervical da medula - Aproximadamente 50% dos casos tipo I estão associados a siringomielia. CISTOS ARACNÓIDES: - Cistos contendo LCS, formados por uma cisão anômala da aracnoide-mater - Benignos; mas em caso de compressão devem ser removidos - Localização mais comum é a cisterna de sylvius (fossa craniana média) - Os sintomas, quando presentes, são devidos a efeito de massa, hipertensão intracraniana ou hidrocefalia obstrutiva. ESPINHA BÍFIDA: - Oculta: resultado de uma falha óssea na região lombar. Um sinal é um tufo de cabelo na região. Meninges e medula integras - Cística: fechamento incompleto da coluna, com envolvimento da medula espinhal e das estruturas que a protegem * Com meningocele: uma saliência nas costas do bebê que envolve as meninges que protegem a medula, ficando a medula dentro das vertebras. A saliência é revestida pela pele * Com mielomeningocele: a saliência nas costas contém as estruturas que protegem a medula espinhal e parte dela. A saliência não é revestidapela pele. Não ocorre transmissão dos impulsos nervos.