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APG S6P2- Ilana Maria Maia A doença arterial periférica é uma situação que ocorre em virtude do estreitamento ou obstrução dos vasos sanguíneos arteriais, responsáveis por levar o sangue para nutrir as extremidades como braços e pernas, sendo mais comum o acometimento nos membros inferiores do que nos superiores. A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) tem como principal etiologia a doença aterosclerótica, que leva à obstrução da artéria periférica e pode se apresentar de forma assintomática ou manifestar uma variedade de sintomas e sinais indicativos de isquemia das extremidades. A condição é muitas vezes chamada de arteriosclerose obliterante. As artérias femoral superficial e poplítea são os vasos mais comumente afetados. Quando as lesões se desenvolvem na perna e no pé, as artérias tibial, fibular comum ou os vasos dos pés são os mais comumente afetados. Diversos processos patológicos levam à obstrução arterial, provocando sintomas de insuficiência arterial devido à redução do fluxo sanguíneo. O acúmulo subintimal de material lipídico e fibroso (ou seja, placa) estreita o lúmen do vaso, que pode cursar com trombose ou rompimento da placa aterosclerótica, causando oclusão dos vasos a jusante. Os sintomas relacionados ao estreitamento aterosclerótico da aorta ou artérias dos membros inferiores dependem da localização e gravidade da doença. Em qualquer segmento arterial (aorto- ilíaco, femoropoplíteo, tibial), a placa tende a ocorrer proximamente ou no segmento médio (por exemplo, bifurcação proximal). São semelhantes aos da aterosclerose, • Tabagismo (contribui para a progressão da aterosclerose das extremidades inferiores e para o desenvolvimento de sintomas de isquemia); • Diabetes melito (desenvolvem uma doença vascular mais extensa e de progressão mais rápida do que indivíduos sem diabetes); • Colesterol elevado; • Doença cardíaca (doença arterial coronária); • Pressão arterial alta (hipertensão arterial sistêmica); • Doença renal que envolve hemodiálise; Doença Arterial Obstrutiva Periférica Conceito Etiologia Fisiopatologia Fatores de risco APG S6P2- Ilana Maria Maia • Derrame (doença cerebrovascular); • Histórico familiar; • Sedentarismo; • Obesidade; • Avanço da idade; Os sinais e sintomas de oclusão do vaso são graduais. • Há um estreitamento de 50% do vaso antes que apareçam os sintomas de isquemia. • O principal sintoma da doença arterial obstrutiva crônica é a claudicação intermitente ou dor ao caminhar; • Dor na panturrilha, porque o músculo gastrocnêmio tem o maior consumo de oxigênio que qualquer outro grupo muscular da perna durante a caminhada; • Queixa de sensação de uma dor vaga ou dormência, em vez de dor; • Desconforto que o caminhar ou no desempenho de outras atividades, como natação, ciclismo e subir escadas; • Outros sinais de isquemia: alterações atróficas e afinamento da pele e dos tecidos subcutâneos na parte inferior da perna e diminuição do tamanho dos músculos da perna; • O pé muitas vezes se apresenta frio, e os pulsos poplíteo e podálico são fracos ou inexistentes; • A cor do membro empalidece com a elevação da perna devido aos efeitos da gravidade sobre a pressão de perfusão e se torna vermelhoescura quando a perna se encontra em posição pendente, devido ao aumento do fluxo sanguíneo autorregulador e elevação gravitacional da pressão de perfusão; • Quando o fluxo sanguíneo é reduzido a ponto de já não mais atender às necessidades mínimas de músculos e nervos em repouso, desenvolvem se dor isquêmica em repouso, ulceração e gangrena; • À medida que se desenvolve a necrose do tecido, tipicamente se manifesta dor grave na região de ruptura cutânea, sintoma que é pior à noite com a elevação do membro e melhora com o indivíduo em pé; • Angina; • Infarto do miocárdio; • Arritmias cardíacas; • Insuficiência renal; • Acidente vascular cerebral; • Obstrução de artérias periféricas. Manifestações clínicas Complicações APG S6P2- Ilana Maria Maia • Inspeção dos membros: para verificar se há sinais de isquemia crônica de baixo grau, como atrofia subcutânea, unhas quebradiças, queda de pelos, palidez, frieza ou rubor pendente. • Palpação: dos pulsos das artérias femoral, poplítea, tibial posterior e dorsal do pé possibilita uma estimativa do nível e do grau de obstrução. • Análise da proporção entre a pressão sistólica do tornozelo e do braço (i. e., artérias tibial e braquial) é empregada para detectar uma obstrução significativa, sendo que um valor inferior a 0,9 indica oclusão. • Medição da pressão arterial: deve ser medida em diversos pontos na perna para determinar o nível de obstrução. • Utilização de estetoscópio de ultrassom Doppler: usado para detectar pulsos e medir a pressão arterial. • Ultrassonografia; • Arteriografia por ressonância magnética; • Arteriografia por tomografia computadorizada espiral; • Angiografia invasiva com contraste; Os dois objetivos do tratamento em pessoas com DAP são: (1) diminuir o risco cardiovascular considerável e (2) reduzir os sintomas. • Prevenção dos fatores de risco: interrupção do hábito de fumar, e etc. • Agentes antiplaquetários (ácido acetilsalicílico ou clopidogrel): reduzem a taxa de mortalidade por acidente vascular em pessoas com DAP em aproximadamente 25%. 25; • Outros medicamentos úteis no tratamento incluem estatinas, cilostazol (um inibidor da fosfodiesterase) e pentoxifilina (um antagonista do receptor de adenosina difosfato [ADP] que diminui viscosidade do sangue e melhora a flexibilidade das hemácias); • Medidas que visam à proteção dos tecidos afetados e à preservação da capacidade funcional, pois os tecidos das extremidades afetadas pela aterosclerose são facilmente feridos e demoram a cicatrizar; • Caminhar (lentamente) até o ponto de claudicação geralmente é uma medida incentivada, porque aumenta a circulação colateral; • Uma intervenção percutânea ou cirúrgica tipicamente fica reservada para aqueles com claudicação debilitante ou isquemia que ameaça a viabilidade do membro; • Procedimento cirúrgico (i. e., bypass femoropoplíteo com utilização de enxerto de parte da veia safena) em casos graves. Em pessoas com diabetes, as artérias fibulares na área entre os joelhos e os tornozelos comumente estão envolvidas, dificultando a revascularização. • Tromboendarterectomia com a remoção do núcleo oclusivo de tecido aterosclerótico, se Diagnóstico Tratamento APG S6P2- Ilana Maria Maia a parte do vaso doente é curta; • Angioplastia transluminal percutânea com colocação de stent, em que um cateter- balão é inserido na área da estenose e o balão insuflado para aumentar o diâmetro do vaso. Artérias ilíacas: a irrigação arterial dos MMII parte delas ➔ Região glútea: é suprida pelas artérias glútea superior, glútea inferior e artéria pudenda interna, que são derivadas das artérias ilíacas internas. ➔ Compartimento posterior da coxa: é suprido principalmente pela artéria perfurante, mas a artéria glútea inferior também participa da nutrição ➔ Compartimento anterior e medial da coxa: recebe sangue principalmente da artéria femoral, que é a continuação da artéria ilíaca externa. • A artéria femoral origina a artéria femoral profunda, que é a principalartéria da coxa e dela são emitidas artérias perfurantes, que suprem os músculos adutor magno, vasto lateral e os isquiotibiais. • A artéria femoral profunda também dá origem às artérias circunflexas femorais medial e lateral, que suprem a cabeça e colo do fêmur (artérias posteriores do retináculo) e músculos daface lateral da coxa, respectivamente. ➔ A coxa conta ainda com a artéria obturatória, que ajuda a femoral profunda a suprir os músculos adutores. • A artéria femoral continua com a artéria poplítea, que se bifurca nas artérias tibiais anterior e posterior. • A artéria tibial anterior supre os músculos anteriores da perna, e na articulação talocrural este vaso se torna a artéria dorsal do pé, que supre a parte anterior do pé. • A artéria tibial posterior supre os músculos posteriores da perna. ➔ Compartimento lateral da perna: é suprido por ramos perfurantes da artéria tibial anterior e da artéria fibular. • A artéria tibial posterior também dá origem às artérias plantar medial e plantar lateral, que irrigam a planta dos pés, seguindo os nervos de mesmo nome. Artérias Membros Inferiores APG S6P2- Ilana Maria Maia Referências: 1-DURAZZO, Anaí Espinelli de Souza et al. Doença arterial obstrutiva periférica: que atenção temos dispensado à abordagem clínica dos pacientes?. Jornal Vascular Brasileiro, v. 4, n. 3, p. 255-264, 2005. 2-HOUBEN-WILKE, Sarah et al. Peripheral artery disease and its clinical relevance in patients with chronic obstructive pulmonary disease in the COPD and Systemic Consequences–Comorbidities Network Study. American journal of respiratory and critical care medicine, v. 195, n. 2, p. 189-197, 2017. 3-MOTA, THAMIRYS DE CARVALHO et al. Doença arterial obstrutiva periférica: revisão integrativa. REVISTA UNINGÁ, v. 53, n. 1, 2017. 4-PORTH, Carol Mattson; MATFIN, Glenn. Fisiopatologia. In: Fisiopatologia. 2010. p. 911-911.