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microbiologia geral e bacteriologia


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MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PRODUÇÃO DE 
IMUOBIOLÓGICOS VETERINÁRIOS
RONALDO AGUIAR
Os reinos dos seres vivos
• Monera - Agrupa organismos unicelulares, procariontes. Exemplos: Bactérias e
cianobactérias.
• Protista - Reúne seres unicelulares e pluricelulares, eucariontes, autotróficos ou
heterotróficos. Exemplos: algas e protozoários.
• Fungi - Agrupa seres eucariontes, unicelulares e pluricelular, e heterotróficos.
Exemplos: Cogumelos, bolores e leveduras.
• Plantae - Engloba os organismos eucariontes, pluricelulares e com nutrição
autotrófica. São as plantas.
• Animalia - Inclui os organismos eucariontes, heterotróficos e pluricelulares. São
os animais.
Microbiologia
Definição – é o estudo de organismos microscópicos.
Bactérias – são procariontes, pertencentes ao reino monera, unicelulares, visíveis
somente através do microscópio.
Características das células procarióticas:
• São células mais primitivas, comparando com as eucarióticas;
• Não possuem membrana nuclear (carioteca), os componentes do núcleo ficam
dispersos no citoplasma;
• Parede celular presente;
• O DNA é geralmente circular, e não tem associação com proteínas das histonas
(proteínas presentes no cromossomo, nas células eucarióticas);
• A transcrição ocorre no citoplasma;
Citologia bacteriana
a) Invólucros celulares:
• Parede celular – é um invólucro rígido, impermeável, apenas, às moléculas
volumosas (acima de 1 μm). A composição é variável, de acordo com a bactéria,
pode ter: glicopeptídeo, lipopolissacarídeos e ácido teicoico.
• Membrana citoplasmática – aderente à parede celular, separando-a do citoplasma,
permeável somente à moléculas pequenas. Desempenha função relevante na
fisiologia bacteriana: além de controlar asa trocas nutritivas entre a bactéria e o
meio, é a sede de importantes sistemas enzimáticos, em particular do sistema
citocromo, essencial à respiração aeróbia.
É formada por uma bicamada fosfolipídica entremeada de proteínas
globulares;
Há evidências de que os mesossomos - formações tubulares existentes em
invaginações da membrana nas células em divisão, asseguram comunicação entre
esta e o núcleo, mantendo-o fixo no seio do citoplasma.
• Cápsula – está presente em certas bactérias, sendo um envoltório viscoso perfeitamente delimitado que
cerca a parede celular. A natureza química é variável, podendo ser constituída de polissacarídeos, ácido
hialurônico e polipeptídeo.
Funções da cápsula:
1. Proteção contra fagocitose;
2. Promover a adesão das bactérias em diferentes substratos (trato respiratório, mucosa intestinal, etc.);
3. Proteger as bactérias contra desidratação e choques mecânicos.
Nas bactérias desprovidas de cápsula, está presente um envoltório limoso delgado, dito camada
limosa ou por material limoso mal delimitado, que constitui uma espécie de zoogleia (massa de bactérias
agregada a uma matriz gelatinosa).
Entre a parede celular e a cápsula interpõe-se, em certas bactérias, uma camada denominada
microcápsula, localização de antígenos superficiais relacionados à virulência ou à formação de anticorpos
protetores.
• Citoplasma – tem em torno de 80% de água, ácido nucleico, proteínas, carboidratos (glicogênio), lipídios,
íons orgânicos, Grânulos de enxofre – Bactérias sulfurosas (produção de energia), grânulos ricos em
polimetafosfato (serve como reserva de fósforo para a biossíntese e elementos que servem de fosfato).
Fluido denso e sítio de muitas reações químicas.
Possui em seu conteúdo: Ribossomos, plasmídeos e o cromossomo circular único (região do
nucleoide).
Plasmídeo: um pequeno DNA extracromossômico, de replicação autônoma. - Vantagens adaptativas:
- Apresentam genes que conferem resistência a múltiplos antibióticos. - produção de toxinas.
Nucleoide: Região onde se encontra o material genético da bactéria, um cromossomo circular
constituído por uma única molécula de DNA não delimitado por uma membrana nuclear.
b) Organelas
• Flagelos – estão presentes nas bactérias móveis, sendo organelas especiais de locomoção,
representadas por longos filamentos ondulados. Admite-se que a locomoção bacteriana é
assegurada por contração própria dos flagelos, assegurada por uma proteína fibrosa contrátil do
tipo da miosina, a flagelina.
• Fímbrias – são formações mais curtas que os flagelos, presentes tanto em bactérias móveis como
imóveis. Funções: Fixar as bactérias ao substrato e em outras células.
• Esporos – certas bactérias (gêneros Bacillus e Clostridium) são capazes de formar células de
repouso altamente resistentes denominadas endosporos.
As bactérias quando estão realizando todas as suas atividades metabólicas estão na
chamada forma vegetativa.
Os esporos são muito mais resistentes que as formas vegetativas, sendo uma forma de
sobrevivência da espécie.
Colocado em meio nutritivo e em condições ambientais adequadas, o esporo germina e
passa a forma vegetativa.
A composição química do esporo é peculiar e se caracteriza por seu estado de desidratação
e elevado teor de Ca++ associado ao ácido dipicolínico.
Morfologia bacteriana
Tipos morfológicos:
a) Cocos – são bactérias de forma esférica, ovoide, arredondada, forma de lança ou
chama de vela, forma de rim ou grão de café. Tomam denominações diferentes de
acordo com o seu agrupamento:
• Diplococo – agrupam de dois a dois;
• Estafilococo – esferas agrupadas em forma de cacho de uva;
• Estreptococo – formam cadeias;
• Sarcina – Oito cocos unidos formando uma estrutura semelhante a um cubo;
• Tétrade - as células se dividem em dois planos e permanecem acopladas formando
tétrades e ou grupos de 4 células;
b) Bacilos – forma de bastonetes retos, em alguns casos quando os bacilos
são muito curtos, podem assemelhar-se a cocos (cocobacilos). Tomam
denominações diferentes de acordo com o seu agrupamento:
• Diplobacilos - agrupam de dois a dois;
• Paliçadas - bastonetes alinhados lado a lado como palitos de fósforo;
• Estreptobacilos - bastonetes agrupados em cadeias;
• c) Espirilos – bactérias com filamentos espiralados. Tomam denominações
diferentes de acordo com o seu agrupamento:
• Espirilo – forma de um saca rolha;
• Vibrião – forma de vírgula.
Reações tintoriais
As bactérias têm afinidade para grande número de corantes, em
particular os derivados básicos da anilina (azul de metileno, violeta de
genciana, tionina fucsina básica e etc).
De acordo com o comportamento das bactérias em relação a certos
corantes, verificou-se empiricamente que há reações corantes características
para determinados grupos de bactérias.
Destas reações, duas devem ser especialmente mencionadas: coloração
de Gram e Ziehl.
a) Coloração de Gram
O método de Gram se baseia no fato de que, quando certas bactérias são coradas pela violeta
genciana ou cristal-violeta e depois tratadas pelo iodo (solução de lugol), forma-se um composto de coloração
escura entre o iodo e o corante (iodopararrosanilina – corante-I2), o qual é fortemente retido pelas bactérias e
não pode ser facilmente removido pelo tratamento subsequente com álcool (agente descorante). As bactérias
gram (+) não são descoradas pelo álcool. As outras bactérias gram (-) são descoradas facilmente pelo álcool.
Assim sendo, se após a ação do álcool, fizermos uma coloração com fucsina ou Safranina, as bactérias
gram (-) aparecerão vermelhas, ao passo que as gram (+) ficarão roxas, isto é, conservarão a cor violeta.
Algumas bactérias e as leveduras são gram (+), os protozoários e as células animais são gram (-).
O mecanismo da coloração de Gram se relaciona à diferenças de permeabilidade da parede celular.
Nas bactérias gram (+), a parede celular é constituída por uma lâmina espessa de mucopeptídeo
superposta à membrana citoplasmática. O complexo corante-I2 fortemente retido nesta lâmina mucopeptídica,
não se deixa remover, nas condições técnicas do método de gram, ao tratamento com álcool.
Em idênticas condições, as gram (-) que possuem uma camada muito mais delgada de mucopeptídeo
protegida por uma barreira formada por duas camadas finas de lipopolissacarídeose de lipoproteínas, deixam-
se descorar, pois o tratamento com álcool remove o corante da fina camada de mucopeptídeo que o retinha.
Coloração de Gram
b) Coloração de Ziehl
Essa técnica de coloração é mais agressiva que a técnica de Gram, sendo usada em bactérias que
são má coradas pela coloração de Gram, como por exemplo as bactérias do gênero Mycobacterium e
Nocardia.
Existem bactérias que são resistentes à coloração, porém quando coradas, resistem fortemente à
descoloração, mesmo quando submetidas a ácidos fortemente diluídos e ao álcool absoluto. Essas bactérias
são denominadas de bacilos álcool-ácido-resistentes (BAAR).
A característica álcool-ácido-resistente é conferida a essas bactérias devido ao alto teor de lipídeos
estruturais na parede celular, que causa uma grande hidrofobicidade, que dificulta a ação de corantes
aquosos.
Na técnica de Ziehl-Neelsen, após o processo de coloração da amostra, a fucsina de Ziehl irá corar
todos os elementos celulares de vermelho, porém após a descoloração com o álcool, somente os bacilos
álcool-ácidos-resistente irão continuar preservando a cor vermelha, os demais elementos celulares na
amostra serão descorados. Então, para podermos visualizar os outros elementos celulares (descorados) na
amostra, deve-se utilizar azul de metileno, que dará um contraste, deixando os elementos celulares em azul
e os bacilos álcool-ácidos-resistentes continuarão em vermelho.
O método de Ziehl-Neelsen é usado na identificação, principalmente, do Mycobacterium leprae e
Mycobacterium tuberculosis
Corantes utilizados:
• Fucsina Fenicada-Ziehl*;
•Descorante de Zihel* formulação:
- Ácido Clorídrico;
- Etanol;
•Azul Metileno.
Fisiologia bacteriana
1. Nutrição:
• Autotrofismo e heterotrofismo
Para que as bactérias possam crescer e multiplicar-se nos meios de cultura, isto é, para que possam
efetuar a síntese de sua própria matéria orgânica, é necessário que disponham:
- Fonte de C;
- Fonte de N;
- Fonte de energia.
Sendo geralmente desprovidas de clorofila, não podem as bactérias captar a energia solar e
transformá-la em energia química (fotossíntese).
Necessitam oxidar um substrato orgânico ou inorgânico e utilizam as calorias desprendidas de tais
oxidações para os seus processos sintéticos (quimiossíntese).
No que concerne às fontes de C e de N, dividem-se as bactérias em dois grupos:
- Autotróficas – que a semelhança dos vegetais, podem desenvolver-se em meio exclusivamente mineral;
- Heterotróficas – que como os animais, necessitam de substâncias orgânicas para o seu metabolismo.
As bactérias autotróficas são, em sua maioria, quimiossintéticas, isto é, obtêm a energia de
que necessitam para a síntese de sua matéria orgânica da oxidação de compostos inorgânicos, ex:
- Sulfobactérias - H2S →S ou S →SO4
- Nitrobactérias (nitrificantes) – NH3→NO2 (nitrosomonas) ou NO2→NO3 (nitrobacter) – essas
bactérias são capazes de utilizar o CO2 como única fonte de C, transformando-o em moléculas
orgânicas, com a energia resultante das oxidações.
Há, entretanto, bactérias autotróficas fotossintéticas, que à semelhança das plantas verdes
são incapazes de assimilar CO2 na ausência de luz.
As bactérias autotróficas fotossintéticas são as sulfobactérias purpurinas ou verdes que
possuem bacterioclorofila, pigmento semelhante à clorofila das plantas superiores.
2H2O + CO2 = CH2O + O2 + H2O – fotossíntese – doador de H2 é a H2O
2H2S + CO2 = CH2O + S2 +H2O – bactérias fotossintéticas – doador de H2 é o H2S
Nas sulfobactérias há formação de ácido sulfúrico.
2CO2 + H2S + 2H2O = 2CH2O + H2SO4
• Fatores de crescimento
Além das fontes citadas, certas bactérias exigem ainda para o seu desenvolvimento os
chamados fatores de crescimento, representados por substâncias essenciais ao metabolismo que a
bactéria é incapaz de sintetizar.
A necessidade desses fatores depende da capacidade de síntese do microrganismo.
Exigências de fatores de crescimento
Sintetizam os seus próprios fatores de crescimento Bactérias autotróficas e Escherichia coli
Necessitam de fatores de crescimento Corynebacterium diphtheriae, Salmonella entérica, Neisserias e haemophilus
Perderam todo poder de síntese Rickettsias e vírus
Dos fatores de crescimento, devem ser citados
aminoácidos, purinas e pirimidinas e as vitaminas do
complexo B, principalmente, o ácido pantotênico e a vitamina
B12.
2. Reprodução
Modos de reprodução
• Assexuada:
- Fissão binária transversal ou bipartição ou cissiparidade – as células
dividem-se em duas células filhas de tamanho aproximadamente igual.
Anteriormente à divisão celular, os conteúdos celulares se duplicam, e o
nucleoide (é uma região de forma irregular dentro da célula contém a
totalidade ou a maior parte do material genético) é replicado.
- Brotamento
Uma pequena protuberância cresce em uma extremidade da célula.
Este brotamento aumenta , eventualmente, torna-se uma nova célula com
todos os constituintes celulares e então se separa da célula parental.
Ex: Rhodopseudommonas acidófila.
• Conjugação (sexuada)
É o processo sexual de transferência de genes de uma bactéria doadora para uma
receptora.
Para que uma linhagem bacteriana seja doadora ela deve conter um plasmídio conjugativo
(elemento extracromossômico). O processo de conjugação foi descoberto em Escherichia coli K12 e
o elemento responsável foi chamado de fator F (também chamado de plasmídio F). Este plasmídio
pode estar ou não integrado no cromossomo da bactéria hospedeira. Quando integrado, a bactéria
é chamada de HFr (alta freqüência de recombinação) devido à mobilização de genes cromossômicos
no processo de conjugação desencadeado por produtos gênicos do plasmídio.
A célula F+, durante o contato com um célula F-, transfere para esta última uma cópia do
plasmídio F, tornando-a F+. A linhagem HFr, onde o fator F encontra-se integrado no cromossomo,
transfere essencialmente marcadores localizados no cromossomo, sendo que apenas muito
raramente a totalidade do fator F é transferida (conjuntamente com todo o cromossomo da
doadora). Portanto, nesse caso a célula receptora permanece F- após a conjugação.
3 - Metabolismo
ATP
ATP
A produção de energia (ATP – adenosina trifosfato), pode ser por:
a) Fermentações – é um fenômeno químico, sem a presença de oxigênio (O2), que transforma matérias
orgânicas em outras, liberando menor quantidade de energia, em relação à respiração.
Exemplos de fermentações:
• Alcoólica – C6H12O6 →2C2H5OH + 2CO2
• Acética - C6H12O6 →3CH3COOH
• Láctica - C6H12O6 →2CH3CHOHCOOH
b) Respiração – Oxidação completa de um composto orgânico, com presença de O2 atua como último 
aceptor de elétrons, levando a CO2 + H2O (decomposição total).
C6H12O6 + 6 O2 ⇒ 6 CO2 + 6 H2O + ATP
Classificação das bactérias conforme o seu 
comportamento em relação ao O2 livre
Bactérias de importância veterinária
1) Staphylococcus
a) Espécies:
• Staphylococcus aureos coagulase (+)– mais patogênico;
• S. epidermidis – esporadicamente patogênico;
• S. saprophyticus – não patogênico;
• S. hyicus – patogênico causa mastites em bovinos e agente causador de
epidermite exsudativa em suínos.
b) Morfologia
• Cocos;
• Gram (+);
• Não esporulado;
• Resistente no meio ambiente;
• Imóvel;
• Algumas espécies possuem cápsula;
• Facultativos;
• Acidifica o açúcar sem produção de gás;
• Reduz nitrato a nitrito;
• Acidifica o leite.
c) Características culturais do S. aureus
No Baird-Parker Ágar, os estafilococos produzem colônias cinzento
escura a preto, provocam zonas transparentes em volta das respectivas
colónias, pode formar-se uma zona opaca de precipitação.
d) Enzimas produzidas pelo S. aureus
•Coagulase – transforma o fibrinogênio em fibrina;
• Estafiloquinase - Função de estimular a transformação do
plasminogênio em plasmina, uma substância que possui a
capacidade de dissolver coágulos;
•Hialuronidase – degrada o ácido hialurônico encontrado no
líquido sinovial, humor vítreo e no tecido conjuntivo.
e) Principais toxinas
• α toxina – ação hemolítica,pode causar danos às plaquetas em casos de
intoxicações graves;
• Leucocidina Panton-Valentine - altera a permeabilidade da membrana e
ataca os leucócitos polimorfonucleares e os macrófagos. Essa alteração
permite a entrada de cátions, como o Ca+2, resultando na degranulação
celular e induzindo a citólise;
• Enterotoxinas (A, B, C, D e E) - Toxinas proteicas pirogênicas, termoestáveis,
resistentes à tripsina, responsáveis pela intoxicação alimentar, podendo
provocar vômitos e diarreias.
f) Diagnóstico bacteriológico:
• Isolamento em Baird-Parker Ágar;
• Bioquímica – coagulase, catalase, Ágar-sal-manitol, DNase e nucleases
termoestáveis.
g) Resistência:
• Temperatura – 60ºC de 30 minutos a 1 hora;
• Resistem mais aos desinfetantes que as outras bactérias, aproximadamente
15 minutos;
• Prolifera fora do organismo vivo;
• Faixa de pH de 4,8 à 9,3;
• Pode ficar em poeira e escarro;
h) Doenças causadas
• Por Invasão tecidual direta:
- Infecções cutâneas
- Pneumonia
- Endocardite
- Osteomielite
- Artrite séptica
• Intoxicação alimentar pela toxina estafilocócica. 
2) Streptococccus
a) Morfologia:
• Cocos;
• Gram (+);
• Imóveis;
• Não formam esporos;
• Amostras jovens apresentam cápsula;
• Facultativos; 
b) Características culturais do Streptococccos
• Atuação no ágar sangue:
-β- hemolítico – destruição total das hemácias, halo claro, quase todos são patogênicos;
- α-hemolítico – destruição parcial, halo verde;
- γ- hemolítico – não causam hemólise.
• Classificação sorológica de Lancefield:
Baseia-se nas características antigênicas de um polissacarídeo de composição variável,
chamado carboidrato C, localizado na parede da célula, que pode ser detectado por diferentes
técnicas imunológicas.
Tomando por base este polissacarídeo, os estreptococos foram divididos em 20 grupos
sorológicos (grupos de Lancefield), designados por letras do alfabeto (A, B, C, D, E, F, G, H, K, L,
M, N, O, P, Q, R, S, T, U e V).
Crescimento no ágar sangue
Principais grupos de Lancefield
• Grupo A – Interesse humano e veterinário – infecções de
garganta;
• Grupo B – agente da mastite bovina;
• Grupo C – várias espécies patogênicas para animais;
• Grupo D – Agentes que deterioram o leite e derivados
(enterococos);
• Grupo E – causam abcessos no suínos;
• Grupos G, L, M – infecções no aparelho genital dos cães;
• Grupo N – contaminam o leite;
c) Resistência:
• Pouco resistentes ao calor, morrem em 60ºC/30 minutos;
• São sensíveis aos desinfetantes comuns;
• Sensíveis à penicilina.
d) Enzimas liberadas:
• Estreptoquinase – destrói a fibrina;
• Estreptodornase ou desoxirribose estreptocócica – despolariza o DNA das células;
• Hialuronidase.
e) Toxinas:
• Toxina eritrogênica – Os estreptococos do grupo A pode produzir três diferentes toxinas (A, B, C)
denominadas exotoxinas pirogênicas estreptocócicas. Na escarlatina, são responsáveis pela febre
- provável ação direta no hipotálamo - e pelo exantema.
• Estreptolisina O e S – responsáveis pela hemólise.
f) Doenças causadas:
• Mastite bovina – causada pelo Streptococos agalactiae, S. dysgalactiae, S. uberis, S. pyogenes;
• Adenite equina ou garrotilho – inflamação dos linfonodos, causado pelo S. equi;
• Cervicite e mastite em égua – causa aborto pelo S. zooepidemicus.
Animais mais sensíveis - equino, bovino e canino.
3) Corynebacterium
a) Morfologia
• Possui crescimento micelial, formando colônias úmidas, com ramificações
parecidas com fungos;
• Bastonete;
• Gram (+), as culturas velhas tendem a gram (-);
• Não forma esporos;
• Não forma cápsula;
• São pleomórficas;
• Imóveis;
• Facultativo, cresce melhor em aerobiose.
b) Características culturais
• Meio de crescimento Loeffler, liquefazendo o meio;
• Cresce em leite desnatado + azul de bromotimol (indicador de pH);
• Ágar sangue – cresce, causando β-hemólise, sendo que o halo de
hemólise é maior que a colônia de 3 a 4 vezes;
• Bioquímica – catalase (-), indol, H2S, nitrito (-), gelatinase (+).
c) Resistência – pouca resistência ao meio ambiente, sensível aos
desinfetantes, ressecamento e calor, sensível a 60ºC/10 min.
d) Doenças causadas – principal espécie Corynebacterium
pyogenes, causa:
• Infecções purulentas, formando abscessos subcutâneos ou nos
órgãos internos;
• Quando atinge as articulações causa artrite generalizada.
4) Brucella
a) Morfologia:
• Cocobacilo;
• Gram (-);
• Aeróbia;
• Sem cápsula;
• Imóvel;
• Não esporulada.
b) Espécies
• Brucella abortus – bovinos;
• B. suis – suínos;
• B. melitensis – caprinos, mais grave para o homem;
• B. neotonae – roedores;
• B. canis;
• B. ovis.
c) Características culturais
As brucellas crescem bem em ágar sangue, ágar chocolate, Tripticase
Soy Ágar e Brucella ágar. O crescimento é visível com 48 a 72 horas. Colônias
são pequenas, brancas a creme.
Diferenciação entre as espécies:
• Necessidade de CO2 – B. abortus e B. ovis;
• Produção de uréase – B. suis (15 minutos) e B. abortus (2 horas);
• Produção de H2S – B. melitensis não produz e as outras produzem.
Crescimento de Brucella
• d) Resistência – sensível a 60ºC/10 a 15 minutos, desde que não
estejam em glóbulos de gordura. Sensível a luz solar e
desinfetantes.
• e) Doença causada – brucelose - é uma doença infecciosa crônica
que causa grandes perdas econômicas. Manifesta-se
principalmente na forma de abortos no terço final da gestação e
pelo nascimento de filhotes fracos. Nos machos, causa
principalmente orquite.
É uma zoonose.
5) Bacillus
a) Morfologia
• Gram (+);
• Bastonete;
• Todos são móveis, exceto o B. anthracis e B. mycoides;
• Esporulados;
• Facultativos;
b) Características culturais
• Crescem em ágar sangue, diferenças:
- B. cereus – colônia esverdeada clara, provoca hemólise;
- B. anthracis - colônia branco acinzentado, não provoca hemólise.
• Bioquímica
– B. cereus – catalase (+), lecitinase (+), motilidade (+).
- B. anthracis - catalase (+), lecitinase (+) , motilidade (-).
Colônias de B.Cereus
NGKG Agar Base
Colônias de B. anthracis
c) Resistência
• Forma vegetativa – sensível à pasteurização, desinfecção e putrefação;
• Forma esporulada – resistente, é destruída com autoclavação (120ºC/15 minutos).
d) Doenças
• Bacillus cereus - intoxicação alimentar;
• Bacillus anthracis:
- Antrhax cutâneo - No passado era causa importante de mortalidade no gado, sendo os herbívoros
altamente suscetíveis, sendo reduzida pela vacinação e melhores condições de higiene. O homem
pode adquirir a doença em contato com animais doentes (trabalhadores área rural e veterinários), no
manuseio industrial de ossos, lã, crina, e outros produtos animais e de forma eventual, sendo a
forma cutânea quase a totalidade dos casos, com raros episódios intestinais pela ingestão de carne
contaminada. Potencial risco elevado na comunidade quando usado como arma biológica. Quadro
clínico A forma cutânea não tratada pode ser fatal (menos de 20% dos casos), principalmente
quando a lesão é próxima a cabeça ou pescoço.
- Anthrax intestinal - A forma intestinal é semelhante à forma
cutânea atingindo a mucosa com lesões e eventualmente
gastroenterite.
- Anthrax pulmonar - No antraz pulmonar o esporo inalado é
transportado pelos macrófagos do pulmão para o sistema linfático
onde os esporos germinam e causam septicemia que é fatal.
6) Clostridium
a) Morfologia:
• Bastonetes;
• Móveis;
• Esporulados;
• Gram (+);
• Anaeróbios restritos;
• Sacarolíticos e proteolíticos.
b) Características culturais
Pode ser cultivado em ágar caldo simples ou ágar sangue
glicosado em anaerobiose.
•Bioquímica – catalase (-), hemólise (+).
C. Botulinum em ágar gema de ovo C. Tetani em ágar chocolate
C. Chauvoei em ágar sangue
C. Perfringens em ágar gema de ovo
c) Resistência
• Forma vegetativa
- Resistente a pH ácido;
- Sensível 60ºC/20 minutos;
- Desinfetante utilizado fenol.
• Forma esporulada destruída por autoclavação.
d) Doenças
• Clostridium tetani – tétano. Produz astoxinas tetanolisina – hemolítica e tetanoespasmina – provoca
espamos musculares.
Provoca paralisia progressiva, chegando ao diafragma, leva a asfixia e morte.
O equino é o mais sensível, as aves são refratárias;
• C. boyulinum – botulismo – produz a toxina botulínica, a mais potente das toxinas.
É uma intoxicação alimentar.
Provoca relaxamento muscular progressivo, ao alcançar o diafragma, leva a asfixia e morte.
• C. chauvoei - O carbúnculo sintomático é uma enfermidade aguda, não contagiosa é mais
importante para os bovinos e ovinos. Suínos são raramente afetados, e equinos são resistentes.
A infecção nos ovinos geralmente é de origem “exógena” estando associada a injúrias na
pele com a consequente ocorrência de feridas, decorrentes de procedimentos traumáticos.
Nos bovinos, a infecção é de origem “endógena” associada com a ingestão de esporos,
afetando geralmente animais de quatro meses a três anos de idade no mais alto patamar nutricional.
Esporos de C. chauvoei são ingeridos através do alimento e permanecem em latência na muscular
esquelética, até que traumas frequentemente nas grandes massas musculares criam uma atmosfera
de anaerobiose e desencadeiam a germinação dos mesmos e consequentemente o desenvolvimento
da infecção, caracterizada por mionecroses, uma letal bacteremia e toxemia.
O agente produz cinco toxinas, alfa (hemolítica, necrótica e letal), beta (Dnase), gama
(hialuronidase), delta (hemolisina), e neuraminidase.
• C. perfringens – provoca uma leve intoxicação alimentar, devido uma enterotoxina que age no intestino
delgado. Está distribuído amplamente nas fezes, no solo, no ar e na água. A carne contaminada causa muitas
epidemias. Os esporos do C. perfringens podem sobrevivem ao cozimento; podem germinar e se
multiplicar, resultando em grandes números de bactérias quando a carne cozida contaminada pelo C.
perfringens é mantida em temperatura ambiente ou mesmo até 60 °C.
• Gangrena gasosa - A gangrena gasosa é uma infecção “exógena”, produzida por um ou mais dos seguintes
microorganismos: C. septicum, C. chauvoei, C. novyi tipo A, C. sordellii e C. perfringens tipo A.
Estes microrganismos entram no corpo através de feridas na pele e membranas mucosas ocasionadas
por castração, tosquias, partos, procedimentos vacinais, punções venosas entre outros. Os agentes podem
atuar nas diferentes espécies animais unicamente ou em associação. A recuperação dos animais também é
rara, bem como ocorre no carbúnculo sintomático, a maioria são encontrados mortos devido ao rápido curso
da doença.
Sintomas - Gangrena da pele, edema subcutâneo e hemorragias nas subserosas.
7) Enterobacterias
a) Morfologia:
• Bastonetes;
• Gram (-);
• Facultativos.
• Podem ser móveis;
• Não esporulados;
• São acidófilos.
b) Diagnóstico bacteriológico
• Meio de enriquecimento (meio Kauffmann);
• Provas bioquímicas diferenciais gerais (existem exceções):
(+) Lactose (-)
Coliformes glicose
Indol (+) (-)
(+) (-) Pseudomonas
Escherichia Enterobacter H2S
(+) (-)
Shigella
Urease
(+) (-)
Proteus Salmonella
Escherichia Coli em meio EMB Enterobacter cloacae em ágar nutriente e ágar MacConkey
Shigella em ágar salmonella-Shigella
em ágar nutriente e ágar MacConkey
Características morfológicas da colônia
de Salmonella enterica em diferentes
meios de cultura específicos. A: Ágar
Xilose-Lisina-Desoxicolato -a região
onde a bactéria cresce se torna
vermelha e a colônia é lisa, convexa,
circular, brilhante e com coloração negra
devido à produção de H 2 S; B: Ágar
Hektoen -a região onde a bactéria cresce
se torna verde e a colônia é lisa,
convexa, circular, brilhante e com
coloração negra devido à produção de H
2 S; C: Ágar Bismuto-Sulfito Hektoen -a
região onde a bactéria cresce se torna
verde e a colônia é cremosa, convexa,
rugosa, opaca e enegrecida devido à
produção de H 2 S; D: Ágar Verde-
brilhante -a região onde a bactéria
cresce se torna rosa e a colônia é lisa,
convexa, circular, brilhante e com
coloração transparente devido à
ausência de produção de H 2 S.
c) Resistência
•Varia de acordo com o gênero.
d) Doenças
• Escherichia – a maioria é saprófita. Algumas linhagens de E. coli são patogênicas,
causando infecção intestinal.
• Shigella – patogênica, causa desinteria.
• Salmonella – patogênica, agente etiológico da Salmonelose, febre tifoide – Salmonella
typhi e as febres paratíficas – Salmonella paratyphi, todas espécies são patogênicas,
podem infectar todas as espécies animais, sendo veiculada pelos alimentos.
• Enterobacter – saprófita, pode ser oportunista.
• Erwinia – deteriora alimentos, principalmente, vegetais.
• Serratia – saprófita, oportunista.
• Proteus – normalmente saprófita e deteriorante, patogênico oportunista, pode causar
infecção no trato urinário.
• Yersinia – principal espécie Yersinia pestis, agente etiológico da peste bulbônica.
8) Pasteurella
a) Morfologia:
• Bastonetes;
• Gram (-);
• Facultativos;
• Imóvel.
b) Diagnóstico bacteriológico
• Cresce bem em ágar sangue ou ágar chocolate (ágar sangue submetido a 80ºC/30 minutos).
• - Provas bioquímicas – Catalase (+), reduz nitrato a nitrito, gelatinase (-), não produz hemólise, citrato (-).
•
•
•
•
• Ágar sangue
c) Doença
Pode viver de forma saprófita, com uma queda
imunológica pode provocar infecções em mucosas, trato
respiratório e digestivo, ataca mamíferos e aves.
9) Mycobacterium
a) Morfologia:
• Bastonetes finos, retos ou ligeiramente encurvados;
• Não esporulados;
• Imóveis;
• Ácido álcool resistente;
• Não coram por gram;
• Aeróbico restrito.
b) Diagnóstico bacteriológico
• Baciloscopia – pelo método de Ziehl-Neelsen
• Meio de cultivo – meio Lowenstein Jensen
• Bioquímica – catalase (+), redução de nitrato a nitrito.
• Tuberculinização – reação à tuberculina (fração de proteína purificada específica para
cada espécie de Mycobacterium).
M. tuberculosis corados pela método de Ziehl-Neelsen
Tuberculinização
c) Resistência – sensível à luz solar, iodo, creolina, o M. bovis é destruído pela pasteurização do leite
72-75ºC/15 a 20 segundos, é resistente ao formol.
d) Doenças:
• Mycobacterium tuberculosis – causa a tuberculose nos humanos;
• M. leprae – causa a hanseníase nos humanos;
• M. bovis - causa a tuberculose nos bovinos;
• M. avium – causa a tuberculose nas aves.
10) Mycoplasma
a) Morfologia:
• Não possuem parede celular;
• São pleomórficas;
• Aeróbias e facultativas;
• São imóveis;
• Gram (-). A forma L, sintetiza a parede celular e é gram (+);
• São insensíveis à penicilina.
b) Diagnóstico bacteriológico
• Meio de isolamento – meios complexos e ricos (várias marcas);
• Coloração – coloração de Dienes.
• Bioquímica – utilização de glicose, redução de tetrazólico, exigência de
esterol e exigência de ureia. Variam de acordo com a espécie.
Mycoplasma em cultivo celular
c) Doenças
Os mycoplasmas podem viver dentro de células, sem matar a célula hospedeira, à
semelhança do que fazem alguns vírus e bactérias, mas também podem viver e crescer fora
das células, nos fluídos corporais, coisa de que os vírus não são capazes. São parasitas
intracelulares.
• Espécies:
• - M. mycoides e M. capri – agentes etiológicos da pneumonia em bovinos e caprinos;
• - M. gallisepticum – ataca aves dando doença crônica respiratória (CRD);
• - M. hyorhinis – causa artrite, poliserosite (inflamação generalizada de membranas
serosas associadas à efusão – derrame pericárdico, pleral e ascite) e pneumonia em leitões;
• M. pneumoniae – causa pneumonia no homem;
• M. agalactiae – causa mastite em vacas e cabras;
• M. meleagridis – causa aerosaculite em aves, principalmente peru, as galinhas são
resistentes;
• M. hyosinoviae – causa sinovite e artrite em suínos;
11) Listeria
a) Morfologia:
• Bastonetes curtos (pode confundir com cocos), forma letras chinesa, em
paliçada;
• Gram (+);
• Móveis na faixa de temperatura de 20 a 25ºC, à 37ºC fica imóvel;
• Aeróbica.
b)Diagnóstico bacteriológico – isolamento em ágar sangue, são β-hemolíticas, formam colônias pequenas puntiformes.
• Bioquímica – catalase (+), oxidase (-), que produz ácido de glicose, positivo para hidrólise da esculina (Glicosídeo
extraído do córtex do castanheiro da Índia), ureia (-), gelatina (-), indol (-) e H2S (-).
• c) Resistência – resiste bem em temperaturas frias, morre a 60ºC/30 minutos, sensível a desinfetantes comuns,
resistente no solo.
d) Doença
Listeriose – as espécies mais comuns no Brasil são Listeria innocua e L.monocytogenes (a única que ataca
humanos).
A listeriose é uma enfermidade infecto-contagiosa que ocorre em diversas espécies de animais e
também nos seres humanos. Aparentemente, os ruminantes são mais susceptíveis a esta enfermidade.
Esta bactéria é encontrada no mundo todo nos solos, plantas, silagens, outros alimentos, água, instalações
(paredes e pisos) e fezes.
A espécie mais afetada pela listeriose são os ovinos, seguindo-se de caprinos e bovinos.
As formas de manifestação desta enfermidade são:
• Septicêmica;
• Aborto, metrite e placentite em bovinos e ovinos;
• Meningoencefalite.
12) Leptospira
a) Morfologia
• É uma espiroqueta;
• Móvel;
• Gram (-), algumas gram (+);
• Aeróbica obrigatória. 
b) Diagnóstico bacteriológico
•Microscopia em campo escuro;
•Cultura em meio de Fletcher;
•Bioquímica - catalase (+), oxidase (-); são capazes de utilizar
os ácidos graxos de cadeia longa como a única fonte de
carbono e energia; incapazes de metabolizar os açúcares;
não necessitam de aminoácidos para o crescimento.
Leptospira em microscopia de campo escuro
c) Resistência
No ambiente externo, as leptospiras patogênicas não se multiplicam, mas elas
sobrevivem na água ou no solo lamacento para pH levemente alcalino, com salinidade
baixa e na ausência de radiação ultravioleta (sorotipos patogênicos 3-5 vezes mais
sensível à radiação UV do que sorovares saprófitas). Esta sobrevivência pode chegar a até
seis meses.
As leptospiras são pouco resistentes; são rapidamente destruídas pela
desidratação.
Temperaturas entre 50-60ºC as destroem, em pouco tempo.
A resistência aos desinfetantes químicos não é grande;
São muito sensíveis ao pH ácido; são destruídas pelo suco gástrico em 30
minutos; são inibidas em pH abaixo de 6,0 ou acima de 8,0 e temperatura abaixo de 10ºC
ou acima de 36ºC.
d) Doença
Leptospirose - A bactéria faz penetração ativa por pele ou mucosa, além de ingestão.
A lesão primária é devido ao dano ao endotélio vascular, particularmente dos
pequenos vasos sanguíneos, levando à isquemia localizada e resultando em necrose
tubular renal, lesão hepato-pulmonar, meningite, miosite e placentite.
Nos caninos, há quatro síndromes reconhecidas que incluindo:
• Hemorrágica aguda;
• Ictérica;
• Subaguda ou urêmica;
• Forma inaparente.
As primeiras duas formas são causadas primariamente, pela Leptospira
Icterohaemorrhagiae enquanto que as duas últimas são causadas pela L. Canicola.
Ratos e animais silvestres são portadores de Leptospira spp.
Nos Bovinos, a espécie de L. borgpetersenii o sorotipo Hardjobovis e a L. interrogans
sorotipo Hardjoprajitno estão adaptadas aos bovinos e associadas às duas condições:
• Síndrome reprodutiva;
• Síndrome queda brusca do leite.
Nos suínos, a infecção é subclínica ou assintomática. Abortamento tardio é muitas vezes, o
único sinal clínico da doença. Ocasionalmente, são observados sinais de metrites, icterícia, anemia
e meningencefalites.
Nos equinos, a doença é caracterizada por febre, depressão, anorexia e icterícia. Oftalmia
periódica ou abortos podem ocorrer após o pique febril. Nos pequenos ruminantes, os
ovinos apresentam mais frequentemente a infecção assintomática. Nos casos agudos, geralmente
raros, os animais apresentam anorexia, abatimento, hemoglobinúria, icterícia, anemia e
mortalidade alta (cordeiros). Na forma crônica, o quadro de nefrite é observado, mas os sinais
clínicos são alterações reprodutivas, incluindo mortalidade e, sobretudo abortamentos. Os
principais sorovares associados com a infecção/doença são: Grippotyphosa, Sejroe,
Icterohaemorrhagiae e Tarassovi.
Nas cabras, a infecção conduz a icterícia, hemoglobinúria, infertilidade, abortamentos e a
uma taxa de mortalidade alta nos animais jovens. Os sorovares mais frequentes são:
Grippotyphosa, Pomona, Icterohaemorrhagiae e Canicola.
O homem pode se infectar pelo contato direto (animais de estimação, exposição direta
aos fluidos e secreções animais, trabalhos em granjas ou matadouros) ou indiretamente, através
do ambiente (água, solo). A L. interrogans é a mais relacionada.