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CAPITÃES DA AREIA

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TRABALHO DE LITERATURA 
Capitães da Areia 
Tópicos a serem explorados:
Sobre o autor
Características do autor
Estilo literário
Sobre a obra 
Resumo do livro (personagens, onde se passa, quando se passa)
Contexto histórico
Minha experiência com o livro
SOBRE O AUTOR:
Primeiramente, vamos conhecer um pouquinho da história desse renomado escritor brasileiro.
Jorge Leal Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912 na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia. Filho de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, fazendeiros de cacau. 
Com uma história de vida recheada de acontecimentos interessantes, gostaria muito de conta-la do comecinho ao seu fim para vocês, porém o tempo que me foi proposto não permite, por isso, vamos dar uma pincelada e ver como sua vida é digna de cinema.
Jorge se mudou para Ilhéus, estudou no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde tomou gosto pela leitura. Fugiu do internato onde morava e foi para Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô, e acabou não voltando mais para a escola.
Ligou-se à "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens que tinha como objetivo a renovação literária. Comandou e fundou jornais, estreou na revista “A Luva”, com poemas de feições modernistas. Frequentava candomblés desde muito jovem, tornando-se amigo de pais-de-santo.
Foi escritor de mais de 10 obras impecáveis, deputado federal ligado ao partido comunista, em São Paulo, se candidatou à Academia Brasileira de Letras e foi eleito por unanimidade, onde ocupou a cadeira n.º 23, foi perseguido, exilado, preso e morou em diversos países e cidades diferentes.
Jorge se casou duas vezes, sendo sua primeira cônjuge Matilde Garcia Rosa, essa senhora que aparece na foto junto com Jorge. Com ela, ele teve sua primeira filha Eulália Dalila Amado que em 1949 acabou falecendo de causas não conhecidas. Seu casamento com Matilde durou 8 anos (de 1933 a 1941). Em 1945 Jorge encontrou o amor novamente e se casou pela segunda vez, com Zélia Gattai, com quem teve mais dois filhos, um menino chamado João Jorge Amado, e quatro anos depois uma menina chamada Paloma Amado Costa. Seu casamento com Zélia durou 56 anos (de 1945 a 2001).
Em 1996 Jorge Amado sofreu um edema pulmonar e a partir de então, ele passou por uma vida de privações e de tristeza, pois não conseguia mais enxergar direito e, por isso, tinha dificuldade em ler e escrever. 
Em 2001, ele foi internado com crise de hiperglicemia e teve uma fibrilação cardíaca. Jorge voltou para sua casa, mas passou mal novamente e acabou morrendo no dia 6 de agosto, em Salvador, aos 88 anos de idade. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.
CARACTERÍSTICAS DO AUTOR:
Jorge Amado iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista que retratam a vida urbana de Salvador.
Suas obras apresentam forte preocupação político-social, que denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares, como é o caso de País do Carnaval e Capitães da Areia.
Com o amadurecimento, sua força poética volta-se para as fazendas de cacau em Ilhéus e Itabuna, para a seca, a exploração do trabalhador urbano e rural, como Cacau e São Jorge dos Ilhéus.
ESTILO LITERÁRIO:
Jorge Amado é considerado um representante da segunda fase do Modernismo no Brasil, e como já mencionado, voltado aos romances regionalistas.
O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social. Foi um longo período (1922-1960) que reuniu diversas características e obras, por isso, esteve dividido em três fases, 
A segunda fase do modernismo, chamada de fase de consolidação ou geração de 30, começou em 1930 e durou até 1945.
Diferente da primeira fase, que apresentava um caráter mais destrutivo e radical, na segunda geração, os artistas demonstram maior equilíbrio e racionalidade em seus escritos.
Esse momento de amadurecimento da literatura brasileira é caracterizado por temáticas nacionalistas, regionalistas e de caráter social, com predomínio de uma literatura mais crítica e revolucionária. Além da prosa de ficção, a poesia brasileira se consolida, o que significa o maior êxito para os modernistas.
SOBRE A OBRA:
Capitães da areia foi publicado pela primeira vez em 1937. E conta a história de meninos em situação de rua. Eles são os Capitães da Areia, vivem em um trapiche e, completamente marginalizados. A obra procura mostrar não apenas os assaltos e as atitudes violentas, mas também os pensamentos ingênuos, comuns a qualquer criança, o que torna a obra fascinante e muito reflexiva.
Narrado em terceira pessoa, Capitães de Areia apresenta um narrador onisciente, ou seja, aquele que sabe de toda a história e conhece muito bem seus personagens. O tempo da obra e cronológico, marcado pela passagem do tempo. Paralelo a isso, temos também o tempo psicológico, marcado pelos pensamentos e recordações de seus personagens.
A obra de Jorge nos apresenta o cotidiano e as peripécias de um bando de meninos de rua. Por esse motivo, sua linguagem, muitas vezes, é informal reunindo traços de oralidade.
Aqui os oprimidos são heróis, e essa é a grande singularidade da obra. Eles roubam dos ricos, para partilharem com os pobres. No fundo, eles são crianças e apesar de terem malícia (uma vez que viver na rua exige isso), eles contêm pureza e sonhos.
Assim, Jorge Amado desmistifica a visão desse grupo, desconstruindo a ideia de que as pessoas que vivem na marginalidade são más. A partir desse contexto, ele apresenta a realidade e o porquê do roubo de crianças que foram abandonadas e passam fome. Com isso, ele proporciona um retrato revelador e sensível sobre um dos problemas sociais que até os dias de hoje afetam nosso país.
Em resumo, os menores de rua são vítimas de um sistema de violência que envolve o abandono e a miséria.
PERSONAGENS:
Conhecidos como capitães, o grupo reúne cerca de quarenta menores que vivem em um velho armazém abandonado no cais do porto. Porém, dentre todas essas crianças, temos as que se destacam na obra, e algumas delas são: 
Pedro Bala: Menino ágil, com um forte senso de justiça. Órfão desde que nasceu, é o líder do bando e teve um caso de amor com Dora. É uma figura paternal. Mais tarde, abandona o grupo e constrói um grande futuro.
Professor: seu nome é João José. Ele é sonhador e muito talentoso. Rouba livros para apresentar histórias ao bando. Representa a parte intelectual do grupo, planejando os roubos. Mais tarde, segue seu futuro artístico como sempre sonhou.
Sem Pernas: integrante do bando que possui grande amargura, sendo o personagem mais complexo. Seus conflitos internos são muito profundos. Era um deficiente físico que andava coxeando. Seu fim emociona à qualquer leitor.
Dora: é a única menina do grupo. Seus pais haviam morrido de varíola assim entrando para o bando junto com seu irmão Fuinha, a princípio, a contragosto por parte dos garotos. Com o passar do tempo, ganha o carinho e a admiração de todos. Dora tem um caso com Pedro Bala, e é vista como uma mãe para o grupo. 
CONTEXTO HISTÓRICO:
A realidade do romance se dá em um ambiente urbano da primeira metade do século XX.
O romance Capitães da areia foi escrito em meio a um contexto sociopolítico marcado pelo duro governo de Getúlio Vargas, o chamado Estado Novo (tensão, perseguições e prisões eram constantes). Com publicação oficial em 1937, exemplares do livro chegaram a ser queimados em locais públicos. Jorge Amado foi membro do Partido Comunista Brasileiro, deixando muito claras as suas visões políticas ao longo de seus romances.
O Estado Novo foi a terceira e última fase da Era Vargas. Sua característica principal era o fato de ter sido um regime ditatorial inspirado no modelo nazifascista europeu.
Capitães da areia é uma narrativa de teor comunista declarado, na qual Jorge Amado denuncia, em sua percepção, os males de uma sociedade que, sendomarcada pela lógica capitalista, vira as costas para aqueles menos afortunados. Há a tentativa de conscientização por parte do autor em relação ao leitor. A obra pelo viés sociológico escancara feridas de um sistema econômico/político/social problemático.

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