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Morfofuncional | UC XIV | SP3 Infecções fúngicas ● PARACOCCIDIOIDOMICOSES Agente: Paracoccidioides brasiliensis Formas de apresentação: forma aguda: jovem, manifestação cutânea, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia forma crônica: adulto, quadro pulmonar maior, clínica respiratória maior, lesões cutâneo mucosa → diagnóstico - escarro - raspado - biópsia → roda de leme OBS: asa de morcego/borboleta é sugestivo, não patognomônico → tratamento - antifúngico; ex: Itraconazol → OBS: atenção especial para pacientes em atividades agrícolas Caso clínico 1: O que mais chama atenção aqui: febre, tosse há 2 meses, linfonodomegalia O RX remete à infiltrado inflamatório bilateral; um aspecto de asa de borboleta → é sugestivo e não patognomônico; está tendo um infiltrado, e ele possui esse aspecto em asa de borboleta ou morcego Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 1 Morfofuncional | UC XIV | SP3 Essa lâmina remete a fungos em levedura e roda de leme → paracoccidioidomicoses diagnóstico diferencial: TB, linfoma, etc; eu não vou pensar em paracoccidioidomicose quando chegar um paciente com essa clínica, a primeira coisa a vir na cabeça é TB; ● HISTOPLASMOSE Agente: Histoplasma capsulatum Forma de apresentação aguda: mialgia, febre, tosse (sintomas inespecíficos), as vezes algum respiratório mais leve crônica: paciente que tem DPOC (faz fibrose no pulmão, possui enfisema pulmonar → forma sacos, que primeiro ficam cheios de ar e depois podem infiltrar por secreção e até mesmo fazer uma pneumonia) - o histoplasma gosta de ficar nesses sacos ; sintomas arrastados, infiltrado pulmonar → diagnóstico - cultura - biópsia - sorologia RX é inespecífico, não mudaria muito no diagnóstico → tratamento antifúngico O que chama atenção: tabagista há 30 anos e historiador; febre, tosse seca, astenia e dispneia HD: mediante ao trabalho desse paciente → histoplasmose; CASO CONTRÁRIO, a hipótese diagnóstica seria TB e o diferencial seria a histoplasmose, caso eu não fizesse uma anamnese correta e não perguntasse qual o trabalho diagnóstico diferencial: TB RX inespecífico; infiltrado difuso ● ASPERGILOSE Agente: Aspergillus Fumigatus Coloniza nossa via aéreas, mas não faz infecção em imunocompetentes; Formas de apresentação principais → Aspergilose Broncopulmonar alérgica → Bola fúngica → Aspergilose Pulmonar invasiva → Aspergilose Broncopulmonar alérgica - asma persistente; dispneia, tosse, sibilo - eosinofilia (>500cel/mm³) - aumento de IgE sérica ( >1000) - infiltrados pulmonares Posso tratar com corticóide Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 2 Morfofuncional | UC XIV | SP3 → Bola fúngica ou aspergiloma temos cavidades prévias; temos aspiração ou contato com aspergillus e então temos infiltração dentro da cavidade, que forma o aspergiloma - a pessoa se queixa de sentir algo mexendo dentro do peito - tratamento: segmentectomia → Aspergilose Pulmonar invasiva - pacientes imunodeprimidos - neutropênicos - usuários de corticóides - quadro de sepse → tratamento antifúngico, vai tratar o fungo, mas a cavidade vai continuar ali, então pode ocorrer uma infecção novamente, por isso é indicado um tratamento cirúrgico O que chama atenção: história prévia de TB tratada, febrícula, tosse com hemoptóicos e dispneia Esse RX de fibroatelectasia e cavitação, é característico da TB que ele tratou; HD: aspergiloma ● CANDIDÍASE VAGINAL → Característica do quadro clínico - prurido vulvovaginal - corrimento: branco grumoso, inodoro com aspecto caseoso - edema vulvar - hiperemia - pH normal → Fatores de risco - DM - hábitos de higiene e vestuários inadequados - gestante - uso de anticoncepcional oral - corticóides - imunossupressores Lembrar que pode ocorrer candidíase oral e esofágica; em idosos, acamados, polifarmácia, podem ter disfagia, paciente pode parar até de se alimentar → Tratamento: fluconazol oral (150 mg) ou creme ou supositório a base de azol Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 3 Morfofuncional | UC XIV | SP3 O que chama atenção: lúpus e uso de corticóide, corrimento, etc Exame histológico mostra hifa, levedura e isso remete a fungos HD: candidíase vaginal → MINHAS ANOTAÇÕES DE ESTUDO PRÉVIO ● HISTOPLASMOSE Histoplasma capsulatum, um fungo térmico dimórfico, é o agente etiológico da histoplasmose. Os micélios – a forma infecciosa natural do Histoplasma – têm um aspecto característico, com microconídios e macroconídios. Os microconídios são ovais e pequenos o suficiente (2-4 μm) para alcançar os bronquíolos terminais e os alvéolos. Logo após infectar o hospedeiro, os micélios se transformam nas leveduras encontradas dentro de macrófagos e outros fagócitos. a. Fisiopatologia A infecção segue-se à inalação de microconídios. Assim que alcançam os espaços alveolares, os microconídios são reconhecidos rapidamente e aprisionados pelos macrófagos alveolares. Nesse ponto, os microconídios transformam-se em leveduras em brotamento, um processo que faz parte integrante da patogênese da histoplasmose e depende da disponibilidade de cálcio e ferro dentro dos fagócitos. As leveduras são capazes de se multiplicar dentro dos macrófagos em repouso. Neutrófilos e, em seguida, linfócitos são atraídos para o local da infecção. Antes do desenvolvimento da imunidade celular, as leveduras usam os fagossomos como um veículo para o translocamento até linfonodos locais de drenagem, de onde se disseminam por via hematogênica por todo o sistema reticuloendotelial. A imunidade celular adequada se desenvolve cerca de duas semanas depois da infecção. As células T produzem γ-interferona para auxiliar os macrófagos a destruírem o microrganismo e controlar a progressão da doença. A interleucina 12 e o fator de necrose tumoral α (TNF-α) desempenham um papel essencial na imunidade celular em relação ao H. capsulatum. No hospedeiro imunocompetente, macrófagos, linfócitos e células epiteliais acabam se organizando e formam granulomas que contêm os microrganismos. Esses granulomas fibrosam e calcificam; nódulos pulmonares calcificados, linfonodos mediastinais e calcificações hepatoesplênicas são frequentemente encontrados em indivíduos saudáveis de áreas endêmicas. Em hospedeiros imunocompetentes, a infecção por H. capsulatum confere alguma imunidade contra a reinfecção. Nos pacientes com a imunidade celular comprometida, a infecção não é adequadamente contida e pode disseminar-se por todo o sistema reticuloendotelial. A histoplasmose disseminada progressiva (HDP) pode envolver múltiplos órgãos, geralmente os pulmões, a medula óssea, o baço e o fígado, as glândulas suprarrenais e as membranas mucocutâneas. Ao contrário da tuberculose latente, a histoplasmose latente raramente sofre reativação. A doença pulmonar estrutural (p. ex., enfisema) prejudica a depuração da histoplasmose pulmonar, podendo resultar em doença pulmonar crônica. Esse processo crônico se caracteriza por inflamação progressiva, necrose tecidual e fibrose simulando tuberculose cavitária. b. Características Clínicas O espectro clínico da histoplasmose varia de infecção assintomática a doença potencialmente fatal. A taxa de ataque e a extensão e a gravidade da doença dependem da intensidade da exposição, do estado imune do indivíduo exposto e da arquitetura pulmonar subjacente do hospedeiro. Em indivíduos imunocompetentes com baixo nível de exposição, a maioria das infecções por Histoplasma é assintomática ou leve e autolimitada. Cerca de 50 a 80% dos adultos que residem em áreas endêmicas apresentam evidências no teste cutâneo e/ou radiográfico de infecção prévia sem manifestações clínicas. Nódulos pulmonares assintomáticos representando histoplasmose controlada são frequentemente encontrados em tomografias computadorizadas 1 - 4 semanas após a exposição - febre - calafrios - sudorese - cefaleia - mialgia - anorexia - tosse - dispneia - dor torácica → radiografias torácicas mostram sinais de pneumonite com adenopatia hilar ou mediastinal. c. Fatores de risco A distribuição geográfica da histoplasmose está relacionada à natureza úmida e ácida do solonessas áreas. O solo enriquecido com dejetos de aves e morcegos facilita o crescimento e a esporulação do Histoplasma. A movimentação Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 4 Morfofuncional | UC XIV | SP3 de solo contendo o microrganismo acarreta aerossolização dos microconídios e a exposição dos seres humanos que estão nas proximidades. As atividades associadas a um alto nível de exposição incluem espeleologia, escavações, limpeza de gaiolas de aves, demolições e reformas de prédios antigos, bem como o corte de árvores mortas. ● ASPERGILOSE Aspergilose é o termo coletivo usado para descrever as entidades mórbidas causadas por qualquer uma das cerca de 50 espécies patogênicas e alergênicas do gênero Aspergillus. Apenas as espécies que crescem a 37°C podem causar infecção invasiva, embora algumas espécies sem essa capacidade possam causar síndromes alérgicas. Cada espécie patogênica comum é, na verdade, um complexo de muitas espécies (muitas das quais crípticas), mas é chamado como uma espécie única aqui para simplificação. O A. fumigatus é responsável pela maioria dos casos de aspergilose invasiva, por quase todos os casos de aspergilose crônica e pela maioria das síndromes alérgicas. O A. flavus é mais prevalente em alguns hospitais e causa uma proporção maior de infecções sinusais e cutâneas e ceratite do que o A. fumigatus. O A. niger pode causar infecção invasiva, porém geralmente coloniza mais o trato respiratório e causa otite externa. O A. terreus causa apenas doença invasiva, em geral com prognóstico mais desfavorável. O A. nidulans ocasionalmente causa infecção invasiva, em particular nos pacientes com doença granulomatosa crônica. a. Características Clínicas invasiva é mais comum em imunossuprimido bola fúngica provavelmente vamos ter uma história anterior de TB tratada a forma alérgica, o paciente tem tipo uma asma; eosinófilo aumentado; IgE aumentado; paciente pode relatar que sente algo mexendo no peito é sugestivo de aspergilose c. Fatores de risco Os Aspergilli são encontrados no ar de ambientes internos e externos, em superfícies e na água de reservatórios superficiais. As exposições diárias variam de poucos a muitos milhões de conídios, com os maiores números de conídios sendo encontrados no feno de celeiros e em outros ambientes muito empoeirados. A filtração de alta eficiência de partículas do ar (HEPA), em geral, protege contra a infecção, de modo que, em centros cirúrgicos e ambientes hospitalares onde se encontram pacientes de alto risco, filtros desse tipo devem ser instalados e ter sua eficiência monitorada. A aspergilose pulmonar crônica ocorre após tuberculose em cerca de 6 a 10% dos casos tratados e também simula a tuberculose pulmonar em casos de tuberculose “diagnosticada clinicamente” com lâmina negativa. Os fatores de risco primários para aspergilose invasiva são neutropenia profunda e uso de glicocorticóides; o risco aumenta quanto maior a duração dessas condições. Doses maiores de glicocorticóides aumentam o risco tanto de adquirir aspergilose invasiva quanto de morrer por causa dessa infecção. A disfunção de neutrófilos e/ou fagócitos também é um fator de risco importante, conforme evidenciado por aspergilose na doença granulomatosa crônica, na infecção avançada pelo HIV e na recidiva da leucemia. A incidência maior de aspergilose invasiva em unidades de tratamento intensivo sugere que, em pacientes que não estão imunocomprometidos, a suspensão temporária das respostas protetoras como resultado do uso de glicocorticóide ou um estado anti-inflamatório generalizado são fatores de risco significativos. ● PARACOCCIDIOIDOMICOSE A PARACOCCIDIOIDOMICOSE é causada pelo Paracoccidioides brasiliensis, fungo dimórfico, o qual já foi isolado do solo, onde se acredita que viva saprofiticamente. É uma micose sistêmica, autóctone da América Latina, com maior ocorrência na Argentina, Colômbia, Venezuela e no Brasil, o qual contribui com cerca de 80% dos casos. A maioria dos casos tem sido reportada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. Esta micose apresenta caráter endêmico entre as populações de zona rural. Tem sido relatada a ocorrência de casos em áreas de colonização mais recente, submetidas a desmatamento, como em partes da Amazônia, atingindo áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, onde a paracoccidioidomicose pode ser considerada uma micose sistêmica emergente. Esta micose representa um importante problema de Saúde Pública, pelo seu alto potencial incapacitante e pela quantidade de mortes prematuras que provoca, quando não diagnosticada e tratada oportunamente. Gabriela de Oliveira | T3 | 5º período 5
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