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E-book - Unidade 2

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Martha Luciana Scholze
 EMPRESARIAL
Direito 
unidade 
2
Conceito, Personificação, 
Personalidade e Capacidade 
das Pessoas Jurídicas 
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Compreender os conceitos de personificação, personalidade e capacidade 
das Pessoas Jurídicas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Estudar o que é a personificação, o que é a personalidade e as 
capacidades das pessoas jurídicas em relação à legislação vigente e 
também identificar a sua aplicabilidade. 
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. O que é Pessoa Jurídica? E quais são as diferenças entre Pessoa Física 
e Pessoa Jurídica?
2. Você conhece os conceitos de empresa e estabelecimento comercial?
3. Quais são os principais tipos de sociedades empresárias?
4. Quais são as obrigações dos empresários?
unidade 
2
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 32
2.1 Conceito, Personificação, Personalidade e 
Capacidade das Pessoas Jurídicas
Para iniciarmos nosso estudo, vamos analisar o conceito de “pessoa” aos olhos da lei.
No decorrer do texto, vamos estudar os seguintes tópicos, com seus conceitos e 
definições: pessoa física, pessoa jurídica e sociedades empresárias.
Pessoa é o ente físico, ou coletivo, suscetível de direitos e obrigações, sendo 
sinônimo de sujeito de direito. Este é sujeito de um dever jurídico, de uma 
pretensão ou titularidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma 
ação, o cumprimento ou não do dever jurídico, e ainda, o poder de intervir na 
produção da decisão judicial.
Além das pessoas físicas ou naturais, passou-se a reconhecer, como sujeito de 
direito, as chamadas entidades abstratas, que foram criadas pelo homem, às 
quais se atribui personalidade. São as denominadas pessoas jurídicas, que assim 
como as pessoas físicas, fazem parte do direito.
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as 
pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, 
como o nascituro, a massa falida, por exemplo. Desse modo, a pessoa jurídica 
tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos, bem como de 
qualquer ato, exceto aqueles que são expressamente proibidos. Pode-se então 
conceituar pessoa jurídica como sendo a unidade de pessoas naturais ou de 
patrimônios que visa à obtenção de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica 
como sujeito de direitos e obrigações.
Em síntese, pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens dotado 
de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei. São três os 
requisitos para a existência da pessoa jurídica: organização de pessoas ou bens, 
liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica reconhecida por norma.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 33
Figura 2.1: A diferença de pessoa física e jurídica.
Fonte: http://gg.gg/9w5nh.
No direito brasileiro, as pessoas jurídicas são divididas em dois grandes grupos. 
De um lado, as pessoas jurídicas de direito público, tais como a União, os 
Estados, os Municípios, o Distrito Federal, os Territórios e as autarquias; de 
outro, as de direito privado, que compreende todas as demais pessoas jurídicas. 
O que diferencia um grupo de outro é o regime jurídico a que se encontram 
submetidos, que é encontrado nos artigos 40 e seguintes do Código Civil.
As pessoas jurídicas de direito público gozam de uma posição jurídica diferenciada 
em razão da supremacia dos interesses que o direito encarregou-as de tutelar; 
já as de direito privado estão sujeitas a um regime jurídico caracterizado pela 
isonomia, inexistindo valoração diferenciada dos interesses defendidos por elas. 
Uma pessoa jurídica de direito público relaciona-se com uma pessoa jurídica 
de direito privado em posição privilegiada, ao passo que as de direito privado 
relacionam-se entre si em pé de igualdade.
Ainda se tem uma subdivisão existente no grupo das pessoas jurídicas de 
direito privado. De um lado, as chamadas estatais, cujo capital social é formado, 
majoritária ou totalmente, por recursos provenientes do poder público, que 
compreende a sociedade de economia mista, da qual particulares também 
participam, embora em parte menor. De outro lado, as pessoas jurídicas de 
direito privado não estatais, que compreendem a fundação, a associação e 
as sociedades. As sociedades, por sua vez, distinguem-se da associação e da 
fundação em virtude de seu escopo negocial, e subdividem-se em sociedades 
simples e empresárias.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 34
2.2 Das Sociedades Empresariais
O que vai caracterizar a pessoa jurídica de direito privado não estatal como 
sociedade simples ou empresária será o modo de explorar seu objeto. 
O objeto social explorado sem empresarialidade (isso é, sem profissionalmente 
organizar os fatores de produção) confere à sociedade o caráter de simples, 
enquanto a exploração empresarial do objeto social caracterizará a sociedade 
como empresária.
A distinção entre sociedade simples e empresária não está no intuito lucrativo. 
Embora seja da essência de qualquer sociedade empresária a busca de 
lucro, esse é um critério insuficiente para destacá-la da sociedade simples. 
Isso porque há sociedades não empresárias com escopo lucrativo, tais como as 
sociedades de advogados, ou as rurais sem registro na Junta Comercial.
A sociedade empresarial é a pessoa jurídica de direito privado que tem por 
objetivo social a exploração da atividade econômica. A sociedade constitui-se 
por meio de um contrato entre duas ou mais pessoas, que os obriga a combinar 
esforços e recursos para atingir fins comuns. Portanto, é obrigação de qualquer 
sócio de sociedade empresária contribuir para a formação do patrimônio social, 
não se admitindo a entrada de sócio que apenas preste serviço à empresa.
O critério de identificação da sociedade empresária que o direito elegeu é o 
modo de exploração do objeto social. Esse critério material, que dá relevo à 
maneira de desenvolver-se a atividade efetivamente exercida pela sociedade, 
na definição de sua natureza empresarial, é apenas excepcionado em relação às 
sociedades por ações. Essas serão sempre empresárias, ainda que seu objeto não 
seja empresarialmente explorado, como preceitua o artigo 982 do Código Civil:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
De outro lado, as cooperativas nunca serão empresárias, mas necessariamente 
sociedades simples, independentemente de qualquer outra característica que 
cerque, conforme o parágrafo único do art. 982 do Código Civil:
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Então, exceto essas hipóteses – sociedade anônima em comandita por ações 
e cooperativas -, o enquadramento de uma sociedade no regime jurídico 
empresarial dependerá, exclusivamente, da forma com que explora seu objeto.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 35
Diz-se que quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos uma 
comerciante, se associam para fins comerciais, obrigando-se uns como 
sócios responsáveis solidária e ilimitadamente e outros como prestadores 
de capital, tem-se então uma sociedade de natureza “em comandita”. 
Saiba mais detalhes no link: http://gg.gg/9vn49.
SAIBA MAIS
Uma sociedade limitada, em decorrência, poderá ser empresária ou simples: se 
for exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação 
de bens ou serviços, será empresária;caso contrário, ou se dedicando à atividade 
econômica civil (sociedade de profissionais intelectuais ou dedicada à atividade 
rural sem registro na Junta Comercial), será simples.
Vistas essas premissas, a sociedade empresária pode ser conceituada como 
pessoa jurídica de direito privado não estatal, que explora empresarialmente seu 
objeto social ou a forma de sociedade por ações.
Para lembrar, vejamos estas características gerais das sociedades empresariais:
• origem, por contrato, entre duas ou mais pessoas;
• nascimento com o registro do contrato social ou estatuto social;
• extinção: dissolução, expiração do prazo de duração, iniciativa dos sócios, 
ato de autoridade, etc;
• pessoa jurídica com personalidade distinta das dos sócios;
• representação por pessoa designada no contrato social ou estatuto social;
• titularidade negocial e processual;
• formação do nome e responsabilidade variáveis conforme o tipo de 
sociedade;
• natureza: sociedade de pessoas ou sociedade de capital. Na sociedade 
de pessoas, os sócios podem rejeitar o ingresso de alguém estranho na 
sociedade (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples 
e sociedade limitada). Por outro lado, na sociedade de capital, existe a livre 
circulação dos sócios (sociedade anônima, sociedade em comandita por 
ações e sociedade limitada);
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 36
• pode ser estrangeira ou brasileira;
• responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária;
• nome empresarial: regido pelos princípios da veracidade, da novidade 
e da exclusividade. O princípio da veracidade indica que o nome deve 
expressar o ramo da atividade, bem como a responsabilidade dos sócios. 
O princípio da novidade indica que só pode ser escolhido um nome 
empresarial diverso dos já registrados na Junta Comercial. O princípio da 
exclusividade, por sua vez, esclarece que quem primeiro registrou possui 
a exclusividade do uso do nome. O nome empresarial pode apresentar-se 
por meio de firma (razão social) ou denominação, sendo que na primeira o 
nome é composto pelos nomes dos sócios que respondem ilimitadamente 
pela sociedade (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita 
simples, sociedade limitada, sociedade em comandita por ações), e na 
segunda o nome será fantasia, expressando a responsabilidade limitada de 
seus sócios, contendo sempre que possível o ramo da atividade (sociedade 
limitada, sociedade anônima, sociedade em comandita por ações).
Atenção: o nome empresarial é alienável, mas o adquirente do 
estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o 
nome do alienante, precedido do seu próprio nome, com a qualificação de 
sucessor, conforme está descrito no art. 1.164 do Código Civil.
Figura 2.2: Sociedade empresarial.
Fonte: http://gg.gg/9w53c.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 37
2.3 Personalização da Sociedade Empresária
A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas naturais que a compõem. 
Ela tem personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas 
inconfundíveis, independentes entre si.
Pessoa jurídica é um expediente de direito destinado a simplificar essa disciplina 
de determinadas relações entre os homens em sociedade. Ela não tem existência 
fora do direito, ou seja, fora dos conceitos tecnológicos partilhados pelos 
integrantes da comunidade jurídica. Tal expediente tem o sentido, bastante 
preciso, de autorizar determinados sujeitos de direito à prática de atos jurídicos 
em geral.
Você deve atentar que sujeito de direito e pessoa não são sinônimos. Sujeito 
de direito é gênero do qual pessoa é espécie. Tudo aquilo que a ordem jurídica 
reputa apto a ser titular de direito ou devedor de prestação é chamado de sujeito 
de direito. Isso inclui também entidades que não são consideradas pessoas, como 
a massa falida, o nascituro, o espólio, etc. Essas entidades, despersonalizadas, 
compõem juntamente com as pessoas o universo dos sujeitos de direito.
O que distingue o sujeito de direito despersonalizado do personalizado é o 
regime jurídico a que ele está submetido, em termos de autorização genérica 
para a prática dos atos jurídicos. Enquanto as pessoas estão autorizadas a 
praticar todos os atos jurídicos a que não estejam expressamente proibidas, os 
sujeitos de direito despersonalizados só poderão praticar os atos a que estejam, 
explicitamente, autorizados pelo direito.
Um exemplo dessa situação é: qualquer pessoa capaz pode exercer atividade 
empresarial, desde que não esteja proibida. Já o nascituro e a massa falida, 
que são sujeitos de direito despersonalizados, só poderão praticar os atos a que 
estejam explicitamente autorizados pelo direito. Em geral, estes não poderão 
exercer atividade empresarial por faltar, no ordenamento jurídico em vigor, 
norma permissiva expressa.
Essas definições acerca do regime jurídico dos sujeitos de direito personalizados 
e despersonalizados ainda apresentam três exceções: os atos jurídicos típicos 
de pessoa física, como o casamento ou a adoção, não podem ser praticados 
por pessoa jurídica, mesmo se eventualmente o ordenamento jurídico deixa 
de prever vedação expressa nesse sentido; os atos jurídicos da essência dos 
sujeitos de direito despersonalizados podem ser por estes praticados, mesmo 
se, eventualmente, o ordenamento deixar de autorizá-los expressamente, como 
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 38
no caso de celebração de contrato de trabalho pelo condomínio horizontal; e a 
terceira exceção, o estado, embora seja pessoa jurídica, depende de autorização 
expressa de direito para praticar, validamente, ato jurídico, em virtude do sentido 
específico que assume o princípio da legalidade no Direito Público.
A personalização das sociedades empresariais gera três consequências bastante 
precisas, a saber:
a. Titularidade negocial: quando a sociedade empresarial realiza negócios 
jurídicos (compra matéria-prima e celebra contrato de trabalho, por 
exemplo), embora ela o faça necessariamente pelas mãos de seu representante 
legal, é a pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo, personalizado, 
que assume um dos polos da relação negocial. O eventual sócio que a 
representou não é parte do negócio jurídico, mas sim a sociedade.
b. Titularidade processual: a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada 
em juízo; tem capacidade para ser parte processual. A ação referente a 
negócio da sociedade deve ser endereçada contra a pessoa jurídica e não 
os seus sócios ou seu representante legal. Quem outorga mandato judicial, 
recebe citação e recorre é a empresa como sujeito de direito autônomo.
c. Responsabilidade patrimonial: em consequência de sua personalização, 
a sociedade terá patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com 
o patrimônio individual de cada um dos seus sócios. Sujeito de direito 
personalizado autônomo, a pessoa jurídica responderá com seu patrimônio 
pelas obrigações que assumir. Os sócios, em regra, não responderão 
pelas obrigações da sociedade. Somente em hipóteses excepcionais, que 
serão examinadas a seu tempo, poderá ser responsabilizado o sócio pelas 
obrigações da sociedade.
Figura 2.3: Tipos societário.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).
Tipos societários
definidos no
Código Civil 2002
Sociedades 
Personificadas
Sociedades Não 
Personificadas
Sociedades 
Anônima 
Arts. 1.088- 1.089
Sociedades 
Cooperativa 
Arts. 1.093- 1.096
Sociedade em 
Comandita por
 ações - Arts. 
1.090- 1.092
Sociedades 
Simples
Arts. 997 - 1.038
Sociedades em
Nome Coletivo
Arts. 1.039 - 1.044
Sociedade não empresária Sociedades regidas por Legislação Especial
Sociedades 
Limitada
Arts. 1.052- 1.089
Sociedades em 
Comandita Simples 
Arts. 1.045 - 1.051
Sociedades em
Comum
Arts. 986 - 990
Sociedades em
Conta de Participação 
Arts. 991 - 996
Sociedade de fato, sem registro de atos constitutivos
A Sociedade em comandita simples é constuída por sócios com responsabilidade ilimitadae solidária pelas obrigações sociais
(comanditados) e sócios que respondem apenas pela integralização de suas respectivas cotas (comandiários).
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 39
2.4 Teoria Geral do Direito Societário
O Direito Societário incumbe-se do estudo das situações relacionadas à 
sociedade empresária. Essa é a pessoa jurídica que desenvolve empresarialmente 
seu objeto social, nos termos do art. 982 do CC. Relembrando que ela será 
caracterizada pela reunião dos mesmos requisitos da figura do empresário — 
que é a pessoa jurídica e não os seus sócios. Assim, como ocorre com a pessoa 
física, a sociedade poderá ser não empresária, sendo chamada de sociedade 
simples. Com base no Código Civil de 2002, portanto, as sociedades, pessoas 
jurídicas de direito privado, poderão ser simples ou empresárias, dependendo da 
forma como exploram seu objeto social.
2.5 Classificação das Sociedades Empresárias
Para constituir uma sociedade empresária no Brasil, os sócios deverão escolher 
um dos tipos ou formas societárias previstas, de maneira taxativa, na legislação. 
As sociedades empresárias classificam-se segundo diversos critérios, mas três 
apresentam maior importância.
O primeiro, diz respeito à classificação das sociedades de acordo com a 
responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, respondendo ou não 
com seus bens particulares, subsidiariamente, pelas obrigações sociais 
assumidas e pelo modo de formação de seu nome. As sociedades, de acordo 
com as responsabilidades dos sócios, podem ser ilimitadas, limitadas ou mistas. 
Nas sociedades limitadas, via de regra, os sócios não respondem com seus 
bens particulares. Nas sociedades mistas, alguns sócios respondem com seus 
bens particulares e outros não. Já na sociedade ilimitada, todos os sócios são 
responsáveis, sem qualquer limite, por todas as dívidas contraídas pela sociedade, 
sendo-lhes exigido o respectivo pagamento, nem que para isso tenham de vender 
o seu patrimônio pessoal.
O segundo, de acordo com a classificação quanto ao regime de constituição e 
dissolução. De acordo com o regime de constituição, as sociedades empresariais 
podem ser regidas ou pelo Código Civil ou pela Lei nº 6.404/76. No primeiro 
caso, estamos diante das sociedades contratuais, que são as sociedades em nome 
coletivo, as sociedades em comandita simples e a sociedade limitada. No caso 
da Lei nº 6.404/76, temos as sociedades institucionais, que são as sociedades 
anônimas e as comanditas por ações.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 40
O terceiro, a classificação quanto às condições para alienação da participação 
societária.
Antes de estudar as classificações, faz-se necessário apresentar a enumeração 
dos tipos societários existentes no direito empresarial. São eles: a sociedade 
em nome coletivo (N/C), a sociedade em comandita simples (C/S), a sociedade 
em comandita por ações (C/A), a sociedade em conta de participação (C/P), a 
sociedade limitada (Ltda) e a sociedade anônima ou companhia (S/A).
Em resumo:
Quadro 2.1: Formas societárias.
Formas societárias
Nome coletivo Art. 1.039 do CC
Comandita Simples Art. 1.045 do CC
Limitada Art. 1.052 do CC
Anônima Art. 1.088 do CC
Comandita por ações Art. 1.090 do CC
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Vamos às classificações:
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 41
2.6 Classificação Quanto à Responsabilidade 
dos Sócios pelas Obrigações Sociais
Em razão do princípio da autonomia patrimonial, ou seja, da personalização 
da sociedade empresária, os sócios não respondem, em regra, pelas obrigações 
desta. Se a pessoa jurídica é solvente, quer dizer, possui bens em seu patrimônio 
suficientes para o integral cumprimento de todas as suas obrigações, o 
patrimônio particular de cada sócio é absolutamente inatingível por dívida social. 
Mesmo em caso de falência, somente após o completo exaurimento do capital 
social é que se poderá cogitar de alguma responsabilidade por parte dos sócios, 
ainda assim condicionada a uma série de fatores.
A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade empresária é 
sempre subsidiária. Conforme o art. 1024 do CC, que assegura aos sócios o 
direito de exigirem o prévio exaurimento do patrimônio social, a subsidiariedade 
é a regra na responsabilização deles por obrigações da sociedade. Quando a lei 
fala em solidária a responsabilidade dos sócios, ela refere-se às relações entre 
eles. Isso quer dizer que, se um sócio descumpre sua obrigação, esta pode ser 
exigida dos demais, se solidários. Esgotadas as forças do patrimônio social é 
que se poderá pensar em executar o patrimônio particular do sócio por saldos 
existentes no passivo da sociedade.
Se o patrimônio social não for suficiente para integral pagamento dos credores 
da sociedade, o saldo do passivo poderá ser reclamado dos sócios, em algumas 
sociedades, de forma ilimitada, ou seja, os credores poderão saciar seus créditos 
até a total satisfação, enquanto suportarem os patrimônios particulares dos sócios. 
Em outras sociedades, os credores somente poderão alcançar dos patrimônios 
particulares em determinado limite, além do qual o respectivo saldo será perda 
que deverão suportar. Em um terceiro grupo de sociedades, alguns dos sócios 
têm responsabilidade ilimitada e outros não. Vejamos a classificação a seguir:
a. Sociedade ilimitada: em que todos os sócios respondem ilimitadamente 
pelas obrigações sociais. O direito contempla só um tipo de sociedade 
nessa categoria, que é a sociedade em nome coletivo (N/C).
b. Sociedade mista: em que uma parte dos sócios tem responsabilidade 
ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. São dessa 
categoria as seguintes sociedades: em comandita simples (C/S), cujo sócio 
comanditado responde ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto 
o sócio comanditário responde limitadamente; e a sociedade em comandita 
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 42
por ações (C/A), em que os sócios diretores têm responsabilidade ilimitada 
pelas obrigações sociais e os demais acionistas respondem limitadamente.
c. Sociedade limitada: em que todos os sócios respondem de forma limitada 
pelas obrigações sociais. São dessa categoria a sociedade limitada (Ltda) 
e a anônima (S/A).
As regras de determinação do limite da responsabilidade dos sócios varia de um 
tipo societário para outro. Ao ingressar numa sociedade empresária, qualquer 
que seja ela, o sócio deve contribuir para o capital social. Se a sociedade está 
em constituição ou se houve aumento do capital social com novas participações, 
o ingressante subscreve uma parte, ou seja, ele se compromete a pagar uma 
quantia determinada para a sociedade, contribuindo assim com o capital social 
e legitimando a sua pretensão à percepção de parcela dos lucros gerados pelos 
negócios sociais. Poderá fazê-lo à vista ou a prazo. Na medida que for pagando 
o que ele se comprometeu a pagar, na subscrição à sociedade, diz-se que ele está 
integralizando sua participação societária. Quando todos os sócios já cumpriram 
com as respectivas obrigações de contribuir para a formação da sociedade, o 
capital social estará totalmente integralizado.
Vejamos estas situações práticas: o sócio da sociedade limitada e o comanditário 
da sociedade em comandita simples respondem pelas obrigações sociais até 
o total do capital social não integralizado, ou seja, até o limite do valor do 
que ainda não foi integralizado no capital social da sociedade. Mesmo que um 
sócio já tenha integralizado totalmente a sua parte, se outro ainda não fez o 
mesmo com a parcela que lhe caberia, o primeiro poderá ser responsabilizado 
pelas obrigações sociais dentro do limite do valor que o seu sócio ainda não 
integralizou. É claro, poderá posteriormente, em regresso, ressarcir-se do sócio 
inadimplente, mas responderá perante a massa dos credores da sociedade pelo 
total do capital não integralizado.Outra situação ocorre com os acionistas da sociedade anônima, ou os da comandita 
por ações com responsabilidade limitada, que respondem somente por aquilo 
que subscreveram e ainda não integralizaram. Essas hipóteses diferenciam-se 
das duas primeiras, posto que o acionista nunca poderá ser responsabilizado 
pela não integralização da participação societária devida por outro acionista.
Veja que o limite da responsabilidade subsidiária dos sócios pode ser “zero”, 
o que significa dizer que, se todo capital social já estiver integralizado, os 
credores da sociedade não poderão alcançar o patrimônio particular de 
qualquer sócio com responsabilidade limitada. Deverão, em decorrência, 
suportar algum prejuízo.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 43
2.7 Formas Societárias de Menor Relevância
Algumas sociedades têm uma participação inexpressiva na atividade econômica, 
decorrência de suas peculiares características, como:
a. Nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044 do CC): a sociedade é formada 
exclusivamente por sócios pessoas físicas, com responsabilidade ilimitada 
pelas dívidas, tendo por administrador apenas seus sócios. Nome 
empresarial é da espécie firma.
b. Comandita simples (arts. 1.045 a 1.051 do CC): sociedade formada 
por dois tipos de sócios: comanditados (apenas pessoas físicas, de 
responsabilidade ilimitada, exercendo, com exclusividade, a administração 
da sociedade e podendo figurar no nome empresarial da espécie de 
firma) e comanditários (pessoas físicas ou jurídicas, de responsabilidade 
limitada a sua participação no capital social, sendo vedado o exercício 
da administração e a figuração no nome empresarial firma, sob pena de 
responsabilidade ilimitada).
c. Comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092 do CC): sociedade formada 
por duas espécies de acionistas: acionista diretor (pessoa física de 
responsabilidade ilimitada, nomeado pela assembleia geral, com poderes 
para impedir a alteração do objeto social, no prazo de duração e aumento 
ou redução de capital social) e acionista comum (similar ao acionista da 
sociedade anônima). Pode utilizar nome da espécie firma ou denominação.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 44
2.8 Classificação Quanto ao Regime de 
Constituição e Dissolução
Um determinado conjunto de tipos societários tem sua constituição e dissolução 
disciplinados pelo Código Civil, já outro grupo de tipos societários é regido pelas 
normas da Lei nº 6.404/76. Cada um desses grupos, assim, está relacionado a 
um regime constitutivo e dissolutório específico.
Segundo os critérios, podemos dividir:
a. Sociedades contratuais: cujo ato constitutivo e regulamentar é o contrato 
social. Para a dissolução desse tipo de sociedade, não basta a vontade 
majoritária dos sócios, pois já há julgados nos quais se reconhece o direito 
dos sócios, mesmo minoritários, de manterem a sociedade. Além disso, 
há causas específicas de dissolução dessa categoria de sociedades, como 
a morte ou a expulsão de sócio. São sociedades contratuais as: em nome 
coletivo (N/C), em comandita simples (C/S) e limitada (Ltda).
b. Sociedades institucionais: cujo ato regulamentar é o estatuto social. 
Essas sociedades podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária 
e há causas dissolutórias que lhes são exclusivas, como a intervenção e 
liquidação extrajudicial. São institucionais a sociedade anônima (S/A) e a 
sociedade em comandita por ações (C/A).
Como visto na primeira unidade de nosso material, a empresa é a atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços que 
é exercida pelo empresário com profissionalismo. Com isso, temos as obrigações 
gerais dos empresários, que são os deveres legais impostos a eles, com o objetivo 
de permitir o controle e a fiscalização da atividade, seja ela pelo poder público, 
seja pela coletividade ou pelos sócios da sociedade empresária.
Com relação às obrigações dos empresários, elas têm natureza formal e sua 
inobservância gera consequências aos empresários. Com isso, veremos as 
obrigações dos empresários a seguir.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 45
As obrigações do empresário são:
a. Registro da atividade: nos termos do art. 967 do CC, todo empresário 
está obrigado a proceder ao registro de sua atividade, antes do início da 
exploração, na Junta Comercial do estado de sua sede. Essa obrigação é 
materializada pelo arquivamento da declaração de empresário individual 
(pessoa física), do contrato social ou estatuto social (pessoa jurídica). 
Para o empresário individual, o registro determina a regularidade de 
sua exploração. Já para a sociedade empresária, além de determinar a 
regularidade da exploração da atividade, ainda determina o nascimento da 
personalidade da pessoa jurídica.
O descumprimento dessa obrigação caracteriza o empresário como irregular 
(pessoa física) ou sociedade em comum (sociedade empresária sem registro, 
antiga sociedade de fato ou irregular).
As principais consequências da ausência de registro são:
• ilegitimidade ativa para a falência e para as recuperações judicial e 
extrajudicial;
• configuração de crime falimentar (em caso de decretação da quebra);
• ineficácia probatória dos livros comerciais; e
• responsabilidade ilimitada dos sócios da sociedade em comum.
b. Escrituração: atividade de confecção de livros comerciais e demais 
documentos contábeis. A princípio, todo empresário deve escriturar os 
livros obrigatórios, exceto os microempresários e o empresário de pequeno 
porte, conforme art. 1.172 § 2º do Código Civil.
Os livros comerciais, nos termos do art. 1194 do CC, devem ser mantidos em 
boa guarda até a ocorrência da prescrição ou decadência de todas as obrigações 
materializadas em suas anotações. Os livros estão divididos em obrigatórios e 
facultativos.
• obrigatórios: são aqueles impostos pela legislação, sob pena de 
consequências sancionatórias, que ainda podem ser subdivididos em 
comuns e especiais. Os comuns são aqueles que todos os empresários, com 
exceção do ME e do EPP, estão obrigados a escriturar. Já os obrigatórios 
especiais são aqueles que, apesar de obrigatórios, não se aplicam a todos 
os empresários, mas apenas aos que preencham determinados requisitos 
específicos, inclusive ME ou EPP (livro registro de duplicatas, de ações 
normativas, etc).
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 46
A irregular escrituração ou sua ausência impõe, ao empresário, consequências 
sancionatórias, como por exemplo: perda da eficácia probatória dos livros 
comerciais; ilegitimidade ativa para as recuperações e configuração de crime 
falimentar em caso de decretação da falência do empresário.
Já o balanço periódico é o demonstrativo realizado pelo empresário, com base 
nos dados constantes nos livros comerciais, com o objetivo de explicitar algumas 
informações relevantes da atividade empresarial.
Assim como dá-se a dispensabilidade dos livros, o balanço periódico é liberado 
para o pequeno empresário ME e EPP. Sua conferência, via de regra, deve 
ser de periodicidade anual. Em alguns casos, no entanto, como instituições 
financeiras, o tempo passa a ser semestral, por força de legislação própria, que 
é a lei nº 4.595/64.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 47
2.9 Estabelecimento Comercial
Estabelecimento comercial é o conjunto de todos os bens, materiais e imateriais, 
reunidos pelo empresário, para a exploração de sua atividade. Compreende os 
bens suficientes e necessários, racionalmente organizados, para a exploração da 
sua atividade.
Características: para explorar uma atividade, o empresário necessitará de 
um local (ponto), de mercadorias, de máquinas, estoque, de uma marca, 
além de clientes. Algumas dessas características, que determinam a relação 
comercial, foram vistas na unidade 1 do nosso estudo.
Todos esses bens, reunidos e organizados,formam o estabelecimento. 
Ao organizar todos os bens de forma racional, o empresário agrega ao conjunto 
determinado valor, fazendo com que o conjunto valha mais que a simples soma 
das unidades.
Esse valor agregado, o sobrevalor, é chamado fundo de comércio ou aviamento. 
Mas as expressões estabelecimento e fundo de comércio não se equivalem. 
Estabelecimento é a reunião de todos os bens; fundo de comércio é a valorização 
desses bens em decorrência da organização.
O estabelecimento comercial, juridicamente falando, é um conjunto de bens, 
assumindo a natureza jurídica patrimonial. Os bens no estabelecimento 
podem ser classificados em corpóreos (materiais) e incorpóreos (imateriais). 
Entre os elementos materiais, podemos identificar as mercadorias, o imóvel em 
que se localiza o estabelecimento, o estoque, o mobiliário, as máquinas. Entre os 
imateriais, podemos identificar o nome empresarial, o título do estabelecimento, 
o ponto comercial, os bens industriais, que são as invenções, o desenho industrial, 
a marca, além da clientela.
Importante salientar que tanto os bens materiais como os imateriais são 
fundamentais para o estabelecimento empresarial, sendo igualmente importantes 
e necessários para a organização da atividade.
Vamos ver alguns dos bens imateriais em espécie, seu conceito e características, 
pois é muito importante para o nosso estudo das pessoas jurídicas.
Nome empresarial: é a identificação da pessoa física ou jurídica, do 
empresário individual ou sociedade empresária. Duas são as espécies de 
nome empresarial: a firma e a denominação. A definição de qual espécie 
de nome empresarial poderá ser adotada é feita expressamente pela lei. 
O Código Civil, nos artigos 1.155 a 1.168, regula essa matéria.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 48
A formação do nome empresarial deve atender a dois princípios: o da veracidade 
e o da novidade. Pelo princípio da veracidade, impede-se a adoção de nome 
que veicule informação falsa sobre o empresário que identifica, enquanto pelo 
princípio da novidade impede-se a adoção de nome idêntico ou semelhante ao 
de outro empresário.
Não esqueça que a principal diferenciação entre firma e a denominação é 
dada por sua estrutura.
Firma: utiliza-se, necessariamente, de todo ou parte do nome civil da pessoa 
física (empresário individual ou sócios), acompanhado ou não do ramo de 
atividade.
Denominação: utiliza-se de todo ou parte do nome civil dos sócios ou 
qualquer expressão linguística, chamada elemento de fantasia, acompanhada 
obrigatoriamente do ramo da atividade.
DICA
O Código Civil define, para cada tipo societário, a modalidade de nome a ser 
utilizado, conforme o quadro abaixo:
Quadro 2.2: Tipos societários.
Tipo societário Modalidade de Nome Fundamento Legal
Empresário individual Firma Art. 1.156 do CC
Limitada Firma ou denominação Art. 1.158 do CC
Anônima Denominação Art. 1.160 do CC
Comandita Simples Firma Art. 1.157 do CC
Comandita por ações Firma ou denominação Arts. 1.157 e 1.161 do CC
Nome coletivo Firma Art. 1.157 do CC
Simples Firma ou denominação Art. 997 do CC
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Em 2011, a Lei nª 12.441/11 instituiu mais uma modalidade de empresa: a 
EIRELI, que é a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Dentre as 
suas características estão:
• empresa limitada constituída por uma pessoa que é titular da totalidade do 
capital que deve ser totalmente integralizado;
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 49
• a EIRELI pode ter natureza simples, com seu registro no Registro Civil 
das Pessoas Jurídicas - RCPJ ou natureza empresária (registro na Junta 
Comercial);
• na EIRELI há a figura do titular da empresa, não do sócio;
• No registro da empresa, deve-se exigir declaração do titular da EIRELI, 
para os devidos fins e efeitos de direito, constando expressamente que o 
mesmo não participa de qualquer outra pessoa jurídica dessa modalidade;
• A denominação ou a firma deverá ser integrada obrigatoriamente pela 
expressão EIRELI.
Para constituir-se a EIRELI, deve-se elaborar um contrato de constituição, 
sendo que todas as páginas devem ser rubricadas e autenticadas. O contrato, 
na maioria das vezes, deve ser elaborado por um advogado, exceto quando 
se trata de Microempresa/Empresa de Pequeno Porte. Após o pagamento das 
custas e emolumentos para a abertura da empresa, o seu registro será feito em 
até 10 dias, muitas vezes sendo menor esse prazo.
Ponto comercial: é o local em que o empresário organiza sua atividade. 
Local do estabelecimento empresarial. O ponto empresarial representa 
uma das questões mais relevantes ao empresário, já que a localização de 
seu estabelecimento pode influenciar muito o seu sucesso (proximidade 
com consumidores, concentração de pessoas, etc).
Título do estabelecimento: é o signo visual identificador do local da 
exploração da atividade, ou seja, do ponto comercial. É o elemento externo 
que identifica o ponto comercial, representado materialmente pela placa de 
identificação.
O título é um importante elemento de manutenção da clientela, na medida em 
que o consumidor relacionará o título ao próprio produto ou serviço utilizado. 
O título do estabelecimento é protegido pelas regras de responsabilidade civil e 
criminal. Inclusive caracterizando concorrência desleal a utilização de expressão 
que implique desvio de clientela, nos termos da Lei nº 9.276/96.
Clientela: é o conjunto de pessoas que pratica atos negociais com o 
estabelecimento do empresário. Apesar de a clientela ser conjunto de 
pessoas e, portanto, impossível de ser apropriada, a legislação protege-a 
com base na regra de repressão à concorrência desleal. A clientela é um 
dos elementos que mais inf luenciam a definição do fundo de comércio 
ou aviamento.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 50
2.10 Operações Societárias
As operações societárias existentes em nosso ordenamento jurídico são as 
seguintes:
Transformação: é a operação societária pela qual a sociedade passa, 
independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo societário para 
outro. Exige aprovação unânime de todos os sócios ou acionistas, inclusive 
os sem direito a voto, salvo se houver a retirada do acionista dissidente. 
Assim, através da transformação, uma sociedade empresária limitada pode 
tornar-se, por exemplo, uma sociedade empresária anônima.
Incorporação: é a operação societária pela qual uma ou mais sociedades são 
absorvidas por outra, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, 
ou seja, uma empresa adquire a outra, assumindo seu passivo e ativo.
 Fusão: é a operação societária pela qual uma ou mais sociedades unem-se 
para formar uma nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e 
obrigações.
Cisão: é a operação societária pela qual determinada companhia transfere 
parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para 
esse fim, ou já existentes. A cisão pode ser: total, se acarretar a extinção 
da sociedade cindida, em razão da versão da totalidade de seu patrimônio, 
ou parcial, se houver versão de apenas uma parcela do patrimônio da 
sociedade cindida, não acarretando a sua extinção.
Outras informações: grupos de sociedade e defesa da concorrência
Sociedades Filiadas ou Coligadas: as sociedades são consideradas 
coligadas ou filiadas quando existe entre elas a participação de 10% do 
capital social ou mais, sem que ocorra o controle societário, conforme 
previsto no art. 1.099 do CC.
Sociedades Controladas: as sociedades controladas são aquelas cuja 
maioria dos votos da empresa está nas mãos de outra empresa. Também 
pode ser chamada de incorporação por ações – art. 1.098 do CC.
Consórcio: o consórcio entre sociedades ocorre quando duas ou mais 
sociedades combinam seus esforços e recursos para o desenvolvimento de 
um determinado empreendimento, sem existir personalidade jurídica ou 
mesmo solidariedade entre elas, conforme o art. 278 da Lei nº 6.404/76.Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 51
Defesa da concorrência: quando se fala na modificação da estrutura das 
sociedades ou simplesmente da constituição de grupos de sociedades, existe 
a preocupação de que as novas empresas tornem-se de tal modo fortes que 
possam impedir a livre concorrência do mercado. Para evitar tal situação, foi 
criado um órgão responsável pela prevenção e a repressão às infrações contra a 
ordem econômica, o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
– que é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça.
Serão consideradas infrações contra a ordem econômica: limitar, falsear 
ou prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; dominar mercado, 
que será presumido quando a empresa ou grupo de empresas controlarem 
20% do mercado relevante; e aumentar arbitrariamente os lucros.
É importante ressaltar que a decisão do plenário do CADE, seja de aplicação 
de multa ou a imposição de obrigação de fazer ou não fazer, constitui um título 
extrajudicial, cuja execução será de competência da Justiça Federal.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 52
2.11 Sociedades não Personificadas
As sociedades não personificadas não apresentam personalidade jurídica, 
pois não possuem registros. São denominadas espécies de sociedades não 
personificadas a sociedade em conta de participação e a sociedade comum, que 
também é conhecida como irregular ou de fato.
Sociedade em conta de participação: é aquela em que a atividade da sociedade 
é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua 
própria e exclusiva responsabilidade, como preceitua o art. 991 do CC.
O arquivamento dos atos constitutivos da sociedade em conta de participação no 
órgão de registro competente é dispensável. No entanto, caso esse arquivamento 
seja realizado, tal ato não conferirá personalidade jurídica a essa sociedade 
(art. 993, caput do CC).
Sociedade em comum: é a sociedade sem registro, não se caracterizando como 
pessoa jurídica (sociedade despersonificada). As sociedades surgem, formal 
e regularmente, com a inscrição do seu ato constitutivo no órgão competente 
(Junta Comercial para a sociedade empresária). Os sócios, contudo, podem se 
reunir em sociedade e não realizarem a formalidade exigida, dando ensejo ao 
surgimento da chamada sociedade em comum (art. 986 do Código Civil).
Consequências da irregularidade: as consequências do descumprimento do dever 
de registro são exatamente as mesmas relatadas para o empresário individual, 
somadas à previsão da responsabilidade ilimitada dos sócios, conforme o art. 
990 do CC.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 53
2.12 Desconsideração da Personalidade Jurídica
A desconsideração da personalidade jurídica é o instrumento por meio do qual 
se afasta, temporariamente, a independência patrimonial da pessoa jurídica, com 
o objetivo de imputar aos sócios ou administradores responsabilidade pessoal e 
ilimitada pelas dívidas da pessoa jurídica.
Característica: as sociedades regularmente constituídas podem ter sua 
personalidade desconsiderada, a fim de permitir a responsabilização 
pessoal e direta do patrimônio dos sócios (responsabilidade esta que não 
se confunde com a responsabilidade decorrente do tipo societário, que 
sempre estará presente).
Para a aplicação dessa responsabilidade, é preciso a caracterização do uso 
desvirtuado da pessoa jurídica, que, nos termos do art. 50 do CC, exige o requisito 
do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial. A mera incapacidade 
patrimonial da pessoa jurídica não autoriza a desconsideração.
• Ultra vires: a desconsideração não se confunde com a ultra vires que é 
prevista no art. 1.015 do CC. Esta consiste no instrumento por meio do 
qual a sociedade poderá opor o excesso praticado por seus administradores 
aos terceiros, credores da pessoa jurídica, imputando a responsabilidade 
pelo excesso, de maneira pessoal e ilimitada, ao administrador. Com essa 
teoria, pretende-se afastar a responsabilidade da sociedade, imputando-a 
diretamente ao administrador que atuou com excesso.
Essa teoria somente é aplicável às sociedades contratuais que utilizem a 
legislação da sociedade simples com supletiva e desde que:
a. A limitação de poderes esteja expressa no contrato social;
b. O terceiro saiba da limitação; ou
c. A dívida originada em operação evidentemente estranha aos negócios da 
sociedade.
Não esqueça a diferenciação entre desconsideração e ultra vires : 
Na desconsideração, o credor da pessoa jurídica pretende a responsabilização 
dos administradores ou sócios, enquanto na ultra vires é a sociedade quem 
pretende tal responsabilização.
DICA
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 54
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, estudamos vários conceitos que são de extrema importância 
para o Direito Civil, especialmente para o Direito Empresarial. 
Fizemos uma análise do conceito de pessoa física e jurídica. Depois, estudamos 
as suas características e, com isso, iniciamos os estudos sobre as sociedades 
empresariais. Vimos as características gerais da sociedade empresarial e, 
posteriormente, iniciamos os estudos sobre cada tipo de sociedade empresarial, 
que pode ser dividida em várias formas e suas características específicas. 
É possível perceber que para cada forma de sociedade existe a característica 
própria para a constituição da empresa, como a participação dos sócios, o 
capital a ser integralizado, a responsabilidade de cada sócio, entre outras tantas 
características vistas no decorrer desta Unidade.
Para finalizarmos, vimos algumas características de sociedades menos 
usuais, como sociedade controlada e consórcio, estudamos as sociedades não 
personificadas e encerramos a nossa unidade com o estudo da desconsideração 
da personalidade jurídica.
Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas | UNIDADE 2 55
REFERÊNCIAS
BULGARELLI, W. Direito Comercial. 16 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. 22 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MARTINS, F. Curso de Direito Comercial, empresários individuais, 
microempresas, sociedades empresárias, fundo de comércio. 35 ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2012.
SANTOS, E. T. V. Elementos do Direito – Direito Comercial. 7ª ed. 
São Paulo: Premier Máxima, 2008.
DIREITO EMPRESARIAL | Martha Luciana Scholze 120
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	unidade 1
	Conceito de Direito 
Empresarial - Geral 
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	1.1	Introdução
	1.2	O que é Comércio: Início e sua História
	1.3	Conceito de Direito Empresarial
	1.3.1	Fontes do Direito Empresarial
	1.4	Conceito de Empresário
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 2
	Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade 
das Pessoas Jurídicas 
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	2.1	Conceito, Personificação, Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas
	2.2 Das Sociedades Empresariais
	2.3	Personalização da Sociedade Empresária
	2.4	Teoria Geral do Direito Societário
	2.5	Classificação das Sociedades Empresárias
	2.6	Classificação Quanto à Responsabilidade dos Sócios pelas Obrigações Sociais
	2.7	Formas Societárias de Menor Relevância
	2.8	Classificação Quanto ao Regime de Constituição e Dissolução
	2.9 Estabelecimento Comercial
	2.10	Operações Societárias
	2.11	Sociedades não Personificadas
	2.12	Desconsideração da Personalidade Jurídica
	SÍNTESE DA UNIDADE
	REFERÊNCIAS
	unidade 3
	Teoria Geral dos Contratos e Títulos de Crédito 
	Objetivo Geral 
	Objetivos EspecíficosQUESTÕES CONTEXTUAIS
	3.1 Teoria Geral dos Contratos
	3.2 O Preço
	3.3	Vendas Nulas ou Anuláveis
	3.3.1	Outras Vendas Proibidas
	3.4	Cláusulas Especiais à Compra e Venda
	3.5 Retrovenda
	3.6 Cláusula de Preferência
	3.7	Da locação de Imóvel Urbano
	3.7.1	Critério para Definição do Bem Imóvel
	3.7.2	Da Alienação do Bem Locado
	3.7.3	Direito de Preferência ao Inquilino
	3.7.4	Das Garantias
	3.7.5 Da Locação por Temporada
	3.7.6	Da Denúncia do Contrato de
Locação Residencial pelo Locador
	3.7.7	Da Denúncia do Contrato 
de Locação pelo Locatário
	3.7.8	Da Denúncia do Contrato de Locação Comercial
	3.8	Locação para Entidades Religiosas, de Ensino ou Estabelecimentos de Saúde
	3.8.1	Espécies de Doação
	3.8.2	Revogação da Doação
	3.8.3 Hipóteses de Ingratidão
	3.8.4	Doações não Sujeitas à Revogação por Ingratidão
	3.9	Revogação por Descumprimento 
de Encargo
	3.10 Do Comodato
	3.10.1	Mora do Comodatário
	3.10.2	Pluralidade de Comodatários
	3.10.3	Do Mútuo
	3.10.4	Prazos Legais
	3.11 Da Empreitada 
	3.12 Dos Títulos de Crédito
	3.12.1	Conceito
	3.12.2	Princípios dos Títulos de Créditos
	3.12.3	Classificação dos Títulos de Crédito
	3.13	Constituição do Título de Crédito
	3.13.1	Letra de Câmbio
	3.13.2	Desconto Bancário
	3.14	Cheque
	3.15 Duplicata
	3.16 Ação Cambial
	3.17 Saque
	3.18	Aceite
	3.19 Endosso
	3.20 Aval
	3.21	Exigibilidade do Título de Crédito
	3.21.1	Vencimento
	3.21.2	Pagamento
	3.22	Protesto
	SÍNTESE DA UNIDADE
	REFERÊNCIAS
	unidade 4
	Noções de Recuperação e Falência de Empresas 
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	4.1 Falências e Recuperação de Empresas
	4.2	Créditos Excluídos
	4.2.1	Suspensão das Ações e Prazos Prescricionais
	4.2.2	Causas da Falência
	4.2.3	Legitimidade Ativa
	4.2.4	Habilitação dos Credores
	4.2.5	Procedimento
	4.3 Classificação dos Créditos
	4.3.1 Realização do Ativo
e Encerramento da Falência
	4.3.2	Os Efeitos da Falência 
sobre as Obrigações do Devedor
	4.3.3	Ineficácia e Revogação dos 
Atos Praticados Antes da Falência
	4.4	Pedido de Restituição
	4.4.1	Assembleia de Credores
	4.4.2	Meios de Recuperação Judicial
	4.5	Efeitos
	4.6	Plano Especial
	4.7	Procedimento da Recuperação Judicial
	4.7.1	Convolação da Recuperação Judicial em Falência 
	4.8	Da Recuperação Extrajudicial
	4.9	Falência
	4.10 Locação de Imóveis
	SÍNTESE DA UNIDADE
	REFERÊNCIAS

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