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1 Docência para o Ensino Superior MÉTODOS E TÉCNICAS NA APLICAÇÃO DE ENSINO PARA ADULTOS Profª. Me. Ana Cláudia Barreiro Nagy Profª. Me. Edna Barberato Genghini 2 Ficha catalográfica NAGY, Ana Cláudia Barreiro GENGHINI, Edna Barberato Métodos e técnicas na aplicação de ensino para adultos: Ensino Superior Presencial e EaD 173 p. Il. 1. Planejamento. 2. EaD. 3. Técnicas de ensino. Pós- Graduação Lato Sensu em Docência para o Ensino Superior. III. Métodos e técnicas na aplicação de ensino para adultos. 3 MÉTODOS E TÉCNICAS NA APLICAÇÃO DE ENSINO PARA ADULTOS Professora Conteudista ANA CLÁUDIA BARREIRO NAGY é natural do Rio de Janeiro, onde cursou Magistério e começou a estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduou-se em Pedagogia na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1994). Especializou-se em Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) e Planejamento, Implementação e Gestão na Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2019). É mestre em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), onde iniciou o Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (2005). Também cursou Letras (Português e Francês) na Universidade de São Paulo (2018) com intercâmbio na Université Lumière Lyon 2. Professora Universitária desde 2001, foi professora na Pedagogia, Engenharia, Psicologia e Educação Física na UNIP. Também atuou na mesma universidade como coordenadora da Pedagogia no campus Norte. Foi Presidente da Aunipedag, Associação Universitária de Pedagogos do Brasil. Atualmente é professora conteudista da pós-graduação em Formação em Educação a Distância da UNIP Interativa. Foi professora tutora em cursos de EaD - na graduação em Pedagogia e Normal Superior da Universidade do Norte do Paraná e na pós-graduação no Centro Universitário Senac - São Paulo. Professora Colaboradora/coordenadora: EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002. Atualmente no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e em Formação em EaD, pela UNIP EaD, onde também atua como Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da Mentor Orientação Psicopedagógica desde 1991. Possui graduação em Economia Doméstica - Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), em Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), Pós- graduação em Psicopedagogia pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação Lato Sensu em Formação em Educação a Distância pela UNIP - Universidade Paulista (2011). É autora e coautora de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a Distância da UNIP - EaD. Áreas de Interesse: Neurociências - Educação Inclusiva - Psicopedagogia Clínica e Institucional - Formação e Gestão em Educação a Distância - Formação de Docentes para o Ensino Superior. 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 05 INTRODUÇÃO 06 Unidade I: PLANEJAMENTO PARA A DOCÊNCIA 08 1.1 Ação Docente: definição, seu objeto de estudo e os processos de ensino e de aprendizagem 09 1.2 Planejamento em EaD: Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, Avaliação 13 1.2.1 Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, Avaliação 16 1.2.1.1 Objetivos 18 1.2.1.2 Conteúdos 24 1.2.1.3 Procedimentos 30 1.2.1.4 Avaliação 32 Unidade II: ENSINO PRESENCIAL 44 2.1 Metodologias Ativas 47 2.2 Principais Metodologias Ativas 53 2.2.1 Sala de Aula Invertida 53 2.2.2 Gamificação 60 2.2.3 Vídeos 62 2.2.4 Aprendizagem por Pares ou Times 64 2.2.5 Aprendizagem por Projetos ou Solução de Problemas 66 Unidade III: EaD: O ENSINO A DISTÂNCIA 73 3.1 O Ensino a distância: breve histórico a partir das gerações 78 3.2 Personagens do EaD: o aluno, o professor/tutor e o curso 87 3.3 A escolha pela modalidade de estudo à distância: motivação e necessidade 93 3.4 Carga horária do curso 98 Unidade IV: FAZENDO EaD ACONTECER 104 4.1 Universidade Aberta do Brasil 104 4.2 TICs (Tecnologias da informação e comunicação) aplicadas a Educação: os AVAs (ambientes virtuais de aprendizagem) 109 4.3 Tipos de EaD: teleaula, videoaula, modelo híbrido 122 4.4 Avaliação 127 4.5 Interdisciplinaridade 133 4.6 ESD - Educação sem Distância 138 4.7 Ferramentas e objetos de aprendizagem aplicáveis/utilizados em EaD: vantagens e dificuldades 141 4.7.1 Correio eletrônico 149 4.7.2 Redes Sociais 154 REFERÊNCIAS 170 5 APRESENTAÇÃO Olá, aluno (a)! Bem-vindo (a)! Neste material você encontrará os conteúdos pertinentes à disciplina MÉTODOS E TÉCNICAS NA APLICAÇÃO DE ENSINO PARA ADULTOS, na qual serão discutidos a construção de conhecimento, o ensino e a aprendizagem na Educação a Distância e no ensino presencial, as metodologias ativas e o conceito da sala de aula invertida. Para tal, vamos analisar práticas de avaliação da aprendizagem em EaD e as formas de se aproximar dos estudantes, mesmo sabendo que estes e seus professores/tutores estão separados fisicamente. Ainda, será muito importante compreender quais são e como funcionam os meios de comunicação em EaD, seu planejamento – potencialidades e possibilidades e as concepções atuais e procedimentos pedagógicos que reorientam a Didática e o professor do Ensino Superior na atualidade. Também estudaremos a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, aplicadas a Educação, visando despertar atitudes de aprendizagem mais complexas e significativas. É importante ressaltar que, além da EaD, vamos ter uma unidade que vai explorar o ensino presencial e os mesmos aspectos tratados na modalidade presencial, na sala de aula em que estaremos com nossos alunos “olho no olho”. Para finalizar, é importante ressaltar que você não vai encontrar aqui um caderninho de receitas – como fazer, como não fazer, siga o modelo. O pertinente nesse Livro Texto é provocar a reflexão, tá? Animado (a)? Então, mãos à obra! 6 INTRODUÇÃO Você já percebeu como nos dias de hoje, cada vez mais as escolas e universidades estão aderindo à utilização da EaD em sua metodologia de ensino? São aulas com apoio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) ou desenvolvidas com a apresentação de uma videoconferência, ou, ainda, lançando mão de ferramentais, como os blogs, videoblogs, sites, páginas pessoais e, até mesmo, via telefone celular. É. Não há mais como escapar dessa… E nem devemos, afinal, não se pode discutir o quanto todas essas tecnologias nos auxiliam, especialmente se não queremos ou não podemos ver nosso tempo sendo consumido no deslocamento entre nossas casas ou locais de trabalho até o local onde as aulas presenciais acontecem. Alguns ainda se ressentem e se amedrontam diante dessas possibilidades, mas uma coisa é certa: devemos ter a cabeça sempre aberta e olhar para tudo com curiosidade e visão de investigadores, de pesquisadores, que é o que um docente deve ser: um pesquisador, a todo momento. Deste modo, e por essa razão, você, aluno (a) de curso de pós-graduação está aqui e agora estudando esse livro texto: para compreender o que é ser professor na atualidade e com a EaD como mais uma possibilidade de ensinar e aprender também,pois, como disse certa vez Guimarães Rosa (1958, p. 16), “mestre é aquele que, de repente, aprende”, certo? Não poderíamos deixar de fora o ensino presencial, pois não é somente de EaD que vivemos! A sala de aula presencial tem grande importância na história da educação – ontem, hoje e amanhã. Se alguém realmente acredita que nos aproximamos de um momento crucial em que toda a educação formal será via internet… ah, não será, não! Por essa razão, vamos estudar também sobre o ensino presencial. O material que agora você tem em seu poder está dividido em quatro unidades didáticas distintas, porém complementares. Cada uma delas apresenta uma particularidade do tema e foi organizada tendo em vista facilitar seu percurso dentro da temática. Veja como estão organizadas: Unidade 1: Planejamento para a docência Unidade 2: Ensino Presencial Unidade 3: EaD: O Ensino a distância Unidade 4: Fazendo EaD acontecer Para estudar todos os temas indicados, os objetivos gerais da disciplina são: Compreender os processos de ensinar e aprender e a construção do conhecimento no meio virtual e presencialmente para o ensino superior Desenvolver a visão sobre a funcionalidade do EaD no ensino superior; 7 Ter compromisso com uma ética de atuação profissional e com a organização da vida em sociedade; Analisar os desafios da atuação docente frente às TICs no ensino superior; Refletir acerca da construção do conhecimento, as diferentes formas de ensino e aprendizagem para o público adulto – presencialmente e em EaD. Também saiba quais são os objetivos específicos, os quais estão indicados a seguir: Identificar o conceito de ação didática e seu objeto de estudo; Compreender os processos de ensinar e aprender e a construção do conhecimento no meio virtual e presencialmente para o ensino superior; Conhecer o EaD e sua história; Identificar as possibilidades da ação didática como mediadora de um processo de ensino interativo no ensino superior; Identificar AVAs e compreender suas diferenças e potencialidades para ensinar o adulto; Estudar as ferramentas e objetos de aprendizagem utilizados em EaD no ensino superior; Estudar as ferramentas e objetos de aprendizagem utilizados presencialmente no ensino superior; Caracterizar as metodologias ativas de aprendizagem no ensino superior; Discutir a importância do modelo de sala de aula invertida para a educação; Entender o funcionamento dos sistemas de ensino em EaD. Aproveite a leitura e as imagens do seu livro texto e não deixe de buscar as indicações do “Saiba mais” e as “Leituras Obrigatórias” para aprimorar seus conhecimentos! Seja bem-vindo (a) e boa jornada! 8 UNIDADE I PLANEJAMENTO PARA A DOCÊNCIA Conteúdos trabalhados na unidade: Ação docente: definição, seu objeto de estudo e os processos de ensino e de aprendizagem; Planejamento em EaD: Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, Avaliação. Nesta unidade a intenção principal é buscar compreender o que é e como se deve desenvolver a ação docente. Atenção! Não estamos aqui falando em receituário. Jamais você encontrará alguma coisa semelhante a isso nos seus livros texto, pois o mais importante é o processo de reflexão a partir das leituras propostas, das indicações bibliográficas e assim por diante, certo? Com este pensamento em mente, vamos voltar um pouquinho na história e trazer para nossa conversa a principal ferramenta que todo educador deve conhecer para seguir em frente com seus estudos pedagógicos. Imagem 1: Docência https://morguefile.com/photos/morguefile/1/classroom/pop 06 mar. 2019 https://morguefile.com/photos/morguefile/1/classroom/pop 9 1.1 Ação Docente: definição, seu objeto de estudo e os processos de ensino e de aprendizagem Certamente que você já ouviu falar sobre a Didática, que tem como objeto de estudo os processos de ensino e de aprendizagem. Ainda, para clarear um pouco mais nossas ideias, lembro que esta – Didática – é uma palavra que tem origem na expressão grega “Τεχνή διδακτική” (techné didaktiké), cujo significado é “arte ou técnica de ensinar” ou “técnica de dirigir e orientar a aprendizagem”. É um termo antigo, mas que deve ser visto como muito atual e estar presente em todas as salas de aula e quaisquer outros espaços educativos, formais ou não- formais. Como toda ciência, a Didática também teve um “pai”, Comenius, um dos maiores educadores do século XVII, que ficou conhecido como pai da Didática Moderna, especialmente devido à sua grande obra “Didática Magna”. Uma de suas mais célebres frases é sobre a Didática ser: um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, […] sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes e para a piedade sincera. […] como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método universal de fundar escolas universais (COMENIUS, 2001, p.3). (grifos nossos) Se esmiuçarmos esta fala tão pertinente para todo educador, chegaremos à arte de conseguir atingir este objetivo: ensinar, pois promover aprendizagens aos nossos alunos é a verdadeira intenção da ciência Didática. 10 Pesquise na Internet o nome “Comenius”. Anote informações sobre ele. Ainda, consulte no endereço: http://loja.editoracomenius.com.br/quem-foi-comenius e veja uma breve biografia deste estudioso. Você já pensou sobre isso? Como você aprendeu na(s) escola(s) onde estudou? Certamente os professores preparavam aulas com explicações, atividades, exercícios em grupo, apresentações na frente da sala e, nos últimos tempos, eles também contavam com recursos tecnológicos, como data show, computador… Que tal conhecer a definição de Didática de uma das mais importantes estudiosas sobre o assunto, a professora pós-doutorado Vera Maria Ferrão Candau, (PUC-RJ)? Ela afirma que a Didática precisa ser pensada como “uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica” (2012, p.29). Deste modo, cabe ressaltar que este deve ser um processo contínuo e, se compartilhado, mais enriquecedor, pois os professores poderão trocar ideias com seus pares e, a partir dessa interação, refletir sobre suas próprias práticas e aperfeiçoá-las. http://loja.editoracomenius.com.br/quem-foi-comenius 11 Imagem 2: Aula https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105 159635e2e.jpg. 06 mar. 2019 Podemos dizer que há os seguintes elementos envolvidos na prática de cada educador: ele próprio, seus alunos, os conteúdos com os quais precisa trabalhar, as estratégias que utilizará para fazer seu trabalho e os processos avaliativos. Masetto (1997), assim como Candau (2012), também concorda que a Didática precisa ser vista com reflexão sistemática. Os dois afirmam que a mesma é um “estudo das teorias de ensino e aprendizagem aplicadas ao processo educativo que se realiza na escola, bem como dos resultados obtidos” (p. 14). https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105159635e2e.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105159635e2e.jpg 12 PIMENTA, S. G. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2018. Esse livro chama ao debate sobre a formação docente. Nele encontramos pesquisas na área da pedagogia e os temas que são abordados colaboram para auxiliar os professores no conhecimentoquanto às perspectivas de análise que os ajudem a compreender os contextos histórico, social e organizacional em que ocorre sua atividade docente. Você consegue perceber o quanto ensinar é um processo que deve ser minuciosamente pensado? Não podemos ir para sala de aula com nosso conhecimento achando que ele, por si só, já é suficiente. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer (ou talvez já tenha dito) que “um determinado professor sabe muito”, “dá para perceber todo o conhecimento que tem, mas… ele não sabe passá-lo aos seus alunos e, por isso, a aula dele não é proveitosa”? Pense nisso e, em seguida, lembre-se da Didática e de como ela pode auxiliá- lo como docente. A Didática estuda os processos de ensino e aprendizagem destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. 13 1.2 Planejamento em EaD: Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, Avaliação O que é planejar? Ouvimos tanto que essa é uma das mais importantes atividades do educador, mas, o que seria exatamente fazer um planejamento, apresentar um plano para determinado curso, aula ou atividade? Certamente você já fez pelo menos uma viagem, não é mesmo? Então, pense como foi até que você chegasse ao seu destino: há alguns passos necessários para o sucesso das férias, por exemplo (considere uma viagem de férias de um mês na qual você viajou de avião e ficou hospedado (a) num hotel). Primeiro você estabeleceu o local para onde iria; Como você teria um mês de disponibilidade para estar por lá, pensou em quanto dinheiro seria necessário dispor para passar todo o tempo, considerando os valores de passagens de ida e volta e de estadia; Pesquisou os preços das passagens nas companhias aéreas que fazem o trajeto e os horários de embarque; Buscou hotéis até se decidir por um em especial; Em seguida, pesquisou como estaria o tempo durante o período de sua estadia no local; Deixou instruções em sua casa para que tudo corresse bem até seu retorno (exemplo: agendou no banco o pagamento das contas, previu os gastos costumeiros e, para eles, deixou dinheiro em sua conta corrente, suspendeu assinatura da TV a cabo/digital e do jornal, etc.); Arrumou a mala e conseguiu uma carona até o aeroporto como sua melhor amiga; Embarcou! 14 Imagem 3: Férias https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kolobsek/03/l/1363265958pezt0.jpg 24 jan. 2019 Percebeu o quanto dá trabalho ir “curtir” as férias? Até cansa, né? É exatamente o mesmo que ocorre com a ação didática: ela precisa ser detalhadamente pensada e minuciosamente organizada para que seu sucesso seja a mais concreta possibilidade. Ainda, cabe ressaltar que mesmo quando fazemos tantos planos para nossos alunos, alguma coisa pode não funcionar e é nesse momento que aparece uma das principais características do planejamento, ou seja, a flexibilidade. No caso da viagem, se você vai para um país estrangeiro, é prudente levar a moeda corrente utilizada por lá para não ter surpresas, por exemplo, chegar muito cedo ao local e as casas de câmbio estarem fechadas. Ou, ainda, se você for para uma cidade muito fria, é necessário ter à mão um casaco bem quentinho para você não congelar assim que sair do avião e estiver esperando as malas… https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kolobsek/03/l/1363265958pezt0.jpg 15 Pensando agora sobre a escola, imagine que a aula foi toda pensada para contar com a utilização de um vídeo: você o grava num cd-rom, reserva o equipamento necessário com antecedência, avisa aos alunos, prepara-os para o que lhes será apresentado e constrói fichas de avaliação para serem preenchidas após o filme. Contudo, no dia da exibição, simplesmente não há energia elétrica na escola, ou o local de projeção está às escuras ou, ainda, você percebe que a sala de aula não é adequada para tal atividade. O que fazer? Imagem 4: Plano B https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8b c8.jpg. 25 nov. 2018 É aí que vem a flexibilidade: o plano “B” tem que entrar em prática, ou o “C”, o “D”, enfim, alguma coisa deve ser feita para que os alunos não percam aquela aula, mesmo que não consigam assistir ao vídeo. Nem sempre o que planejamos efetivamente ocorre, mas o mais importante é exatamente não se tornar refém de uma mídia ou de uma determinada situação que pode falhar. Ser flexível é saber sair das possíveis situações em que o planejado não funcionou ou não surtou o efeito desejado. https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8bc8.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8bc8.jpg 16 Ainda, é ter equilíbrio para que, durante todo o ano letivo, você possa desenvolver ações e atividades que substituam aquelas pensadas em primeiro lugar: é replanejar sempre que necessário. Para que isso ocorra, é fundamental que você: Considere sempre o que os alunos já sabem até o momento e a relevância do conteúdo que será trabalhado; Faça avaliações diagnósticas e formativas frequentemente; Tenha sempre em mente quem é seu aluno, como você está ensinando e se seus objetivos, que devem ser pensados para os alunos, estão sendo atingidos (caso não estejam, verifique porquê e refaça suas propostas de acordo com as necessidades); Ouça tudo e todos pois é dos alunos que as dúvidas surgirão ou a real medida do ritmo cadenciado por você para ensiná-los. E importante ser flexível, pois se o professor não fizer um planejamento maleável, o mesmo corre o risco de não alcançar objetivos previstos e isso é imperdoável no desenvolvimento de uma ação didática! Lembre-se: Qualquer plano é uma previsão, portanto, está sujeita a erros. Daí a importância em mudar sempre que parecer ser uma boa ideia, especialmente quando não estiver dando certo. É isso o que um verdadeiro educador faz com grande facilidade, certo? 17 1.2.1 Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, Avaliação Viu como planejar é importante? Vamos sistematizar o conceito nas palavras de Haydt (2011)? Ela diz que (…) planejar é analisar uma dada realidade, refletindo sobre as condições existentes, e prever as formas alternativas de ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos desejados. Portanto, o planejamento é um processo mental que envolve análise, reflexão e previsão (p. 45). De acordo com a autora, analisar quem são os alunos, refletir sobre quais conteúdos trabalhar e prever, por exemplo, como serão as aulas, quanto tempo será necessário para desenvolvê-las, dentre outras preocupações é questão de ordem para todo educador. Imagem 5: Planejamento https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600 793.jpg 06 mar. 2019 https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600793.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600793.jpg 18 O planejamento entra exatamente nesse momento, ou seja, quando começamos a pensar no que ensinar, para quem ensinar, como ensinar, como o aluno aprende e de que modo verificar se aprendeu e como pode ser melhorado todo esse processo. Até aqui, caminhamos bem. Que tal se aprofundarmos um pouco mais nossa discussão? Dissemos que planejar é fundamental e, ainda, que este deve ser flexível. Mas… o que compõe um plano? Quais suas partes imprescindíveis? 1.2.1.1 Objetivos Os objetivos são o ponto inicial a partir do qual as intenções de trabalho dentro da instituição de ensino (formal ou não formal) começam a ser pensadas. São eles que devem orientar a seleção dos conteúdos que serão ensinados aos aprendentes. Assim,os objetivos são o ponto de partida de todo planejamento. Eles subdividem-se em: a) Objetivos gerais: previstos para um determinado grau ou ciclo, numa escola ou certa área de estudo, e que serão alcançados a longo prazo; b) Objetivos específicos: são aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Consistem no desdobramento ou operacionalização dos objetivos gerais. Eles apresentam, de forma pormenorizada, as ações que se tem intenção de desenvolver e aonde se quer chegar. 19 Imagem 6: Objetivos https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/JessicaGale/03/l/1426014127h06 bf.jpg 06 mar.2019 Para simplificar, pode-se afirmar que os objetivos gerais nos forneceriam as diretrizes para a ação educativa como um todo enquanto os objetivos específicos norteariam, diretamente, o processo de ensino e aprendizagem e, ainda, estabeleceriam uma estreita relação com as singularidades relativas aos conteúdos trabalhados. MAGER, R. F. A Formulação De Objetivos De Ensino. Rio Grande do Sul: Globo, 1985. Recomendo a leitura de “A Formulação de Objetivos de Ensino”, de Robert F Mager. É um livrinho antigo, mas, ainda assim, vale investir um tempinho debruçado sobre le. Só é encontrado em sebos. Penso que sua última edição saiu em 1985. https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/JessicaGale/03/l/1426014127h06bf.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/JessicaGale/03/l/1426014127h06bf.jpg 20 Vejamos exemplos: Exemplo 1 * OBJETIVO GERAL: . Oferecer aos alunos uma noção precisa da importância do planejamento como ferramenta de base na organização do turismo. * OBJETIVOS ESPECÍFICOS: . Dominar a aplicação de metodologias e técnicas de planejamento turístico; · Ampliar o leque de possibilidades de atuação profissional; · Estabelecer mecanismos de planejamento que venham promover a sustentabilidade de projetos e programas voltados para o turismo. Neste caso, percebe-se que o objetivo geral visa que o aluno do curso de Turismo desenvolva a importante noção de que planejar é fundamental para sua prática profissional. Em seguida, esta ideia é esmiuçada, ou seja, é posto que esse mesmo aluno conheça e aplique metodologias e técnicas do planejamento em sua área de forma a ampliar a área de alcance de sua atuação como profissional nesta área e, ainda, que coloque em prática seus conhecimentos para desenvolver a sustentabilidade associada ao turismo. O objetivo geral dá uma visão simplificada do que é esperado. Os objetivos específicos detalham ao máximo a ideia lançada inicialmente. Vejamos mais um exemplo: 21 Exemplo 2 * OBJETIVO GERAL: O Programa visa à promoção de melhorias no desempenho da Administração Pública, com a finalidade de aumentar a eficiência e a efetividade das políticas de governo. * OBJETIVOS ESPECÍFICOS: . Fortalecer a capacidade de planejamento e gestão de políticas públicas; . Desenvolver a capacidade de administração de recursos humanos; . Modernizar a estrutura organizacional e seus processos administrativos; . Fortalecer mecanismos de transparência administrativa e de comunicação social; . Modernizar a gestão de informação e integrar seus sistemas de informática. Aqui a intenção é que melhore o desempenho da administração pública para aumentar a eficácia das políticas públicas. Desenrolando, temos que, para que isso aconteça, espera-se que o planejamento seja mais bem construído, levando em conta os recursos reais e como estes serão administrados para que haja transparência nas ações. Para isso, contam com uma gestão, não só administrativa mais competente, como com a gestão das tecnologias envolvidas mais simples e eficiente. Um último exemplo: 22 Exemplo 3 * OBJETIVO GERAL: Analisar os motivos da evasão escolar nos cursos de formação de professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2000. * OBJETIVOS ESPECÍFICOS: . Verificar a relação entre professores e alunos de cursos de formação de professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2000; . Identificar o nível de interesse dos alunos; . Reconhecer as prioridades estabelecidas pelos alunos; . Apresentar os motivos que conduzem os alunos à evasão escolar. Neste último caso, o que se pode perceber é que a evasão escolar nos cursos de formação de professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2000 é uma questão pertinente a ser compreendida, assim, este período aparece identificado. Em seguida, para compreender os reais motivos da significativa evasão, esmiuçou-se o problema, buscando entender se houve alguma situação recorrente que fizesse com que os alunos largassem seus cursos. Para isso até o relacionamento entre alunos e professores foi pesquisado. E então, você consegue perceber como são os objetivos que norteiam a ação pedagógica? É a partir deles que elaboramos as diretrizes a serem desenvolvidas em nosso trabalho. 23 Coloque no papel seus objetivos de vida para os próximos cinco anos. Organize com eles um quadro identificando quais são os gerais e quais são os específicos. Justifique suas escolhas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Há um livro considerado importantíssimo para o tema “Objetivos Educacionais”. Seu título é Manul de avaliação formativa e somativa do aprendzado escolar, de B. Bloom, e foi publicado pela primeira vez em 1987. Sua referência completa está junto com todos os materiais usados nesse LT. Dê uma olhadinha ao final. 24 Que tal conhecer uma amostra dos níveis da taxonomia de Bloom? Nível Definição Verbos Conhecimento O aluno irá recordar ou reconhecer informações, ideias e princípios na forma (aproximada) em que foram aprendidos. Escrever, Listar, Rotular, Definir, Nomear, Dizer Compreensão O aluno traduz, compreende ou interpreta informação com base em conhecimento prévio. Explicar; Ilustrar, Resumir, Parafrasear, Descrever Aplicação O aluno seleciona, transfere e usa dados e princípios para completar um problema ou tarefa com um mínimo de supervisão. Usar, Aplicar, Computar, Resolver, Demonstrar, Construir Análise O aluno distingue, classifica e relaciona pressupostos, hipóteses, evidências ou estruturas de uma declaração ou questão. Analisar, Categorizar, Comparar, Contrastar, Separar Síntese O aluno cria, integra e combina ideias em um produto, plano ou proposta novos para ele. Criar, Planejar, Elaborar hipótese, Inventar, Desenvolver Avaliação O aluno aprecia, avalia ou critica com base em padrões e critérios específicos. Julgar, Criticar, Recomendar, Justificar Fonte: BLOOM et al, 1993 (adaptado) 25 Dá para perceber o quanto é importante o trabalho de Bloom (1993), não é mesmo? Ainda está valendo para a atualidade! 1.2.1.2 Conteúdos Professores e alunos trabalham sempre com conteúdos. Vamos ver como isso funciona na prática?Leia os objetivos que seguem, que constam de um documento chamado RCNEI, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998): . Ampliar gradativamente as possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e escritos e participando de diversas situações de intercâmbio social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder perguntas; . Familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto e da vivência de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário; . Reconhecer seu nome escrito sabendo identificá-lo nas diversas situações do cotidiano; . Escolher os livros para ler e escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor. Imagine que assuntos serão necessários que sejam trabalhados para que os objetivos acima sejam atingidos? 26 Imagem 7: Conteúdos https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/carmawrites/10/p/25b7b0624cf6b19bd961d7817a 157f44.jpg 06 mar.2019 O que você sugere? Vou ajudá-lo. Se o docente pretende que seu aluno “amplie gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão”, o que o professor precisa trabalhar é com a fala e com a escrita (mesmo que rudimentar, pois é educação infantil), assim, são conteúdos: fala (expressão oral) e escrita (expressão escrita). Mas há ainda outros conteúdos neste objetivo: ao desejar que seu educando passe a “interessar-se por conhecer vários gêneros orais e escritos”, o professor precisa criar estratégias de trabalho que desenvolvam o conteúdo gêneros orais e escritos (por exemplo, roda de conversa, cartazes, cantigas de roda, histórias em quadrinho, anúncio, carta, etc.). Assim, sem explicar que gêneros são “formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura” (PCNs de Língua Portuguesa, 1998, p. 21) ou, como define Bakthin (2012), “tipos relativamente estáveis de enunciados constituídos historicamente e que mantêm uma relação direta com a dimensão social” (p. 261), o professor estará fazendo com que seu aluno tenha contato com o conteúdo que está proposto no objetivo. https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/carmawrites/10/p/25b7b0624cf6b19bd961d7817a157f44.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/carmawrites/10/p/25b7b0624cf6b19bd961d7817a157f44.jpg 27 Na verdade, como o objetivo deve ser construído primeiro, é a partir dele que o conteúdo será pensado e auxiliará para que aquele seja atingido. O conteúdo é, portanto, todo aquele saber que foi (e ainda é) acumulado durante os séculos. De acordo com (HAYDT, 2011, p. 62), (…) esse saber apresenta uma natureza dinâmica, porque está em contínua expansão e atualização, renovando-se constantemente. A escola, como instituição social e agência formadora, é o centro da educação sistemática e tem como função básica a transmissão sistematizada do conhecimento universal. De qualquer modo é importante pensar que conteúdo está em toda parte e que aprendemos coisas novas a todo o momento, em qualquer lugar. A escola e a universidade são espaços que procuram mostrar os conteúdos acumulados pela humanidade para a sociedade, pois neles há professores cujo trabalho é exatamente aprender esses conteúdos e apresentá-los aos alunos. Você já pensou que existem conteúdos diferentes, com diversas finalidades? Vejamos como é isso. Imagem 8: Diferentes Conteúdos Hall, Donna. ddc910.jpg. Maio de 2008. https://www.pics4learning.com/details.php?img=ddc910.jpg Pics4Learning. 06 mar.2019 28 Já pensou que há coisas que simplesmente memorizamos com a repetição, como os nomes das ruas no caminho de casa para a universidade ou os nomes dos nossos colegas de classe? Há coisas sobre as quais precisamos refletir para podermos compreender ou que, na comunicação, precisamos saber definir para que possamos ser compreendidos. São conhecimentos diferentes, dos mais simples aos mais complexos, como os sentimentos. Vamos classificá-los? De acordo com Zaballa (2006), há quatro tipos de conteúdos: a) Factuais (aprendizagem de fatos) – o indivíduo aprende por memorização, por repetição verbal. Alguns dirão que esse conhecimento é irrelevante, até mesmo desnecessário. Não é não. Ele é fundamental, pois existem certos conteúdos que precisam sim ser memorizados, como por exemplo, nomes de pessoas com as quais trabalhamos ou estudamos: como saber sem praticar? A estratégia aqui é, no momento de cumprimentar uma pessoa, dizer seu nome até que o mesmo seja fixado por você. Imagine que desagradável você ser escolhido como redator no grupo de trabalho da faculdade e, na hora de fazer a identificação dos componentes, ter que perguntar “como é seu nome mesmo?” para aquela pessoa que sempre o ajuda com alguma disciplina que você tem dificuldade? Não há outra forma de aprender seu nome se não pela memorização. b) Conceituais (aprendizagem de conceitos e princípios) – estão diretamente relacionados à busca de informação para melhora do conteúdo; sua aprendizagem exige do indivíduo uma atividade cognoscitiva mais significativa que a anterior. Este tipo é, na verdade, uma ampliação daquela. Poderíamos dizer que este tipo de conteúdo está associado ao saber conhecer. 29 c) Procedimentais (aprendizagem de procedimentos) – partem de uma investigação autônoma e observação direta de cada indivíduo. Associam-se com o saber fazer, pois é uma aprendizagem das ações necessárias a realização de algo. d) Atitudinais (aprendizagem de atitudes) – estão relacionados com a socialização, a cooperação e a inserção do indivíduo no seu meio social e cultural. Em determinadas culturas as famílias decidem com quem seus filhos vão casar-se. Essa atitude é aceita pelos filhos, que se casam mesmo que venham a se conhecer apenas no dia do casamento. Esse conteúdo tem a ver com os valores que são aprendidos ao longo da vida. Imagem 9: Listando Objetivos https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sarahthecat/11/p/284f0b197f65eacff4bcbe45dc94 e01a.jpg 06 mar.2019 https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sarahthecat/11/p/284f0b197f65eacff4bcbe45dc94e01a.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sarahthecat/11/p/284f0b197f65eacff4bcbe45dc94e01a.jpg 30 Você compreendeu que para cada tipo de conteúdo há formas mais pontuais de se trabalhar, certo? Essas formas são os procedimentos, ou seja, as estratégias que todo professor deve inserir em seu planejamento após definir o conteúdo que vai trabalhar. Eles são nosso próximo tópico. Observe o quadro abaixo para não esquecer como devem ser desenvolvidas as atividades para trabalhar cada tipo de conteúdo. Conteúdos Atividades de aprendizagem Factuais Repetições verbais Conceituais Experiências Procedimentais Aplicações e exercícios Atitudinais Vivências + componentes afetivos 1.2.1.3 Procedimentos Já falamos sobre os objetivos e os conteúdos. Resta saber como associá-los, visto que, através do trabalho com os conteúdos é que os objetivos, como dissemos, poderão ser atingidos, não é? E agora? É simples! Aqui entram os procedimentos de ensino. 31 Procedimentos são todas as ações que os educadores planejam visando a aprendizagem de seu aluno. Eles são as formas através das quais os professores encontram para mediar o conhecimento a ser trabalhado, ou seja, é com a utilização de técnicas de metodologias de ensino que a aula irá se desenvolver. É com os procedimentos que ocorre a mediação dos conteúdos escolhidos para serem trabalhados. Ressalto que, quanto mais interativas forem as escolhas docentes, maior possibilidade de sucesso no curso. É certo que as formas de se trabalhar devem ser mescladas – ora individualizadas,ora socializadas, ora sócio-individualizadas, contudo, o mais importante é que o professor sinta-se seguro para realizar a aula tal como ele a desenhou. Há autores que dizem que as estratégias e os procedimentos são a mesma coisa, outros os diferenciam. Aqui, vamos considerá-los como irmãos gêmeos, ou seja, eles são imprescindíveis um ao outro. Ao planejarmos uma aula, é indispensável ter em mente como o conteúdo será trabalho e, assim, qual será o modo de fazê-lo. Daí considerarmos ambos como trabalhando de mãos dadas para o sucesso da empreitada pedagógica. Lembre-se, portanto, que a função dos procedimentos e estratégias de ensino e aprendizagem é auxiliar o processo de reconstrução do conhecimento pelo aluno! Há critérios básicos para selecionar um procedimento de ensino, de acordo com Haydt (2006): adequação aos objetivos propostos para o processo educacional; compreensão da natureza do conhecimento a ser construído pelo aluno e do tipo de aprendizagem a se realizar; conhecimento das características do aluno (idade, nível de maturidade e desenvolvimento mental, grau de interesse e suas expectativas de aprendizagem); noção das condições físicas existentes e do tempo disponível. 32 Agora que já falamos sobre partes fundamentais na elaboração do planejamento, falta acrescentar um processo que nos dá o retorno do nosso trabalho. Precisamos saber se nossas ações estão corretas e surtindo o efeito esperado. Como obtemos essas respostas? Como detectamos que nosso aluno aprendeu, que construiu seus conhecimentos? É aqui que entra a avaliação. Vamos falar sobre ela no próximo item. Imagem 10: Avaliação https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c62 9bfcaf28.jpg 06 mar.2019 1.2.1.4 Avaliação O que é avaliação? Por que todo mundo tem medo de ser avaliado? Ter seus méritos reconhecidos e suas fraquezas apontadas não teria o objetivo de te ajudar a melhorar ou a manter-se como está? Avaliar é um nó na educação, embora devesse ser muito diferente. A avaliação nos mostra nossas potencialidades, nossas falhas e nossos acertos. https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c629bfcaf28.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c629bfcaf28.jpg 33 Assim, deveríamos vivenciar com tranquilidade esse processo, mas, a história não é bem essa… O professor Cipriano Carlos Luckesi fala sobre avaliação X examinação. Você sabe o que é isso? O termo examinação te deixou com uma “pulguinha atrás da orelha”? Sim! Afirmo isso porque tenho certeza que sua resposta foi positiva. É mesmo esquisito. O que você faz (se está em sala de aula) ou se seus professores fizeram com você foi avaliação ou examinação ou avaliação? Imagem 11: Estudar para ser “avaliado” https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf68 56d.jpg. 25 nov. 2018 O prof. Luckesi (2005) define examinação como a prática de aplicar exames, desses exames (ou provas) tirar uma nota e aprovar ou reprovar o aluno. Ele diz que a avaliação é muito diferente, ela é mediadora, dialógica, configura o aluno em sua totalidade e não em um determinado momento que você, professor, decidiu que seria “A” hora de ver como está sua aprendizagem apenas respondendo às questões que você elaborou para aquela oportunidade. Vamos ver trechos de sua fala em entrevista concedida ao jornalista Paulo Camargo, publicado no caderno do Colégio Uirapuru, de Sorocaba, estado de São Paulo, por ocasião da Conferência: Avaliação da Aprendizagem na Escola, em 8 de outubro de 2005 (e parece que nem se passaram todos esses anos)! https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf6856d.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf6856d.jpg 34 A escola hoje ainda não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina (…) Historicamente, mudamos o nome, sem modificar a prática. (…) Para compreender esse ponto de vista, basta verificarmos as características básicas, de um lado, do ato de examinar e, de outro, do ato de avaliar. Iniciemos pelos exames escolares. (…) eles operam com desempenho final. (…) não interessa como o respondente chegou a essa resposta, importa somente a resposta. (…) os exames são pontuais, (…) não interessa o que estava acontecendo com o educando antes da prova, nem interessa o que poderá acontecer depois. (…) Tanto é assim que se um aluno, num dia de prova, após entregar a sua prova respondida ao professor, der-se conta de que não respondeu adequadamente a questão 3, por exemplo, e solicitar ao mesmo a possibilidade de refazê-la, nenhum dos nossos professores, permitirá que isso seja feito; mesmo que o aluno nem tenha ainda saído da sala de aulas. (…) os exames são classificatórios, ou seja, eles classificam os educandos em aprovados ou reprovados, ou coisa semelhante (p.1) Diante de Luckesi (2005), pergunta-se: o que é avaliar? Estamos realmente avaliando? Se a resposta à segunda pergunta foi “Não”, precisamos repensar nossa prática. Leia o texto “Avaliação ou punição” no site do grupo de pesquisa Observatório Jovem, da UFF. Ele é muito interessante e o(a) auxiliará na reflexão sobre a avaliação. Disponível em: http://www.emdialogo.uff.br/content/av aliacao-ou-punicao. Acesso 12 mar.2019. A avaliação deve ser constante em nossa vida, desde a hora em que acordamos e escolhemos a roupa para usar (e damos uma olhada no espelho para ver se nos agrada, ou seja, para avaliar se estamos bem e é essa realmente a roupa daquele http://www.emdialogo.uff.br/content/avaliacao-ou-punicao http://www.emdialogo.uff.br/content/avaliacao-ou-punicao 35 dia) até quando voltamos para casa, à noite, cansados, mas felizes pelo dia agradável (pois recebemos vários elogios devido à roupa escolhida), por exemplo. Saul (1994, p. 61) aponta que Na ação escolar, a avaliação incide sobre ações ou sobre objetos específicos - no caso, o aproveitamento do aluno ou nosso plano de ação. Avaliação, portanto, não pode ser confundida, como por vezes se faz, com o momento exclusivo de atribuição de notas ou com momentos em que estamos analisando e julgando o mérito do trabalho que os alunos desenvolveram. Vale dizer que a avaliação recai sobre inúmeros objetos, não só sobre o rendimento escolar. Sob esse ponto de vista, a avaliação, que é uma prática social ampla, especialmente pelo fato de que o ser humano tem uma capacidade ímpar de observar – a si e ao outro, de refletir diante do que vê e de emitir juízo de valor sobre essa reflexão, tem que ser prática educativa, não meramente atribuidora de notas e de aprovações e/ou reprovações. De qualquer modo, antes de trazer Jussara Hoffmann e sua avaliação mediadora para nossa discussão, vamos definir os três tipos mais comuns de avaliação? A avaliação, como já dissemos, é um processo interessado em produzir informações sobre o processo de aprendizagem. A todo momento podemos colher essas informações, e estas também são diferentes, nos dão sinais diferentes sobre nossos alunos. 36 Imagem 12: Avaliação Somativa https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file54112433 25660.jpg 06 mar.2019 Os três tipos de avaliação sobre os quais estamos falando, são: diagnóstica, formativa e somativa. Cada uma delas nos fornece dados específicos em momentos diversos, mas, ressalto, elas são complementares. Vejamos: a) avaliação diagnóstica: tem por objetivo verificar se os aprendentes já construíram os conhecimentos necessários para ir adiante, passando a uma nova aprendizagem, a qual prescindedestes conhecimentos anteriores. Ex: sempre antes de introdução um novo conteúdo, o professor verifica se não há brechas, dificuldades com o conteúdo anteriormente trabalhado. b) avaliação formativa: é o feedback que vai retroalimentar todo o processo pedagógico. Ela é aplicada ao longo de todo o processo, em todas as situações de aprendizagem, visto que seus objetivos são: identificar situações de aprendizagens mal conseguidas, informar sobre medidas para corrigir falhas e/ou melhorar o processo. Ex: durante todo o processo o professor promove pequenas avaliações e, ao detectar que o aluno apresenta dificuldades, vai tentando saná-las ao longo https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file5411243325660.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file5411243325660.jpg 37 do bimestre letivo, por exemplo, para que o aluno não carregue para o bimestre seguinte dúvidas que dificultarão suas novas aprendizagens, o que, se não for verificado e se o docente não tomar uma providência para sanar, poderá virar uma “bola de neve”, ou seja, dúvida sobre dúvida. c) avaliação somativa: é a soma das aprendizagens e competências adquiridas durante todo um bimestre, um semestre ou um ano letivo. Ela é, portanto, classificatória. Ex: os alunos de um curso de Letras são classificados mediante as médias ponderadas obtidas ao final dos dois primeiros semestres letivos. Mediante a classificação eles terão ou não a possibilidade de cursar a língua estrangeira escolhida. Há um ranqueamento pois as vagas são limitadas entre as línguas. DIAGNÓSTICA FORMATIVA SOMATIVA OBJETIVOS Obter indicações sobre conhecimentos, aptidões, interesses (ou outras qualidades do aluno). Determinar a posição dos alunos no início de uma unidade de ensino, período ou ano. Determinar as causas subjacentes de dificuldades de aprendizagem. "Feedback" ao professor e ao aluno relativamente ao progresso deste. Detectar os problemas de ensino e aprendizagem. Classificar os alunos no final de um período relativamente longo (por exemplo, unidade de ensino; período, ano, etc.) QUANDO No início de uma unidade de ensino, Durante o processo de ensino- No final de um período 38 período ou ano letivo. aprendizagem relativamente longo (por exemplo, unidade de ensino; período, ano, etc.). ÊNFASE EM Aptidões, interesses, etc., que são julgados necessários, pré- exigidos ou desejáveis relativamente aos objetivos a atingir. Resultados da aprendizagem relativamente aos objetivos. Comparação dos diferentes resultados obtidos pelo mesmo aluno. Processo de ensino- aprendizagem que permitiu os resultados obtidos. Causas dos insucessos de aprendizagem Resultados de aprendizagem relativamente aos objetivos. TIPOS DE INSTRUMENTOS Instrumentos de diagnóstico Instrumentos formativos especialmente concebidos Provas finais Fonte: Tipos de avaliação (Adaptado de PROENÇA, M. C., Didáctica da História, Lisboa, Universidade Aberta, 1989, pp. 148-150 e de MASACHS, R. C.; CASARES, M. Á. S. e FERNÁNDEZ, R. M., Aprender a Enseñar Geografía, Barcelona, Oikos-Tau, 1997, pp. 181-195) Pense sobre esses três tipos avaliatórios e, para esquentar nossa conversa, trago Jussara Hoffman (2009): ela defende a avaliação mediadora como a única possível, aquela através da qual é necessário deixar de focar o coletivo e apreciar o individual para poder perceber como cada um aprende ou não aprende. É a multidimensionalidade do olhar para o processo educativo e todas as suas nuances. É necessária uma mudança na atitude do professor e dos sistemas de ensino e de toda a sociedade que ainda está no paradigma de atribuição de valor numérico para os conhecimentos – construídos ou não pelos aprendentes. 39 Essa mudança só pode vir pela mudança de mentalidade, se olharmos para nossas práticas atuais e refletirmos acerca dos resultados que eles têm nos oferecido. Desse modo, surge a avaliação mediadora, a qual propõe um modelo diferenciado, que está baseado na possibilidade de dialogar com os alunos e aproximar-se deles. Para isso, reitero: é fundamental que as práticas docentes sejam repensadas e completamente modificadas, levando-se em consideração a contemporaneidade, a situação sócio-cultural dos alunos, sua compreensão do mundo, suas perspectivas para a vida etc. Olhando a avaliação sob este ângulo, até a visão do erro será diferenciada. Ele será considerado como parte do processo de aprendizagem, como forma que o aluno encontrou para acertar. É a sua testagem de hipóteses que deve ter uma carga superior na avaliação, não o resultado final. Imagine um aluno que acertou todo o raciocínio na resolução de uma expressão matemática, mas, como errou uma soma, por exemplo, o que o levou a encontrar um resultado diferente do esperado, teve sua questão completamente anulada? Talvez você mesmo já tenha passado por isso. É avaliativa essa prática de olhar o resultado final e dar certou ou errado? E todo o desenvolvimento do raciocínio do aluno? Não valeu de nada? Precisamos mudar essa perspectiva! Um novo paradigma para a avaliação já! Os professores são capazes de criar e propor situações desafiadoras aos seus alunos de forma que estes analisem possibilidades, testem hipóteses e cheguem às suas próprias conclusões a partir de seus percursos individuais, porém, incentivados por seus mestres, orientadores da aprendizagem. Somente assim a aprendizagem passará de mecânica à significativa e a educação poderá exercer seu papel de transformação social. 40 1) Pergunte aos seus amigos, familiares e colegas de trabalho qual (is) a (s) sensação(ões) mais comum(ns) para eles quando tinham que fazer prova. Reflita sobre as respostas e construa um breve texto argumentando sobre a forma de avaliação e a discussão deste item. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 41 2) Leia o seguinte: A Didática contribui com os processos de ensinar e de aprender. Entretanto, é importante ter em mente que ela não resolve tudo sozinha, pelo contrário, ela precisa das outras ciências para formar o educador e sua mentalidade transformadora. Várias ciências que procuram entender o desenvolvimento humano estão presentes nos estudos da Didática, como a filosofia, a sociologia, a história, a comunicação, a psicologia,a antropologia, a educomunicação, entre outras. Cada uma delas traz uma forma de ver o ser humano em sua mais importante ação: conhecer. Os conhecimentos delas são essenciais para a construção das ações em sala de aula, assim como também nos ajudam na reflexão sobre nossa prática, sobre nossos alunos, como eles aprendem, se nossas hipóteses avaliativas estão corretas e são pertinentes e como podemos ser melhores professores. 3) Observe os quadrinhos a seguir e reflita sobre o papel da didática no ensino e na aprendizagem: http://www.maquinadequadrinhos.com.br/ Acesso 17 fev 2019 http://www.maquinadequadrinhos.com.br/ 42 4) Escreva sua reflexão à luz do que conversamos até agora: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 43 Nessa unidade você estudou sobre a Didática e todas as possibilidades que a partir dela são geradas visando o desenvolvimento de um processo de ensino e de aprendizagem de boa qualidade. Você foi levado a pensar sobre a aprendizagem, portanto e, para isso, passeou pelas ações de planejar, onde você estudou os objetivos, os conteúdos, os procedimentos e a avaliação. Espero que os conteúdos tenham sido proveitosos para você e o(a) leve curiosamente às próximas unidades. Tenha sempre em mente que a razão da instituição escolar existir é a promoção da aprendizagem e da construção de conhecimento dos alunos e você será responsável por parte disso. Bons estudos! 44 UNIDADE II: ENSINO PRESENCIAL Conteúdos trabalhados na unidade: Metodologias Ativas: sala de aula invertida; gamificação; vídeos; aprendizagem por pares ou times O ensino presencial faz parte de nossa vida desde muito pequenos. Ele é fundamental por diversas razões, especialmente, na socialização, afinal, é convivendo com as crianças da escola que aprendemos muito do que é viver em sociedade, concorda? Pesquisando para escrever esse tema, me deparei com o site de uma universidade do Paraná que defende essa modalidade de ensino e elenca uma série de razões. Veja só: Contato com outras pessoas: Em uma aula presencial, o contato com colegas e professores é feito em todos os momentos do estudo. Isso permite que o aluno faça networking de forma eficiente. Mas, o mais importante, é que propicia o debate e troca de experiências durante a aula. Isso agrega muito mais conhecimento e bagagem aos alunos. Imagem 13: Contatos https://morguefile.com/photos/morguefile/1/contacts/pop 12 mar.2019 https://morguefile.com/photos/morguefile/1/contacts/pop 45 Dúvidas esclarecidas: Com a aula presencial, os alunos podem ter suas dúvidas esclarecidas na hora pelo professor. Dessa forma, melhora-se a capacidade de aprendizado. Recuperação de conteúdo: Caso você perca uma aula, pode rever a matéria com os colegas e pedir explicações posteriores ao professor. Além disso, em geral, os professores determinam um horário fora do horário de aula para dúvidas e orientações. Participação em eventos: Com a aula presencial, o aluno está em constante contato com o ambiente acadêmico. Assim, é mais estimulado a participar de eventos, como semanas acadêmicas, simpósios, palestras, congressos, entre outros. Menos distrações: Apesar das inúmeras distrações que uma sala de aula pode ter, elas podem ser reduzidas. Não há a possibilidade de interromper a aula e voltar a assistir do mesmo ponto depois. É uma questão de responsabilidade do aluno absorver o conteúdo naquele momento. Na internet, pode-se distrair durante a aula. Ou ainda, em casa, podem-se ter distrações com pessoas, animais domésticos ou procrastinação. Imagem 14: Estudar https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/davidpwhelan/03/p/46bd716476b4df573dbd8af9b 324351a.jpg 12 mar.2019 Contato com o ambiente acadêmico: Sabe-se que a graduação é um momento, na maior parte das vezes, de crescimento. Uma educação presencial permite que o aluno viva todas as sensações da faculdade. As amizades, contato com os professores, com funcionários, tudo isso enriquece e aumenta a bagagem cultural do aluno. Além de poder https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/davidpwhelan/03/p/46bd716476b4df573dbd8af9b324351a.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/davidpwhelan/03/p/46bd716476b4df573dbd8af9b324351a.jpg 46 participar de projetos de extensão, de grupos de estudo, tudo isso enriquece e contribui para o conhecimento do aluno. Acompanhamento: Com o ensino presencial, os professores conseguem acompanhar a progressão dos alunos e saber onde estão suas maiores dificuldades. Assim, podem auxiliá-los de maneira eficaz. Dessa forma, o aprendizado irá ser otimizado. Extensões: Os projetos de extensão em universidades são parte importante da formação. Eles podem desenvolver no aluno habilidades para a carreira profissional que vão além da sala de aula. Monitorias em disciplinas, por exemplo, podem aflorar no aluno o desejo de seguir carreira acadêmica. Ou então, gerar identificação com uma área de seu interesse para especialização. Trabalhar em equipe: Nos trabalhos em grupo durante a graduação, aprende-se a trabalhar em equipe. O aluno aprende a respeitar opiniões e conviver com as diferenças. É uma simulação “light” do que poderá ser encontrado no mercado de trabalho. Uso de tecnologias: Mesmo sendo um ensino tradicional, o uso de tecnologias em sala de aula é cada vez mais presente. Não se têm mais uma sala de aula em que os alunos não estejam minimamente conectados à internet. Assim, o debate em sala fica enriquecido com as trocas de conhecimento e pontos de vista, aliados às informações disponíveis na internet. Estrutura física: O ensino superior presencial tem a vantagem de possuir uma estrutura física melhor. Investe-se muito em laboratórios, bibliotecas e outros espaços. O uso de laboratórios, por exemplo, irá fornecer uma experiência muito mais completa que o aprendizado apenas na teoria. Fonte: https://www.uniguacu.edu.br/blog/importancia-do-ensino-superior-presencial/. Acesso em 12 mar.2019.Vamos conversar sobre esse tema? Eu concordo com tudo o que é apresentado aqui. Entretanto, a questão principal, do meu ponto de vista, vai além de toda essa argumentação: o fundamental é fazer bem feito, com boa qualidade, com seriedade. E… muitas vezes isso se perde. Por essas razões é necessário inserir as metodologias ativas em nossa discussão. Você conhece as metodologias ativas? https://www.uniguacu.edu.br/blog/importancia-do-ensino-superior-presencial/ 47 Imagem 15: Atividades https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/selmyomer/02/p/babe6679bcabfad15e461 14e7a55a63b.jpg 12 mar.2019 É de nosso conhecimento que a escola – e a universidade – muitas vezes parece nunca mudar, parece ainda estar pautada no ditar-falar do mestre e é aqui “mora o perigo”. Num mundo globalizado no qual a informação nos chega em tempo real e as mudanças são avassaladoras, para “conquistar” nosso aluno precisamos estar preparados para toda essa modernidade. Não podemos estagnar a sala de aula. Não podemos deixar que nosso aluno tenha mais interesse no que acessa com seu celular, por exemplo, do que temos para apresentar. E olha que nos preparamos para estar à frente da classe, não é? Como fazer isso? Minha sugestão está no item a seguir. 2.1 Metodologias Ativas A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes. (Glasser, 2001). https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/selmyomer/02/p/babe6679bcabfad15e46114e7a55a63b.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/selmyomer/02/p/babe6679bcabfad15e46114e7a55a63b.jpg 48 As metodologias ativas de aprendizagem são modelos de ensino que dão ao aluno uma grande responsabilidade sobre a construção do seu conhecimento. Elas pressupõe tornar o aluno o centro do processo de ensino deslocando o professor desse lugar. O professor é mais experiente, é certo, mas o aluno precisa ser visto como protagonista de como aprende, afinal, toda instituição de ensino – e a nossa profissão – tem razão de existir por causa dele! Com a utilização das metodologias ativas nossa aula se torna diferente. Ela deixa de ser o espaço de exposição do nosso saber e passa a ser o espaço no qual alunos interagem com outros alunos e com o professor construindo conhecimento através de ações práticas que planejamos e adaptamos. Há diversos benefícios para todos os envolvidos – alunos, professores e até mesmo as instituições. Com as metodologias ativas o professor deixa de ser o “sabedor”, o único “conhecedor”. Seu papel agra é de mediador, de facilitador, de guia do aluno e a aula muda de dinâmica. Ao invés de expor o conteúdo, ele convida o aluno a partir desse processo. Vamos ver alguns deles? Alunos mais independentes e protagonistas de seu aprendizado: o aluno, ao ser convidado (e incentivado) a desempenhar um papel de sujeito protagonista de sua própria aprendizagem, desloca o professor para exercer outro tipo de papel diferente do que desempenhava até então, ou seja, o docente passa de expositor a 49 mediador do conhecimento. Assim, deve orientar seus alunos e indicar possibilidades que eles desenvolverão. É muito mais democrático, inclusive Aprendizagem facilitada: o papel docente passa a ser o de um guia nos contextos educativos e, ao respeitar as formas como aprendemos, com a utilização das metodologias ativas, o professor passa a entender que apenas expondo um conteúdo é a maneira menos eficaz de promover aprendizagem. Veja a imagem a seguir que nos mostra como aprendemos de acordo com Glasser (2001) em sua “Pirâmide de Glasser”, também conhecida como “Cone da Aprendizagem”: Imagem 16: Pirâmide de William Glasser https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem- 49a4670afc9a 12 mar.2019 https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem-49a4670afc9a https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem-49a4670afc9a 50 É preciso considerar como aprendemos, assim aprenderemos verdadeiramente! Dale, já em1969, dizia que depois de duas semanas, o cérebro humano lembra 10% do que leu; 20% do que ouviu; 30% do que viu; 50% do que viu e ouviu; 70% do que disse em uma conversa/debate; e 90% do que vivenciou a partir de sua prática. Veja abaixo: Imagem 17: Cone de Aprendizagem de Dale https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem- 49a4670afc9a 12 mar.2019 https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem-49a4670afc9a https://medium.com/@renatho/pir%C3%A2mide-de-william-glasser-ou-cone-da-aprendizagem-49a4670afc9a 51 Dá para visualizar uma aula muito mais interessante que seja planejada a partir desse esquema, concorda comigo? GOMES, A.; SILVA, P. Design de experiências de aprendizagem: Criatividade e inovação para o planejamento das aulas. Série Professor Criativo. Recife: Pipa Comunicação, 2016. Este livro tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento de habilidades de concepção de experiências de aprendizagem entre os profissionais de ensino. Ao longo da obra discute-se a noção de aula e como a mesma impõe limitações à forma natural como os seres humanos aprendem. Argumenta-se que noção de experiências de aprendizagem amplia a visão de como se pode promover melhores aceitação e engajamento dos métodos de ensino e retenção do aprendizado. Técnicas de design são valiosos instrumentos para conceber tais cenários e amplia o leque de procedimentos pedagógicos para o professor. Ao longo do livro mostramos como experiências de aprendizagem podem ser concebidas, prototipadas e avaliadas do ponto de vista do impacto desejado. Fonte: https://www.pipacomunica.com.br/livrar iadapipa/produto/design-de- experiencias-de-aprendizagem- impresso/. Acesso em: 12 mar.2019. Vamos ver outras vantagens: https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ http://www.pipacomunica.com.br/professorcriativo/ http://www.pipacomunica.com.br/professorcriativo/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ https://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa/produto/design-de-experiencias-de-aprendizagem-impresso/ 52 Melhoria da satisfação dos alunos com a instituição: quando o aluno perceber que está aprendendo mais e de modo mais dinâmico e efetivo, é certo que vai ficar mais satisfeito com o ensino de sua instituição e não vai querer deixá-la. Aumento do engajamento dos alunos com as aulas: as metodologias proporcionam ao aluno mais autonomia e domínio sobre o processo de aprendizagem. Ele vai perceber que precisa se responsabilizar e, consequentemente, se engajar nas leituras e atividades propostas, caso contrário não conseguirá acompanhar os colegas e a aula. Resultado: as aulas serão mais produtivas. Maior desenvolvimento da capacidade analítica do aluno: É da “decoreba”. Só decorar não vai ser suficiente para acompanhar as aulas, pois se faz necessário refletir sobre os conteúdos. O aluno aprende a pensar sobre o que lhe é apresentado.A aula passa a ser um momento de atuar sobre o conteúdo. Ele passa a ter um poder sobre tudo o que ocorre dentro e fora da sala de aula. Assista à apresentação “Utilização de Metodologias Ativas no Ensino Superior”, da profa. Dra. Dilmeire Sant’anna Ramos Vosgerau, da PUC- PR sobre o tema disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/324705 7/. Acesso em 12 mar.2019. https://slideplayer.com.br/slide/3247057/ https://slideplayer.com.br/slide/3247057/ 53 2.2 Principais Metodologias ativas Existem várias metodologias ativas de aprendizagem para nos ajudar em nossas salas de aula. Vamos conhecer as mais utilizadas atualmente. 2.2.1 Sala de aula invertida Também conhecida por flipped classroom, a sala de aula invertida nos faz repensar as formas tradicionais de ensinar. Estamos acostumados com o seguinte contexto: 1) Aluno aprende a matéria nova em sala de aula; 2) Aluno realiza a fixação da matéria nova em sala ou em casa realizando exercícios e estudando a partir de indicações do professor; 3) Professor, antes de começar novo conteúdo, pode perguntar se há dúvidas sobre o anterior; 4) Após dar novas explicações, se necessário, em sala de aula o professor inicia nova matéria; 5) O que foi citado de 1 a 4 é reiniciado. Na sala de aula invertida as coisas mudam de ordem (são INVERTIDAS). Imagem 18: Sala de aula diferenciada 54 https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kconnors/preview/fldr_2009_08_03/file843 1249322550.jpg 12 mar.2019 Veja a definição de Aranha Filho (2015): (…) é uma estratégia que visa mudar os paradigmas do ensino presencial, alterando sua lógica de organização tradicional. O principal objetivo dessa abordagem, em linhas gerais, é que o aluno tenha prévio acesso ao material do curso – impresso ou on-line − e possa discutir o conteúdo com o professor e os demais colegas. Nessa perspectiva, a sala de aula se transforma em um espaço dinâmico e interativo, permitindo a realização de atividades em grupo, estimulando debates e discussões, e enriquecendo o aprendizado do estudante a partir de diversos pontos de vista. Assim, para a melhor fixação das informações e conceitos apresentados na disciplina, é necessário que o aluno reserve um tempo para estudar o conteúdo antes da aula (p. 15). Mudar paradigmas! Esse é o principal objetivo da aplicação da sala de aula invertida. Imagem 19: Relato de experiência https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kconnors/preview/fldr_2009_08_03/file8431249322550.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kconnors/preview/fldr_2009_08_03/file8431249322550.jpg 55 https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/DodgertonSkillhause/10/l/1444282669cww ua.jpg 12 mar.2019 Para entender mais sobe essa metodologia, leia o depoimento do prof. Dr. Alex Sandro Gomes, da UFPE, de 22 de abril de 2018, após perceber que estava começando a inverter sua sala de aula: “Finalmente, consegui inverter a sala! Nossa! Tomei um susto quando me dei conta que havia conseguido. Li muito sobre ‘blended learning’, metodologias ativas e sala de aula invertida. No entanto, não tinha percebido que levei muitos anos até chegar num formato intensamente invertido. Posso dizer que as mudanças aconteceram aos poucos. Alguns anos atrás, iniciei o uso sistemático de AVAs nas minhas aulas. Há duas semanas percebi que, progressivamente, fui deixando de explicar os conteúdos em sala. Três anos atrás eu passava a aula toda expondo o conteúdo e pedindo para os alunos fazerem as atividades em casa. Se tivessem dúvidas poderiam usar o AVA. Há dois anos passava metade da aula explicando e há um ano usava 15 minutos. Este semestre tomei um susto quando percebi que poderia passar todas as orientações pelo AVA uma semana antes, ficar à disposição para esclarecer antes da aula. Durante as aulas os alunos falam, expondo os resultados do trabalho. ‘Nossa, que delícia!’, pensei. Mas o que me chamou a atenção foi que levou um tempo até chegar aqui. Não me libertei da ‘necessidade de dar aula’ de uma hora para outra, mesmo sabendo que é muito recomendado que os alunos tenham um papel ativo em sua formação. Eu sentia um certo medo de não ‘falar como professor’ ou uma ansiedade que me levava a explicar as coisas que, de fato, são fáceis de entender lendo. Sentia necessidade de falar para os alunos. Todo semestre compartilho um plano com todos os conteúdos das aulas, links, referências de cada aula e orientações. Este semestre simplesmente compartilhei as orientações que fui refinando ao longo dos últimos anos. Escrevo um roteiro para cada aula e envio com antecedência para guiar as atividades que os alunos fazem entre uma aula e outra. https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/DodgertonSkillhause/10/l/1444282669cwwua.jpg https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/DodgertonSkillhause/10/l/1444282669cwwua.jpg 56 Durante as aulas os grupos apresentam o que fizeram, trazem algo que não conheço, tentam técnicas que não lembrei/não pensei em recomendar e isso é ótimo. Sempre descubro coisas novas e as discussões ficam cada vez mais abertas, tranquilas e reflexivas, e o que é melhor, colaborativas entre mim e os grupos e entre os grupos. A avaliação também muda bastante, tornando-se totalmente qualitativa a partir da escuta, das apresentações dos alunos e dos materiais que são compartilhados. Minha intenção é que os grupos possam consultar a produção uns dos outros, mas não tenho certeza se isso realmente ocorre. Vou tentar descobrir este semestre. No início desse percurso eu nem sempre refleti a minha própria prática. É bem mais fácil falar do que fazer. Por isso, coloco-me no lugar dos colegas professores do EF diante desse desafio complexo”. Fonte: https://medium.com/@alexsandrogomes/finalmente-consegui-inverter-a-sala-d-638aed357e4. (adaptado) Acesso em: 12 mar.2019. Após ler o depoimento do prof. Alex Sandro, que tal rascunhar suas impressões sobre a prática que ele desenvolveu? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ https://medium.com/@alexsandrogomes/finalmente-consegui-inverter-a-sala-d-638aed357e4 57 É fácil perceber que, como essa prática, o aluno estuda em casa o novo conteúdo para tentar absorver o máximo que puder sobre ele – inclusive formula dúvidas, questionamento – e, no espaço da aula, ao expor o que aprendeu e não aprendeu, terá no professor o apoio necessário para ampliar seus conhecimentos e desenvolvê-los. Acredito ser uma forma bastante rica de fixar conteúdos, o que você acha? Leia outra definição de sala de aula invertida: Esta metodologia consiste na inversão das ações que ocorrem em sala de aula e fora dela. Considera as discussões, a assimilação e a compreensão dos conteúdos (atividades práticas, simulações, testes, como objetivos centrais protagonizados pelo estudante em sala de aula, na presença do professor, enquanto mediador do processo de aprendizagem. Já a transmissão dos conhecimentos (teoria) passaria a ocorrer preferencialmente fora da sala de aula. Neste caso, os materiais de
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