Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Laura Costa Santos – 6° Semestre - Medicina NOVAS PROPOSTAS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA. (DOC DE 2001 E DOC 2019 + NOTAS TÉCNICAS) ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO RAPS. A Rede de Atenção Psicossocial é destinada às pessoas em sofrimento psíquico ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Foi instituída pela Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013 e revogada pela Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017, que trata da consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2017). A finalidade da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. A RAPS tem como objetivos gerais (BRASIL, 2017): Segundo a Portaria de Consolidação nº 3/2017, são objetivos específicos da RAPS (BRASIL, 2017): • Promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis (crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas). • Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas. • Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas. • Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária. • Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde. • Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil. • Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede. • Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial. • Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade e resolutividade da atenção. Além disso, a RAPS constitui-se de algumas diretrizes para o seu funcionamento, são elas (BRASIL,2017): A RAPS é dividida por diferentes componentes: ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE Existem referenciais em Saúde Mental que vão se construindo ao longo da história e se concretizam na prática cotidiana. Entre estes referenciais, estão alguns fundamentos da Psiquiatria Preventiva que veremos a seguir. Segundo Amarante (2007), a Psiquiatria Preventiva proposta por Gerald Caplan foi transposta da medicina preventiva para a psiquiatria e considerava-se poder ser realizada em três níveis: Para o melhor manejo da saúde mental na Atenção Básica, propõe-se um trabalho compartilhado de suporte às equipes de Saúde da Família (SF) por meio do desenvolvimento do apoio matricial em saúde mental pelos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). O apoio matricial é um arranjo técnico-assistencial que visa à ampliação da clínica das equipes de Saúde da Família, superando a lógica de encaminhamentos indiscriminados para uma lógica de corresponsabilização entre as equipes de SF e Saúde Mental, com a construção de vínculos entre profissionais e usuários (BRASIL, 2009). Dito isso, é possível afirmar que as práticas de saúde mental na Atenção Básica devem se configurar como práticas substitutivas ao modelo hegemônico e medicalizante, assim como às práticas produtoras da psiquiatrização e psicologização do sujeito e de suas necessidades. Assim, a Política Nacional de Saúde Mental propõe uma mudança do modelo de Atenção à Saúde Mental dentro do SUS e está direcionada para a ampliação e qualificação do cuidado nos serviços comunitários, com base no território (BRASIL, 2009). O trabalho articulado dos profissionais da Saúde Mental com a equipe da Estratégia Saúde da Família revela-se fundamental para o estabelecimento e fortalecimento de vínculos entre a Atenção Estratégica (CAPS) e a Atenção Básica, possibilitando a corresponsabilidade dos casos, ampliando a capacidade resolutiva de problemas de saúde pela equipe local e favorecendo a atenção territorializada (BARROS; LOPES; GALHEIGO, 2007). As diretrizes gerais para a atuação das equipes na Saúde Mental (BRASIL, 2010a) são: UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE A unidade básica de saúde é um serviço constituído por equipe multiprofissional responsável por um conjunto de ações, de âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver a atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2017). EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Entres as equipes de Atenção Básica para populações em situações específicas que apresentam atuação na RAPS, destacam-se as equipes de consultório na Rua e as equipes de Apoio aos Serviços do Componente Atenção Residencial de Caráter Transitório. Essas equipes devem atuar de maneira integrada com as equipes de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, ampliando, desta forma, a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica. EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA A população em situação de rua (PSR) é definida como um grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória (BRASIL, 2009). A equipe de Consultório de Rua é constituída por profissionais que atuam de forma itinerante, ofertando ações e cuidados de saúde para a população em situação de rua, considerando suas diferentes necessidades de saúde, sendo responsabilidade dessa equipe, no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, ofertar cuidados em saúde mental para (BRASIL, 2017): Entre as ações dessas equipes, incluem-se ações de redução de danos, em parceria com equipes de outros pontos de atenção da rede de saúde, como unidades básicas de saúde, centros de Atenção Psicossocial, prontos-socorros, entre outros (BRASIL, 2017). A implantação dos Consultórios na Rua destinados à atenção à saúde da população em situação de rua traz impactante e positiva perspectiva colaborativa entre as áreas de Atenção Básica e Saúde Mental, com vistas a uma cogestão e acompanhamento da transição de modelos e os complexos desdobramentos desse processo (BRASIL, 2014a). De acordo com o Ministério da Saúde, o Consultório na Rua é parte de uma estratégia maior denominada “Programa Crack, é possível vencer”, criada pelos ministérios da Saúde, Justiça, Educação e Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Secretaria de Direitos Humanos, e que tem as ações desenvolvidas em três eixos (prevenção, cuidado e autoridade), sendo o eixo cuidado desenvolvido por alguns pontos da Rede de Atenção Psicossocial, entre as quais estão: o CAPS AD III, as unidades de acolhimento, os leitos de saúde mental, o Consultório na Rua e a formação técnica para profissionais de nível médio e superior (BRASIL, 2014b). Além disso, algumas diretrizes são propostas no atendimento às PSR, entre elas podemos destacar alguns pontos importantes para auxiliar o profissional de saúde no atendimento integral, são eles (BRASIL, 2012b):As equipes de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório oferecem suporte clínico e apoio a esses pontos de atenção, coordenando o cuidado e prestando serviços de atenção à saúde de forma longitudinal e articulada com os outros pontos de atenção da rede (BRASIL, 2017). CENTRO DE CONVIVÊNCIA E CULTURA O Centro de Convivência e Cultura é uma unidade pública, articulada às Redes de Atenção à Saúde, em especial à RAPS, onde são oferecidos à população em geral espaços de sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade (BRASIL, 2017). Esses centros são estratégicos para a inclusão social das pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, por meio da construção de espaços de convívio e sustentação das diferenças na comunidade e em variados espaço da cidade (BRASIL, 2017). NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), vinculado à unidade básica de saúde é constituído por profissionais de saúde de diferentes áreas de conhecimento, que atuam de maneira integrada, sendo responsável por apoiar as equipes de Saúde da Família, as equipes de Atenção Básica para populações específicas e equipes da academia da saúde, atuando diretamente no apoio matricial e, quando necessário, no cuidado compartilhado com as equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado, incluindo o suporte ao manejo de situações relacionadas ao sofrimento ou transtorno mental e os problemas relacionados ao uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 2017). O NASF faz parte da Atenção Básica, mas não se constitui como serviço com unidade física independente ou especial, e não é de livre acesso para atendimento individual ou coletivo. Deve, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou Academia da Saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços, a exemplo do CAPS (BRASIL, 2012). A responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as equipes de Saúde da Família/equipes de Atenção Básica para populações específicas prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos processos de referência e contrarreferência, ampliando-a para um processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes de Atenção Básica, atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel de coordenação do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde (BRASIL, 2012). O processo de trabalho dos profissionais do NASF deve ser desenvolvido por meio do apoio matricial, com a criação de espaços coletivos de discussões e planejamento, organização e estruturação de espaços de atendimento compartilhado, intervenções específicas com os usuários e/ou famílias, ações comuns nos territórios de sua responsabilidade. É sabido também que a equipe do NASF utiliza ferramentas tecnológicas, entre elas o Projeto Terapêutico Singular (PTS), o Projeto de Saúde no Território (PST), Apoio Matricial, a Clínica Ampliada e a Pactuação do Apoio (BRASIL, 2010a). ATENÇÃO PSICOSSOCIAL O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e suas modalidades compõem a Atenção Psicossocial Estratégica. O CAPS é um serviço de referência para casos graves, que necessitem de cuidados mais intensivos, e/ou de reinserção psicossocial, e ultrapassem as possibilidades de intervenção conjunta das equipes de NASF e SF (BRASIL, 2010a). Pessoas que buscam o CAPS por demanda espontânea devem ser acolhidas e avaliadas pela equipe, e os casos que não tiverem necessidade de acompanhamento nesse serviço devem ser redirecionados para as equipes de Saúde da Família de referência, preferencialmente por meio de contato telefônico do profissional do CAPS com o profissional da UBS ou do NASF (BRASIL, 2014b). O CAPS é constituído por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza atendimento às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e às pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial (BRASIL, 2017). Os usuários egressos de internação psiquiátrica também podem ser atendidos diretamente pelo CAPS, visando reinserção psicossocial e organização do retorno da pessoa para tratamento no plano comunitário. Os casos de usuários acompanhados pelo CAPS que, após estabilização, receberem alta do serviço também podem ser discutidos entre CAPS, ESF e NASF, em vez de serem encaminhados diretamente para as ESF (BRASIL, 2014b). Segundo o Ministério da Saúde, os Centros de Atenção Psicossocial estão organizados nas seguintes modalidades (BRASIL, 2017): As atividades nos CAPS são realizadas prioritariamente em espaços coletivos (grupos, assembleias de usuários, reunião diária de equipe), de forma articulada com os outros pontos de atenção da rede de saúde e das demais redes. Sendo o cuidado desenvolvido por intermédio de Projeto Terapêutico Singular, envolvendo em sua construção a equipe, o usuário e sua família (BRASIL, 2017). ATENÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Os pontos de atenção de urgência e emergência são responsáveis, em seu âmbito de atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Entre eles destacam-se o Samu, a sala de estabilização, as portas hospitalares de atenção à urgência/pronto-socorro, a UPA e as unidades básicas de saúde (BRASIL, 2017). Além disso, os pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na Atenção de Urgência e Emergência deverão se articular com os CAPS, devendo, nas situações que necessitem de internação ou de serviços residenciais de caráter transitório, articular e coordenar o cuidado (BRASIL, 2017). ATENÇÃO RESIDENCIAL DE CARÁTER TRANSITÓRIO As Unidades de Acolhimento e o Serviço de Atenção em Regime Residencial são pontos de atenção do componente de Atenção Residencial de Caráter Transitório (BRASIL, 2017). As Unidades de Acolhimento oferecem cuidados contínuos de saúde, com funcionamento 24 horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório cujo tempo de permanência é de até seis meses (BRASIL, 2017). Essas unidades estão organizadas em duas modalidades, são elas (BRASIL, 2017): Já os serviços de Atenção em Regime Residencial, entre eles as comunidades terapêuticas, destinam-se a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter residencial transitório por até nove meses para adultos com necessidades clínicas estáveis decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 2017). ATENÇÃO HOSPITALAR Entre os pontos de atenção do componente atenção hospitalar destacam-se os leitos de saúde mental em hospital geral e o serviço hospitalar de referência para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no hospital geral (BRASIL, 2017). Os leitos de saúde mental em hospital geral oferecem tratamento hospitalar para casos graves relacionados aos transtornos mentais e ao uso de álcool, crack e outras drogas, em especial de abstinências e intoxicações severas (BRASIL, 2017). Já o serviço hospitalar de referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas oferece suporte hospitalar,por meio de internações de curta duração, com equipe multiprofissional e sempre acolhendo os pacientes em articulação com os CAPS e outros serviços da Rede de Atenção Psicossocial para construção do Projeto Terapêutico Singular. Esse serviço deve funcionar em regime integral, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana, sem interrupção da continuidade entre os turnos (BRASIL, 2017). ESTRATÉGIAS DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO Esse componente é constituído por iniciativas que visam garantir às pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em situação de internação de longa permanência, o cuidado integral por meio de estratégias substitutivas, na perspectiva da garantia de direitos com a promoção de autonomia e o exercício de cidadania, buscando sua progressiva inclusão social. Os serviços residenciais terapêuticos e o Programa de Volta para Casa são pontos de atenção deste componente (BRASIL, 2017). O serviço residencial terapêutico (SRT) ou residência terapêutica ou simplesmente “moradia” são casas inseridas na comunidade, destinadas a acolher pessoas egressas de internação de longa permanência (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia, entre outros (BRASIL, 2004a; BRASIL, 2017). O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da Atenção Básica) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseados no coletivo de moradores. O acompanhamento a um morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja hospitalizado (BRASIL, 2004a). O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um. O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. SRT I – O suporte focaliza-se na inserção dos moradores na rede social existente (trabalho, lazer, educação, etc.). O acompanhamento na residência é realizado conforme recomendado nos programas terapêuticos individualizados dos moradores e também pelos Agentes Comunitários de Saúde do PSF, quando h o u v e r. Devem ser desenvolvidas, junto aos moradores, estratégias para obtenção de moradias definitivas na comunidade. Este é o tipo mais comum de residências, onde é necessário apenas a ajuda de um cuidador (pessoa que recebe capacitação para este tipo de apoio aos moradores: trabalhador do CAPS, do PSF, de alguma instituição que faça esse trabalho do cuidado específico ou até de SRTs que já pagam um trabalhador doméstico de carteira assinada com recursos do De Volta Para Casa). SRT II – Em geral, cuidamos de nossos velhos, doentes e/ou dependentes físicos, inclusive com ajuda de profissionais: o SRT II é a casa dos cuidados substitutivos familiares desta população institucionalizada, muitas vezes, por uma vida inteira. O suporte focaliza-se na reapropriação do espaço residencial como moradia e na inserção dos moradores na rede social existente. Constituída para clientela carente de cuidados intensivos, com monitoramento técnico diário e pessoal auxiliar permanente na residência, este tipo de SRT pode diferenciar-se em relação ao número de moradores e ao financiamento, que deve ser compatível com recursos humanos presentes 24h/dia. FONTE: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicac oes/120.pdf O programa de Volta para Casa, instituído pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, é uma política pública de inclusão social que visa contribuir e fortalecer o processo de desinstitucionalização, que provê auxílio-reabilitação para pessoas com transtorno mental egressas de internação de longa permanência (BRASIL, 2003). Além disso, redireciona o modelo assistencial em saúde mental, o qual determina que os pacientes hospitalizados há muito tempo, ou para os quais se caracterize situação de grave dependência institucional, sejam objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida. O objetivo desse programa é a inclusão social e a mudança do modelo assistencial em saúde mental, com ampliação do atendimento extra-hospitalar e comunitário (BRASIL, 2003). É voltado à reintegração social de pessoas acometidas por transtornos mentais e com história de longa internação psiquiátrica. Seus objetivos principais são assegurar o bem-estar global e estimular o exercício pleno da cidadania. Depois de incluído no programa, o beneficiário (ou seu representante legal) passa a receber, mensalmente, o auxílio de R$ 412,00. O benefício é pago por meio de crédito em conta, durante o período de um ano. Esse prazo pode ser renovado, caso isso se mostre necessário à reintegração social do paciente, necessidade esta que será avaliada pela equipe médica que acompanha o paciente. O pagamento do auxílio financeiro é feito pela Caixa, por meio de crédito na conta do favorecido ou de seu representante legal. A CAIXA atua como agente operador do programa De Volta Para Casa e a origem dos recursos para pagamento é da União, por intermédio do Ministério da Saúde. Têm direito ao benefício as pessoas acometidas de transtornos mentais, com internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH-SUS por período igual ou superior a dois anos e cuja situação clínica e social não justifique sua permanência em ambiente hospitalar. O programa também é destinado a pessoas residentes em moradias caracterizadas como serviços residenciais ou terapêuticos, ou egressas de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, em conformidade com decisão judicial – Juízo de Execução Penal –, por período ininterrupto igual ou superior a dois anos. FONTE: https://www.caixa.gov.br/programas- sociais/programa-de-volta-pra- casa/Paginas/default.aspx ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL As estratégias de reabilitação psicossocial são compostas por inciativas de trabalho e geração de renda, assim como empreendimentos solidários e coorperativas sociais (BRASIL, 2017). De acordo com Pitta (2000 apud OLIVEIRA; SÁ, 2007), sobre a designação da International Association of Psychosocial Rehabilitation Services em 1985, a reabilitação psicossocial atuaria como um processo para facilitar ao indivíduo com limitações a restauração no melhor nível possível de autonomia do exercício de suas funções na comunidade; o processo enfatizaria as partes mais sadias e a totalidade de potenciais do indivíduo. A Reabilitação Psicossocial tem como objetivos a defesa da inclusão da reabilitação em políticas públicas e o atendimento integral mediante ações de prevenção, promoção e reabilitação, sendo o território comunitário um espaço privilegiado para a atenção em reabilitação. Nesse sentido, o compromisso é promover a reabilitação na participação social, ou seja, a atenção é desencadeada mediante o estabelecimento de possibilidades de participação social. A participação social não é objetivo do processo, e sim condição para seu estabelecimento (ALMEIDA; OLIVER, 2001). Assim, a reabilitação psicossocial não significa apenas romper com os muros da instituição psiquiátrica, constitui uma ‘nova entrada social’ para pessoas que até então se encontravam barradas física e socialmente de participação na vida familiar e coletiva (MOREIRA, 2008). Para Oliveira e Sá (2007), entende-se reabilitação psicossocialcomo uma atitude que possibilita o exercício da cidadania, assegura o poder contratual da pessoa com transtorno mental, habilita não somente o indivíduo ao meio, mas o meio ao indivíduo, instigando a sociedade à capacidade de aceitar o diferente, possibilita a valorização das potencialidades dos portadores de transtorno mental e trabalha as suas limitações; essas ações precisam ser articuladas entre cliente, serviços de saúde, família, comunidade, sociedade civil e Estado. Sendo assim, a economia solidária nasce efetivamente com uma proposta de inclusão social, mas não de inclusão social no capitalismo. A economia solidária vem da ideia de que uma cooperativa é uma associação de pessoas com os mesmos direitos sobre a atividade coletiva da qual participam, porém, mais do que isso, ela não está a serviço de seus membros (BRASIL, 2005). Para assegurar a acessibilidade e a resolutividade do cuidado e o tratamento das pessoas que fazem uso nocivo de álcool e outras drogas, é preciso trabalhar em rede, isso para conseguir um resultado maior do que se trabalhar de forma isolada (BRASIL, 2015). As intervenções reducionistas, focadas apenas na droga e na dependência química e tendo a abstinência como único resultado, não têm efetividade terapêutica (BRASIL, 2015). As evidências nacionais e internacionais reafirmam que são necessárias estratégias que levem em consideração o multidimensionamento e as relações entre eles na história de vida do usuário, desconstruindo as formas abusivas, potencializando e aumentando a contratualização do sujeito com e na sociedade (BRASIL, 2015). Muitas vezes, por exemplo, em um Projeto Terapêutico Singular (PTS), são necessárias ações que vão além da esfera da saúde, e, mesmo considerando as ações em saúde, nem sempre um único serviço pode demonstrar o potencial necessário para abarcar as diversas necessidades das pessoas (BRASIL, 2015). Entretanto, em função da necessidade de um serviço de saúde que atendesse tanto o aumento da demanda de usuários de álcool e outras drogas como a necessidade de atendimento diário a estes usuários, foram criados os Centros de Atenção Psicossociais Álcool e Drogas (CAPS AD), como um dos serviços substitutivos à internação. Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, os CAPS são serviços de atenção psicossocial que se caracterizam pelo cuidado e atenção diária e articulação de toda a rede de atenção. Nesses serviços, trabalham equipes de diversas áreas de formação (DUARTE & DALBOSCO, 2011; FIGUEIREDO & RODRIGUES, 2004; KANTORSKI et al., 2009). Por meio de um trabalho interdisciplinar e integral, diversas ações são desenvolvidas nos CAPS AD no intuito de cuidado aos usuários de drogas, como o acolhimento universal e incondicional ao paciente e seus familiares. Especificamente com relação ao crack, busca- se acolher usuários de crack que demandem ajuda mesmo àqueles que não demonstrem desejo de interromper o consumo, tratar abstinências leves de crack em nível ambulatorial, realizar busca ativa em articulação com Atenção Básica em casos de abandono de tratamento; desenvolver oficinas terapêuticas; e apoiar um trabalho dentro da perspectiva de redução de danos (RD), suporte e apoio a familiares (BRASIL, 2010b). No CAPS AD os usuários possuem acesso direto ao serviço, atendimento porta aberta, o que facilita e desburocratiza o acesso ao serviço. Porém, também são atendidos os pacientes encaminhados por outros serviços intersetoriais tais como: unidades básicas de saúde (USB); Estratégia da Saúde da Família (ESF); Hospital Geral; Hospital Psiquiátrico de Atendimento Integral; Hospital Dia, Ministério Público, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Veja na figura 4 uma proposta de fluxograma para o atendimento no CAPS AD (COLOMBO, 2011). Portanto, para garantir a atenção integral a usuários de crack e outras drogas, os serviços de saúde devem estar articulados, de forma funcional e complementar, com os diversos dispositivos da rede. Nesse contexto, pontos de atenção da RAPS que podem ser utilizados na atenção a usuários de crack, álcool e outras drogas são os CAPS AD, os CAPS AD 24 horas, a Atenção Básica (AB), os ambulatórios de saúde mental, os hospitais gerais (com leitos de atenção integral), os Consultórios na Rua (CR), entre outros (BRASIL, 2010b). FONTE: https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstrea m/ARES/10279/3/Rede%20de%20Aten%C3 %A7%C3%A3o%20Psicossocial%20- %20RAPS.pdf TERAPIAS PSIQUIÁTRICAS (ELETROCONVULSOTERAPIA, LOBOTOMIA, PSICOTERAPIA, MEDICAMENTOS...), SUAS ANTIGAS E NOVAS ABORDAGENS E SEUS BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS ELETROCONVULSOTERAPIA A história contada pelos colaboradores demonstrou que, até meados da década de 1970, a ECT foi amplamente empregada dentro dos hospitais psiquiátricos. Esse tratamento foi visto como um procedimento importante para a época, pois era um dos poucos recursos disponíveis que contribuíam para diminuir a agitação e amenizar sintomas psicóticos. Contudo, a ECT ocasionava medo e uma experiência traumatizante para o paciente e até mesmo para quem a aplicava. Além disso, foi utilizada por alguns trabalhadores da enfermagem como instrumento punitivo e coercitivo. “Era um aparelho em que colocávamos uma carga elétrica pesada e molhávamos duas bonequinhas com uma água de sal para elas atuarem como transmissoras de eletricidade. Amarrávamos o paciente em uma cama, colocávamos uma borracha na sua boca para ele não morder a língua, reuníamos duas ou três pessoas para não deixar o paciente se debater, para que não se machucasse. Encostavam-se as duas bonequinhas de uma só vez na fronte do paciente, uma de cada lado, apertava um botão e ele convulsionava na hora. Normalmente quem participava da aplicação do eletrochoque eram o médico e o pessoal da enfermagem. Era uma coisa ruim para o paciente, não era confortável. Tanto que na segunda ou terceira aplicação do eletrochoque, nós tínhamos que pegar o paciente a força para poder fazer a administração. Houve épocas, que funcionários usavam aquilo como castigo, se o paciente perturbasse davam choque. O eletrochoque não era só tratamento, era castigo também. Em alguns casos, o eletrochoque ajudava um pouco, tirava o paciente do delírio, diminuía a agitação, algumas pessoas melhoraram com isso. Mas para outras, esse tratamento não funcionava. Eu acredito que isso cronificava os pacientes, deixava sequelas, tirava a capacidade de reação deles. Há uns oito anos nós tivemos um médico que foi transferido para cá, ele tentou implantar de volta o eletrochoque, mas a equipe não aceitou (C1).” A ECT, inicialmente denominada Terapia de Eletrochoque, foi administrada pela primeira vez em Roma, em 1938, por Ugo Cerletti e Lucio Bini. Por mais que esse método tenha sido muito utilizado desde o seu surgimento, nos anos 60 e 70 sua popularidade declinou. Isso pode ser associado ao advento dos psicofármacos mais efetivos e a crescente movimentação contrária a esse procedimento ocasionada pelo seu uso indevido com o objetivo de punir, controlar ou ameaçar os pacientes.5 Apesar da decadência do uso da ECT, nos últimos quinze anos, essa prática voltou a ganhar destaque. Esse tratamento é considerado efetivo para algumas pessoas que sofrem de transtornos mentais severos, como transtornos depressivos graves, catatonia, mania e certos casos de esquizofrenia. Atualmente, algumas associações psiquiátricas têm se posicionado a favor da ECT, e vários países a inseriram como tratamento de eleição para transtornos mentais.16 No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) normatizou esse método por meio da Resolução n. 1.640/2002. Antes de fazer o primeiro tratamento comECT, precisará de uma avaliação completa, que geralmente inclui: Um histórico médico; Um exame físico completo; Uma avaliação psiquiátrica; Exames de sangue básicos; Um eletrocardiograma (ECG) para verificar sua saúde cardíaca; Revisão do anestesiologista para examinar os riscos da anestesia; O procedimento da terapia eletroconvulsiva leva de cinco a dez minutos, com tempo adicional para preparação e recuperação. No início do procedimento, o paciente receberá esses medicamentos através da intervenção intravenosa: Um anestésico para deixá-lo inconsciente e inconsciente do procedimento; Um relaxante muscular para ajudar a minimizar a convulsão e prevenir lesões; Outros medicamentos, dependendo das condições de saúde que ele tiver ou de suas reações anteriores à ECT. Durante o procedimento: Um manguito de pressão arterial colocado em torno do tornozelo impede que a medicação relaxante muscular entre no pé e afete os músculos. Quando o procedimento começa, o médico pode monitorar a atividade das crises observando o movimento naquele pé. Monitores verificam o cérebro, coração, pressão arterial e uso de oxigênio; Recebe oxigênio através de uma máscara de oxigênio; Pode receber um protetor bucal para ajudar a proteger os dentes e a língua de lesões. Quando você está dormindo pelo efeito da anestesia e seus músculos estão relaxados, o médico aperta um botão na máquina de ECT. Dessa forma, isso faz com que uma pequena quantidade de corrente elétrica passe através dos eletrodos para o cérebro, produzindo uma convulsão que geralmente dura menos de 60 segundos. Por causa do anestésico e do relaxante muscular, você permanece relaxado e inconsciente durante a convulsão. A única indicação externa de que você está tendo uma convulsão pode ser um movimento rítmico do pé se houver um manguito de pressão arterial em torno do tornozelo. Internamente, a atividade no seu cérebro aumenta dramaticamente. Um teste chamado eletroencefalograma (EEG) registra a atividade elétrica em seu cérebro. A atividade súbita e aumentada no EEG sinaliza o início de uma convulsão, seguida por um nivelamento que mostra que a convulsão terminou. Finalmente, poucos minutos depois, os efeitos do anestésico de ação curta e do relaxante muscular começam a se desgastar. Você é levado a uma área de recuperação, onde é https://www.vittude.com/blog/psiquiatra-nao-e-coisa-de-gente-doida/ https://www.vittude.com/blog/tratamentos-para-depressao/ https://www.vittude.com/blog/fala-psico/crises-por-acaso-tem-lado-bom/ monitorado por problemas. Quando você acorda, você pode experimentar um período de confusão que dura de alguns minutos a algumas horas ou mais. Deve ser obtido antes do procedimento o consentimento do paciente ou de seu responsável, em situações em que ele não tenha condições mentais e/ou etárias para o preenchimento. Ainda, em momentos em que não for possível obter tal documento, o médico poderá aplicar o tratamento, desde que se responsabilize pelo ato. Nota-se, contudo, que não há um protocolo padrão para a quantidade de aplicações da ECT, de modo que a manutenção dessa terapêutica está a critério da avaliação do paciente após cada sessão. Em um estudo realizado no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram comparados os dados de 69 prontuários sobre o uso da ECT de 2005 a 2007, com pesquisas desenvolvidas anteriormente e investigações a respeito do tema em outros países. Os resultados mostraram que todas as aplicações realizadas na instituição estavam de acordo com os critérios válidos e, que embora, a ECT seja polêmica, ela constituiu um bom método para a remissão de sintomas graves. Neste estudo, os autores também reforçaram a importância de estudos direcionados ao estabelecimento do padrão de aplicações necessárias à boa resposta dos pacientes submetidos ao tratamento. O principal benefício da técnica da eletroconvulsoterapia (ECT) é que ela possui maior rapidez de respostas em relação à medicação¹. A resistência à medicação antidepressiva e o risco elevado de suicídio constituem as principais indicações da ECT. O uso da ECT é recomendado para o tratamento da depressão aguda em pacientes com depressão grave ou que não respondem à farmacoterapia. Muitas pessoas começam a notar uma melhora em seus sintomas após cerca de seis tratamentos com eletroconvulsoterapia. A melhoria total pode levar mais tempo, embora a terapia eletroconvulsiva possa não funcionar para todos. A resposta aos medicamentos antidepressivos, em comparação, pode levar várias semanas ou mais. Algumas pessoas sentem náusea, dor de cabeça, dor no maxilar ou dor muscular. Estes geralmente podem ser tratados com medicamentos. Diferente dos medicamentos psiquiátricos, a ECT não possui tantos efeitos colaterais. Sendo o maior deles a perda de memória retrógrada e outros efeitos cognitivos ainda em estudo- mas que após alguns dias desaparecem LOBOTOMIA Lobotomia ou também leucotomia, é uma intervenção cirúrgica no cérebro em que são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas. Foi desenvolvida em 1935 pelo médico neurologista português António Egas Moniz (1874-1955), em equipe com o cirurgião Almeida Lima, na Universidade de Lisboa. Egas Moniz veio a receber com este trabalho o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1949. A decisão da secção desse era defendida pelo criador da técnica, Moniz, pois o lobo frontal, segundo estudos, era responsável pelo comportamento e atividade psíquica, e pacientes que sofriam com tumores nessas áreas tinham tendência a desencadear psicopatologias. A utilização da lobotomia era indicadas aos pacientes que não obtinham resultados com outros tipos de tratamentos como a eletroconvulsoterapia. Na época já se tinha conhecimento de que problemas cerebrais eram capazes de dar progresso a sintomas de patologias psíquicas e por esse motivo esse procedimento sempre enfrentou críticas da comunidade médica e científica, pois ao contrário do que a medicina comum tem como objetivo que é a reparação das áreas doentes essa técnica tinha como objetivo modificá-lo. Porém para defensores da lobotomia essas cirurgias tinham como função tornar essas disfunções mentais e de comportamento mais brandas. Cerca de 2% a 8% dos pacientes entravam em óbito devido aos perigos desta técnica por ser extremamente invasiva, dentre as complicações estavam as hemorragias intracranianas, altos riscos de infecções, sequelas inúmeras, inflamação das meninges, paraplegia nos casos em que as áreas motoras cerebrais eram https://www.vittude.com/blog/antidepressivos/ https://www.vittude.com/blog/enxaqueca/ https://www.vittude.com/blog/enxaqueca/ https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1lamo_(anatomia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz https://pt.wikipedia.org/wiki/Almeida_Lima https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Lisboa https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobel_de_Fisiologia_ou_Medicina https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobel_de_Fisiologia_ou_Medicina https://www.infoescola.com/neurologia/paraplegia/ atingidas durante o procedimento e alterações da personalidade muito severas Foi praticada com entusiasmo excessivo em muitos países, nomeadamente o Japão e os Estados Unidos. Neste último país foi popularizada pelo cirurgião Walter Freeman,[1] que divulgou a técnica por todo o seu país, percorrendo-o no seu Lobotomobile, e criando inclusivamente uma variante em que espetava um picador de gelo directamente no crânio do doente, desde um ponto logo acima do canal lacrimal com a ajuda de um martelo, rodando-se posteriormente para destruir as vias aí localizadas.Supostamente a atractividade deste procedimento seria o seu baixo custo e o desejo social de silenciar doentes psiquiátricos incómodos. Ao longo dos anos outras técnicas surgiram com o intuito de facilitar o acesso aos lobos frontais. Em 1937 Fiamberti, neurologista italiano, desenvolveu uma nova via de acesso pela órbita ocular nesta ele introduzia uma agulha pelo globo ocular até o cérebro onde injetava formol em pequenas quantidades porém essa também foi esquecida. A partir dos anos 50 a leucotomia foi banida da maior parte dos países onde era praticada, principalmente pelo advento do aparecimento de medicamentos psicofármacos nesta mesma epoca. A sua aplicação em grande escala é hoje considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da psiquiatria, sendo comum a sua comparação com a técnica da flebotomia (ou sangria) na história da medicina interna. Atualmente a leucotomia não é mais utilizada, porém algumas técnicas foram criadas com base nas utilizadas pela leucotomia original, onde são feitas lesões em regiões delimitadas, entretanto por se tratar de alterações cerebrais irreversíveis essas técnicas são pouco utilizadas atualmente pois provocam alterações na personalidade dos pacientes. PSICOTERAPIA Nos últimos anos houve importantes avanços no campo dos tratamentos de psicoterapia. A psicoterapia, por vezes referida como terapia realizada através de meios verbais, baseia-se na suposição de que cada pessoa tem dentro de si mesma a cura para seu próprio sofrimento, e que esta cura pode ser facilitada por meio de uma relação de confiança e de apoio com um psicoterapeuta. Ao criar uma empatia e um ambiente de aceitação, o terapeuta é capaz de ajudar a pessoa, frequentemente, na identificação da origem do seu problema e a considerar as alternativas para o enfrentar. A intuição emocional e a introspecção que a pessoa obtém com a psicoterapia dão lugar, com frequência, a uma alteração de atitude e de comportamento, permitindo que a pessoa tenha uma vida mais plena e satisfatória. A psicoterapia é apropriada para uma grande variedade de situações. Mesmo as pessoas que não sofrem de transtornos mentais podem encontrar ajuda na psicoterapia para enfrentar alguns problemas, como dificuldades profissionais, perda de ente querido ou doença crônica na família. Igualmente, a terapia de grupo, a terapia conjugal e a terapia familiar estão sendo muito utilizadas. A maioria dos profissionais de saúde mental realiza um dos seis tipos de psicoterapia: psicoterapia de manutenção, psicanálise, psicoterapia psicodinâmica, terapia cognitiva, terapia comportamental ou terapia interpessoal. A psicoterapia de manutenção, que é mais comumente usada, se baseia no relacionamento empático e de manutenção entre a pessoa e o terapeuta. Ela estimula a expressão dos sentimentos e o terapeuta dá suporte na solução de problemas. Psicoterapia voltada a problemas, uma forma de psicoterapia de manutenção que pode ser usada com sucesso por clínicos gerais. A psicanálise é a forma mais antiga de psicoterapia e foi desenvolvida por Sigmund Freud no início do século XX. A pessoa costuma deitar-se num divã, no consultório do terapeuta, entre 4 e 5 vezes por semana, e diz o que lhe vem à mente – uma prática denominada de livre associação. Quase todo o enfoque está na compreensão de como se repetem no presente os padrões anteriores de relações pessoais. A relação entre paciente e terapeuta é um ponto- chave deste enfoque. O conhecimento de como o passado afeta o presente ajuda a pessoa no desenvolvimento de formas novas e mais adaptadas de atuação nas suas relações pessoais e profissionais. A psicoterapia psicodinâmica, como a psicanálise, coloca a ênfase na identificação de https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Freeman https://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Freeman https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobotomia#cite_note-bbc-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A2nio https://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_lacrimal https://www.infoescola.com/visao/globo-ocular/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Psiquiatria https://pt.wikipedia.org/wiki/Flebotomia https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_interna padrões inconscientes nos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Neste caso, o paciente costuma estar sentado em vez de deitado num divã e tem apenas entre 1 e 3 sessões por semana. Além disso, a relação entre o paciente e o terapeuta tem menos ênfase. A terapia cognitiva ajuda as pessoas a identificarem as distorções do seu pensamento e a compreenderem como essas distorções conduzem a problemas na sua vida. A premissa é a de que o modo de sentir e de se comportar é determinado pela forma como a pessoa interpreta suas experiências. Graças à identificação das crenças e suposições fundamentais, a pessoa aprende a pensar de formas diferentes sobre as suas experiências, reduzindo sintomas e resultando numa melhora do comportamento e dos sentimentos. A terapia comportamental está relacionada com a terapia cognitiva. Por vezes, utiliza-se uma combinação das duas, conhecida como terapia cognitivo-comportamental. A base teórica da terapia comportamental é a aprendizagem da teoria que defende que os comportamentos anômalos são consequência de uma educação incorreta. A terapia comportamental implica um determinado número de intervenções que têm como objetivo ajudar o paciente a desaprender comportamentos inadequados, aprendendo ao mesmo tempo comportamentos adequados. A terapia interpessoal foi concebida inicialmente como um breve tratamento psicológico para a depressão, e tem como objetivo melhorar a qualidade dos relacionamentos da pessoa com depressão. Tem como enfoque o sofrimento não resolvido, os conflitos surgidos quando a pessoa desempenha papéis que diferem das suas expectativas (como quando uma mulher assume uma relação esperando ser mãe e dona de casa e descobre que também deve tornar-se o principal sustento da família), as transições no papel social (como passar do trabalhador ativo para a aposentadoria) e as dificuldades em se comunicar com as outras pessoas. O terapeuta ensina a pessoa a melhorar os seus comportamentos nas relações interpessoais, como, por exemplo, a superar seu isolamento social e a responder de um modo diferente do habitual aos demais. MEDICAMENTOS As narrativas evidenciaram que até 1960 existiam poucos fármacos para o tratamento psiquiátrico e os disponíveis tinham potencial de ação insuficiente para minimizar os sintomas decorrentes do transtorno mental. Para diminuir a agitação dos pacientes, utilizavam-se medicamentos de forma excessiva, comumente associados a outros tipos de tratamentos. A medicação era pouca, quase não tinha e a que existia era fraca. Usávamos Haldol de 1 mg e Amplictil de 25 mg, mais tarde que chegaram os novos fármacos como o Neozine e o Amplictil de 100 mg. Para os casos em que o paciente estava muito agitado, tínhamos também o Sonifen. Administrávamos 1 ml na veia e em cinco minutos a pessoa estava dormindo. Depois entrou o Amplictil aplicado com o Fenergan. A dose de cada medicação era prescrita conforme a agitação do paciente, quando o paciente estava muito agitado e agressivo, eram prescritos três Amplictil e um Fenergan (C6). A psicofarmacologia teve início em 1952, quando os pesquisadores franceses Jean Delay e Pierre G. Deniker obtiveram sucesso no tratamento das pessoas com transtornos mentais com uma nova substância, a clorpromazina. Eles identificaram que ela reduzia a agitação psicomotora, as alucinações e os delírios. Essa ação foi denominada de neurolepsia, e os novos medicamentos com esse emprego passaram a ser chamados neurolépticos.10 Assim, a partir de 1952,psicofármarcos como clorpromazina (Amplictil®), levomepromazina (Neozine®) e haloperidol (Haldol®), passaram a ser empregados vastamente no tratamento dos portadores de transtorno mental, como uma terapia coadjuvante.11 Com o surgimento e, posteriormente, com o aumento na quantidade e qualidade dos psicofármacos, houve uma diminuição da manifestação dos sintomas decorrentes dos transtornos mentais. Tem-se o reconhecimento da importância do emprego da terapia medicamentosa no tratamento do portador de transtorno mental, porém, atualmente, com o modelo psicossocial vigente, diferentemente do modelo manicomial, enfatiza-se o uso racional do medicamento em associação a outras abordagens terapêuticas como consultas, oficinas terapêuticas, atividades socioterápicas, grupos operativos, psicoterapia e atividades comunitárias, visando a reinserção social do portador de transtorno mental. Hoje, a categoria mais amplamente usada de antidepressivos é a de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina, sertralina, paroxetina e citalopram ( Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS)). Outras categorias de antidepressivos incluem os inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN), como venlafaxina, duloxetina ou desvenlafaxina, e inibidores de recaptação de norepinefrina- dopamina, como bupropiona. Antidepressivos tricíclicos como amitriptilina e nortriptilina são pouco usados, a menos que a pessoa também tenha transtornos que causem dor que interfira com as atividades e o trabalho. Inibidores de monoamina oxidase podem ser eficazes mas são raramente usados, exceto quando outros antidepressivos não foram eficazes. Os medicamentos antipsicóticos, como cloropromazina, haloperidol e tiotixeno, são úteis no tratamento de transtornos psicóticos, como a esquizofrenia (Medicamentos antipsicóticos). Novos medicamentos antipsicóticos (comumente chamados atípicos ou antipsicóticos de 2ª geração), como a risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol, são agora geralmente usados no tratamento inicial. Para pessoas que não respondem a outros medicamentos antipsicóticos, a clozapina está sendo cada vez mais usada. ISRSs e medicamentos ansiolíticos, como clonazepam, lorazepam e diazepam, assim como antidepressivos, são usados para tratar transtornos de ansiedade, como transtorno de pânico e fobias. Estabilizadores de humor, como lítio, carbamazepina, valproato, lamotrigina e topiramato, são usados para tratar o transtorno bipolar. FONTE: https://www.scielo.br/j/tce/a/Nqmhpjwx9 9tRHMv6fR8HLCc/?lang=pt https://clinicaquintadosol.com.br/2019/01 /21/tratamentos-e-terapias-para-saude- mental/ https://www.vittude.com/blog/terapia- eletroconvulsiva/
Compartilhar