Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMANDA FARIA 1º PERÍODO Receptores Celulares VISÃO GERAL A transmissão de informações em nosso corpo pode ser realizada por neurotransmissores ou hormônios. Esta informação é recebida através de ligações de agentes químicos com proteínas ou glicoproteínas receptoras, sendo a consequência dessa ligação é uma resposta celular. Várias doenças são causadas por falhas nos receptores, nos agentes transmissores ou em ambos. Além disso, muitos remédios necessitam ligar a receptores. RECEPTORES CELULARES A primeira etapa da ação dos agentes é se ligar a receptores específicos na célula-alvo, eles possuem uma alta especificidade, as células que não possuem esses receptores, não respondem. Foi introduzida duas terminologias ligadas a essas substâncias químicas que se ligam aos receptores, são elas: 1. Afinidade: capacidade da substância – endógena ou exógena – de interagir com o receptor, formando um complexo; 2. Atividade intrínseca: capacidade da substância em estimular o receptor, conduzindo-o a produzir uma resposta. LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES Os receptores celulares podem ser encontrados em 3 locais distintos: na membrana, no citoplasma e no núcleo, o que depende da natureza do agente transmissor. Caso o agente seja hidrossolúvel, ele não consegue passar livremente pela membrana, ligando a receptores presentes nela. Já em caso de um agente lipossolúvel, ele consegue passar livremente pela membrana, ligando-se a receptores dentro da célula, encontrados no citoplasma ou no núcleo. RECEPTORES DE MEMBRANA Os receptores de membrana são receptores específicos, principalmente proteicos. As moléculas que se ligam a esses receptores podem ser tanto lipossolúveis ou lipofóbica. Sabe-se que a maioria dos receptores identificados são desse tipo, ou seja, são receptores de membrana. RECEPTORES DO CITOPLASMA Os receptores celulares também podem ser encontrados no citoplasma, sendo os receptores de citoplasma. São receptores primários para diferentes hormônios esteroides. Possuem a característica de se ligarem a uma molécula, que geralmente é lipossolúvel. RECEPTORES NUCLEARES Outro tipo de receptores são os receptores presentes no núcleo da célula, chamados de receptores nucleares. Esses receptores são comuns de se ligarem aos hormônios da tireoide. QUANTIDADE DE RECEPTORES O número de receptores na célula-alvo varia, as proteínas costumam ser instigadas ou até destruídas. Sendo assim, elas podem ser reativadas ou novas proteínas podem ser fabricadas. DOWN-REGULATION A down-regulation ocorre quando o número de receptores ativos diminui devido ao aumento da concentração de hormônios ou pelo aumento da ligação dos receptores em suas células-alvo, fazendo com que o número de receptores diminua. Isso pode ocorrer por 5 fatores: • Inativação de moléculas de receptores; • Inativação de parte das moléculas de sinalização das proteínas intracelulares; • Sequestro temporário do receptor; • Destruição do receptor por lisossomos; • Diminuição da produção de receptores. UP-REGULATION Alguns hormônios causam a up-regulation, eles estimulam a formação de receptores e moléculas de sinalização intracelular além do normal. Quando isso ocorre, o tecido alvo se torna cada vez mais sensível. AMANDA FARIA 1º PERÍODO MODELOS DE RECEPTORES Existem basicamente quatro modelos de receptores, sendo um deles presente no interior da célula e três deles presentes na membrana. Geralmente a resposta é mais imediata quando o agente interage com o receptor na membrana. 1. Receptores do citoplasma e núcleo: receptores intracelulares; 2. Receptores de membrana: canais iônicos, receptores metabotróficos e receptores enzimáticos. RECEPTORES INTRACELULARES Os receptores intracelulares possuem uma resposta mais demorada, porém geralmente é mais duradoura. Muitos tecidos diferentes possuem receptores intracelulares idênticos, mas os genes que esses receptores regulam são diferentes. Esses receptores são típicos de hormônios, uma vez que os neurotransmissores não agem no interior da célula. Como esses hormônios são lipossolúveis, eles atravessam a membrana e interagem com receptores dentro da célula, no citoplasma ou no núcleo. RECEPTORES DO CITOPLASMA Os hormônios interagem com os receptores do citoplasma, formando o complexo hormônio-receptor no citoplasma. Esse complexo vai para dentro do núcleo, onde ele interage com o DNA modificando a velocidade de transcrição de proteínas, especificamente a velocidade da formação da fita de RNAm. O RNAm deixa o núcleo, vai para o citoplasma e lá comanda a síntese de proteínas. Esse RNAm será o responsável pela produção da proteína desejada, ou seja, a proteína que fará a resposta celular. Essas proteínas formadas passam a controlar algumas novas funções ou passam a alterar funções. Ex: hormônios esteroidais, mineralocorticoides; androsterona, cortisol, progesterona, testosterona, estrogênio etc. NÚCLEO Outro caminho que pode ser utilizado é o hormônio passar pela membrana plasmática, penetrar o citoplasma e ir diretamente para o núcleo, se ligando ao receptor já no núcleo. O processo seguinte é o mesmo do anterior, no núcleo se forma o complexo hormônio-receptor que interage com o DNA, acelerando a produção de RNAm que produzirá uma proteína que possui uma ligação com a resposta determinada pelo hormônio transmissor; Ex: hormônio tireoidiano; RECEPTORES DE MEMBRANA Em relação aos receptores de membrana, os agentes transmissores, como os hormônios, eles afetam os tecidos vivos ao se ligarem ao receptor, formando um complexo hormônio-receptor. A formação desse complexo altera a conformidade do receptor, causando o efeito desejado. Os receptores de membrana causam uma resposta mais rápida, sendo eles de três tipos: CANAIS IÔNICOS Os canais iônicos possuem uma resposta em milésimos de segundos. Eles são os mais comuns nos agentes neurotransmissores. O neurotransmissor combina-se com o receptor na membrana pós-sináptica, ele interage com o canal iônico, abrindo-o. Essa abertura do canal, faz com que o íon correspondente aquele canal se mova de acordo com o gradiente eletroquímico, uma resposta excitatória (despolarização). O movimento dos íons AMANDA FARIA 1º PERÍODO pelos canais causa os efeitos subsequentes nas células pós-sináptica. Ex: acetilcolina ou receptor colinear, nicotina, fluxo de sódio e despolarização. O Receptor do GABA é um modelo de receptor de canal iônico. O receptor GABA mais importante é o do tipo A – o de cloreto. O GABA interage, abrindo o portão do canal, permitindo a passagem do cloreto do meio extracelular para o meio intracelular, proporcionando uma resposta inibitória; GABA é o ácido gama-aminobutírico, um dos principais neurotransmissores inibitórios do nosso organismo. RECEPTORES ENZIMÁTICOS Os receptores enzimáticos causam uma resposta em minutos, além de serem mais comuns em hormônios. Alguns receptores, quando ligados, funcionam diretamente como enzimas ou se ligam às enzimas; O agente transmissor se liga no domínio extracelular do receptor, alterando sua conformação, proporcionando a ativação do domínio enzimático no meio intracelular. Quando o hormônio se liga ao receptor, uma enzima é ativada dentro da célula, fazendo a resposta celular. Essas enzimas podem ser as quinases, elas fosforilam proteínas e em consequência há uma resposta. Ex: tirosina quinase, insulina, prolactina, GH etc. Um exemplo muitousado no controle hormonal é o do hormônio que se liga ao receptor transmembana especial, que então se torna uma enzima ativa – a adenilil ciclase – ela catabolisa a reação de formação do AMPc; RECEPTORES METABOTRÓFICOS Os receptores metabotróficos causam uma resposta em segundos. Eles também são chamados de receptores acoplados à proteína G. São o modelo mais complexo de receptores, sendo comum tanto aos neurotransmissores e as proteínas. A Proteína G é uma proteína heterotrimérica, chamada assim por possuir 3 subunidades: alfa, beta e gama. No estado inativo da proteína, as subunidades formam um complexo que se liga ao GDP na subunidade alfa; O nome proteína G foi dado pela capacidade dela de se ligar aos resíduos guanínicos, como guanosina difosfato (GDP) e guanosina trifosfato (GTP). Os receptores acoplados a essa proteína possuem 7 segmentos transmembrana que formam uma alça para o interior e exterior. AMANDA FARIA 1º PERÍODO Os agentes transmissores se ligam ao receptor que se liga à proteína, mudando sua conformidade, induzindo sinais intracelulares que podem ser: a) Abrir e fechar canais iônicos da membrana; b) Mudar a atividade de uma enzima no citoplasma da célula; c) Ativar a transcrição gênica; O agente se liga ao receptor específico mudando sua conformação e fazendo o receptor se ligar à proteína G na subunidade alfa. Com essa ligação, a GDP, ligada à subunidade alfa, é deslocada e em seu lugar liga-se a GTP e subunidade alfa se separa das demais subunidades. A subunidade alfa ligada ao GTP interage com a proteína efetora, determinando uma modificação na atividade dessa proteína efetora que conduzirá uma resposta que não dura para sempre. Isso acontece porque ocorre a atividade GTPasica, a proteína G se desloca da efetora e se liga novamente às outras subunidades, voltando a atividade inicial. Atividade GTPasica: atividade GTPasica ocorre com a liberação de fosfato, convertendo GTP em GDP. SUBUNIDADE ALFA A subunidade alfa é a mais importante por possuir 4 funções, que são: 1. Interação com os resíduos guanínicos; 2. Ligação com a proteína receptora ativada pelo agente transmissor; 3. Ligação com a proteína efetora; 4. Atividade GTPasica. A proteína ligada ao GDP está inativa e a proteína ligada ao GTP está ativa; MECANISMO DE SEGUNDO MENSAGEIRO O primeiro mensageiro é o agente transmissor que não pode entrar na célula. Sendo assim, há um segundo agente transmissor em alguns casos, em que não é o próprio hormônio que institui diretamente as alterações intracelulares. O único efeito que o hormônio tem é ativar um receptor de membrana. AMPc Esse mecanismo acontece pelo mecanismo da proteína G. Os hormônios se associam à proteína G que pode estimular a enzima adenilil ciclase, que catalisa a reação de formação do AMPc, ela converte o GTP em AMPc. O AMPc gera uma cascata de reações enzimáticas, ativando as quinases protéicas, geralmente a proteína quinase A (PKA), que fosforila algumas proteínas importantes, conduzindo a uma resposta. A PKA possui uma subunidade catalítica, que é onde fica as enzimas que atuarão e possui a subunidade reguladora, que é onde o AMPc se liga. Há uma proteína responsável pela inativação do AMPc que é a fosfodiesterase. AMANDA FARIA 1º PERÍODO CORAÇÃO Esse mecanismo no coração acontece o agonista é a adrenalina e o receptor é o beta-adrenérgico. Quando a adrenalina interage com o receptor beta, há a ativação da subunidade alfa da proteína G, e a subunidade alfa ligada ao GTP ativa a proteína adenilil ciclase. A adenilil ciclase catabolisa a reação de formação do AMPc, com isso terá 3 exemplos de proteínas efetora: são elas beta-1, beta-2 e beta-3; • Beta-1: aumento da atividade cardíaca; • Beta-2: bronco dilatação; • Beta-3: estimulação da lipólise. IP3 E DAG Outros exemplos de segundo mensageiro são o IP3 e DAG. Alguns hormônios ativam receptores transmembrana que ativam a enzima fosfolipase C. O transmissor interage com o receptor que ativa à proteína G, a subunidade alfa estimula a proteína efetora, no caso, a fosfolipase C. Essa enzima catalisa a degradação de alguns fosfolipídios, como o bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2), gerando dois produtos: o trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). IP3 A IP3 é hidrossolúvel e vai para o interior da célula, ele interage com os receptores de organelas que armazenam cálcio, por exemplo, o retículo sarcoplasmático. Quando ocorre essa interação, os canais de cálcio se abrem e ele passa de onde está mais concentrado – interior da organela – para onde está menos concentrado – citoplasma; gerando uma resposta. Os íons de cálcio possuem seus próprios efeitos de segundo mensageiro, como contração da musculatura lisa e secreção celulares alteradas. DAG A DAG é lipossolúvel, ele ativa a enzima proteinase C, que então fosforila grande número de proteínas, levando a resposta celular. ADRENALINA A adrenalina reage a outros receptores, como o alfa-1. No músculo liso vascular, arteriolar e venoso, a formação dos segundos mensageiros, do Diaciglicerol e Inositol Trifosfato, e como consequência de sua formação e de sua atividade há uma elevação de Cálcio citoplasmatico, que será importante para induzir o processo contrátil do músculo liso vascular, vaso constricção. O efeito vaco constrictor é decorrente desse mecanismo complexo de ação que envolve segundos mensageiros e vários tipos de proteínas. • Alfa-1: contração do músculo liso; • Alfa-2: inibição da atividade da adenilil ciclase. CÁLCIO-CALMODULINA Ele opera através da entrada de cálcio na célula que pode ser através do potencial de membrana que abrem canais ou através de hormônios que se ligam a receptores. Os íons de cálcio entram na célula e se ligam a proteína calmodulina. Essa proteína possui 4 sítios de ligação, quando 3 ou 4 cálcios estão ligados a ela, ela altera sua forma e inicia múltiplos efeitos dentro da células. AMANDA FARIA 1º PERÍODO
Compartilhar