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Lesoes cervicais não cariosas

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Quadro Fatores etiológicos para HDC e LCNC 
 
Estresse/Tensao (Abfração) 
Endogenos 
Parafuncao 
Deglutiçao 
 
Exógenos 
Mastigação de alimentos duros e resistentes 
Hábitos: morder unhas e objetos como lápis ou canetas 
Profissões: segurar pregos com os dentes, tocar um instrumento de sopro 
Aparelhos dentários: aparelhos ortodônticos, grampos de prótese parciais removíveis 
Protetores de mordida 
 
Friccao 
Exógenos 
Higiene dental: escovação excessiva, uso de pastas de dentes abrasivas, uso de pastas 
Ou mecanismos clareadores caseiros 
 
Biocorrosão 
Endógenos( ácidos) 
Placa de bactérias acidogenicas 
Fluido gengival crevicular 
Suco gastrico em pacientes como DRGE, bulimia e outras doenças gastricas 
 
Exógenos 
Consumo de frutas e sucos/bebidas ácidas 
Exposições ocupacionais a gases industriais ácidos e a outros fatores ambientais 
 
Proteólises 
Ação enzimática (cárie) 
Protease (pepsina e tripsina) 
Fluido crevicular 
 
Eletroquímica 
Efeito piezelétrico da dentina 
 
Fricção (atrito) 
 
Esse mecanismo físico refere-se a perda de substrato induzido por um fluxo sólido, líquido ou 
gasoso. O uso da escova dental/dentrificio abrasivo, associado a alimentos ingeridos ou ao 
fluxo de líquidos sobre os dentes, pode levar a perda da camada smear layer ou cemento. No 
entanto o fluxo na boca é também moderado e tamponado pela saliva que contém proteínas 
orgânicas/glicoproteínas e sais inorgânicos. Essas substâncias cobrem a superfície dentinária 
expostas e protegem-nas da mudança de pressão do líquido dos túbulos, mas não 
necessariamente da abrasão. Há uma suposição comum de que a etiologia da HDC está 
relacionada a abrasão do dentrificio e da escova dental. Alguns estudos sugeriram que 
dentrificios e escova de dente se usado sozinho ou em conjunto, não podem ser fatores 
iniciadores para HDC. A reduzida taxa de desgaste associado com escovas de dentes com 
cerdas macias e menor tamanho de grão abrasivo em dentrificios parece indicar uma 
influência secundária sobre HDC. Escova de dentes e dentrificios desempenham um fator de 
aceleração da HDC. 
 
Biocorrosão 
 
A presença de biocorrosão é um cofator durante a formação da HDC. Condições ácidas 
endógenas ou exógenas na boca produzem perda da camada de smear layer/cemento de 
superfícies dentárias expostas. Ação de ácidos e proteases, com o passar do tempo, produz a 
dissolução da glicoproteína e outros componentes que, de alguma forma, obstruem os túbulos 
dentinários. Condições orais de biocorrosão, incluindo a redução do fluxo salivar relacionada 
ao envelhecimento, uso de fármacos para controle da depressão, e hipertensão e outras 
condições sistêmicas crônicas com manifestações orais podem, inevitavelmente, aumentar a 
probabilidade de HDC diminuindo o PH oral. Qualquer condição que produza xerostomia 
desencadeará um risco de HDC por biocorrosão. 
Estresse mecânico – Tensão 
o estresse mecânico é o resultado de forças aplicadas sobre superfícies oclusais, como 
introduzido por Kornfeld, em 1932, desencadeando acúmulo de tensão na região cervical. O 
estresse cervical tem sido estudado por numerosos clínicos e pesquisadores para avaliar a 
perda da camada smear layer/cemento e de esmalte na região da JCE. Quando a taxa dessa 
perda excede à velocidade salivar de remineralização, os túbulos dentinários abertos atingem 
um limiar de nocicepção, o limiar da HDC. A presença de HDC é, portanto, indicada como um 
sinal precoce e sintoma durante o estresse e levando clinicamente a formação da lesão de 
abfração. Em outras palavras, a HDC é o primeiro sintoma clínico de uma futura lesão cervical 
não cariosa. Os estudos clínicos e as análises biomecânicas revelarão a base etiológica 
concomitante de estresse durante o desenvolvimento de lesão cervical não cariosa e HDC 
 
Tensão 
 
A perda de estrutura dentária na região cervical está cada vez mais comum no diagnóstico 
realizado pelos cirurgiões dentistas, podendo atingir até 85% de algumas populações. A 
etiologia das lesões cervicais não cariosas é relacionada a 3 mecanismos distintos e 
fundamentais: tensão, fricção e biocorrosão. 
 
Tensao-Deformação 
 
Força estática ou cíclica é uma ação que promove alteração no estado de repouso ou no 
movimento de um corpo. A força aplicada em um material promove consequências internas no 
objeto denominada tensão mecânica. A fórmula física aplicada na engenharia para delinear a 
tensão mecânica é definida como força aplicada em um ponto físico na superfície de um corpo 
por uma unidade de área (T=F/A). Simplificando, tensão é a energia oriunda de uma força que 
se propaga no interior da matéria que constitui o objeto. A tensão pode ser classificada entre: 
tensão de tração, tensão de compressão e tensão de cisalhamento. 
A deformação de um corpo sólido é considerada qualquer alteração na configuração 
geométrica que conduz a mudanças no formato ou na dimensão depois da aplicação de ação 
externa (força). A deformação é uma consequência da tensão e pode ser classificada de acordo 
com sua intensidade em transiente ou elástica, permanente ou plástica e fratura. Na 
deformação elástica, o corpo retorna ao seu estado original após a remoção da força. Na 
deformação plástica, o corpo não retorna à forma original após a remoção da força. A fratura 
ocorre quando a ruptura do corpo em 2 ou mais partes. 
 
Considerações anatômicas da região cervical 
 
A micromorfologia da estrutura dentária influencia diretamente a origem e a progressão da 
lesão cervical não cariosa. Na região cervical, os prismas de esmalte e os túbulos dentinários 
estão localizados transversalmente em relação ao longo eixo do dente, ao passo que nos 
terços oclusal e incisal estão localizados paralelos. Além disso, o esmalte é mais fino e, 
portanto, mas propenso a fraturas na região cervical. As características da dentina (como, por 
exemplo, a quantidade de dentina Intertubular e Peritubular) e a direção dos túbulos 
dentinários são significativamente alteradas de acordo com a localização, e podem promover 
expressiva influência nos valores de resistência máxima a tração do material. Essa direção, 
associada a maiores densidade e diâmetro desses túbulos, resulta em uma dentina mais 
deformável, friável e consequentemente com maior possibilidade de falha. 
Tais características específicas do esmalte e da dentina proporcionam menor resistência ao 
tecido dentário na região cervical, com maiores chances de desenvolver micro e macrofaturas 
consequentes da concentração de tenção superior ao limite elástico do tecido dentário. A 
resistência máxima do esmalte perpendicular aos prismas é entre 40,1 e 42,1 MPa. A 
orientação do esmalte na região cervical é paralela aos prismas, ocasionando menor rigidez da 
estrutura dentária e menores valores de resistência máxima atração. A resistência máxima à 
tração da dentina varia de acordo com a região e a direção dos túbulos denários quanto maior 
a profundidade da dentina, menor a resistência máxima a tração. A resistência máxima a 
compreensão do esmalte e da dentina é de 262 MPa e 234 MPa, respectivamente. 
 
Lesão de Abfração e Fator Oclusal 
 
 A tensão na região cervical, consequente de cargas oclusais cíclicas no esmalte e na dentina, 
em intensidade que excede os valores máximos de tração e compressão dessas estruturas, 
resulta em deformação superior à do que o limite elástico das estruturas suporta. Esse 
processo ocasionará fraturas e o desenvolvimento de lesões de abfração. Essas lesões 
costumam ocorrer no nível da junção amelocementária (JAC), pois a flexão pode promover o 
rompimento da camada muito fina de prismas de esmalte e permitir a propagação de 
microfraturas de cemento e dentina. A abfração refere-se ao processo patológico de perda de 
tecido dentário rígido em áreas de concentração de tensão decorrentes de contatos oclusais 
excêntricos. A severidade e o desenvolvimento das lesões de abfração são proporcionais ao 
acúmulo de tensão e dependem da direção, intensidade, frequência, duração e do local deforças estáticas ou cíclicas. As forças potencialmente mais prejudiciais à estrutura dentária são 
geralmente as com resultantes fora do longo eixo da intercuspidação, dos movimentos 
excursivos (lateralidade e protusão) e contatos deflectivos; seja em posição normal ou 
parafunção. Portanto, existe forte evidência de associação entre facetas de desgastes na face 
oclusal e presença de lesão cervical não cariosa. Entretanto, nem todo dente que apresenta 
facetas de desgaste vai apresentar lesão cervical não cariosa; assim como nem todo dente que 
possui lesão cervical não cariosa vai exibir facetas de desgastes. Oclusões não funcionais 
frequentemente criam contatos com resultante da força fora do longo eixo, que são 
relacionados com a presença de lesão cervical não cariosa. Existe evidência que até 100% dos 
dentes com lesão cervical não cariosa com morfologia em forma de cunha resulta de contato 
prematuro e forças não axiais. Entretanto, essa análise possui algumas limitações e promove 
alguns questionamentos. Por exemplo, os efeitos do bruxismo e do apertamento são maiores 
do que os da mastigação. Entretanto, o apertamento dentário não resulta em desgaste amplo 
da face oclusal como o bruxismo, mesmo sendo possível a formação de classe IV e flexão 
dentária. Além disso, não existe um método simples e eficaz para quantificar os efeitos do 
bruxismo ou apertamento. O bruxismo por exemplo, é subestimado porque somente as 
facetas de desgaste são sinal clínico que mensura sua intensidade. Portanto, tanto o bruxismo 
quanto o apertamento são fatores importantes para a formação de lesões cervicais não 
cariosas. 
Além da instabilidade oclusal, a morfologia e a geometria da coroa dentária podem influenciar 
o padrão de distribuição de tenção do elemento dentário. A morfogeometria da coroa dentária 
é primariamente baseada em fatores genéticos, mas o meio em que o indivíduo vive, como 
alguns hábitos ocupacionais e dieta, pode afetar a anatomia. Desgastes oclusais e incisais, 
assim como a perda de esmalte no terço cervical, pode alteram a anatomia da coroa dentária. 
Essa variação na morfologia oclusal pode afetar a eficiência do apertamento e, 
consequentemente, diminuir a concentração de tensão na região cervical devido à diminuição 
da altura e inclinação das cúspides. Apesar de alguns estudos proporem demonstrar a 
associação entre os fatores oclusais e a presença de lesões cervicais não cariosas, a literatura 
ainda é escassa de resultados sobre uma associação clara entre as 2. Isso deve-se ao fato da 
grande heterogeneidade entre as metodologias utilizadas, falta da padronização e diferenças 
no diagnóstico de lesão cervical não cariosa (Cunha ou arredondada). Além disso as lesões 
cervicais não cariosas nem sempre vão originar no dente onde o contato prematuro é 
identificado. Esse dente é o maior responsável por promover a alteração da oclusão em 
relação cêntrica para a posição de máxima intercuspidação habitual, o que promoverá a 
instabilidade oclusal e contatos fora do longo eixo nos demais elementos dentários. 
 
Direção das forças oclusais 
 
A concentração de tensão na região cervical, devido ao contato oclusal com resultantes da 
força oblíqua ao longo eixo, apresenta relação física/mecânica com uma falha da estrutura 
dentária. Assim sendo, a direção da força aplicada influencia diretamente à concentração de 
tensão. Quando a intensidade de força é aplicada no mesmo ponto da coroa dentária, mas 
com diferentes angulações, o resultado são diversos padrões de concentração de tensão e 
deformação na região cervical. O mesmo mecanismo também ocorre quando o local (crista x 
vertente) de aplicação de carga se altera. Por outro lado, a mesma intensidade de força 
aplicada axialmente tende a apresentar uniformidade da distribuição de tensões no elemento 
dentário. Quando ocorrem contatos oclusais excêntricos, a concentração de tensão aumenta 
assim como a maiores níveis de deformação. 
A área de contato oclusal é intimamente relacionada a flexão do dente e influencia a 
concentração de tensão no terço cervical. Em relação ao local do contato oclusal, tratando-se 
de dentes posteriores superiores quando a força aplicada na vertente triturante da cúspide 
palatina, a estrutura dentária flexiona em direção palatina, o que resulta em concentração de 
tensão de tração na região cervical vestibular e tensão compressiva na região cervical palatina. 
Ao contrário de quando a carga é aplicada na vertente triturante da cúspide vestibular, a 
tensão de tração concentra-se na cervical da face vestibular, e a tensão compressiva na 
cervical palatina. 
 
Alavancas 
Para entender melhor os conceitos biomecânicos e a implicação do ponto de fulcro, é 
fundamental considerar a Importância do efeito de alavanca nos sistemas biológicos. Enquanto 
os princípios mecânicos de alavancas já estão consolidados nas ciências exatas, sua implicação 
na biologia ainda é subestimada ou ignorada. Considerando que os seres vivos apresentam 
alguma parte ou projeção (por exemplo: perna e braço), quando um sujeito realiza uma 
contração muscular em um desses membros este realizará um movimento de alavanca. 
Alavanca é um dos mais simples e primitivos mecanismos utilizados pelo ser humano para 
aumentar a resistência da força muscular. O efeito da alavanca consiste em uma barra rígida 
livre para rotacionar ao redor de um eixo fixo, denominado ponto de fulcro (F), submetido a 
ação de 2 ou mais forças, denominadas: e esforço (E) - ou força aplicada; e resistência (R) - ou 
força de resistência. O objetivo desses princípios é multiplicar a força e o movimento. No caso 
do elemento dentário estes são considerados cantilévers verticais e reagem de acordo com a 
direção da força. A alavanca é classificada de acordo com a posição do ponto de fulcro e a 
força de resistência aplicada. Devido o dente estar fixado por meio da raiz no osso alveolar, a 
alavanca classe I é a que melhor representa essa situação: o fulcro (F) localiza-se entre o 
esforço (E) e a resistência (R). As lesões de abfração situam-se próximas ao ponto de fulcro do 
dente, que está na área de maior concentração de tensão. Essa teoria afirma que a direção das 
forças oclusais na coroa dentária determinará o local da lesão cervical não cariosa. 
 
Morfologia das Lesões Cervicais não Cariosas 
A alteração do ponto de fulcro em áreas de concentração de tensão afeta o desenvolvimento 
de lesões cervicais não cariosas e resulta em variações de morfologia. A lesão em forma de 
cunha, por exemplo, é um padrão comum de LCNC, consequentes de várias ações dos contatos 
oclusais em dentes anteriores ou posteriores em momentos específicos da função ou 
parafunção. Alterações na concentração de tensões de tração no interior da lesão resultam em 
morfologias irregulares além de um ângulo interno bem definido e paredes planas. Algumas 
lesões parecem apresentar estrias nas paredes da cavidade, também conhecidas como “linhas 
de progressão”. Essas linhas significam alta influência do fator etiológico tensão no 
desenvolvimento da LCNC. A intensidade exacerbada dos valores de tensão e deformação no 
fundo e nas paredes da lesão apresenta maior proximidade com a câmara pulpar e promove 
estímulos às células pulpares devido à maior possibilidade de danos ao complexo 
dentinopulpar. Nesses casos, a deposição de dentina pelos odontoblastos deriva na formação 
de dentina esclerótica. Essa dentina de defesa é resultado de um processo inflamatório e é 
depositada próximo às áreas que também estão sujeitas aos demais mecanismos para 
evolução da lesão cervical não cariosa. Esse processo resulta em uma dentina mais 
mineralizada e menos permeável devido a obliteração dos túbulos dentinários. A deposição de 
dentina reparadora também pode ser depositada na câmara pulpar para manter os tecidos 
nervosos e vasculares mais distantes dos estímulos tensão/corrosão/fricção, 
consequentemente reduzindo O volume da Câmara pulpar. Em razão dessa deposição, é 
comum na prática clínica seobservar uma dentina escurecida no fundo das LCNC e também 
dentes com necrose pulpar consequente dos altos valores de tenção e deformação. Nesses 
casos, o paciente raramente se queixa de hipersensibilidade dentinária cervical. 
 
Outras considerações 
Em determinadas situações, pode ser constatar que a concentração de atenção não é 
provocada por contatos oclusais, mas consequente da pressão provocada pela língua contra os 
dentes. Este é um hábito para funcionar o relacionado principalmente a pacientes com 
mordida aberta anterior. Apesar do seu tamanho pequeno se comparada a outros conjuntos 
musculares, a língua é considerada um dos músculos mais Fortes do corpo e é capaz de 
produzir carregamentos em intensidade suficiente para exceder o limite elástico das estruturas 
dentárias (quando este é realizado em movimentos repetitivos e por um longo período).A 
pressão da língua contra os dentes exerce uma força com resultante oblíqua ao longo eixo e 
virgula associada com agentes biocorrosivos, atua no desenvolvimento e na progressão da 
LCNC ou lesões de cáries (quando a placa bacteriana está presente em pacientes que 
apresentam qualidade insatisfatória de higiene). 
 
Tensão-Biocorrosão 
 
O Mecanismo de tensão é inevitável e recorrente na cavidade oral. Em conjunto com os 
demais outros fatores modificadores vão atuar para definir a origem e a progressão das LCNC, 
e isso pode resultar em diferentes morfologias. A tensão-biocorrosão refere-se à ação 
sinergista de ambos os fatores etiológicos, e tem um importante papel no desenvolvimento e 
na progressão das LCNC; assim como as lesões cariosas em regiões de acúmulo de tensão. A 
combinação de tensão com a biocorrosão pode promover mais danos do que quando os 
fatores atuam separadamente. A prevalência de LCNC na superfície vestibular é influenciada 
pelo reduzido contato com a saliva nesta região, ocasionando maior efeito do fator 
biocorrosão nas lesões de abfração mesmo quando a concentração de tensão é similar em 
outras regiões da cavidade oral. O potencial biocorrosivo oriundo da dieta ácida (por exemplo: 
ingestão de frutas cítricas e refrigerantes) assim como hábitos ocupacionais e cotidianos (por 
exemplo: fumar cigarros) atuam associados com tensão deformação na região cervical. Além 
disso, as faces linguais e palatinas possuem 600% mais saliva serosa do que a região vestibular. 
A saliva cerosa tem potencial para neutralizar vários ácidos e agentes proteolíticos de origem 
biocorrosiva. Esta é uma das vantagens da saliva, pois a dentina pode ser degradada por ácidos 
exógenos ou endógenos, assim como agentes proteolíticos. Esses cofatores atuam na dentina, 
tornando-a mais frágil e suscetível para o mecanismo de abfração. A combinação dos 
mecanismos de tensão-deformação com a biocorrosão resultará na degradação dentinária na 
superfície vestibular do elemento dentário. 
 
Comportamento Biomecânico de Lesões de Abfração 
 
A perda de estrutura dentária é o principal fator modificador para alteração do 
comportamento biomecânico do elemento dentário. Essa perda, resulta em um remanescente 
dentário menos rígido e mais frágil para eventuais desgastes dentários e consequentes falhas. 
Portanto, em casos de perdas de estrutura na região cervical, como as LCNC, o remanescente 
dentário apresentará alteração no padrão de distribuição de tensão-deformação. Nesses 
casos, a tensão será acumulada nas paredes da cavidade da LCNC, principalmente no fundo, 
pois regiões de maior módulo de elasticidade e ângulos tendem a apresentar maior 
intensidade de tensão. Outra consideração importante é que quanto maior a perda de 
estrutura, maior será a concentração de tensão e mais rápida será a evolução da LCNC. 
 
Restauração 
 
O procedimento restaurador da LCNC é indicado para proteger a dentina exposta de agentes 
biocorrosivos, além de fornecer maior resistência ao dente enfraquecido. Os materiais 
restauradores devem apresentar módulo de elasticidade similar ao da estrutura a ser 
restaurada para promover um comportamento biomecânico similar ao do dente hígido. A 
restauração da LCNC resultará em menor concentração de tensão no fundo da cavidade e nas 
paredes da lesão, além de reduzir a deformação da estrutura dentária. 
 
Tratamento Ortodôntico 
 
Pacientes pós-ortodônticos são considerados grupos de risco para apresentar LCNC e HD. 
Entretanto, a literatura considera que ainda faltam evidências científicas mais concretas para 
comprovarem essa efetiva correlação. Por se tratar de uma afirmação ainda empírica, o estudo 
da distribuição de tensão na região cervical de dentes que recebem carregamentos oclusais 
fora do longo eixo durante o tratamento ortodôntico é importante. Além disso, movimentos 
ortodônticos promovem concentração de tensão ao nível da JAC, como, por exemplo, em 
movimentos extrusivos e de vestibularização. Em dentes com LCNC, a intensidade da tensão é 
maior nas paredes da cavidade. Quando a LCNC é restaurada com resina composta, a 
distribuição da tensão é mais homogênea nas estruturas dentárias quando comparada com a 
LCNC sem restauração. Portanto, o procedimento restaurador é indicado para evitar maiores 
valores de tensão no fundo e nas paredes da LCNC durante o tratamento ortodôntico e 
contatos oclusais funcionais ou parafuncionais. 
 
Considerações periodontais 
 
As forças oclusais recebidas pelos dentes são transmitidas para as estruturas de suporte 
periodontal que vão amenizar e dissipar tensão resultante quando essa ocorrer no longo eixo 
do dente. Quando o ligamento periodontal é submetido a tensão de compressão, e esta é 
superior ao limite elástico, mediadores celulares são ativados na região e induzem a 
reabsorção óssea na área de compressão do osso alveolar. Também conhecido como deflexão 
óssea, esse mecanismo ameniza, reduz-se e distribui mais homogeneamente a tensão, não 
sendo esta concentrada somente nos tecidos do órgão dentário. Caso ocorra perda de 
inserção óssea, o ponto de fulcro desloca para apical, e as forças aplicadas resultarão em 
menor intensidade ao nível da JAC. Entretanto, devido a perda de inserção óssea e gengival, a 
região cervical apresentará maior área de cemento e dentina exposta para outros fatores 
etiológicos das LCNC, como abrasão da escova/dentrificio, e especialmente, agentes 
corrosivos. 
 
Conclusão 
 
• A tensão resultante de contatos oclusais não axiais é o principal cofator do grupo 
abfração para origem e progressão de LCNC. 
 
• A direção de contatos oclusais excêntricos afeta o padrão de tensão-deformação do 
elemento dentário. 
 
• A perda de estrutura dentária altera o padrão biomecânico, portanto a LCNC pode 
apresentar morfologia irregular de acordo com a alteração da área de maior 
concentração de tensão de tração. 
 
• O procedimento restaurador da LCNC promove maior homogeneidade na distribuição 
de tensão no fundo e nas paredes da cavidade. 
 
• A associação da tensão com biocorrosão promove maiores danos ao tecido dentário 
do que quando esses fatores atuam isolados. 
 
• A perda de inserção gengival pode reduzir a concentração de tensão ao nível da JAC, 
entretanto isso resulta em maior área de cemento e dentina radicular expostos aos 
fatores biocorrosivos e de fricção. 
 
• Pacientes com bruxismo, apertamento dentário e pós-ortodônticos são considerados 
grupos de risco para desenvolver LCNC e HD consequentes do fator tensão. 
 
 
Fricção 
Como um mecanismo para as lesões cervicais não cariosas (LCNC), a fricção pode ser 
classificada em endógena (atrição) ou exógena (abrasão). A atrição ocorre como resultado do 
contato entre os dentes (por exemplo, durante a mastigação), ao passo que a abração é 
causada por objetos externos ou substâncias que são constantemente introduzidas na boca 
(por exemplo, dentifrício). Os principais fatores que afetam a abrasão dentária a partir da 
escovação são: a técnica particular de escovação, o tipo de escova de dente, o dentifrício 
usado durante a escovação e a duração e a intensidade da escovação.Técnicas de escovação 
A escovação é o método mais eficiente para a remoção do biofilme das superfícies dentárias. A 
técnica correta de escovação permite a adequada remoção do biofilme, protege os tecidos 
periodontais e reduz o risco de recessão gengival. Contudo, a incorreta aplicação da escova de 
dente pode ser um cofator para as LCNC e aumentar a perda de esmalte amolecido, 
particularmente no terço cervical do dente onde a concentração de estresse é maior. Em casos 
severos, isso pode levar a exposição da dentina ao ambiente oral. Vários métodos de 
escovação manual são recomendados por dentistas e associações de dentistas para atender 
idade específicas e grupos de pacientes. A técnica de escovação mais comumente sugerida aos 
pacientes por dentistas e higienistas é a técnica de Stillman modificada. Essa técnica enfatiza a 
remoção do biofilme localizado acima e logo abaixo da margem gengival. As cerdas da escova 
são posicionadas a 45° da margem gengival, e movimentos de escovação horizontais e verticais 
são realizados; movimentos vibratórios e ligeiramente rotatórios são, então, aplicados antes 
de se mover para o próximo grupo de dentes. As técnicas de escovação incorreta envolvem o 
uso de força excessiva (que pode chegar a 1,96N) durante os movimentos de escovação. A 
escovação com força excessiva aumenta a fricção entre as cerdas da escova e o esmalte 
dentário ou dentina, o que pode levar a um aumento do desgaste nesses tecidos duros. 
Porém, o contato da escova não causa desgaste significativo por si só. Uma escova com cerdas 
macias promove desgaste da dentina inferior a 0,5 micrômetro por mês, o que é clinicamente 
insignificante. O desgaste sobre esmalte pela abrasão da escova de dente é ainda mais 
insignificante. Geralmente, escovar com uma escova de dentes manual resulta em maiores 
forças de escovação do que escovar com uma escova de dentes elétrica, e a velocidade de 
escovação não mostrou influenciar a abrasão do esmalte ou da dentina. Estudos sugeriram 
que não há diferença na abrasão de tecidos duros entre a escovação elétrica e a manual com 
pasta de dente, apesar da constatação que as ações da cabeça e/ou o filamento das escovas 
de dentes elétricas podem deslocar rapidamente a pasta de dentes da cabeça da escova. 
 
Escova de Dentes 
 
A escova influencia o processo de desgaste em combinação com o dentifrício porque a cerdas 
macias são capazes de reter mais pasta de dente e criar uma superfície de contato maior com 
o substrato. Além disso, o aumento do diâmetro do filamento promove mais abrasão. 
Verificou-se que os dentifricios em combinação com escovas de dentes com filamento de 0,20 
mm de diâmetro induzem perdas de esmalte superiores a 0,15 - 0,25 milímetros. Em 
contraste, um aumento no número de filamentos pode diminuir os valores de rugosidade 
média e perda de volume e aumentar o contato superficial, o que melhora a habilidade de 
limpeza. De fato, a combinação escova/dentífricio pode, simultaneamente, aumentar a perda 
de volume, porém menos arranhões profundos, promovendo uma superfície mais lisa. Outro 
aspecto que deve ser considerado é o tipo de cerdas na escova. Fora demonstrado que 
escovas com cerdas macias apresentam as melhores morfologias das pontas das cerdas, o que 
resultou em melhor controle de qualidade. Em contraste, escovas de dentes com cerdas duras 
apresentam as piores morfologias das pontas das cerdas e podem prejudicar os tecidos duros 
e moles, levando a recessão gengival. No entanto, não foram encontradas diferenças 
significativas entre escovas de dentes com cerdas moles e duras na produção de abrasão do 
esmalte. 
 
Dentífricios 
 
Os dentífricios são compostos de um abrasivo, um umectante aquoso e um agente terapêutico 
ativo. Os agentes terapêuticos podem incluir dessensibilizadores da dentina, agentes 
clareadores ou substâncias que promovem atividade bacteriostática/bactericida. O conteúdo 
abrasivo promove a remoção de manchas porque as partículas são mais rígidas do que a 
mancha, porém menos rígidas do que o esmalte sadio. O desgaste é dependente da dureza da 
partícula, da forma, do tamanho, da distribuição, da concentração e da carga aplicada durante 
a escovação. Dentifrícios de diferentes abrasividades estão disponíveis no mercado, 
dependendo do conteúdo de sólidos e dos tipos de abrasivos presente. A quantidade de 
abrasivo na formulação e o grau de abrasividade não estão correlacionados, e as 
características físicas dos minerais que compõem os dentífricios devem ser consideradas. O 
carbonato de cálcio na forma romboédrica ou ovoide é mais regular e exibe uma abrasividade 
que é menor do que a das partículas aragoniticas que são mais irregulares. No entanto, 
quando são usadas partículas finas de carbonato ou sílica, o dentifrício exibe abrasividade 
reduzida. Os fabricantes indicam apenas o tipo principal de abrasivo utilizado na formulação; 
dados fundamentais, tais como formas e tamanho das partículas, não são revelados. 
 
Abrasividade 
 
A abrasividade das pastas de dente varia, e o desgaste depende da interação da pasta com a 
escova. O potencial abrasivo de qualquer pasta de dente é determinado de acordo com os 
valores de abrasao do esmalte irradiado e da abrasão da dentina irradiada. Esses valores são 
definidos com base nos padrões da organização Internacional para normalização (ISO) 11609, e 
os dentífricios são classificados de acordo com sua abrasividade em categorias de nocividade 
baixa média e alta. As substâncias abrasivas primárias, as quais são usadas em pastas para 
remover manchas nos dentes, são bicarbonato de sódio, sílica hidratada, óxido de alumínio, 
carbonato de cálcio, fosfato dicálcico, pedra pomes em pó e misturas com outros pós, como 
óxidos metálicos, fosfatos, extrato de plantas e componentes ativos com ações preventivas; 
assim, cada dentífrico pode conter mais de um abrasivo. De acordo com a ISO, existe um grau 
de abrasividade que deve ser tolerado por um dentifricio. A norma RDA indica que a 
abrasividade dentinária máxima não deve exceder 250. As pastas de dentes de clareamento 
exibem tipicamente RDA entre 60 e 100 ou mais de 100, que representam abrasividade média 
e alta respectivamente. É importante enfatizar que a RDA sozinha não define a abrasividade de 
um dentifrício, mas sim sua associação com o valor de rugosidade. A abrasividade de 
dentifrícios é normalmente descrita através da utilização da técnica rádiotracer para calcular o 
valor de RDA. Essa técnica quantitativa baseia-se na irradiação da substância dentária no 
material de teste com nêutrons que convertem o fósforo de hidroxiapatita da dentina em seu 
isótopo radioativo. Entretanto, a técnica precisa ser complementada por outras medidas 
quantitativas e qualitativas. Apesar da importância da abrasividade, é necessário avaliar a 
eficácia de limpeza do dentifrício sobre a dentina (isto é, a relação de limpeza da película em 
relação a abrasividade). Em geral, as pastas de dentes com sílica exibem bons valores de 
PCR/RDA, que são menores do que de algumas pastas de dente com carbonato de cálcio e tri-
hidrato de alumina, e a adição de abrasivos pode melhorar o poder de limpeza e a relação 
PCR/RDA17. 
 
Outras considerações 
 
Outro fator importante que deve ser considerado é o PH do dentifrício, porque um PH mais 
alcalino é caracterizado por um grau reduzido de abrasão. Alguns dentifrícios com menor PH 
apresentam maior abrasividade que pode ser potencialmente um indicativo da combinação de 
efeitos biocorrosivos e abrasivos. Além disso, a interação de detergentes e abrasivos às 
fórmulas de dentifricios pode aumentar seu efeito abrasivo. As lesões com margens bem 
definidas podem ser relacionadas com os fatores abrasivos, ao passo que a biocorrosão produz 
lesões mais amplas, em forma de prato e mais rasas. 
 
Pastas Dentais Clareadoras 
 
Devido a um aumento pela procura de dentes mais brancos, novas pastas de dente 
especificamente designadas para clareamento dental foram lançadas. Comoregra geral, as 
pastas de dentes clareadoras contêm maiores quantidades de abrasivos e detergentes do que 
as pastas de dente típicas para remover manchas mais profundas. Os componentes básicos 
dos dentífricios clareadores abrasivos são a sílica hidratada, carbonato de cálcio, perlita, di-
hidrato de fosfato dicálcico e bicarbonato de sódio. A perlita é um abrasivo considerado mais 
eficaz na remoção de manchas do que a sílica, E resulta desde desgastes do esmalte a valores 
clinicamente menos relevantes. Como mencionado anteriormente, a extensão do desgaste 
dentário por abrasam depende da dureza do tamanho, da forma e da concentração de 
partículas abrasivas em adição à pressão (isto é, força) utilizada durante a escovação. As 
partículas finas de perlita são eficazes na limpeza dos dentes com mínima abrasão dentária. O 
tamanho de partícula otimizado e a geometria são responsáveis pelo melhor desempenho de 
pastas de dente de perlita em comparação com as pastas de dentes clareadoras com sílica de 
alta limpeza. 
Os agentes clareadores, tais como peróxido de hidrogênio e carbamida, podem também ser 
incorporados aos dentifrícios em baixas concentrações (0,5 a 1,5%) e atuar como agentes 
antibacterianos moderados. Esses agentes oxidam os pigmentos dentais para promover a 
remoção química e, consequentemente, o clareamento dental. A presença de peróxido de 
hidrogênio na pasta de dente não promove alterações significativas nos tecidos moles e não 
apresenta manifestação oral adversa. Tipicamente, pastas de dentes clareadoras podem 
iluminar a cor do dente por uma ou 2 tonalidades. No entanto, esses dentifrícios podem conter 
abrasivos com potenciais efeitos colaterais sobre a estrutura dentária e, portanto, devem ser 
usados com cautela. As pastas de dentes clareadoras não estão associadas ao aumento da 
abrasam, mas estudos mostraram que os dentifricios clareadores promovem efeitos mais 
deletérios no esmalte e na dentina do que as pastas de dente regulares, e o uso combinado de 
um dentifrício e um enxaguante bucal para o branqueamento pode causar desgaste intensivo 
da dentina. No entanto a abrasividade dos dentifrícios de clareamento é o principal fator de 
atuação e manifestou correlações evidentes com o RDA e alteração de cor. Essas descobertas 
sugerem que o efeito clareador do dentifrício está, principalmente, relacionado à sua 
capacidade de remover mecanicamente manchas da superfície do esmalte e que o dentifrício 
abrasivo pode causar algum grau de desgaste dental. Entretanto, os dentifrícios abrasivos que 
contêm bicarbonato de sódio produzem lesões mais severas, ao passo que os dentifrícios com 
peróxido de carbamida produzem lesões menos severas, quando associados a outros fatores 
etiológicos. Pastas de dentes clareadoras alternativas contêm enzimas naturais. Essas enzimas 
quebram os componentes orgânicos do Biofilme e removem manchas. Por exemplo, verificou-
se que os efeitos de clareamento dos dentifricios clareadores que contém papaína e bromelina 
são superiores àqueles de pasta de dente abrasivas e dentifrícios de controle sem afetar o 
desgaste do esmalte ou da dentina. 
 
Hipersensibilidade dentinária cervical 
 
A hipersensibilidade dentinária cervical HDC representa um dos primeiros sinais clínicos 
durante a formação de uma LCNC. A perda da estrutura dentária na região cervical de um 
dente pode ser responsável pela sensibilidade dentária, mas o clareamento dental também 
pode promover HDC. Os mecanismos de ação dos agentes de clareamento são baseados em 
seus poderes de oxidação que causam a decomposição de material orgânico pigmentado 
através da liberação de radicais livres e oxigênio. Uma vez que esses agentes de clareamento 
infiltram o tecido dental, eles podem ser capazes de provocar alterações morfológicas na 
estrutura molecular ou na composição do dente. Embora a perda de mineral da escovação 
com dentifrícios clareadores seja devido aos efeitos de fricção Da escovação em si, e não dos 
agentes clareadores, quando exposta ao ambiente bucal, a dentina é mais suscetível a 
degradação química, e os agentes clareadores podem permear os túbulos dentinária os 
abertos e resultar em HDC. 
 
 
 
 
Interação entre fatores etiológicos das LCNC 
 
A gênese da LCNC tem sido descrita como um processo multifatorial que envolve os 
mecanismos de tensão, biocorrosão e fricção. Enquanto alguns clínicos ainda vêem a abrasão 
de escova de dente/dentifrício como um importante cofator durante o desenvolvimento da 
LCNC os autores afirmam que a biocorrosão e a concentração de estresse cervical são os 
principais fatores etiológicos na formação e na progressão de LCNC. No entanto, a abrasão dos 
tecidos duros aumenta se o dente tiver sido afetado por um desafio biocorrosivo, como 
alimentos ou bebidas ácidas ou ácido do estômago decorrente da regurgitação. Em tais 
situações, o ataque ácido leva a uma perda irreversível do tecido duro dos dentes, que é 
acompanhada de um amolecimento progressivo da superfície; consequentemente essa zona 
amolecida torna-se mais suscetível a forças mecânicas como a abrasão de escova de 
dente/dentífricio. Portanto, a escovação após as refeições deve ser adiada por pelo menos, 
alguns minutos, a fim de se permitir a remineralização e a redeposição de glicoproteína. Há 
evidência de que a escovação dentária de um dente biocorroído com dentifrício provoca 
desgaste dentário e pode resultar em patologia à medida que a dentina se torna exposta. É a 
HDC, que surge devido ao movimento de fluidos nos túbulos dentinários expostos e manifesta-
se como dor. Se um doente estiver utilizando um agente dessensibilizante eficaz, tal como um 
dentífricio fluoretado ou sensodyne, então a HDC pode não anteceder ou estar presente 
durante a progressão da lesão cervical não cariosa. É importante lembrar que a composição 
mineral da dentina é menor do que a do esmalte; consequentemente, a dentina é mais 
suscetível a abrasão. Essas descobertas sugerem que o uso de pastas de baixa ou moderada 
RDA deve ser recomendado para a segurança e prevenção da perda de substância dentária. 
Outro conceito que deve ser considerado é que o detergente que está presente no dentifrício 
remove parcialmente a Smear layer, mas também pode atacar quimicamente o material 
orgânico da dentina, principalmente o colágeno. Assim, a abrasão causada por um dentífricio 
em situações em que a dentina fora continuamente exposta devido à degradação química e ao 
estresse, é mais intensa. A fricção durante a escovação dos dentes age para influenciar a 
velocidade da progressão das LCNC e é dependente do tipo de abrasivo, veículo, forma e força 
aplicada pela escova de dente. É fundamental que os profissionais compreendam essas 
interações de maneira a poder aconselhar os pacientes sobre os métodos e materiais 
utilizados para manter a higiene bucal adequada. 
 
Conclusão 
 
• A fricção causada pela escova dental/dentifrício, de forma isolada, é o fator menos 
preponderante na etiologia das LCNCs. No entanto, torna-se fator acelerador quando 
associada a substâncias ácidas. 
 
• O uso de força excessiva durante a escovação pode levar a uma maior perda de tecido 
duro, mas esse desgaste é insignificante. 
 
• A abrasividade dos dentifricios varia, e dentifricios mais abrasivos levam a um maior 
desgaste. 
 
• Pastas de dentes clareadoras tem um maior número de abrasivos do que pastas de 
dentes normais e podem levar a um desgaste aumentado, bem como a HDC. 
 
• A biocorrosão torna os dentes mais suscetíveis a abrasão. 
 
• A fricção durante a escovação dos dentes influencia a velocidade de progressão das 
LCNC.

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