Buscar

RESUMO 8 - Imunologia por trás da clínica

Prévia do material em texto

IMUNOLOGIA
"POR TRÁS DA CLÍNICA"
R E S U M O A C A D Ê M I C O - M E D I C I N A 
G I O V A N N E N O B R E
2 0 2 1
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
P1 Imunologia 
 
#Órgãos Linfoides 
O resultado da criança não apresentará alterações significativas, 
mantendo, por exemplo, valores normais de hemácias, já que estas são 
produzidas e maturadas na medula óssea. A população de linfócitos T 
estará bastante reduzida, já que estas células têm seu processo de 
maturação completado no timo, órgão que, na Síndrome DiGeorge, 
se apresentará defeituoso. Por fim, a dosagem de Ig se manterá 
relativamente normal, já que estas são produzidas e secretas pelos 
plasmócitos, uma diferenciação de LB. 
A ausência de timo implica na não maturação total de LT, já que esse 
órgão linfoide primário é responsável por esse processo. Sendo assim, 
o indivíduo apresentará déficit imunológico, aumentando a 
susceptibilidade a infecções intracelulares, tendo em vista a atuação 
do TCD8+ e infecções extracelulares, por inativação dos perfis do 
TCD4+: TH1, que libera IFNγ e TNF, importante no combate a 
bactérias intracelulares e vírus, TH2, libera IL-4, IL-5 e IL-13 para 
combate contra helmintos e TH17 que libera IL-17 contra bactérias 
extracelulares e fungos. A ausência de determinado órgão linfoide 
secundário não gera um comprometimento total da imunidade, mas 
sim uma diminuição de locais para que ocorra a apresentação de 
antígenos. 
A síndrome de DiGeorge (SDG) é um exemplo de imunodeficiência 
primária causada por alterações cromossômicas, o que resulta em 
alterações na formação do embrião, entre elas a hipoplasia do timo, o 
que induz a uma maturação defeituosa de LT, levando a números 
reduzidos ou ausentes na corrente sanguínea. Os indivíduos não 
eliminam de forma eficaz os patógenos intracelulares, como por 
exemplo, micobactérias e vírus, mas são capazes de enfrentar as 
infecções causadas por bactérias extracelulares. No hemograma, 
apresentará uma linfopenia e, consequente, leucopenia. A dosagem de 
IgG indicaria a depleção dessas proteínas, visto que há linfócitos B, 
Bfol, que necessitaria de TCD4+ para ocorre sua maturação de 
afinidade e transformação em plasmócitos secretores de Ac, como 
exemplo, o IgG. Porém, não haveria alterações significativas de IgM 
e IgD, tendo em vista que são Ac naturais que agem como receptores 
em células B T-independentes, BZM e B1. 
O baço é importante porque serve como um filtro para captar aqueles 
antígenos que escapam por apresentação nos linfonodos, caindo na 
corrente sanguínea. Sendo assim, o baço é um importante local do 
sistema imune, onde ocorre a apresentação antigênica e combate a 
esses patógenos. Além disso, o baço produz hemácias, que são capazes 
de, por meio de receptores do complemento (CR-1), realizar a 
remoção de imunocomplexos, impedindo seu acúmulo e deposição. 
Esses são levados para o sistema retículo endotelial do baço para 
serem destruídos por macrófagos ali presentes e, por fim, é 
responsável por hemocaterese, ou seja a remoção de células 
sanguíneas mortas ou lesionadas. 
A remoção do baço provoca uma baixa de LB, já que o órgão é um 
grande reservatório dessas células. Assim, a população de células B 
(B1, Bfol – capaz de gerar memória- e Bzm) foi então reduzida, o que 
implica em uma baixa produção de imunoglobulinas, visto que elas 
são secretadas pelos plasmócitos (forma diferenciada das células B). 
A redução da quantidade de Ig implica numa deficiência de resposta 
do sistema imune adaptativo, já que todo ele é mediado pela ação 
dessas Igs. Isso acarreta em uma vulnerabilidade a bactérias 
encapsuladas, já que estas deveriam ser combatidas por uma resposta 
imune adapativa; 
 
 
#Leucograma 
Devido a lesão ocorrida, sendo viável para a proliferação de bactérias, 
o exame apresentou neutrofilia, visto que os neutrófilos são os 
primeiros fagócitos a chegarem ao local infeccioso e posterior ação de 
monócitos, também em maior quantidade, sendo diferenciados em 
macrófagos para que junto com os neutrófilos tentem fagocitar e 
destruir a bactéria. Também apresentou granulações tóxicas, ao 
apresentar polimorfonucleados que realizam processo de 
degranulação, marcadores de inflamação e o desvio à esquerda, sendo 
escalonado (ou não) devido ao aumento de neutrófilos jovens, 
recrutados na tentativa de obter maior ação de combate ao 
microrganismo. 
 
Global de Leucócitos→Leucocitose (inflamação) ou Leucopenia; 
↑Bastonetes= desvio à esquerda; ↑Neutrófilos= Infecção bacteriana; 
↑Eosinófilo= infecção por helmintos; ↑Basófilo= Alergia inicial; 
↑Mastócitos= Infecção crônica; ↑Linfócitos= infecção viral. 
O Hemograma do paciente apresenta um quadro de baixa de 
hemoglobina e hemácias, o que reflete diretamente no transporte de 
O2 no organismo, caracterizando uma anemia e consequente sensação 
de fraqueza. O Leucograma indica uma leucopenia, ou seja, a baixa 
de células responsáveis pela defesa imunológica, o que justifica o fato 
da paciente apresentar infecções recorrentes. Além disso, a contagem 
de plaquetas refere-se a uma plaquetopenia, explicando o quadro 
hemorrágico, tendo em vista a importância das plaquetas para a 
coagulação sanguínea. 
 
 
#Sistema Complemento 
Os valores séricos de imunoglobulinas M, A e G do paciente encontra-
se dentro da normalidade, um indicativo de que no momento não há 
presença de nenhum tipo de inflamação. As proteínas C3 e C4 também 
estão dentro da normalidade, porém a C5 encontra-se bem abaixo do 
desejado. É a proteína C5 que é responsável por clivar a C5 
convertase que é responsável, nas três vias do sistema complemento, 
por ativar a atuação do MAC citolítico. O histórico de duas meningites 
do paciente pode interferir que, no momento das infecções, o sistema 
complemento foi afetado a nível de ativação, que provavelmente irá 
prejudicar a resposta imunológica geral do paciente, já que o SC atua 
tanto na inata quanto na adaptativa; Caso tenha sido uma bactéria 
Gram -, o SC seria o responsável pelo reconhecimento da LPS, o que 
favorece a persistência e novas ocorrências do quadro. 
O papel do sistema complemento, proteínas produzidas no fígado que 
vão para a circulação, se dá pela liberação de anafilotoxinas (C3a e 
C5a) que ligam-se a leucócitos responsáveis por realizar 
degranulação, principalmente, neutrófilos (enzimas e microbicidas), 
há também o funcionamento como opsonina, pois a proteína C3b ou 
C4b se liga ao microrganismo e permite a ação de leucócitos, por 
exemplo, macrófagos, que possuem receptor de SC, para realizar a 
fagocitose e liberação de IROS, enzimas lisossomais e NO) e, por fim, 
a citólise mediada por complemento com a formação do MAC 
citólítico a partir da junção de C5b com C6, C7 e C8 ligando-se a MP 
do microrganismo e C9 para a formação desse MAC responsável pela 
formação de poros na membrana, de forma com que aumente a pressão 
osmótica e gere a lise celular. 
O SC pode ser ativado por 3 vias diferentes - Via alternativa ao ligar-
se diretamente às moléculas antigênicas em que há a ativação da 
proteólise de C3 em C3a (anaflotoxina para a resposta inflamatória) e 
C3b (liga-se ao Ag) por C3-convertase e se liga a componentes de 
fator B e a formando a C3-convertase que se liga a C3b formando a 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
C5 convertase que cliva C5 em C5a (inflamação) e C5b (inicia a 
formação do MAC citolítico ao ligar-se com C6, C7, C8 e C9). Via 
Clássica - mediada por imunidade humoral, tendo em vista a 
necessidade de que o Ac esteja diretamente ligado ao Ag para ativar o 
complexo C1 (q, r e s) atuado em C2 e C4 gerando subprodutos a e b 
formando C3 convertase e seguindo o mesmo processo da via anterior. 
Via da lectina - necessita de que a lectina esteja ligada a manose dos 
microrganismos, podendo ativar a via clássica na ausência de Ac. 
 
 
#ImunizaçãoO processo de imunização está diretamente ligado a imunidade 
adquirida, visto que, como por exemplo, a amamentação é um tipo de 
imunidade passiva natural, ao passar anticorpos, mediadores de 
resposta humoral, IgA pelo colostro do leite materno, além de que 
durante a gestação também passa-se IgG através do FcRn placentário, 
sendo assim, capaz de obter uma maior proteção e defesa contra 
infecções nas mucosas, no entanto, é temporária e não gera memória. 
De mesmo modo, o leite materno também possui Ag, por exemplo, 
bacterianos, o que acaba promovendo a imunidade ativa natural 
devido a exposição ao Ag estranho. 
Imunidade Ativa - exposição direta ao Ag. Natural - exposição à 
infecção leva à ação protetiva do próprio sistema imune. Artificial - 
administração de Ag mortos, atenuados ou toxoides - vacina - ação 
profilática, lenta e efeito duradouro. Imunidade passiva - 
Transferência adaptativa de soro (terapêutico, rápido e efeito 
passageiro) ou Igs (IH) de indivíduos imunizados para aqueles 
susceptíveis. Natural - IgG pela placenta e IgA pelo colostro. 
Artificial - Injeção com Igs de indivíduos imunes em infecções agudas 
e envenenamento, o que permite uma resposta mais rápida e proteção 
imediata. 
O desenvolvimento de vacinas com vírus inativados não possibilita a 
infecção, diferentemente das vacinas com vírus atenuados. Isso ocorre 
porque microrganismos atenuados podem, caso encontrem um meio 
propício, ser capazes de infectar o organismo do hospedeiro. Devido 
a isso, o governo recomenda que as primeiras vacinas sejam usadas 
vírus inativados, para que o organismo fique mais competente em 
termos imunológicos e, posteriormente, podendo fazer uso da vacina 
com vírus atenuado, tendo com exemplo a vacina contra a 
poliomielite, em que a 1ª dose há o vírus inativado e as outras doses 
possuem o vírus atenuado. 
Os adjuvantes são substâncias químicas que são adicionados à 
composição das vacinas, com a finalidade de potencializar a resposta 
imunológica através de uma ação, como se fosse um depósito 
liberando lentamente o antígeno do local onde é efetuada a injeção, 
disponibilizando pequenas quantidades por um longo período de 
tempo, e também pelo estímulo direto que induz ao sistema 
imunológico, com a estimulação da atividade celular e produção de 
outros componentes que potencializam a resposta imune, como por 
exemplo, a ativação de macrófagos que vão produzir citocinas; 
 
 
#Inflamação 
A reação inflamatória aguda inicia-se da imunidade inata com ação 
de neutrófilos, primeiros a chegarem no local da infecção para 
fagocitose, ativando também macrófagos, que liberam citocinas pró-
inflamatórias (TNF e IL-1) e tendo assim a ativação do endotélio, 
aumentando a permeabilidade vascular, gerando vasodilatação 
(rubor), além de recrutar outros leucócitos transmigrando por 
diapedese para o lume dos vasos, formando o exsudato plasmático e 
celular (edema), responsáveis por secretar outros mediadores 
(histaminas e ecosanoides, alem de estímulo da produção de proteínas 
de fase aguda e do sistema complemento), gerando calor por ação de 
PGE2 do hipotálamo, além de substâncias algogênicas - PGD2 e 
bradicina - que estimulam terminações nervosas para provocar a 
sensação de dor. Caso evolua, pode gerar a perda da função 
dependendo do grau de lesão do tecido. 
Após lesionar alguma parte do corpo, tal evento vai desencadear uma 
resposta inflamatória. Uma das células que vão atuar nessa resposta 
são os macrófagos. Essas células liberam citocinas, como o TNF-α e 
o IL-1, que são mediadores inflamatórios. Quando em grande 
quantidade, essas citocinas são carreadas até o hipotálamo, o 
termostato do corpo, e induzem a produção de prostaglandinas locais, 
que atuarão de modo a elevar a temperatura corporal, vasoconstrigindo 
os vasos e diminuindo a perda de calor do corpo, gerando a febre; 
Ressalta-se que em respostas inflamatórias, citocinas como IL-1, IL-
12 e TNF-α são produzidas e podem alcançar proporções sistêmicas. 
Ao atingirem o fígado, este é estimulado a produzir proteínas 
plasmáticas de fase aguda de infecção, como cininas, sistema de 
coagulação, proteínas do SC, PCR - marcadora de inflamação aguda, 
sendo capazes de levar a uma resposta inflamatória mais efetiva, pois 
funciona como opsonina para fagócitos e é capaz de ativar a via 
clássica do SC. Diante destes mediadores, em especial o TNF-α, o 
fígado também é estimulado a realizar a gliconeogênese e 
glicogenólise, eliminando com rapidez os estoques de glicose no 
organismo, o que pode acarretar em alterações metabólicas fatais. 
Vale ressaltar que a PCR está diretamente atrelada a uma resposta 
pouco específica, pois pode estar aumentada por qualquer tipo de 
inflamação aguda, mesmo que a clinica predomine outras condições 
patológicas de maior valor. 
A vasoplegia é desencadeada pelo grande quantidade de citocinas pró-
inflamatórias secretadas por macrófagos, as quais geram ativação do 
endotélio, aumentando a permeabilidade vascular e consequente 
vasodilatação sistêmica. A febre foi desencadeada pela liberação de 
citocinas pirogênicas que estimulam a produção de prostaglandina - 
PGE2, aumentando permeabilidade vascular e gerando vasodilatação, 
além de agir no hipotálamo, elevando o termostato, e gerando 
vasoconstrição cutânea e promovendo um ligeiro aumento da 
temperatura corporal causando a febre sitêmica. 
O abscesso é uma coleção de exsudato purulento (microrganismo e 
células de defesa mortas) encapsulado por membrana piogência 
internamente à pele ou cavidade após inflamação aguda. A celulite é 
uma coleção de exsudato purulento (microrganismo e células de 
defesa mortas) externamente à pele ou cavidade após inflamação 
aguda gerando processo de cicatrização. 
 
A SIRS se dá pelo agravamento de uma resposta inflamatória, gerando 
infecção generalizada, na maioria dos casos, gerados por bactérias que 
apresentam maior resistência ao sistema imune, há o aumento de 
citocinas (IL1, IL-6 e TNF) promovendo vasodilatação, o que gera a 
vasoplegia e hipotensão, consequentemente, taquicardia 
compensatória, além disso, há o estímulo de fatores de coagulação que 
podem levar a trombose e consequente obstrução do vaso. As 
citocinas, ao caírem na circulação, entram no fígado pela veia porta, 
há o estímulo da produção de PFA e, consequentemente, com o 
aumento do consumo metabólico de glicose (glicólise e 
glicogenólise), leva a hipoglicemia. Tudo isso acaba evoluindo para 
um quadro de Sepse que atrelado a um choque anafilático (Hiper I) 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
gera choque hipovolêmico, devido baixa perfusão de O2, podendo 
levar ao óbito. 
As citocinas pró-inflamatórias TNF, IL-1 e IL-6 e mediadores pró-
inflamatórios (ecosanoides e aminovasoativas), em baixos níveis são 
utilizadas para ativação do endotélio e recrutamento de leucócitos na 
inflamação aguda, quando em níveis moderados, atingem a circulação 
e pela veia porta adentram no fígado e estimulam a produção de PFA, 
como por exemplo, a PCR - marcador de inflamação aguda, além do 
estímulo da medula na produção de neutrófilos jovens, caracterizando 
o desvio à esquerda e atingem o hipotálamo, desencadeando a febre. 
Em grande quantidade pode gerar a SIRS, resposta inflamatória 
sistêmica, caracterizada pela vasoplegia e vasodilatação por TNF e IL-
1, gerando taquicardia compensatória; hipoglicemia por aumento da 
glicólise e gliconeogênese no fígado; e aliados aos estímulos de fatores 
de coagulação gera a trombose intravascular, tudo isso podendo 
evoluir para o choque séptico que, aliado ao choque anafilático (hiper 
I) desencadeia o choque hipovolêmico, com baixa perfusão de O2 e 
alta de CO2, o que pode desencadear a morte. 
 
#MHC - Apresentação e Processamento 
O MHC-I está presente nas superfícies de células nucleadas e 
apresenta antígenos ao TCD8+ pela via intracelular - citosólicaou por 
apresentação cruzada por mecanismo antigênico de evasão dos 
endossomos. Apresenta cadeia α codificada por genes altamente 
polimórficos HLA- A, B e C, liga-se ao epítopo pela fenda peptídica 
fechada em α1 e α2, abrigando de 8-11 aminoácidos e conecta-se ao 
CD8 por sítio de ligação α3. O MHC II está presente nas superfícies 
das APCs profissionais e apresenta antígenos ao TCD4+ pela via 
extracelular - endossómica. Apresenta cadeia α codificada por genes 
altamente polimórficos HLA- DP, DQ e DR, liga-se ao epítopo pela 
fenda peptídica aberta em α1 e β1, abrigando cerca de 10-30 
aminoácidos e conecta-se ao CD4 por sítio de ligação β2. 
O processamento via MHC-I ocorre para antígenos intracelulares ou 
aqueles que escaparam de fagossomos para o citosol por algum 
mecanismo de evasão, principalmente vírus e células tumorais, 
ocasionado a apresentação cruzada, então, nessa via citosólica, os Ag 
proteicos são ubquitinizados, passam por proteossomas que os clivam 
em peptídeos, que migram por auxilio da TAP para o RE, onde há a 
formação do MHC-I e via PARE se unem e migram para o complexo 
de golgi, onde há a formação de vesículas endocíticas que externaliza 
os Ag na membrana celular para reconhecimento do TCD8+ citolítico 
que destrói Ag por degranulação de perforinas e granzimas. 
 
O processamento via MHC-II - endocítica ocorre para Ag 
extracelulares que são endocitados e armazenados em fagossomos que 
se fundem a lisossomos, gerando o fagolisossomo, ligando a fenda RE, 
onde há a ativação do MHC-II que migra para o golgi migrando por 
vesículas exocíticas para o endossomo, alem disso, há a ação do CLIP 
para gerar estabilidade e impedir ligação com Ag de MHC-I, após isso, 
haverá a externalização na membrana celular e apresentação ao 
TCD4+, importante no licenciamento de outras células. 
O MHC está intimamente ligado à efetividade de transplantes de 
enxertos, mas tendo em visto a alta variação gênica tanto no MHC-I 
quanto no MHC-II, que além de serem genes codominantes, são 
polimórficos, demonstra a necessidade de uma alta compatibilidade 
doardor-receptor. Pois, quando um indivíduo doa um órgão ou tecido, 
as células T do receptor encontram moléculas de MHC do doador, que 
por si só já funcionam como potentes imunógenos despertando, na 
maioria das vezes, respostas muito agressivas, e até mesmo os LT 
presentes nos órgãos transplantados podem reconhecer o antígenos do 
organismo do doador, desenvolvendo a rejeição. Sendo assim, deve-
se realizar o tratamento com imunossupressor para se evitar respostas 
de exacerbadas contra de transplantes. 
A deficiência relacionada à ativação de células imunes pode estar 
diretamente ligada a seus receptores (TRR - PAMPs e TCR - MHC) 
ou também pode ser reflexo de erro ou ausência na coestimulação 
(B7-CD28 e CD40-CD40L). No entanto, como no problema 
apresentado, a deficiência consiste na falha no reconhecimento, pode-
se destacar falha de moléculas de MHC-I, responsável pela 
apresentação ao TCD8+, consequentemente, haverá uma maior 
ativação de NK, responsável pela degranulação de componentes 
citolíticos - perforinas e granzimas. 
Um fármaco imunosupressor, formado por coinibidor CTLA-4, o 
qual liga-se com alta afinidade por B7 (apresentado por APCs), 
induzirá melhora da artrite reumatoide - Hiper III - formação de 
imunocomplexos nas articulações. Entretanto, tem-se imunosupressão 
de pacientes tratados com esse tipo de medicamento, uma vez que o 
processo de apresentação de antígenos aos linfócitos T requer os 
segundos sinais advindos de coestimuladores para sua ativação, 
envolvendo a expansão clonal e diferenciação em células efetoras ou 
de memória. A ausência de T efetoras favorecerá o surgimento de 
doenças oportunistas, por exemplo o vírus da herpes em estado latente 
torna-se ativo, além de não haver controle de infecções bacterianas e 
fúngicas; 
Os imunossupressores favorecem a instalação de candidíase oral, 
uma vez que a imunossupressão é baseada em coinibidores - CTLA4, 
que ligam-se com alta afinidade com B7 na superfície das APCs, 
impedindo a apresentação adequada para o LT apropriado, pois para 
que a apresentação ocorra de forma efetiva necessita-se de de 2º sinal, 
no caso, a ligação de coestimuladores, B7-CD28, estando ausente, os 
LT não serão ativados e não se diferenciarão em LT efetores, 
importantes para a defesa de diversas infecções por bactérias, fungos, 
vírus e helmintos, ou LT de memória. Sendo assim, com o sistema 
imune não responsivo, o organismo ficará susceptível a doenças 
oportunistas, como no caso apresentado, a cândida oral. 
 
#Ativação de perfis de LT 
Após a formação do complexo TCR-peptídeo-MHC-II e ligação de 
coestimulação B7-CD28, o TCD4+ pode diferenciar-se em Programa 
de citocinas TH1, importante no combate a vírus e bactérias 
intracelulares, por IL-12 das APCs e prolifera por ação de IL-2 e onde 
se ligará às células do SI por CD40L-CD40 e há a produção de IFN-γ 
promovendo o licenciamento de: 
-M1 para a produção de citocinas inflamatórias (IL-1, IL-12...) e 
substâncias microbicidas - IROS, NO e enzimas lisossomais. 
-DC na apresentação clássica ao TCD4+ por aumentar a expressão de 
B7, na apresentação cruzada ao TCD8+, na recirculação antigênica em 
que Ag pinocitados por DC são apresentados a LB e na apresentação 
por CD1 que permite apresentar lipídeos ao TCD8+ de forma indireta. 
-TCD8+ por licenciamento indireto, TCD4+ ao se ligar ao MHC-II na 
APC pode liberar IFNγ estimulando a apresentação cruzada ao 
TCD8+ que se liga à mesma APC por MHC-I. 
-BFOL na secreção de IgG opsonizantes (1 e 3) e IgM. 
 
Após a formação do complexo TCR-peptídeo-MHC-II e ligação de 
coestimulação B7-CD28, o TCD4+ pode diferenciar-se em Programa 
de citocinas TH2, importante no combate a helmintos, por IL-4 das 
APCs e prolifera por ação de IL-2 e onde se ligará às células do SI por 
CD40L-CD40 e há a produção de IL-4, IL-5 e IL-13 promovendo o 
licenciamento de: 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
-Eosinófilos na defesa contra helmintos pela IL-5 por aumentar 
expressão de FcR para IgE, IgA... e liberar grânulos tóxicos 
(histamina, leucotrienos, prostaglandina e enzimas, como por 
exemplo, enzima básica principal e neurotoxinas). 
-BFOL na secreção de IgE por IL-4 e IgA por IL-5 e IL-4 e o IL-13 
também é importante na mucossecreção e no peristaltismo. 
Após a formação do complexo TCR-peptídeo-MHC-II e ligação de 
coestimulação B7-CD28, além de 3º sinal por ação de IL-6 e IL-23 das 
APCs, o TCD4+ pode diferenciar-se em Programa de citocinas 
TH17, importante no combate fungos e bactérias extracelulares, onde 
haverá a produção de IL-22 e IL-17 promovendo o licenciamento de: 
neutrófilos e monócitos no processo inflamatório. 
 
O padrão TH2 dos TCD4+ é ativado pela IL-4, afim de produzir ainda 
mais IL-4. Esse tipo de resposta é a mais eficiente contra helmintos, 
que é o caso do paciente. As respostas de TH2 são altamente lesivas, 
o que é necessário, já que se trata de um corpo estranho muito grande. 
O padrão TH2 iniciará o recrutamento de eosinófilos através da IL-5. 
Esses leucócitos possuem maior poder de degranulação, que são 
altamente eficazes em helmintos, podendo, porém, lesionar também 
as células hospedeiras, já que as enzimas liberadas no momento da sua 
degranulação são muito tóxicas; 
O TCD8+ pode ser ativando tanto de forma direta quanto indireta, 
nesta se dá por meio da ação de TCD4+, o qual se diferencia em perfil 
TH1, produzindo IFNγ, permitindo o licenciamento de TCD8+, pois 
agirá nas células dendríticas que realização a apresentação cruzada 
via MHC-I, lembrando que o TCD4+ também estará ligado 
diretamente a célula dendrítica pelo MHC-II, sendo assim o TCD8+ 
se diferenciará em CLT, realizando a degranulação de perforinas e 
granzimas. 
 
#Ativação e maturação de LB 
Os LB naive são células imaturas produzidas principalmentena 
medula óssea que ainda não tiveram contato com antígeno, após isso, 
com a expressão do BCR poderá reconhecer o antígeno e, caso for 
BFOl, apresentá-lo ao TCD4+, para sua maturação de afinidade no 
folículos linfoides secundários, tornando-se LB maduros, após isso, 
haverá ação dos perfil TH1 liberando IFN-γ para a diferenciação em 
plasmócitos secretores de IgG e IgM ou TH2 liberando IL-4, IL-5 e 
IL-13 para a produção de IgA e IgE. Caso não tenha a diferenciação 
em células efetoras e consequente não produção de anticorpos, essas 
células tornam-se LB de memórias que são quiescentes e ficam 
recirculantes no sangue para que, em uma 2ª resposta, tenham uma 
ação mais rápida e efetiva. Sendo assim, devido a maior maturação e 
resposta mais eficaz utilizam-se células de memória em vacinas ao 
estimular produção mais rápida de Ac. 
A maturação de afinidade de linfócitos B ocorre para permitir que o 
sistema imune tenha uma resposta mais efetiva mediada por 
anticorpos (imunidade humoral). Inicialmente, As células Bfol, 
presente no folículo linfoide secundário, são APCs, as quais 
apresentarão o antígeno para o TCD4+, transformado em perfil TH1, 
o qual permitirá o licenciamento de BFOL por ação de IFNγ e CD40-
L, ela migrará para o centro germinativo, permitindo diferenciação e 
expansão clonal, após isso, receberá sinais de sobrevida de CDFOL 
para os linfócitos com maior afinidade, permitindo mutações 
somáticas em seus receptores para que sejam selecionadas, indo da 
zona escura para a zona clara, ao apresentar maior afinidade ao 
antígeno, diferenciando-se em plasmócitos secretores de Ac. 
 
 
#Tolerânca imunológica 
A Tolerância Imunológica consiste na não reação de linfócitos a Ag 
próprios. Na Tolerância Central, que ocorre nos órgãos linfoides 
primários, há a seleção - para LT e LB que reagem com Ag próprios 
ou ubíquos produzidos por AIRE. No caso de LB, pode haver a edição 
de receptor para mudança de especificidade e, assim como LT, sofrerá 
apoptose se houver receptor lingando-se com alta afinidade com os Ag 
próprios por ação de moléculas de morte: CTLA4, Faz ligando ao 
FasL e PD1. Na Tolerância Periférica, que ocorre nos órgãos 
linfoides secundários, há a seleção + para LT e LB que escaparam da 
tolerância central. No caso de LT autorreativo, não haverá a ação de 
coestimulador, devido ação da molécula inibitória de coestimulação, 
a CTLA4 e, no caso de LB autorreativo, se for T-dependente, 
apresentará falhas na apresentação e consequente irresponsividade 
sofrendo assim, processo de anergia e posterior apoptose se ainda for 
autorreativo. 
A imagem representa o processo de seleção de LT que ocorre no timo. 
Ao ser produzido na medula, o LT é duplo -, migrando para o timo. 
No córtex, a célula é duplo +, ou seja, possui tanto CD8 quanto CD4. 
A partir de testes por meio da seleção +, verifica-se a reatividade do 
LT ao MHC para escolher o marcador de superfície adequado (CD4 
para MHC-II e CD8 para MHC-II) tornando se monopositivo, os quais 
migram para a medula e são apresentados aos Ag ubíquos derivados 
da proteína AIRE, sendo assim, os que não reagirem irão para a 
circulação e os autorreativos serão induzidos a apoptose. 
Na seleção de LT, são apresentados Ag próprios, se apresentar 
afinidade serão selecionados negativamente. Porém, alguns Ag ficam 
em regiões não acessíveis ao SI, sendo que pode haver LT reativos a 
eles. Na vasectomia, por romper a barreira hemato-testicular, 
expondo os espermatozoides e ocasionando resposta do SI p/ sua 
destruição. 
 
#Transplantes e rejeição 
Na apresentação direta, o MHC alogênico é apresentado intacto, 
devido similaridade com MHC próprio, ao TCR, por células 
dendríticas do doador por reação cruzada. Na apresentação indireta, 
os peptídeos do MHC alogênico serão processados e apresentados 
como antígeno comum pelas APCs do receptor para o TCD4+ do 
receptor, ou seja, na indireta não tem ativação de TCD8, já que não 
tem como reconhecer o MHC próprio do receptor e necessitaria da 
apresentação cruzada para ser ativado. 
No caso apresentado, pode-se referir a uma rejeição hiperaguda, nos 
primeiros dias, por Hiper II mediada por Ac (IgM ou por IgG, após 
exposição prévia) do hospedeiro se ligam aos antígenos do doador. 
Isso leva à ativação do Sistema Complemento, que resultam na lesão 
endotelial. Além disso, aumentam-se os níveis de fatores de agregação 
plaquetária, o que resulta em trombose intravascular, evoluindo para 
uma lesão isquêmica irreversível. 
O reconhecimento indireto de transplantes é feito quando a células 
dendríticas do receptor reconhece o MHC alogênico-peptídeo da 
superfície das células do doador, ocorrendo o processamento e a 
apresentação cruzada, quando os Ag são capazes de escapar dos 
fagossomos para o citosol, via MHC-I ao TCD8+, que se prolifera e 
se transforma em células de memória ou em CTL, citólise por meio da 
degranulação de perforinas, gerando poros nas células e permitindo a 
entrada de granzimas, as quais promovem a lesão celular e 
consequente apoptose, responsável por gerar resposta de Hiper IV, 
caso ocorra rejeição aguda do aloenxerto, após cerca de 1 semana, 
Hiper IV, promoverá lesão no parênquima do enxerto. Sendo 
estimulado a degranular suas toxinas, levando a uma necrose 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
parenquimatosa do enxerto. Além disso, pode haver trombose 
intravascular. 
A rejeição crônica, de 6 meses a 1 ano, é caracterizada por 
vasculopatia, principalmente uma ateroesclerose acelerada, que leva à 
oclusão arterial, causando um dano isquêmico. Sendo o mecanismo 
Hiper IV, mediada por TCD4+ que secretará citocinas que irão 
estimular os macrófagos a secretarem citocinas, como o TGF-β, que 
vão levar à proliferação de células vasculares e da musculatura lisa e 
Fator de crescimento de plaquetas, gerando a fibrose. Isso, em um 
longo intervalo de tempo, leva à ateroesclerose acelerada com oclusão 
arterial. Além disso, secreções de fatores de agregação plaquetária 
podem agravar o quadro. 
O uso de corticoesteroides nos transplantes se dá pelo fato de gerar 
imunossupressão ao apresentar características anti-inflamatórias, ao 
ser capaz de inibir a ação de citocinas pró-inflamatórias como TNF e 
IL-1, mediadores lipídicos, como as prostaglandinas e outros 
componentes da inflamação como IROS, NO, entre outros. Dessa 
forma, acaba diminuindo a resposta inflamatória do aloenxerto, 
evitando assim a rejeição do órgão ou tecido transplantado. No 
entanto, essa imunossupressão facilita a ação de doenças oportunistas 
ao dificultar a resposta inflamatória do SI contra diversos patógenos. 
A Doença do Enxerto x Hospedeiro consiste na reação de LT 
maduros do doador x aloantígenos do receptor, por exemplo, comum 
em transplantes de medula óssea e órgãos sólidos, que possuem alta 
quantidade de LT. Em fase aguda, gera morte epitelial e em fase 
crônica, fibrose e atrofia, o que pode levar a uma imunodeficiência 
pós-transplante, aumentando a susceptibilidade a infecções, vale 
ressaltar que tanto para prevenção quanto para tratamento faz-se o uso 
de imunossupressão para evitar resposta exacerbada do órgão contra o 
organismo ou vice-versa. 
 
#Hiper I - Imediata - Alergia e helmintos - IgE 
Ao ter o contato com o alérgeno, responsável por desencadear a crise 
asmática relatada no caso, gerou o mecanismo de hipersensiblidade 
imediata - tipo I, sendo que haverá a ação de principalmente IgE, 
ligando-se a superfície de mastócitos, basófilos e posteriormente 
eosinófilos (licenciado por IL-5 do perfil TH2), os quais liberam 
conteúdos de degranualção, por exemplo, mediadores lipídicos como 
a prostaglandina e leucotrienos (aumenta permeabilidade vascular e 
gera vasodilatação) e a histamina, vasodilatadora e broncoconstritora, 
ocasionando a dispineia, obstrução da passagem de ar pelos brônquios 
por IgA estimular hipersecreçãomucosa, lesão tecidual e febre. O 
tratamento pode ser feito com broncodilatoadores e corticoides, 
responsável por inibir citocinas inflamatórias e via da Fosfolipase A2 
que converte ác aracdônico em prostaglandinas. 
Na resposta contra parasitas helmintos, inicialmente há a 
apresentação da APC para o TCD4+, transformando-se no perfil TH2, 
responsável pelo licenciamento de Bfol por IL-4 para a secreção de 
principalmente IgE, em um 2º contato, vários IgE se ligam a superfície 
de mastócitos, basófilos e posteriormente eosinófilos (perfil TH2 
liberando IL-5) por ligação cruzada, os quais liberam conteúdos de 
degranulação - aminas vasoativas e ecosanoides responsáveis por 
vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e estimulam a 
ação de outras células para a secreção de citocinas pró-inflamatórias. 
A alergia a toxina inoculada pela abelha pode ser explicada pela 
Hiper I - imediata, onde o alérgeno se liga de forma cruzada aos 
receptores de IgE presentes nos mastócitos, basófilos realizando 
degranulação - fase imediata - sensibilização e irritabilidade e, 
estimulando a degranulação de histamina e ecosanoides, os quais 
promovem a vasodilatação e a broncoconstrição, além de ação de 
eosinófilos na fase tardia degranulando os mesmo componente e 
enzimas própria, por exemplo, enzima básica principal, justificando 
os sintomas apresentados. 
O choque anafilático caracteriza-se por decorrência de uma resposta 
sistêmica de hipersensibilidade I - imediata, mediada por IgE, em que 
há a ação de mastócitos, basófilos e posteriormente eosinófilos 
(licenciado por IL-5 do perfil TH2), os quais liberam conteúdos de 
degranualação, mediadores lipídicos (leucotrienos e prostaglandinas) 
e aminovasoativas (histamina), responsáveis por vasodilatação 
responsável por taquicardia compensatória; exsudação plasmática, 
gerando edema, por exemplo, na glote, além da broncoconstrição, 
impedindo a respiração; diminuição da PA, levando a anafilaxia, 
sendo necessário a administração de adrenalina intravenosa por ser 
vasoconstritora e broncodilatadora e de anti-histamínicos e 
corticosteroides como complementares. 
 
#Hiper II - mediada por IgG e IgM 
Na rejeição hiperaguda de transfusão sanguínea, Hiper II, mediada 
por anticorpo, pode ocorrer tanto pelo ABO incompatível, sistema 
glicídico, possuindo ou não Ag A e/ou B, reconhecido de modo 
cruzado por IgM presentes nas membranas de BZM e B1 (T-
independentes), funcionando como BCR, estimulando a diferenciação 
em plasmócitos secretores de IgM, provocando a reação 
transfuncional - hemoaglutinação e hemólise das hemácias do doador 
por ativar SC para formar MAC. Caso a incompatibilidade esteja 
associada ao RH, sistema proteico reconhecido por BFOL (T-
dependente) terá resposta mais efetiva por sofrer processo de 
maturação de afinidade e poder desenvolver células de memória. Além 
disso, a rejeição pode ocorrer por apresentação direta, em que as APCs 
do doador apresentam o antígeno ao TCD4 via MHC-II ou indireta via 
MHC-I pelo TCD8, sem necessidade de APC. Porém, quando esta 
ocorre, temos a chamada apresentação cruzada, feita exclusivamente 
para o TCD8+ que se diferenciam em CLT, ajudando a lesar o tecido. 
Após sequelas de infecções faríngeas recorrentes, por exemplo, pelo 
uso exacerbado de antibiótico pode gerar maior resistência bacteriana, 
podendo provocar a febre reumática que pode ser explicada pelo 
mecanismo hiper II, mediado por Ac, por mimetismo molecular, visto 
que a Ac pode reconhecer prot M da PC da estreptococos pyogenis 
(βhemolíticos), mas também pode fazer reação cruzada com proteína 
presente no miocárdio, se depositando no coração e provocando 
endocardite bacteriana. 
Devido ao acúmulo de espermatozoides e maior tempo de contato em 
um local não imuno privilegiado, o organismo passar a reconhecer 
esses espermatozoides como partículas estranhas. Essas partículas 
estranhas serão processadas por APCs e apresentadas ao linfócito 
TCD4+ que vai ser responsável por produzir citocinas que ativarão os 
LB e os estimularão a tornarem-se plasmócitos, secretores de 
anticorpos específicos ao antígeno que estimulou, inicialmente, a 
resposta imunológica, nesse caso, o autoanticorpo. Caso os antígenos 
sejam polissacarídeos ou lipídeos, a ativação dos LB será 
independente de linfócitos T e acontecerá por ligação cruzada. Os 
anticorpos produzidos atacarão os espermas e induzirão apoptose, seja 
por ligação a leucócitos ou ativação do complemento. Esses 
acontecimentos são típicos da HIPER II; 
Os mecanismos envolvidos na DHRN pertencem à HIPER II, sendo 
o mecanismo de dano aos anticopos IgG da mãe, que ultrapassam a 
membrana placentária através de receptores e, consequentemente, 
atingindo o feto. O IgG na circulação fetal pode funcionar como 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
opsonina, recobrindo a superfície das hemácias fetais. Essas opsoninas 
serão reconhecidas por macrófagos, que como resposta efetora 
realizarão a fagocitose do antígeno opsonisando, além de liberarem 
citocinas inflamatórias, como TNF-α, IL-1 e IL-12, responsáveis por 
ativar o endotélio, recrutando e ativando neutrófilos que também 
passam a realizar a fagocitose, assim como degranulação de conteúdos 
citoplasmáticos sobre as hemácias fetais. Outra consequência da 
opsonização por IgG é a citotoxicidade celular mediada por anticorpos 
(ADCC), mecanismo de ação das células NK, que como resposta 
efetora promove a degranulação, com liberação de perforinas e 
granzimas, as quais levam ao desequilíbrio iônico no interior das 
hemácias fetais, com posterior lise; 
 
#Hiper III - Imunocomplexos 
Após sequelas de infecção da pele ou da garganta com sorotipos de 
estreptococos β-hemolíticos podem formar complexos imunes com o 
antígeno bacteriano que pode ser depositado nos glomérulos renais, 
visto que é um local que recebe alta pressão sanguínea, podendo gerar 
Glomerulonefrite pós-estreptocócica -Hiper III. 
A remoção de imunocomplexos pode ocorrer de forma direta ou 
indireta, a 1ª tem a ação de fagócitos com receptores de Fc de Ac 
opsonizante, o que não for removido por fagocitose, haverá a ação de 
eritrócitos e plaquetas que deixarão os complexos mais solúveis que 
se ligarão ao SC e irão para o Sistema Reticuloepitelial do baço ou do 
fígado, onde será poderá realizar a remoção por ação de Mθ presentes. 
A Lupus Eritematosa Sistêmica é doença autoimune que possui 
autoainticorpos contra componentes do núcleo de células, formando 
assim imunocomplexos que, quando não são removidos, acumulam 
em locais de maior PA, depositando em articulações, glomérulos 
renais, pele e vasos sanguíneos, gerando inflamação a nível sistêmico. 
 
#Hiper IV -Tardia – 
mediada por célula (TCD4+ e TCD8+) 
DM I pode ser explicado pelo mecanismo de HIPER IV, em que após 
o primeiro contato (Sensibilização), os LT de memória, através do 
perfil TH1, vão licenciar células dendríticas que, por apresentação 
cruzada (via MHC-I), apresentarão aos TCD8, causando lise nas 
células β-pancreáticas por liberação de enzimas citolíticas. 
A dermatite de contato pode ser explicada pela Hiper IV - Tardia 
em que há a presença de TCD4+ diferenciados em TH1 induzido pelo 
Ag, tendo a liberação de IFNγ, agindo sobre macrófagos, estimulando 
a liberação de IL-1 e TNF, desencadeando uma resposta inflamatória, 
o que justifica a formação das pápulas eritematosas apresentadas pela 
paciente. 
A Tuberculose é um tipo de Hiper IV em que a bactéria intracelular 
M. tuberculosis entra pelas vias aéreas e aloja-se nos pulmões 
desencadeando inflamação mediada por citocinas de macrófagos, que 
tentam fagocitar o micróbio, porém, eles podem sobreviver em 
fagócitos, pois componentes da parede celular inibem fusão dos 
fagolisossômica. Entretanto, atingem linfonodos de drenagem e 
ativam TCD4+ que se transforma em TH1 p/ licenciamento de novos 
macrófagos,que possuem maior capacidade de realizar a fagocitose 
desse antígeno. No entanto, a ativação prolongada de células T leva à 
formação de granulomas, que podem cercar as bactérias e são 
associadas a necrose central - caseosa, que é causada por produtos de 
macrófagos tais como IROS, NO e enzimas lisossomais, além de 
liberar PGF-β recrutando fibroblastos p/ fibrose, o que gera lesão 
tecidual. 
 
A presença de macrófagos, células T e células de langerhans 
demonstram a presença de resposta imune celular; a presença de 
fibroblastos, a reparação tecidual por fibrose e a presença de parasitas, 
a persistência da infecção, formando o granuloma sendo típico de 
inflamação crônica para tentar combater o Ag. Isso marca a 
hipersensibilidade tardia - tipo IV. Tal fato indica a formação de 
células TCD4+ diferenciadas em perfil TH2, por IFNγ, licenciando 
macrófagos crônicos de via alternativa diferenciados em graus de 
celularidades - epitelioides e gigantoides, secretando TNF para a 
necrose e PGF na tentativa de reparo por fibrose, mas consequente 
destruição. 
 
#Bactérias 
As bactérias Gram – possuem uma parede de peptídeoglicano e uma 
membrana externa que a recobre, diferentemente das Gram+. O 
espaço entre essas duas paredes permite que as – desenvolvam um 
mecanismo de toxicidade mesmo após sua morte. No caso clínico 
apresentado, o antibiótico bactericida matou as bactérias, porém, 
estas liberaram as endotoxinas da LPS que estavam em seu interior, o 
que aumentou os sintomas apresentados pela criança. Assim que a 
toxicidade foi combatida e não havia mais bactéria no organismo da 
criança, a patologia cessou. 
As Gram- apresentam LPS em sua membrana externa da parede 
celular, dentre os componentes da LPS têm-se o lipídio A, endotoxina 
liberada quando a célula for destruída, promovendo liberação de 
mediadores da inflamação - citocinas liberadas por macrófagos e 
estimulação de COX para converter ác aracdônico em 
prostaglandinas, assim como ativação de proteínas de fase aguda e SC, 
o que acaba acarretando em sintomas sistêmicos, como por exemplo, 
febre, fraqueza, dores, podendo evoluir para um choque séptico por 
disseminação bacteriana e, consequente, excesso de ativação de 
citocinas gerando colapso circulatório e coagulação intravascular. As 
Gram- são mais resistentes a antibióticos como a penicilina, mas são 
degradados por antibióticos β-lactâmicos auxiliados por EDTA, 
capaz de enfraquecer sua membrana externa e gerar poros na camada 
peptídeoglicana de sua parede celular. 
As Gram+, que apresentam parede celular grossa formada por várias 
camadas peptídeoglicanas com ác teitoicos, são as principais 
responsáveis pela secreção de exotoxinas, afetando as estruturas do 
organismo de forma mais específica, vale ressaltar que essas 
exotoxinas podem ser alteradas, transformando em toxoides, os quais 
podem ser utilizados em vacinas para ativação de antitoxinas no 
organismo para criar uma memória imunológica. As gram+ são 
sensíveis aos antibióticos como a penicilina, que ataca diretamente a 
parede celular, afetando a ponte cruzada das cadeias laterais das 
camadas peptídeoglicanas. 
Aminoglicosídeos - inibidores da síntese proteica (por alterações do 
RNAm e nas partes 30s e 50s ribossômicas). Inibidores da síntese de 
ác nucleicos (impede proliferação do material genético) e Inibidores 
da síntese de metabólitos essenciais. 
Os antibióticos β-lactâmicos impedem a formação de ligação cruzada 
entre os peptídeos durante a formação do peptídeoglicano, 
funcionando como transpeptidases, impedindo a associação dos 
peptídeos NAG. Além disso, aumentam a ação de autolisinas, enzimas 
que clivam as ligações entre polissacarídeos para adição de NAG e 
NAM. Como esse processo ocorre de modo desregulado, a parede 
celular bacteriana não será formada de modo eficiente. Há também os 
antibióticos pertubadores de membrana plasmática, 
Giovanne Nobre, 3º período - 2021 
Resumo Imunologia 
A paciente, ao apresentar quadro clínico característico de infecção 
urinária, poliúria disúria e micção frequente, deverá ser solicitado 
exame de urina e gram em gota. No caso da paciente, é necessário 
que faça devida higienização vaginal, devido a própria microbiota 
possuir bactérias gram+, bacilos de doderlein, e, além disso, caso 
tenha secreção vaginal, apresentará camadas de epitélios na amostra, 
o que dificulta a realização do teste, sendo necessário fazer nova 
coleta. Com relação, ao uso de gram em gota, é necessário para saber 
qual antibiótico deverá ser usado, visto que gram + e - apresentam 
diferenças na constituição da parede celular. 
Poderia ser utilizado o exame de urocultura aliado ao antibiograma, 
ao coletar a urina da paciente, coloca-se as amostras bacterianas em 
placas de petri, em um meio de cultura favorável para a sua 
proliferação - difusão em Agar e, logo após, utiliza-se diferentes 
antibióticos para saber se apresenta halo de inibição - método de 
diluição, demonstrado a sensibilidade ou resistência bacteriana a 
determinado antibiótico, detectando a medicação mais adequada e 
utilizando o método da diluição para saber a melhor concentração 
indicada no tratamento. 
O principal mecanismo de patogenicidade bacteriano utilizado por 
este microrganismo foi a presença de fímbrias, que possue proteína 
pilina, altamente modificáveis que possibilitam tanto a adesão da 
bactéria no trato genitourinário da paciente como também a 
comunicação entre as bactérias ali presentes, possibilitando a troca de 
material genético e reprodução por conjugação. 
Bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos resistem à fagocitose 
e contêm resíduos de ácido siálico inibem ativação do sistema 
complemento pela via alternativa, o que dificulta sua eliminação. 
Aliado ao uso de imunossupressores, aumenta a virulência e a 
capacidade de gerar a doença, podendo apresentar cronicidade devido 
a persistência da infecção, ativando a via alternativa de macrófagos, 
secretores de substâncias anti-inflamatórios, IL-10 e PGF, gerando 
necrose e recrutando fibroblastos, promovendo a fibrose, 
caracterizando a formação de granuloma em torno dessas bactérias, 
típicos de infecções persistentes. 
O uso de dipirona leva a agranulocitose, ou seja, impede a 
degranulação de substâncias microbicidas por Nθ, Eθ e Bθ, gerando 
imunossupressão e possibilitando, por exemplo, a ação de fungos 
oportunistas. 
A meningite pode ser causada tanto por infecção bacteriana quanto 
virótica, sendo feita a punção do liquor cefalorraquidiano para a 
distinção, pois no caso da bacteriana, o liquor apresentará aspecto 
turvo, pelo aumento de células brancas, além disso nos exames 
solicitados apresentará alta de polimorfonucleados, proncipalmente 
neutrófilos, e proteínas de fase aguda para processo inflamatório e 
maior consumo metabólico de glicose gerando glicemia. No caso da 
meningite virótica, o liquor se apresentará límpido pela presença de 
O2, tendo em vista que o vírus é um parasita intracelular obrigatório 
de células aeróbias, e os exames com aumento de mononucleados, NK 
e linfócitos T, porém proteína de fase aguda e glicemia mantêm-se sem 
alterações significativas. 
 
#Vírus 
O vírus do HIV esconde seus sítios de ligação em “dobras”, os quais 
fazem ligação específica com o marcador de superfície CD4 que 
alcança esse local e se liga ao vírus, tendo a resposta mediada por 
celular. No entanto, por ser o responsável por essa resposta, haverá 
uma sobrecarga de TCD4+ e aliado a alta virulência, principalmente, 
por elevada taxa de alterações antigênicas desse vírus, gerará alta 
destruição dessas células e até mesmo ação de TCD8+ promovendo a 
lise dessa célula infectada. Tudo isso, acarreta na imunodeficiência, 
permitindo ação de doenças oportunista, tendo em vista que os Perfis 
TH1 contra vírus e bactérias intracelulares, TH2 contra helmintos e 
TH17 contra fungos e bactérias extracelulares.Em doenças virais, para reconhecer esse antígeno viral, terá uma 
apresentação via MHC-I, expresso por qualquer célula nucleada ou via 
célula dendrítica por apresentação cruzada. A principal célula 
linfocitária no combate viral é o TCD8+, ativado em sua forma 
citotóxica e o perfil TH1 dos TCD4+, que vão atuar liberando IFN-λ, 
atuando na formulação de um estado antiviral. A resposta efetora do 
TCD8 se dá pela liberação de perforinas e granzimas. Assim como 
haverá o estímulos de NK devido produção de IFN-I pelas células 
infectadas, tendo mecanismo efetor análogo ao do TCD8+. 
 
 
#Fungos 
A partir do uso de antibióticos, inicialmente de amplo espectro, para o 
tratamento da infecção urinária, gera a depleção da microbiota natural, 
aliado ao estresse demonstrado pela paciente, sendo que a liberação de 
cortisol é imunossupressora, facilita a ação de doenças oportunistas, 
tendo como, por exemplo, a candidiase, que afeta principalmente o 
trato urogenital, ligando-se por suas pseudo-hifas as células parietais 
e possuindo protease e lípases que auxiliam no aumento de sua 
virulência. Apresentando no exame de urina rotina a presenças de 
leverudiformes e pseudo-hifas, além de apresentar sintomas de 
ardência e corrimento esbranquiçado. 
*A penetração da faca no organismo ativará o sistema imunológico, 
reconhecendo-a como Ag, de forma que haverá inicialmente a ação de 
células fagocitárias, Nθ e Mθ, as quais não conseguirão realizar a 
fagocitose, devido tamanho exacerbado desse Ag, sendo assim, haverá 
o estímulo para outras células que realizam degranulação, como a NK, 
representando a imunidade inata, ativada na ausência de MHC-I e 
TCD8+, a qual necessita de apresentação via MHC-I para ser ativada, 
ambas, quando ativadas, realizam a degranulação de perforinas, que 
criam poros na superfície das células infectadas, permitindo a entrada 
de granzimas que desencadeiam desequilíbrio iônico e consequente 
lise celular. 
 
 Bactérias Vírus Fungos 
SII Extra - LPS -↑- via da 
lectina do SC p/ → MAC e 
opsonina p/ Mθ. Intra - 
IFN- I de c. infectadas -↑- 
NK e IFNγ de TH1 -↑- Mθ. 
IFN- I de células 
infectadas ativam 
NK 
Nθ - por 
dectina 
fungicidas 
IROS, enz 
lisoss e 
fagocitose. 
SIA Extra - IH - Ac de BZM e 
B1 p/ PC polissac. e Bfol 
p/ proteico, Neutraliza e 
opsoniza, induz TH17 e se 
fagicitado, TH1-↑-
fagócitos→IROS e PFA. 
Intra - TCD4 em TH1 com 
IFNγ p/ -↑- fagócitos 
microbicidas - hiper IV- 
granuloma. 
IH - Ac liga-se ao 
envelope ou Ag do 
capsídeo- 
neutraliza e 
opsoniza p/ SC - 
MAC na MP Plip e -
↑- Mθ. TH1 → IFNγ 
licenciando TCD8+ 
com nucleases, 
perforina e 
granzima 
IMC - TH1 
protegendo 
de fungos 
intra e TH17 
recruta Nθ e 
monócitos. 
Fuga Extra - Variação Ag, inibe 
SC, cápsula resite a 
fagocitose. Intra - inibe 
fagolisoss. Endósporos - 
vive no fagócito, resiste a T 
e P β-lactamase, biofilmes, 
endo e exotoxinas. 
Bloqueio da via de 
MHC-I, Variação 
Ag, receptor inibe 
NK, citocinas 
antagônicas. 
Toxina x 
síntese prot, 
cápsula, 
resiste a anti- 
fúngicos.

Continue navegando