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“Em todos os casos”. (nº 107-110.) Vivian: “Se o trabalho nas minas fosse proibido até os 14 anos, será que os pais não envia- riam as crianças para fábricas etc.?” — “Em regra, não.” (nº 174.) Trabalhador: “Abrir e fechar as portas parece fácil. É uma tarefa muito penosa. Sem levar em conta a contínua corrente de ar, o garoto está preso exatamente como se estivesse numa cela escura de cadeia”. O burguês Vivian: “O garoto não pode ler enquanto cuida da porta, caso ele tenha uma luz?” — “Primeiro, ele teria de comprar as velas. Mas, além de tudo, isso não lhe seria per- mitido. Ele está aí para cuidar de seu serviço, tem de cumprir uma obrigação. Nunca vi um menino lendo dentro da mina.” (nº 139, 141-160.) 2. Educação. Os trabalhadores das minas reivindicam uma lei tornando obrigatório o ensino para as crianças, como nas fábricas. Con- sideram a cláusula da Lei de 1860, pela qual se exige certificado escolar para o emprego de meninos de 10 a 12 anos de idade, como pura ilusão. O “penoso” processo de interrogatório dos juízes de instrução capitalistas torna-se aqui verazmente cômico.317 OS ECONOMISTAS 124 317 De modo idêntico à nota 82* damos aqui uma versão a partir do original inglês do diálogo relativo às cláusulas educacionais: “Ela (a lei fabril) é mais necessária contra os patrões ou contra os pais?” “Acho que é necessária contra ambos.” “O Senhor (you) não pode dizer se ela é mais necessária contra um ou contra o outro?” “Não; dificilmente eu poderia responder a essa pergunta.” (nº 115, 116.) “Parece haver por aí algum desejo da parte dos empregadores de que os garotos tenham as tais horas para poderem ir à escola?” “Não; as horas nunca são encurtadas para esse propósito.” (nº 137.) Kinnaird: “O Senhor diria que os mineiros do carvão geralmente aperfeiçoam a instrução deles, ou será que eles não regridem e perdem qualquer vantagem que tenham conseguido?” “Eles geralmente se tornam piores: eles não melhoram; adquirem maus hábitos, vão para a bebida, o jogo e coisas assim, e naufragam completamente.” (nº 211.) “Fazem eles qualquer tentativa dessa espécie (para providenciar instrução) tendo escolas noturnas?” “Há poucos distritos do carvão onde funcionam escolas noturnas e talvez alguns garotos cheguem a ir a essas escolas; mas eles estão fisicamente tão exaustos que vão lá para nada.” (nº 454.) “Os Senhores são, portanto”, conclui o burguês, “contra a educação?” “Certamente não, mas etc.” (nº 443.) “Mas eles (os empregadores) não estão obrigados (pela lei de 1860) a exigi-los (os certificados escolares)?” “Pela lei estão, mas não estou sabendo que eles realmente sejam exigidos pelos emprega- dores.” “Então é sua opinião que essa provisão da lei que exige certificados não é em geral cumprida nas minas de carvão?” “Ela não é cumprida.” (nº 443, 444.) “Os homens aí têm grande interesse por essa questão (do ensino)?” “A maioria deles tem.” (nº 717.) “Eles estão muito ansiosos para ver a lei cumprida?” “A maioria está.” (nº 718.) “O Senhor pensa que, neste país, qualquer lei que se passe (...) pode ser realmente eficaz a menos que a população ajude a colocá-la em prática?” “Muito homem poderia querer se opor a empregar um garoto (a boy), mas ele talvez ficasse marcado por isso (marked by it).” (nº 720.) “Marcado por quem?” “Por seus empregadores.” (nº 721.) “O Senhor (you) pensa que os empregadores encontrariam qualquer falta num homem que obedeceu à lei (...)?” “Creio que sim.” (nº 722.) “O Senhor já ouviu de algum trabalhador objetando empregar um garoto entre 10 e 12 anos e que não soubesse escrever ou ler?” “Não se dá opção aos homens.” (nº 123 [sic].) “Os Senhores apelariam para a interferência do Parlamento?” “Penso que, se alguma coisa deve ser efetivamente feita na educação das crianças dos mineiros de carvão (colliers), terá de ser tornada compulsória por lei do Parlamento.” (nº 1634.) “O Senhor (you) colocaria essa obrigação só para os mineiros do carvão ou para todo o operariado da Grã-Bretanha?” “Vim para falar pelos mineiros de carvão.” (nº 1636.) “Por que o Senhor os distinguiria (os garotos das minas) dos outros garotos?” “Porque acho que são uma exceção à regra.” (nº
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