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N235 - MAT NATURAIS E ARTIFICIAIS Aula 09 2 MATERIAIS CERÂMICOS • Denomina-se cerâmica a pedra artificial obtida por processos que iniciam na extração e preparação da matéria-prima, moldagem, secagem e cozedura (queima) de argilas ou de misturas contendo argilas. • A denominação cerâmica compreende todos os materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas. DEFINIÇÃO • Nos materiais cerâmicos ocorrem ligações iônicas e/ou covalentes. • As composições químicas e estruturais desses materiais podem variar de maneira considerável. • Assim, as propriedades dos materiais cerâmicos também variam bastante devido às diferenças de suas ligações. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO • Cerâmica é a pedra artificialmente obtida pela moldagem, secagem e cozedura de argilas ou misturas contendo argilas. • A argila como material de construção começou a ser utilizada pela sua abundância, pelo custo reduzido e por ser um material que, na presença de água, pode ser moldado facilmente, secando e endurecendo na presença de calor. • Além disso, o uso dos produtos cerâmicos produzidos a partir do cozimento das argilas surgiu da necessidade de um material similar às rochas nos locais onde havia a sua escassez ARGILAS UTILIZADAS NA FABRICAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS • Caulinita: são as argilas consideradas mais puras. Utilizadas na fabricação de porcelanas, materiais refratários e em cerâmicas sanitárias. • Montmorilonita: por ser um material absorvente é pouco utilizada sozinha. É aplicada em misturas às caulinitas para corrigir a plasticidade. • Micáceas: são muito utilizadas na fabricação de tijolos. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO EMPREGO • Fusíveis: são aquelas que se deformam a temperaturas menores de 1200°C. Utilizadas na fabricação de tijolos e telhas, grés, cimento, materiais sanitários. • Infusíveis: são resistentes a temperaturas elevadas. Utilizadas para a fabricação de porcelanas. • Refratárias: não deformam a temperaturas da ordem de 1500°C e possuem baixa condutibilidade térmica, sendo utilizadas para aplicações em que o material deva resistir ao calor, como na construção e revestimentos de fornos. PROPRIEDADES DAS ARGILAS • Plasticidade: um material possui plasticidade quando se deforma sob a ação de uma força e mantém essa deformação após cessar a força que a originou. A plasticidade das argilas é em função da quantidade de água presente no material. Quanto mais água, até certo ponto, maior a plasticidade da argila e a partir desse ponto, se for adicionada mais água, a argila se torna um líquido viscoso. Quanto mais pura a argila, mais plástica é a sua mistura com água e quanto maior a temperatura, menor a plasticidade, porque a quantidade de água é reduzida. Existem substâncias que aumentam esta plasticidade (carbonatos, hidróxidos, silicatos e oxalatos) ou as que diminuem (ar incorporado, detergentes, sabões, pó de minerais, areia e pó de cerâmica). Estas substâncias são usadas como aditivo para correções na fabricação da cerâmica. A plasticidade depende também do tamanho, formato e comportamento químico dos grãos. PROPRIEDADES DAS ARGILAS • Ação do calor: nas argilas, a ação do calor pode ocasionar variação na densidade, porosidade, dureza, resistência, plasticidade, textura, condutibilidade térmica, desidratação e formação de novos compostos. As argilas cauliníticas perdem pouca água em temperaturas inferiores a 400°C, mas acima desta temperatura perdem água de constituição (água combinada quimicamente), modificando sua estrutura. As argilas em que predomina a montmorilonita perdem quase toda a água a 150°C e as micáceas a 100°C, sendo que ambas começam a perder água de constituição a partir de 400°C. • Retração e dilatação: a caulinita se dilata de modo regular, perdendo água de amassamento de 0°C a 500°C e contrai-se em temperaturas de 500°C a 1.100°C. As argilas micáceas dilatam-se progressivamente até 870°C, contraindo-se em seguida. PROPRIEDADES DAS ARGILAS • Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total de material. Quanto maior a porosidade, maior a absorção de água e menor a massa específica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a resistência à abrasão. Quanto maior a comunicação entre os poros, maior é a permeabilidade; ou seja, a facilidade de líquidos e gases de circularem pelo material. A porosidade das argilas depende dos seus constituintes, da forma, tamanho e posição das partículas (argilas de grãos grossos são mais permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de fabricação. A porosidade age diretamente na capacidade calorífica do material, já que em um poro a propagação do calor só é possível por radiação, ou seja, exemplificando, um forno revestido com material mais poroso (um refratário) pode ser aquecido e resfriado muito mais rapidamente e eficientemente. PROPRIEDADES DAS ARGILAS • Composição e impurezas: alguns constituintes presentes nas argilas podem melhorar suas propriedades, enquanto alguns podem ocasionar defeitos aos produtos. Compostos de sílica e de alumínio fazem parte da constituição principal das argilas. A sílica pode estar presente de maneira livre ou combinada. Quando livre, aumenta a brancura do produto cozido, diminui a plasticidade, reduz a retração, diminui a resistência à tração e à variação de temperatura e causa variações na refratariedade. Os compostos de alumínio diminuem o ponto de fusão e a plasticidade e aumentam a resistência, a densidade e a impenetrabilidade do produto cozido. Compostos alcalinos e de ferro diminuem a plasticidade e a refratariedade, sendo que o último dá cor vermelha ao material. Compostos cálcicos desprendem calor e aumentam de volume, podendo ocasionar rompimento da peça. A fim de eliminar ou reduzir as impurezas, a argila pode passar por processos de purificação. Esses processos podem ser de natureza física como uma lavagem ou peneiramento e de natureza química, que envolvem modificação na temperatura, combinação entre alguns compostos e inibição da atividade de outros. OBTENÇÃO DA CERÂMICA • a) Extração de argila e composição: normalmente a argila vermelha, extraída em laterais de rios ou barrancos, é utilizada para tijolos, telhas, lajotas e ladrilhos. As argilas claras, tipo caulim, utilizadas para azulejos, porcelanas, etc. • b) Preparo da matéria prima: constitui-se nas misturas e na maceração das argilas, para eliminação de nódulos que comprometeriam a qualidade do produto final. Nas pequenas olarias, de trabalhos manuais, essa maceração é feita de maneira rudimentar com um moinho de tração animal. Nas olarias de telhas, o equipamento utilizado é chamado “maromba”. • c) Moldagem: é diferente para os diversos produtos cerâmicos. Com pasta seca ou semi- seca (4 a 10% de água) molda-se com prensas (azulejos, pisos, tijolos e telhas). Com pasta plástica consistente (20 a 35% de água) molda-se em formas de madeira ou torno de oleiro (vasos, potes, etc.). Com pasta fluida (30 a 50% de água) molda-se em formas porosas de gesso e, depois de seca, a peça descola desta (porcelanas, louças sanitárias e peças de formato complexo). OBTENÇÃO DA CERÂMICA • d) Secagem: se a cerâmica for úmida para o forno aparecem tensões internas e o consequente fendilhamento. Um tijolo, por exemplo, contém cerca de 1 kg de água após a moldagem, e a secagem é feita ao ar livre e leva de 3 a 6 semanas, em pequenas olarias. Nas olarias maiores pode-se utilizar a secagem por ar quente-úmido e por radiação infravermelha, o que dá um controle rigoroso dessa fase, com custo elevado. • e) Cozimento: é a fase final do processo produtivo da cerâmica. Nas pequenas olarias os fornos são à lenha, onde os materiais crus são colocados manualmente (empilhados). Como a lenha é posta na parte inferior, obtém-se geralmente,tijolos supercozidos nas primeiras camadas, bons tijolos nas fiadas intermediárias e tijolos quase crus nas superiores. Os outros tipos de fornos têm produtos mais satisfatórios porque são contínuos, isto é, os materiais entram sobre vagonetes e recebem toda a caloria do processo. • f) Esfriamento: Nesta fase o único cuidado é evitar um resfriamento muito brusco, que pode fendilhar a peça pela rápida retração. PRODUTOS CERÂMICOS Tijolos e telhas • Tijolo comum (maciço) • Tijolo furado • Telhas cerâmicas PRODUTOS CERÂMICOS Azulejos e afins • Os azulejos são obtidos a partir de uma mistura de argilas, caulins, areia e outros minerais, prensando em moldes metálicos, queimada a mais de 900°C e esmaltada numa das faces pela fusão de um esmalte, geralmente em segunda queima. • Na fábrica a classificação é feita visualmente num conjunto de peças colocadas num painel devidamente iluminado, como o observador a: →1 metro de distância – sem defeitos visíveis = classe A →1 metro de distância – com defeitos visíveis = classe B →3 metros de distância – com defeitos visíveis = classe C BIBLIOGRAFIA DA AULA - BIBLIOGRAFIA DISCIPLINA
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