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Rotação por estações em Álgebra Linear

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1
ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES EM ÁLGEBRA LINEAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR
Pierre Amorim Soares *1
Resumo: O mundo vive um grande processo de modernização de serviços e processos,
logo na educação, apesar das resistências, não poderia ser diferente. O uso de
metodologias ativas tem se tornado cada vez mais comum em todas as partes do mundo.
No texto é feito um relato de um experimento de aplicação de uma metodologia ativa no
ensino superior para cursos de Engenharia e Ciências da Computação e também uma
análise dos resultados obtidos desse experimento.
Palavras-chave: Metodologias ativas. Rotação por estações. Ensino-aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
As inovações tecnológicas e o crescimento do acesso as tecnologias estão
mudando a forma como nos comunicamos, como nos informamos, como consumimos
conteúdo e isso, com certeza, afeta o modo como aprendemos e como desenvolvemos
habilidades para a vida em sociedade. No entanto, grande parte das instituições de ensino,
em todos os níveis, ainda pensam o ensino de um modo muito tradicional, onde o
professor é o detentor do conhecimento e os alunos apenas recebem o conteúdo sem
contribuir com o processo de aprendizagem. Esse modelo, conhecido como educação
bancária, tem se mostrado cada vez mais ineficaz e tem gerado um grande desgaste tanto
por parte dos alunos, que vivem em um mundo totalmente conectado e se veem presos na
estrutura rígida das salas de aula tradicionais, quanto por parte dos professores que não
conseguem despertar o interesse dos alunos e acabam tendo que lidar com indisciplina e
indiferença dos alunos. Na nossa atual cultura digital, há um grande volume de
informações que necessita gerar uma reorganização dos saberes (Santiago, Canto-Dorow,
& Pigatto, 2018).
1* Professor do ciclo básico dos cursos de engenharia na Universidade Veiga de Almeida.
pierre.soares@uva.br
mailto:pierre.soares@uva.br
2
Esse cenário, cada dia mais comum, nos leva como professores a refletir a nossa
prática e os métodos utilizados em sala de aula a fim de conseguir melhores resultados, ou
seja, conseguir envolver os alunos no processo de ensino-aprendizagem. As metodologias
ativas auxiliam nesse sentido, pois modificam o papel do professor e do aluno. O aluno
precisa ser o ator principal e o professor deve atuar como um tutor, um orientador que
conduz o aluno ao objetivo final que é a apropriação de determinado conhecimento ou
conjunto de habilidades e competências que serão necessárias para esse indivíduo em
sua vida como membro de uma sociedade. Para Moran & Bacich (2018) aprendemos de
forma ativa ao longo de toda a nossa vida através do enfrentamento de desafios cada vez
mais complexos, por isso é necessário que o processo de ensino-aprendizagem seja mais
ativo.
A internet, a democratização de seu uso e a crescente presença de dispositivos
conectados na vida dos indivíduos também propicia novos modelos de aprendizado nos
quais a utilização da internet como meio de aquisição de informação é comum e presente
no cotidiano, principalmente das novas gerações. A mistura desses meios mais autônomos
de aquisição de informação com encontros presenciais de discussão e orientação de um
professor forma o Ensino Híbrido, caracterizado por misturar os modos presencial e online
de ensino (Barion & Melli, 2017). O ensino híbrido pode auxiliar na obtenção de um ensino
mais personalizado, pois cada aluno pode, através de pesquisas na internet sob a
orientação do professor, aprender no seu ritmo e suprir suas dificuldades sem prejuízo
para os outros alunos.
O presente texto traz uma análise do uso de uma metodologia ativa, a rotação por
estações, em uma aula do curso de álgebra linear no ciclo básico das engenharias na
Universidade Veiga de Almeida. Essa disciplina está presente no segundo período de
todos os cursos de engenharia da universidade e, normalmente, é ministrada em um
modelo bem tradicional, isto é, com aulas expositivas e avaliações pontuais. O objetivo
desse texto é mostrar como a utilização de metodologias ativas pode melhorar o
ensino-aprendizagem da disciplina.
3
2 ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES
No contexto da sala de aula da atualidade, “a questão central está justamente em
pensar em metodologias em que o aluno esteja no centro do processo de aprendizagem”
(Oliveira & Pesce, 2018). Todas as metodologias que colocam o aluno como protagonista
desse processo são ativas e existem várias metodologias diferentes: sala de aula invertida,
aprendizagem baseada em projetos, rotação por estações, laboratório rotacional entre
outras.
No modelo de rotação por estações os alunos são divididos em grupos, e cada
grupo se reúne para a realização de uma tarefa. Após um tempo determinado previamente
os alunos mudam de lugar e recebem uma nova tarefa. Cada tarefa configura uma estação
e o ciclo se repete até que os alunos tenham percorrido todas as estações, não havendo
uma ordem predefinida. Nessa modalidade é possível mesclar atividades a serem
realizadas pelo grupo inteiro, através de discussão e da resolução de problemas, com
atividades que podem ser realizadas individualmente e online, como assistir vídeos ou
pesquisar sobre o assunto que está sendo tratado. Por esse motivo a rotação por estações
enquadra-se na modalidade do ensino híbrido. Essa metodologia possibilita que o aluno
seja bastante ativo no processo de aprendizagem, pois em cada estação de trabalho em
grupo os alunos são estimulados pelo professor a discutir e colaborar uns com os outros,
dessa forma ocorre uma aprendizagem por pares, uma vez que um aluno contribui para o
aprendizado do outro. Enquanto isso o professor pode circular pela sala para ajudar em
casos que necessitam de uma maior atenção individual.
A rotação por estações promove uma quebra da estrutura tradicional de uma sala de
aula com carteiras dispostas em fileiras e o professor como centro do processo (Oliveira &
Pesce, 2018). Os alunos estão agrupados contribuindo para o aprendizado de todos e o
professor orientando a realização das atividades. Além de promover uma aprendizagem
mais ativa a metodologia da rotação por estações desenvolve a autonomia do aluno, que é
incentivado a buscar a solução para o problema proposto para a estação em que está.
Durante o planejamento de uma atividade de rotação por estações o professor deve
levar em conta a importância de atividades que envolvam o trabalho colaborativo e
4
atividades individuais (Bacich & Moran, 2015). Ainda na fase do planejamento, deve-se
pensar em atividades que sejam independentes entre si, apesar de estarem ligadas e
relacionadas ao objetivo da aula, porque os alunos devem trocar de estações sem seguir
uma ordem definida, ou seja, as estações não devem ser sequenciais, o aluno deve ser
capaz de realizar a tarefa proposta para uma das estações independentemente de ter
passado pelas outras. Assim, para um grupo uma estação pode ser a primeira, mas para
outro essa mesma estação ser a última, sem que isso traga prejuízos a realização da
atividade.
Ainda na fase de planejamento o professor deve considerar os diferentes estilos de
aprendizagem, de maneira que as diferentes estações usem modos variados de trabalhar
o conteúdo daquela aula, visando um maior aproveitamento da atividade. Outro ponto a ser
considerado é a avaliação da aprendizagem que deve ser feita, preferencialmente, ao final
da aula a fim de verificar o aproveitamento da atividade. Aqui a avaliação não precisa ser
para atribuir nota, o importante é acompanhar o processo e o desenvolvimento do
estudante.
3 PROCEDIMENTOS
A atividade de rotação por estações foi realizada em uma turma da disciplina de
Álgebra Linear, que conta com alunos dos cursos de engenharia e ciências da
computação, da Universidade Veiga de Almeida.
O tema escolhido para a aula foi Cálculo de determinantes e suas propriedades e
foram planejadas três estações com atividades relacionadas ao tema. Em uma das
estações os alunos tinhamque assistir um vídeo sobre o assunto e em seguida responder
algumas questões relacionadas ao vídeo. Em outra os alunos tinham um roteiro indicando
os passos que deveriam ser seguidos para efetuar o cálculo do determinante de uma
matriz de ordem 3. Na outra estação os alunos deveriam usar um software para realizar
cálculos de determinantes e investigar as propriedades dos mesmos. Nessa etapa os
alunos foram divididos em nove grupos, devido ao grande número de alunos, e havia três
estações de cada para que cada grupo ficasse em uma estação.
5
Após o término da etapa de rotação por estações, houve um momento de
explicação do conteúdo, onde foi possível reforçar os conceitos que eram fundamentais,
discutir os resultados e construir conclusões sobre o que foi observado durante as
atividades das estações. Nessa etapa foram mostrados outros exemplos para explorar
mais propriedades dos determinantes.
Por último foi realizada uma avaliação utilizando o Kahoot (Plataforma on-line para
realização de quizzes). Aqui os alunos responderam às questões propostas em grupos e o
Kahoot funciona como um jogo de perguntas e respostas em que os alunos vão marcando
pontos à medida que vão respondendo as perguntas e ao final o site mostra uma
classificação. Essa competição gera uma grande participação dos alunos que se sentem
motivados a participar e tentar vencer. Como estímulo extra havia chocolates como
prêmios para os três grupos melhores classificados.
4 RESULTADOS
A fim de compreender a relevância dessa atividade para os discentes, ou seja, a
contribuição da metodologia na compreensão e apropriação dos componentes curriculares,
foi realizada uma pesquisa com os participantes através de um formulário do Google
contendo perguntas abertas e fechadas de identificação do participante, sobre a sua
percepção sobre a atividade, sobre o professor e sobre o aprendizado. Essa pesquisa é
fundamental para avaliar a prática e comparar os resultados com os modelos tradicionais
de ensino do mesmo conteúdo.
O formulário foi disponibilizado para os alunos uma semana após a aula e embora
56 alunos tenham participado da atividade apenas 28 responderam ao formulário de
avaliação da atividade. A seguir serão apresentados alguns resultados dessa pesquisa de
avaliação.
Primeiramente os discentes respondiam questões sobre seu perfil. Aqui vemos que
a maioria dos alunos estão entre 19 e 22 anos. Dos participantes da pesquisa, todos
estavam na sua primeira graduação e ¾ deles não trabalham.
6
Figura 1
Figura 2
A outra seção do questionário era uma avaliação da atividade em si, onde os alunos
colocaram a sua percepção sobre o tempo disponível para as atividades, sobre a
contribuição da atividade para a aprendizagem e sobre o desempenho do professor.
Figura 3
7
Figura 4
Figura 5
Uma outra seção do questionário era de perguntas abertas com intuito de receber
uma resposta mais pessoal dos alunos, onde eles poderiam dizer o que poderia ser
melhorado na atividade e o que eles mais gostaram na atividade. A seguir há algumas
respostas para ilustrar os resultados.
O que poderia melhorar na atividade?
Resposta 1: “Interação com outros grupos, para por exemplo, debater verbalmente
melhores formas de resolução da questão. Acredito que ao apresentar ou debater algo,
você aprende mais, pois está com interação direta e tem que realmente aprender, para
defender certas argumentações.”
Resposta 2: “Na minha opinião para deixar melhor seria explicar antes da estação e do
kahoot.”
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Resposta 3: “Um pouco mais de explicação no final da aula.”
A outra questão foi a seguinte:
Deixe aqui um comentário sobre sua experiência com essa atividade.
Resposta 1: “Foi uma forma diferente e divertida de aprender um assunto que muitas
vezes pode ser chato.”
Resposta 2: “Adorei a experiência, ajudou muito com a matéria de uma forma "menos
pesada", mais divertida, atividades em grupos com essa dinâmica é muito bacana. Sem
falar que o clima de "competição" faz com que o grupo produza mais, renda mais. Bom, eu
acho.”
Resposta 3: “Realmente uma ótima atividade que, além de trazer o assunto de uma forma
diferente e dinâmica, ajudou a criar um senso de equipe e competição amigável e
saudável.”
5 CONCLUSÃO
A modificação das metodologias tradicionais de ensino é urgente, pois o modelo
tradicional de educação bancária não se justifica mais. Vivemos um momento de
desmotivação contínua e crescente por parte dos alunos e dos professores e por isso há
uma grande pressão por mudanças no campo da educação (Moran, 2000).
A experiência relatada nas seções anteriores mostra, através das respostas
positivas dos discentes participantes, que as metodologias ativas de aprendizagem trazem
bons resultados para os alunos, colocando-os em lugar de destaque no processo. Não
apenas tornando a apresentação do conteúdo mais atrativa, mas fazendo com que os
alunos se apropriem daquele conhecimento como podemos ver na figura 4 que mostra que
para a maioria dos alunos o nível de conhecimento sobre o assunto ao final da aula era
maior do que no início e que a atividade contribuiu para essa melhora.
Através das respostas livres também podemos ver que há alunos que ainda
preferem a aula em um formato mais tradicional (resposta 2 à primeira questão), pois pra
esse aluno seria melhor explicar o conteúdo antes. Mas uma boa parte dos alunos preferiu
esse método por criar um ambiente de colaboração, com o conteúdo sendo visto de uma
9
forma mais flexível. O clima de competição também tornou a experiência mais divertida
para eles.
Por fim, vale ressaltar que o experimento foi bastante produtivo e produziu bons
resultados, abrindo possibilidades para novas metodologias mesmo em disciplinas da
matemática, que por costume acabam sendo ensinadas de forma mais tradicional.
REFERÊNCIAS
Bacich, L., & Moran, J. (Junho de 2015). Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista Pátio,
pp. 45-47.
Barion, E. C., & Melli, N. C. (Maio de 2017). OS MODELOS DE ROTAÇÃO POR ESTAÇÃO E
LABORATÓRIO ROTACIONAL NO ENSINO HÍBRIDO DO CURSO TÉCNICO DE INFORMÁTICA
SEMIPRESENCIAL: UM NOVO OLHAR DENTRO E FORA DA SALA DE AULA.
Moran, J. (Setembro de 2000). ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORES COM TECNOLOGIAS.
Informática na educação: Teoria e prática, 3(1), pp. 137-144.
Moran, J., & Bacich, L. (2018). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico
prática. Porto Alegre: Penso.
Oliveira, M. I., & Pesce, L. (julho de 2018). Emprego do modelo rotação por estação para o ensino de língua
portuguesa . Teccogs: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, pp. 103-118.
Santiago, G., Canto-Dorow, T. S., & Pigatto, A. G. (2018). ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES E A
APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR: CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO DISCENTE. Revista
Educacional Interdisciplinar, 7(1).

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