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BLOQUEIOS CRIATIVOS Professora: Esp. Aline Cruz Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Gráfico Thayla Guimarães Qualidade Textual Érica Fernanda Ortega DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CRUZ, Aline; Introdução à Criatividade no Ambiente Organizacional . Aline Cruz; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 24 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Introdução à Criatividade. 2. Ambiente Organizacional. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| BLOQUEIO FAMILIAR: OBEDEÇA AS TRADIÇÕES 09| BLOQUEIO ESCOLAR: INDIQUE A RESPOSTA CERTA 13| BLOQUEIO PROFISSIONAL: BUSQUE A ESTABILIDADE E A ESPECIALIZAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender como as configurações das famílias baseadas na autoridade e na herança dos dogmas religiosos afetam o desenvolvimento da criativi- dade das pessoas. • Entender como a estrutura das escolas, predominantemente balizada na lógica e nas normas e regras rígidas, cria barreiras para o desenvolvimen- to de pessoas criativas. • Perceber como crenças pautadas na estabilidade, conhecimento exces- sivamente especializado pode limitar o potencial criativo dos indivíduos. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Bloqueio Familiar: obedeça as tradições • Bloqueio Escolar: indique a resposta certa • Bloqueio Profissional: busque a Estabilidade e a Especialização BLOQUEIOS CRIATIVOS INTRODUÇÃO introdução Estudaremos como os bloqueios criativos vão sendo absorvidos por nós à medida que vamos sendo influenciados pelo meio – logo, desde que nascemos – e como a criatividade é uma habilidade para encontrar soluções incomuns é preciso que possamos ter liberdade para permitir que ela se expresse minimamente. Na primeira aula, porém, vamos perceber que mesmo sem querer a família interfere e muito para criar ou não, condições para que a criatividade se desen- volva plenamente. Na segunda aula, teremos condições de comparar a jornada das crianças e quanto o sistema educacional formal – vigilante e às vezes puni- tivo – traz poucos recursos para tornar o aprendizado um desafio interessante, atrativo e de fato eficiente no sentido de ajudar a moldar pessoas críticas e capazes de pensar fora da caixa conforme as organizações atuais requisitam. Para finalizar nossa análise da jornada dos efeitos dos bloqueios em relação às pessoas de maneira geral, chegamos na bloqueio profissional, em que nos deparamos com uma série de normas, padrões, áreas e cartilhas definidas em prol na segurança, da estabilidade e do status. Pós-Universo 6 Bloqueio Familiar: Obedeça as Tradições O que sabemos torna-se hábito de ver e de pensar que nos faz ver o novo através dos óculos do velho - e o transforma no que sempre vimos, e tudo continua do jeito como sempre foi Rubem Alves. Pós-Universo 7 Em uma dinâmica de novas descobertas a cada instante, um bebê é, ao mesmo tempo, observador e curioso. Explorador nato, tudo olha e tudo experimenta. Assim, busca saber a textura, o sabor, a função e o significado das coisas. Com esse comportamen- to inquieto por aprender, o indivíduo desde muito cedo segue manipulando objetos, observando expressões e testando respostas. Se chorar na companhia da mãe tem uma determinada reação, na companhia do pai o retorno será diferente e assim por diante. Assim, com o passar do tempo, vai percebendo o ambiente que o cerca e in- troduzindo recursos que, aos poucos, vão ampliando sua capacidade de interagir. Nota-se que com o auxílio da imaginação fica mais fácil para as crianças enfren- tarem as situações desconhecidas e projetar suas primeiras concepções de mundo. No entanto, à medida que vão crescendo, além de transformar objetos em brin- quedos, também começam a imitar pais e irmãos, ter amigos imaginários, inventar histórias, entre outras formas de fantasiar e reagir, de acordo com os exemplos que presenciam e as orientações que recebem (VON OECH, 1983). Contudo, devemos frisar que nem toda casa oferece condições favoráveis para que as crianças explorem diferentes universos e tenha referências adequadas para o seu desenvolvimento criativo. Com frequência, é comum que sejam punidas ou ig- noradas e, ao passo que tem seus comportamentos criticados, gradativamente vão reduzindo a motivação em provar ou apresentar coisas diferentes. Veja que estamos dando enfoque em aspectos relacionados à primeira idade, justamente por pouco se falar do desenvolvimento da criatividade no período que antecede a iniciação escolar, mas é inquestionável a influência da família sobre a maneira com que as crianças encaram e exercitam seu potencial criativo no futuro. Aliás, isso reforça que tão importante quanto nascer com alto nível de criatividade, é o quanto a capacidade criadora da pessoa foi incentivada a partir do momento em que ela nasceu. Vale lembrar que é durante a infância que iniciamos o contato com tudo que está a nossa volta e, por isso, a mediação estabelecida pelo pai, pela mãe ou por qual- quer outro membro da família responsável pela sua criação é tão decisiva para que se torne alguém que exiba coragem, autoestima, autoconfiança e, o mais importan- te, curiosidade sobre os mais variados assuntos (VON OECH, 1983). Pós-Universo 8 Entretanto, apesar da concepção de família ter razoavelmente se modernizado, não podemos ignorar que durante muito tempo foi uma estrutura pautada por prin- cípios balizados no autoritarismo. O ambiente familiar era, então, regido por normas fixadas por uma sociedade conservadora que reproduzia as tradições e as doutrinas herdadas da Igreja. Pregava-se, então, a manutenção da honra e dos bons costumes, sem contar na cultura de soberania dos homens sobre as mulheres. Frente a essa realidade, os filhos, na sua maioria, se comportavam uma conduta baseada na obediência se submetendo às regras estabelecidas. E assim, prevalecia a vontade dos pais nas mais diferentes circunstâncias, sendo o questionamento en- xergado como um gesto de rebeldia e enfrentado, quase sempre, com uma postura severa dos chefes de família. Expressões típicas de famílias tradicionais: 1. Porque sim! 2. Não seja xereta! 3. Isso não é da sua conta! 4. Isso não é assunto para criança! 5. Eu sei o que é melhor para você! 6. Isso não é coisa de menino ou de menina fazer! Contudo, os filhos, como sinal de respeito, tinham que se conformar com uma rotina com limites rigorosamente definidos e controlados. Assim, restava apenas, aceitar as escolhas quanto a autorização para estudar, a profissão a seguir, com quem casar, entre outras restrições quanto a qualquer manifestação de vontade própria até mesmo para pensar, que dirá criativamente. Nesse ambiente, era comum que os pais respondessem coisas parecidas com: Para de ser especula menino! Você é muito xereta! Isso não é da sua conta! Eu é que sei o que é melhor pra você! Porque sim! Entre outros argumentos que mantinham as pessoas condicionadas a não fazer comparações, muito menos perguntas. Em todo caso, veremos no próximo tópico, que esse tipo de postura rígida também en- contravaeco na escola. Pós-Universo 9 Bloqueio Escolar: Indique a Resposta Certa Quando as crianças vão para escola, são pontos de interrogação; quando saem, são frases feitas. Neil Postman Pós-Universo 10 Conforme notamos no decorrer dos nossos estudos, quando pequenos, não poupa- mos esforços para desfrutar das aventuras de um mundo desconhecido, engrenando: imaginação, memória e pensamentos como peças de quebra- cabeça. Mas quando chegamos à escola, o ambiente formal e altamente sistematizado acaba reprimindo nossa criatividade ao invés de instigá-la. É importante considerarmos que a estrutura de escola que temos hoje nasceu no século XVIII, na Prússia, em um contexto em que o Estado tornou obrigatório que os cidadãos frequentassem a escola mais para fortalecer sua supremacia e poder em relação ao povo, do que para garantir direitos de acesso a um bem necessário para as “abrir mentes”. De lá pra cá, esse modelo foi replicado e o objetivo era transmitir conhecimento, para que as pessoas adquirissem bons modos e capital intelectual suficiente para re- passar os valores aprendidos na família e na igreja e não para inventar a roda, trazendo inquietações impróprias, temas polêmicos ou contestando as metodologias empregadas. Desse modo, a função da escola se restringiu a instruir em grande medida, com pensamento pertencente ao senso comum, em outras palavras - formando cidadãos uniformes. Nesse modelo, os alunos passavam a receber novas informações, mas sem extrapolar os conteúdos propostos pelas “disciplinas” que integravam a “grade” curricular - de maneira que as dúvidas isoladas, não dispersassem os demais alunos da classe e, com isso, prejudicasse o andamento do plano de ensino. Dessa forma, o aluno era avaliado, predominantemente, por ser disciplinado na entrega das ativida- des propostas, por assinalar as alternativas indicadas pelo gabarito e, claro, por não questionar a autoridade do professor. Veja que, por motivos claros, a prática pedagógica no decorrer da história é um tanto questionável. O foco em questão não estava em perseguir a novidade ou discutir se a aprendizagem iria tornar o aluno mais consciente e, portanto, mais crítico. Logo, para ser um aluno brilhante, bastava decorar os conteúdos, reproduzi-los e passar nos testes. Assista ao TED mais acessado do mundo: “As Escolas Matam a Criatividade”, em que o Educador Ken Robison traz reflexões importantes sobre a educa- ção transmitida pelo sistema educacional e seus efeitos: Em: <https://www.youtube.com/watch?v=M2pRR_w-5Uk> reflita Pós-Universo 11 Com esse tipo de formato, os alunos perdem a chance de investigar, aprofundar, entender e provocar o espírito criativo para compreender seus papéis na esfera indivi- dual, privada e coletiva – sua noção enquanto cidadão, incrementá-la estabelecendo conexão com as abordagens dos eixos da: biologia, ciência, história, línguas, geogra- fia, política, sexualidade, gênero, economia, cultura etc. “ É o exercício social do conhecimento que permitirá aos alunos dar sentido próprio para o conhecimento oferecido na escola. Essa concepção revela o movimento na avaliação, buscando dar conta da complexidade do ensinar e aprender, como elementos essenciais à promoção humana (MARTINS, 2005, p. 56). Entretanto, em muitos casos, certos assuntos ainda são proibidos ou evitados de ser levantados e, desse modo, vemos alunos passando de ano, tendo noções superficiais de regras, fórmulas e conceitos e que os tornam treinados para atender, basicamen- te, requisitos medianos para passar no vestibular e entrar no mercado de trabalho, de preferência, na profissão que apresente poucos riscos e melhor projeção de salários. No entanto, com o passar das gerações, as invenções, descobertas científicas, revoluções políticas e influências culturais pressionaram alterações na realidade co- tidiana das pessoas e, claro, gerando impacto na maneira com que nós pensamos, porém, a escola não acompanhou integralmente tais mudanças. No entanto, do ensino fundamental à pós-graduação o nível da educação, da aprendizagem e do desenvolvimento escolar tem melhorado, com atualização de parte dos professores, com a ajuda das discussões trazidas pelas novas teorias, entre elas - a construtivista e as abordagens voltadas à andragogia, à heutagogia e pelo advento da tecnologia. Lições erradas do sistema educacional: • Cada problema tem apenas uma resposta. • As respostas foram previamente definidas. Ao encontrar a primeira resposta certa, pare de procurar. Pós-Universo 12 Andragogia e Heutagogia: Andragogia: é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender. O termo remete a um conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças. Enquanto a Heutagogia é o conceito de aprendizagem autodirecio- nada em que o aluno é o gestor e programador de seu próprio processo de aprendizagem através do autodidatismo, autodisciplina e auto-organização. Fonte: Wikipédia (2017, on-line)1. saiba mais No entanto, justamente pelas famílias terem recebido formações que interferem e limitam a maneira como elas veem as mudanças que ocorrem no mundo, a escola deveria se apresentar como um auxílio para dar suporte com ambiente plural e qua- lificado para os alunos preencherem as lacunas de debates sobre temas específicos, polêmicos e não só relacionados ao passado, mas, sobretudo, em relação ao presen- te e ao futuro, em uma perspectiva que aceita e assimila as diferenças sem reservas, preconceitos ou achismos. Essas práticas estimulam a criatividade uma vez que contribuem para que, ao fazerem comparações e questionarem teses, crenças, mitos, tabus, modelos e tudo mais que aprenderam em outros contextos, os alunos venham a se tornar pessoas conscientes de seu papel e não, simplesmente, se tornar parte de uma categoria de alienados diplomados. Pós-Universo 13 Bloqueio Profissional: Busque a Estabilidade e a Especialização Para quem só sabe usar o martelo todo problema é um prego Abraham Maslow Pós-Universo 14 Como forma de compreender um contexto mais amplo acerca dos efeitos dos blo- queios que vamos adquirindo no decorrer da vida, é válido resgatar que ambientes conservadores pautados por mecanismo de comando e controle estão longe de es- timular o espírito criativo nas pessoas. Logo, tradições, dogmas e a submissão não combinam com um comportamento curioso, ousado, questionador e inovador que a era digital propõe e os novos modelos de negócio demandam. Veja que, em geral, as empresas durante muito tempo se assemelharam à lógica das instituições de ensino - no universo empresarial nominado como Top Down. Assim, quando a pessoa “terminava os estudos”, se é que isso é possível, adentrava na estrutura corporativa, encontrava salas repletas de pessoas com formações parecidas, uniformizadas, cumprindo o horário de entrada e de saída, fazendo uma pausa para descanso e sendo monitoradas por alguém com cargo de autoridade – antes repre- sentado pelo professor, agora pelo supervisor ou pelo gerente (VON OECH, 1983). E nesse cenário, conviviam sob o lema de ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, variando apenas de tratamento, dependendo da posição que iria ocupar no organograma da organização. Assim, podemos constatar que na era industrial a escola, por em média 13 anos, se incumbia de treinar os candidatos para atender aos requisitos das vagas disponíveis do chão de fábrica à diretoria. Como foram “educados” para adotar normas, seguir padrões e lidar bem com os parâmetros competitivos, os agora funcionários se dispunham a fazer carreira dedi- cando cerca de 35 anos de suas vidas até a aposentadoria. E assim, tradicionalmente, seus filhos seriam aconselhados a seguir a mesma receita acrescentando, apenas, doses de especialização para garantir que ocupassem as vagas destinadas à sua área de atuação. A recompensa pela fidelidade estavaem receber um salário que o indeni- zasse pelas horas trabalhadas e pressões suportadas, o que, provavelmente, o tornaria um workaholic ou um profissional frustrado e insatisfeito com a falta de propósito e significado no que fazia para sobreviver, vendo o trabalho como um sacrifício diário. Top-down: uma abordagem (de cima para baixo) em que as estratégias se baseiam na hierarquia e as decisões são tomadas por um executivo, diretor, ou alguém em um cargo de gestão. Fonte: HBSIS (2015, on-line)2. saiba mais Pós-Universo 15 Tripalium: era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na região europeia. Desse modo, originalmente, “trabalhar” significava “ser tor- turado”. No sentido original, os escravos e os pobres que não podiam pagar os impostos eram os que sofriam as torturas no tripalium. Assim, quem “tra- balhava”, naquele tempo, eram as pessoas destituídas de posses. A partir do latim, o termo passou para o francês travailler, que significa “sentir dor” ou “sofrer”. Com o passar do tempo, o sentido da palavra passou a significar “fazer uma atividade exaustiva e difícil”. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Tripalium saiba mais O que vemos é que, em função do excesso de repetição provocado pela rotina sem grandes mudanças, gera hábitos limitantes que tornam as pessoas bloqueadas para exercitar seu músculo criativo e, com isso, o efeito colateral é a desmotivação, o surgi- mento de quadros de ansiedade, depressão e fixação funcional que são consequências agravadas pelos bloqueios criativos que a maioria das pessoas acaba incorporando ao longo da vida. Confira abaixo a lista definida pelo autor Von Oech: Os 10 Principais Bloqueios das Pessoas: 1. A resposta Certa. 2. Isso não tem Lógica. 3. Siga as Normas. 4. Seja Prático. 5. Evite Ambiguidades. 6. É Proibido Errar. 7. Brincar é falta de Seriedade. 8. Isso não é da minha Área. 9. Não seja Bobo. 10. Eu não sou Criativo. Pós-Universo 16 Dentro de uma estrutura hierárquica, a arquitetura organizacional verticalizada, em geral, centraliza as decisões e não oferece ambiente para a contribuição dos co- laboradores. Desse modo, toda vez que um gestor tradicional costuma a receber sugestões para adequações ele costuma resistir ao risco ou à ameaça de uma atitude mais ousada com um posicionamento apegado a velhas ideias, práticas, soluções e funções ainda que elas deem sinais de estarem defasadas ou até mesmo obsoletas. Expressões típicas de empresas tradicionais: 1. É radical demais! 2. Contraria nossa política! 3. Não tem espaço para isso no mercado! 4. O departamento jurídico desaconselha! 5. Não temos tempo! 6. Não temos orçamento suficiente! 7. Você garante que funciona? Sendo assim, como as empresas convencionais enfrentam resistência quanto a espe- cialização, gerações, sexo, inovação e tecnologia acabam optando por dividir as áreas e resolver seus problemas de maneira isolada e com pontos de vista norteados pela lógica das formações específicas. Como se engenheiros não pudessem colaborar com o depar- tamento de marketing ou que contadores não pudessem sugerir soluções de design. Além da área outra disputa bastante conhecida é a disparidade entre as oportunidades para mesma função entre o sexo masculino e feminino. As mulheres ocupam 37% dos cargos de liderança no Brasil e ganhando proporcionalmente 25% menos. Um ponto de conflito no cenário organizacional que mais tem desgastado o dia a dia das organizações se dá pela diferença de visões e pela própria prática operacional das gerações X, Y e Z. Classificação Brasileira das Gerações: Baby Boomers (1945 a 1964); Geração X - (1965 a 1984); Geração Y - (1985 a 1999) Geração Z - (2000 até hoje) Fonte: adaptado de Lullio (2017, on-line)3. Pós-Universo 17 Os impasses entre as pessoas que se encaixam entre a geração Baby Boomers e Milleniuns deixam explícito como é difícil para quem tem entre 50 e 70 anos – ter trabalhado em uma ou duas empresas em toda vida e ter todas as características e hábitos consolidados em estrutura verticalizadas e hierárquicas – compreender o modo de ver e operar informal, remoto e conectado dos colaboradores mais jovens – que ao invés de obedecer e seguir regras, preferem quebrá-las, mas ao mesmo tempo são engajados por causas, propósitos, ao invés de se sentirem atraí- dos por reconhecimento definidos por tempo de casa, horas trabalhadas, planos de carreiras e benefícios atrativos. Por fim, notamos que se trabalharmos com a lógica de pessoas com mais idade não tem mais capacidade de contribuir na lógica exponencial, compartilhada e digital do mercado e os mais jovens, com seus chips ágeis e dinâmicos, só representasse uma categoria de pessoas rebeldes e vulneráveis como se não tivessem coisas a ensinar e trocar, como se mulheres fossem menos competentes e cada área não pudesse receber sugestões e soluções criativas das outras, é pouco provável que o futuro não seja apocalíptico. No entanto, para quem se dispuser a aprender, desaprender e rea- prender, o novo cenário com mudanças disruptivas se apresenta como uma fonte de abundância com mudanças, sim, mas com possibilidades e oportunidades únicas. atividades de estudo 1. Durante a infância iniciamos o contato com tudo que está a nossa volta. E apesar de ter se modernizado nos últimos tempos, o ambiente familiar desde sempre foi regido por normas fixadas por uma sociedade conservadora que reproduzia as tradi- ções e as doutrinas herdadas da igreja. Sobre a influência do ambiente familiar em relação à criatividade, assinale a resposta correta: a) Como a capacidade criadora do indivíduo é impactada desde os primeiros anos de vida das pessoas, caso ela não tenha sido estimulada a possibilidade de a pessoa ser considerada uma pessoa criativa no futuro é anulada. b) O ambiente familiar não tem poder de afetar o desenvolvimento da criatividade da pessoa, seja uma família que estimule ou não a criatividade. c) O ambiente familiar rígido não reflete malefícios em relação ao desenvolvimen- to do potencial criativo das pessoas. A questão é genética: ou você nasce ou não nasce criativo. d) A mediação estabelecida por qualquer membro da família é decisiva para exibir coragem, autoestima, autoconfiança e curiosidade sobre os mais variados assuntos. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2. Com o passar das gerações, as invenções, descobertas científicas, revoluções políti- cas e influências culturais pressionaram alterações na realidade cotidiana das pessoas e, claro, gerando impacto na maneira com que nós pensamos, porém, a escola não acompanhou integralmente tais mudanças. Em relação a algumas lições erradas que aprendemos na escola, assinale a alternativa correta: a) Cada problema tem apenas uma resposta; as respostas foram previamente defi- nidas e ao encontrar a primeira resposta certa, pare de procurar. b) Cada problema tem mais de uma resposta certa; as respostas não são previamen- te definidas e sempre podemos encontrar outras respostas, mesmo que uma pareça a ideal. c) As respostas são previamente definidas, cada problema tem apenas uma respos- ta e nunca pare de procurar. d) O gabarito facilita a vida das pessoas, é perda de tempo ficar pensando em mais de uma resposta. e) Nenhuma das alternativas está correta. atividades de estudo 3. As empresas durante muito tempo se assemelharam à lógica das instituições de ensino. Assim, quando a pessoa adentrava na estrutura corporativa, encontrava salas repletas de pessoas com formações parecidas, uniformizadas, cumprindo o horário de entrada e de saída, fazendo uma pausa para descanso e sendo monitoradas por alguém com cargo de autoridade. Segundo Von Oech (1987), ao longo da vida o con- servadorismo da família, da da escola e do mercado de trabalho manifestam alguns bloqueios criativos nas pessoas. Sobre os 10 principaisbloqueios, assinale a al- ternativa correta: a) A resposta Certa; Isso não tem Lógica; Siga as Normas; Baby Boomers; Seja Prático; Evite Ambiguidades; É Proibido Errar; Isso não é da minha Área; Não seja Bobo e Eu não sou Criativo. b) Seja Prático; Geração X; Evite Ambiguidades; É Proibido Errar; Brincar é falta de Seriedade; Isso não é da minha Área; Não seja Bobo e Eu não sou Criativo. c) A resposta Certa; Isso não tem Lógica; Siga as Normas; Seja Prático; Evite Ambiguidades; É Proibido Errar; Brincar é falta de Seriedade; Isso não é da minha Área; Não seja Bobo e Eu não sou Criativo. d) Baby Boomers; Geração X; Geração Y; Geração Z; A resposta Certa; Isso não tem Lógica; Não seja Bobo; Eu não sou Criativo; Evite Ambiguidades; É Proibido Errar. e) Nenhuma das alternativas está correta. resumo Detectamos que os ambientes são decisivos para o exercício do extrato da criatividade como estratégia de negócio, integrando áreas, pensando em soluções e concretizando ações. Percebemos que os ambientes familiares estão cada vez mais livres, mas ainda sofrem com resquícios de uma educação tradicional carregada de normas, dogmas e crenças popula- res que limitam a manifestação da criatividade por parte de grande parte das pessoas. Assim, as crianças com uma imaginação abundante tendem a progredir sua confiança por se tornarem mais independentes, corajosos e criativos; no entanto, se suas atitudes são repreendidas, pouco a pouco ele vai entendendo que deve se comportar com certas res- trições e vai inibindo suas vontades reais. A escola normalmente conduz à busca não pelo conhecimento, questionamento e capacidade de pensar criticamente, mas pela capacida- de de chegar à resposta previamente definida, gabaritar e passar no vestibular. No cardápio das faculdades, está o desespero pela escolha de uma profissão estável, com capacidade de atingir altos salários e, de quebra, uma boa reputação. Não se considera as aptidões, gostos e dúvidas. No mercado de trabalho, não é diferente: padrões, normas e metas. Competitividade, estresse e reuniões. E nas muitas e improdutivas reuniões, que até começam com amenidades, com um certo clima de descontração até que alguém bate na mesa e diz: “vamos falar sério agora! Brincadeiras à parte…” O clima de tensão toma conta do cenário que trata de crise, dos conflitos de gerações, dos avanços da tecnologia, da con- corrência, da necessidade de inovar etc. Eis que surge a exigência de todos pensarem fora da caixa: pouco provável. material complementar Libertando o Poder Criativo Autor: Ken Robinson Editora: HSM Sinopse: Libertando o poder criativo’ tem como objetivo mostrar como e por que a maioria das pessoas perde a criatividade ao longo da vida escolar. E ao discutir o que pode ser feito para resolver o problema, aborda, entre outras coisas, questões como os problemas encontrados no sistema educacional, o tipo de inteligência necessária para o sucesso acadêmico e pro- fissional e como as pessoas podem resgatar e desenvolver o potencial criativo e inovador. Um senhor Estagiário Ano: 2015 Sinopse: Jules Ostin é a criadora de um bem-sucedido site de roupas. Ela leva uma vida atarefada e inicia um projeto de contratar idosos. Ben Whittaker, aos 70 anos, vê o estágio como uma oportunidade de se re- inventar. Por mais que enfrente o inevitável choque de gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho. Na Web Sinopse: Walter Riso tem dedicado seu trabalho ao estudo do apego como um fenômeno ob- sessivo em relação a um objeto, ideia ou pessoa que se baseia em quatro crenças que limitam a capacidade de aceitar novos formas de vida e viver de maneira mais autônoma e realizada. Web: <https://www.youtube.com/watch?v=ZOZtF6o7Dho> referências MARTINS, S. T. F. Método Histórico-social na Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2005. OECH, Roger Von. Um Toc na Cuca: Técnicas para quem quer ter mais criatividade na vida. São Paulo. Editora Livraria Cultura, 1983. OECH, Roger Von. Um chute na Rotina: Os papéis do processo criativo. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1987. Referências On-line 1Em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Andragogia>. Acesso em: 29 ago. 2017. 2Em: <http://blog.hbsis.com.br/estrategias-de-gestao-de-entregas/>. Acesso em: 29 ago. 2017. 3Em: <http://www.consumidormoderno.com.br/2017/02/20/geracao-baby-boomer-x-y-z- -entenda/>. Acesso em: 30 ago. 2017. resolução de exercícios 1. d) A mediação estabelecida por qualquer membro da família é decisiva para exibir coragem, autoestima, autoconfiança e curiosidade sobre os mais variados assuntos. 2. a) Cada problema tem apenas uma resposta; as respostas foram previamente defi- nidas e ao encontrar a primeira resposta certa, pare de procurar. 3. c) A resposta Certa; Isso não tem Lógica; Siga as Normas; Seja Prático; Evite Ambiguidades; É Proibido Errar; Brincar é falta de Seriedade; Isso não é da minha Área; Não seja Bobo e Eu não sou Criativo. h.b034dd3jz7n0 h.2grqrue h.vx1227 Bloqueio Familiar: Obedeça as Tradições Bloqueio Escolar: Indique a Resposta Certa Bloqueio Profissional: Busque a Estabilidade e a Especialização
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