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Tics semana 8 - III

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SEMANA 7
TIC’S
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Pergunta: Por que desenvolvemos derrame pericárdico? Quais os riscos desta patologia?
Aluno (a): Maria Luiza da Silva Bertoldo
Turma: T9
Resposta: 
O pericárdio é um saco duplo seroso, fibroso e membranoso que envolve o coração e a origem dos grandes vasos. É composto por uma camada serosa interna ou visceral e uma camada fibrosa externa ou parietal. O espaço pericárdico está localizado entre as camadas parietal e visceral. Normalmente contém entre 5 a 20 ml de líquido transparente que atua como um lubrificante, permitindo a livre movimentação do coração dentro do saco pericárdico. A inflamação (pericardite) ou lesão do espaço pericárdico pode ser aguda ou crônica. É observada no início da evolução do infarto do miocárdio, cirurgia cardíaca e trauma contuso ou penetrante. Outras causas incluem reação imune autoimune ou em resposta a infecção viral anterior. A complicação mais importante secundária à pericardite é o derrame pericárdico (DP).
O Derrame Pericárdico se define como o acúmulo de líquido claro, seroso e rico em albumina provocado por condições que causam edema; a mais comum é a insuficiência cardíaca, mas além dele, esta patologia pode ser secundária a infecções, estado pós-cirurgia de Fontan, síndrome pós-pericardiotomia e neoplasias. As consequências do acúmulo de líquido pericárdico dependem do volume do líquido e da capacidade do pericárdio parietal de se expandir. O desenvolvimento lento de derrame pericárdico leva a uma distensão gradual do saco pericárdico, no entanto, quando o acúmulo é rápido, diversos riscos estão presentes, podem restringir o enchimento cardíaco diastólico a ponto de produzir um tamponamento cardíaco potencialmente fatal. 
A apresentação clínica é determinada pelo aumento da pressão intrapericárdica, que depende de vários fatores como a doença de base, idade do paciente e velocidade de instalação do derrame. O principal sintoma da pericardite aguda é a dor torácica, que em pediatria se manifesta de forma variável dependendo da idade da criança e da capacidade de manifestá-la. A dor irradia para o pescoço, tanto no trapézio quanto no epigástrio, que é aliviada pela inclinação para frente e aumenta na posição supina, inspiração, deglutição ou na mobilização. 
A radiografia de tórax pode mostrar aumento da silhueta cardíaca, com imagem globular ou aparência de "garrafa d'água". Já o ECG mostra alterações na repolarização ventricular com desnivelamento de ST e inversão da onda T. Amplitude alternada ou baixa voltagem do QRS pode aparecer com derrame pericárdico grave. Além disso, o ecocardiograma é a principal ferramenta diagnóstica, tanto para quantificar a quantidade de derrame, presença de septações, repercussão funcional ou hemodinâmica do derrame, com colapso do átrio e ventrículo direito no final da diástole.
Os exames gerais, como o hemograma, podem mostrar leucocitose predominantemente polimorfonuclear no caso de pericardite purulenta e linfocitose no caso de pericardite viral ou síndrome pós-pericardiotomia. HSV e CRP geralmente estão elevados.
Em suma, o conhecimento acerca do derrame pericárdico, suas causas e complicações, é de essencial importância para o adequado manejo clínico do derrame pericárdico, principalmente nas situações que envolvem comprometimento hemodinâmico. 
 
Referências 
ABBAS, Abul K. et al. Robbins patologia básica 9a edição. Elsevier Brasil, 2013.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
CLAVERÍA, Cristián et al. Derrame pericárdico, confronto clínico. Revista Chilena de Pediatria , v. 80, n. 3, pág. 267-273, 2009.
GARCÍA-LLEDÓ, A. et al. Derrame pericárdico. Programa de Treinamento Médico Continuado Credenciado em Medicina , v. 11, n. 43, pág. 2559-2570, 2013.

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